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CARO LEITOR,
Olá! Seja muito bem-vindo(a) à mais re- Então, prepare seu café, pegue seu blue
cente edição da Revista da maior comu- cap e desfrute dessa leitura repleta de
nidade de manutenção do mundo! É um conhecimento. Temos certeza de que
prazer tê-lo(a) aqui conosco! você encontrará informações valiosas
que te ajudarão a aprimorar suas habi-
Nesta edição, preparamos um material lidades e a enfrentar os desafios da ma-
ainda mais robusto, desenvolvido espe- nutenção.
cialmente para você, que está na linha de
frente da indústria. Sabemos o quão cru- Aproveite ao máximo esta edição e fique
cial é o seu papel como mantenedor e é à vontade para nos enviar seus comen-
por isso que trouxemos conteúdos técni- tários, sugestões e histórias de sucesso.
cos desenvolvidos por quem realmente Estamos sempre interessados em ouvir
entende sua rotina. você, nosso leitor dedicado.
Ao folhear estas páginas, você encontra- Desejamos uma ótima leitura e que cada
rá conteúdos exclusivos que vão desde página desta revista seja uma fonte de
notícias, curiosidades até materiais téc- inspiração e aprendizado para aprimorar
nicos que você poderá aplicar no seu dia ainda mais o seu trabalho.
a dia. Além disso, não poderíamos deixar
de mencionar a importância da troca de Atenciosamente,
experiências e é por isso que incentiva-
mos a sua participação ativa nessa co- EQUIPE DA REVISTA MANUTENÇÃO
munidade.
3
SUMÁRIO
28 Manutenção Produtiva
Total: Estratégia para maxi-
mizar eficiência e produtivi-
dade dos equipamentos
Por Erik Cordeiro
CRÔNICA
42 Cara, a máquina pegou
fogo! - Por Marcio Barcala
DESAFIOS
32 Quiz + Adivinhação
OPINIÃO DICAS
6 Reindustrialização ou 24 Dicas para tornar a
subdesenvolvimento? rotina no trabalho mais
Por Fauzi Mendonça segura - Por Alex Vedan
4
EDITORIAL
5
OPINIÃO
REINDUSTRIALIZAÇÃO
OU SUBDESENVOLVIMENTO?
Atualmente, o Brasil enfrenta desafios como a desin-
dustrialização, sendo necessário um consenso em
torno da reindustrialização para alcançar o desenvol-
vimento econômico e tecnológico pleno.
Autor
Fauzi Mendonça
Instituído por Juscelino Kubitschek, por meio do Decre- Não há, no mundo, nenhum país considerado desen-
to Nº 43.769 de 21 de maio de 1958, o Dia Nacional da volvido que não tenha finalizado a sua própria Revolu-
Indústria é uma homenagem a Roberto Simonsen que ção Industrial (Capitalista), e o Brasil que, há mais de
faleceu, em vinte e cinco de maio de mil novecentos cinquenta anos, passou por um abrupto processo de
e quarenta e oito (25/05/1948), aos cinquenta e nove industrialização, quando perdeu o status de país sub-
(59) anos de idade. desenvolvido e passou a ser considerado um dos paí-
ses em desenvolvimento, infelizmente, não conseguiu
Considerado o patrono da indústria nacional, Roberto finalizar esse processo, tornando-se uma economia
Simonsen foi protagonista na consolidação do Parque parcialmente desenvolvida e, em consequência, de-
Industrial do Brasileiro e tornou-se conhecido principal- pendente e cooptada por países de economia desen-
mente pela defesa intransigente da indústria nacional. volvida de modo pleno.
Um dos pioneiros do desenvolvimentismo na América
Latina, Simonsen foi um expressivo líder da classe em- Esse processo de cooptação econômica ocorreu, so-
presarial. Além de professor, engenheiro, economista, bretudo, pelo poder exercido pela financeirização da
empresário, historiador, político, escritor, intelectual or- economia e do rentismo, difundidos e conduzidos pe-
gânico e membro da Academia Paulista de Letras (APL), los países desenvolvidos e catalisados, amplamente,
da Academia Brasileira de Letras (ABL), do Clube de En- nas economias em desenvolvimento, pelo neoliberalis-
genharia do Rio de Janeiro e do Instituto de Engenharia mo e pela famigerada globalização, o que acabou por
de São Paulo, Roberto Simonsen, também, foi presiden- desacelerar o processo de industrialização, em muitos
te da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo países e, em alguns casos, chegou até mesmo a causar
– FIESP e da Confederação Nacional da Indústria – CNI. a temida desindustrialização, como ocorreu no Brasil.
Trata-se de um processo análogo a uma parasitagem, em
Atualmente, o Dia Nacional da Indústria deve ser utili- que o país desenvolvido, para manter-se como tal, preci-
zado, principalmente, para difundir e fomentar o deba- sa garantir o crescimento contínuo da sua economia, o
te e a reflexão sobre a importância da indústria para que só é possível cooptando economias cujo desenvolvi-
o Brasil e para os brasileiros, pois, desde o início da mento foi tardio e parcial, o que inviabiliza, por exemplo,
década de oitenta (1980), não há muito o que celebrar, o que os economistas classificam como catching up dos
afinal, após a crise da dívida, o Brasil passou a sofrer países com economia em desenvolvimento.
com a desindustrialização, que foi mais agressiva, a
partir do início da década de noventa, mais especifica- O catching up é o processo pelo qual os países mais
mente durante o governo neoliberal de Fernando Collor atrasados alcançam os países mais avançados econô-
de Mello, que, ao abrir desastrosamente a economia mica e tecnologicamente, o que requer, além de muito
ao processo de globalização, eliminou por completo os investimento em educação, ciência e tecnologia, um
mecanismos de neutralização da Doença Holandesa. planejamento estratégico em curto, médio e longo pra-
6
zo, que considere a Industrialização como uma políti- presas de bens comercializáveis que usam a tecnolo-
ca de Estado (permanente) e não apenas de governo gia mais moderna existente no mundo. É um fenômeno
(efêmera). estrutural que cria obstáculos à industrialização, ou, se
tiver sido neutralizada, e o país se industrializou, mas,
A ausência de uma política de Estado desenvolvimen- depois, deixou de sê-lo, provoca desindustrialização.
tista é, portanto, um dos motivos que impedem o Brasil
de se tornar uma nação plenamente desenvolvida, mas Em suma, o que falta para que o Brasil finalize a sua
há um outro, também preocupante, que os economis- Revolução Industrial e torne-se uma nação plenamente
tas classificam como Doença Holandesa. desenvolvida no aspecto econômico e tecnológico é:
5 industrialização
trou no nosso país um sistema imunológico vulnerá- Definir o novo desenvolvimentismo e a
vel e incapaz de mitigar a infecção viral, catalisada por como políticas de Estado
vetores conhecidos como os Chicago Boys, que nos
trouxeram o engodo do receituário neoliberal, prescrito
pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no Consen-
so de Washington em 1989.
6 Investir na reindustrialização
Ainda, segundo Luiz Carlos Bresser-Pereira, podemos
definir a doença holandesa de maneira muito simples: Logo, o que falta mesmo é a opção formal, pela via
a doença holandesa é a crônica sobreapreciação da do Novo Desenvolvimentismo (Reindustrialização),
taxa de câmbio de um país, causada pela exploração porque a outra opção, o Subdesenvolvimento, nós co-
de recursos abundantes e baratos, cuja produção e nhecemos desde pelo menos vinte e um de abril de mil
exportação são compatíveis com uma taxa de câmbio novecentos e sessenta a três (1963), conforme regis-
claramente mais apreciada que a taxa de câmbio que tro histórico, do Jornal Brasil Urgente, obtido no acervo
torna competitivas internacionalmente as demais em- da biblioteca nacional:
7
MANIFESTO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRESSER-PEREIRA. A maldição dos recursos naturais. Dis- SILVA, L. O. Roberto Simonsen: a industrialização brasileira
ponível em: Luiz Carlos Bresser Pereira. (Org.). Opinião Eco- e a Segunda Guerra Mundial. História Econômica & História
nômica. São Paulo: Folha de São Paulo, DINHEIRO, 06 de ju- de Empresas, v. 13, n. 2, 10 jul. 2012.
nho de 2005, v. B, p. 2.
