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UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
1a Edição
Rio de Janeiro
2015
APOIO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
Inclui Bibliografias.
Apoio ABEDA
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Caro leitor,
O Guia Técnico está dividido em três grandes etapas: Tipos de Ligantes e Reves-
timentos Asfálticos; Seleção de Camadas Asfálticas para Obras de Pavimentação; e
Construção e Controle Tecnológico. Ele foi preparado criteriosamente por uma equipe
de profissionais com larga experiência no ramo, liderada pelo professor doutor da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul – Jorge Augusto Pereira Ceratti, pela profes-
sora doutora da Universidade de São Paulo – Liedi Bariani Bernucci, e pelo professor
doutor da Universidade Federal do Ceará – Jorge Barbosa Soares. Entre tantas outras
publicações, estes autores também são responsáveis pelo livro Pavimentação Asfáltica:
Formação Básica para Engenheiros.
Além deste Guia Técnico, que contribuirá fortemente para o acervo bibliográfico da
área, você receberá um anexo com encarte contendo as mais variadas especificações
dos produtos, cujas tabelas serão atualizadas e disponibilizadas para o mercado, com o
apoio da Abeda, sempre que for necessário.
Desejamos que você se debruce sobre este trabalho e faça dele seu manual de
consultas técnicas para elaboração de projetos, pesquisas, orçamentos e nas escolhas
das mais diversas aplicações práticas de ligantes e misturas asfálticas, apropriados a
diferentes volumes de tráfego. Certamente embasarão o trabalho diário daqueles que
lidam com a malha rodoviária em seus diversos segmentos.
A ideia do presente livro, pensado como uma espécie de guia prático para o uso
de ligantes asfálticos convencionais e modificados em pavimentos, foi de com-
plementar o capítulo de ligantes do livro Pavimentação Asfáltica – formação bá-
sica para Engenheiros que também conta com a participação dos autores, além
de outras publicações existentes no país. No prefácio daquele livro antecipáva-
mos que o mesmo seria uma via que poderia estimular novas vias, da mesma
forma que uma estrada possibilita a construção de outras tantas. Entre as pos-
sibilidades de novos textos de referência, entendemos que o dimensionamento
de pavimentos asfálticos é essencial. Este tema tem progredido sobremaneira
no Brasil em tempos recentes, valendo citar o desenvolvimento em curso do
novo método de dimensionamento que será lançado nos próximos anos, numa
parceria entre Petrobras, universidades e DNIT, e da qual os autores participam.
Apesar da necessidade da atualização do método nacional de dimensionamento
de modo a possibilitar a consideração de tecnologias modernas, o Brasil já usa
há anos asfaltos com aditivos e misturas asfálticas especiais cujos benefícios
devem ser levados em consideração num projeto de pavimentos. Observa-se no
país, contudo, uma carência de material técnico contendo a experiência local
e com instruções sobre a aplicação apropriada das diferentes alternativas de
ligantes e misturas asfálticas para soluções tecnológicas específicas. Julgou-se
então oportuno o desenvolvimento de um material bibliográfico prático sobre a
utilização dos ligantes asfálticos em serviços de pavimentação, considerando
aspectos relativos ao tráfego, clima e estrutura do pavimento, visando sempre
ao melhor desempenho do revestimento.
Embora este livro possa perfeitamente ser usado como suporte adicional a es-
tudantes e docentes de disciplinas de infraestrutura de transportes, os autores
buscaram atender a uma demanda de engenheiros e técnicos da área de pa-
vimentação no que diz respeito a sugerir a definição daquelas situações mais
apropriadas para utilizar a gama de ligantes asfálticos hoje disponíveis e asso-
ciados a tecnologias de uso já consagrado.
Os autores
SUMÁRIO
Para obter melhores propriedades do CAP usualmente adiciona-se certos agentes mo-
dificadores que possam conferir melhor desempenho. Quando a um CAP é adicionado um
aditivo diz-se que o mesmo é um asfalto modificado. As principais modificações são des-
critas a seguir.
A Tabela A2 (ver Anexo) apresenta as especificações para CAPs modificados por polí-
meros do tipo elastômero, como é o caso do SBS (segundo resolução da ANP). Um elas-
tômero é um material macromolecular que recupera rapidamente a sua forma e dimensões
iniciais, após cessar a solicitação. Os CAPs modificados por polímeros elastoméricos (E)
são classificados, segundo o ponto de amolecimento e a recuperação elástica a 25ºC.
Atualmente são especificadas três classes de ligantes elastoméricos: 55/75-E, 60/85-E e
65/90-E, cujo primeiro algarismo da classe corresponde ao ponto de amolecimento mínimo
(°C) e o segundo à recuperação elástica mínima (%). Para ilustração, na classe 55/75-E
tem-se que o ponto de amolecimento é de no mínimo 55°C e a recuperação elástica de no
mínimo 75%. A referida resolução de número 32 não especifica qual elastômero deve ser
usado para a síntese do CAP modificado nem a concentração do mesmo em relação ao
CAP, embora para atingir cada classe seja necessário teores diferentes de polímero.
Os emulsificantes são estruturas orgânicas que apresentam uma parte polar que apre-
senta afinidade com os hidrocarbonetos do CAP e uma parte apolar com afinidade com as
moléculas de água. O uso de emulsificante em suspensões asfálticas tem a finalidade de
dar estabilidade à EAP, de diminuir a tensão superficial e de revestir os glóbulos de asfalto
com uma película protetora, mantendo-os dispersos na EAP. A quantidade de emulsificante
usada na composição da EAP, em geral, não ultrapassa 2,5% em massa de emulsão asfál-
tica. Os emulsificantes são classificados em iônicos e não iônicos, conforme a apresentação
ou não de carga quando solubilizados na fase aquosa, respectivamente. Os emulsificantes
iônicos podem ser anfóteros, catiônicos ou aniônicos, de acordo com o domínio de cargas
positivas ou negativas em sua constituição.
A emulsão asfáltica modificada por polímero é uma evolução, sendo os polímeros mais
usados nesse tipo de processo o SBR (borracha de butadieno estireno) e o SBS. SBR é um
copolímero obtido principalmente pelo processo de polimerização em emulsão, em que as
partículas de polímero ficam suspensas no asfalto na forma de látex. Por pertencer à classe
dos elastômeros, o SBR resiste bem a temperaturas elevadas e apresenta propriedades
elásticas semelhantes às da borracha. Este material apresenta boa compatibilidade com o
asfalto. Suas propriedades mecânicas podem ser melhoradas através do processo de vul-
canização, através da reação com enxofre ou com peróxidos. Os polímeros SBR e SBS têm
efeito significativo sobre os resultados do teste de ductilidade. Os elastômeros podem estar
dispersos tanto na fase aquosa da emulsão quanto dissolvidos no ligante asfáltico emul-
sionado. Após a ruptura da emulsão, o elastômero é completamente misturado ao ligante
asfáltico. Os ligantes asfálticos contendo elastômetros apresentam maior retorno elástico,
menor envelhecimento, melhor coesão e maior durabilidade.
As emulsões asfálticas são classificadas nos seguintes grupos de acordo com o Regu-
lamento Técnico da ANP.
RR Ruptura rápida.
RM Ruptura média.
RL Ruptura lenta.
EAI Emulsão asfáltica para imprimação.
LA e LAN Emulsões asfálticas de ruptura lenta catiônica e de carga neu-
tra, respectivamente, para serviço de lama asfáltica. A lama
asfáltica é uma mistura de agregado mineral, material de en-
chimento (fíler), emulsão asfáltica e água, usada para reparos
superficiais nos pavimentos. Os agregados podem ser areia,
agregado miúdo, pó de pedra ou mistura de ambos, desde que
suas partículas sejam resistentes e com moderada angularida-
de, livre de torrões de argila e de substâncias nocivas. O fíler
(cimento Portland, cal extinta, pós calcários etc.) deve estar
seco e sem grânulo.
LARC Emulsão asfáltica catiônica de ruptura controlada para serviço
de lama asfáltica.
RR1C-E Emulsão asfáltica catiônica de ruptura rápida modificada por
polímeros elastoméricos, essa emulsão é especialmente indi-
cada para serviços de pintura de ligação entre as camadas do
pavimento.
1.2
REVESTIMENTOS ASFÁLTICOS USINADOS A QUENTE,
MORNOS, A FRIO, RECICLADOS
Quanto à graduação dos agregados, esta influencia o teor de ligante asfáltico de projeto
e a macrotextura superficial da camada asfáltica. O teor de ligante asfáltico de projeto está
vinculado ao recobrimento que este deverá realizar em todos os agregados (portanto sen-
do dependente da superfície específica dos mesmos), permitindo uma dada espessura de
filme de ligante que proteja os mesmos e permita coesão elevada nos contatos entre grãos
As misturas asfálticas bem graduadas, por serem compostas por agregados de várias
dimensões, onde os menores preenchem os vazios deixados pelos de maior dimensão,
formam uma estrutura de elevada resistência ao cisalhamento, pois há um embricamento
(atrito interno) dos agregados cujas superfícies se tocam em vários pontos – Figura 1.1.
Dada a distribuição granulométrica, estas misturas tendem a oferecer vazios do agregado
mineral (VAM) relativamente baixos, ou seja, há uma baixa disponibilidade de vazios para
serem preenchidos com ligante asfáltico e um teor relativamente baixo deste, entre 4 e 6%
(em massa de mistura asfáltica) no geral, torna a mistura densa, impermeável, com cerca
de 3 a 5% de volume de vazios (Vv).
