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Cartografia para

Geoprocessamento
Especialização em
Geoprocessamento
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INSTITUTO FEDERAL Centro de Referência em Tecnologias,


Maranhão Educação a Distância e Programas Especiais
Especialização em Geoprocessmanto
Cartografia para Geoprocessamento
Especialização em Geoprocessmanto
Cartografia para Geoprocessamento

SUMÁRIO

Pág.

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ................................................................... 3


UNIDADE I.... ..................................................................................................... 4
RELAÇÃO ENTRE GEOPROCESSAMENTO E A CARTOGRAFIA.................. 4
FORMA E REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCEI TERRESTRE ..................... 10
UNIDADES II.. ...................................................................................................14
CONCEITOS CARTOGRÁFICOS BÁSICOS EM GEOPROCESSAMENTO ... 14
Sistemas de Coordenadas ...................................................................................... 14

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ................................................................... 19


DATUM............................................................................................................. 30
ESCALA......... .................................................................................................. 31
ALGUMAS INFORMAÇÕES RELEVANTES.................................................... 42
CARTAS E MAPAS.......................................................................................... 33
Classificação de Cartas e Mapas ............................................................................ 33

CARTA INTERNACIONAL DO MUNDO AO MILIONÉSIMO – CIM................. 37


REFERÊNCIAS................................................................................................ 44
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Cartografia para Geoprocessamento

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Bem-vindos (as),

A partir desse momento vamos começar nossa jornada em direção aos


caminhos das análises espaciais que o geoprocessamento nos permite. O
primeiro passo para este novo mundo, trata-se de entendermos como é possível
colocar o mundo no computador, e através desse procedimento, obter novas
informações que serão úteis para a geração de conhecimento, formação de
recursos humanos qualificados na área e o planejamento das atividades
humanas no espaço geográfico.

A disciplina de “Cartografia para Geoprocessamento” vai apresentar a vocês


os conceitos e princípios básicos em cartografia, que serão necessários para
que vocês, no decorrer da especialização, possam entender e realizar inúmeras
ações voltadas a análises espaciais, tais como: georreferenciamento/registro de
imagens de satélites, organização e manuseio de banco de dados geográficos,
manuseio de Sistemas de Informação Geográfica (SIG’s), dentre muito outros.

O presente fascículo está dividido em duas partes: Na primeira, o conteúdo


é direcionado ao entendimento das relações entre as áreas de cartografia e de
geoprocessamento. A Unidade II apresenta alguns conceitos e informações
necessários que subsidiarão o entendimento da análise espacial através do
geoprocessamento.

É importante frisar que aqui vocês irão encontrar os conhecimentos


necessários para dá início a sua jornada, mas não fique limitado aos conteúdos
contidos nesse fascículo, e nem mesmo no material complementar colocado na
área do estudante. Busque novas fontes de informação, outras referências e
aprenda a filtrar as informações necessárias para a sua formação na área de
geoprocessamento.

Então, vamos começar? .....

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Cartografia para Geoprocessamento

UNIDADE I
RELAÇÃO ENTRE GEOPROCESSAMENTO E A
CARTOGRAFIA
Olá alunos (as), vamos começar a nossa jornada em direção ao universo das
análises espaciais, e para isso, logo de início temos dois conceitos muito
importantes para refletirmos. Vocês sabem quais são esses conceitos?

 Geoprocessamento
 Cartografia

O nome da disciplina é “Cartografia para Geoprocessamento”, então, antes


de tudo devemos nos debruçar sobre o conceito e importância do
geoprocessamento. Você o que é geoprocessamento?????

Bem, para entendermos o que é, o que se trata em relação ao


geoprocessamento, é importante contar uma estória sobre a perspicácia de um
médico (Dr. John Snow) na luta para controlar uma epidemia de cólera em
Londres no início do século XIX. Ficou curioso? Posso contar?

Prezados (as) alunos (as), em 1854 estava ocorrendo em Londres uma


epidemia de cólera, que ficou conhecida mundialmente como um exemplo
pioneiro em termos de análises de padrões espaciais de fenômenos geográficos.

Bem, mas vamos à situação;como já mencionado acima, no século XIX


estava ocorrendo mais uma das várias epidemias de cólera trazidas da Índia. O
problema é que nesse momento, não se tinha um conhecimento robusto mais
profundo acerca dessa doença. Duas linhas de pensamento chamavam a
atenção para a resolução daquele dilema de saúde pública, a teoria miasmática1
e uma outra que indicava, que a cólera tinha uma relação com a água consumida
pela população.

1
Essa teoria indicava que certos odores oriundos de regiões pantanosas, de relevo baixo e com muita
humidade poderiam provocar prejuízos à saúde humana. O ecossistema manguezal aqui no Brasil já foi
inserido nessa teoria, mas felizmente isso não ocorre mais. Uma vez que, já se tem expressivo
conhecimento científico sobre a importância dos manguezais brasileiros em termos de biodiversidade,
economia, na culinária, cultura, sequestro de carbono, dentre outros.

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Nesse momento, entrou em cena um médico, o Dr. John Snow. Ele era cético
a teoria miasmática, contudo, não dispunha de literatura médica especializada
para derrubá-la. Foi quando ele teve uma intuição que ficou conhecida
internacionalmente como um dos primeiros casos, onde uma análise espacial foi
usada para entender padrões de distribuição espacial para o entendimento de
questões de saúde coletiva.

Ele por intuição teve uma ideia fantástica, pegar um mapa da cidade Londres
e marcar com pontos os bairros onde as pessoas estavam ficando doentes e/ou
já houvessem notificações de óbitos (Figura 1), com isso ele poderia avaliar a
posição geográfica dos casos de cólera, dos hidrantes usados para
abastecimento público de água e das áreas pantanosas circunvizinhas ao
perímetro urbano e rural.

Através de sua ideia, ele pode constatar que o “epicentro” dos casos de
cólera estava próximo a um hidrante localizado na Broad Street. Estudos
posteriores confirmaram a hipótese do Dr. John Snow, evidenciando que a

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localização geográfica do hidrante estava a jusante de uma fonte de


contaminação de dejetos humanos que eram jogados no rio. Assim, o
mencionado hidrante foi lacrado, a epidemia de cólera foi controlada e muitas
vidas foram salvas, graças a análises de padrões espaciais.

Figura 1. Mapa de Londres que foi utilizado pelo Dr, John Snow em 1854. Fonte:
adaptado de Johnson (2008)

Tomando-se como referência o exemplo do caso de epidemia de cólera em


Londres no século XIX, podemos inferir que o geoprocessamento é a área de
conhecimento humano destinada ao entendimento de padrões de fenômenos
espaciais. Os fenômenos podem ser de ordem natural (climáticos, geológicos,
ecológicos, etc) e de origem antrópica, como é o caso do desmatamento. Cabe
ressaltar que, quanto a natureza humana de fenômenos espaciais, os diferentes
atores sociais existentes nas variadas sociedades humanas vão proporcionar
diferentes padrões de uso e ocupação do espaço geográfico.