8
TABELA PERIÓDICA DE TRANSAÇÕES SAP PM
Notas Gestão de Estoque Local de Instalação
IW21 IW22 MB21 MB22 MB24 MB23 MB5B MB5T MB5M MB5L IL01 IL02
Criar nota de Modificar nota Criar Modificar Lista de reserva Exibir reserva Exibir estoque Exibe estoque Exibir Lista de estoque Criar local de Modificar local
manutenção de manutenção reserva reserva admi- nistração de material material em um em trânsito documento em depósito trabalho de de instalação
de estoque intervalo de material (saldo) instalação
tempo estornado
IW23 IW28 ME51N ME52N ME53N ME54N ME55 ME57 ME21N ME22N IL03 IL05
Exibir nota de Modificar nota Cria requisição Modifica Consulta Libera Libera Atribuir e Cria pedido de Modifica pedido Exibir local de Modificar local
manutenção de manu- de compras requisição de requisição de requisição de requisição de processar compras de compras instalação de instalação
tenção em lista compras compras compras compras requisições de em lista
(individual) (coletivo) compras
IW29 IW68 ME23N ME24N ME27 ME28 ME9F ME2L MBRL ME03 IH06 IL07
Exibir nota de Modificar itens Consulta pedido Atualizar anexo Criar pedido Liberação dos Imprimir Listagem de Devolução de Exibir LOF Exibir local de Exibir local de
manutenção de manu- de compras transferência pedidos de pedidos de pedidos de fornecedor instalação em instalação
em lista tenção da nota compras compras compras lista multinível
em lista
IW69 IW30 ME59 ME80RN ME2L ME2M ME80FN ME5A ME3L ME3M IH001
Exibir itens de Exibir nota de Geração Reporte pedidos Lista de pedidos Lista de pedidos Análises gerais Lista de Lista de Lista de Exibir local de
manutenção da manutenção automática de de Compra de compras por de compras por dos pedidos de requisições de contratos por contratos por instalação em
nota em lista multinível pedidos a partir fornecedor material compras compras fornecedor material estrutura
de RC
Equipamentos
Planos de IP11 IP12 IP13 IP14 IA01 IA02 IA03 IA11 IA12 IE01 IE02
Manutenção
Criar e Exibir Sequencia- Lista de Criar lista de Modificar lista Exibir lista de Criar lista de Modificar lista Criar Modificar
modificar estratégias de mento dos utilização da tarefas para de tarefas para tarefas para tarefas para de tarefas para equipamento equipamento
estratégias de manutenção pacotes de estratégia equipamento equipamento equipamento local de local de
manutenção manutenção instalação instalação
IA13 IA05 IA06 IA07 IA08 IA09 IA10 IP41 IP42 IP02 IE03 IE05
Exibir lista de Criar lista de Modificar lista Exibir lista de Modificar lista Exibir lista de Exibir lista de Criar planos de Criar plano de Modificar plano Exibir Modificar
tarefas para tarefa geral de tarefa geral tarefa geral de tarefas em tarefas em lista tarefas em lista manuten- ção manutenção de manutenção equipamento equipamentos
local de lista multinível de ciclo ciclo estratégico em lista
instalação individual
IP03 IP15 IP16 IP17 IP18 IP10 IP30 SM36 SM37 IP19 IH08 IH03
Exibir plano de Modificar plano Exibir plano de Modificar item Exibir item de Programar Monitorar Criar/ Exibir jobs Visualização Exibir Exibir
manutenção de manutenção manutenção em de manuten- manutenção em prazo do plano prazos do plano modificar job ativos no gráfica dos equipamento equipamento
em lista lista ção em lista lista de manutenção automático sistema planos de em lista em estrutura
manutenção
Ordens de serviço
IW31 IW32 IW33 IW34 IW36 IW37 IW38 IW39 IW49 IW3D IW44 IW48 IW40
Criar ordem de Modificar Exibir ordem de Criar ordem de Criar ordem de Modificar Modificar Exibir ordens Exibir opera- Imprimir ordem Confirmação de Confirmação Exibição de
serviço ordem de serviço serviço para serviço operações da ordens de de serviço em ções da ordem de serviço operação de OS em massa ordens em
serviço nota de secundária ordem em serviço em lista lista de serviço em em massa vários níveis
manutenção lista lista
ESPECIAL
DIA DA INDÚSTRIA
CELEBRANDO O MOTOR DA ECONOMIA
Autor
Alex Vedan
10
A PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA
11
ARTIGO TÉCNICO
LEI DE HOOKE
UM ENSAIO FUNDAMENTAL PARA
COMPREENDER A RESISTÊNCIA
DOS MATERIAIS (RESMAT)
Autor
Fauzi Mendonça
“
descreveu os pormenores do comporta-
mento de deformação elástica e plásti- Há cerca de dois anos, publiquei esta te-
ca dos materiais em função da tensão oria em um anagrama “ceiiinosssttuv” no
perpendicular aplicada a eles, através de final do livro intitulado como “A verdadei-
um simples ensaio de tração com molas, ra teoria da elasticidade”, para omitir a
registrado no livro Lectures de Potentia frase latina “Ut tensio sic vis” que signifi-
Restitutiva, or of spring explaining the ca: A deformação é proporcional à tensão
power of springing bodies, que em por- aplicada. “
tuguês significa Aulas de Tensão Res-
tauradora, ou da mola demonstrando o Robert Hook, 1678
poder de elasticidade dos corpos.
12
Revisão da literatura Movimento
O movimento de um corpo é a variação, em re-
Apesar do embate epistolar protagonizado pelos cien-
lação a um referencial, da posição de um objeto
tistas Robert Hooke e Isaac Newton, e das diversas e
ou ponto material em função do espaço.
controversas interpretações e opiniões acerca da rela-
ção hostil entre eles, é consenso na comunidade cien-
tífica que ambos contribuíram de forma imensurável
para a Revolução Científica, o que nos obriga a despre- Velocidade
zar as polêmicas e considerar apenas as contribuições
que esses gigantes fizeram para a Mecânica Clássica, A velocidade de um corpo é a variação, em re-
pois independentemente da estatura e do reconheci- lação a um determinado referencial, da posição
mento conquistado, a capacidade cognitiva delesfoi de um objeto ou ponto material em função do
determinante na concepção dos fundamentos da Físi- espaço e do tempo.
ca, uma vez que ambos pertenciam à Royal Society,
entidade onde as mentes mais brilhantes reuniam-se
para a prática da ciência experimental, que possibilitou Força
o acúmulo de conhecimento necessário para alavan-
car a Revolução Industrial. Em sua obra prima, Isaac Newton atribuiu a cau-
sa do movimento de um corpo à relação de for-
Contudo, é necessário considerar que na revisão bi- ças a que ele é submetido, conforme pormenori-
bliográfica deste artigo as Leis de Newton são descri- zado na Primeira Lei de Newton que diz:
“
tas e mencionadas de forma anacrônica, ou seja, an-
tes da Lei de Hooke, apenas por questões didáticas,
Se nenhuma força resultante atua
e que cronologicamente elas foram publicadas apro-
sobre um corpo (F = 0), a velocida-
ximadamente dez (10) anos após a publicação da Lei
de não pode mudar, ou seja, o corpo
de Hooke, o que por si só evidencia que Robert Hooke
conhecia previamente, pelo menos de forma empírica,
as Leis que renderam a Isaac Newton a consagração
não pode sofrer uma aceleração.
Isaac Newton, 1687
“
como o cientista mais importante de sua época, fato
este que sugere a possibilidade de plágio e gera muita
n
polêmica entre cientistas, pesquisadores e historiado-
res que em alguns casos sugerem até mesmo a pos-
i=1
sibilidade de revisionismo histórico, com o objetivo de Equação 1
“
cientista mais importante de sua época, com a
publicação do livro Philosophiae Naturalis Prin-
A força resultante que age sobre um
cipia Mathematica, que em português significa
corpo é igual ao produto da massa
Os Princípios Matemáticos da Filosofia Natural,
onde enunciou os fundamentos da Dinâmica,
que é o ramo da Mecânica Clássica que e estu-
do corpo pela aceleração.
