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EDIÇÃO 3 JULHO 2023

ANATOMIA COMO TORNAR ANÁLISE DE CAUSA POR QUE OS LEI DE HOOKE


COMPLETA SUA ROTINA DE RAIZ APLICADA MOTORES & MUITO MAIS
DE MOTORES TRABALHO MAIS A FALHAS EM ELÉTRICOS
ELÉTRICOS SEGURA BOMBAS QUEIMAM?
2
CARTA AO LEITOR

CARO LEITOR,
Olá! Seja muito bem-vindo(a) à mais re- Então, prepare seu café, pegue seu blue
cente edição da Revista da maior comu- cap e desfrute dessa leitura repleta de
nidade de manutenção do mundo! É um conhecimento. Temos certeza de que
prazer tê-lo(a) aqui conosco! você encontrará informações valiosas
que te ajudarão a aprimorar suas habi-
Nesta edição, preparamos um material lidades e a enfrentar os desafios da ma-
ainda mais robusto, desenvolvido espe- nutenção.
cialmente para você, que está na linha de
frente da indústria. Sabemos o quão cru- Aproveite ao máximo esta edição e fique
cial é o seu papel como mantenedor e é à vontade para nos enviar seus comen-
por isso que trouxemos conteúdos técni- tários, sugestões e histórias de sucesso.
cos desenvolvidos por quem realmente Estamos sempre interessados em ouvir
entende sua rotina. você, nosso leitor dedicado.

Ao folhear estas páginas, você encontra- Desejamos uma ótima leitura e que cada
rá conteúdos exclusivos que vão desde página desta revista seja uma fonte de
notícias, curiosidades até materiais téc- inspiração e aprendizado para aprimorar
nicos que você poderá aplicar no seu dia ainda mais o seu trabalho.
a dia. Além disso, não poderíamos deixar
de mencionar a importância da troca de Atenciosamente,
experiências e é por isso que incentiva-
mos a sua participação ativa nessa co- EQUIPE DA REVISTA MANUTENÇÃO
munidade.

3
SUMÁRIO

MATÉRIA DE CAPA ARTIGO TÉCNICO

20 O embate estimulado entre Mecânica e Elétrica 12 Lei de Hooke: Um ensaio


fundamental para compre-
Por Alex Vedan
ender a resistência dos ma-
teriais (RESMAT)
Por Fauzi Mendonça

28 Manutenção Produtiva
Total: Estratégia para maxi-
mizar eficiência e produtivi-
dade dos equipamentos
Por Erik Cordeiro

33 Análise de causa raiz


aplicada a falhas mecâni-
cas de bombas
Por Tibaldo Alfredo Molina

CRÔNICA
42 Cara, a máquina pegou
fogo! - Por Marcio Barcala

DESAFIOS
32 Quiz + Adivinhação

ESPECIAL CONTEÚDO TRACTIAN


10 Dia da Indústria: 44 Por que os motores
Celebrando o Motor elétricos queimam?
da Economia Por Erik Cordeiro
Por Alex Vedan

OPINIÃO DICAS
6 Reindustrialização ou 24 Dicas para tornar a
subdesenvolvimento? rotina no trabalho mais
Por Fauzi Mendonça segura - Por Alex Vedan

4
EDITORIAL

A RELEVÂNCIA DA MANUTENÇÃO PARA A ECONOMIA


Autor
Alex Vedan

A manutenção industrial desempenha Além disso, disponibilizamos materiais


um papel crucial na economia, permitin- de consulta para você guardar. Nesta
do que as indústrias operem de forma edição, você encontrará uma página in-
eficiente, otimizando recursos e impul- teiramente dedicada a operações SAP,
sionando o progresso econômico. Saiba bem como um infográfico para compre-
que você faz parte dessa engrenagem ender a anatomia completa dos motores
que mantém esse grande pilar girando! elétricos. Esse conhecimento é essen-
cial para uma manutenção eficaz, permi-
Nesta edição da nossa revista, quere- tindo que você identifique e previna pro-
mos enfatizar a importância da manu- blemas, evitando falhas e interrupções
tenção industrial como um fator deter- não planejadas.
minante para o crescimento econômico
e a competitividade no cenário industrial Aproveite esta edição para estudar todos
atual. Por meio de diversos temas, des- os conceitos apresentados, testar seu
tacamos a relevância e o impacto positi- conhecimento por meio de atividades
vo dessa prática nas indústrias. especialmente preparadas e se divertir
com crônicas que trarão lembranças de
Prepare-se para compreender conceitos situações cotidianas. Esperamos que
essenciais, como a Lei de Hooke. Sua você desfrute da sua leitura!
aplicação na manutenção industrial ga-
rante a integridade estrutural dos equi-
pamentos, prolongando sua vida útil e
minimizando riscos. Trouxemos tam-
bém assuntos relevantes para o seu co-
tidiano, como a antiga cultura do embate
entre as áreas de Mecânica e Elétrica,
que tem sido amplamente discutida. É
fundamental reconhecer que ambas são
complementares e desempenham pa-
péis importantes na manutenção indus-
trial eficiente.

5
OPINIÃO

REINDUSTRIALIZAÇÃO
OU SUBDESENVOLVIMENTO?
Atualmente, o Brasil enfrenta desafios como a desin-
dustrialização, sendo necessário um consenso em
torno da reindustrialização para alcançar o desenvol-
vimento econômico e tecnológico pleno.

Autor
Fauzi Mendonça

Instituído por Juscelino Kubitschek, por meio do Decre- Não há, no mundo, nenhum país considerado desen-
to Nº 43.769 de 21 de maio de 1958, o Dia Nacional da volvido que não tenha finalizado a sua própria Revolu-
Indústria é uma homenagem a Roberto Simonsen que ção Industrial (Capitalista), e o Brasil que, há mais de
faleceu, em vinte e cinco de maio de mil novecentos cinquenta anos, passou por um abrupto processo de
e quarenta e oito (25/05/1948), aos cinquenta e nove industrialização, quando perdeu o status de país sub-
(59) anos de idade. desenvolvido e passou a ser considerado um dos paí-
ses em desenvolvimento, infelizmente, não conseguiu
Considerado o patrono da indústria nacional, Roberto finalizar esse processo, tornando-se uma economia
Simonsen foi protagonista na consolidação do Parque parcialmente desenvolvida e, em consequência, de-
Industrial do Brasileiro e tornou-se conhecido principal- pendente e cooptada por países de economia desen-
mente pela defesa intransigente da indústria nacional. volvida de modo pleno.
Um dos pioneiros do desenvolvimentismo na América
Latina, Simonsen foi um expressivo líder da classe em- Esse processo de cooptação econômica ocorreu, so-
presarial. Além de professor, engenheiro, economista, bretudo, pelo poder exercido pela financeirização da
empresário, historiador, político, escritor, intelectual or- economia e do rentismo, difundidos e conduzidos pe-
gânico e membro da Academia Paulista de Letras (APL), los países desenvolvidos e catalisados, amplamente,
da Academia Brasileira de Letras (ABL), do Clube de En- nas economias em desenvolvimento, pelo neoliberalis-
genharia do Rio de Janeiro e do Instituto de Engenharia mo e pela famigerada globalização, o que acabou por
de São Paulo, Roberto Simonsen, também, foi presiden- desacelerar o processo de industrialização, em muitos
te da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo países e, em alguns casos, chegou até mesmo a causar
– FIESP e da Confederação Nacional da Indústria – CNI. a temida desindustrialização, como ocorreu no Brasil.
Trata-se de um processo análogo a uma parasitagem, em
Atualmente, o Dia Nacional da Indústria deve ser utili- que o país desenvolvido, para manter-se como tal, preci-
zado, principalmente, para difundir e fomentar o deba- sa garantir o crescimento contínuo da sua economia, o
te e a reflexão sobre a importância da indústria para que só é possível cooptando economias cujo desenvolvi-
o Brasil e para os brasileiros, pois, desde o início da mento foi tardio e parcial, o que inviabiliza, por exemplo,
década de oitenta (1980), não há muito o que celebrar, o que os economistas classificam como catching up dos
afinal, após a crise da dívida, o Brasil passou a sofrer países com economia em desenvolvimento.
com a desindustrialização, que foi mais agressiva, a
partir do início da década de noventa, mais especifica- O catching up é o processo pelo qual os países mais
mente durante o governo neoliberal de Fernando Collor atrasados alcançam os países mais avançados econô-
de Mello, que, ao abrir desastrosamente a economia mica e tecnologicamente, o que requer, além de muito
ao processo de globalização, eliminou por completo os investimento em educação, ciência e tecnologia, um
mecanismos de neutralização da Doença Holandesa. planejamento estratégico em curto, médio e longo pra-

6
zo, que considere a Industrialização como uma políti- presas de bens comercializáveis que usam a tecnolo-
ca de Estado (permanente) e não apenas de governo gia mais moderna existente no mundo. É um fenômeno
(efêmera). estrutural que cria obstáculos à industrialização, ou, se
tiver sido neutralizada, e o país se industrializou, mas,
A ausência de uma política de Estado desenvolvimen- depois, deixou de sê-lo, provoca desindustrialização.
tista é, portanto, um dos motivos que impedem o Brasil
de se tornar uma nação plenamente desenvolvida, mas Em suma, o que falta para que o Brasil finalize a sua
há um outro, também preocupante, que os economis- Revolução Industrial e torne-se uma nação plenamente
tas classificam como Doença Holandesa. desenvolvida no aspecto econômico e tecnológico é:

Segundo Luiz Carlos Bresser-Pereira, a doença holan-


desa é um problema antigo, essencial para a compre-
ensão do desenvolvimento e do subdesenvolvimento, 1 necessidade
Forjar o consenso na sociedade acerca da
de reindustrialização
mas só foi identificada, nos anos 1960, nos Países
Baixos, cuja descoberta e exportação de gás natural
apreciou a taxa de câmbio e ameaçou destruir toda a 2 estratégico
Elaborar e executar um planejamento
em curto, médio e longo prazo
indústria manufatureira do país. Na década de 1980,
surgiram os primeiros estudos acadêmicos sobre o
tema e o primeiro modelo de doença holandesa (Cor-
den e Neary 1982; Corden 1984).
3 pelo
Abandonar o receituário neoliberal imposto
Consenso de Washington

Ou seja, o Brasil sofre de uma patologia conhecida há


bastante tempo, a Doença Holandesa, que possui não
4 eReestabelecer os mecanismos de mitigação
neutralização da Doença Holandesa
só tratamento, como também cura, mas que encon-

5 industrialização
trou no nosso país um sistema imunológico vulnerá- Definir o novo desenvolvimentismo e a
vel e incapaz de mitigar a infecção viral, catalisada por como políticas de Estado
vetores conhecidos como os Chicago Boys, que nos
trouxeram o engodo do receituário neoliberal, prescrito
pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no Consen-
so de Washington em 1989.
6 Investir na reindustrialização
Ainda, segundo Luiz Carlos Bresser-Pereira, podemos
definir a doença holandesa de maneira muito simples: Logo, o que falta mesmo é a opção formal, pela via
a doença holandesa é a crônica sobreapreciação da do Novo Desenvolvimentismo (Reindustrialização),
taxa de câmbio de um país, causada pela exploração porque a outra opção, o Subdesenvolvimento, nós co-
de recursos abundantes e baratos, cuja produção e nhecemos desde pelo menos vinte e um de abril de mil
exportação são compatíveis com uma taxa de câmbio novecentos e sessenta a três (1963), conforme regis-
claramente mais apreciada que a taxa de câmbio que tro histórico, do Jornal Brasil Urgente, obtido no acervo
torna competitivas internacionalmente as demais em- da biblioteca nacional:

7
MANIFESTO

Portanto é necessário organizar com urgência a socie-


dade brasileira, em torno do consenso da reindustria-
lização. Ela precisa estar coesa, com relação a esse
objetivo, para que interesses escusos sejam ignorados
e os interesses dos brasileiros entrem como priorida-
de zero, ao restabelecer o republicanismo e, por con-
seguinte, a retomada do processo de industrialização,
para que o Brasil volte a gerar empregos, renda e possa
garantir o estado de bem-estar social.

Enfim, no Dia Nacional da Indústria, em vez de come-


morar, ou utilizá-lo para homenagear o patrono da in-
dústria Brasileira, proponho a ressignificação tempo-
rária dessa data, para que, em memória de Roberto
Simonsen e em benefício das atuais e futuras gera-
ções de brasileiros, possamos difundir ciência econô-
mica de verdade e contemporânea, descrita pelos
economistas nacionalistas e heterodoxos, como Novo
Desenvolvimentismo.

Enquanto isso não se consolidar, estaremos na encru-


zilhada, diante de duas opções: Reindustrialização ou
Subdesenvolvimento e, pelo ocorrido recentemente
com a governança do Brasil, é provável que o país siga
na direção distópica do subdesenvolvimento e da pri- Recorte do artigo Matérias primas e Indústria de
marização da economia: Afinal: “Agro é tech, agro é Costa Rego. Original encontra-se na no acervo da
Biblioteca Nacional (BN). Aspectos: mensário de
pop, agro é tudo”, menos a sobremesa.
lettras, artes, sciencias (RJ) – 1937

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRESSER-PEREIRA. 40 anos de desindustrialização. Dispo-


nível em: Luiz Carlos Bresser Pereira. (Org.). A indústria bra- BRESSER-PEREIRA. Os Tempos Heróicos de Collor e Zélia.
sileira em crise. Rio de Janeiro: Jornal dos Economistas Nº Disponível em: Luiz Carlos Bresser Pereira. (Org.). Aventuras
358, Junho de 2019, v. , p. 3-5. da modernidade e desventuras da ortodoxia. São Paulo: Edi-
tora Nobel, 1991, v. , p. 1-98.
BRESSER-PEREIRA, L. C.; MARCONI, N. OREIRO, L. José. A
Doença Holandesa. Disponível em: Luiz Carlos Bresser Pe- BRESSER-PEREIRA. Collor e o neoliberalismo. Disponível
reira. (Org.). Macroeconomia Desenvolvimentista. Rio de Ja- em: Luiz Carlos Bresser Pereira. (Org.). Tendências/Debates.
neiro: Editora Elsevier, 2016, v. , p. 67-90. São Paulo: Folha de São Paulo, OPINIÃO, 21 de fevereiro de
1991, v. 1, p. 3.
BRESSER-PEREIRA, L. C.; MARCONI, N. Existe doença holan-
desa no Brasil?. Disponível em: Luiz Carlos Bresser Pereira. BRUZZI CURI, L. F.; SAES, A. M. Roberto Simonsen e a moder-
(Org.). Doença holandesa e indústria. Rio de Janeiro: Editora nização do Brasil da Primeira República. História Econômica
FGV, 2010, v. , p. 207-230. & História de Empresas, v. 17, n. 2, 17 mar. 2015.