As misturas asfálticas descontínuas, por sua vez, por terem uma porcentagem elevada
de agregados de dimensão similar, formam um esqueleto com estes agregados que se to-
cam entre si, deixando elevado Vv entre os mesmos (comparativamente à mistura asfáltica
densa) – Figura 1.1. Para tornar essa mistura asfáltica impermeável, com cerca de apenas
4% de vazios com ar, é necessário preencher esse elevado volume entre agregados graúdos
com um mástique, formado por uma fração pequena de agregados miúdos, fíler e asfalto.
Uma vez que o VAM é elevado, o teor de ligante requerido excede em geral 6%. Algumas
misturas asfálticas descontínuas permitem um maior Vv e, desta maneira, o teor de ligante
requerido fica entre 5 e 6%.
Figura 1.1 Ilustração esquemática dos três tipos de distribuição granulométrica das misturas asfálticas
Gap-graded
As misturas asfálticas descontínuas, gap-graded, são assim denominadas pois apresen-
tam-se com graduação em intervalo. Nas misturas asfálticas do tipo gap-graded, o ligante
asfáltico utilizado é modificado por borracha moída de pneu ou por polímeros elastoméri-
cos, apresentados na seção anterior. A Tabela A12 (ver Anexo) apresenta faixas granulomé-
tricas para esse tipo de misturas asfáltica utilizada no país, norma DNIT 112/2009-ES. A
Tabela A13 (ver Anexo) apresenta as características e as propriedades a serem atendidas
por estas citadas misturas (considerando os métodos de ensaio propostos pela ABNT).
Nas misturas asfálticas do tipo SMA é utilizado o CAP modificado por polímeros elasto-
méricos e a adição de fibras para evitar o escorrimento de ligante asfáltico. Uma vez que o
teor de ligante asfáltico dessas misturas é bastante elevado (em geral, acima de 6,0% para
agregados de densidade 2,75), em comparação com o teor utilizado em misturas asfálticas
bem graduadas densas, realiza-se ainda um ensaio especial para verificação do escorri-
mento de ligante asfáltico aquecido, para assegurar sua permanência na mistura asfáltica
Para utilização em misturas asfálticas do tipo SMA, o agregado deve apresentar perda
por abrasão LA de no máximo 30%, embora tenham sido utilizados com sucesso agregados
com perdas um pouco acima desse limite. Devido ao maior contato dos agregados graúdos
entre si, há efetivamente maior chance de quebra ou desgaste dos grãos angulares.
Tabela 1.1: Faixas granulométricas e requisitos para misturas asfálticas do tipo SMA
propostos pela especificação alemã (ZTV Asphalt – StB 94, 2001)
(1) A designação B corresponde a CAPs convencionais e o número significa a penetração do ligante asfáltico;
PmB são ligantes modificados por polímeros. Os CAPs modificados por polímeros (PmB45) são recomen-
dados para solicitações especiais.
Para uma boa compatibilização entre suas características mecânicas e funcionais, deve
se adequar o Vv e a descontinuidade das curvas granulométricas das misturas asfálticas
projetadas. Essas formulações levam a revestimentos com graduação descontínua e textura
superficial aberta que necessitam de uma camada e/ou uma pintura de ligação, para garan-
tir a impermeabilização das camadas subjacentes. Na metodologia de dosagem de misturas
asfálticas francesas, há níveis distintos cuja escolha depende do volume de tráfego e da
importância da obra, conforme referido no Capítulo 3 deste guia técnico.
Hanson (2001) recomenda que as trincas existentes no pavimento devem ser previa-
mente seladas para o bom desempenho do RAUD. Conclui que a técnica resulta em boas
características de macrotextura, de atrito e de drenabilidade superficial, bem como excelen-
te retenção de agregados e adesão do revestimento à camada subjacente.
Tabela 1.2: Propriedades dos agregados para uso em misturas asfálticas do tipo RAUD.
Fonte: Caltrans (2003a)
Equivalente de areia
Limite de aceitação (% mínima) Califórnia Test 217 47
Faixa de trabalho (% mínima) Califórnia Test 217 50
(a) Na Seção D da metodologia Califórnia Test 205, a definição de uma partícula britada é: “Uma partícula
com duas ou mais faces fraturadas mecanicamente pode ser considerada uma partícula britada”.
(b) Se o agregado miúdo é 100% britado, o uso de material britado deve ser monitorado durante todo o pro-
cesso produtivo. Se a fração fina é uma combinação de material britado e materiais naturais, a angulari-
dade do agregado miúdo deve ser monitorada durante o processo.
Tabela 1.4: Características dos agregados miúdos (< 4,75mm) para misturas asfálticas
do tipo RAUD. Fonte: TDOT (2004)
19,0 ¾” – – – – 100 –
As misturas de módulo elevado são divididas em dois tipos conforme a aplicação das
mesmas como camada de ligação (binder) ou camada de base. A mistura para camadas do
Nas normas francesas não há faixas granulométricas, sendo a dosagem desse tipo de
mistura baseada em resultados de ensaios mecânicos. A Tabela 1.6 apresenta faixas gra-
nulométricas para a mistura de módulo elevado adotadas em camada de base em Portugal
(Jae, 1998; Branco et al., 2006).
25 1” 100 100
19 3/4” 90 100
12,5 1/2” 70 90
9,5 3/8” 60 80
4,75 no 4 44 62
2,36 no 8 30 44
0,85 no 20 16 30
0,425 no 40 10 21
0,18 no 80 7 14
0,075 no 200 6 10
As normas francesas também não fazem restrições com relação ao ligante, que pode
ser puro, modificado (com polímeros ou com aditivos). A dosagem é fixada por meio do
“módulo de riqueza” (k) que é uma espessura mínima de filme de asfalto sobre o agregado
(Brosseaud, 2002). A partir da escolha de uma curva granulométrica, define-se o teor de
ligante em função da superfície específica dos agregados e do tipo de mistura a partir do
módulo de riqueza, conforme indicado pela equação (3.1).
A Tabela 1.7, adaptada de ECS (2006), e a Tabela 1.8, adaptada de Afnor (1999), Cor-
té e Serfass (2000) e Corté (2001), apresentam as especificações de características para
CAPs de elevada rigidez e para as misturas asfálticas de alto módulo utilizadas na Europa.
Tabela 1.7: Características dos ligantes asfálticos do tipo CAP 10-20 e CAP 15-25
adaptada de ECS (2006)
Ligante duro
Parâmetro
CAP 10-20 CAP 15-25
Penetração a 25ºC, 5s, 100g (10 -1mm) 10-20 15-25
Ensaio Duriez
≥0,70 ≥0,70
(18ºC) NF P 98-251-1
% deformação permanente
≤7,5 ≤7,5
(60ºC, 30.000 ciclos)
(vazios entre 7 e 10%) (vazios entre 3 e 6%)
NF P 98-253-1
Módulo rigidez
≥14.000 ≥14.000
(15ºC, 10 Hz)
(vazios entre 7 e 10%) (vazios entre 3 e 6%)
(MPa) NF P 98-280-2
Muitos dos trabalhos publicados sobre esse tipo de mistura asfáltica não apresentam
os detalhes de como a mistura final foi proposta no que diz respeito à dosagem das mes-
mas, nem aos parâmetros utilizados. Blankenship et al. (2004) apresentam alguns limites
relacionados aos parâmetros volumétricos, bem como para a resistência ao trincamento por
fadiga, para seleção da mistura, conforme ilustrado na Tabela 1.9. Os autores mencionam
que essa camada intermediária deve ser rica em ligante asfáltico altamente modificado
(HiMA), e agregado miúdo. O ligante asfáltico utilizado no citado estudo foi um cross-linked
elastomeric styrene-butadiene block copolymer system, que, de acordo com os autores,
fornece características elásticas ao ligante asfáltico, além de torná-lo resistente a tensões
de tração, de cisalhamento e de flexão. Makowski et al. (2005) apresentam os mesmos cri-
térios (parâmetros volumétricos e resistência ao trincamento por fadiga), porém adicionam
exigências quanto às características do ligante asfáltico e sugerem uma faixa granulométrica
para esse tipo de mistura, conforme apresentado na Tabela 1.10.
Tabela 1.9: Critérios de dosagem de misturas asfálticas do tipo SAMI apresentados por
Blankenship et al. (2004)
Parâmetros volumétricos
Nmax 50 giros
Teste de separação
6ºC de diferença (máx) após 48h
(ASTM D5976 Sec 6.1)
Distribuição granulométrica
3/8” (9,5mm) 100%
o
n 4 (4,7mm) 80-100%
no 8 (2,36mm) 60-85%
o
n 16 (1,18mm) 40-70%
no 30 (0,6mm) 25-55%
o
n 50 (0,3mm) 15-35%
O emprego das misturas asfálticas mornas vem crescendo nos últimos anos devido às
maiores exigências em relação ao desenvolvimento sustentável e na preservação das con-
dições de segurança, meio ambiente e saúde (SMS).
A Tabela A20 (ver Anexo) define as faixas granulométricas e os requisitos para esse
tipo de mistura asfáltica, produzida em usina ou in situ, conforme especificações DNIT
033/2005-ES e DNIT 034/2005-ES. Estas normas também apresentam limites de valores
de características e de propriedades a serem atendidos, conforme Tabela A11 (atualizada
para métodos ABNT), e especificações complementares.
Segundo sua aplicação os tratamentos de superfícies podem ser classificados em: (a)
usinados (lama asfáltica e microrrevestimento asfáltico a frio) e (b) sem mistura prévia (tra-
tamentos superficiais por penetração), conforme descritos a seguir.