Isaac Newton, 1687
“
da o movimento, ou seja, a variação da posição
de um objeto ou ponto material no espaço em
Equação 2
função do tempo, assim como suas causas.
13
ARTIGO TÉCNICO
“
A aceleração de um corpo é a grandeza utilizada
para mensurar a variação de velocidade de um
O Peso (P) de um corpo é o módu-
corpo ou ponto material em função do tempo,
lo da força necessária para impedir
conforme pormenorizado na Segunda Lei de
que o corpo caia livremente, medida
Newton vista ao lado.
Equação 2 Equação 3
em relação ao solo.
Halliday, et al, 2012
“
É o módulo da Força Normal (N) necessária
para manter um objeto em repouso suspenso
por uma mola, capaz de anular a Aceleração da
Aceleração da Gravidade (g) Gravidade (g) que a terra exerce sobre ele em-
Um corpo em queda livre na atmosfera terrestre purrando-o para baixo, ou seja, trata-se da Força
fica submetido a uma aceleração correspondente Resultante (Fres) do produto da massa (m) do
ao módulo da força gravitacional, conforme por- objeto pela Aceleração (a), que pode ser repre-
menorizado na Terceira Lei de Newton que diz: sentada de forma equivalente à equação de For-
ça, substituindo apenas (F) por (P), da seguinte
“
maneira:
Quando dois corpos interagem, as Equação 5
forças que cada corpo exerce sobre
o outro são iguais em módulo e têm
Sendo que neste caso a Aceleração (a) por se
sentidos opostos.
Isaac Newton, 1687
“ tratar de um movimento causado por uma força
conhecida, a Força Gravitacional (G), que ocorre
na direção vertical e no sentido superior/inferior
da superfície de um determinado planeta, deve
Quando dois corpos se aproximam, surgem For- ser substituída pelo módulo da Aceleração da
ças com mesma intensidade e sentidos opos- Gravidade (g) específico deste planeta, da se-
tos que fazem com que os corpos se atraiam, ou guinte maneira:
seja, massa atrai massa.
Equação 6
Equação 4
Tensão
Quando uma mola é utilizada para suspender um deter-
minado objeto e não é capaz de anular completamente
o Peso (P) dele, ela fica submetida a ação de uma força
mecânica interna classificada como tensão de tração, ou
somente Tensão (σ), que pode ocorrer tanto na seção
longitudinal σAl como na transversal σCo do material que
a constitui e causar Deformações (x) de alongamento
xAl e contração xCo respectivamente, enquanto não ul-
trapassa o limite de elasticidade, pois a partir dele ocorre
a deformação plástica, até o limite de ruptura, onde o ma- Figura 1. Relação entre a Força Gravitacional e a Força Peso.
terial sofre uma fratura.
14
Lei de Hooke Ensaio experimental
Um material tem comportamento elástico quando Através deste um ensaio realizado em labora-
as deformações causadas por determinada ten- tório e da observação dos fenômenos físicos e
são desaparecem com a retirada dela. Chama-se químicos, relacionados com o comportamento
limite de elasticidade do material o maior valor tensão-deformação de uma mola submetida a
de tensão para o qual o material ainda apresenta uma Tensão (P), foi possível determinar mate-
comportamento elástico. (BEER, et al., 1995). maticamente os efeitos de Deformação Elásti-
ca (x) (não definitiva), assim como a Constante
Elástica Plástica Elástica (k) do material e a Força Elástica (Fel)
gerada em função da tensão aplicada na mola.
15
ARTIGO TÉCNICO
16
Conversão dos dados da tensão Conversão dos dados da
deformação
Após obter e registrar os dados acerca da de-
formação elástica sofrida pela mola, foi neces- Para obter a medida da Deformação [m] a De-
sário aplicá-los na Equação 8 para obter o valor formação [mm] deve ser convertida conforme
da constante elástica, porém, antes disso foi Equação 14:
necessário realizar uma série de conversões de
unidades, para nivelar os dados obtidos, com Equação 14
os solicitados pelas equações que constituem
a famigerada Lei de Hooke, cujas unidades de Portanto:
medidas são representadas de acordo com o
Sistema Internacional (SI) de medidas.
Equação 12
Portanto:
Massa
[g] 50 100 150 200 250 300
Em seguida foi necessário aplicar a Equação 5
para transformar as medidas obtidas em Peso Massa
[Kg]
0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
[N], sendo que a variável “a” por se tratar de uma
aceleração vertical, causada pela lei da gravida- Deformação
de, pode ser substituída por “g” que é a acelera- [mm]
10 20 30 40 50 60
ção da gravidade, ou seja, 10 [m/s²], através da
Peso
Equação 6. 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
[N]
Equação 13 Deformação
[m]
0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
Portanto:
Dados obtidos durante o experimento
17
ARTIGO TÉCNICO
18
Método gráfico dos mínimos Análise dos resultados
quadrados
O valor da constante elástica pode ser obtido de
Utilizando o método gráfico e dos mínimos qua- duas maneiras diferentes, através do equaciona-
drados, a constante elástica k pode ser repre- mento (Lei de Hooke) e da representação grá-
sentada através de uma razão trigonométrica, fica (Método dos mínimos quadrados), porém
conforme o gráfico: no segundo caso é necessário enfatizar que a
3,0
constante elástica deve ser definida pela média
2,5
entre os pontos gerados no gráfico, isso se faz
necessário para corrigir uma eventual anamor-
2,0 ∆P = 2,5 - 1,0
fose que pode fazer com que os pontos fiquem
Peso [N]
Deformação ∆x [m]
Equação 15
Conclusões do ensaio BEER F.P. e JOHNSTON Jr. E.R. Resistência dos Materiais. 3.
ed [Livro]. - São Paulo: Pearson Makron Books, 1995.
Através do experimento conclui-se que a tensão
restauradora produzida pela mola depende da NEWTON Isaac. Philosophiae Naturalis Principia Mathema-
da composição química, da espessura, do fio de tica. [Livro]. - London: John Machin, 1687, minha tradução.
enrolamento e do número e diâmetro de espirais
HOOKE Robert. Lectures de Potentia Restitutiva, or of spring
que a constitui, ou seja, varia de acordo com a
explaining the power of springing bodies. [Livro]. - London:
concentração de massa dela, pois tal força tem
John Martin, 1678, minha tradução.
síntese intermolecular e origina-se da força que
mantém as moléculas e os átomos unidos, além
do que é inversamente proporcional à tensão
aplicada sobre o material respeitando o limite
elástico dele, pois ao ultrapassar esse limite
tal força provoca uma deformação plástica na
mola, impossibilitando que ela volte ao seu es-
tado original, ou seja, ao seu estado de inércia.
19
MATÉRIA DE CAPA
MECÂNICA E ELÉTRICA
Autor
Alex Vedan
20
Que atire a primeira pedra quem nunca se dança intricada, onde cada passo é es-
envolveu em debates sobre a importân- sencial para o sucesso do todo.
cia entre os setores elétrico e mecânico.
Essas duas áreas têm suas próprias sin- Algumas empresas têm incentivado riva-
gularidades e fascínios. No setor elétri- lidades saudáveis entre esses setores,
co, a capacidade de entender e manipu- acreditando que isso pode estimular a
lar a corrente elétrica é verdadeiramente produtividade e a inovação. Um grande
notável. Os profissionais mecânicos têm parceiro meu - que cabe a mim ocultar
a habilidade de desvendar os intrincados seu nome - já compartilhou comigo algu-
mecanismos e componentes das engre- mas vezes como ele vivia em uma com-
nagens, motores e sistemas.. petição tóxica em uma mineradora, onde
os profissionais eram pressionados a
Será que é realmente justo colocar es- provar sua superioridade em relação ao
ses setores em uma disputa eterna? outro setor. Isso criou um ambiente de
Será que um é realmente mais importan- hostilidade e desconfiança tão grande
te que o outro na manutenção industrial? que as equipes realmente se viam como
A resposta, meus amigos, é um resso- adversárias em vez de colaboradoras.
nante “não”.