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Um exemplo marcante em nossa cidade (São Luis/MA) é o processo de


ocupação dos manguezais presentes na área, pois diferentes grupos sociais
ocupam e degradam esse ecossistema, contudo os seus padrões espaciais são
distintos. As pessoas mais humildes são direcionadas às periferias, surgindo
assim, as palafitas (Figura 2); já nas áreas ditas mais nobres da cidade ou até
em bairros populares já bem estabelecidos, o processo de aterro domina.

Figura 2. Exemplo de processo de aterro no manguezal. (A) – Submoradia


(palafita) localizada em uma área de manguezal degradado. (B) – Áreas de
manguezais nos bairros da Liberdade2 no ano de 1975. (C) – Situação após o
processo de aterro das áreas de manguezal no bairro da Liberdade em 2001.
Adaptado de Bezerra (2008).

Então, podemos entender que o geoprocessamento destina-se a


estabelecer relações de causa e efeito, entre diferentes atores, processos e

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fenômenos que ocorrem de forma simultânea no espaço geográfico. O que


possibilita não apenas um processo de ocupação do solo mais eficiente e
sustentável, mas também, possibilita até mesmo um uso mais racional dos
recursos naturais de nosso planeta. A Tabela 1 evidencia alguns exemplos de
relações espaciais possíveis de serem estabelecidas.

Tabela 1. Exemplos de análises espaciais. Fonte. Câmara (1996).

Prezados cursista para que seja possível uma análise espacial que possa
representar ao máximo os padrões espaciais de fenômenos geográficos, os
profissionais do geoprocessamento e das geotecnologias de um modo geral, tem
que se preocupar com uma questão bem específica. Você qual é esta questão?

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Cursistas, a questão “chave” aqui é como colocar o mundo no


computador, pois os mapas, as imagens de satélites e afins são objetos planos
que tentam descrever o planeta Terra, que é um corpo celeste arredondado com
profundas fossas oceânicas e com expressivas cadeias de montanhas. Ou seja,
por mais que os mapas pareçam objetos de orientação espacial e de medição
de distância perfeitos, os mesmos sempre vão conter relevantes distorções do
chamado mundo real; uma vez que, sempre haverá alterações nos ângulos e
nas áreas do mundo, no momento em que o mundo real for colocado no
computador.

Cabe mencionar cursistas que neste momento entra em ação a


cartografia, pois através dela vamos tentar entender os mecanismos que serão
necessários para transformar as características geográficas em informação

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espacial. Mas sempre tendo em mente que sempre irá ocorrer imprecisões
geográficas inseridas no sistema.

A Cartografia em síntese pode ser entendida como a ciência que trata da


concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas, para posterior
processos de análises espaciais e para a localização geográfica. Assim como o
conceito de geoprocessamento, existem várias definições sobre essa temática,
por isso na área do estudante foi colocado algumas referências que podem ser
acessadas para posterior leitura. A seguir, iremos apresentar e discutir alguns
conceitos e termos muito importantes acerca da área da cartografia, que são
imprescindíveis.

FORMA E REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE


TERRESTRE
Durante milênios a forma da superfície do planeta Terra foi motivo de
inúmeros debates e de teorias, do campo religioso à perspectiva científica e
observacional. Por exemplo, na Antiguidade, alguns estudiosos acreditavam que
superfície da Terra era plano, no entanto, muitos sábios já afirmavam que a Terra
apresentava formato “arredondado”. Posteriormente com aprimoramento das
técnicas cartográficas e o desenvolvimento tecnológico foi possível se estimar
matematicamente e cartograficamente modelos para representar a superfície da
Terra.

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O modelo de representação da superfície do planeta Terra, na forma


“redonda” foi posposto por vários pensadores e cientistas mesmo muito anos do
surgimento do Cristianismo. A seguir são apresentados alguns pensadores e o
momento da história que eles propuseram suas ideias sobre o formato da Terra.

 Pitágoras (580 - 500 AC) - Concepção filosófica - Terra esférica - sólido


regular perfeito
 Aristóteles (384 - 322 AC) - Menciona a dimensão da Terra esférica, mas
não indica o método
 Archimedes (~250 AC) - Menciona dimensão da Terra esférica, mas não
indica o método
 Eratosthenes (235 - 195 AC) - Medição da circunferência terrestre: C≅
39400km a 52500km

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 Poseidonius (~100 AC) - Medição da circunferência terrestre. C≅


35000km - observações astronômicas
 Ptolomeu (100 - 178 DC) - Pai da cartografia - grande influência na Europa
 C≅ 28350km (R≅ 4512km)
 I-Hsing (724 DC) - C≅ 56700km (R≅ 9024km) - observações astronômicas
 Al Mamum (820 DC) - C≅ 39986km (R≅ 6363km).

A ciência que estuda a forma e as dimensões da Terra, a posição de


pontos sobre sua superfície e a modelagem do campo de gravidade é
denominada de Geodésia. Esse termo também é usado em matemática para a
medição e o cálculo acima de superfícies curvas usando métodos
semelhantes àqueles usados na superfície curva da Terra.

Cursistas, na cartografia, nós podemos classificar a forma do planeta


Terra em pelo menos três modelos de representação: superfície real, modelo
físico (geóide) e modelo matemático. Estes modelos são descritos abaixo e
podem ser visualizados na Figura 3:

 Superfície real - Diz respeito ao relevo presente na superfície terrestre,


que não se apresenta de forma homogênea; pois podemos entrar na
superfície da Terra, desde fossas oceânicas que beira valores de 11.000
km (fossas das Marianas) abaixo do nível médio do mar (NMM) até
grandes cordilheiras de montanhas, como é o caso do Monte Evest (8 km
de altura). A limitação desse tipo de representação consiste na dificuldade
de colocar as informações geográficas na forma de um objeto plano (o
mapa) e também, porque sua natureza é dinâmica. Ou seja, porque o
relevo é alterado de forma ininterrupta por forçantes antrópicas e de
origem natural.
 Modelo físico - O matemático alemão CARL FRIEDRICH GAUSS (1777-
1855), introduziu o conceito de GEÓIDE, que corresponde à superfície do
nível médio do mar homogêneo (ausência de correntezas, ventos,
variação de densidade da água, etc.) supostamente prolongado por sob

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continentes. Essa superfície se deve, principalmente, às forças de atração


(gravitacional) e força centrífuga (rotação da Terra).
 Modelo matemático – Também foi necessário buscar um modelo mais
simples para representar o nosso planeta. Para contornar o problema que
acabamos de abordar, lançou-se mão de uma figura geométrica chamada
ELIPSE que ao girar em torno do seu eixo menor forma um volume, o
ELIPSÓIDE DE REVOLUÇÃO, achatado no pólos. Assim, o elipsóide é a
superfície de referência utilizada nos cálculos que fornecem subsídios
para a elaboração de uma representação cartográfica. Muitos foram os
intentos realizados para calcular as dimensões do elipsóide de revolução
que mais se aproxima da forma real da Terra, e muitos foram os
resultados obtidos.