Os TS também podem ser realizados com CAP ou com asfaltos modificados, porém é
necessário equipamento que mantenha o ligante asfáltico em tanque aquecido. Esta opção
A Figura 1.2 mostra, esquematicamente, esses três tipos de TS. Nos tratamentos múl-
tiplos em geral a primeira camada é de agregados de tamanhos maiores e estes vão dimi-
nuindo à medida que constituem uma nova camada. As Tabelas A24 e A25 (ver Anexo)
mostram exemplos de faixas granulométricas que podem sem empregadas no TSD.
TSS
TSD
TST
Tratamento anti-pó
Técnica utilizada para controle de poeira em estradas de terra ou de revestimen-
to primário, por espalhamento de emulsão asfáltica de baixa viscosidade tipo
EAI, com ou sem cobertura de agregado miúdo. A emulsão asfáltica tipo EAI
deve penetrar na superfície tratada (2mm a 7mm). É uma alternativa de baixo
custo para locais de baixíssimo volume de tráfego e obtida por espalhamento
de ligante de baixa viscosidade, com cobertura de agregado miúdo (Derba
023/00). Considera-se que, se a base imprimada apresenta uma boa interação
com a emulsão, proporcionando boa resistência ao desgaste, o sucesso da téc-
nica estará garantido, visto que a impermeabilização da base estará satisfeita.
O pó utilizado no salgamento da técnica de tratamento antipó visa proteger a
camada imprimada que será submetida à ação do tráfego. Portanto, é necessá-
ria a realização do ensaio de desgaste, nesta camada, e o sucesso da mesma
depende da qualidade da emulsão aplicada no segundo banho e do material
granular utilizado (pó de pedra, areia etc.).
Cape seal
Revestimento asfáltico delgado, onde são aplicadas duas técnicas de pavimen-
tação em conjunto, TSS com agregados com diâmetro máximo variando entre
6,3mm a 13mm, que confere as características de reabilitação e de flexibilida-
de aos pavimentos com trincas não ativas; seguido de uma selagem com MRAF,
que promove a impermeabilização e a rugosidade ideal para o pavimento a fim
de garantir a segurança e o conforto ao rolamento aos usuários da rodovia.
Imprimação
Segundo o DNIT, o serviço de imprimação consiste na aplicação de material asfálti-
co sobre a superfície da base granular concluída, antes da execução de um revesti-
mento asfáltico qualquer, objetivando conferir coesão superficial, impermeabilizar e
permitir condições de aderência entre esta base e o revestimento a ser executado.
É prática usual na engenharia rodoviária a utilização do asfalto diluído de petróleo
(ADP) tipo cura média CM 30 para serviços de imprimação. Porém nos últimos
anos, devido às maiores exigências em relação ao desenvolvimento sustentável e
a preservação das condições de segurança, meio ambiente e saúde (SMS), passou
a se empregar emulsões asfálticas para este tipo de tratamento de superfície.
Diante dessa conscientização, o DNIT revisou sua especificação de serviço (DNIT
144/2014-ES) de modo a contemplar o emprego de emulsões asfálticas tipo EAI,
cuja especificação é apresentada na Tabela A8 (ver Anexo).
Pintura de Ligação
A pintura de ligação consiste na aplicação de emulsão asfáltica catiônica,
conforme indicação do projeto, sobre base coesiva ou pavimento a ser res-
taurado, objetivando promover condições de aderência entre as camadas.
A existência de aderência entre as diversas camadas é fundamental para manter a
integridade estrutural do pavimento, uma vez que cada camada contribui com sua
parcela para a absorção dos esforços oriundos da ação das cargas em movimento,
sendo que na sua ausência o pavimento seria incapaz de assimilar esforços trans-
versais ou longitudinais originados pela passagem dos veículos. A norma DNIT
145 2010 ES – Pintura de ligação com ligante asfáltico convencional estabelece a
especificação de serviço para esse tipo de tratamento de superfície.Recomenda-se
a pintura de ligação com o emprego de emulsão modificada por polímero elasto-
mérico tipo RR1C-E devido a sua maior capacidade de adesão entre as camadas,
resultando em um melhor desempenho e vida útil do pavimento asfáltico..
A maior parte da estabilidade do TS por penetração se deve à adesão, conferida pelo ligante
asfáltico entre o agregado e o substrato, sendo secundária a contribuição dada pelo entrosamen-
to das partículas dos agregados. Já no macadame betuminoso, a estabilidade é principalmente
obtida pelo intertravamento e pelo atrito entre as partículas de agregados, complementada pela
coesão conferida pelo ligante asfáltico. Do TSS por penetração até o tratamento múltiplo, há
uma transição no que diz respeito à estabilidade. Entretanto, quanto mais aplicações se adotam
no TS, mais duvidosas serão as vantagens econômicas do processo; neste caso um outro tipo
de revestimento, como o pré-misturado a frio, deve ser considerado.
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-Graduação em Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP. São
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VILLELA, A.R.A. Estudo de camada de base asfáltica de módulo elevado para restau-
ração de rodovias de tráfego muito pesado. Tese de Doutorado, Poli/USP, 2012.
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
1a Edição
Rio de Janeiro
2015
APOIO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
Inclui Bibliografias.
Apoio ABEDA
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Caro leitor,
O Guia Técnico está dividido em três grandes etapas: Tipos de Ligantes e Reves-
timentos Asfálticos; Seleção de Camadas Asfálticas para Obras de Pavimentação; e
Construção e Controle Tecnológico. Ele foi preparado criteriosamente por uma equipe
de profissionais com larga experiência no ramo, liderada pelo professor doutor da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul – Jorge Augusto Pereira Ceratti, pela profes-
sora doutora da Universidade de São Paulo – Liedi Bariani Bernucci, e pelo professor
doutor da Universidade Federal do Ceará – Jorge Barbosa Soares. Entre tantas outras
publicações, estes autores também são responsáveis pelo livro Pavimentação Asfáltica:
Formação Básica para Engenheiros.
Além deste Guia Técnico, que contribuirá fortemente para o acervo bibliográfico da
área, você receberá um anexo com encarte contendo as mais variadas especificações
dos produtos, cujas tabelas serão atualizadas e disponibilizadas para o mercado, com o
apoio da Abeda, sempre que for necessário.
Desejamos que você se debruce sobre este trabalho e faça dele seu manual de
consultas técnicas para elaboração de projetos, pesquisas, orçamentos e nas escolhas
das mais diversas aplicações práticas de ligantes e misturas asfálticas, apropriados a
diferentes volumes de tráfego. Certamente embasarão o trabalho diário daqueles que
lidam com a malha rodoviária em seus diversos segmentos.
A ideia do presente livro, pensado como uma espécie de guia prático para o uso
de ligantes asfálticos convencionais e modificados em pavimentos, foi de com-
plementar o capítulo de ligantes do livro Pavimentação Asfáltica – formação bá-
sica para Engenheiros que também conta com a participação dos autores, além
de outras publicações existentes no país. No prefácio daquele livro antecipáva-
mos que o mesmo seria uma via que poderia estimular novas vias, da mesma
forma que uma estrada possibilita a construção de outras tantas. Entre as pos-
sibilidades de novos textos de referência, entendemos que o dimensionamento
de pavimentos asfálticos é essencial. Este tema tem progredido sobremaneira
no Brasil em tempos recentes, valendo citar o desenvolvimento em curso do
novo método de dimensionamento que será lançado nos próximos anos, numa
parceria entre Petrobras, universidades e DNIT, e da qual os autores participam.
Apesar da necessidade da atualização do método nacional de dimensionamento
de modo a possibilitar a consideração de tecnologias modernas, o Brasil já usa
há anos asfaltos com aditivos e misturas asfálticas especiais cujos benefícios
devem ser levados em consideração num projeto de pavimentos. Observa-se no
país, contudo, uma carência de material técnico contendo a experiência local
e com instruções sobre a aplicação apropriada das diferentes alternativas de
ligantes e misturas asfálticas para soluções tecnológicas específicas. Julgou-se
então oportuno o desenvolvimento de um material bibliográfico prático sobre a
utilização dos ligantes asfálticos em serviços de pavimentação, considerando
aspectos relativos ao tráfego, clima e estrutura do pavimento, visando sempre
ao melhor desempenho do revestimento.
Embora este livro possa perfeitamente ser usado como suporte adicional a es-
tudantes e docentes de disciplinas de infraestrutura de transportes, os autores
buscaram atender a uma demanda de engenheiros e técnicos da área de pa-
vimentação no que diz respeito a sugerir a definição daquelas situações mais
apropriadas para utilizar a gama de ligantes asfálticos hoje disponíveis e asso-
ciados a tecnologias de uso já consagrado.
Os autores
SUMÁRIO
2.1
CONDICIONANTES PARA UM PROJETO DE
PAVIMENTO
3 A porcentagem de veículos comerciais por faixa de tráfego para vias com duas
ou mais faixas por sentido, sendo em geral considerada a faixa mais carregada
ou a mais solicitada pelos veículos comerciais para o projeto do pavimento; e
Uma crítica que se faz em relação ao uso do número N para representar a solicitação
do tráfego, é que se estimam os danos de forma particularizada, levando em consideração
um determinado problema ou ruptura provável. Esses pressupostos e hipóteses não são
Número N de
repetições equivalentes
Designação de carga
Rodovias e vias típicas
segundo o nível do eixo-padrão de
nesta categoria(2)
de tráfego 80kN ou 8,2tf
(USACE – DNIT, 2006a)
(1)
(1) Número de repetições de carga do eixo padrão AASHTO é calculado empregando outros Fatores de
Equivalência de Carga da AASHTO, que resultam em números N diferentes do N USACE, para o mesmo
tráfego. O N USACE tem sido empregado tradicionalmente para dimensionamento de pavimentos pelo
método empírico de dimensionamento de estruturas de pavimento novos vigente no Brasil. O N AASHTO
também é empregado no Brasil para algumas verificações estruturais e projetos de restauração.