Ao invés de se unirem para enfrentar os
O setor elétrico e o mecânico são duas desafios da manutenção industrial, eles
faces da mesma moeda na manutenção desperdiçavam energia e recursos em
industrial. Cada um possui habilidades e disputas internas que não contribuiam
conhecimentos valiosos, que se comple- para o bem-estar da empresa. O descon-
mentam e se entrelaçam em um intrinca- forto era tamanho que muitos talentos
do jogo de engrenagens. saíram da empresa.
21
ções e experiências é prejudicada. Isso significa que so- vos podem ajudar a construir uma cultura de coopera-
luções inovadoras podem ser perdidas, pois cada setor ção e respeito mútuo.
guarda suas descobertas e conquistas como um segre-
do, em vez de compartilhá-las para o benefício mútuo. A rivalidade entre o setor elétrico e o mecânico não
precisa ser uma batalha sangrenta. Em vez disso, pode
Quando a rivalidade saudável se transforma em uma ser uma competição saudável, na qual cada setor bus-
batalha de egos e disputas incessantes, a harmonia ca superar os desafios e contribuir para o sucesso da
dos fluxos de trabajo é duramente golpeada. empresa como um todo, mantendo sempre o compar-
tilhamento de conhecimento. Celebrar as conquistas
Tanto o setor elétrico quanto o mecânico desempe- de ambas as equipes e reconhecer o valor que cada
nham papéis essenciais. Cada um possui conheci- uma traz é de grande valia.
mentos técnicos peculiares e, quando esses conheci-
mentos são combinados, o resultado é uma equipe de A batalha entre o setor elétrico e o mecânico não deve
manutenção poderosa. ser uma luta pela supremacia, mas sim uma colabora-
ção em busca da excelência. Quando eles se unem e
Em vez de ver esses dois setores como competidores, compartilham suas habilidades, conhecimentos e pai-
é vital reconhecer que eles são peças de um quebra- xão pela manutenção.
-cabeça maior. Essa combinação de habilidades e co-
nhecimentos permite uma solução rápida e eficiente, O resultado é uma força imbatível que impulsiona o
minimizando o tempo de inatividade e os custos. Para sucesso da empresa e garante o bom funcionamento
promover essa colaboração, as empresas devem in- das operações.
centivar a comunicação aberta e o compartilhamento
de conhecimento entre os dois setores. Treinamentos Colabore, não rivalize.
conjuntos, reuniões periódicas e projetos colaborati-
22
CLIQUE AQUI
E ASSISTA
23
DICAS
DICAS PARA
TORNAR A ROTINA
NO TRABALHO
MAIS SEGURA
A segurança no ambiente de trabalho é uma preocupação constante devido aos riscos
à saúde e à ocorrência de acidentes. No Brasil, mais de 445 mil acidentes de trabalho
foram registrados em 2020, de acordo com relatório da Previdência Social. Para
combater esse problema, a campanha Abril Verde foi criada, visando conscientizar sobre
saúde e segurança no trabalho. Medidas como capacitação da equipe, adoção de rotinas
de segurança, análise preliminar de riscos e diálogos de segurança são essenciais
para prevenir acidentes. Além disso, a manutenção preditiva desempenha um papel
importante na prevenção de falhas e garantia da segurança no ambiente de trabalho.
Autor
Alex Vedan
24
Invista na capacitação do time Adote uma rotina de segurança
A capacitação do time diz respeito à disponibi- A execução das atividades com segurança é
lização de treinamentos adequados às funções fundamental e, para ajudar nesta tarefa, o uso
e realizar reciclagem dos mesmos periodica- de checklists pode ajudar a monitorar todos os
mente. Promover treinamentos sazonais sobre pontos importantes para garantir que tudo está
segurança em geral também é uma ótima for- conforme o planejado, antes de realizá-las.
ma de capacitar seus colaboradores. Apesar de No checklist, costuma-se incluir informações
parecer simples, é importante reforçar com os relacionadas com segurança de trabalho, tais
funcionários as melhores práticas para opera- como as ferramentas utilizadas, equipamentos
ção dos equipamentos, execução das tarefas de proteção individual (EPIs) e informações so-
diárias e dia a dia na operação, garantindo as- bre o ambiente.
sim o acesso ao conhecimento com foco na
prevenção de acidentes. Saber e verificar quais ferramentas de proteção
são necessárias para a realização de determi-
É importante estar atento também aos treina- nada atividade, é indispensável para uma rotina
mentos obrigatórios segundo as Normas Re- de segurança assertiva. Os Equipamentos de
gulamentadoras do Ministério do Trabalho, que Proteção Individuais (EPIs) e Equipamentos
variam de acordo com a categoria da empresa de Proteção Coletiva (EPCs) são exemplos de
ou da atividade exercida pelo colaborador, e ferramentas relevantes para a proteção dos
são fundamentais para a execução correta e trabalhadores em relação aos processos do
segura do trabalho. ambiente de trabalho, e que são comumente
confundidos.
Na plataforma de cursos da Revista Manuten-
ção Edu, você pode encontrar o Curso de NR10
- 40 horas, referente a Norma Regulamentadora
10, para profissionais que trabalham, direta ou
indiretamente, com instalações elétricas e ser-
viços com eletricidade. Além deste, a platafor-
ma também possui muitos outros cursos que
poderão ajudar na capacitação profissional de
maneira geral.
25
DICAS
26
RECAPITULANDO...
27
ARTIGO TÉCNICO
MANUTENÇÃO
PRODUTIVA TOTAL
ESTRATÉGIA PARA MAXIMIZAR EFICIÊNCIA
E PRODUTIVIDADE DOS EQUIPAMENTOS
Autor
Erik Cordeiro
A Manutenção Produtiva Total (TPM) é uma estraté- As 4 gerações do TPM Fonte: Palmeira (2022).
gia de gestão da manutenção que tem como objetivo
maximizar a eficiência dos equipamentos, reduzir os
1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração 4ª Geração
custos e aumentar a produtividade da empresa. Ela é 1970 1980 1990 2000
baseada em uma filosofia que promove a participação
de todos os funcionários da empresa na manutenção
Estratégia
dos equipamentos e na melhoria contínua dos proces- Máxima eficiência dos Produção Gestão
sos produtivos. equipamentos e TPM e TPM
Equipamento geral de
produção
planejada, melhoria contínua, manutenção preditiva, companhia
qualidade do produto, segurança, meio ambiente e a
formação e treinamento dos funcionários. Cada um 16 perdas 20 perdas
desses pilares desempenha um papel fundamental na 6 principais (equipamentos, (processos,
Perdas
28
TPM
Manutenção da qualidade
Educação e treinamento
Manutenção autônoma
Manutenção planejada
Segurança, saúde e
Controle inicial
meio ambiente
1 Manutenção planejada
Slack et. al. (2002) descreve como aquela que acontece 5 Controle inicial
Para JIPM (2014), este pilar faz referência ao período
antes da ocorrência de falhas e quebras. Segundo os de desenvolvimento e produção de novos produtos, até
autores, seu objetivo é eliminar e/ou reduzir a possibili- que eles estejam estáveis no mercado. É o intervalo de
dade de falhas promovendo manutenção programada. tempo entre a fase de especificação até a fase de co-
Monchy (1987) reflete que esse tipo de manutenção já missionamento, quando ao seu final o equipamento é
visava reduzir a incidência de falhas ou a degradação entregue ao departamento de produção para a opera-
de determinado serviço prestado. ção plena.
2 Manutenção autônoma
A principal ideia desse pilar é utilizar os operadores de 6 Manutenção da qualidade
É recomendável, neste pilar, estabelecer as etapas
máquina para executar algumas tarefas rotineiras de críticas que possam alterar os padrões de qualidade
manutenção, como: limpeza diária, inspeção, reapertos planejados, e implementar procedimentos de inspeção
requeridos pelo equipamento (MOBLEY; HIGGINS; WI- específicos para cada uma dessas etapas. Além disso,
KOFF, 2008). é importante realizar verificações e medições regulares
das condições dos equipamentos.
