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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS

Cadeira: Topografia I

Calculo de Empolamento e Contração do Solo

Estudante: Vida Sozinho Vida


Docente: Eng. Edelson Assado

TETE,2020
1
Índice
Introdução....................................................................................................................................................... 3
Empolamento e contração.............................................................................................................................. 4
Calculo dos factores de correlação volumétrica..............................................................................................8
CÁLCULO PRÁTICO DO EMPOLAMENTO...................................................................................................8
Taxa de empolamento.................................................................................................................................... 9
Cálculo prático da contração........................................................................................................................... 9
Importância do estudo do empolamento dos solos.......................................................................................10
Conclusão..................................................................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA................................................................................................................ 13

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Introdução

Empolamento ou expansão volumétrica é um fenômeno característico dos solos, importante na terraplenagem,


principalmente quanto ao transporte de material. Quando se escava um terreno natural, o solo que se encontrava
num certo estado de compactação, proveniente do seu próprio processo de formação, experimenta uma
expansão volumétrica que chegaa ser considerável em certos casos.
Contração é a redução de volume sofrida por um material por efeito de compacto de rolos , vibradores, etc.
compactando o material em grau maior do que ele é encontrado em seu estado natural natural. Essa redução
depende, naturalmente, do grau de compactação exigido e do material.

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Empolamento e contração
Sempre que solo (ou rocha) é removido de sua posição original, que é o terreno natural inalterado,
ocorre um rearranjo na posição relativa das partículas (grãos), acarretando um acréscimo no
volume de vazios da massa. Uma vez escavado, o material fica mais solto e, consequentemente,
sua densidade cai.
A esse fenômeno físico pelo qual o material escavado experimenta uma expansão volumétrica dá-
se o nome de empolamento, expresso em percentagem do volume original. O empolamento varia
com o tipo de solo ou rocha, o grau de coesão do material original e a umidade do solo.
Empolamento: pode ser definido como o aumento de volume sofrido por um material ao ser
removido de seu estado natural. É expresso como sendo a percentagem do aumento de volume
em relação ao volume original ( Aumento de índice de vazios).
Após o desmonte a terra assume, portanto, volume solto (Vs ) maior do que aquele em que se

encontrava em seu estado natural (Vn ) e, consequentemente, com a massa específica solta (  s )

correspondente ao material solto, obviamente menor do que a massa específica natural (  n ).

Assim temos:  s <  n , pois, > V


n
Vs

Chama-se factor de empolamento 1 à relação:


s
 1
1
n
m m
Mas,   , pela definição de massa específica e,  
s n
Vs Vn
m

Temos Vs Vn
  
: 1 m Vs
Vn
e, Vn  1 . Vs
Os serviços de terraplenagem devem ser medidos em conformidade com os critérios
constantes nas normas do DNIT.

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 1). 100

Chama-se porcentagem de empolamento (f) :

1
f (%) = (
1
Os solos naturais apresentam expansões volumétricas diferentes, gerando diversos valores de 1
1.

De modo geral, quanto maior a porcentagem de finos (argila e silte), maior deve ser essa
expansão. Ao contrário, os solos arenosos, com pequenas porcentagens de finos, sofrem
pequeno empolamento (Tabela 1).

Tabela 1 – Factores de empolamento e expansão

Tipo de solo f 1
(%)
Solos argilosos 40 0,
7
1
Terra comum seca (solos argilo-siltosos com 25 0,
areia) 8
0
Terra comum úmida 25 0,
8
0
Solo arenoso seco 12 0,
8
9

5
E= [( γc / γs ) -1] x 100 (Percentual de empolamento)

Vc – volume do solo no corte Vs – volume do solo do estado solto

Vs = Vc (1 + E)

Para o orçamentista, o empolamento é um fenômeno físico muito importante. Se, por exemplo, o
volume de corte é de 100.000 m³, o total a ser transportado em caminhões não é 100.000 m³, mas
130.000m³. Se o orçamentista não tiver o cuidado de considerar o empolamento, terá errado em
30% o custo de transporte.

Tabela 2 - Empolamento

Analogamente, quando uma quantidade de terra é lançada em um aterro e compactada


mecanicamente, o volume final é diferente daquele que a mesma massa ocupava no corte. A
essa diminuição volumétrica dá-se o nome de contração. Se 1 m³ de solo (no corte) "contrai-
se" para 0,8 m³ (aterro) após compactado, a contração é de 20%.
Contração: É a redução de volume sofrida por um material por efeito de compacto de rolos ,
vibradores, etc. compactando o material em grau maior do que ele é encontrado em seu estado
natural natural. Essa redução depende, naturalmente, do grau de compactação exigido e do
material.