Figura 3. Modelos de representação da superfície terrestre. Fonte: Santos


(2017).

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UNIDADES II
CONCEITOS CARTOGRÁFICOS BÁSICOS EM
GEOPROCESSAMENTO

Sistemas de Coordenadas
A cartografia trabalha com “geodados” (dados especiais), com informação
geográfica de objetos localizados no espaço. Para ser considerado um geodado,
o objeto deve possuir uma localização geográfica, que irá determinar onde o
mesmo se encontro no globo terrestre e um conjunto de atributos, que iria
demonstrar as suas características geográficas. Então alunos, podemos inferir
que os denominados geodados apresentam uma natureza hibrida, marcada por:

 Localização – Onde é marcante a representação da superfície da Terra,


assim como, também, a relação espacial com outros objetos espaciais;
 Atributos – Descrevem as características do fenômeno espaciais e
podem ser armazenados em bancos de dados (que serão trabalhados
posteriormente no curso).

Construção do Sistema de Coordenadas


Os chamados sistemas de coordenadas são necessários para expressar
a posição de objetos sobre uma superfície terrestre, seja ela no modelo da
elipsóide, esfera ou um plano. É com base em determinados sistemas de
coordenadas planetárias que servem para descrevermos geometricamente a
superfície terrestre. Cursistas para o modelo de elipsoide (que é um dos mais
utilizados), ou esfera, usualmente empregamos um sistema de coordenadas
cartesianas e curvilíneas, baseado nos cruzamentos dos paralelos e meridianos,
as denominadas coordenadas geográficas. Também é possível se estabelecer
a localização de um objeto na superfície terrestre através de um eixo cartesiano
convencional, tendo-se por base um plano, este é um sistema de coordenadas
cartesianas X e Y (o chamado sistemas de coordenadas planas), que também é
largamente utilizado.

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Meridianos e Paralelos
Cursistas, como mencionado no subtópico anterior, o sistema de
coordenadas geográficas é amplamente utilizado, e este sistema é muito
dependente dos paralelos e dos meridianos que cruzam a Terra. Tendo-se por
base IBGE (2017), podemos destacar que:

 Meridianos - São círculos máximos que cortam a superfície terrestre em


duas partes iguais de pólo a pólo. Sendo assim, todos os meridianos se
cruzam entre si, em ambos os pólos. O meridiano de origem é o de
GREENWICH (0º)3
 Paralelos - São círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente,
isto é, em ângulos retos. Apenas um é um círculo máximo, o Equador (0º).
Os outros, tanto no hemisfério Norte quanto no hemisfério Sul, vão
diminuindo de tamanho à proporção que se afastam do Equador, até se
transformarem em cada pólo, num ponto (90º). Figura 4.

Figura 4. Paralelos e Meridiano. Fonte: Câmara (1986)

3
Meridiano Internacional de Referência, escolhido em Bonn, Alemanha, durante a Conferência Técnica
das Nações Unidas para a Carta Internacional do Mundo ao milionésimo, como origem da contagem do
meridiano. Está localizado na cidade de Greenwich na Inglaterra.

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Cursistas neste sistema de localização global, as coordenadas são


representadas por ângulos, minutos e segundos conforme exemplo que segue
abaixo. Cabe frisar também que a leste de Greenwich, os meridianos são
medidos por valores crescentes até + 180° e a oeste, suas medidas são
decrescentes até o limite mínimo de - 180°. Já os paralelos, tomando-se como
referência o Equador até em direção aos pólos (Norte e Sul) têm-se vários planos
paralelos ao equador, cujos valores vão diminuindo até se tornarem um ponto
nos pólos Norte (+90°) e Sul (-90°).

No artigo intitulado de “Caracterização da Bacia Hidrográfica do Rio


Itapecuru, Maranhão, Brasil” 4, o autor menciona a localização da referida bacia
hidrográfica, usando coordenadas geográficas (Figura 5) Como a latitude e a
longitude são ângulos, suas medidas são tradicionalmente representadas em
graus, minutos e segundos, no caso da bacia do Itapecuru as coordenadas são
compreendidas entre 2°51’ a 6°56’ Lat. S e 43°02’ a 43°58’ Long W.

4
Disponível em http://files.nea.webnode.com/200000006-3cfc83df67/artigo07_vol11_Itapecuru.pdf

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Figura 5. Localização geográfica da bacia hidrográfica do Itapecuru. Fonte:


Alcântara (2004).

Queridos cursistas, cabe mencionar que por ser um sistema baseado nas
curvaturas dos ângulos originados pela junção dos paralelos e meridianos, tendo
como referência o centro da Terra, este sistema de coordenadas não é o mais
indicado aplicações onde buscam-se distâncias ou áreas, uma vez que estas
informações geográficas são distorcidas e preservam-se os ângulos.

Para estes casos, ou seja, para as situações onde há necessidade de se


manter ao máximo as dimensões de áreas, recomenda-se o uso de um sistema
de coordenadas mais adequado, como, por exemplo, o sistema de coordenadas
planas, descrito a seguir.

Sistemas de Coordenadas Planas


Agora iremos apresentar um pouco do sistema de coordenadas planas já
descritos no item anterior. Este sistema, que também é conhecido por sistema

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de coordenadas cartesianas, é baseado na seleção de dois eixos


perpendiculares, usualmente os eixos horizontal e vertical, conforme um eixo
cartesiano comum da matemática, cuja intersecção é denominada origem,
estabelecida como base para a localização de qualquer ponto do plano. A origem
normalmente tem coordenadas planas (0, 0), mas pode, por convenção, receber
valores diferentes, denominados offsets.

Nesse sistema de coordenadas, um ponto é representado por dois


números: um correspondente à projeção sobre o eixo x (horizontal),
normalmente associado à longitude (importante!), e outro correspondente à
projeção sobre o eixo y (vertical), normalmente associado à latitude (também
muito importante!).

Ainda utilizando um exemplo que consta no sistema de ajudo do software


SPRING, vejamos os valores de x e y que são referenciados conforme um
sistema cartesiano, que representa as coordenadas planas para a cidade de
Leme – SP (Figura 6).

Figura 6. Localização da cidade de Leme (SP). Fonte: Câmara, Monteiro e


Meeiros (2004)

Queridos cursistas, cabe frisar também a unidade apresentada por este


tipo de sistema de coordenadas que consta na Figura 5. Podemos ver que cada
coordenada x e y é marcada em metros, o que corrobora com a informação que
neste tipo de sistema, as dimensões das áreas da superfície terrestre são
conservadas, na medida do possível (pois sempre há perdas).

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PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
Agora vamos falar um pouco das projeções cartográficas. Você sabe o
que é uma projeção? Para que ela é utilizada?

Primeiramente queridos cursistas é necessário a seguinte reflexão: todo


o mundo é representado didaticamente em uma superfície plana, mas o mundo
real apesar de ser “redondo”, possui um relevo bem diversificado, fossas
oceânicas bem profundas e ainda é achatado nos polos Norte e Sul. Aí vem mais
uma vez aquele nosso dilema, você lembra qual é??