3 Melhorias específicas
Os autores Takahashi e Osada (1993) apontam como
objetivo a melhoria da eficiência da produção com base 7 Eficiência administrativa
Técnicas e processo que ficam nos bastidores também
na visualização das perdas, avaliação constante da efi- são considerados importantes para redução de desper-
ciência e elevação nos níveis relacionados a avanços dícios, já que as ações da manutenção também impac-
tecnológicos. Essas melhorias buscam elevar o de- tarão de forma direta ou indireta em seus resultados.
sempenho dos equipamentos e diminuir suas perdas Setores como: PCM, PCP, Qualidade, Segurança do Tra-
ao longo da produção. balho, entre outros.
4 Educação e treinamento
Reforça a importância e necessidade de qualificar os 8 Segurança, saúde e meio ambiente
Foca na eliminação de riscos no quesito proteção tan-
operadores e aqueles que realizam manutenções nos to dos funcionários quanto do local em que a empresa
ativos, abordando desde questões como: apertar pa- está inserida. JIPM (2014) aponta que reforça a neces-
rafusos, checar rolamentos, ver nível de óleo, realizar sidade de uso de equipamentos de proteção, por parte
lubrificação e verificar vazamentos de água até manu- dos colaboradores, e redução de ruídos, odores e de-
tenções mais elaboradas. mais fatores de poluição.
29
ARTIGO TÉCNICO
Para uma análise completa e eficiente da linha de pro- Para calcular o índice de disponibilidade deste equipa-
dução é fundamental usar, juntamente com o TPM a mento, basta seguir a seguinte fórmula:
Eficiência Global do Equipamento (OEE).
MTBF
De acordo com Nakajima (1988), o OEE resulta da mul- DISPONIBILIDADE = X 100
tiplicação de três variáveis, disponibilidade, desempe- MTBF + MTTB
nho e qualidade.
Por meio dessa métrica, é possível avaliar quanto do O índice ideal é de 85% segundo Nakajima (1989), é uma
tempo disponível foi utilizado para a fabricação das pe- meta ideal a ser atingida pelos equipamentos. Contudo,
ças, bem como a velocidade do equipamento durante para atingir a World Class Maintenance a porcentagem
a produção. Essa análise detalhada permite uma com- a ser atingida no nível de performance é de 95%.
preensão completa do processo produtivo e a identifi-
cação precisa dos pontos que precisam de melhorias. Entretanto, destaca-se que este indicador pode atuar
em todos os níveis da produção, desde os equipamen-
Para obter a disponibilidade, segundo Zuashkiani tos individuais, para a planta como um todo. Calculan-
(2011), é preciso entender que a parte do tempo pla- do o OEE isoladamente para os equipamentos e linhas
nejado para produzir é multiplicada pelo tempo que o é possível identificar pontos que necessitam de maior
ativo esteve disponível para uso. Seu desempenho é dedicação dos recursos da TPM.
medido pela velocidade que a máquina trabalhou du-
rante o tempo planejado para produção em relação a
sua capacidade nominal.
30
Implementação da TPM
Para a implementação da Manutenção Produtiva Total, é importante ter uma análise em toda
a empresa para buscar, avaliar e conhecer todas as suas particularidades. Nakajima (1989) ex-
plica que a implantação da TPM normalmente se desenvolve a partir de quatro fases, as quais
são: preparação, introdução, implantação e consolidação. Assim, 12 etapas são derivadas. Em
geral, elas requerem aproximadamente 3 anos para a implementação.
Declaração oficial da
Uso de todos os meios de comunicação
decisão da Diretroria pela disponíveis
implementação do TPM A primeira fase é a
preparação. Nela, busca-
Educação, treinamento e se conscientizar toda a
Seminários para gerência média/alta
divulgação do início da Vídeos para os operadores companhia no processo
implementação
de implementação.
Estruturação das equipes
Identificação das lideranças e montagem dos
Preparação de multiplicação e comitês
implementação
Estabelecimeneto da
Identificação das grandes perdas e definição
política básica e metas dos índices relativos ao PQCDSM
do TPM A segunda fase é a
introdução, na qual ocorre
Elaboração do o lançamento do projeto.
plano diretor para Detalhamento do plano
implementação do TPM
Lançamento do projeto
Introdução empresarial TPM
Convite a fornecedores e empresas afiliadas
31
DESAFIOS
CRITICIDADE?
assertivamente — e claro que a análise
de criticidade faz parte do dia a dia dos
heróis da manutenção.
1. A matriz de criticidade anda lado a lado com outros dois 4. Os ativos que são definidos como Criticidade B são:
conceitos. Com base no seu conhecimento responda a. Os que possuem médio impacto, o que significa que uma
abaixo a alternativa correta: falha não afetará a produção
a. Confiabilidade e a Análise RAM b. Os que não geram impactos significativos na produção
b. Previsibilidade e Análise de Vibração caso haja uma falha.
c. Manutenção Preditiva e Corretiva c. Essenciais para a operação e a sua inatividade pode
d. Downtime e Folga Mecânica afetar toda a operação
d. Nenhuma das alternativas acima
2. Sobre a finalidade da definição do nível de criticidade
dos ativos responda a alternativa correta sobre quais 5. Os ativos que são definidos como Criticidade C são:
são os critérios: a. Os que possuem médio impacto, o que significa que uma
a. A frequência de falhas falha não afetará a produção
b. Quão difícil é detectar a falha b. Os que não geram impactos significativos na produção
c. Qual é o impacto da falha em suas operações gerais caso haja uma falha
d. Todas as alternativas acima c. Essenciais para a operação e a sua inatividade pode
afetar toda a operação
d. Nenhuma das alternativas acima
3. Os ativos que são definidos como Criticidade A são:
a. Os que possuem médio impacto, o que significa que uma
falha não afetará a produção
b. Os que não geram impactos significativos na produção
caso haja uma falha.
c. Essenciais para a operação e a sua inatividade pode
afetar toda a operação
d. Nenhuma das alternativas acima Respostas no final da revista.
QUE COMPONENTE DO
MOTOR É ESSE?
32
ARTIGO TÉCNICO
Cabezal Eficiência
Quando uma bomba é operada com vazão fora de seu
Ponto de Melhor Eficiência (BEP), acontecem as cha-
madas anormalidades hidráulicas na carcaça e no
impulsor. Essas anomalias, que ocorrem em todas as
bombas, podem causar instabilidade hidráulica, impul- Vibração
sos de vibração e flexão do eixo, resultando em des-
gaste acelerado, falha prematura e frequente de roto-
Potência
res, mancais e vedações, que atuam nessas condições
como fusíveis mecânicos, sendo o resultado final de
uma cadeia de eventos. Portanto, idealmente, o pon-
Capacidade Q
to de projeto e operação deve ser mantido próximo ao
Ponto de Melhor Eficiência (BEP). (veja a Fig. 1). Dentro
Figura 1. Curvas características de uma bomba.
das avarias frequentes nas bombas, distinguem-se três
Fonte: o autor.
tipos de problemas: hidráulicos inerentes ao sistema,
NPSHR = quantidade de pressão de líquido necessária para
hidráulicos inerentes à bomba e problemas mecânicos.
a entrada de uma bomba pré-concebida e fabricada.
Cabezal = refere-se à parte superior de uma máquina ou
Problemas hidráulicos inerentes ao sistema são o aparelho.
resultado de falhas de projeto, procedimentos de ins- Vibração = movimento oscilatório de um objeto.
talação inadequados e posicionamento incorreto da Potência = quantidade de energia gerada ou consumida.
tubulação. Já os problemas hidráulicos inerentes à Capacidade Q = capacidade de armazenar energia em um
bomba surgem quando a bomba não pode funcionar circuito elétrico.
de acordo com as especificações de capacidade, altu- Eficiência = capacidade de desempenhar uma tarefa com a
ra manométrica e eficiência. menor quantidade possível de recursos ou energia.