BRESSER-PEREIRA. A maldição dos recursos naturais. Dis- SILVA, L. O. Roberto Simonsen: a industrialização brasileira
ponível em: Luiz Carlos Bresser Pereira. (Org.). Opinião Eco- e a Segunda Guerra Mundial. História Econômica & História
nômica. São Paulo: Folha de São Paulo, DINHEIRO, 06 de ju- de Empresas, v. 13, n. 2, 10 jul. 2012.
nho de 2005, v. B, p. 2.

8
TABELA PERIÓDICA DE TRANSAÇÕES SAP PM
Notas Gestão de Estoque Local de Instalação
IW21 IW22 MB21 MB22 MB24 MB23 MB5B MB5T MB5M MB5L IL01 IL02
Criar nota de Modificar nota Criar Modificar Lista de reserva Exibir reserva Exibir estoque Exibe estoque Exibir Lista de estoque Criar local de Modificar local
manutenção de manutenção reserva reserva admi- nistração de material material em um em trânsito documento em depósito trabalho de de instalação
de estoque intervalo de material (saldo) instalação
tempo estornado

IW23 IW28 ME51N ME52N ME53N ME54N ME55 ME57 ME21N ME22N IL03 IL05
Exibir nota de Modificar nota Cria requisição Modifica Consulta Libera Libera Atribuir e Cria pedido de Modifica pedido Exibir local de Modificar local
manutenção de manu- de compras requisição de requisição de requisição de requisição de processar compras de compras instalação de instalação
tenção em lista compras compras compras compras requisições de em lista
(individual) (coletivo) compras

IW29 IW68 ME23N ME24N ME27 ME28 ME9F ME2L MBRL ME03 IH06 IL07
Exibir nota de Modificar itens Consulta pedido Atualizar anexo Criar pedido Liberação dos Imprimir Listagem de Devolução de Exibir LOF Exibir local de Exibir local de
manutenção de manu- de compras transferência pedidos de pedidos de pedidos de fornecedor instalação em instalação
em lista tenção da nota compras compras compras lista multinível
em lista

IW69 IW30 ME59 ME80RN ME2L ME2M ME80FN ME5A ME3L ME3M IH001
Exibir itens de Exibir nota de Geração Reporte pedidos Lista de pedidos Lista de pedidos Análises gerais Lista de Lista de Lista de Exibir local de
manutenção da manutenção automática de de Compra de compras por de compras por dos pedidos de requisições de contratos por contratos por instalação em
nota em lista multinível pedidos a partir fornecedor material compras compras fornecedor material estrutura
de RC

Equipamentos

Planos de IP11 IP12 IP13 IP14 IA01 IA02 IA03 IA11 IA12 IE01 IE02
Manutenção
Criar e Exibir Sequencia- Lista de Criar lista de Modificar lista Exibir lista de Criar lista de Modificar lista Criar Modificar
modificar estratégias de mento dos utilização da tarefas para de tarefas para tarefas para tarefas para de tarefas para equipamento equipamento
estratégias de manutenção pacotes de estratégia equipamento equipamento equipamento local de local de
manutenção manutenção instalação instalação

IA13 IA05 IA06 IA07 IA08 IA09 IA10 IP41 IP42 IP02 IE03 IE05
Exibir lista de Criar lista de Modificar lista Exibir lista de Modificar lista Exibir lista de Exibir lista de Criar planos de Criar plano de Modificar plano Exibir Modificar
tarefas para tarefa geral de tarefa geral tarefa geral de tarefas em tarefas em lista tarefas em lista manuten- ção manutenção de manutenção equipamento equipamentos
local de lista multinível de ciclo ciclo estratégico em lista
instalação individual

IP03 IP15 IP16 IP17 IP18 IP10 IP30 SM36 SM37 IP19 IH08 IH03
Exibir plano de Modificar plano Exibir plano de Modificar item Exibir item de Programar Monitorar Criar/ Exibir jobs Visualização Exibir Exibir
manutenção de manutenção manutenção em de manuten- manutenção em prazo do plano prazos do plano modificar job ativos no gráfica dos equipamento equipamento
em lista lista ção em lista lista de manutenção automático sistema planos de em lista em estrutura
manutenção

Ordens de serviço
IW31 IW32 IW33 IW34 IW36 IW37 IW38 IW39 IW49 IW3D IW44 IW48 IW40
Criar ordem de Modificar Exibir ordem de Criar ordem de Criar ordem de Modificar Modificar Exibir ordens Exibir opera- Imprimir ordem Confirmação de Confirmação Exibição de
serviço ordem de serviço serviço para serviço operações da ordens de de serviço em ções da ordem de serviço operação de OS em massa ordens em
serviço nota de secundária ordem em serviço em lista lista de serviço em em massa vários níveis
manutenção lista lista
ESPECIAL

DIA DA INDÚSTRIA
CELEBRANDO O MOTOR DA ECONOMIA

Como grande entusiasta da indústria, é com grande satis-


fação que compartilho com vocês esta matéria especial em
comemoração ao Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio.
Neste artigo, abordaremos a importância do setor, sua rele-
vância para o Brasil, destacando dados e números que refle-
tem o impacto na economia e no desenvolvimento do país.

Autor
Alex Vedan

No dia 25 de maio, comemora-se o Dia O Papel Essencial da Indústria na Economia


da Indústria, uma data que destaca a im- Brasileira
portância desse setor fundamental para
o desenvolvimento econômico e social A indústria desempenha um papel fundamental na economia
do Brasil. Essa celebração é uma oportu- do Brasil, sendo responsável por uma parcela significativa
nidade para reconhecermos e valorizar- dos empregos formais, arrecadação de tributos federais, in-
mos o papel da indústria como o motor vestimentos em pesquisa e desenvolvimento, e contribuição
que impulsiona a economia, gerando para o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
empregos, impulsionando a inovação,
fortalecendo as relações comerciais e De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria
contribuindo para o crescimento do país. (CNI), a indústria brasileira representa 21,2% dos empregos
formais, demonstrando sua importância na geração de tra-
A indústria, ao longo dos anos, tem de- balho e renda para milhões de brasileiros. Além disso, o setor
sempenhado um papel estratégico na contribui com 34,4% na arrecadação de tributos federais, for-
construção e consolidação do desenvol- necendo recursos essenciais para o funcionamento do país.
vimento econômico de diversas nações. Outro aspecto relevante é o investimento empresarial em
No Brasil, não é diferente. A data, 25 de pesquisa e desenvolvimento, no qual a indústria brasileira
maio, foi escolhida para homenagear o desempenha um papel crucial. Cerca de 66,4% dos investi-
setor produtivo que desempenha um mentos em pesquisa e desenvolvimento são provenientes do
papel crucial na geração de riquezas e setor industrial, impulsionando a inovação e a competitivida-
oportunidades. de no mercado.

Em relação ao PIB, a indústria representa 23,9% da econo-


mia nacional, demonstrando sua contribuição para a riqueza
do país. Além disso, a indústria é responsável por 69,3% das
exportações de bens e serviços, fortalecendo as relações co-
merciais do Brasil no cenário global.

10
A PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA

O Destaque da Indústria no Estado de A indústria paulista desempenha um papel crucial no


São Paulo comércio exterior, sendo responsável por 77,9% das
exportações efetuadas pelo estado. Os produtos ma-
Dentre os estados brasileiros, São Paulo se destaca nufaturados representam 64,0% do total. Isso destaca
como um importante polo industrial, abrigando grande e diferencia o estado quanto à agregar valor aos pro-
número de empresas e impulsionando o desenvolvi- dutos e se posicionar competitivamente no mercado
mento econômico da região. Segundo dados do Portal global.
da Indústria, até 2021, somavam 125.200 empresas
industriais no estado, o que representa 25,5% do total Além disso, o estado também é responsável por 22,1%
do Brasil. do emprego formal, o que representa 29,6% da força
de trabalho industrial nacional. Esses números eviden-
Ao analisar a distribuição dessas empresas, obser- ciam a relevância do setor para a geração de empre-
vamos que 66,0% são microempresas com até 9 em- gos e o sustento de muitas famílias paulistas.
pregados, 26,1% são pequenas empresas de 10 a 49
funcionários, 6,4% são médias empresas com 50 a 249 Reconhecendo o motor da economia
colaboradores e 1,5% são grandes empresas com 250
ou mais empregados. Esses números destacam a di- Neste Dia da Indústria, é fundamental reconhecer a im-
versidade do setor industrial paulista e sua capacidade portância desse setor como motor da economia brasi-
de gerar empregos em diferentes escalas. leira, é ele que gera empregos, impulsiona a inovação,
contribui para o PIB e fortalece as relações comerciais
No cenário das exportações industriais, São Paulo li- do Brasil no cenário global.
dera o país, tendo exportado US$ 54.226 milhões (R$
274.085.317,00) em 2022. O setor de alimentício pos- Com base nos dados apresentados, fica evidente a
sui destaque quando o assunto é exportações indus- relevância da indústria para o desenvolvimento eco-
triais do estado, sendo responsável por 24,64% do total nômico e social do país. Portanto, é necessário valo-
nesse período. rizar e apoiar o setor, buscando incentivos e políticas
públicas que promovam um ambiente propício para o
crescimento sustentável da indústria brasileira.

11
ARTIGO TÉCNICO

LEI DE HOOKE
UM ENSAIO FUNDAMENTAL PARA
COMPREENDER A RESISTÊNCIA
DOS MATERIAIS (RESMAT)

Objeto de estudo da Física, a Resistên-


cia dos Materiais (RESMAT) baseia-se
na compreensão da Lei de Hooke, ela-
borada por Robert Hooke em 1676. Este
artigo revisa a literatura sobre a relação
entre Hooke e Newton, destaca os con-
ceitos de dinâmica, movimento, veloci-
dade, força e aceleração, além de apre-
sentar a força peso e a tensão. O ensaio
experimental realizado com uma mola
permite determinar a deformação elás-
tica e a constante elástica do material.
A força restauradora da mola origina-se
das propriedades químicas que mantêm
as moléculas unidas. A Lei de Hooke é
essencial para entender o comporta-
mento de materiais elásticos.

Autor
Fauzi Mendonça

Objeto de estudo da Física, mais espe-


cificamente da Mecânica Clássica, a
Resistência dos Materiais (RESMAT)
fundamenta-se compulsoriamente na
compreensão da Lei de Hooke, que foi
elaborada em 1676 e publicada somen-
te dois anos mais tarde, em Londres
pelo cientista Inglês Robert Hooke, que


descreveu os pormenores do comporta-
mento de deformação elástica e plásti- Há cerca de dois anos, publiquei esta te-
ca dos materiais em função da tensão oria em um anagrama “ceiiinosssttuv” no
perpendicular aplicada a eles, através de final do livro intitulado como “A verdadei-
um simples ensaio de tração com molas, ra teoria da elasticidade”, para omitir a
registrado no livro Lectures de Potentia frase latina “Ut tensio sic vis” que signifi-
Restitutiva, or of spring explaining the ca: A deformação é proporcional à tensão
power of springing bodies, que em por- aplicada. “
tuguês significa Aulas de Tensão Res-
tauradora, ou da mola demonstrando o Robert Hook, 1678
poder de elasticidade dos corpos.

12
Revisão da literatura Movimento
O movimento de um corpo é a variação, em re-
Apesar do embate epistolar protagonizado pelos cien-
lação a um referencial, da posição de um objeto
tistas Robert Hooke e Isaac Newton, e das diversas e
ou ponto material em função do espaço.
controversas interpretações e opiniões acerca da rela-
ção hostil entre eles, é consenso na comunidade cien-
tífica que ambos contribuíram de forma imensurável
para a Revolução Científica, o que nos obriga a despre- Velocidade
zar as polêmicas e considerar apenas as contribuições
que esses gigantes fizeram para a Mecânica Clássica, A velocidade de um corpo é a variação, em re-
pois independentemente da estatura e do reconheci- lação a um determinado referencial, da posição
mento conquistado, a capacidade cognitiva deles​foi de um objeto ou ponto material em função do
determinante na concepção dos fundamentos da Físi- espaço e do tempo.
ca, uma vez que ambos pertenciam à Royal Society,
entidade onde as mentes mais brilhantes reuniam-se
para a prática da ciência experimental, que possibilitou Força
o acúmulo de conhecimento necessário para alavan-
car a Revolução Industrial. Em sua obra prima, Isaac Newton atribuiu a cau-
sa do movimento de um corpo à relação de for-
Contudo, é necessário considerar que na revisão bi- ças a que ele é submetido, conforme pormenori-
bliográfica deste artigo as Leis de Newton são descri- zado na Primeira Lei de Newton que diz:


tas e mencionadas de forma anacrônica, ou seja, an-
tes da Lei de Hooke, apenas por questões didáticas,
Se nenhuma força resultante atua
e que cronologicamente elas foram publicadas apro-
sobre um corpo (F = 0), a velocida-
ximadamente dez (10) anos após a publicação da Lei
de não pode mudar, ou seja, o corpo
de Hooke, o que por si só evidencia que Robert Hooke
conhecia previamente, pelo menos de forma empírica,
as Leis que renderam a Isaac Newton a consagração
não pode sofrer uma aceleração.
Isaac Newton, 1687

como o cientista mais importante de sua época, fato
este que sugere a possibilidade de plágio e gera muita
n
polêmica entre cientistas, pesquisadores e historiado-
res que em alguns casos sugerem até mesmo a pos-
i=1
sibilidade de revisionismo histórico, com o objetivo de Equação 1

ajustar os ponteiros deste embate de titãs.