(2) O número de repetições acumuladas de eixos deve ser calculado e não estimado pela categoria da rodo-
via ou via; a descrição na presente tabela é empregada para exemplificar algumas ocorrências frequentes,
não generalizadas. O volume de tráfego diário de veículos comerciais descritos é meramente indicativo e
ilustrativo, devendo ser calculado com rigor, levando em consideração a magnitude das cargas, configu-
rações de eixos etc. Rodovias ou vias urbanas de mesmo VDM (volume de tráfego diário médio) podem
resultar em diferentes N - número de solicitações equivalentes de carga do eixo padrão.
Locais onde há precipitações intensas, mesmo que sejam de curta duração, ou com
somatório elevado de precipitações anuais, são propensos à ocorrência de acidentes por
derrapagens ou até hidroplanagem. Nas rodovias e vias urbanas onde se possa desenvolver
maiores velocidades, o risco aumenta, pois o coeficiente de atrito em pavimentos molhados
cai com o aumento da velocidade. Nessas regiões, a existência de curvas de pequeno raio
e rampas também são pontos de maior atenção. Em rodovias de tráfego intenso e altas
velocidades, com curvas de grandes raios e diversas faixas de rolamento, também se faz
necessário um bom projeto de drenagem superficial, pois a área de contribuição é expres-
Essas situações citadas podem ser tratadas de forma diferenciada, utilizando revesti-
mentos asfálticos que contribuam para o aumento no coeficiente de atrito entre o pneu e
pavimento (ver item 2.3 e Tabela 2.6). É importante ressaltar que um bom projeto de drena-
gem e de dispositivos adequados para promover a retirada da água da superfície ou daquela
que infiltre na estrutura de pavimento são imperativos, tanto para melhoria das condições
de aderência, quanto para o funcionamento estrutural dos pavimentos.
2.1.4 Materiais
Subleito
Um bom projeto de dimensionamento de pavimentos envolve um estudo apurado da ge-
ologia, da pedologia e da geotecnia locais. Nos cortes e aterros, o tratamento que será dado
ao subleito é essencial para um bom desempenho da estrutura do pavimento. Recomenda-
-se fortemente que haja um processo de densificação intenso do subleito, alcançando-se o
maior grau de compactação possível do solo em questão, desde que o processo executivo
não leve o mesmo a apresentar anisotropia (“lamelas” construtivas). Recomenda-se ainda
que se empreguem tecnologias e metodologias nacionais de reconhecimento de solos e para
sua seleção, como a miniatura compactada tropical – MCT (Nogami e Villibor, 1995).
Este Guia técnico sugere que para tráfego A e MP (Tabela 2.1) sejam empregadas
bases ou sub-bases de elevados módulos de resiliência ou elástico. Nesse sentido indica
para alívio de tensões de tração no revestimento asfáltico e aumento de sua vida de fadiga:
Fíler e aditivos
Dependendo do tipo de mistura asfáltica selecionada para a obra, deve-se também
prever a disponibilidade de fíler ativo (como a cal), e aditivos (como fibras, melhoradores de
adesividade líquidos, entre outros produtos).
Ligantes asfálticos
Este Guia técnico sugere a seleção de ligantes asfálticos em função do tráfego, do tipo
de obra (implantação ou reabilitação), das especificidades locais e do tipo de misturas
asfálticas. Caso haja situações ou condições adversas, tais como: rampas fortes, curvas
fechadas, presença de tráfego canalizado de veículos pesados, temperaturas médias do
ar muito elevadas, entre outras situações que exijam misturas asfálticas especiais para
garantir o desempenho adequado, sugere-se que seja elevado o nível de desempenho em
Os cálculos de espessura das camadas asfálticas dependem dos tipos de ligantes as-
fálticos e graduação utilizados, do tráfego atuante, dos materiais e das espessuras das
camadas subjacentes às camadas asfálticas, do subleito, e das condições climáticas. Não
é adequado o cálculo de espessuras que não levem em consideração as propriedades
mecânicas das camadas asfálticas. A diferenciação dos tipos de ligantes e de soluções de
revestimentos e bases asfálticas somente é bem avaliada pelas propriedades mecânicas
(ver Capítulo 3 deste Guia técnico).
TSS (simples)
TSD (duplo)
TST (triplo)
Camadas intermediárias (binder) e bases
Macadame betuminoso por penetração a
quente (base)
Misturas asfálticas usinadas a quente ou
mornas (binder e base)
Camadas de rolamento: misturas usinadas
TSD (duplo)
TST (triplo)
Camadas intermediárias (binder) e bases
Macadame betuminoso por
penetração a quente (base)
Misturas asfálticas usinadas a
quente ou mornas (binder e base)
EME - mistura de módulo elevado
(base)
SAMI (sobre camada que
possui trincas de retração)
Camadas de rolamento: misturas usinadas
Concreto asfáltico - CA
Camadas de rolamento: misturas especiais usinadas
Concreto asfáltico - CA
Camada porosa de atrito - CPA(*)
Mistura asfáltica tipo Gap Graded - GG(*)
Mistura asfáltica tipo BBTM / RAUD(*)
Mistura asfáltica tipo SMA(*)
Não adequado: produto cuja aplicação não é indicada tecnicamente.
Adequado: produto cuja aplicação pode levar ao sucesso técnico (pressupõe realização de ensaios de dosagem e
de propriedades, seguindo especificações, e aplicação dentro das boas técnicas executivas).
Recomendado: produto cuja aplicação é recomendada do ponto de vista técnico e de durabilidade (pressupõe
realização de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificações, e aplicação dentro das boas
técnicas executivas).
A não indicação de uso ou de restrição significa muitas vezes que se trata de uma solução não usual ou economica-
mente inviável, ou mesmo de pouca experiência prática neste tipo de serviço ou emprego específico.
(*) Camadas que devem ser executadas sobre camadas asfálticas densas (não drenantes).
Observação importante: trata-se de sugestão de seleção de uso e não assegura sucesso caso não sejam
feitos os ensaios de caracterização de materiais, dosagem e determinação de propriedades mecânicas e
hidráulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mínimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e que
comprovem a eficiência de adoção de menores espessuras.
Mistura asfáltica
tipo BBTM / RAUD(*)
Mistura asfáltica
tipo SMA(*)
RR-1C RR-2C RM-1C RM-2C RL-1C LA-1C LAN EA I LA-RC RR1C-E RR2C-E RM1C-E RC1C-E RL1C-E
TSS
TSD
TST
Camadas intermediárias (binder) e bases
Macadame
betuminoso
Solo-emulsão
Camadas de rolamento: misturas usinadas
PMF aberto
PMF semidenso
PMF denso
Areia asfalto -
AAUF
Camadas de rolamento: tratamentos de superfície
Microrrevestimento
- MRAF
Lama asfáltica - LA
Tratamento tipo
SAM
Nível de tráfego: M
(moderado volume de tráfego 106 <N ≤ 107)
Tipos de
serviços Emulsões asfálticas
asfálticos
Convencionais Elastoméricas
a frio
Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura
Ruptura lenta
rápida média controlada rápida média controlada lenta
RR-1C RR-2C RM-1C RM-2C RL-1C LA-1C LAN EA I LA-RC RR1C-E RR2C-E RM1C-E RC1C-E RL1C-E
TSD
TST
Camadas intermediárias (binder) e bases
Macadame
betuminoso
Solo-emulsão
PMF aberto
PMF
semidenso
PMF denso
Areia asfalto -
AAUF
Camadas de rolamento: tratamentos de superfície sobre camada asfáltica
Microrrevestimento
- MRAF
Lama Asfáltica
- LA
Tratamento tipo
SAM
Nível de tráfego: A e MP
(alto volume de tráfego e tráfego muito pesado N > 107)
Tipos de Emulsões asfálticas
serviços
asfálticos Convencionais Elastoméricas
a frio Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura
Ruptura lenta
rápida média controlada Ruptura rápida média controlada lenta
RR-1C RR-2C RM-1C RM-2C RL-1C LA-1C LAN EA I LA-RC RR1C-E RR2C-E RM1C-E RC1C-E RL1C-E
Microrrevestimento
- MRAF
Tratamento tipo
SAM
Tráfego
Tipos de ligantes asfálticos B M A MP
Baixo Moderado Alto Muito Pesado
Pinturas de ligação
(entre camadas asfálticas de revestimento ou entre revestimento e base asfáltica)
Tabela 2.11: Classes de microtextura (ABPv, 1999, adotada pelo DNIT, 2006b)
Classe Valor de resistência à derrapagem
Perigosa < 25
Muito lisa 25 ≤ VRD ≤ 31
Lisa 32 ≤ VRD ≤ 39
Insuficientemente rugosa 40 ≤ VRD ≤ 46
Medianamente rugosa 47 ≤ VRD ≤ 54
Rugosa 55 ≤ VRD ≤ 75
Muito rugosa VRD > 75
Atualmente no Brasil, está sendo disseminado o uso de equipamentos dinâmicos, como o Grip-
-tester, instalados em reboques, operados em velocidades em geral de 65km/h a 95km/h, para a
medida de atrito em pista molhada de forma controlada e contínua, em rodovias e vias em geral
(ASTM E274/E274M-11). Essa prática já está presente no Brasil há décadas para a medida de
atrito em pistas de pouso e de decolagem de aeroportos para que se reportem os valores de atrito
médio nos três terços das pistas, para os pilotos e as companhias aéreas, por normalização interna-
cional. No Brasil, emprega-se em pistas de aeroporto o equipamento µ-meter e, mais recentemen-
te, também o skidometer. Há normalização para as correlações entre os resultados fornecidos por
diferentes equipamentos (ASTM E2666-09, a ASTM E2793-10 e a ASTM E2883-13).