33
ARTIGO TÉCNICO
Sede do Selo
Quanto aos problemas mecânicos, estes refe- É o anel de desgaste removível no flange se for estacionário
rem-se a defeitos mecânicos, que se manifes- ou, na luva, se for giratório.
tam por sintomas como ruídos, vibrações, so-
breaquecimento e podem originar problemas Estes contêm os elementos que formam:
de avaria hidráulica. Alguns dos eventos típicos
que indicam falhas em bombas rotativas são: A vedação primária
Não entrega líquido. Entrega menos líquida do Formada pelo anel primário e a sede, comumente conheci-
que o esperado. Perde prime após a partida. das como faces de contato da vedação. Essas faces são fei-
Não aumenta a pressão. Consome muita ener- tas de materiais como carboneto de silício, carboneto de tun-
gia. Possui ruído excessivo. Tem vibração ex- gstênio, carbono grafitado e cerâmica (óxido de alumínio).
cessiva. Apresenta alta temperatura na região
dos mancais e retentores. Apresenta vazamento A vedação secundária
excessivo devido a gaxetas ou selos mecânicos. Formada pelos elementos das juntas (o’rings, juntas de gra-
fite, etc.) que impedem o vazamento das partes da vedação
com o eixo e o flange.
Esses eventos, que refletem um mal funcionamento da Teoricamente, o selo deveria funcionar controlando
bomba, chamam a atenção pela perda parcial ou total as emissões para a atmosfera até que um de seus
de suas funções, dentro das especificações estabele- componentes perca a função (falha de vedação), no
cidas em seu contexto operacional, como a perda de primário as faces se desgastam e/ou fraturam, e no
sua função principal (entrega de vazão a uma pressão secundário se deformam, os elementos de vedação
necessária), o que refletirá um impacto significativo no degradam-se. Porém, na prática observamos que em
processo; bem como, são importantes as perdas de ou- 80% dos casos, as vedações falham antes de comple-
tras funções como contenção (vazamentos para o meio tar seu ciclo de vida.
ambiente), que são de vital relevância em sistemas que
manuseiam fluidos altamente tóxicos ou voláteis e re- Na maioria dos casos, os usuários ou zeladores con-
querem especificações de segurança exigentes. centram sua atenção na falha do componente -neste
caso, o selo mecânico- e concluem que precisam de
Selos mecânicos - falha prematura um selo mais robusto que se adapte à sua condição de
operação (Grave), desviada de seu contexto atual. situ-
As vedações são componentes das bombas que im- ação operacional, o que resulta em maiores custos na
pedem que um fluido escape para o exterior da bomba aquisição de peças e sobressalentes, afetando nota-
através das folgas ou frestas entre o eixo e a carcaça, damente o orçamento de manutenção e conseguindo,
controlando as emissões dentro das faixas de projeto apenas no melhor dos casos, prolongar a ocorrência
estabelecidas. É um elemento que requer muita aten- da falha. Por esse motivo, uma análise abrangente do
ção nas indústrias químicas, petroquímicas, refinarias, processo deve ser realizada para identificar os fatores
entre outras. Atualmente existe uma diversidade de que contribuem para a ocorrência da falha.
selos mecânicos que dependem de uma determinada
aplicação. No entanto, sua configuração básica é com-
Cabezal
posta por uma parte rotativa e outra estacionária, que
são compostas por:
Assento
Cabeça do Selo
É o conjunto de vários componentes, como o anel primário
(que fica em contato com a sede, ambos formando o selo
primário), selantes secundários. (o’rings, cunhas, foles, etc.), Eixo
sistema de compensação de desgaste (molas) e sistema de
acionamento (retentores, componentes metálicos diversos).
Esta cabeça é o lado flexível da vedação, acomodando leves
movimentos axiais e radiais do equipamento. Figura 2. Selo Mecânico Básico.
Fonte: o autor.
34
Exemplo de ACR em falha de selos A seguir, vamos desenvolver um exemplo de ACR utili-
mecânicos em bombas centrífugas zando uma “Falha de uma bomba centrífuga multiestá-
gio devido a vazamentos nos selos mecânicos” como
O processo de Análise de Causa Raiz busca não só exemplo, empregando um processo disciplinado de
identificar as causas das falhas, mas também é um análise com o uso de uma Árvore Lógica de Falha.
processo cíclico de melhoria contínua que busca cor-
rigir as causas das falhas e melhorar o processo, con- O primeiro passo é preparar a análise:
forme Figura 3: • Definir o problema ou evento a ser evitado, estabele-
cendo o Top Event. Neste caso “Parada automática
da bomba P-102”. É aconselhável indicar se a parada
foi automática (ativação de uma proteção), manual
(parada realizada pelo operador) ou repentina (não
representada nas duas anteriores). Isso facilitará
35
ARTIGO TÉCNICO
36
cadearam os eventos que eventualmente levaram à Glossário de termos
falha, que podem ser introduzidos durante o processo
de projeto, fabricação ou uso (instalação, operação ou Um glossário de termos relevantes usados neste docu-
manutenção), como mostra o exemplo da Figura 4. mento está listado abaixo:
Por fim, é estabelecido o plano de ação, que busca eli- Root Cause Analysis (ACR)
minar as causas raízes identificadas por meio da exe- Metodologia utilizada para analisar e identificar as
cução das ações. Também deve ser estabelecido um causas que causam eventos indesejados, contribuin-
sistema de medição (KPI’s) para avaliar o alcance das do para determinar medidas preventivas que minimi-
ações e, caso os objetivos esperados não sejam alcan- zem suas consequências, reduzam a probabilidade de
çados, o processo é reavaliado e os ajustes e melhorias ocorrência ou, no melhor dos casos, de que o evento
necessários são feitos. Como podem existir restrições estudado não ocorra de novo.
quanto a níveis de aprovação, orçamento, tecnologia
disponível, etc., que podem se tornar barreiras para a Causa da falha
implementação do plano, podem ser utilizadas técni- A circunstância durante o projeto, fabricação ou uso
cas de Hierarquia de Eventos, aplicando uma Matriz que leva à falha.
de Prioridades, baseada em Complexidade e Consequ-
ências, de forma em que começar a concretizar o pla- Causa Raiz
no, com as ações de maiores consequências, mas de Também conhecida como causa latente, é o nível mais
menor complexidade na sua solução, de forma a obter baixo de Análise, onde são identificados aqueles fa-
vitórias antecipadas que contribuam para incentivar tores que contribuíram diretamente para o problema,
aprovações e investimentos no resto do plano. normalmente estão representados nas lacunas ou
deficiências da organização, que se não corrigidas, o
evento indesejáveis continuarão a ocorrer.
Conclusão
Consequência da Falha
As bombas são equipamentos suscetíveis a altera- É o que o proprietário de um ativo experimenta como
ções severas em suas condições de operação, como resultado da ocorrência de um modo de falha, manifes-
instabilidades hidráulicas que afetarão repentina ou tado no impacto na Segurança, Saúde, Meio Ambiente,
progressivamente a integridade de seus componentes perda de Produção e/ou altos custos de manutenção.
mecânicos. Da mesma forma, desvios na correta sele-
ção, instalação e manutenção causam problemas de Contexto Operacional
origem mecânica, onde alguns deles podem eventual- É a descrição das circunstâncias específicas em que
mente desenvolver também problemas hidráulicos. um ativo físico ou sistema opera, está escrito de for-
ma narrativa que inclui a descrição exata do ativo e
Atualmente, os selos mecânicos são excelentes ele- fornece as informações necessárias e com detalhes
mentos de contenção para evitar escapes “descon- suficientes sobre os fatores (o ambiente, tecnologia,
trolados” para a atmosfera em processos de movi- padrões, operação, etc.) que contribuem e influenciam
mentação de fluidos; entretanto, requerem condições o processo geral.
mínimas de instalação, manutenção e operação que
garantam sua expectativa de vida, onde a intervenção Natural Work Team (ENT)
humana desempenha um papel importante. Formado por um grupo de pessoas de diferentes de-
partamentos, com diversas disciplinas e funções, bus-
A utilização de processos de análise disciplinados cando a sinergia para alcançar um objetivo comum e
como o ACR e a utilização das tecnologias disponíveis produzir um resultado melhor e abrangente para a or-
para suportar este processo de pensamento através ganização.
da validação de hipóteses, contribuem para a obten-
ção de resultados de sucesso no controle de avarias e Erro Humano
na gestão da manutenção. Também conhecido como causa intermediária, é a inte-
ração inadequada de pessoas durante sua participação
direta ou indireta em uma atividade ou processo, o que
37
ARTIGO TÉCNICO
Falha
É o término da capacidade de um sistema/equipamen- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
to/peça desempenhar uma função requerida.