Quando a Força Resultante exercida em um cor-
po é diferente de zero, obtém-se a condição ne-
cessária para que ele adquira aceleração e velo-
cidade, o que faz com que ele se movimente em
Dinâmica relação ao espaço, conforme pormenorizado na
Segunda Lei de Newton que diz:
Em 1687, Isaac Newton consagrou-se como o


cientista mais importante de sua época, com a
publicação do livro Philosophiae Naturalis Prin-
A força resultante que age sobre um
cipia Mathematica, que em português significa
corpo é igual ao produto da massa
Os Princípios Matemáticos da Filosofia Natural,
onde enunciou os fundamentos da Dinâmica,
que é o ramo da Mecânica Clássica que e estu-
do corpo pela aceleração.
Isaac Newton, 1687

da o movimento, ou seja, a variação da posição
de um objeto ou ponto material no espaço em
Equação 2
função do tempo, assim como suas causas.

13
ARTIGO TÉCNICO

Aceleração Força Peso (P)


A aceleração de um corpo é a grandeza utilizada
para mensurar a variação de velocidade de um
O Peso (P) de um corpo é o módu-
corpo ou ponto material em função do tempo,
lo da força necessária para impedir
conforme pormenorizado na Segunda Lei de
que o corpo caia livremente, medida
Newton vista ao lado.

Equação 2 Equação 3
em relação ao solo.
Halliday, et al, 2012

É o módulo da Força Normal (N) necessária
para manter um objeto em repouso suspenso
por uma mola, capaz de anular a Aceleração da
Aceleração da Gravidade (g) Gravidade (g) que a terra exerce sobre ele em-
Um corpo em queda livre na atmosfera terrestre purrando-o para baixo, ou seja, trata-se da Força
fica submetido a uma aceleração correspondente Resultante (Fres) do produto da massa (m) do
ao módulo da força gravitacional, conforme por- objeto pela Aceleração (a), que pode ser repre-
menorizado na Terceira Lei de Newton que diz: sentada de forma equivalente à equação de For-
ça, substituindo apenas (F) por (P), da seguinte


maneira:
Quando dois corpos interagem, as Equação 5
forças que cada corpo exerce sobre
o outro são iguais em módulo e têm
Sendo que neste caso a Aceleração (a) por se
sentidos opostos.
Isaac Newton, 1687
“ tratar de um movimento causado por uma força
conhecida, a Força Gravitacional (G), que ocorre
na direção vertical e no sentido superior/inferior
da superfície de um determinado planeta, deve
Quando dois corpos se aproximam, surgem For- ser substituída pelo módulo da Aceleração da
ças com mesma intensidade e sentidos opos- Gravidade (g) específico deste planeta, da se-
tos que fazem com que os corpos se atraiam, ou guinte maneira:
seja, massa atrai massa.
Equação 6
Equação 4

Tensão
Quando uma mola é utilizada para suspender um deter-
minado objeto e não é capaz de anular completamente
o Peso (P) dele, ela fica submetida a ação de uma força
mecânica interna classificada como tensão de tração, ou
somente Tensão (σ), que pode ocorrer tanto na seção
longitudinal σAl como na transversal σCo do material que
a constitui e causar Deformações (x) de alongamento
xAl e contração xCo respectivamente, enquanto não ul-
trapassa o limite de elasticidade, pois a partir dele ocorre
a deformação plástica, até o limite de ruptura, onde o ma- Figura 1. Relação entre a Força Gravitacional e a Força Peso.
terial sofre uma fratura.

14
Lei de Hooke Ensaio experimental
Um material tem comportamento elástico quando Através deste um ensaio realizado em labora-
as deformações causadas por determinada ten- tório e da observação dos fenômenos físicos e
são desaparecem com a retirada dela. Chama-se químicos, relacionados com o comportamento
limite de elasticidade do material o maior valor tensão-deformação de uma mola submetida a
de tensão para o qual o material ainda apresenta uma Tensão (P), foi possível determinar mate-
comportamento elástico. (BEER, et al., 1995). maticamente os efeitos de Deformação Elásti-
ca (x) (não definitiva), assim como a Constante
Elástica Plástica Elástica (k) do material e a Força Elástica (Fel)
gerada em função da tensão aplicada na mola.

Os recursos necessários para reproduzir o en-


a
Tensão (σ)

saio e observar os fenômenos a serem estuda-


dos foram: Um dinamômetro, um suporte para
suspendê-lo, discos de metal com massas co-
nhecidas e diferentes, um suporte para alojar os
discos, uma régua milimétrica e uma mola. O
dispositivo foi montado a partir de um suporte
capaz de fixar na posição vertical o dinamôme-
Para a maioria dos materiais que são submetidos tro, que por sua vez suspendeu a mola, que re-
a uma tensão de tração em níveis relativamente cebeu em sua extremidade inferior um suporte
baixos, a tensão e a deformação são proporcio- para alojar os discos de metal.
nais entre sí. (HOOKE, 1678).
Durante o experimento ficou evidente, a existên-
A intensidade da Tensão (P), é proporcional a cia de uma força contrária à exercida pelos dis-
Deformação Elástica (x) é inversamente propor- cos sobre a mola. Sendo que, essa força contrá-
cional a Força Elástica (Fel), até o limite de elasti- ria foi responsável por desfazer a deformação
cidade específico do material e Robert Hooke pro- elástica que a mola sofreu, e por restaurar as
suas características originais. A tensão elástica
vou isso ao determinar a Constante Elástica (k)
é capaz de devolver à mola as suas caracterís-
de uma mola, que é uma característica intrínseca
ticas originais, após uma deformação elástica e
a composição e as dimensões do material que a
é aplicável também a outros tipos de materiais
constitui, através de um experimento em labora-
além do metal, como por exemplo, madeira, pe-
tório equivalente ao reproduzido a seguir: dra, terra, cabelos, chifres, ossos, seda, tendões,
vidro e similares (HOOKE, 1678).
P
Fel = k . x Fel = -k . x
x Essa força restauradora analisada tem origem
Equação 7 Equação 8 Equação 9
intermolecular e é proveniente das propriedades
químicas que mantêm as moléculas e os áto-
O sinal negativo (-) na equação vetorial indica que
mos unidos. “Em uma escala atômica, a defor-
a força elástica e a deformação são representa-
mação elástica macroscópica é manifestada na
das por vetores com sentidos opostos.
forma de pequenas alterações no espaçamento
Equação 10 Equação 11 interatômico e na extensão das ligações intera-
tômicas” (CALLISTER, et al., 2006).

Fel = Força Elástica mensurada em [N]


Após coletar todas as informações necessárias,
k = Constante Elástica mensurada em [N/m] através do ensaio descrito, foi necessário deter-
x = Deformação Elástica mensurada em [m] minar a constante elástica da mola, sendo que
L = Comprimento mensurado em [m] para isso foi fundamental compreender o con-
FP = Tensão causadora da deformação mensurada em [N] ceito da Lei de Hooke, e seu equacionamento
m = Massa [Kg] matemático, através da Equação 8.
Fa = Aceleração [m/s²]
Fg = Força Gravitacional [m/s²]

15
ARTIGO TÉCNICO

Arranjo Cuidados particulares e relevantes


Com o dispositivo montado, inicia-se o experi-
Durante o experimento, alguns detalhes foram
mento, ao fixar o suporte para alojar os discos cuidadosamente observados, para não influen-
na extremidade inferior da mola, sem se esque- ciar no resultado final, pois foram fundamentais
cer de zerar a régua de forma a desprezar a mas- para evitar que a mola sofresse uma possível
sa do dispositivo. deformação plástica:

Procedimento experimental • Não esticar a mola demasiadamente;


• Colocar as massas, segurando o suporte e sol-
Os discos de metal foram adicionados ao dispo- tando lentamente;
sitivo um a um, gradativamente, enquanto se era • Distribuir uniformemente as massas, para evitar
feito o registro da deformação da mola mensu- a queda.
rada a cada alteração.
Aplicações e curiosidades
Características e incertezas
A Lei de Hooke é utilizada pela Engenharia Civil
Cabe destacar a necessidade de considerar que como parte do cálculo estrutural nos projetos de
de acordo com os fundamentos físicos, descri- edificações como residências, edifícios, estra-
das e pontes, pela Engenharia Mecânica como
tos pela termodinâmica, que estuda causas e os
parte do cálculo de precisão do projeto de avi-
efeitos de mudanças na temperatura, pressão e
ões, aeronaves, navios, pontes, veículos, trilhos,
volume, que mediante variação térmica a cons-
máquinas e relógios, além de ser utilizada am-
tante elástica deve manter-se a mesma, pois a
plamente nas Engenharias Elétrica e Eletrônica,
medida inicial da mola sofre dilatação térmica que a utilizam como parte do cálculo do projeto
proporcional a dilatação total da mola. de balanças, células de cargas, torquímetros, di-
namômetros, transdutores e sensores, além de
Se a temperatura de uma barra metálica de com- ampla utilização do conceito na extensometria,
primento L aumenta de um valor ∆t, seu compri- que é uma técnica que permite mensurar ten-
mento aumenta de um valor ∆L=Lα.∆T onde α é sões e deformações dos materiais, que integra
uma constante chamada coeficiente de dilatação todas as Engenharias.
linear. Se a temperatura de uma barra metálica
de comprimento L aumenta de um valor ∆t, seu Obtenção de dados em laboratório
comprimento aumenta de um valor ∆L=Lα.∆T
onde α é uma constante chamada coeficiente de Para calcular a constante elástica da mola, foi
dilatação linear” (HALLIDAY, et al., 2012). necessário obter dados acerca da deformação
elástica do material através da Equação 11, uti-
Durante o experimento, foi necessário observar lizada para mensurar a deformação sofrida por
três incertezas relevantes que poderiam influen- ele, de acordo com a variação de tensão gerada
ciar e induzir o resultado do ensaio ao erro, sen- ao acrescentar os discos de metal ao suporte,
do elas: portanto os dados obtidos em laboratório foram:

• Incerteza humana: ocasionada por um erro hu-


mano que pode ocorrer durante a coleta de infor- Peso x
mações, ao mensurar as deformações da mola. Deformação
∆x1 ∆x2 ∆x3 ∆x4 ∆x5 ∆x6
• Incerteza física: ocasionada por um erro natural
Peso[N] =
que pode ocorrer devido à fadiga do material que m[kg].10 (g) 50 100 150 200 250 300
compõe a mola, por rompimento do material.
• Incerteza mecânica: ocasionada por um erro no Deformação [m]
.10-3 (mm)
10 20 30 40 50 60
ajuste ou posicionamento do dispositivo utiliza-
do no ensaio. Tabela 1. Dados obtidos em laboratório sobre a deformação
elástica sofrida pela mola.

16
Conversão dos dados da tensão Conversão dos dados da
deformação
Após obter e registrar os dados acerca da de-
formação elástica sofrida pela mola, foi neces- Para obter a medida da Deformação [m] a De-
sário aplicá-los na Equação 8 para obter o valor formação [mm] deve ser convertida conforme
da constante elástica, porém, antes disso foi Equação 14:
necessário realizar uma série de conversões de
unidades, para nivelar os dados obtidos, com Equação 14
os solicitados pelas equações que constituem
a famigerada Lei de Hooke, cujas unidades de Portanto:
medidas são representadas de acordo com o
Sistema Internacional (SI) de medidas.

Para obter a medida do Peso [N] a massa [g] ob-


tida em laboratório foi convertida em massa [kg]
conforme Equação 4:

Equação 12

Portanto:

Organização dos dados de tensão


e deformação

∆x1 ∆x2 ∆x3 ∆x4 ∆x5 ∆x6

Massa
[g] 50 100 150 200 250 300
Em seguida foi necessário aplicar a Equação 5
para transformar as medidas obtidas em Peso Massa
[Kg]
0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
[N], sendo que a variável “a” por se tratar de uma
aceleração vertical, causada pela lei da gravida- Deformação
de, pode ser substituída por “g” que é a acelera- [mm]
10 20 30 40 50 60
ção da gravidade, ou seja, 10 [m/s²], através da
Peso
Equação 6. 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
[N]

Equação 13 Deformação
[m]
0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06

Portanto:
Dados obtidos durante o experimento

Dados convertidos para o SI (Sistema Internacional)

Tabela 2. Dados obtidos e convertidos para o Sistema


Internacional (SI).