O atrito pode ser reportado por um indicador que independe do equipamento, pois emprega
as correlações entre eles. Esse parâmetro é conhecido por International Friction Index (IFI), tra-
duzido no Brasil por APS (2006) como Índice de Atrito Internacional (ASTM E1960-07, 2011).
Embora a aderência seja um parâmetro fundamental para a segurança dos usuários das
vias e rodovias, há ainda muito que se fazer e a se implantar no Brasil nesse aspecto. Há
diversas técnicas de pavimentos asfálticos para melhorar as condições de atrito, principal-
mente em superfícies molhadas, apontadas e recomendadas na Tabela 2.12.
Tráfego
Camadas de rolamento B M A MP Muito
Baixo Moderado Alto Pesado
Camadas de rolamento
Concreto asfáltico denso (somente
com altura média de mancha de
areia ≥ 0,6 mm)
SMA
Gap-graded(1)
CPA (1)
Camadas delgadas usinadas BBTM
e RAUD (2,0 a 3,0cm)(1)
Tratamentos superficiais de pene-
tração invertida(2)
Lama asfáltica(2)
Microrrevestimento asfáltico a frio(2)
Adequado: produto cuja aplicação pode levar ao sucesso técnico (pressupõe realização de ensaios de
dosagem e de propriedades, seguindo especificações, e aplicação dentro das boas técnicas executivas).
Recomendado: produto cuja aplicação é recomendada do ponto de vista técnico e de durabilidade (pres-
supõe realização de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificações, e aplicação dentro
das boas técnicas executivas).
A não indicação de uso ou de restrição significa que se trata de uma solução não indicada, embora não
se possa dizer que seja inadequada, pois a macrotextura deve ser elevada para colaborar com o atrito, o
que de difícil obtenção em concretos asfálticos.
(1) Misturas asfálticas porosas (drenantes) devem ser construídas obrigatoriamente sobre camadas asfálticas
densas e impermeáveis. Devem ser testadas à desagregação em curvas fechadas ou rampas fortes.
(2) Tratamentos superficiais de penetração invertida, executados com emulsão modificada por polímero e
construídos sobre uma camada asfáltica usinada.
Observação importante: trata-se de sugestão de seleção de uso e não assegura sucesso caso não sejam
feitos os ensaios de caracterização de materiais, dosagem e determinação de propriedades mecânicas e
hidráulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mínimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e que
comprovem a eficiência de adoção de menores espessuras.
O projeto da mistura asfáltica pode ser realizado com foco em duas características bá-
sicas que contribuem para a redução do ruído pneu-pavimento, decorrente do rolamento:
a superfície da camada de rolamento e os vazios interligados (com ar) dessa camada. Na
Tabela 2.13 apresentam-se as sugestões para a seleção de misturas asfálticas que podem
contribuir para a redução do ruído ao rolamento.
A graduação da mistura asfáltica pode ser concebida de modo que se gere uma textura
superficial que propicie a perda de energia da onda sonora no contato do pneu com essa
superfície. Nesse sentido, as misturas usinadas com maior macrotextura e com menor ta-
manho máximo nominal de agregados tendem a ser menos ruidosas se comparadas àquelas
usinadas com texturas fechadas, e as usinadas tendem a ser mais silenciosas se compara-
das aos tratamentos superficiais por penetração, aos microrrevestimentos asfálticos a frio
e às lamas asfálticas.
A macrotextura por si só não é um parâmetro que explique o ruído gerado entre o pneu
e o pavimento. Esse parâmetro depende também da conformação (topografia ou arranjo)
dos agregados na superfície (macrotextura positiva ou negativa), e esse aspecto é essencial
para compreender e comparar duas superfícies com a mesma macrotextura (Callai, 2011).
De forma simplista, a macrotextura positiva é aquela onde na superfície tem-se cumes e
arestas dos agregados expostos e, na negativa, há planos britados dos agregados expostos.
A configuração dos agregados na superfície depende basicamente do tipo de agregados
(forma), do tipo de mistura asfáltica e do processo executivo. Ilustra-se com a comparação
de um tratamento superficial duplo executado por penetração invertida, em geral de ma-
crotextura muito aberta, com uma camada porosa de atrito (CPA), que também apresenta
em geral macrotextura muito aberta. A CPA é o revestimento, em geral, mais silencioso que
existe e o TSD um dos mais ruidosos. Igualmente, pode-se comparar o microrrevestimento
asfáltico a frio com usinados do tipo gap-graded ou delgados usinados especiais (BBTM,
SMA 0/8S, SMA 0/6 etc. – ver Capítulo 1) que apresentam macrotextura similar àquela
encontrada para o microrrevestimento asfáltico a frio. Os materiais usinados são mais silen-
ciosos que os tratamentos, em geral.
Misturas asfálticas com maior volume de vazios com ar interligados são favoráveis para
a redução de ruído se comparadas às misturas asfálticas do tipo densas (impermeáveis,
com vazios com ar oclusos). Nas misturas asfálticas não impermeáveis, quanto menores
Tráfego
Camadas de rolamento B M A MP
Baixo Moderado Alto Muito pesado
Concreto asfáltico denso
SMA
Gap-graded
CPA (1)
Camadas delgadas usina-
das tipo BBTM ou RAUD
(2,0cm a 3,0cm) (1)
Tratamento superficial de
penetração, lama asfálti-
ca e microrrevestimento
asfáltico a frio
Nas Tabelas 2.14, 2.15 e 2.16 são sugeridas algumas técnicas para uso em obras de
restauração e de reabilitação de rodovias e de vias urbanas com revestimentos asfálticos,
dependendo do tipo de defeito existente. As sugestões são indicativas e não cobrem todas
as técnicas e todos os recursos existentes. Trata-se de sugestões e não dispensam uma
análise minuciosa da pertinência ao projeto. Todas as soluções indicadas remetem às Ta-
belas 2.2 a 2.8.
As técnicas para restauração funcional para atender aos critérios e aos indicadores de
aderência ou de ruído devem ser remetidas às soluções indicadas nas Tabelas 2.12 e 2.13,
respectivamente.
A reciclagem de fresados é altamente desejável pois são materiais nobres, com agre-
gados pétreos e asfalto antigo. Recomenda-se fortemente a reciclagem dos fresados por
técnica a quente (em usina), mornas (em usina) ou a frio (em usina ou por equipamento in
situ) – ver Capítulo 1.
A reciclagem a frio pode ser feita in situ ou em usina estacionária ou mesmo em usina
móvel (ver Capítulo 3). Para tráfego A (alto) ou MP (muito pesado), recomenda-se forte-
mente que a reciclagem a frio seja feita em usina, de modo que se viabilize a visualização
da superfície da estrutura de pavimento remanescente e, se necessário, que se tomem
medidas corretivas localizadas, o que não é possível por reciclagem in situ (in loco), com
equipamentos posicionados sobre o local de remoção e de recomposição.
A incorporação dos materiais de base ao revestimento asfáltico fresado pode ser viável.
Como todos os outros materiais, este também requer ensaios de laboratório para a dosagem
e para a determinação de propriedades mecânicas.
A reciclagem de bases granulares por adição de cimento é uma outra alternativa, geral-
mente feita in situ ou através do uso de usina móvel. Estas soluções são concebidas para
favorecer o enrijecimento da camada (e portanto do pavimento como um todo) ou para
recuperar a rigidez original de bases cimentadas perdidas por fadiga ou por outros meca-
nismos de deterioração.
68
rodovias e vias urbanas (ver também Tabelas 2.15 e 2.16)
Microrrevestimento Recapeamento com Reciclagem de
asfáltico Recapeamento com
Recapeamento com mistura base e
ou mistura asfáltica
Remendos/ mistura asfáltica asfáltica usinada revestimento(3)
Tipos de Selagem Fresagem/ lama asfáltica usinada com
remendos usinada (recomposição +
problemas/defeitos de trincas profundos remoção ou da ou não) reciclado ou não tratamento camada de
tratamento superficial (recicla antirreflexão de
(recomposição) + rolamento
de penetração reforço estrutural) trincas(2) asfáltica(4)
invertida(1)
Trincamento
isolado – verificar
as recomendações
adequadas
Trincamento moderado
em pequenas áreas
Trincamento de
fadiga
FC2 e FC3 (5)
69
Tabela 2.15: Soluções para restauração estrutural e funcional ou reabilitação
70
em rodovias e vias urbanas (ver também Tabelas 2.14 e 2.16)
Microrrevestimento Recapeamento com
asfáltico Reciclagem Reciclagem de base e
mistura asfáltica
Remendos/ Microfresagem/ ou Recapeamento com revestimento (3) revestimento (4)
Tipos de usinada
remendos fresagem/ lama asfáltica mistura asfáltica + +
problemas/defeitos +
profundos remoção (1) ou usinada camada de camada de rolamento camada de rolamento
tratamento superficial asfáltica(5) asfáltica(5)
reperfilagem(2)
de penetração invertida
Deformações
localizadas
Deformação
permanente em
trilhas de roda por
consolidação (6)
(9)
Deformação
permanente em
trilhas de roda
por fluência
principalmente (7)
Exsudação(8)
Observações:
71
Tabela 2.16: Soluções para restauração estrutural e funcional ou reabilitação em
72
rodovias e vias urbanas (ver também Tabelas 2.14 e 2.15)
Microrrevestimento Reciclagem
mento com Reciclagem de
asfáltico mento com Recapea de base e
Recapeamento Recapea mistura asfáltica revestimento (1)
Tipos de Remendos/ Fresagem/ ou mistura asfáltica revestimento (2)
com mistura usinada com +
problemas/ remendos lama asfáltica usinada +
asfáltica tratamento camada de
defeitos profundos remoção ou + camada de
usinada antirreflexão de rolamento
tratamento superficial de reforço estrutural rolamento
trincas) asfáltica(3)
penetração invertida asfáltica(3)
Ondulação(4)
Panelas (5)
Desagregação com
perda de mástique
ou de agregados
Observações:
• As indicações pressupõem muitas vezes duas ou três soluções combinadas.