A resolução para este nosso dilema prezados (as) vem da nossa boa e
venha matemática, o “grande lance” é comparar a informação geográfica com
certos artifícios da matematica como, por exemplo, a geometria, e assim,
comparar as dimensões da superfície da terra às áreas de objetos cuja resolução
matemática já é bem estabelecida (cilindros, cones, etc.). Esse procedimento é
denominado de projeções cartográficas.

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Existem inúmeras projeções cartográficas descritas na literatura, uma vez


que há uma variedade de modos de projetar sobre um plano os objetos
geográficos que caracterizam a superfície terrestre. Logo, torna-se necessário
classificá-las sob seus diversos aspectos, a fim de melhor compreende-las e as
utilizar de forma mais adequada. Segue abaixo uma classificação das projeções
cartográficas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).

Quanto ao Método as Projeções Podem Ser

 Geométricas - baseia-se em princípios geométricos projetivos. Podem


ser obtidos pela interseção, sobre a superfície de projeção, do feixe de
retas que passa por pontos da superfície de referência partindo de um
centro perspectivo (ponto de vista).
 Analíticas - baseia-se em formulação matemática obtida com o objetivo
de se atender condições (características) previamente estabelecidas (é
o caso da maior parte das projeções existentes).

Quanto a Superfície de Projeção

As projeções podem ser dos seguintes tipos:

 Planas - este tipo de superfície pode assumir três posições básicas


em relação à superfície de referência: polar, equatorial e oblíqua (ou
horizontal). Obs.: a Figura 6 apresenta algumas ilustrações de
projeções.
 Cônicas - embora esta não seja uma superfície plana, já que a
superfície de projeção é o cone, ela pode ser desenvolvida em um
plano sem que haja distorções, e funciona como superfície auxiliar na
obtenção de uma representação. A sua posição em relação à
superfície de referência pode ser: normal, transversal e oblíqua (ou
horizontal).

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 Cilíndricas - tal qual a superfície cônica, a superfície de projeção que


utiliza o cilindro pode ser desenvolvida em um plano e suas possíveis
posições em relação à superfície de referência podem ser: equatorial,
transversal e oblíqua (ou horizontal).
 Polissuperficiais - se caracterizam pelo emprego de mais do que
uma superfície de projeção (do mesmo tipo) para aumentar o contato
com a superfície de referência e, portanto, diminuir as deformações
(plano-poliédrica; cone-policônica; cilindro-policilíndrica).

A Figura 7 evidencia algumas ilustrações quanto ao a superfície das


projeções cartográficas

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Figura 7. Superfícies de Projeção desenvolvidas em um plano. Fonte: IBGE


(2017)

Quanto às Propriedades

De acordo com o IBGE, quando não é possível se desenvolver uma


superfície esférica ou elipsóidica sobre um plano sem deformações com erros
mínimos, na prática, buscam-se projeções tais que permitam diminuir ou eliminar
parte das deformações conforme a aplicação desejada. Assim, destacam-se:

 Equidistantes - As que não apresentam deformações lineares para


algumas linhas em especial, isto é, os comprimentos são representados
em escala uniforme.
 Conformes - Representam sem deformação, todos os ângulos em torno
de quaisquer pontos, e decorrentes dessa propriedade, não deformam
pequenas regiões.
 Equivalentes - Têm a propriedade de não alterarem as áreas,
conservando assim, uma relação constante com as suas
correspondentes na superfície da Terra. Seja qual for a porção
representada num mapa, ela conserva a mesma relação com a área de
todo o mapa.
 Afiláticas - Não possui nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto
é, equivalência, conformidade e equidistância, ou seja, as projeções em
que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados.

As propriedades acima descritas são básicas (existes muitas outras) e


mutuamente exclusivas. Outro ponto que merece sua atenção aluno (a) é que
elas ressaltam que não existe uma representação ideal, mas apenas a projeção
mais adequada representação de um determinado propósito.

Quanto ao Tipo de Contato Entre as Superfícies de Projeção e Referência

 Tangentes - a superfície de projeção é tangente à de referência


(plano - um ponto; cone e cilindro - uma linha).

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 Secantes - a superfície de projeção secciona a superfície de


referência (plano - uma linha; cone - duas linhas desiguais; cilindro -
duas linhas iguais) (Figura 8).

Através da composição das diferentes características apresentadas nesta


classificação das projeções cartográficas, podemos especificar representações
cartográficas cujas propriedades atendam as nossas necessidades em cada
caso específico.

Figura 8. Superfícies de projeção secantes. Fonte: IBGE (2017)

Projeções Mais Usuais e Suas Características


Como já mencionado nos parágrafos acima, existem uma infinidade de
projeções cartográficas, contudo algumas são mais usuais, devido suas
características ou a seus métodos, que possibilitam uma vasta lista de
aplicações, a seguir são apresentadas algumas projeções bem comuns em
aplicações de geoprocessamento.

Projeção Policônica

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As suas principais características são descritas abaixo:

 Superfície de representação: diversos cones (Figura 9)


 Não é conforme nem equivalente (só tem essas características, próximo
ao Meridiano Central - MC).
 O Meridiano Central e o Equador são as únicas retas da projeção. O MC
é dividido em partes iguais pelos paralelos e não apresenta
deformações.
 Os paralelos são círculos não concêntricos (cada cone tem seu próprio
ápice) e não apresentam deformações.
 Os meridianos são curvas que cortam os paralelos em partes iguais.
 Pequena deformação próxima ao centro do sistema, mas aumenta
rapidamente para a periferia.

Aplicações: Apropriada para uso em países ou regiões de extensão


predominantemente Norte-Sul e reduzida extensão Este-Oeste. É muito popular
devido à simplicidade de seu cálculo, pois existem tabelas completas para sua
construção. No BRASIL é utilizada em mapas da série Brasil, regionais,
estaduais e temáticos.

Figura 9. Projeção Policônica. Fonte: IBGE (2017)

Projeção Cônica Normal de Lambert (Com Dois Paralelos Padrões)

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As suas principais características são descritas nos itens abaixo:

 Cônica.
 Conforme.
 Analítica.

 Secante.
 Os meridianos são linhas retas convergentes.
 Os paralelos são círculos concêntricos com centro no ponto de
interseção dos meridianos (Figura 10).

Aplicações: A existência de duas linhas de contato com a superfície (dois


paralelos padrão) nos fornece uma área maior com um baixo nível de
deformação. Isto faz com que esta projeção seja bastante útil para regiões que
se estendam na direção Este-Oeste, porém pode ser utilizada em quaisquer
latitudes. Curiosidade:A partir de 1962, foi adotada para a Carta Internacional
do Mundo, ao Milionésimo.

Figura 10. Projeção Cônica Normal de Lambert (com dois paralelos-padrão).


Fonte: IBGE (2017).