17
ARTIGO TÉCNICO

Modelagem matemática Desta forma com auxílio do conceito de análise


dimensional, é irrefutável que se os dados obti-
Enfim, após determinar as medidas P[N] e Defor- dos de Deformação [mm] e da Constante Elásti-
mação [m], os dados obtidos foram inseridos na ca (k) [N/m] forem aplicados na equação (3) que
Equação 8 para determinar a constante elástica é a inversa da lei geral da elasticidade dos ma-
(k) da mola, conforme descrito a seguir: teriais, descrita por Robert Hooke, obtém-se um
valor equivalente ao da medida Peso [N], porém,
∆x1 equivale ao peso de 0,5 [N] e a uma deformação com sinal negativo, pois Fel nada mais é do que
de 0,01 [m], ou seja: a tensão restauradora, responsável por devolver
à mola suas características originais, fazendo-a
0,5 [N]
k= = 50 [N/m] repousar no seu estado inercial, observado no
0,01 [m] início do ensaio, ou seja, antes de submetê-la a
∆x2 equivale ao peso de 1,0 [N] e a uma deformação tensão dos discos que causaram a deformação
de 0,02 [m], ou seja: elástica no material.
1,0 [N]
k= = 50 [N/m]
0,02 [m]
∆x3 equivale ao peso de 1,5 [N] e a uma deformação
de 0,03 [m], ou seja:
1,5 [N]
k= = 50 [N/m]
0,03 [m]
∆x4 equivale ao peso de 2,0 [N] e a uma deformação
de 0,04 [m], ou seja:
2,0 [N]
k= = 50 [N/m]
0,04 [m]
∆x1 ∆x2 ∆x3 ∆x4 ∆x5 ∆x6
∆x5 equivale ao peso de 2,5 [N] e a uma deformação
de 0,05 [m], ou seja: Peso
[N] 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
2,5 [N]
k= = 50 [N/m]
0,05 [m] Deformação
[m]
0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
∆x6 equivale ao peso de 3,0 [N] e a uma deformação
de 0,06 [m], ou seja: k = P / ∆x
[N/m]
50 50 50 50 50 50
3,0 [N]
k= = 50 [N/m]
0,06 [m] Fel
[N]
-0,5 -1,0 -1,5 -2,0 -2,5 -3,0

Tabela 4. Dados convertidos para o Sistema Internacional


Peso Deformação k = P / ∆x (SI), constante elástica e força elástica da mola.
[N] [m] [N/m]

∆x1 0,5 0,01 50


Interpretação para ∆x1: Quando a tensão vertical
∆x2 1,0 0,02 50
Peso [N] de 0,5 [N] foi aplicada na mola, a Deforma-
∆x3 1,5 0,03 50 ção [m] mensurada foi de 0,01 [m], devido a Constante
Elástica [k] de 50 [N/m] que é uma característica ine-
∆x4 2,0 0,04 50 rente ao material que constitui a mola, responsável por
∆x5 2,5 0,05 50 gerar uma tensão elástica Fel [N] na direção oposta de
-0,5 [N]. Portanto conforme descrito por Robert Hooke
∆x6 3,0 0,06 50 e evidenciado neste ensaio, Fel [N] possui o mesmo
valor vetorial que o Peso [N], ou seja: Os dois valores
Tabela 3. Dados convertidos para o Sistema Internacional são medidas de forças inversamente proporcionais.
(SI) e Constante Elástica [k] da mola.

18
Método gráfico dos mínimos Análise dos resultados
quadrados
O valor da constante elástica pode ser obtido de
Utilizando o método gráfico e dos mínimos qua- duas maneiras diferentes, através do equaciona-
drados, a constante elástica k pode ser repre- mento (Lei de Hooke) e da representação grá-
sentada através de uma razão trigonométrica, fica (Método dos mínimos quadrados), porém
conforme o gráfico: no segundo caso é necessário enfatizar que a
3,0
constante elástica deve ser definida pela média
2,5
entre os pontos gerados no gráfico, isso se faz
necessário para corrigir uma eventual anamor-
2,0 ∆P = 2,5 - 1,0
fose que pode fazer com que os pontos fiquem
Peso [N]

desalinhados, portanto, na representação gráfi-


1,5
α
1,0
∆x = 50 - 20 ca essa média permite traçar uma reta, que ex-
0,5 pressa à deformação ∆x em função do Peso [P]
0,0 de forma fidedigna.
10 20 30 40 50 60

Deformação ∆x [m]

Equação 15

Então: Portanto: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HALLIDAY David, RESNICK Robert e WALKER Jearl. Funda-


mentos da Física, Volume I [Livro]. - Rio de Janeiro: LTC, 2012.

CALLISTER Jr. e D. WILLIAM. Fundamentos da Ciência e Enge-


nharia de Materiais. 2. ed. [Livro]. - Rio de Janeiro: LTC, 2006.

Conclusões do ensaio BEER F.P. e JOHNSTON Jr. E.R. Resistência dos Materiais. 3.
ed [Livro]. - São Paulo: Pearson Makron Books, 1995.
Através do experimento conclui-se que a tensão
restauradora produzida pela mola depende da NEWTON Isaac. Philosophiae Naturalis Principia Mathema-
da composição química, da espessura, do fio de tica. [Livro]. - London: John Machin, 1687, minha tradução.
enrolamento e do número e diâmetro de espirais
HOOKE Robert. Lectures de Potentia Restitutiva, or of spring
que a constitui, ou seja, varia de acordo com a
explaining the power of springing bodies. [Livro]. - London:
concentração de massa dela, pois tal força tem
John Martin, 1678, minha tradução.
síntese intermolecular e origina-se da força que
mantém as moléculas e os átomos unidos, além
do que é inversamente proporcional à tensão
aplicada sobre o material respeitando o limite
elástico dele, pois ao ultrapassar esse limite
tal força provoca uma deformação plástica na
mola, impossibilitando que ela volte ao seu es-
tado original, ou seja, ao seu estado de inércia.

Sendo a constante elástica dependente da com-


posição química do material que compõe a
mola, conclui-se que cada mola possui um valor
diferente para k, pois dificilmente duas molas te-
rão a mesma concentração de massa.

19
MATÉRIA DE CAPA

O EMBATE ESTIMULADO ENTRE

MECÂNICA E ELÉTRICA

Algumas empresas incentivam ri-


validades saudáveis entre setores
ou turnos para estimular a pro-
dutividade. No entanto, quando
essa rivalidade se torna negativa
e divisiva, prejudica o trabalho em
equipe e o desempenho geral da
empresa.

Autor
Alex Vedan

20
Que atire a primeira pedra quem nunca se dança intricada, onde cada passo é es-
envolveu em debates sobre a importân- sencial para o sucesso do todo.
cia entre os setores elétrico e mecânico.
Essas duas áreas têm suas próprias sin- Algumas empresas têm incentivado riva-
gularidades e fascínios. No setor elétri- lidades saudáveis entre esses setores,
co, a capacidade de entender e manipu- acreditando que isso pode estimular a
lar a corrente elétrica é verdadeiramente produtividade e a inovação. Um grande
notável. Os profissionais mecânicos têm parceiro meu - que cabe a mim ocultar
a habilidade de desvendar os intrincados seu nome - já compartilhou comigo algu-
mecanismos e componentes das engre- mas vezes como ele vivia em uma com-
nagens, motores e sistemas.. petição tóxica em uma mineradora, onde
os profissionais eram pressionados a
Será que é realmente justo colocar es- provar sua superioridade em relação ao
ses setores em uma disputa eterna? outro setor. Isso criou um ambiente de
Será que um é realmente mais importan- hostilidade e desconfiança tão grande
te que o outro na manutenção industrial? que as equipes realmente se viam como
A resposta, meus amigos, é um resso- adversárias em vez de colaboradoras.
nante “não”.
Ao invés de se unirem para enfrentar os
O setor elétrico e o mecânico são duas desafios da manutenção industrial, eles
faces da mesma moeda na manutenção desperdiçavam energia e recursos em
industrial. Cada um possui habilidades e disputas internas que não contribuiam
conhecimentos valiosos, que se comple- para o bem-estar da empresa. O descon-
mentam e se entrelaçam em um intrinca- forto era tamanho que muitos talentos
do jogo de engrenagens. saíram da empresa.

A fábrica é um organismo vivo, pulsando Outro problema desse tipo de rivalidade


com energia e movimento. Agora, tente negativa é que ela pode levar a uma falta
separar o sistema elétrico do mecânico. de comunicação e compartilhamento de
O que acontece? A energia flui, mas as conhecimento entre os setores. Quando
máquinas permanecem paradas. Ou as os profissionais estão mais focados em
máquinas funcionam, mas sem a ener- provar sua superioridade do que em tra-
gia necessária para acioná-las. É uma balhar em conjunto, a troca de informa-

21
ções e experiências é prejudicada. Isso significa que so- vos podem ajudar a construir uma cultura de coopera-
luções inovadoras podem ser perdidas, pois cada setor ção e respeito mútuo.
guarda suas descobertas e conquistas como um segre-
do, em vez de compartilhá-las para o benefício mútuo. A rivalidade entre o setor elétrico e o mecânico não
precisa ser uma batalha sangrenta. Em vez disso, pode
Quando a rivalidade saudável se transforma em uma ser uma competição saudável, na qual cada setor bus-
batalha de egos e disputas incessantes, a harmonia ca superar os desafios e contribuir para o sucesso da
dos fluxos de trabajo é duramente golpeada. empresa como um todo, mantendo sempre o compar-
tilhamento de conhecimento. Celebrar as conquistas
Tanto o setor elétrico quanto o mecânico desempe- de ambas as equipes e reconhecer o valor que cada
nham papéis essenciais. Cada um possui conheci- uma traz é de grande valia.
mentos técnicos peculiares e, quando esses conheci-
mentos são combinados, o resultado é uma equipe de A batalha entre o setor elétrico e o mecânico não deve
manutenção poderosa. ser uma luta pela supremacia, mas sim uma colabora-
ção em busca da excelência. Quando eles se unem e
Em vez de ver esses dois setores como competidores, compartilham suas habilidades, conhecimentos e pai-
é vital reconhecer que eles são peças de um quebra- xão pela manutenção.
-cabeça maior. Essa combinação de habilidades e co-
nhecimentos permite uma solução rápida e eficiente, O resultado é uma força imbatível que impulsiona o
minimizando o tempo de inatividade e os custos. Para sucesso da empresa e garante o bom funcionamento
promover essa colaboração, as empresas devem in- das operações.
centivar a comunicação aberta e o compartilhamento
de conhecimento entre os dois setores. Treinamentos Colabore, não rivalize.
conjuntos, reuniões periódicas e projetos colaborati-

SETOR ELÉTRICO SETOR MECÂNICO


COMPREENSÃO TÉCNICA
Corrente elétrica e circuitos Cinemática e Dinâmica, RESMAT, MECFLU, TERMODIN
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Falhas elétricas, curtos-circuitos Desgastes, vibrações, mau funcionamento mecânico
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
Eletrônica, automação, programação Mecânica, dinâmica de máquinas, ferramentas mecânicas
ANÁLISE E PROCESSAMENTO DE DADOS
Sinais elétricos, processamento de dados elétricos Análise de vibração, processamento de dados mecânicos
COLABORAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Integração com outros setores Trabalho conjunto com equipes elétricas e outros setores
FOCO
Eficiência energética, segurança elétrica Eficiência operacional, segurança mecânica
PREVENÇÃO DE FALHAS
Manutenção preditiva elétrica Manutenção preditiva mecânica
TREINAMENTOS CONJUNTOS
Elétricos e automação Mecânica, análise de vibração, manutenção preventiva
CONTRIBUIÇÃO
Funcionamento de equipamentos e sistemas elétricos Funcionamento de máquinas e equipamentos mecânicos

22
CLIQUE AQUI
E ASSISTA

23
DICAS

DICAS PARA
TORNAR A ROTINA
NO TRABALHO
MAIS SEGURA
A segurança no ambiente de trabalho é uma preocupação constante devido aos riscos
à saúde e à ocorrência de acidentes. No Brasil, mais de 445 mil acidentes de trabalho
foram registrados em 2020, de acordo com relatório da Previdência Social. Para
combater esse problema, a campanha Abril Verde foi criada, visando conscientizar sobre
saúde e segurança no trabalho. Medidas como capacitação da equipe, adoção de rotinas
de segurança, análise preliminar de riscos e diálogos de segurança são essenciais
para prevenir acidentes. Além disso, a manutenção preditiva desempenha um papel
importante na prevenção de falhas e garantia da segurança no ambiente de trabalho.

Autor
Alex Vedan

Durante a jornada de trabalho, as pesso- prevenir os acidentes de trabalho. Para


as são frequentemente expostas a riscos isso, uma série de ações são realizadas,
à saúde e segurança, que podem gerar com o objetivo de promover um ambien-
acidentes. No Brasil, conforme relatório te seguro e práticas saudáveis em todos
da Previdência Social, em 2020 aconte- os setores produtivos. Ações que aju-
ceram mais de 445 mil acidentes de tra- dam a consolidar a cultura de prevenção.
balho. Estes são dados que são alarman-
tes e nos fazem refletir sobre os diversos Nessa missão, unir os diferentes times
fatores relacionados a causa destes aci- dentro de uma empresa é um ótimo ca-
dentes e sobre a importância de saber minho para atingir um local de trabalho
quais medidas podem ser tomadas para cada vez mais seguro: Engenheiros e
ajudar a controlar estes fatores. Técnicos de Segurança do Trabalho, jun-
to aos Gestores de Produção e Gestores
Em meados de Abril, acontece uma cam- de Manutenção são importantes porta-
panha voltada para questões relaciona- -vozes destas ações.
das à saúde e segurança do ambiente de
trabalho e a conscientização das pesso- Confira algumas dicas de ações que po-
as sobre o tema, trazendo práticas que dem ajudar a tornar a rotina de trabalho
reduzam o número de acidentes e doen- mais segura.
ças relacionadas, que visam diminuir e

24
Invista na capacitação do time Adote uma rotina de segurança

A capacitação do time diz respeito à disponibi- A execução das atividades com segurança é
lização de treinamentos adequados às funções fundamental e, para ajudar nesta tarefa, o uso
e realizar reciclagem dos mesmos periodica- de checklists pode ajudar a monitorar todos os
mente. Promover treinamentos sazonais sobre pontos importantes para garantir que tudo está
segurança em geral também é uma ótima for- conforme o planejado, antes de realizá-las.
ma de capacitar seus colaboradores. Apesar de No checklist, costuma-se incluir informações
parecer simples, é importante reforçar com os relacionadas com segurança de trabalho, tais
funcionários as melhores práticas para opera- como as ferramentas utilizadas, equipamentos
ção dos equipamentos, execução das tarefas de proteção individual (EPIs) e informações so-
diárias e dia a dia na operação, garantindo as- bre o ambiente.
sim o acesso ao conhecimento com foco na
prevenção de acidentes. Saber e verificar quais ferramentas de proteção
são necessárias para a realização de determi-
É importante estar atento também aos treina- nada atividade, é indispensável para uma rotina
mentos obrigatórios segundo as Normas Re- de segurança assertiva. Os Equipamentos de
gulamentadoras do Ministério do Trabalho, que Proteção Individuais (EPIs) e Equipamentos
variam de acordo com a categoria da empresa de Proteção Coletiva (EPCs) são exemplos de
ou da atividade exercida pelo colaborador, e ferramentas relevantes para a proteção dos
são fundamentais para a execução correta e trabalhadores em relação aos processos do
segura do trabalho. ambiente de trabalho, e que são comumente
confundidos.
Na plataforma de cursos da Revista Manuten-
ção Edu, você pode encontrar o Curso de NR10
- 40 horas, referente a Norma Regulamentadora
10, para profissionais que trabalham, direta ou
indiretamente, com instalações elétricas e ser-
viços com eletricidade. Além deste, a platafor-
ma também possui muitos outros cursos que
poderão ajudar na capacitação profissional de
maneira geral.