• Todas soluções pressupõem um projeto específico e requerem um estudo cauteloso das causas que levam ao defeito para poder corrigi-lo.
• Trata-se de sugestão de seleção de uso e não assegura sucesso caso não sejam feitos os ensaios de caracterização de materiais, dosagem e determinação de
propriedades mecânicas e hidráulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural e/ou funcional.
73
O bom desempenho de revestimentos e de tratamentos de superfícies asfálticas depen-
de da utilização de procedimentos corretos em diversas etapas: projeto estrutural, escolha
adequada de materiais e formulações de proporções ou misturas que atendam os condicio-
nantes de uso do revestimento, e uso de técnicas adequadas de produção, distribuição e
execução das camadas asfálticas e controle tecnológico dos serviços.
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UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
1a Edição
Rio de Janeiro
2015
APOIO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
Inclui Bibliografias.
Apoio ABEDA
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Caro leitor,
O Guia Técnico está dividido em três grandes etapas: Tipos de Ligantes e Reves-
timentos Asfálticos; Seleção de Camadas Asfálticas para Obras de Pavimentação; e
Construção e Controle Tecnológico. Ele foi preparado criteriosamente por uma equipe
de profissionais com larga experiência no ramo, liderada pelo professor doutor da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul – Jorge Augusto Pereira Ceratti, pela profes-
sora doutora da Universidade de São Paulo – Liedi Bariani Bernucci, e pelo professor
doutor da Universidade Federal do Ceará – Jorge Barbosa Soares. Entre tantas outras
publicações, estes autores também são responsáveis pelo livro Pavimentação Asfáltica:
Formação Básica para Engenheiros.
Além deste Guia Técnico, que contribuirá fortemente para o acervo bibliográfico da
área, você receberá um anexo com encarte contendo as mais variadas especificações
dos produtos, cujas tabelas serão atualizadas e disponibilizadas para o mercado, com o
apoio da Abeda, sempre que for necessário.
Desejamos que você se debruce sobre este trabalho e faça dele seu manual de
consultas técnicas para elaboração de projetos, pesquisas, orçamentos e nas escolhas
das mais diversas aplicações práticas de ligantes e misturas asfálticas, apropriados a
diferentes volumes de tráfego. Certamente embasarão o trabalho diário daqueles que
lidam com a malha rodoviária em seus diversos segmentos.
A ideia do presente livro, pensado como uma espécie de guia prático para o uso
de ligantes asfálticos convencionais e modificados em pavimentos, foi de com-
plementar o capítulo de ligantes do livro Pavimentação Asfáltica – formação bá-
sica para Engenheiros que também conta com a participação dos autores, além
de outras publicações existentes no país. No prefácio daquele livro antecipáva-
mos que o mesmo seria uma via que poderia estimular novas vias, da mesma
forma que uma estrada possibilita a construção de outras tantas. Entre as pos-
sibilidades de novos textos de referência, entendemos que o dimensionamento
de pavimentos asfálticos é essencial. Este tema tem progredido sobremaneira
no Brasil em tempos recentes, valendo citar o desenvolvimento em curso do
novo método de dimensionamento que será lançado nos próximos anos, numa
parceria entre Petrobras, universidades e DNIT, e da qual os autores participam.
Apesar da necessidade da atualização do método nacional de dimensionamento
de modo a possibilitar a consideração de tecnologias modernas, o Brasil já usa
há anos asfaltos com aditivos e misturas asfálticas especiais cujos benefícios
devem ser levados em consideração num projeto de pavimentos. Observa-se no
país, contudo, uma carência de material técnico contendo a experiência local
e com instruções sobre a aplicação apropriada das diferentes alternativas de
ligantes e misturas asfálticas para soluções tecnológicas específicas. Julgou-se
então oportuno o desenvolvimento de um material bibliográfico prático sobre a
utilização dos ligantes asfálticos em serviços de pavimentação, considerando
aspectos relativos ao tráfego, clima e estrutura do pavimento, visando sempre
ao melhor desempenho do revestimento.
Embora este livro possa perfeitamente ser usado como suporte adicional a es-
tudantes e docentes de disciplinas de infraestrutura de transportes, os autores
buscaram atender a uma demanda de engenheiros e técnicos da área de pa-
vimentação no que diz respeito a sugerir a definição daquelas situações mais
apropriadas para utilizar a gama de ligantes asfálticos hoje disponíveis e asso-
ciados a tecnologias de uso já consagrado.
Os autores
SUMÁRIO
Se o VAM não atende às especificações consideradas, este pode ser ajustado a partir de
mudança da origem ou da granulometria dos agregados utilizados. Devem ser consideradas
as seguintes alternativas para a mudança deste parâmetro:
D máx = 19,0 mm
A Tabela 3.1 apresenta os pontos de controle em função do tamanho das peneiras (mm)
em função do tamanho nominal máximo.
25 – 90 90 100 100 – – – – –
19 – – – 90 90 100 100 – – –
9,5 – – – – – – – 90 90 100
4,75 – – – – – – – – – 90
2,36 15 41 19 45 23 49 28 58 32 67
0,075 0 6 1 7 2 8 2 10 2 10
Quando a dosagem é realizada por meio do método Marshall, a moldagem dos corpos
de prova deve ser realizada utilizando-se 75 golpes para misturas asfálticas bem graduadas
densas ou 50 golpes por face, para misturas asfálticas do tipo SMA, CPA, entre outras.
Se a dosagem for desenvolvida utilizando-se o CGS, normalmente os corpos de prova são
moldados com 100 giros se a perda por abrasão Los Angeles do agregado for de no máximo
30%. Para perdas acima de 30% devem ser utilizados 75 giros.
O teor de fibras a serem utilizadas, para misturas asfálticas do tipo SMA e algumas
CPA, é definido por meio de ensaio de escorrimento.
A mistura asfáltica do tipo CPA deve ser dosada pelo método Marshall, prevalecendo o
Vv requerido. Os agregados devem ser 100% britados e resistentes (abrasão Los Angeles ≤
30%) para não serem quebrados durante a compactação, pois eles estão em contato uns
com os outros e a tensão nesse contato é muito elevada durante o processo de densifica-
ção. Para ter um contato efetivo dos agregados, estes devem ser cúbicos com o índice de
forma ≥ 0,5. A absorção de água para cada fração deve ser de no máximo 2% e quanto à
sanidade, estes devem apresentar perda ≤ 12%.
As misturas asfálticas do tipo CPA mantêm uma grande porcentagem de vazios com ar
não preenchidos graças às pequenas quantidades de fíler, de agregado miúdo e de ligante
asfáltico. Essas misturas asfálticas a quente apresentam normalmente entre 18% e 25%
de vazios com ar. Um teste fundamental a ser realizado é o desgaste por abrasão Cântabro
para misturas asfálticas do tipo CPA, recomendado originalmente pelos espanhóis para
esse tipo de mistura aberta drenante. Para a realização desse ensaio deve ser utilizada a
norma ABNT NBR 15140:2014.
Tabela 3.2: Níveis de dosagem e ensaios mecânicos para as misturas asfálticas para
comporem camadas de revestimento ou de bases pela tecnologia francesa
(Fonte: Ferreira, 2006)
Para um volume de tráfego superior a 1.000 veículos pesados por dia por sentido, é
recomendada a utilização de ligantes asfálticos modificados por polímeros elastoméricos,
geralmente do tipo SBS, ou ligante convencional com adição de fibras. O teor mínimo de
ligante é estimado aplicando a Equação 3.1, com módulo de riqueza (k) igual a 3,5 para a
graduação BBTM 0/6 e 3,4 para a graduação BBTM 0/10. O módulo de riqueza é propor-
cional à espessura do filme de ligante que recobre os agregados, sendo estabelecido para
cada tipo de mistura asfáltica visando assegurar a sua durabilidade, e é independente da
massa específica efetiva da mistura de agregados.
∑= 0,25G+2,3S+12s+135f (3.2)
Onde:
G: porcentagem da mistura de agregados com diâmetro maior do que 6,3mm
S: porcentagem da mistura de agregados com diâmetro entre 6,3 e 0,315mm
s: porcentagem da mistura de agregados com diâmetro entre 0,315 e 0,075mm
f: porcentagem da mistura de agregados com diâmetro menor do que 0,075mm
BBTM
Característica
Classe 1 Classe 2
6/10 ou 4/6 (%) 70-80 79-85
Os métodos Marshall e outros modificados para misturas a frio são utilizados para mol-
dar corpos de prova de mistura reciclada. O teor de projeto de ligante é definido a partir da
estabilidade Marshall ou da resistência à tração por compressão diametral.
A terceira etapa da dosagem com espuma de asfalto é a determinação do teor de projeto de li-
gante. Tanto para a emulsão asfáltica quanto para a espuma de asfalto, o teor de projeto de ligante
é definido a partir da estabilidade Marshall ou da resistência à tração por compressão diametral.