KENNERH J. MCNAUGTON. Bombas. Seleção, Uso e Manu-
tenção. México. McGRAW-HILL. nº 373 pág. 1999.
Falha Física
Também conhecida como causa direta, normalmente
CONFIABILIDADE E GESTÃO DA ENGENHARIA. Fundamen-
são representadas por elementos, componentes ou
tos de Seleção, Operação e Manutenção de Bombas. Curso.
peças; que, ao substituí-los, o problema é temporaria- 2005.
mente eliminado.
Padrão ANSI/API 610. Bombas centrífugas para indústrias
Falha Funcional de petróleo, petroquímica e gás natural. 10ª Edição. 2004.
Incapacidade de um item (ou do equipamento que o
contém) para atender a um padrão de desempenho INSTITUTO DE ENERGIA E TERMODIN MICA. Curso de Bom-
especificado. ba. Sudamericana de Seguros SA Companhia nº. Pág. 8.
2002.
Falha Potencial
É uma condição física identificável que indica que uma JD SUMMERS-SMITH. Prática de Vedação Mecânica para
Melhor Desempenho. Londres; editorial MEP, n.º 216 p. 1992.
falha funcional é iminente.
38
39
40
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41
CRÔNICA
Trabalhei em uma empresa especializada em impressão as coisas com rapidez e sempre buscava maneiras de
e laminação de filmes plásticos e, por mais que isso pa- melhorar seu trabalho. Esse auxiliar descobriu que con-
reça absurdo, essa era uma frase corriqueira. Como as seguia retirar solvente do ponto onde havia sido desmon-
máquinas trabalhavam em alta velocidade e todas as tada a estação do viscosímetro. Era muito mais fácil e rá-
matérias primas eram inflamáveis (filme plástico, tintas, pido que requisitar, além de não ter quantidade limitada.
adesivos e solventes), um pequeno erro poderia causar Com o palco montado e o ator em cena, vamos desenro-
um princípio de incêndio. lar nosso drama.
Para evitar situações desastrosas, tínhamos nas máqui- Em uma bela madrugada, nosso amigo ligeirinho decidiu
nas pessoas treinadas na brigada de incêndio, que conse- pegar solvente da tubulação do viscosímetro. Sabe-se lá
guiam controlar rapidamente princípios de incêndio, que por que, quando ele abriu o registro, aconteceu uma des-
evitavam que danos ocorressem nas máquinas e também carga de energia estática e a faísca gerada iniciou um in-
que vidas fossem colocadas em risco. Como esse pes- cêndio. O rapaz, que apesar de ser bastante esperto, não
soal tinha um tempo de reação muito rápido, dificilmente era da brigada, se apavorou, largou o balde e deixou o re-
um princípio de incêndio passava disso, mas vez ou outra, gistro de solvente aberto.
a manutenção era acionada para trocar alguma manguei-
ra pneumática que havia sido derretida. Era horário de ceia e o pessoal do setor estava reduzido,
o solvente estava se espalhando e levando o fogo com
Mas, teve uma noite em que tudo colaborou para que o ele. Por sorte, alguém que estava próximo percebeu o que
pior acontecesse. Em uma determinada máquina havia estava acontecendo e correu para fechar o registro.
um sistema de controle de viscosidade que media e fazia Apesar do pessoal reduzido, os membros da brigada se
a correção automaticamente e, para conseguir baixar a reuniram e iniciaram o combate ao incêndio, e alguém
viscosidade quando necessário, recebia uma tubulação chamou os bombeiros. Quando os bombeiros chegaram
de solvente. Pois bem, uma das estações apresentou pro- o fogo já estava apagado.
blema e foi retirada. Como era pouco usada e, na posição
onde estava, não era muito importante o controle de vis- De manhã, quando acordei, meu celular estava cheio de
cosidade, foi decidido não colocá-la de volta, mas revisá- mensagens e fotos da máquina queimada. Ninguém se
-la e deixá-la como reserva das estações mais usadas. feriu e os prejuízos foram só materiais. Mas era devido ao
Pequeno detalhe: o ponto de solvente foi esquecido. risco de descarga estática que o abastecimento de sol-
vente era restrito à sala de tintas...
Era comum, durante o acerto da máquina, que a visco-
sidade fosse acertada manualmente, antes de acionar Levou aproximadamente 30 dias a reforma da máquina
o sistema automático. Nesses casos, o colaborador se incendiada e rendeu história para se contar. Você já pre-
dirigia à sala de preparação de tintas e requisitava uma senciou algum acidente desse tipo, causado por alguém
quantidade de solvente que, após o uso, caso sobrasse, que, com boa intenção, burlou alguma regra?
deveria ser devolvido, pois não era permitido que o sol-
vente ficasse armazenado próximo à máquina, devido ao
risco que isso apresentava.
42
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43
CONTEÚDO TRACTIAN
Autor
Erik Cordeiro
Entenda o funcionamento do d
motor elétrico
44
No estator o condutor é enrolado várias vezes com o intui-
to de intensificar o campo magnético gerado, sendo assim
chamado de bobina, que são colocadas em ranhuras e são
associadas de forma a constituir os conjuntos de pólos mag-
néticos que direcionam o fluxo magnético no estator.
120º 120º
N
Tempo da Rede
Rotor
Estator
Bobinas 120º
No diagrama de exemplo com três fases eixo e entranhados nas fendas em volta do perí-
os princípios são os mesmos, a análise metro do núcleo.
pode ser realizada considerando três cir-
cuitos monofásicos. Como há a passagem de um campo magnético
girante em um condutor é induzida uma corrente
Eles são dispostos deslocados de 120° que percorre o núcleo do rotor e pela lei de lorentz
de forma que a soma total do fluxo é induzida uma força em função do campo e da
magnético ao longo do tempo, seja um corrente que gera o movimento
campo girando em torno do rotor que se rotativo de todo o sistema.
movimenta em função da frequência de
alimentação.
45
CONTEÚDO TRACTIAN
Todo esse sistema de isolamento dos enrolamentos Elevação de Tempo de Vida Útil Redução de Vida Útil
Temperatura ∆Θ (ºC) (Anos) (%)
existe para evitar o contato elétrico entre os conduto-
res, caso ele venha a falhar ocorre o curto circuito e 0 20 0
consequentemente a queima do condutor. Os curtos 1 18,45 7,7
podem ocorrer entre espiras de uma mesma uma mes-
2 17,04 14,8
ma bobina, entre fases de bobinas distintas ou nas co-
nexões das bobinas. 3 15,73 21,4
4 14,54 27,3
De forma geral, os defeitos de isolação são associa-
dos com alguma contaminação interna do motor, com 5 13,43 32,8
degradação do material isolante por ressecamento 6 12,42 37,9
devido a temperatura excessiva ou por abrasão e com
7 11,49 42,5
rápidas oscilações na tensão de alimentação.