25
DICAS

Adote o método APR Tenha um diálogo de segurança


com a equipe
Antes da execução de novas tarefas ou proje-
tos, deve-se desenvolver a Análise Preliminar O Diálogo de Segurança é uma importante fer-
de Riscos (APR), que consiste na avaliação so- ramenta para prevenção de acidentes de traba-
bre os eventuais riscos envolvidos. Este estudo lho, e tem como objetivo a conscientização dos
precisa considerar todas as fases da realização trabalhadores acerca dos procedimentos de
da atividade ou projeto e baseado nisso, propor segurança necessários e riscos existentes nos
medidas apropriadas para a prevenção de aci- locais de trabalho. Ele pode ser diário (DDS) ou
dentes. semanal (DSS), e deve abordar diversos temas,
apresentando exemplos vividos, histórias do
A APR é uma medida obrigatória presente em dia-a-dia e linguagem atraente.
algumas Normas Regulamentadoras (NR),
e para desenvolvê-la o profissional deve se- É importante que ele aconteça em dias e ho-
guir levantar algumas informações, como por rários pré-definidos, com curta duração, de
exemplo: preferência no início do expediente, e que esse
compromisso esteja visível para toda a equipe.
• Identificar, listar e classificar perigos e riscos; Ele pode ser conduzido pelo líder da equipe,
• Reconhecer das causas de acidentes e even- técnicos ou engenheiros de segurança ou até
tuais vulnerabilidades; mesmo convidados da empresa, mas sempre
trazendo temas interessantes com foco na se-
• Realizar o levantamento de trabalhadores ex- gurança do trabalho.
postos aos riscos;
• Estimar quais os efeitos da concretização do Para tornar o Diálogo e Segurança ainda mais
perigo; relevante, uma boa estratégia é chamar pes-
soas de outros setores que possam contribuir,
• Identificar e implementar medidas para con-
além de abrir espaço para perguntas e comen-
trole dos riscos.
tários ao final.

É indicado a análise e revisão da APR pela equi-


pe de segurança e demais profissionais envol-
vidos, visando entendimento dos riscos e medi-
das a serem tomadas.

26
RECAPITULANDO...

1 Invista na capacitação do time


2 Adote uma rotina de segurança
3 Adote o método APR
4 com
Tenha um diálogo de segurança
a equipe
Alie a manutenção à prevenção
de acidentes

A manutenção tem se mostrado, cada vez mais,


5 de
Alie a manutenção à prevenção
acidentes
uma ferramenta estratégica para as empresas
e seus procedimentos são fundamentais para
manter o funcionamento seguro dos equipa-
mentos, máquinas e sistemas, e podem ser
considerados como uma boa forma de evitar a
exposição das pessoas ao risco e ainda evitar
acidentes.

Neste caso, vale destaque para a Manutenção


Preditiva, que pode contribuir para a redução
de custos, riscos e falhas na operação, através
do acompanhamento contínuo dos equipamen-
tos e a tentativa de definir seu estado futuro por
meio dos dados coletados ao longo do tempo.

A Manutenção Preditiva tem como objetivo a re-


dução da aplicação de manutenções corretivas
e preventivas, uma vez que pode prever a falha
ou a quebra das máquinas. Ela busca identifi-
car as falhas antes que se tornem problemas
maiores, garantindo assim maior segurança e,
consequentemente, melhor ritmo de produção.

A partir dela, o gestor de manutenção conse-


gue definir as prioridades e estabelecer um pla-
no de manutenção eficaz, diminuindo as para-
das inesperadas na produção.

27
ARTIGO TÉCNICO

MANUTENÇÃO
PRODUTIVA TOTAL
ESTRATÉGIA PARA MAXIMIZAR EFICIÊNCIA
E PRODUTIVIDADE DOS EQUIPAMENTOS

A TPM busca maximizar a eficiência


dos equipamentos, reduzir custos e
aumentar a produtividade da empre-
sa e é baseada na participação de
todos os funcionários na manuten-
ção dos equipamentos e na melho-
ria contínua dos processos produ-
tivos. É composta por oito pilares
fundamentais e utiliza o indicador
de Eficiência Global do Equipamen-
to (OEE) para avaliar o desempenho
da linha de produção. A implemen-
tação da TPM ocorre em quatro fa-
ses: preparação, introdução, implan-
tação e consolidação, com duração
média de três anos.

Autor
Erik Cordeiro

A Manutenção Produtiva Total (TPM) é uma estraté- As 4 gerações do TPM Fonte: Palmeira (2022).
gia de gestão da manutenção que tem como objetivo
maximizar a eficiência dos equipamentos, reduzir os
1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração 4ª Geração
custos e aumentar a produtividade da empresa. Ela é 1970 1980 1990 2000
baseada em uma filosofia que promove a participação
de todos os funcionários da empresa na manutenção
Estratégia

dos equipamentos e na melhoria contínua dos proces- Máxima eficiência dos Produção Gestão
sos produtivos. equipamentos e TPM e TPM

O método é composto por oito pilares fundamentais,


que incluem a manutenção autônoma, manutenção Sistema de Sistema
Foco

Equipamento geral de
produção
planejada, melhoria contínua, manutenção preditiva, companhia
qualidade do produto, segurança, meio ambiente e a
formação e treinamento dos funcionários. Cada um 16 perdas 20 perdas
desses pilares desempenha um papel fundamental na 6 principais (equipamentos, (processos,
Perdas

Perda perdas nos fatores humanos inventário,


por falha
implementação da Manutenção Produtiva Total e na equipamentos e recursos na distribuição e
produção) compras)
obtenção dos resultados desejados.

28
TPM

Manutenção da qualidade
Educação e treinamento
Manutenção autônoma
Manutenção planejada

Segurança, saúde e
Controle inicial

meio ambiente
1 Manutenção planejada
Slack et. al. (2002) descreve como aquela que acontece 5 Controle inicial
Para JIPM (2014), este pilar faz referência ao período
antes da ocorrência de falhas e quebras. Segundo os de desenvolvimento e produção de novos produtos, até
autores, seu objetivo é eliminar e/ou reduzir a possibili- que eles estejam estáveis no mercado. É o intervalo de
dade de falhas promovendo manutenção programada. tempo entre a fase de especificação até a fase de co-
Monchy (1987) reflete que esse tipo de manutenção já missionamento, quando ao seu final o equipamento é
visava reduzir a incidência de falhas ou a degradação entregue ao departamento de produção para a opera-
de determinado serviço prestado. ção plena.

2 Manutenção autônoma
A principal ideia desse pilar é utilizar os operadores de 6 Manutenção da qualidade
É recomendável, neste pilar, estabelecer as etapas
máquina para executar algumas tarefas rotineiras de críticas que possam alterar os padrões de qualidade
manutenção, como: limpeza diária, inspeção, reapertos planejados, e implementar procedimentos de inspeção
requeridos pelo equipamento (MOBLEY; HIGGINS; WI- específicos para cada uma dessas etapas. Além disso,
KOFF, 2008). é importante realizar verificações e medições regulares
das condições dos equipamentos.

3 Melhorias específicas
Os autores Takahashi e Osada (1993) apontam como
objetivo a melhoria da eficiência da produção com base 7 Eficiência administrativa
Técnicas e processo que ficam nos bastidores também
na visualização das perdas, avaliação constante da efi- são considerados importantes para redução de desper-
ciência e elevação nos níveis relacionados a avanços dícios, já que as ações da manutenção também impac-
tecnológicos. Essas melhorias buscam elevar o de- tarão de forma direta ou indireta em seus resultados.
sempenho dos equipamentos e diminuir suas perdas Setores como: PCM, PCP, Qualidade, Segurança do Tra-
ao longo da produção. balho, entre outros.

4 Educação e treinamento
Reforça a importância e necessidade de qualificar os 8 Segurança, saúde e meio ambiente
Foca na eliminação de riscos no quesito proteção tan-
operadores e aqueles que realizam manutenções nos to dos funcionários quanto do local em que a empresa
ativos, abordando desde questões como: apertar pa- está inserida. JIPM (2014) aponta que reforça a neces-
rafusos, checar rolamentos, ver nível de óleo, realizar sidade de uso de equipamentos de proteção, por parte
lubrificação e verificar vazamentos de água até manu- dos colaboradores, e redução de ruídos, odores e de-
tenções mais elaboradas. mais fatores de poluição.

29
ARTIGO TÉCNICO

6 Grandes Perdas do TPM

Fonte: Marcelo Justa.

Para uma análise completa e eficiente da linha de pro- Para calcular o índice de disponibilidade deste equipa-
dução é fundamental usar, juntamente com o TPM a mento, basta seguir a seguinte fórmula:
Eficiência Global do Equipamento (OEE).
MTBF
De acordo com Nakajima (1988), o OEE resulta da mul- DISPONIBILIDADE = X 100
tiplicação de três variáveis, disponibilidade, desempe- MTBF + MTTB
nho e qualidade.
Por meio dessa métrica, é possível avaliar quanto do O índice ideal é de 85% segundo Nakajima (1989), é uma
tempo disponível foi utilizado para a fabricação das pe- meta ideal a ser atingida pelos equipamentos. Contudo,
ças, bem como a velocidade do equipamento durante para atingir a World Class Maintenance a porcentagem
a produção. Essa análise detalhada permite uma com- a ser atingida no nível de performance é de 95%.
preensão completa do processo produtivo e a identifi-
cação precisa dos pontos que precisam de melhorias. Entretanto, destaca-se que este indicador pode atuar
em todos os níveis da produção, desde os equipamen-
Para obter a disponibilidade, segundo Zuashkiani tos individuais, para a planta como um todo. Calculan-
(2011), é preciso entender que a parte do tempo pla- do o OEE isoladamente para os equipamentos e linhas
nejado para produzir é multiplicada pelo tempo que o é possível identificar pontos que necessitam de maior
ativo esteve disponível para uso. Seu desempenho é dedicação dos recursos da TPM.
medido pela velocidade que a máquina trabalhou du-
rante o tempo planejado para produção em relação a
sua capacidade nominal.

30
Implementação da TPM

Para a implementação da Manutenção Produtiva Total, é importante ter uma análise em toda
a empresa para buscar, avaliar e conhecer todas as suas particularidades. Nakajima (1989) ex-
plica que a implantação da TPM normalmente se desenvolve a partir de quatro fases, as quais
são: preparação, introdução, implantação e consolidação. Assim, 12 etapas são derivadas. Em
geral, elas requerem aproximadamente 3 anos para a implementação.

Etapas da Implementação da TPM

Fases Etapas Conteúdos

Declaração oficial da
Uso de todos os meios de comunicação
decisão da Diretroria pela disponíveis
implementação do TPM A primeira fase é a
preparação. Nela, busca-
Educação, treinamento e se conscientizar toda a
Seminários para gerência média/alta
divulgação do início da Vídeos para os operadores companhia no processo
implementação
de implementação.
Estruturação das equipes
Identificação das lideranças e montagem dos
Preparação de multiplicação e comitês
implementação

Estabelecimeneto da
Identificação das grandes perdas e definição
política básica e metas dos índices relativos ao PQCDSM
do TPM A segunda fase é a
introdução, na qual ocorre
Elaboração do o lançamento do projeto.
plano diretor para Detalhamento do plano
implementação do TPM

Lançamento do projeto
Introdução empresarial TPM
Convite a fornecedores e empresas afiliadas

Sistematização para Incorporação das melhorias específicas,


condução da manutenção preventiva e
melhoria do rendimento autônoma, educação e treinamento com foco
operacional Já na terceira fase,
na autonomia da equipe
chamada de implantação,
Prevenção da manutenção com o controle da todas as ações
Gestão antecipada fase inicial dos equipamentos e do custo do relacionadas à melhoria
ciclo de vida. Prevenir perdas crônicas.
da eficiência global dos
equipamentos e sistemas
Foco nas falhas frequentes e ocultas
Implementação são colocadas em
Manutenção da qualidade e nos processos que afetam a qualidade
do produto nas entregas funcionamento.

Melhoria dos processos TPM de escritórios, revisão das


rotinas administrativas com base na
administrativos eliminação de perdas A última e quarta fase
é a consolidação, na
Segurança, Saúde Ações de recuperação e prevenção de qual a manutenção dos
riscos à saúde e segurança dos operários resultados realizados
e Meio Ambiente e do meio ambiente
durante a implementação
passa a ser o grande
Obtenção de resultados que demonstrem o
desafio.
Consolidação Aplicação total do TPM alcance e a manutenção da excelência em TPM.
Candidatura ao Prêmio de Excelência JIPM

31
DESAFIOS

VAMOS DESCOBRIR COMO Conhecer bem a planta industrial é


um fator fundamental para conseguir
ESTÁ SEU CONHECIMENTO SOBRE fazer a gestão de toda a operação

CRITICIDADE?
assertivamente — e claro que a análise
de criticidade faz parte do dia a dia dos
heróis da manutenção.