Projeção Cilíndrica Transversa de Mercator (Tangente)

 Cilíndrica.
 Conforme.

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 Analítica.
 Tangente (a um meridiano).
 Os meridianos e paralelos não são linhas retas, com exceção do
meridiano de tangência e do Equador.

Aplicações: Indicada para regiões onde há predominância na extensão


Norte-Sul. É muito utilizada em cartas destinadas à navegação. Ver Figura 11.

Figura 11. Projeção Cilíndrica Transversa de Mercartor. Fonte: IBGE (2017)

Projeção Cilíndrica Transversa de Mercator (Secante)

Segue abaixo algumas de suas características que a distinguem de


outras:

 Cilíndrica.
 Conforme.
 Secante.
 Só o Meridiano Central e o Equador são linhas retas.
 Projeção utilizada no SISTEMA UTM - Universal Transversa de Mercator
desenvolvido durante a 2ª Guerra Mundial. Este sistema é, em essência,
uma modificação da Projeção Cilíndrica Transversa de Mercator,
Figura12.

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Cartografia para Geoprocessamento

Aplicações: Utilizado na produção das cartas topográficas do Sistema


Cartográfico Nacional produzidas pelo IBGE e DSG.

Figura 12. Cilindro secante. Fonte: IBGE (2017)

Características básicas do sistema UTM:

O mundo é dividido em 60 fusos, onde cada um se estende por 6º de


longitude. Os fusos são numerados de um a sessenta começando no fuso 180º
a 174º W Gr. e continuando para este. Cada um destes fusos é gerado a partir
de uma rotação do cilindro de forma que o meridiano de tangência divide o fuso
em duas partes iguais de 3º de amplitude.

O quadriculado UTM está associado ao sistema de coordenadas plano-


retangulares, tal que um eixo coincide com a projeção do Meridiano Central do
fuso (eixo N apontando para Norte) e o outro eixo, com o do Equador. Assim
cada ponto do elipsóide de referência (descrito por latitude, longitude) estará
biunivocamente associado ao terno de valores Meridiano Central, coordenada E
e coordenada N.

Avaliando-se a deformação de escala em um fuso UTM (tangente), pode-


se verificar que o fator de escala é igual a 1(um) no meridiano central e
aproximadamente igual a 1.0015 (1/666) nos extremos do fuso. Desta forma,
atribuindo-se a um fator de escala k = 0,9996 ao meridiano central do sistema
UTM (o que faz com que o cilindro tangente se torne secante), torna-se possível
assegurar um padrão mais favorável de deformação em escala ao longo do fuso.

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O erro de escala fica limitado a 1/2.500 no meridiano central, e a 1/1030 nos


extremos do fuso.

A cada fuso associamos um sistema cartesiano métrico de referência,


atribuindo à origem do sistema (interseção da linha do Equador com o meridiano
central) as coordenadas 500.000 m, para contagem de coordenadas ao longo do
Equador, e 10.000.000 m ou 0 (zero) m, para contagem de coordenadas ao longo
do meridiano central, para os hemisférios sul e norte respectivamente. Isto
elimina a possibilidade de ocorrência de valores negativos de coordenadas.

Cada fuso deve ser prolongado até 30' sobre os fusos adjacentes criando-
se assim uma área de superposição de 1º de largura. Esta área de superposição
serve para facilitar o trabalho de campo em certas atividades. Cabe ressaltar
também que um o sistema UTM é usado entre as latitudes 84º N e 80º S.

Aplicações: Indicada para regiões de predominância na extensão Norte-


Sul, entretanto mesmo na representação de áreas de grande longitude poderá
ser utilizada. Segundo o IBGE é a mais indicada para o mapeamento topográfico
a grande escala, e é o Sistema de Projeção adotado para o Mapeamento
Sistemático Brasileiro.

A Tabela 2 apresenta uma síntese de algumas projeções cartográficas,


evidenciando suas classificações, aplicações e características gerais.
IMPORTANTE: Lembrando que não precisa “decorar” esses sistemas
cartográficos, apenas tentar entender sua lógica, pois assim, caso haja
necessidade, vocês saberão onde e o que pesquisar.

Tabela 2. Projeções e suas características

Projeção Classificação Aplicações Características


Mapeamentos
Preserva áreas.
temáticos. Serve
Substitui com
Cônica para mapear áreas
Albers vantagens todas
Equivalente com extensão
as outras cônicas
predominante
equivalentes.
leste-oeste.
Indicada para base
Preserva ângulos.
Bipolar Cônica Conforme cartográfica
É uma adaptação
confiável dos

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continentes da Cônica de
americanos. Lambert.
Mapas Mundi.
Mapas em escalas
Cilíndrica Cilíndrica Altera áreas.
pequenas.
Equidistante Equidistante Altera ângulos.
Trabalhos
computacionais.
Altera áreas (mas
as distorções não
Cartas ultrapassam
topográficas 0,5%).
Cilíndrica antigas. Preserva ângulos.
Gauss
Conforme Mapeamento Similar à UTM com
básico em escala defasagem de 3 de
média e grande. longitude entre os
meridianos
centrais.
Mapeamento das
regiões polares. Preserva ângulos.
Estereográfica
Plana Conforme Mapeamento da Oferece distorções
Polar
Lua, Marte e de escala.
Mercúrio.
Cartas gerais e
geográficas.
Cartas militares.
Lambert Cônica Conforme Preserva ângulos.
Cartas
aeronáuticas do
mundo.
Cartas ao
Lambert Million Cônica Conforme Preserva ângulos.
milionésimo.
Cartas náuticas.
Cilíndrica Cartas geológicas
Mercator Preserva ângulos.
Conforme e magnéticas.
Mapas Mundi.
Mapas Mundi.
Altera ângulos.
Miller Cilíndrica Mapas em escalas
Altera áreas.
pequenas.
Armazenamento
de dados que não
se encontram
vinculados a
Sistema local de
qualquer sistema
No_Projection Plana coordenadas
de projeção
planas.
convencional
(desenhos,
plantas, imagens
brutas ou não

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georeferenciadas,
etc.).
Altera áreas e
ângulos.
Mapeamento
Substituída pela
Policônica Cônica temático em
Cônica Conforme
escalas pequenas.
de Lambert nos
mapas mais atuais.
Aramazenamento
Geometria idêntica
de dados matriciais
a da projeção
Latlong - com resolução
cilíndrica
espacial definida
equidistante.
em graus decimais.
Mapeamentos
temáticos em
Pseudo-cilíndrica
Sinusoidal escalas Preserva áreas.
Equivalente
intermediárias e
pequenas.
Mapeamento Preserva ângulos.
básico em escalas Altera áreas (mas
Cilíndrica
UTM médias e grandes. as distorções não
Conforme
Cartas ultrapassam
topográficas. 0,5%).
Fonte: SPRING (2009)

DATUM
Queridos (as) além das projeções cartográficas, existem também os
data 5, estes se caracterizam como uma superfície de referência posicionada em
relação da Terra. Dessa forma, pode-se se inferir que o datum é um modelo
matemático que substitui a Terra real nas aplicações e representações
cartográficas.