Pode-se citar ainda a dosagem proposta por Castro Neto (2000), que tinha como objetivo
realizar a dosagem de MARQs sem a necessidade de recuperação do ligante asfáltico enve-
lhecido. Este autor propôs um método que considera o comportamento da mistura asfáltica
reciclada com diferentes valores de teor de ligante asfáltico novo por meio da avaliação dos
valores de MR (módulo de resiliência) e de RT (resistência à tração por compressão diametral).
Faz-se então uma dosagem Marshall completa usando esse percentual de ligante asfál-
tico para definir o teor de projeto da mistura. Após a definição do teor de projeto de ligante
asfáltico, moldam-se CPs com porcentagens de ligante asfáltico novo variando de 0 a 30%
Inventário da superfície
Observar o grau de regularidade superficial, desgaste ou deterioração, deforma-
ções, permeabilidade, trincas, fissuras etc., a fim de definir a espessura e as
faixa(s) granulométrica(s) do microrrevestimento asfáltico a frio a ser projetado.
Condições climáticas
Observar a época do ano, a temperatura do pavimento, o risco de precipitação etc.
Tráfego
Identificar o tipo e a natureza do tráfego a que o microrrevestimento asfáltico
a frio será submetido.
O método mais usado no país é o método direto chamado ensaio de placa ou bandeja,
que consiste em espalhar o agregado (de cada uma das camadas) sobre uma placa plana de
área conhecida (50cm x 50cm) de modo a cobrir a área da placa, obtendo-se um mosaico
uniforme de agregado sem superposição e sem falhas. Pode ser utilizada nesse processo
uma caixa dosadora (80cm x 25cm x 4cm). Espalha-se o agregado sobre o fundo da caixa,
em posição horizontal, de modo a formar um mosaico igual ao que se deseja construir na
pista. Coloca-se então a caixa na posição vertical e lê-se a taxa de agregado, em l/m², na
graduação indicada na tampa transparente da caixa. A mesma caixa também pode ser usa-
da no controle do espalhamento do agregado na pista.
Para a obtenção do teor de ligante asfáltico residual o método mais utilizado é do Ins-
tituto do Asfalto. A determinação deste citado teor é realizada através de equações mate-
máticas em função da média da menor dimensão dos agregados de cada camada (MDM),
seu teor de vazios (20%), teor de ligante asfáltico nesses vazios (50% a 70%) e a sua taxa
de aplicação no substrato.
Caracterização de ligantes
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
(ver Anexo, Tabelas A2 e A3)
Caracterização de agregados Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Dosagem (determinação do teor de projeto de
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
ligante asfáltico – Marshall ou Superpave)
Resistência à tração por compressão diametral(1) Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Dano por umidade induzida Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Ensaios laboratoriais para misturas asfálticas usinadas e recicladas a quente ou mornas
Caracterização de ligantes asfálticos
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
(ver Anexo, Tabelas A1 a A5)
Caracterização de agregados Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Dosagem (determinação do teor de projeto de
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
ligante asfáltico – Marshall ou Superpave)
Resistência à tração por compressão diametral Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Dano por umidade induzida Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Deformação permanente: ensaios de compressão
axial com carga estática (creep) ou repetida com
corpos de prova Marshall, ensaios de compressão
Altamente
axial com carga repetida (flow number) com Recomendado Recomendado recomendado
corpos de prova produzidos no equipamento PCG,
ou afundamentos com simuladores de tráfego de
laboratório(2)
Rigidez: módulo de resiliência; módulo Altamente
Recomendado Recomendado
dinâmico ou módulo complexo (3) recomendado
Fadiga: tração por compressão diametral, ou
Altamente
por flexão em viga de quatro pontos, ou flexão Recomendado Recomendado recomendado
alternada (trapezoidal), ou por tração direta(4)
Os dois tipos de usinas têm condições de produzir as misturas asfálticas correntes. Normal-
mente, as misturas asfálticas, mesmo com características particulares, não exigem sua produção
em um tipo específico de usina.
Figura 3.2 (a) Vista de uma usina descontínua (gravimétrica) móvel. Fabricante
(Fonte: Bomag Marini LA)
Esse tipo de usina (gravimétrica) caracteriza-se por permitir que o tempo de mistura
seja definido conforme o projeto, ou seja, possibilitando tempo de mistura seca e tempo
de mistura úmida. Normalmente o tempo de mistura no misturador do tipo batch de duplo
eixo é de 25 a 35 segundos de processamento dos agregados, insumos e ligante asfáltico,
porém de acordo com os projetos de misturas asfálticas especiais pode-se chegar a 60
segundos ou mais. Neste caso, a produção efetiva do equipamento se reduz de forma pro-
porcional ao tempo de mistura. As usinas descontínuas (gravimétricas) são mais onerosas
tanto na sua aquisição inicial, como na sua manutenção, porém cabe analisar o custo ver-
sus benefício quando da utilização em projetos de massas asfálticas especiais, tais como:
misturas asfálticas descontínuas (gap-graded, BBTM-BBUM, SMA), CPA etc., utilizando
CAP modificado por polímeros ou por borracha moída de pneus.
O processo contínuo é realizado em usinas (Figura 3.4) que processam seus materiais
em regime de fluxo uniforme e caracterizam-se por dosar os agregados virgens, na con-
dição: frio, com umidade e com sua classificação granulométrica totalmente dependente
do sistema de britagem da pedreira. Dessa forma o controle do processo é maior devido à
gestão de mais variáveis como a umidade dos agregados e sua composição. A umidade dos
agregados deve ser avaliada diariamente e as eventuais variações granulométricas dos agre-
gados devem ser informadas ao sistema de controle das usinas contínuas, para que sejam
realizadas as correções devidas durante a usinagem. A soma da quantidade de agregados
dosados através dos silos frios, descontada a umidade, servirá para efetuar a dosagem do
ligante asfáltico, também processada de forma contínua.
Esse tipo de usina é aceito no mercado com sistemas de mistura externa. Cada fabri-
cante desenvolveu sua tecnologia de forma a garantir a qualidade e a eficiência da mistura
asfáltica.
Em usinas por bateladas devem ser utilizados pelo menos variadores de frequência in-
dividuais sincronizados para possibilitar a variação da produção em função da temperatura.
A dosagem do CAP pode ocorrer por bomba, com ou sem medidor de vazão de ligante,
desde que esta esteja associada à pesagem dos agregados (desconsiderando a umidade dos
agregados). A dosagem também pode ocorrer por pesagem estática, em usinas gravimétricas.
4 Queimador
A seleção do queimador que irá operar na usina de asfalto, deve ser de acordo com o
tipo de combustível disponível no mercado local entre os adequados para uma boa usina-
gem, tais como GLP, GN, óleo de xisto e BPF. O controle de temperatura nos queimadores
é fundamental, sendo que no caso de emprego de óleos pesados (óleo de xisto, BPF, OAC
1A etc.), os quais apresentam alta viscosidade a temperatura ambiente, deve ser prevista
a utilização de retificador de temperatura com o objetivo de aquecer o combustível até
atingir viscosidade adequada ao processo de atomização (aproximadamente 90SSU).
5 Misturador
Existem dois tipos de misturadores externos, denominados misturador em ambiente
rotativo-circulante, e pugmill de dois eixos. A seguir serão abordados esses dois tipos de
misturadores.
Nos testes efetuados pelo fabricante desse sistema foi reportado que a temperatura
na câmara de mistura na região de injeção do ligante asfáltico é mais baixa do que a tem-
peratura dos agregados, não permitindo a ocorrência de processos que oxidam o ligante
asfáltico. No caso de usinagem de massa asfáltica convencional a temperatura do ambiente
dentro do misturador permanece cerca de 10% abaixo da temperatura dos agregados. Da
mesma forma quando fabricadas misturas asfálticas especiais com ligantes modificados em
Na Figura 3.6 pode ser observada a posição de um termopar para medição, durante a
produção, da temperatura do ambiente na região do misturador antes da injeção do ligante
asfáltico. A Figura 3.7 apresenta o processo de mistura tipo Double Coating®.
Figura 3.6 Posição do termopar para medição da temperatura misturador-região de injeção do CAP
(Fonte: Bomag Marini LA)
A Figura 3.8 (a), 3.8 (b) e 3.8 (c) apresentam o misturador de dois eixos paralelos, além dos
locais onde são efetuadas a injeção do ligante asfáltico e dos finos proveniente do filtro de mangas.
Além disso, há determinados sistemas que também são fundamentais para a qualidade
da mistura asfáltica, tais como:
6 Filtro de mangas
O filtro de mangas foi desenvolvido para absorver os gases de exaustão sem causar da-
nos ambientais e também possibilitar a recuperação dos finos em suspensão nos gases para
reincorporação à mistura asfáltica. Comumente os coletores tipo filtro de mangas são proje-
tados para trabalharem com temperaturas de no máximo 150˚C, com mangas de poliéster.
Esse tipo de manga constitui o modelo mais econômico e com maior resistência ao ataque
de ácidos. Para misturas asfálticas especiais com ligantes modificados por polímeros ou
borracha e usinadas em temperaturas superiores a 150°C, recomenda-se a utilização de
mangas de Nomex®.
As misturas dos agregados com emulsões asfálticas são realizadas em usinas que po-
dem ser estacionárias ou móveis, com capacidade de produção de 30t/h a 600t/h. Essas
usinas são mais simples por não terem necessidade de aquecimento nem do agregado,
nem do ligante asfáltico. A Figura 3.9 apresenta um exemplo de uma usina estacionária.