1. A matriz de criticidade anda lado a lado com outros dois 4. Os ativos que são definidos como Criticidade B são:
conceitos. Com base no seu conhecimento responda a. Os que possuem médio impacto, o que significa que uma
abaixo a alternativa correta: falha não afetará a produção
a. Confiabilidade e a Análise RAM b. Os que não geram impactos significativos na produção
b. Previsibilidade e Análise de Vibração caso haja uma falha.
c. Manutenção Preditiva e Corretiva c. Essenciais para a operação e a sua inatividade pode
d. Downtime e Folga Mecânica afetar toda a operação
d. Nenhuma das alternativas acima
2. Sobre a finalidade da definição do nível de criticidade
dos ativos responda a alternativa correta sobre quais 5. Os ativos que são definidos como Criticidade C são:
são os critérios: a. Os que possuem médio impacto, o que significa que uma
a. A frequência de falhas falha não afetará a produção
b. Quão difícil é detectar a falha b. Os que não geram impactos significativos na produção
c. Qual é o impacto da falha em suas operações gerais caso haja uma falha
d. Todas as alternativas acima c. Essenciais para a operação e a sua inatividade pode
afetar toda a operação
d. Nenhuma das alternativas acima
3. Os ativos que são definidos como Criticidade A são:
a. Os que possuem médio impacto, o que significa que uma
falha não afetará a produção
b. Os que não geram impactos significativos na produção
caso haja uma falha.
c. Essenciais para a operação e a sua inatividade pode
afetar toda a operação
d. Nenhuma das alternativas acima Respostas no final da revista.

QUE COMPONENTE DO
MOTOR É ESSE?

32
ARTIGO TÉCNICO

ANÁLISE DE CAUSA RAIZ


APLICADA A FALHAS MECÂNICAS DE BOMBAS
Método para identificar falhas nas bombas, a fim de aplicar
as ações apropriadas e melhorar as causas que as geram.

Autor Tibaldo Alfredo Díaz Molina


Especialista em Engenharia de Manutenção,
Confiabilidade Operacional e Gestão de Ativos.
Material traduzido e adaptado,
fornecido pela Predictiva21

Bombas: falhas frequentes

A bomba é uma máquina “geradora” que absorve a


energia mecânica de um motor elétrico, térmico ou ou-
tro, transmitindo um fluido e transformando em ener-
gia hidráulica, que por sua vez permite que esse fluido
seja transportado de um lugar para outro seja com o
mesmo nível ou em diferentes níveis, velocidades,
pressões e fluxos. As falhas em bombas são frequen-
temente causadas por engenheiros e operadores que
Cabezal

falham ao reconhecer as limitações de capacidade NPSHR


inerentes à ela.

Cabezal Eficiência
Quando uma bomba é operada com vazão fora de seu
Ponto de Melhor Eficiência (BEP), acontecem as cha-
madas anormalidades hidráulicas na carcaça e no
impulsor. Essas anomalias, que ocorrem em todas as
bombas, podem causar instabilidade hidráulica, impul- Vibração
sos de vibração e flexão do eixo, resultando em des-
gaste acelerado, falha prematura e frequente de roto-
Potência
res, mancais e vedações, que atuam nessas condições
como fusíveis mecânicos, sendo o resultado final de
uma cadeia de eventos. Portanto, idealmente, o pon-
Capacidade Q
to de projeto e operação deve ser mantido próximo ao
Ponto de Melhor Eficiência (BEP). (veja a Fig. 1). Dentro
Figura 1. Curvas características de uma bomba.
das avarias frequentes nas bombas, distinguem-se três
Fonte: o autor.
tipos de problemas: hidráulicos inerentes ao sistema,
NPSHR = quantidade de pressão de líquido necessária para
hidráulicos inerentes à bomba e problemas mecânicos.
a entrada de uma bomba pré-concebida e fabricada.
Cabezal = refere-se à parte superior de uma máquina ou
Problemas hidráulicos inerentes ao sistema são o aparelho.
resultado de falhas de projeto, procedimentos de ins- Vibração = movimento oscilatório de um objeto.
talação inadequados e posicionamento incorreto da Potência = quantidade de energia gerada ou consumida.
tubulação. Já os problemas hidráulicos inerentes à Capacidade Q = capacidade de armazenar energia em um
bomba surgem quando a bomba não pode funcionar circuito elétrico.
de acordo com as especificações de capacidade, altu- Eficiência = capacidade de desempenhar uma tarefa com a
ra manométrica e eficiência. menor quantidade possível de recursos ou energia.

33
ARTIGO TÉCNICO

Sede do Selo
Quanto aos problemas mecânicos, estes refe- É o anel de desgaste removível no flange se for estacionário
rem-se a defeitos mecânicos, que se manifes- ou, na luva, se for giratório.
tam por sintomas como ruídos, vibrações, so-
breaquecimento e podem originar problemas Estes contêm os elementos que formam:
de avaria hidráulica. Alguns dos eventos típicos
que indicam falhas em bombas rotativas são: A vedação primária
Não entrega líquido. Entrega menos líquida do Formada pelo anel primário e a sede, comumente conheci-
que o esperado. Perde prime após a partida. das como faces de contato da vedação. Essas faces são fei-
Não aumenta a pressão. Consome muita ener- tas de materiais como carboneto de silício, carboneto de tun-
gia. Possui ruído excessivo. Tem vibração ex- gstênio, carbono grafitado e cerâmica (óxido de alumínio).
cessiva. Apresenta alta temperatura na região
dos mancais e retentores. Apresenta vazamento A vedação secundária
excessivo devido a gaxetas ou selos mecânicos. Formada pelos elementos das juntas (o’rings, juntas de gra-
fite, etc.) que impedem o vazamento das partes da vedação
com o eixo e o flange.

Esses eventos, que refletem um mal funcionamento da Teoricamente, o selo deveria funcionar controlando
bomba, chamam a atenção pela perda parcial ou total as emissões para a atmosfera até que um de seus
de suas funções, dentro das especificações estabele- componentes perca a função (falha de vedação), no
cidas em seu contexto operacional, como a perda de primário as faces se desgastam e/ou fraturam, e no
sua função principal (entrega de vazão a uma pressão secundário se deformam, os elementos de vedação
necessária), o que refletirá um impacto significativo no degradam-se. Porém, na prática observamos que em
processo; bem como, são importantes as perdas de ou- 80% dos casos, as vedações falham antes de comple-
tras funções como contenção (vazamentos para o meio tar seu ciclo de vida.
ambiente), que são de vital relevância em sistemas que
manuseiam fluidos altamente tóxicos ou voláteis e re- Na maioria dos casos, os usuários ou zeladores con-
querem especificações de segurança exigentes. centram sua atenção na falha do componente -neste
caso, o selo mecânico- e concluem que precisam de
Selos mecânicos - falha prematura um selo mais robusto que se adapte à sua condição de
operação (Grave), desviada de seu contexto atual. situ-
As vedações são componentes das bombas que im- ação operacional, o que resulta em maiores custos na
pedem que um fluido escape para o exterior da bomba aquisição de peças e sobressalentes, afetando nota-
através das folgas ou frestas entre o eixo e a carcaça, damente o orçamento de manutenção e conseguindo,
controlando as emissões dentro das faixas de projeto apenas no melhor dos casos, prolongar a ocorrência
estabelecidas. É um elemento que requer muita aten- da falha. Por esse motivo, uma análise abrangente do
ção nas indústrias químicas, petroquímicas, refinarias, processo deve ser realizada para identificar os fatores
entre outras. Atualmente existe uma diversidade de que contribuem para a ocorrência da falha.
selos mecânicos que dependem de uma determinada
aplicação. No entanto, sua configuração básica é com-
Cabezal
posta por uma parte rotativa e outra estacionária, que
são compostas por:
Assento

Cabeça do Selo
É o conjunto de vários componentes, como o anel primário
(que fica em contato com a sede, ambos formando o selo
primário), selantes secundários. (o’rings, cunhas, foles, etc.), Eixo
sistema de compensação de desgaste (molas) e sistema de
acionamento (retentores, componentes metálicos diversos).
Esta cabeça é o lado flexível da vedação, acomodando leves
movimentos axiais e radiais do equipamento. Figura 2. Selo Mecânico Básico.
Fonte: o autor.

34
Exemplo de ACR em falha de selos A seguir, vamos desenvolver um exemplo de ACR utili-
mecânicos em bombas centrífugas zando uma “Falha de uma bomba centrífuga multiestá-
gio devido a vazamentos nos selos mecânicos” como
O processo de Análise de Causa Raiz busca não só exemplo, empregando um processo disciplinado de
identificar as causas das falhas, mas também é um análise com o uso de uma Árvore Lógica de Falha.
processo cíclico de melhoria contínua que busca cor-
rigir as causas das falhas e melhorar o processo, con- O primeiro passo é preparar a análise:
forme Figura 3: • Definir o problema ou evento a ser evitado, estabele-
cendo o Top Event. Neste caso “Parada automática
da bomba P-102”. É aconselhável indicar se a parada
foi automática (ativação de uma proteção), manual
(parada realizada pelo operador) ou repentina (não
representada nas duas anteriores). Isso facilitará

4 a identificação dos fatos e poderá emitir hipóteses


com base em seus possíveis mecanismos de falha.
Receber a • Estimar o impacto do evento no negócio e identificar
informação oportunidades. Estabelecer os custos totais (perda
de produção, custos de peças sobressalentes e su-
primentos, mão de obra, serviços, etc.) da ocorrência
3 2 ou ocorrências deste evento e seu impacto no orça-
mento anual de manutenção e no negócio; dando vi-
Construir Preparar a sibilidade ao impacto de eventos repetitivos ou espo-
a lógica análise rádicos em termos econômicos.
dedutiva
• Coletar informações sobre a equipe e seu papel no
processo. Reunir informações de manuais de equi-
pamentos, sistemas ou plantas, registros históricos
de parâmetros operacionais, relatórios técnicos, ma-
Figura 3. Processo ACR da árvore lógica de falhas.
nutenções preditivas, preventivas ou corretivas, avi-
Fonte: o autor. sos de falhas, dados de falhas, etc. Use ferramentas,
como: Contexto Operacional, Diagramas de Entrada,
Processo e Saída (EPS), Diagramas Funcionais, etc.,
As principais causas dessas falhas prematuras são: para processar as informações.

• Projeto e seleção inadequados do selo;


A segunda etapa consiste em coletar as informa-
• Instalação inadequada do selo; ções do evento:
• Má operação, manutenção ou funcionamento • Constituir a Equipe de Trabalho Natural (ENT): é im-
inadequado dos sistemas de vedação auxiliares, portante formar uma equipe composta por pessoas
como lubrificação, fluido tampão/barreira, associadas à gestão de ativos, de diferentes departa-
respiradouros, etc; mentos e disciplinas, para assegurar diferentes visões
do evento, que ajudam a obter uma maior perspetiva
• Problemas inerentes ao sistema de bombagem,
do evento, proporcionando uma solução integral. Um
tais como instabilidades hidráulicas (associadas
ORL básico será composto por Facilitador (assessor
à conceção/seleção/funcionamento da bomba),
metodológico), Operador (conhecedor do funciona-
anomalias mecânicas (relacionadas com a
mento do equipamento e seu impacto no negócio),
instalação/manutenção da bomba);
Mantenedor (conhecedor das políticas e técnicas de
• Alterações nas condições de serviço (Contexto manutenção do equipamento), Programador (visão
Operacional), em relação às especificadas no sistêmica da atividade), Especialistas ( especialistas
projeto original. em áreas específicas como: Supply Chain, Qualidade,
SHA, Recursos Humanos, Finanças, Marketing e Ven-
das, Provedor de Tecnologia, entre outros).

35
ARTIGO TÉCNICO

Com o objetivo de otimizar tempo e recursos, os even-


A Análise de Causa Raiz deriva em cinco etapas: tos são hierarquizados por meio de diversas técnicas,
definir o problema, estimar o impacto do evento, por exemplo, por meio de estatísticas de falhas, regis-
coletar informações sobre o ativo, estabelecer a tros de produção, custos, e são atribuídos percentuais
equipe de trabalho e coletar as informações que de importância a cada evento, com base em um crité-
permitam deduzir as causas. rio acordado pelo ENT, que representa as maiores con-
sequências ou impacto para o negócio, o que permitirá
iniciar e avançar, pelo facto de contribuir com maior
• Reunir as informações, as evidências e a sequência influência.
do evento utilizando ferramentas como Time Lines,
para discriminar o tempo e as etapas do evento, que Uma vez classificados os fatos, começamos com
permitem uma compreensão dedutiva do seu desen- aquele de maior impacto, novamente usando a per-
volvimento histórico. gunta, “como pode falhar?”. E iniciamos com o pro-
cesso de geração de Hipóteses, que representam os
A terceira etapa inclui o desenvolvimento da árvore mecanismos de falha, como “Desgaste (Erosivo, Ade-
lógica dedutiva: sivo, Oxidação ou Corrosão) ou Fadiga”. Essas hipó-
• Representar a lógica do evento indesejado, onde to- teses devem ser validadas por meio de métodos de
dos os fatores causais são mostrados em seus três verificação que confirmam ou refutam sua ocorrência.
níveis de falha, como falha física (falha de compo- Essas ferramentas podem ser entrevistas pessoais, re-
nente), erro humano (interação humana inadequa- latórios de inspeção direta, gerenciamento de dados
da) e raiz causas (causas latentes por deficiências, (relatórios de reparo, calibrações, controle de qualida-
desvios ou omissões organizacionais). Nesta etapa, de, etc.), uso de tecnologias de diagnóstico disponí-
tomamos o enunciado do Top Event, elaborado no veis; como testes, ensaios e/ou exames laboratoriais
passo n.º 1, (este pode ser revisto e melhorado pelo (exames metalográficos, mecânicos e/ou químicos de
ORL), respondendo à pergunta: Como pode falhar?, componentes com falha), relatórios de inspeção téc-
descrevemos os fatos (que correspondem aos mo- nica (análise de vibração, análise de óleo, termografia,
dos de falha, que evidenciam a ocorrência do evento), ultrassom, etc.). Em casos complexos, metodologias
como: “aderência repentina, eixo quebrado, vazamen- como os 5 Porquês, Ishikawa, etc., podem ser usadas
tos, alta vibração, alta temperatura, baixa pressão, para simplificá-lo a níveis administráveis. Desta forma,
etc.”. Com o exposto, enquadramos o evento no que o nível diminui até atingir os limites de controle da ENT.
chamamos de caixa superior da análise. Quando te-
mos múltiplos fatos, o ORL deve sustentá-los com Neste ponto, uma vez verificadas e validadas as Hi-
provas através da investigação e gestão de dados póteses (convertidas em Fatos), chega-se a um nível
reais, como: registros de paragens, reparações, rela- em que a pergunta passa a ser: por que falhou? Neste
tórios de produção, etc. e entrevistas com o pessoal momento começamos a identificar o aparecimento de
envolvido na gestão da equipe. falha física, erro humano e as causas raiz que desen-