Existem o datum planimétrico ou horizontal, este é estabelecido a partir


da latitude e da longitude de um ponto geográfico inicial, do azimute de uma linha
que parte deste ponto e de duas constantes necessárias para definir o elipsóide
de referência. Assim, forma-se a base para o cálculo dos levantamentos de
controle horizontal. Existe ainda o conceito de datum vertical, que representa às
altitudes medidas na superfície terrestre.

5
plural de Datum

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Os mapas mais antigos do Brasil adotavam o datum planimétrico Córrego


Alegre. Depois, o datum planimétrico SAD-69 passou a ser utilizado como
referência. Posteriormente, com o advento das medições dos sistemas de
detecção de GPS, começou a ser utilizado datum planimétrico global WGS-84.
E mais recentemente o IBGE adotou o SIRGAS2000 (Sistema de Referência
Geocêntrico para as Américas). A partir do ano de 2005, o sistema SIRGAS2000
foi considerado como o novo sistema de referência geodésico para o Sistema
Geodésico Brasileiro (SGB).

ESCALA
Tendo por base o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a
escala pode ser entendida como uma relação entre as dimensões dos elementos
geográficos representados em um mapa/carta e as dimensões correspondentes
sobre a superfície terrestre. Existem basicamente dois tipos de escalas: a de
ampliação e a de redução (Figura 13).

Figura 13: Mapa do Brasil em diferentes escalas. Fonte: internet 6

Quando queremos representar um objeto muito pequeno, usamos uma


escala de ampliação e assim o representamos de maneira visível (geralmente
como uma planta). Já os mapas são representações reduzidas do mundo real,
ou seja, utilizamos uma escala de redução.

6
http://2.bp.blogspot.com/- zY5GHwNkIME/TZzM7JP_-BI/AAAAAAAAAWQ/
Aan_qesjJJ0/s1600/mapas.gif 7 ESCALA

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A escala é definida como um valor adimensional entre a representação


gráfica (o mapa) e o mundo real com uma relação ou proporção. É definida
matematicamente como a razão entre duas grandezas.

E = d/D, onde:

 d é a distância medida no papel;


 D é a distância real no terreno; e
 E é a relação ou proporção entre d e D, ou seja, a escala do desenho.

Trata-se de uma informação obrigatória para qualquer representação


cartográfica da superfície terrestre e geralmente está representada sob a forma
numérica, gráfica ou nominal. Sendo assim denominados de escalas numéricas
ou fracionárias, e estas são expressas por frações cujos denominadores
representam as dimensões naturais e os numeradores, as que lhes
correspondem no mapa. Indicam-se da seguinte forma: 1:50 000 ou 1/50 000.A
escala de 1:50 000, por exemplo, indica que uma unidade de medida no mapa
equivale a 50 000 unidades da mesma medida sobre o terreno. Assim, 1 cm no
mapa corresponde a 50 000 cm (ou 500 m) no terreno.

Já a escala gráfica é representada por uma linha reta graduada (barra de


escala), na qual se indica a relação da distância real com as distâncias
representadas no mapa. Esse tipo de representação possui uma porção, à
esquerda, denominada talão com uma parte fracionada (desenhada do zero para
a esquerda) com submúltiplos da unidade escolhida para que se possa verificar
o tamanho do desenho em frações (Figura 14).

Figura 14. Exemplo de escala gráfica (1:4.000). Fonte: internet 7

7
http://2.bp.blogspot.com/- zY5GHwNkIME/TZzM7JP_-BI/AAAAAAAAAWQ/
Aan_qesjJJ0/s1600/mapas.gif 7 ESCALA

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CARTAS E MAPAS
Quando pensamos em geoprocessamento, de imediato imaginamos o
“produto” final, o mapa em si, mas é necessário que tenhamos em mente quais
são suas características, usos e classificações. É exatamente sobre esse item
que iremos estudar a partir de agora. Ficou curioso? Podemos começar? Vamos
lá!!!

Classificação de Cartas e Mapas


Quanto à natureza da representação:

A) Geral

 CADASTRAL - Até 1:25.000


 TOPOGRÁFICA - De 1:25.000 até 1:250.000
 GEOGRÁFICA - 1:1.000.000 e menores (1:2.500.000, 1:5.000.000 até
1:30.000.000)

B) Temática

São representações cartográficas com base em temas bem específicos,


como um mapa pedológico, de uso e cobertura do solo, etc. Sua classificação
segue abaixo:

Geral

São produtos cartográficos elaborados sem um fim específico. A


finalidade é fornecer ao usuário uma base cartográfica com possibilidades de
aplicações generalizadas, de acordo com a precisão geométrica e tolerâncias
permitidas pela escala. Apresentam os acidentes naturais e artificiais e servem,
também, de base para os demais tipos de cartas.

Cadastral

Representação em escala grande, geralmente planimétrica e com maior


nível de detalhamento, apresentando grande precisão geométrica. Normalmente

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é utilizada para representar cidades e regiões metropolitanas, nas quais a


densidade de edificações e arruamento é grande. As escalas mais usuais na
representação cadastral são: 1:1.000, 1:2.000, 1:5.000, 1:10.000 e 1:15.000.

As representações cartográficas cadastrais também podem ser do tipo


Mapa de Localidade - Denominação utilizada na Base Territorial dos Censos
para identificar o conjunto de plantas em escala cadastral, que compõe o
mapeamento de uma localidade (região metropolitana, cidade ou vila).

Topográfica

Carta elaborada a partir de levantamentos aerofotogramétrico e


geodésico original ou compilada de outras cartas topográficas em escalas
maiores. Inclui os acidentes naturais e artificiais, em que os elementos
planimétricos (sistema viário, obras, etc.) e altimétricos (relevo através de curvas
de nível, pontos colados, etc.) são geometricamente bem representados.

As aplicações das cartas topográficas variam de acordo com sua escala:

1:25.000 - Representa cartograficamente áreas específicas, com forte


densidade demográfica, fornecendo elementos para o planejamento
socioeconômico e bases para anteprojetos de engenharia. Esse mapeamento,
pelas características da escala, está dirigido para as áreas das regiões
metropolitanas e outras que se definem pelo atendimento a projetos específicos.
Cobertura Nacional: 1,01%.

1:50.000 - Retrata cartograficamente zonas densamente povoadas, sendo


adequada ao planejamento socioeconômico e à formulação de anteprojetos de
engenharia.

A sua abrangência é nacional, tendo sido cobertos até agora 13,9% do


Território Nacional, concentrando-se principalmente nas regiões Sudeste e Sul
do país.

1:100.000 - Objetiva representar as áreas com notável ocupação,


priorizadas para os investimentos governamentais, em todos os níveis de
governo - Federal, Estadual e Municipal.

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Cartografia para Geoprocessamento

A sua abrangência é nacional, tendo sido coberto até agora 75,39% do


Território Nacional.