8 10,63 46,8
Sobreaquecimento 9 9,84 50,8
46
Os motores possuem um sistema de ventilação aco- Desbalanceamento de tensão
plado ao rotor utilizado para realizar a ventilação e
retirar o calor. Qualquer impedimento do fluxo de ar O desbalanceamento de tensão é uma condição na
pode ocasionar o sobreaquecimento, as causas mais qual as fases apresentam diferentes valores de tensão
comuns são acúmulo de sujeira, poeira, grama e ferru- ou defasagem angular diferentes de 120°C ou ainda as
gem. Vale-se destacar que o motor precisa estar insta- duas condições simultaneamente.
lado em um local que permita que o ar aquecido seja
dissipado, caso contrário pode haver a recirculação do Tensões balanceadas Tensões desbalanceadas
1,0 1,0
Tensão
Tensão
cimento são relacionadas com um dimensionamento 0 0
Rotor bloqueado
Entre as principais causas do desequilíbrio de um
A condição de rotor bloqueado impõe uma sobrecarga sistema trifásico destaca-se a adição de cargas mo-
extrema no motor de indução. A elevada corrente de nofásicas como sistemas de iluminação e motores
rotor bloqueado faz com que toda a energia de entrada monofásicos de forma desproporcional sem um pla-
seja convertida em aquecimento do rotor e do estator. nejamento adequado.
Na partida com 100% de carga, tipicamente as corren- O desequilíbrio da tensão irá ocasionar desperdício de
tes nos enrolamentos do estator variam de 3 a 7 vezes energia devido à existência de maiores perdas provo-
a corrente nominal, assim caso o motor não consiga cadas por altas correntes desequilibradas. Estudos já
partir devido ao bloqueio do rotor, a corrente continuará demonstraram que desequilíbrios de 3,5% na tensão
no patamar de partida causando o sobreaquecimento. podem aumentar as perdas do motor em até 20% e
desequilíbrios acima de 5% causam problemas opera-
O aquecimento nos enrolamentos do estator é da or- cionais imediatos (ELETROBRÁS, 2004).
dem de 10 a 50 vezes aos da sua condição nominal,
lembrando que na partida os enrolamentos estão sem Pequenos valores na faixa de 1 a 2% também são
o benefício da ventilação natural produzida pela rota- prejudiciais, pois podem ocasionar significativos au-
ção do rotor. mentos no consumo de energia por muito tempo, sem
serem detectados, principalmente se o motor está su-
Picos de tensão perdimensionado. Assim, a tensão da rede deve ser
regularmente monitorada e um desequilíbrio maior do
Os picos de tensão são grandes aumentos de tensão que 1% deve ser corrigido.
em uma ou mais fases por um curto período de tempo,
caso o motor não esteja devidamente protegido pode Outro efeito importan-
vir a queimar. te relacionado ao des-
balanceamento é o au-
A causa mais comuns desses surtos estão relaciona- mento da temperatura
das com descargas atmosféricas cuja energia percor- do motor e principal-
re a rede elétrica oscilando a tensão de alimentação mente do rotor.
de forma violenta. Outras possibilidades de picos de
tensão estão relacionadas com manobra em banco de
capacitores ou com problemas no sistema de aciona-
mento e controle do motor.
47
CONTEÚDO TRACTIAN
Quando as correntes absorvidas pelos motores de in- Como evitar essas condições?
dução estão desequilibradas, é induzido nas barras do
rotor uma corrente na frequência duas vezes superior Vimos que essas condições devidas aos fatores ope-
à frequência industrial. Assim ocorre um efeito cha- racionais, falhas mecânicas ou problemas na rede elé-
mado de skin, em que as correntes indesejadas de alta trica podem ocasionar graves problemas nos motores
frequência tendem a percorrer a superfície dos condu- aumentando consumo de energia, alterando o rendi-
tores dos enrolamentos, assim o rotor fica submetido mento e reduzindo a vida útil até que ocorra a queima.
de imediato aos efeitos térmicos resultantes do pro-
cesso. Se o motor estiver operando na sua potência Dessa forma, o ideal é monitorar os parâmetros de
nominal, o rotor irá sofrer um aquecimento acima do operação para garantir a confiabilidade dos ativos e
seu limite térmico e como já vimos anteriormente re- evitar a queima dos motores.
duz a sua vida útil.
Com o monitoramento das fontes de alimentação
Além desses fatores, o desbalanceamento das fases é possível identificar as falhas na rede elétrica que
também causa efeitos operacionais no motor como danificam o motor elétrico no longo prazo como so-
o surgimento de torque que age no sentido de frear o bretensão, subtensão, baixo fator de potência e des-
movimento, alterações do tempo de partida e diminui- balanceamento de fases. Então é possível atuar em
ção do fator de potência. possíveis problemas na rede elétrica, fazer melhores
distribuições de cargas, redimensionar projetos e ins-
Falta de fase talar bancos de capacitores para melhorar a qualidade
da energia entregue aos ativos.
Caso uma das fases seja comprometida e não entre-
gue tensão ao motor ele irá entrar na condição de falta A plataforma da TRACTIAN analisa continuamente os
de fase. Essa condição ocorre quando há algum pro- dados e gera insights de condições que danificam os
blema com a alimentação podendo ser causada por motores como sobrecorrente, sobrecarga e consegue
um rompimento no cabo de alimentação, uma queima identificar até o sobreconsumo dos equipamentos.
de um fusível, queima de de uma fase no transforma-
dor ou problemas no sistema de acionamento.
48
Na imagem acima foi identificada uma condição de
sobrecorrente que rompeu em 36% o limite máximo de
operação e que se continuasse acontecendo de forma
recorrente certamente estaria danificando os enrola-
mentos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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não ideais de alimentação. Uberlândia, dez. 2001. 399 p.30
KOSOW, I. L. Máquinas Elétricas e Transformadores. Porto Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) – Faculdade de En-
Alegre. Editora Globo, 1979. 632p. genharia Elétrica, Universidade Federal de Uberlândia.
FREITAS, P. C. F. Comparação dos rendimentos dos moto- GONÇALEZ, Fábio Gonçalves. Estudo do motor de indução
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http://www.eletrica.ufpr.br/mehl/downloads/qualidade-e-
nergia.pdf>. Acesso em: 18 out. 2007, 13:38.
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COMUNIDADE BLUE CAP
Somos suscetíveis às influências do
meio em que vivemos. A vida é uma
batalha e nossa sobrevivência está
intimamente ligada à nossa capaci-
dade de se adaptar aos ambientes em
FICHA TÉCNICA
que vivemos e executamos nossas
funções. A comunidade veio me abrir
Diretoria Superintendente Fauzi Mendonça
portas e olhos. Com método de traba-
e Alex Vedan Coordenação de Núcleo Alex
lho e percepção de ver e rever diversas
Vedan Editores Gabriel Mesquita e Tamires
situações que nós, manutentores, pas-
Zinetti Conselho Editorial Alex Vedan, Fauzi
samos no dia a dia da manutenção.
Mendonça e Igor Marinelli Design Gráfico e
Execução Técnica Marina de Araujo, Marcos
Com toda a avalanche de conheci-
Lopes e Nayani Teixeira Colaboram nesta
mentos que a comunidade Blue Cap
edição Marcio Barcala e Tibaldo Alfredo
nos fornece nas redes sociais, venho
Díaz Molina Atendimento ao leitor Tamires
não só agregando conhecimento, mas
Zinetti
também ficando cada vez mais focado
no que mais amo fazer, que é trabalhar
Webmaster revistamanutencao.com.br
com manutenção em equipamentos
industriais!
Materiais elaborados em colaboração entre
Revista Manutenção ® e TRACTIAN ®
Obrigado, Comunidade Blue Cap.
Produzido e editado por Comunicarte
Tamo junto!
Soluções
Vamos descobrir como está seu conhecimento Copyright O conteúdo das publicações é de
sobre criticidade? direito dos seus autores.
1. a; 2. d; 3. c; 4. a; 5. b
Veja + em: tractian.com/quiz/ Limite de responsabilidade A Revista
Manutenção é uma produção independente
Que componente do motor é esse? e livre de quaisquer vínculos políticos,
a) Rotor- Os rotores são componentes móveis de comerciais e religiosos.
um sistema eletromagnético e estão presentes
em motores elétricos, geradores elétricos e
alternadores. O movimento de rotação é causado
pela interação entre as barras do rotor e os
campos magnéticos que produzem um torque
em torno do eixo do rotor. Em um motor elétrico,
o rotor trabalha em conjunto com o estator (parte
fixa) para transmitir a potência do equipamento.
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