Figura 4. Matriz Complexidade-


Consequência. Fonte: Curso de
técnicas de análise de falhas com
foco em confiabilidade, com ênfase
na causa raiz. 2005. Confiabilidade e
Gestão De Engineering - ER&M

36
cadearam os eventos que eventualmente levaram à Glossário de termos
falha, que podem ser introduzidos durante o processo
de projeto, fabricação ou uso (instalação, operação ou Um glossário de termos relevantes usados neste docu-
manutenção), como mostra o exemplo da Figura 4. mento está listado abaixo:

Por fim, é estabelecido o plano de ação, que busca eli- Root Cause Analysis (ACR)
minar as causas raízes identificadas por meio da exe- Metodologia utilizada para analisar e identificar as
cução das ações. Também deve ser estabelecido um causas que causam eventos indesejados, contribuin-
sistema de medição (KPI’s) para avaliar o alcance das do para determinar medidas preventivas que minimi-
ações e, caso os objetivos esperados não sejam alcan- zem suas consequências, reduzam a probabilidade de
çados, o processo é reavaliado e os ajustes e melhorias ocorrência ou, no melhor dos casos, de que o evento
necessários são feitos. Como podem existir restrições estudado não ocorra de novo.
quanto a níveis de aprovação, orçamento, tecnologia
disponível, etc., que podem se tornar barreiras para a Causa da falha
implementação do plano, podem ser utilizadas técni- A circunstância durante o projeto, fabricação ou uso
cas de Hierarquia de Eventos, aplicando uma Matriz que leva à falha.
de Prioridades, baseada em Complexidade e Consequ-
ências, de forma em que começar a concretizar o pla- Causa Raiz
no, com as ações de maiores consequências, mas de Também conhecida como causa latente, é o nível mais
menor complexidade na sua solução, de forma a obter baixo de Análise, onde são identificados aqueles fa-
vitórias antecipadas que contribuam para incentivar tores que contribuíram diretamente para o problema,
aprovações e investimentos no resto do plano. normalmente estão representados nas lacunas ou
deficiências da organização, que se não corrigidas, o
evento indesejáveis continuarão a ocorrer.
Conclusão
Consequência da Falha
As bombas são equipamentos suscetíveis a altera- É o que o proprietário de um ativo experimenta como
ções severas em suas condições de operação, como resultado da ocorrência de um modo de falha, manifes-
instabilidades hidráulicas que afetarão repentina ou tado no impacto na Segurança, Saúde, Meio Ambiente,
progressivamente a integridade de seus componentes perda de Produção e/ou altos custos de manutenção.
mecânicos. Da mesma forma, desvios na correta sele-
ção, instalação e manutenção causam problemas de Contexto Operacional
origem mecânica, onde alguns deles podem eventual- É a descrição das circunstâncias específicas em que
mente desenvolver também problemas hidráulicos. um ativo físico ou sistema opera, está escrito de for-
ma narrativa que inclui a descrição exata do ativo e
Atualmente, os selos mecânicos são excelentes ele- fornece as informações necessárias e com detalhes
mentos de contenção para evitar escapes “descon- suficientes sobre os fatores (o ambiente, tecnologia,
trolados” para a atmosfera em processos de movi- padrões, operação, etc.) que contribuem e influenciam
mentação de fluidos; entretanto, requerem condições o processo geral.
mínimas de instalação, manutenção e operação que
garantam sua expectativa de vida, onde a intervenção Natural Work Team (ENT)
humana desempenha um papel importante. Formado por um grupo de pessoas de diferentes de-
partamentos, com diversas disciplinas e funções, bus-
A utilização de processos de análise disciplinados cando a sinergia para alcançar um objetivo comum e
como o ACR e a utilização das tecnologias disponíveis produzir um resultado melhor e abrangente para a or-
para suportar este processo de pensamento através ganização.
da validação de hipóteses, contribuem para a obten-
ção de resultados de sucesso no controle de avarias e Erro Humano
na gestão da manutenção. Também conhecido como causa intermediária, é a inte-
ração inadequada de pessoas durante sua participação
direta ou indireta em uma atividade ou processo, o que

37
ARTIGO TÉCNICO

contribui para o aparecimento da falha; às vezes pode Mecanismo de falha


ser atribuído a más práticas das pessoas envolvidas. O processo físico, químico ou outro que leva à falha.

Top Event Modo de falha


É o último elemento na sequência da linha – tempo. Um único evento, que causa uma falha funcional.
Representa o evento indesejado, que justifica econo-
micamente a análise e as ações para eliminá-lo.

Falha
É o término da capacidade de um sistema/equipamen- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
to/peça desempenhar uma função requerida.
KENNERH J. MCNAUGTON. Bombas. Seleção, Uso e Manu-
tenção. México. McGRAW-HILL. nº 373 pág. 1999.
Falha Física
Também conhecida como causa direta, normalmente
CONFIABILIDADE E GESTÃO DA ENGENHARIA. Fundamen-
são representadas por elementos, componentes ou
tos de Seleção, Operação e Manutenção de Bombas. Curso.
peças; que, ao substituí-los, o problema é temporaria- 2005.
mente eliminado.
Padrão ANSI/API 610. Bombas centrífugas para indústrias
Falha Funcional de petróleo, petroquímica e gás natural. 10ª Edição. 2004.
Incapacidade de um item (ou do equipamento que o
contém) para atender a um padrão de desempenho INSTITUTO DE ENERGIA E TERMODIN MICA. Curso de Bom-
especificado. ba. Sudamericana de Seguros SA Companhia nº. Pág. 8.
2002.
Falha Potencial
É uma condição física identificável que indica que uma JD SUMMERS-SMITH. Prática de Vedação Mecânica para
Melhor Desempenho. Londres; editorial MEP, n.º 216 p. 1992.
falha funcional é iminente.

JD SUMMERS-SMITH. Um guia introdutório à tribologia in-


Fatos
dustrial. Londres; Editorial MEP, n.º 201 p. 1994.
São as formas pelas quais a falha ocorre, é o visível
que aparece após a falha funcional. ISO 14224. Indústrias de petróleo, petroquímica e gás natu-
ral — Coleta e troca de dados de confiabilidade e manuten-
Hipótese ção de equipamentos. Segunda edição 2006-12-15.
É uma suposição feita a partir de alguns dados, que
serve de base para iniciar uma investigação ou uma SAE JA1011. Critérios de Avaliação para Processos de Ma-
argumentação. Uma hipótese é uma afirmação não ve- nutenção Centrada na Confiabilidade. Emitido em AGO 1999.
rificada, que uma vez confirmada ou refutada deixará
de ser uma hipótese e se tornará um fato ou não. SAE JA1011. Um Guia para o Padrão de Manutenção Centra-
da em Confiabilidade (MCC). Emitido ENE2002.

Key Performance Indicator (KPI)


ROBERT J. LATINO, SR. VP, CENTRO DE CONFIABILIDADE,
O KPI (Key Performance Indicator, na sigla em inglês)
INC. Qualidade do Processo e Análise da Causa Raiz Parte
é uma medida do nível de desempenho de um proces-
1, 2 e 3. Reliability Center, Inc. No. pág. 7. 2001.
so. O valor do indicador está diretamente relacionado
a um objetivo previamente definido e normalmente é WOODHOUSE PARTNERSHIP LTD. Análise de causa raiz.
expresso em valores porcentuais. Curso. CIED. Tamare.1998.

Hierarquizar CONFIABILIDADE E GERENCIAMENTO DE ENGENHARIA -


Estabelecer uma ordem de prioridade, decrescente ou ER&M. Técnicas de Análise de Falhas com Foco na Confia-
ascendente de acordo com critérios baseados em ca- bilidade, com Ênfase na Causa Raiz. Curso. 2005.
tegorias, qualidades, características, valor, etc.

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39
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41
CRÔNICA

CARA, A MÁQUINA PEGOU FOGO!


Autor Marcio Barcala

Trabalhei em uma empresa especializada em impressão as coisas com rapidez e sempre buscava maneiras de
e laminação de filmes plásticos e, por mais que isso pa- melhorar seu trabalho. Esse auxiliar descobriu que con-
reça absurdo, essa era uma frase corriqueira. Como as seguia retirar solvente do ponto onde havia sido desmon-
máquinas trabalhavam em alta velocidade e todas as tada a estação do viscosímetro. Era muito mais fácil e rá-
matérias primas eram inflamáveis (filme plástico, tintas, pido que requisitar, além de não ter quantidade limitada.
adesivos e solventes), um pequeno erro poderia causar Com o palco montado e o ator em cena, vamos desenro-
um princípio de incêndio. lar nosso drama.

Para evitar situações desastrosas, tínhamos nas máqui- Em uma bela madrugada, nosso amigo ligeirinho decidiu
nas pessoas treinadas na brigada de incêndio, que conse- pegar solvente da tubulação do viscosímetro. Sabe-se lá
guiam controlar rapidamente princípios de incêndio, que por que, quando ele abriu o registro, aconteceu uma des-
evitavam que danos ocorressem nas máquinas e também carga de energia estática e a faísca gerada iniciou um in-
que vidas fossem colocadas em risco. Como esse pes- cêndio. O rapaz, que apesar de ser bastante esperto, não
soal tinha um tempo de reação muito rápido, dificilmente era da brigada, se apavorou, largou o balde e deixou o re-
um princípio de incêndio passava disso, mas vez ou outra, gistro de solvente aberto.
a manutenção era acionada para trocar alguma manguei-
ra pneumática que havia sido derretida. Era horário de ceia e o pessoal do setor estava reduzido,
o solvente estava se espalhando e levando o fogo com
Mas, teve uma noite em que tudo colaborou para que o ele. Por sorte, alguém que estava próximo percebeu o que
pior acontecesse. Em uma determinada máquina havia estava acontecendo e correu para fechar o registro.
um sistema de controle de viscosidade que media e fazia Apesar do pessoal reduzido, os membros da brigada se
a correção automaticamente e, para conseguir baixar a reuniram e iniciaram o combate ao incêndio, e alguém
viscosidade quando necessário, recebia uma tubulação chamou os bombeiros. Quando os bombeiros chegaram
de solvente. Pois bem, uma das estações apresentou pro- o fogo já estava apagado.
blema e foi retirada. Como era pouco usada e, na posição
onde estava, não era muito importante o controle de vis- De manhã, quando acordei, meu celular estava cheio de
cosidade, foi decidido não colocá-la de volta, mas revisá- mensagens e fotos da máquina queimada. Ninguém se
-la e deixá-la como reserva das estações mais usadas. feriu e os prejuízos foram só materiais. Mas era devido ao
Pequeno detalhe: o ponto de solvente foi esquecido. risco de descarga estática que o abastecimento de sol-
vente era restrito à sala de tintas...
Era comum, durante o acerto da máquina, que a visco-
sidade fosse acertada manualmente, antes de acionar Levou aproximadamente 30 dias a reforma da máquina
o sistema automático. Nesses casos, o colaborador se incendiada e rendeu história para se contar. Você já pre-
dirigia à sala de preparação de tintas e requisitava uma senciou algum acidente desse tipo, causado por alguém
quantidade de solvente que, após o uso, caso sobrasse, que, com boa intenção, burlou alguma regra?
deveria ser devolvido, pois não era permitido que o sol-
vente ficasse armazenado próximo à máquina, devido ao
risco que isso apresentava.

O palco está montado, falta apresentar o ator. Havia um


auxiliar que se destacava por ser mais esperto, resolvia

42
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43
CONTEÚDO TRACTIAN

POR QUE OS MOTORES


ELÉTRICOS QUEIMAM?
Os motores elétricos de indução são amplamente
utilizados na indústria. No entanto, problemas como
queima dos enrolamentos são comuns e devem ser
compreendidos e corrigidos para evitar danos adicio-
nais. Esses motores funcionam através do princípio da
indução eletromagnética, gerando movimento do rotor
a partir da manipulação dos campos magnéticos. O
estator e o rotor são as partes principais do motor. A
queima dos enrolamentos ocorre devido a condições
inadequadas de operação, como curto-circuito, so-
breaquecimento, rotor bloqueado, picos de tensão e
desbalanceamento de tensão. Para evitar essas condi-
ções, é importante monitorar a saúde dos motores e a
qualidade da energia fornecida.

Autor
Erik Cordeiro

Os motores elétricos de indução são a base para os


processos produtivos industriais, porém não é inco-
mum ouvir falar da sua queima e do rebobinamento
dos enrolamentos. É fundamental que o motivo da
queima seja compreendido e corrigido para evitar ou-
tras possíveis queimas. i i

Entenda o funcionamento do d
motor elétrico

O princípio de funcionamento desses maquinários é


utilizar do fenômeno da indução eletromagnética em
condutores para manipular os campos magnéticos e
B = Campo magnético Mão direita
assim gerar o movimento do rotor.