1:250.000 - Subsidia o planejamento regional, além da elaboração de


estudos e projetos que envolvam ou modifiquem o meio ambiente.

A sua abrangência é nacional, tendo sido coberto até o momento 80,72%


do Território Nacional.

Mapa Municipal: Entre os principais produtos cartográficos produzidos


pelo IBGE encontra-se o mapa municipal, que é a representação cartográfica da
área de um município, contendo os limites estabelecidos pela Divisão Político-
Administrativa, acidentes naturais e artificiais, toponímia, rede de coordenadas
geográficas e UTM, etc.

Esta representação é elaborada a partir de bases cartográficas mais


recentes e de documentos cartográficos auxiliares, na escala das referidas
bases.

O mapeamento dos municípios brasileiros é para fins de planejamento e


gestão territorial e em especial para dar suporte as atividades de coleta e
disseminação de pesquisas do IBGE.

Geográfica

Carta em que os detalhes planimétricos e altimétricos são generalizados,


os quais oferecem uma precisão de acordo com a escala de publicação. A
representação planimétrica é feita através de símbolos que ampliam muito os
objetos correspondentes, alguns dos quais muitas vezes têm que ser bastante
deslocados.

A representação altimétrica é feita através de curvas de nível, cuja


eqüidistância apenas dá uma idéia geral do relevo e, em geral, são empregadas
cores hipsométricas. São elaboradas na escala. 1:500.000 e menores, como por
exemplo, a Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo (CIM).

Mapeamento das Unidades Territoriais: Representa, a partir do mapeamento


topográfico, o espaço territorial brasileiro através de mapas elaborados

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especificamente para cada unidade territorial do país.Produtos gerados:- Mapas


do Brasil (escalas 1:2.500.000,1:5.000.000,1:10.000.000, etc.).

 Mapas Regionais (escalas geográficas diversas).


 Mapas Estaduais (escalas geográficas e topográficas diversas).

Temática

São as cartas, mapas ou plantas em qualquer escala, destinadas a um


tema específico, necessária às pesquisas socioeconômicas, de recursos
naturais e estudos ambientais. A representação temática, distintamente da geral,
exprime conhecimentos particulares para uso geral.

Com base no mapeamento topográfico ou de unidades territoriais, o mapa


temático é elaborado em especial pelos Departamentos da Diretoria de
Geociências do IBGE, associando elementos relacionados às estruturas
territoriais, à geografia, à estatística, aos recursos naturais e estudos ambientais.

Principais produtos:

 Cartogramas temáticos das áreas social, econômica territorial, etc.


 Cartas do levantamento de recursos naturais (volumes RADAM).
 Mapas da série Brasil 1:5.000.000 (Escolar, Geomorfológico,
Vegetação, Unidades de Relevo, Unidades de Conservação Federais).
 Atlas nacional, regional e estadual.

Especial

São as cartas, mapas ou plantas para grandes grupos de usuários muito


distintos entre si, e cada um deles, concebido para atender a uma determinada
faixa técnica ou científica. São documentos muito específicos e sumamente
técnicos que se destinam à representação de fatos, dados ou fenômenos típicos,
tendo assim, que se cingir rigidamente aos métodos e objetivos do assunto ou

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Cartografia para Geoprocessamento

atividade a que está ligado. Por exemplo: Cartas náuticas, aeronáuticas, para
fins militares, mapa magnético, astronômico, meteorológico e outros.

Náuticas: Representa as profundidades, a natureza do fundo do mar, as


curvas batimétricas, bancos de areia, recifes, faróis, bóias, as marés e as
correntes de um determinado mar ou áreas terrestres e marítimas.

Elaboradas de forma sistemática pela Diretoria de Hidrografia e


Navegação - DHN, do Ministério da Marinha. O Sistema Internacional exige para
a navegação marítima, seja de carga ou de passageiros, que se mantenha
atualizado o mapeamento do litoral e hidrovias.

Aeronáuticas: Representação particularizada dos aspectos cartográficos


do terreno, ou parte dele, destinada a apresentar além de aspectos culturais e
hidrográficos, informações suplementares necessárias à navegação aérea,
pilotagem ou ao planejamento de operações aéreas.

Para fins militares: Em geral, são elaboradas na escala 1:25.000,


representando os acidentes naturais do terreno, indispensáveis ao uso das
forças armadas. Pode representar uma área litorânea características
topográficas e náuticas, a fim de que ofereça a máxima utilidade em operações
militares, sobretudo no que se refere a operações anfíbias.

CARTA INTERNACIONAL DO MUNDO AO MILIONÉSIMO


– CIM
Fornece subsídios para a execução de estudos e análises de aspectos
gerais e estratégicos, no nível continental. Sua abrangência é nacional,
contemplando um conjunto de 46 cartas.

É uma representação de toda a superfície terrestre, na projeção cônica


conforme de LAMBERT (com 2 paralelos padrão) na escala de 1:1.000.000.

A distribuição geográfica das folhas ao Milionésimo foi obtida com a


divisão do planeta (representado aqui por um modelo esférico) em 60 fusos de
amplitude 6º, numerados a partir do fuso 180º W - 174º W no sentido Oeste-
Leste (Figura 15). Cada um destes fusos por sua vez estão divididos a partir da

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Cartografia para Geoprocessamento

linha do Equador em 21 zonas de 4º de amplitude para o Norte e com o mesmo


número para o Sul.

Figura 15. Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo. Fonte: IBGE (2017)

Como o leitor já deve ter observado, a divisão em fusos aqui apresentada


é a mesma adotada nas especificações do sistema UTM. Na verdade, o
estabelecimento daquelas especificações é pautado nas características da CIM.

Cada uma das folhas ao Milionésimo pode ser acessada por um conjunto
de três caracteres:

1. Letra N ou S - indica se a folha está localizada ao Norte ou a Sul do


Equador.
2. Letras A até U - cada uma destas letras se associa a um intervalo de 4º
de latitude se desenvolvendo a Norte e a Sul do Equador e se prestam
à indicação da latitude limite da folha 8.

8
Além das zonas de A a U, temos mais duas que abrangem os paralelos de 84º a 90º. A saber:
a zona V que é limitada pelos paralelos 84º e 88º e a zona Z, ou polar, que vai deste último até
90º. Neste intervalo, que corresponde às regiões Polares, a Projeção de Lambert não

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3. Números de 1 a 60 - indicam o número de cada fuso que contém a folha.

Observação Importante: De acordo com o IBGE, o Território Brasileiro é


coberto por 08 (oito) fusos. (Figura 16)

Figura 16. O Brasil dividido em fusos de 6º. Fonte: IBGE (2017)

ÍNDICE DE NOMENCLATURA E ARTICULAÇÃO DE FOLHAS

Este índice tem origem nas folhas ao Milionésimo, e se aplica a


denominação de todas as folhas de cartas do mapeamento sistemático (escalas
de 1:1.000.000 a 1:25.000). A Figura 17 apresenta a referida nomenclatura.

atendeconvenientemente a sua representação. Utiliza-se então a Projeção Estereográfica


Polar.