C= (γc / γA ) x 100 (Percentual de contração)

Vc – volume do solo no corte Vs – volume do solo no aterro (compactado)

Vc = Va / C

O fenômeno varia com o tipo e a umidade do material, o tipo de equipamento de


compactação, a espessura das camadas do aterro, etc.

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Em grandes obras de terra, o cálculo do empolamento é feito através de ensaios de
densidade (massa específica) em laboratório. Vejamos um exemplo.

As massas específicas no corte, solta e no aterro (compactada) eram respectivamente:

7
Com esses valores, podem-se calcular os factores de empolamento e de
contração e montar o quadro de volumes:

E= [( γc / γs ) -1] x 100 (Percentual de empolamento)

C= (γc / γA ) x 100 (Percentual de contração)

Nota se que, com esses dois parâmetros, conseguimos deduzir


todos os demais factores de correlação volumétrica:

Vc Vs Va

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Calculo dos factores de correlação volumétrica do quadro acima

Solução: para valores conhecidos de E% e C% para um determinado tipo de


solo, basta aplicá-los nas fórmulas deduzidas abaixo para achar os factores
de correlação de forma imediata:

Vs = Vc (1 + E) => Vc = Vs / (1+E)

Vc = Va / C => Va =Vc . C

Vs = (Va / C) . (1+E) => Va = (Vs. C) / (1+E)

Ex: Para C= 89% = 0,89 Va Vc => Vc= Va / C = Va / 0,89 = (1/0,89) x


Va
=> Vc = 1,12 x Va

O quadro acima ajuda o orçamentista a calcular o custo correto de transporte e também


o engenheiro de produção. Se, por exemplo, a obra precisa compactar 500 m³ por dia
para cumprir o cronograma, o volume a ser escavado no corte.

(jazida) é 500 x 1,12 = 560 m³ (isto é o que a escavadeira deverá produzir), que
corresponde a 500 x 1,57 = 785 m³ soltos (isto é o que os caminhões deverão
transportar por dia). Sabendo que cada caminhão tem 10 m³ soltos, são
necessárias 79 viagens por dia.

Cálculo de empolamento e contração do solo

Os volumes de terra medidos pela topografia são diferentes dos que precisam ser
carregados no caso de aterros ou cortes no terreno. Confira como calcular a quantidade de
caminhões e caçambas em serviços de terraplenagem.
CÁLCULO PRÁTICO DO EMPOLAMENTO

1. Vamos imaginar uma obra que necessite escavar 50 m3 de terra,


medido pelo serviço de topografia. O objetivo é descobrir o Vs
(volume de terra solta) para definir o transporte, o que é calculado a
partir da seguinte fórmula, sendo que "Vc" é o volume medido no
corte; e "E" é o empolamento.
Vs = Vc (1 + E)
9
10
2. Para exemplo, vamos considerar que a terra é comum, com taxa
de empolamento de 25%. Para realizar a conta, transforme a
porcentagem em 0,25. A conta fica assim:
Vs = 50 (1 + 0,25)
Vs = 50 x 1,25
Volume de terra solta = 62,5 m3

3. Portanto, depois da escavação, o volume de terra, que era de 50


m3 no corte, aumentará para 62,5 m³.

Taxa de empolamento
Segundo o livro Como Preparar Orçamentos de Obras, de Aldo Dórea Mattos, publicado
pela Editora PINI, cada tipo de solo possui uma taxa de empolamento:
MATERIAL E (EMPOLAMENTO %)
Rocha detonada - E 50%
Solo argiloso - E 40%
Terra comum- E 25%
Solo arenoso seco - E 12%

NB. Uma caçamba comum tem capacidade média de 5 m3. Sem considerar a
taxa de empolamento, seriam necessárias dez para carregar 50 m3. Portanto,
muito cuidado ao realizar esse cálculo, pois na verdade são necessárias 12
caçambas.

Cálculo prático da contração

A contração ocorre quando o volume final é inferior ao que havia no corte. Se 1 m3 de


solo (medido no corte) contrai para 0,9 m3 no aterro após compactação, a redução
volumétrica é de 10%.
Para saber quanto de terra será necessário cortar para fazer um aterro com 50 m3 - e
considerando redução volumétrica de 10% - vamos utilizar a seguinte fórmula:
Vc = Va/C

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Onde:
Vc = Volume de terra medido no corte
Va = Volume compactado no aterro
C = Contração (se a redução volumétrica é de 10%, a contração é
de 90%) Aplicando a fórmula, lembre-se de mudar a porcentagem.