Ele é constituído basicamente de duas partes: o es- µ.i


tator (parte estacionária) e o rotor (parte rotativa). O B=
estator está ligado a fonte de alimentação alternada
do sistema, já o rotor não está ligado eletricamente à Onde
alimentação. Segundo a lei de Ampére, sempre que há d = distância do fio ao ponto considerado
a passagem de corrente em um condutor ocorre a in- µ = permeabilidade magnética do meio
dução de um campo magnético que pode ser visualiza- i = corrente elétrica que passa pelo fio reto
do pela regra da mão direita.

44
No estator o condutor é enrolado várias vezes com o intui-
to de intensificar o campo magnético gerado, sendo assim
chamado de bobina, que são colocadas em ranhuras e são
associadas de forma a constituir os conjuntos de pólos mag-
néticos que direcionam o fluxo magnético no estator.

A imagem abaixo ilustra como o fluxo magnético se distribui com


a utilização de duas bobinas para gerar o par de pólos Norte e Sul.

Diagrama com 1 Fase Diagrama com 3 Fases

Campo Magnético (H)

120º 120º

N
Tempo da Rede

Rotor
Estator

Bobinas 120º

No diagrama de exemplo com três fases eixo e entranhados nas fendas em volta do perí-
os princípios são os mesmos, a análise metro do núcleo.
pode ser realizada considerando três cir-
cuitos monofásicos. Como há a passagem de um campo magnético
girante em um condutor é induzida uma corrente
Eles são dispostos deslocados de 120° que percorre o núcleo do rotor e pela lei de lorentz
de forma que a soma total do fluxo é induzida uma força em função do campo e da
magnético ao longo do tempo, seja um corrente que gera o movimento
campo girando em torno do rotor que se rotativo de todo o sistema.
movimenta em função da frequência de
alimentação.

O rotor é constituído de um núcleo de lâ-


minas de aço com os condutores curto
circuitados dispostos paralelamente ao

45
CONTEÚDO TRACTIAN

A queima dos enrolamentos O isolamento para os motores são divididos em clas-


ses de acordo com os respectivos limites de tempe-
Como vimos, o motor depende dos enrolamentos em ratura de operação. A NBR 5116 define as seguintes
um bom estado e de uma alimentação adequada para classes de isolamento:
que a indução eletromagnética ocorra como projetado
e possa gerar a rotação do eixo. A queima ocorre quan- Classe de
A E B F H
isolamento
do alguma condição de operação inadequada inflige
uma corrente tão alta que danifica o condutor impedin- Temperatura
ambiente 40 40 40 40 40
do seu funcionamento. Agora veremos as causas mais
comuns que levam isso a ocorrer.
Diferença entre ponto mais
quente e temp. média 5 5 10 10 15
Curto-circuito
Total: Temp. do
ponto mais quente 105 120 130 155 180
Os condutores de cobre são revestidos por uma ca-
mada de esmalte isolante, assim é possível enrolar os
fios das bobinas uma sobre as outras sem que haja o
contato elétrico entre elas. Além disso, os condutores
esmaltados são unidos com um verniz com o intuito Caso o motor esteja operando com temperaturas das
de evitar que vibrem e atritam entre si, podendo danifi- bobinas acima dos limites de isolação provocará um
car o esmalte. envelhecimento gradual e generalizado, assim reduzin-
do a vida útil do ativo.
Os enrolamentos também são envolvidos pela resina
de impregnação, que tem a função de preencher os es- É possível associar o envelhecimento da isolação com
paços vazios dentro das ranhuras do estator auxilian- a elevação da temperatura acima da recomendada
do na dissipação térmica gerada pelo condutor. pela sua classe, na tabela abaixo, vemos que uma ele-
vação de 10° C pode reduzir pela metade a vida útil de
Importância de monitorar a saúde dos ativos um motor elétrico (Rezende, 2016).

Todo esse sistema de isolamento dos enrolamentos Elevação de Tempo de Vida Útil Redução de Vida Útil
Temperatura ∆Θ (ºC) (Anos) (%)
existe para evitar o contato elétrico entre os conduto-
res, caso ele venha a falhar ocorre o curto circuito e 0 20 0
consequentemente a queima do condutor. Os curtos 1 18,45 7,7
podem ocorrer entre espiras de uma mesma uma mes-
2 17,04 14,8
ma bobina, entre fases de bobinas distintas ou nas co-
nexões das bobinas. 3 15,73 21,4
4 14,54 27,3
De forma geral, os defeitos de isolação são associa-
dos com alguma contaminação interna do motor, com 5 13,43 32,8
degradação do material isolante por ressecamento 6 12,42 37,9
devido a temperatura excessiva ou por abrasão e com
7 11,49 42,5
rápidas oscilações na tensão de alimentação.
8 10,63 46,8
Sobreaquecimento 9 9,84 50,8

A passagem da corrente elétrica nos enrolamentos 10 9,11 54,4


gera o aquecimento dos componentes devido ao efeito 15 6,24 68,8
joule, assim é necessário que o calor gerado seja dis-
20 4,31 78,4
sipado para não causar o sobreaquecimento e assim
deteriorar o isolamento dos condutores.

46
Os motores possuem um sistema de ventilação aco- Desbalanceamento de tensão
plado ao rotor utilizado para realizar a ventilação e
retirar o calor. Qualquer impedimento do fluxo de ar O desbalanceamento de tensão é uma condição na
pode ocasionar o sobreaquecimento, as causas mais qual as fases apresentam diferentes valores de tensão
comuns são acúmulo de sujeira, poeira, grama e ferru- ou defasagem angular diferentes de 120°C ou ainda as
gem. Vale-se destacar que o motor precisa estar insta- duas condições simultaneamente.
lado em um local que permita que o ar aquecido seja
dissipado, caso contrário pode haver a recirculação do Tensões balanceadas Tensões desbalanceadas

ar podendo causar o sobreaquecimento. Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 1 Fase 2 Fase 3

1,0 1,0

Outras condições que podem levar a um sobreaque- 0,5 0,5

Tensão

Tensão
cimento são relacionadas com um dimensionamento 0 0

incorreto de condutores, atrito excessivo devido a cau- -0,5 -0,5

sas mecânicas e cargas excessivas geralmente asso- - 1,0 - 1,0

ciadas ao mau uso do equipamento. Tempo Tempo

Rotor bloqueado
Entre as principais causas do desequilíbrio de um
A condição de rotor bloqueado impõe uma sobrecarga sistema trifásico destaca-se a adição de cargas mo-
extrema no motor de indução. A elevada corrente de nofásicas como sistemas de iluminação e motores
rotor bloqueado faz com que toda a energia de entrada monofásicos de forma desproporcional sem um pla-
seja convertida em aquecimento do rotor e do estator. nejamento adequado.

Na partida com 100% de carga, tipicamente as corren- O desequilíbrio da tensão irá ocasionar desperdício de
tes nos enrolamentos do estator variam de 3 a 7 vezes energia devido à existência de maiores perdas provo-
a corrente nominal, assim caso o motor não consiga cadas por altas correntes desequilibradas. Estudos já
partir devido ao bloqueio do rotor, a corrente continuará demonstraram que desequilíbrios de 3,5% na tensão
no patamar de partida causando o sobreaquecimento. podem aumentar as perdas do motor em até 20% e
desequilíbrios acima de 5% causam problemas opera-
O aquecimento nos enrolamentos do estator é da or- cionais imediatos (ELETROBRÁS, 2004).
dem de 10 a 50 vezes aos da sua condição nominal,
lembrando que na partida os enrolamentos estão sem Pequenos valores na faixa de 1 a 2% também são
o benefício da ventilação natural produzida pela rota- prejudiciais, pois podem ocasionar significativos au-
ção do rotor. mentos no consumo de energia por muito tempo, sem
serem detectados, principalmente se o motor está su-
Picos de tensão perdimensionado. Assim, a tensão da rede deve ser
regularmente monitorada e um desequilíbrio maior do
Os picos de tensão são grandes aumentos de tensão que 1% deve ser corrigido.
em uma ou mais fases por um curto período de tempo,
caso o motor não esteja devidamente protegido pode Outro efeito importan-
vir a queimar. te relacionado ao des-
balanceamento é o au-
A causa mais comuns desses surtos estão relaciona- mento da temperatura
das com descargas atmosféricas cuja energia percor- do motor e principal-
re a rede elétrica oscilando a tensão de alimentação mente do rotor.
de forma violenta. Outras possibilidades de picos de
tensão estão relacionadas com manobra em banco de
capacitores ou com problemas no sistema de aciona-
mento e controle do motor.

47
CONTEÚDO TRACTIAN

Quando as correntes absorvidas pelos motores de in- Como evitar essas condições?
dução estão desequilibradas, é induzido nas barras do
rotor uma corrente na frequência duas vezes superior Vimos que essas condições devidas aos fatores ope-
à frequência industrial. Assim ocorre um efeito cha- racionais, falhas mecânicas ou problemas na rede elé-
mado de skin, em que as correntes indesejadas de alta trica podem ocasionar graves problemas nos motores
frequência tendem a percorrer a superfície dos condu- aumentando consumo de energia, alterando o rendi-
tores dos enrolamentos, assim o rotor fica submetido mento e reduzindo a vida útil até que ocorra a queima.
de imediato aos efeitos térmicos resultantes do pro-
cesso. Se o motor estiver operando na sua potência Dessa forma, o ideal é monitorar os parâmetros de
nominal, o rotor irá sofrer um aquecimento acima do operação para garantir a confiabilidade dos ativos e
seu limite térmico e como já vimos anteriormente re- evitar a queima dos motores.
duz a sua vida útil.
Com o monitoramento das fontes de alimentação
Além desses fatores, o desbalanceamento das fases é possível identificar as falhas na rede elétrica que
também causa efeitos operacionais no motor como danificam o motor elétrico no longo prazo como so-
o surgimento de torque que age no sentido de frear o bretensão, subtensão, baixo fator de potência e des-
movimento, alterações do tempo de partida e diminui- balanceamento de fases. Então é possível atuar em
ção do fator de potência. possíveis problemas na rede elétrica, fazer melhores
distribuições de cargas, redimensionar projetos e ins-
Falta de fase talar bancos de capacitores para melhorar a qualidade
da energia entregue aos ativos.
Caso uma das fases seja comprometida e não entre-
gue tensão ao motor ele irá entrar na condição de falta A plataforma da TRACTIAN analisa continuamente os
de fase. Essa condição ocorre quando há algum pro- dados e gera insights de condições que danificam os
blema com a alimentação podendo ser causada por motores como sobrecorrente, sobrecarga e consegue
um rompimento no cabo de alimentação, uma queima identificar até o sobreconsumo dos equipamentos.
de um fusível, queima de de uma fase no transforma-
dor ou problemas no sistema de acionamento.

Se o motor não estiver em operação e ocorra a falta de


fase ele não dará partida, porém se ele já estiver em Não basta apenas inspecionar de
movimento o torque será reduzido podendo parar ou forma pontual essas condições,
continuar com baixa velocidade. o ideal é monitorar essas condi-
ções continuamente para garan-
A falta de fase é a condição extrema do desbalance- tir as condições nominais para
amento de fases, assim ocorre um aumento conside- prolongar a vida útil dos compo-
rável de correntes nas fases acionadas. Idealmente, nentes e aumentar a eficiência
o sistema de proteção impede que o motor opere na dos sistemas.
condição de falta de fase, porém existe um caso par-
ticular que chama a atenção que ocorre quando ele
opera com cargas parciais em cerca de 40% e 60% da
carga nominal.

Nessa situação, mesmo com o aumento de corrente


de serviço, nos condutores externos atinge valores
próximos da corrente nominal com carga cheia o que
não levaria a disparo do sistema de proteção, porém
mesmo assim pode levar o aumento de temperatura
do motor e danificar a isolação do enrolamento.

48
Na imagem acima foi identificada uma condição de
sobrecorrente que rompeu em 36% o limite máximo de
operação e que se continuasse acontecendo de forma
recorrente certamente estaria danificando os enrola-
mentos.

Assim é possível identificar problemas de processo


que potencialmente passariam despercebidos e que
levariam a falha dos motores no longo prazo.

Quer entender mais sobre como fazer o monitoramen-


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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cow. Mir Publishers, 1977. 700p. desempenho térmico de motores de indução sob condições
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KOSOW, I. L. Máquinas Elétricas e Transformadores. Porto Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) – Faculdade de En-
Alegre. Editora Globo, 1979. 632p. genharia Elétrica, Universidade Federal de Uberlândia.

REZENDE, P. H. Efeitos do desequilíbrio de tensões de su- ELETROBRÁS. Disseminação de informações em eficiência


primento nos motores trifásicos, obtidos de forma indireta. energética - Eficiência energética aplicada para comércio e
2022 Trabalho de Iniciação Científica. Universidade Federal indústria. Programa de combate ao desperdício de energia
de Uberlândia, Uberlândia 2016. elétrica – PROCEL. Rio de Janeiro: PROCEL, 2004. 309p

FREITAS, P. C. F. Comparação dos rendimentos dos moto- GONÇALEZ, Fábio Gonçalves. Estudo do motor de indução
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indireta. 2007 Trabalho de Iniciação Científica. Universidade efetiva de motores operando em condições anormais.
Federal de Uberlândia, Uberlândia 2005.
WOLL, R. F. Effect of Unbalanced Voltage on the Operation of
ELETROBRÁS / PROCEL. Programa de eficientização indus- Polyphase Induction Motors. IEEE Transactions on Industry
trial: módulo motor elétrico. Rio de Janeiro. 130 p. MEHL, Applications, VOL. IA-11, No. 1, January/1975.
Edvaldo L. M. Qualidade da energia elétrica. Disponível em:
http://www.eletrica.ufpr.br/mehl/downloads/qualidade-e-
nergia.pdf>. Acesso em: 18 out. 2007, 13:38.

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em motores elétricos, geradores elétricos e
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o rotor trabalha em conjunto com o estator (parte
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