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Figura 17. Nomenclatura das cartas do mapeamento sistemático.


Fonte: IBGE (2017)

Para escalas maiores que 1:25.000 ainda não existem normas que
regulamentem o código de nomenclatura. O que ocorre na maioria das vezes é
que os órgãos produtores de cartas ou plantas nessas escalas adotam seu
próprio sistema de articulação de folhas, o que dificulta a interligação de
documentos produzidos por fontes diferentes.

Existem dois sistemas de articulação de folhas que foram propostos por


órgãos envolvidos com a produção de documentos cartográficos em escalas
grandes:

O primeiro, proposto e adotado pela Diretoria de Eletrônica e Proteção ao


vôo (e também adotado pela COCAR), se desenvolve a partir de uma folha na
escala 1:100.000 até uma folha na escala 1:500.

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Cartografia para Geoprocessamento

O segundo, elaborado pela Comissão Nacional de Região Metropolitana


e Política Urbana, tem sido adotado por vários órgãos responsáveis pela
Cartografia Regional e Urbana de seus estados. Seu desenvolvimento se dá a
partir de uma folha na escala 1:25.000 até uma folha na escala 1:1.000.

Mapa Índice

Além do índice de nomenclatura, dispomos também de um outro sistema


de localização de folhas. Neste sistema numeramos as folhas de modo a
referenciá-las através de um simples número, de acordo com as escalas. Assim:

 para as folhas de 1:1.000.000 usamos uma numeração de 1 a 46;


 para as folhas de 1:250.000 usamos uma numeração de 1 a 550;
 para as folhas de 1:100.000 temos 1 a 3036;
 Estes números são conhecidos como "MI" que quer dizer número
correspondente no MAPA-ÍNDICE.

O número MI substitui a configuração do índice de nomenclatura para


escalas de 1:100.000, por exemplo, à folha SD-23-Y-C-IV corresponderá o
número MI 2215.

Para as folhas na escala 1:50.000, o número MI vem acompanhado do


número (1,2,3 ou 4) conforme a situação da folha em relação à folha 1:100.000
que a contém. Por exemplo, à folha SD-23-Y-C-IV-3 corresponderá o número MI
2215-3.

Para as folhas de 1:25.000 acrescenta-se o indicador (NO,NE,SO e SE)


conforme a situação da folha em relação à folha 1:50.000 que a contém, por
exemplo, à folha SD-23-Y-C-IV-3-NO corresponderá o número MI 2215-3-NO.

A aparição do número MI no canto superior direito das folhas topográficas


sistemáticas nas escalas 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000 é norma cartográfica
hoje em vigor, conforme recomendam as folhas-modelo publicadas pela Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército, órgão responsável pelo estabelecimento de
Normas Técnicas para as séries de cartas gerais, das escalas 1:250.000 e
maiores.

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Cartografia para Geoprocessamento

OUTRAS INFORMAÇÕES RELEVANTES


O sistema de coordenadas geodésicas ou o UTM permite o
posicionamento de qualquer ponto sobre a superfície da Terra, no entanto é
comum se desejar posicionamento relativo de direção nos casos de navegação.
Assim, ficam definidos três vetores associados a cada ponto:

 Norte Verdadeiro ou de Gauss - Com direção tangente ao


meridiano (geodésico) passante pelo ponto e apontado para o Pólo
Norte.
 Norte Magnético - Com direção tangente à linha de força do campo
magnético passante pelo ponto e apontado para o Pólo Norte
Magnético.

OBS.: Devido à significativa variação da ordem de minutos de arco


anualmente deste pólo ao longo dos anos, torna-se necessária à
correção do valor constantes da carta/mapa para a data do
posicionamento desejado.

 Norte da Quadrícula - Com direção paralela ao eixo N (que coincide


com o Meridiano Central do fuso) do Sistema de Projeção UTM no
ponto considerado e apontado para o Norte (sentido positivo de N)
 Azimute: É o ângulo formado entre a direção Norte-Sul e a direção
considerada, contado a partir do Pólo Norte, no sentido horário. O
Azimute varia de 0º a 360º e dependendo do Norte ao qual esteja a
referenciado podemos ter:

1. Azimute Verdadeiro ou de Gauss (Az G AB)


2. Azimute da Quadrícula (Az Q AB)
3. Azimute Magnético (Az M AB)

OBS.: O azimute Geodésico corresponde ao Azimute Verdadeiro


contato a partir do Pólo Sul.

 Contra-azimute: Contra-Azimute de uma direção é o Azimute da


direção inversa.

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 Declinação Magnética(d): É o ângulo formado entre os vetores


Norte Verdadeiro e o Norte Magnético associado a um ponto.
 Convergência Meridiana Plana (g): É o ângulo formado entre os
vetores Norte Verdadeiro e o Norte da Quadrícula associado a um
ponto.

No sistema UTM, a Convergência Meridiana Plana cresce com a


latitude e com o afastamento do Meridiano Central (MC).

No hemisfério Norte ela é positiva a Este do MC e negativa a Oeste


do MC.

No hemisfério Sul ela é negativa a Este do MC e positiva a Oeste do


MC.

 Rumo: É o menor ângulo que uma direção faz com a Direção Norte-
Sul.

Após o valor do rumo deve ser indicado o quadrante geográfico a que


o mesmo pertence, ou seja: NO, NE, SO ou SE.

OBS: Como os azimutes, os rumos, dependendo do norte ao qual


são referenciados podem ser: Rumo verdadeiro, da quadrícula ou
magnético.

 Contra-rumo: É o rumo da direção inversa.

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Cartografia para Geoprocessamento

REFERÊNCIAS
Alcântara, E. H. Caraterização da Bacia Hidrográfica do Itapecuru, Maranhão,
Brasil. Caminhos de Geografia 7(11)97-113, Fev/2004.

Bezerra, D. S. O ecossistema manguezal em meio urbano no contexto de


políticas públicas de uso e ocupação do solo na bacia do rio Anil, São Luís-
MA. Dissertação de mestrado apresentada ao programa de pós-graduação em
Saúde e Ambiente da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), 122 p. 2008.

Câmara, G. et al. Anatomia de Sistemas de Informação Geográfica. Escola


de Computação, SBC, 1996.

IBGE. Manual de Cartografia. Instituto Brasileiro de Geografia e Geografia e


Estatística (IBGE) / Diretoria de Geociência (DGC) – Departamento de
Cartografia. 2017. Disponível em
<https://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/indice.h
tm>. Acesso em 02/07/2017.

Johnson, S. O Mapa Fantasma: Jorge Zahar Editor. p. 66-68. ISBN 978-85-378-


0055-3. 2008.

Santos, A.L.S. Aula de Noções de GNSS para o mestrado em Meio Ambiente


da Universidade Ceuma. Data: 31/03/2017.

44
INSTITUTO FEDERAL Centro de Referência em Tecnologias,
Maranhão Educação a Distância e Programas Especiais

ESPECIALIZAÇÃO EM GEOPROCESSAMENTO

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