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Prof.ª Me.

Grazielle Tigre
Tucuruí - 2022 1
 Entende-se por estudo de dosagem dos concretos de cimento Portland os
procedimentos necessários à obtenção da melhor proporção entre os materiais
constituintes do concreto.
 Essa proporção ideal pode ser expressa em massa ou em volume, sendo
preferível e sempre mais rigorosa a proporção expressa em massa seca de
materiais. (TUTIKIAN; HELENE, 2011)

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Estado fresco: seja trabalhável e
mantenha sua homogeneidade em todas
as etapas;

No estado endurecido: apresente as


propriedades exigidas no projeto
estrutural;

Durabilidade

Ecoeficiência
 Um estudo de dosagem deve ser realizado visando obter a mistura ideal e
mais econômica, numa determinada região e com os materiais ali
disponíveis, para atender uma série de requisitos.
 Essa série será maior ou menor, segundo a complexidade do trabalho a ser
realizado e segundo o grau de esclarecimento técnico e prático do usuário do
concreto que demandou o estudo. (TUTIKIAN; HELENE, 2011)

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• Dosagem racional e experimental
• Metodologias de dosagem mais precisas baseadas em Leis científicas e Ensaios
experimentais;
• Estabelecem o traço em função de avaliações da resistência e da trabalhabilidade feitas
em laboratório.
• Mais eficientes em custos, geram um menor Desvio Padrão (Sd).
• Métodos de dosagem comumente utilizados no Brasil:
– Método da ABCP
– Método do IPT/EPUSP
– Método do INT
– Método de Furnas
– Método do ACI adaptado pela ABCP às condições brasileiras
• Dosagem racional e experimental (NBR 12655:2022)
 A composição de cada concreto de classe C20 ou superior, a ser utilizado na obra, deve
ser definida, em dosagem racional e experimental, com a devida antecedência em relação
ao início da concretagem da obra. O estudo de dosagem deve ser realizado com os
mesmos materiais e condições semelhantes àquelas da obra, tendo em vista as
prescrições do projeto e as condições de execução.
 O cálculo da dosagem do concreto deve ser refeito cada vez que for prevista uma
mudança de marca, tipo ou classe do cimento, na procedência e qualidade dos agregados
e demais materiais.
• Dosagem empírica
(não experimentais)

- Não é baseada em Leis científicas e nem em ensaios experimentais.


• Ocorre uma variação muito grande nos resultados obtidos, implicando em
Desvio Padrão(Sd) muito alto, elevando custo final do concreto.
• Bases arbitrárias (fórmulas e tabelas);
• Experiência do construtor / Tradição da construção civil.
• Dosagem empírica (NBR 12655:2022)

 O traço de concreto pode ser estabelecido empiricamente para o concreto das classes C10
e C15, com consumo mínimo de 300 kg de cimento por metro cúbico.
Dosagem racional Dosagem
e experimental empírica

Proporcionamento adequado dos materiais: cimento, agregado miúdo,


agregado graúdo, água e eventualmente aditivos e adições, com vistas
a atender:
 exigências de projeto
 condições de exposição e operação
 tipo do agregado disponível economicamente
técnicas de execução
custo
• Traço ou composição (NBR 12655:2022)

 Quantidades expressas, em massa ou volume, dos vários componentes do concreto. O


traço pode ser expresso em quantidades de materiais por metro cúbico de concreto.
• Traço ou composição (NBR 12655:2022)

 A expressão do traço unitário de concreto segue a configuração:

1: Massa de cimento em relação à Massa de cimento (Mc/Mc = 1);


a: Massa de areia em relação à Massa de cimento (Ma/Mc = a);
b: Massa de brita em relação à Massa de cimento (Mb/Mc = b);
a/c: Massa de água em relação à Massa de cimento (Mágua/Mc = a/c).

Obs: No caso de se utilizar mais de um agregado miúdo e/ou mais de um agregado


graúdo, o traço é expresso do material mais fino para o mais grosso.
Por exemplo, 2 areias e 3 britas: 1 : a1 : a2 : b1 : b2 : b3 : a/c
• Traço ou composição (NBR 12655:2022)

1) Exemplo:
Seja uma mistura para concreto composta por 1 saco de cimento, 150 kg de areia,
250 kg de brita 1 e 25 kg de água, então:
Traço unitário:
50 / 50 : 150 / 50 : 250 / 50 : 25 / 50
1 : 3 : 5 : 0,5 (cimento : areia : brita : água)
• Traço ou composição (NBR 12655:2022)
• Consumo de cimento
• Resistência de dosagem (NBR 12655)

Onde:
fcm  fckj  1,65 * Sd
fcmj é a resistência média do concreto à compressão, prevista para a idade de j
dias (MPa);
fckj é a resistência característica do concreto à compressão, aos j dias (MPa);
sd é o desvio-padrão da dosagem (MPa).

O valor do desvio padrão depende da condição de preparo do concreto


- NBR 12655
• Escolha da relação água/cimento

 Em função da resistência pretendida Lei de Abrams (f a/c versus


resistência);

 Em função da durabilidade de acordo com as condições de exposição da


estrutura à agressividade do meio ambiente (NBR 6118)
• Escolha da relação água/cimento

 Lei de Abrams

Abrams estudou esta relação (por meio de experimentos) observando que a


resistência do concreto é uma função do fator a/c, de acordo com a seguinte
equação:
fcj= resistência de dosagem na idade de j dias (3, 7, 28
A dias)
fcj  x x = fator a/c
B A = constante que varia com o tipo de cimento
B = constante que varia com a idade
• Escolha da relação água/cimento
Lei de Abrams

• Gráfico da Curva de ABRAMS


• As curvas (que estão linearizadas) traduzem a
resistência do concreto endurecido para 3,7, 28 dias;
para diferentes valores de f a/c.

A
fcj  x
B
• Estabelecida em função do tipo de cimento
• Não considera a influência do agregado
• Definição da dimensão máxima característica do agregado graúdo ( DMC)

• Determinado pelo projeto estrutural!

Dmáx ≤ 1/3 espessura da laje


Dmáx ≤ 1/4 distância entre as faces das formas
Dmáx ≤ 0,8 do espaçamento entre armaduras
horizontais
Dmáx ≤ 1,2 do espaçamento entre armaduras
verticais
Dmáx ≤ ¼ do Ф da tubulação do bombeamento do
concreto
• Escolha da consistência do concreto
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655: Concreto de
cimento Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação - Procedimento. Rio de
Janeiro, 2022.

• HELENE, P.; TERZIAN, P. Manual de Dosagem e Controle do Concreto. Editora


PINI. São Paulo, 1992.

• METHA, P.K.; MONTEIRO, P.J.M. – “Concreto: Estrutura, Propriedades e


Materiais” – Editora PINI, São Paulo, 1994.

• MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto Microestrutura, Propriedade e
Materiais – 3ª edição. Ed.:IBRACON. São Paulo, 2008.

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