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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

BRUNO GARCIA DE ASSIS


FÁBULO RIBEIRO MONTEIRO
RODRIGO SOWA

ENSAIO DE COMPRESSÃO EM CONCRETO

PONTA GROSSA
2016
BRUNO GARCIA DE ASSIS
FÁBULO RIBEIRO MONTEIRO
RODRIGO SOWA

Ensaio de compressão em concreto

Relatório apresentado como requisito parcial


para aprovação na disciplina de ensaios e
caracterização de materiais na Universidade
Estadual de Ponta Grossa. Área Materiais
Cerâmicos.
Professora Cláudia Francine Machado
Canova.

PONTA GROSSA
2016
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão.................7


Figura 2 - Gráfico de Tensão x Deformação..............................................................11
Figura 3 - Fratura dos corpos de prova sem pedra na composição...........................12
Figura 4 - Fratura nos corpos de prova com pedra....................................................12
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados experimentais dos corpos de prova................................................10


Tabela 2: Composição dos corpos de prova..............................................................11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
1.1 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO .................................................................... 6
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 8
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 9
3.1 MATERIAIS ....................................................................................................... 9
2.2 MÉTODOS ........................................................................................................ 9
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 10
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 13
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 14
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1 INTRODUÇÃO

O cimento Portland é o material de construção de mais extenso uso no


mundo. Apesar de sua invenção ter ocorrido há mais de um século, muitos são os
que fazem uso dele sem conhecê-lo com maior rigor, e é de fundamental
importância utilizá-lo corretamente. Para isto, é preciso conhecer bem suas
características e propriedades, para poder aproveita-las da melhor forma possível na
aplicação que se tem em vista.1
A resistência característica do concreto à compressão (fck) é uma das
principais propriedades do concreto. Sendo que a mesma está associada ao tempo
de cura do concreto. A cura é a última etapa do processo de produção do concreto a
mesma deve ser bem executada, pois quanto maiores os cuidados com a cura do
concreto, melhor é o seu desempenho mecânico e a sua resistência aos agentes
agressivos do meio ambiente.1
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) descreve com exatidão
os ensaios de Resistência à Compressão na norma NBR 7215 Cimento Portland -
Determinação da resistência à compressão.

1.1 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO

O ensaio de compressão é feito em corpo-de-prova cilíndrico que deve ser


posicionado de modo que, quando estiver centrado, seu eixo coincida com o da
máquina de ensaio, de modo que a resultante das forças passe pelo centro. Além da
carga de ruptura interessa saber o tipo de ruptura.2
O atrito no contato das placas de aço da máquina de ensaio com o corpo-de-
prova pode causar impedimento à livre deformação transversal, devido à grande
rigidez dessas placas de aço. Caso seja neutralizado esse impedimento, com
interposição de escovas de aço, por exemplo, obtém-se valores menores para a
resistência à compressão.2
A resistência à compressão simples, denominada fc é a característica
mecânica mais importante. Para estimá-la em um lote de concreto, são moldados e
preparados corpos-de-prova para ensaio segundo a NBR 5738 – Moldagem e cura
de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto, os quais são ensaiados
7

segundo a NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova


cilíndricos.
O corpo-de-prova padrão brasileiro é o cilíndrico, com 15cm de diâmetro e
30cm de altura, e a idade de referência para o ensaio é 28 dias. Após ensaio de um
número muito grande de corpos-de-prova, pode ser feito um gráfico com os valores
obtidos de fc versus a quantidade de corpos-de-prova relativos a determinado valor
de fc, também denominada densidade de frequência. A curva encontrada denomina-
se Curva Estatística de Gauss ou Curva de Distribuição Normal para a resistência do
concreto à compressão, mostrada na figura 1 abaixo.3

Figura 1 – Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão.

Fonte: (3)

Na curva de Gauss encontram-se dois valores de fundamental importância:


resistência média do concreto à compressão, fcm, e resistência característica do
concreto à compressão, fck. O valor fcm é a média aritmética dos valores de fc para o
conjunto de corpos-de-prova ensaiados, e é utilizado na determinação da resistência
característica, fck, por meio da fórmula 1 mostrada a seguir:3
fck = fcm −1,65s (1)
O desvio-padrão s corresponde à distância entre a abscissa de f cm e a do
ponto de inflexão da curva (ponto em que ela muda de concavidade). O valor 1,65
corresponde ao quantil de 5%, ou seja, apenas 5% dos corpos-de-prova possuem fc
< fck, ou, ainda, 95% dos corpos-de-prova possuem fc ≥ fck. Portanto, pode-se definir
fck como sendo o valor da resistência que tem 5% de probabilidade de não ser
alcançado, em ensaios de corpos-de-prova de um determinado lote de concreto.3
Nas obras, devido ao pequeno número de corpos-de-prova ensaiados,
calculase fck,est, valor estimado da resistência característica do concreto à
compressão.3
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2 OBJETIVOS

Caracterizar e comparar, quanto a resistência a compressão, amostras


cilíndricas de concreto feitas com diferentes proporções de areia, cimento e pedra.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

Utilizou-se de uma balança, paquímetro, máquina universal de ensaios


Shimadzu 100kN ajustada para ensaio de compressão e 17 corpos de prova
preparados com diferentes proporções de pedra, cimento e areia.