Assim: 90% = 0,90. Portanto:


Vc = 50/0,90
Vc = 55,55 m3

Se também quiser saber o volume de terra solta a ser transportada -


usando a mesma taxa de empolamento de 25% -, basta utilizar,
novamente, a fórmula:
Vs = Vc (1 + E) Vs = Vc (1 + E) Vs = 55,55 m3 (1 + 0,25) Vs = 55,55
m3 x 1,25 Volume de terra solta = 69,4 m3

Conclui-se, portanto, que para fazer um aterro com volume final de


50 m³ é necessário escavar 55,55 m3 e transportar 69,4 m3 de
terra.

Importância do estudo do empolamento dos solos

É importante conhecer esse fenômeno para planejar os equipamentos, principalmente de


transporte, e também a produtividade. Caso o volume de corte do solo seja de 100 m3, o
total a ser transportado será de 130 m3, graças ao empolamento.
EXEMPLO: Vamos imaginar uma obra que necessite escavar 50 m³ de terra, medido pelo
serviço de topografia. O objetivo é descobrir o Vs (volume de terra solta) para definir o
transporte, o que é calculado a partir da seguinte fórmula, sendo que "Vc" é o volume
medido no corte; e "E" é o empolamento.

• ENTÃO: Vs = Vc (1 + E)
Para exemplo, vamos considerar que a terra é comum, com taxa de empolamento de 25%.
Para realizar a conta, transforme a porcentagem em 0,25. A conta fica assim:

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• Vs = 50 (1 + 0,25)
• Vs = 50 x 1,25
• Volume de terra solta = 62,5 m3
• Portanto, depois da escavação, o volume de terra, que era de 50 m3 no corte, aumentará
para 62,5 m³.

Para saber quanto de terra será necessário cortar para fazer um aterro
com 50 m3 - e considerando redução volumétrica de 10% - vamos
utilizar a seguinte fórmula:
Vc =

Va/C

Onde:

Vc = Volume de terra medido no


corte Va = Volume compactado
no aterro
C = Contração (se a redução volumétrica é de 10%, a contração é de 90%)
Aplicando a fórmula, lembre-se de mudar a porcentagem. Assim: 90% = 0,90.
Portanto:
Vc = 50/0,90 Vc = 55,55 m3

Se também quiser saber o volume de terra solta a ser transportada - usando a


mesma taxa de empolamento de 25% -, basta utilizar, novamente, a fórmula: Vs
= Vc (1 + E) Vs = Vc (1 + E) Vs = 55,55 m3 (1 + 0,25) Vs = 55,55 m3 x 1,25
Volume de terra solta = 69,4 m3 .

Conclui-se, portanto, que para fazer um aterro com volume final de 50 m³ é


necessário escavar 55,55 m3 e transportar 69,4 m3 de terra.

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Conclusão

Ao escavar o solo, a terra fica solta e passa a ocupar mais espaço. Esse efeito é conhecido
como empolamento e é expresso em porcentagem. Se ao escavar 1 m3 de solo ele
aumenta para 1,3 m3, o empolamento é de 30%. É importante conhecer esse fenômeno
para planejar os equipamentos, principalmente de transporte, e também a produtividade.
Caso o volume de corte do solo seja de 100 m3, o total a ser transportado será de 130 m3,
graças ao empolamento.
O oposto do empolamento é a contração. Ou seja, o quanto a terra ocupa a menos de
volume quando compactada. Nesse caso, o volume final é inferior ao que a terra ocupava
no corte. Assim, para executar um aterro com 1 m3, será preciso mais que 1 m3 de terra.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA
I. Notas de Aulas do Engº de Minas MSc Ismael Momade Racia. Apontamentos de
Maquinaria. 2019. ISPT.
II. ROCHA, Ana Paula. Serviços de Terraplenagem. Guia da Construção, São Paulo: Pini,
n°93, p. 36-37, Abr. 2009.
III. Manual de Implemtação Básica de Rodovia (2010) – DNIT
IV. Notas de Aulas do Engº de Minas MSc Fernando Elias. Apontamentos de
Maquinaria. 2018. ISPT.

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