1 Misturas asfálticas densas com CAP modificado com polímero: nesse tipo
de mistura asfáltica, a temperatura de usinagem é aumentada para em torno
de 170˚C a 180˚C devido à maior viscosidade do ligante asfáltico. O filtro
de mangas deve utilizar mangas de Nomex® que resistem a até 240˚C, ou
devem possuir damper de ar frio. Caso o ligante asfáltico utilizado seja modi-
ficado com polímero SBS em até 8%, a bomba de asfalto deve ser somente
recalibrada. Nesse caso, os tanques devem também possuir agitadores me-
cânicos, sendo que para tanques horizontais no mínimo dois agitadores são
necessários e para tanques verticais apenas um agitador centralizado pode
ser utilizado.
No caso de utilização da Cal CH-I (cal calcítica) para a melhoria da adesividade ligan-
te agregado, pode ser utilizado um sistema dosador com silo externo onde a cal pode ser
adicionada diretamente aos agregados virgens. As Figuras 3.12 (a) e 3.12 (b) apresentam
o sistema dosador de Cal CH-I com silo externo.
Figura 3.12 (b) Sistema dosador de cal CH-I com silo externo
(Fonte: Ciber Equipamentos Rodoviários)
A unidade de nivelamento é formada por uma mesa flutuante e vibratória ligada à uni-
dade tratora por braços de nivelamento fixados através de articulações próximas à parte
central do equipamento. Suas funções são nivelar e pré-compactar a mistura asfáltica sobre
a superfície em que foi lançada, de acordo com especificações de geometria previamente
definidas. As Figuras 3.14 e 3.15 apresentam tipos de vibroacabadoras e seus componen-
tes e a Figura 3.16 mostra um exemplo de vibroacabadora.
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UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Limites Métodos
Características Unid. CAP CAP CAP CAP
ABNT ASTM
30/45 50/70 85/100 150/200
85 a 150 a NBR
Penetração (100g, 5s, 25ºC) 0,1mm 30 a 45 50 a 70 D5
100 200 6576
NBR
Ponto de amolecimento, mín. ºC 52 46 43 37 D 36
6560
Viscosidade Saybolt Furol s NBR E 102
14950
a 135ºC, mín. 192 141 110 80
a 150ºC, mín. 90 50 43 36
a 177ºC 40 -150 30 -150 15-60 15-60
Ou
Viscosidade Brookfield cP NBR D
15184 4402
a 135ºC, SP 21, 20rpm, mín. 374 274 214 155
a 150ºC, SP 21, mín. 203 112 97 81
a 177ºC, SP 21 76-285 57-285 28-114 28-114
Índice de Suscetibilidade (-1,5) a (-1,5) a (-1,5) a (-1,5) a
Térmica (IST)(1) (+0,7) (+0,7) (+0,7) (+0,7)
NBR
Ponto de fulgor, mín. ºC 235 235 235 235 D 92
11341
Solubilidade em NBR D
% massa 99,5 99,5 99,5 99,5
tricloroetileno, mín. 14855 2042
NBR
Ductilidade a 25ºC, mín. cm 60 60 100 100 D 113
6293
Efeito do calor e do ar
D 2872
(RTFOT) a 163ºC, 5min
Variação em massa, máx.(2) % massa 0,5 0,5 0,5 0,5
NBR
Ductilidade a 25ºC, mín. cm 10 20 50 50 D 113
6293
Aumento do ponto de NBR
ºC 8 8 8 8 D 36
amolecimento, máx. 6560
NBR
Penetração retida, mín.(3) % 60 55 55 50 D5
6576
(1) O índice de suscetibilidade térmica é obtido a partir da seguinte equação:
IST = [ (500) (log PEN) + (20) (TºC) 1951 ] / [120 (50) (log PEN) + (TºC) ]
onde: (TºC) = Ponto de amolecimento
PEN = penetração a 25°C, 100g, 5s.
(2) A variação em massa, em porcentagem, é definida como:
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Tabela A4:
Proposta IBP/ABNT de especificação do asfalto de baixa penetração
APOIO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Especificação
Características Método Unidade CAP-TLA 30/45
Mínimo Máximo
Penetração (100g, 5s, 25°C) NBR-6576 dmm 30 45
Ponto de amolecimento, mínimo NBR-6560 °C 52 –
Viscosidade Brookfield, @ 135°C 500 –
Viscosidade Brookfield, @ 150°C NBR-14184 cP 200 –
Viscosidade Brookfield, @ 175°C 80 –
Ponto de fulgor, mínimo NBR-11341 °C 230 –
Variação em massa, RTFOT NBR-15235 % – 1,0
Aumento do PA, RTFOT NBR-6560 °C – 8
Penetração retida, RTFOT NBR-6576 % 50 –
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Tabela A6: Especificações para asfaltos diluídos de petróleo (ADPs) com tempo
de cura rápida. Resolução nº 30 de 9 de outubro de 2007 da ANP
– Regulamento Técnico ANP nº 02/2007
Métodos Tipos de CR
Características
ABNT ASTM CR-70 CR-250
No ADP
Água, %volume, máx. NBR 14236 D 95 0,2 0,2
Viscosidade cinemática, cSt, 60°C NBR 14756 D 2170 70-140 250-500
Viscosidade Saybolt-Furol, s – –
50°C – – 60-120 –
60°C – 125-250
Ponto de fulgor (V.A. Tag), mín. NBR 5765 D 3143 – 27
Destilação até 360°C, % volume total
destilado, mín.
190°C 10 –
225°C NBR 14856 D 402 50 35
260°C 70 60
316°C 85 80
Resíduo, 360°C, % volume mín. 55 65
No resíduo da destilação
Viscosidade, 60°C (2) NBR 5847 D 2171 600-2400 600-2400
Betume, % massa, mín. (2) NBR 14855 D 2042 99,0 99,0
Ductilidade, 25°C, cm, mín. (1) (2) NBR 6293 D 113 100 100
(1) Se a ductilidade obtida a 25°C for menor do que 100cm, o ADP estará especificado se a
ductilidade a 15,5°C for maior do que 100cm.
(2) Ensaios realizados no resíduo da destilação.
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
9
(3) Para o ensaio da adesividade em agregado miúdo, a norma equivalente à NBR 14757 é a ISSA TB-114.
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Limite Método(1)
Ruptura Ruptura Ruptura
Característica Unid. Ruptura rápida
média controlada lenta ABNT ASTM
NBR
RR1C-E RR2C-E RM1C-E RC1C-E RL1C-E
Ensaio para a emulsão
Viscosidade
s 70 máx. 100-400 20-200 70 máx. 70 máx. 14491 D244
Saybolt-Furol, a 50ºC
%
Sedimentação, máx. 5 6570 D6930
massa
Peneiração 0,84mm, %
0,1 14393 D6933
máx. massa
Resistência à água, mín. de cobertura(2) 6300 D244
Agregado seco 80
%
Agregado úmido 80 80 60 60 60
Carga da partícula – positiva 6567 D244
pH, máx. – – – – 6,5 6,5 6299 D244
Destilação
%
– solvente destilado 0-3 0-3 0 a 12 0 0 6568 D244
volume
a 360ºC
%
Resíduo seco, mín. 62 67 62 62 60 14376 D6934
massa
Desemulsibilidade
% 50 50 – – –
Mín. 6569 D6936
massa
Máx. – – 50 – –
Ensaio para o resíduo da emulsão obtido pela ABNT NBR 14896
Penetração a 25ºC 0,1
45-150 45-150 6576 D5
(100g e 5s) mm
Ponto de
ºC 50 55 6560 D36
amolecimento, mín.
Viscosidade
Brookfield a 135ºC, cP 550 600 15184 D4402
SP21, 20 rpm, mín.
Recuperação
elástica a 25ºC, % 65 70 15086 D6084
20cm, mín.
(1) A equivalência das normas NBR e ASTM é parcial, sendo que, preferencialmente, os en-
saios devem ser realizados pelas normas NBR.
(2) Se não houver envio de amostra ou informação da natureza do agregado pelo consumidor
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Peneira de Designação
Tolerâncias
malha quadrada I II III IV
ASTM mm % em massa, passando
3/4” 19,0 100 – – – –
1/2” 12,5 90-100 – – – ±7%
3/8” 9,5 – 100 100 – ±7%
5/16” 7,93 45-60 90-100 90-100 100 ±5%
no 4 4,75 30-40 30-45 30-52 90-100 ±5%
n 10
o 2,0 20-27 20-27 20-30 30-40 ±5%
no 200 0,075 9-13 9-13 7-12 7-12 ±2%
Espessura (cm) 3,5-5,0 3,0-4,0 2,5-3,5 1,5-2,5 –
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
Designação da faixa A B
Tamanho nominal 4,75mm 2,0mm Tolerâncias da
Peneiras faixa de projeto
Porcentagem em massa, passando
Série ASTM Abertura (mm)
3/8” 9,5 100 – –
no 4 4,75 80-100 100 ±5%
no 10 2,0 60-95 90-100 ±4%
no 40 0,42 16-52 40-90 ±4%
no 80 0,18 4-15 10-47 ±3%
no 200 0,075 2-10 0-7 ±2%
Emprego Revestimento Revestimento –
Teor de CAP,
6,0 a 12,0 7,0 a 12,0 ±0,3
% sobre o total da mistura
Volume de vazios, % 3,0 a 8,0
Relação betume/vazios, % 65 a 82
–
Estabilidade, kN, mín. 30
Fluência, mm 2,0 a 4,0
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO
REVISÃO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSÃO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAÇÃO DE
LIGANTES ASFÁLTICOS
EM SERVIÇOS DE
PAVIMENTAÇÃO