2.2 MÉTODOS

Com os corpos de prova já preparados anteriormente, pesou-se e com o


paquímetro foi medido as dimensões de cada. Em seguida, colocou-se na máquina
de compressão e foi dado início ao ensaio, gerando-se um gráfico para cada
amostra.
Após a fratura do corpo de prova, observou-se a forma em que se deu a
propagação das trincas pelo material.
10

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As 17 amostras de concreto foram submetidas ao ensaio de compressão


segundo a norma Nbr 5739.
A tabela 1 abaixo apresenta as dimensões e as médias das massas dos
corpos de provas.

Tabela 1: Dados experimentais dos corpos de prova


Número de Tempo de
Altura Diâmetro Massa
Amostras corpos de cura até o
(mm) (mm) Média (g)
prova ensaio (dias)
331 3 100 50 311,6 134
332 3 100 50 321,6 133
333 3 100 50 358,3 132
301 3 100 50 371,6 110
302 2 100 50 395 109
303 3 100 50 400 108
Fonte: Os autores.

As composições dos corpos de prova estão representadas na tabela 2 a


seguir.

Tabela 2: Composição dos corpos de prova


Número de Densidade
Amostras corpos de Areia Pedra Cimento Média
prova (g/cm²)
331 3 3 3 1 0,793
332 3 3 3 2 0,819
333 3 3 3 3 0,912
301 3 3 0 1 0.946
302 2 3 0 2 1,005
303 3 3 0 3 1,018
Fonte: Os autores.
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A figura 2 abaixo apresenta um gráfico de tensão por deformação. Ele


representa o comportamento dos corpos de provas quando submetidos a
compressão.

Figura 2 - Gráfico de Tensão x Deformação

331-1
30000000 331-2
331-3
332-1
332-2
332-3
20000000 333-1
333-2
Tensao MPA

333-3
301-1
301-2
10000000 301-3
302-1
302-2
303-1
303-2
0
303-3

0 10 20 30 40
Deformaç‫م‬o %

Fonte: Os autores.

No gráfico, podemos observar que os corpos de prova que possuem pedra


na sua composição apresentam uma resistência a compressão menor, isso ocorre
devido as pedras agirem como concentradores de defeito no material.
É possível observar também que quanto maior a densidade do material,
maior sua resistência à compressão. Isso acontece, pois, os corpos de prova mais
densos possuem maior quantidade de cimento e o cimento age enrijecendo o
material, já que ele apresenta a maior resistência mecânica dentre os matérias da
composição do concreto.
As amostras apresentaram fraturas catastróficas e ocorreram de maneira
frágil. Os corpos de prova sem pedra na composição apresentaram fratura do tipo E
cisalhada, como pode ser visto na figura 3. Os corpos de prova com pedra
apresentaram em sua maioria fratura do tipo F (fraturas no topo do capeamento),
12

como pode ser visto na figura 4 abaixo. Como pode ser visto, as trincas nos corpos
de prova com pedra caminharam próximas as pedras, isso ocorrem, pois, as pedras
concentram tensões e facilitam a propagação da trinca. Para os corpos de prova
sem pedras a trinca propagou-se de maneira mais linear, deixando a superfície da
fratura mais plana.

Figura 3 - Fratura dos corpos de prova sem pedra na composição

Fonte: Os autores.

Figura 4 - Fratura nos corpos de prova com pedra

Fonte: Os autores.

O tempo de cura das amostras também pode influenciar na resistência a


compressão dos materiais, porem neste caso isso não ocorre, já que amostras com
tempo de cura menor apresentaram tensões máximas superiores às demais.
13

5 CONCLUSÃO

Na análise dos resultados pode-se perceber que a concentração de pedras e


cimento são muito influentes na resistência a compressão de materiais de concreto e
argamassa. As pedras agem como concentradores de tensão no material diminuindo
a resistência a compressão do mesmo. Já o cimento melhora a resistência do
material, devido sua resistência mecânica mais elevada.
Outro fator influenciado pela presença de pedras é como ocorre a fratura. A
fratura caminha pelo caminho de menor energia, e como as pedras agem como
concentradores de tensão, elas facilitam a propagação da trinca.
O tempo de cura do material também pode influenciar nas resistências a
compressão das amostras, porem nesse caso isso não ocorreu. Podemos concluir
então que o tempo foi suficiente para curar todas as amostras.
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REFERÊNCIAS

1 CRISTINA,J.; HENRIQUE,G.; FERREIRA,J.; EMÍDIO,J.P.; LOPES,M. Resistência


Característica do Concreto à Compressão (fck)-cimento. Faculdades Integradas
de Caratinga. Disponível em : <http://www.abenge.org.br/cobenge-
2014/Artigos/128990.pdf>. Acesso: Dezembro 2016.

2 TEIXEIRA,P.W.G.N. Materiais: concreto e aço. Universidade de São Paulo.


Disponível em: <http://www.lem.ep.usp.br/pef2604/TerceiraAulaPEF2604.pdf>.
Acesso: Dezembro 2016.

3 PINHEIRO,L.M.; MUZARDO,C.D.; SANTOS,S.P. ESTRUTURAS DE CONCRETO.


Universidade de Campinas. Disponível em:
<http://www.fec.unicamp.br/~almeida/ec702/EESC/Concreto.pdf>. Acesso:
Dezembro 2016.

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