Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
br para
conhecer nosso catálogo completo, ter acesso a
serviços exclusivos no site e receber informações
sobre nossos lançamentos e promoções.
© 2001, Elsevier Editora Ltda.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei no 9.610 de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora,
poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados:
eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
Projeto Gráfico
Elsevier Editora Ltda.
Conhecimento sem Fronteiras
Rua Sete de Setembro, 111 – 16º andar
20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
ISBN 978-85-352-5368-9
Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de di-
gitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso
Serviço de Atendimento ao Cliente, para que possamos esclarecer ou encaminhar a questão.
Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a
pessoas ou bens, originados do uso desta publicação.
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte.
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
Os impactos do
Século XXI na
sua empresa
David Cohen
Editor da revista Exame
Sumário do Capítulo
III. Qual perfil a sua empresa deve ter para atingir o sucesso 17
no Século XXI ?
“No limiar do Século XXI, as empresas que não tiverem uma visão clara de
como ser diferentes e únicas, serão devoradas pela concorrência.”
“As vencedoras do Século XXI serão as empresas JEEP – Com tração nas 4 ro-
das, adaptadas aos terrenos irregulares, enxutas, competitivas e com alta ca-
pacidade de manobra.”
4
“No Século XXI os vencedores serão os que ficarem à frente da curva de mu-
danças, criando novos mercados, novos caminhos, impondo novas regras
para competir e desafiando o status quo.”
5
Em 1996, o Relatório Anual da Procter&Gamble, líder mun-
dial em produtos de higiene e limpeza, destaca como a empresa
vai se preparar para vencer no Século XXI focando quatro gran-
des linhas estratégicas:
4 Expandir nossas linhas produtos com marcas globais.
4 Fortalecer nossa competência na inovação de produtos.
4 Atingir um extraordinário nível de eficiência e eficácia em custos.
4 Trabalhar mais eficientemente com varejistas e atacadistas
visando construir a lealdade dos clientes.
Em 1996, a Ericsson promoveu um debate em todos os níveis
da empresa para definir o Plano 2005 – A Ericsson entrando no
Século XXI. Lennart Grabe, Vice-Presidente da empresa, desta-
cou a importância desse plano ao afirmar, no Relatório Anual
1996, o seguinte:
6
“A Mannesmann prepara-se para o próximo milênio, investindo em qualida-
de, segurança, saúde e preservação ambiental. Nos últimos cinco anos inves-
tiu mais de R$ 300 milhões em vários projetos, sendo que 10% deste total na
área de meio ambiente. Além destes, destacam-se investimentos destinados
à redução de custo, melhoria de produtividade, modernização e aquisição
de novos equipamentos.”
7
Nestlé
Uma empresa preparada para o novo milênio.
Ágil, Flexível e Competitiva.
8
II. Com o que a sua empresa deve se preocupar
em relação ao Século XXI ?
C.K. Prahalad, co-autor de Competindo pelo Futuro, acredita
que as 8 mudanças listadas a seguir irão afetar as empresas no Sé-
culo XXI:
1. O ambiente ainda “aconchegante” se tornará hipercom-
petitivo.
2. O ambiente local tornou-se ambiente global.
3. A concorrência não é só com as empresas similares.
4. As fronteiras setoriais que eram claras serão incertas.
5. A estabilidade foi substituída pela volatilidade.
6. Os intermediários serão trocados pelo acesso direto.
7. As empresas especialistas substituem a integração vertical.
8. Tecnologias isoladas se tornam tecnologias integradas.
Matthew J. Kiernan, consultor de várias empresas da lista das
500 maiores da revista Fortune, que já lecionou nas Universida-
des de Wharton, Columbia e Oxford, em seu livro 11 Manda-
mentos da Administração do Século XXI, publicado em 1998,
apresenta uma comparação entre os paradigmas do Século XX
com os do Século XXI.
9
Paradigmas para o Século XX Paradigmas para o Século XXI
10
4. A palavra-chave será sabedoria.
5. Recrutar e conservar os melhores talentos será prioridade
estratégica.
6. Turbulências vão dominar todos os mercados.
7. Só se aprenderá com os erros.
8. A forma de organização será totalmente diferente.
9. Será mais importante saber a pergunta certa do que a res-
posta certa.
10. Os clientes não aceitarão produtos “quebra-cabeça”.
11. A estratégia de sustentação será manter relações de longo
prazo com parceiros e funcionários.
A revista Newsweek de 11 de outubro de 1999, em reportagem
de capa intitulada “Como a Internet está mudando o mundo: dos
Negócios, da Política, da Ciência, das Viagens e dos Esportes”,
resume em uma frase a importância das mudanças trazidas pela
Internet.
11
A Revista de Administração de Empresas da FGV, na edição
de julho/setembro de 1999, publicou o artigo “Empregos e em-
presas que mudarão com a Internet”, de autoria de Antônio
Carlos de Matos, professor de informática na FGV, que apre-
senta extensa pesquisa sobre as grandes mudanças que podem
ocorrer nas empresas e nos empregos, como resultado do cres-
cimento do uso da Internet. Do artigo, destacamos os seguintes
segmentos:
4 Bibliotecas, editoras e livrarias.
4 Universidades e escolas.
4 Jornal, rádio e televisão.
4 Telecomunicações.
4 Gravadoras de CD e lojas de discos.
4 Bancos, seguradoras e financeiras.
4 Brinquedos.
4 Medicina.
4 Farmácias e drogarias.
4 Shopping centers, supermercados, fornecedores, atacadis-
tas, redes de varejo, distribuidores.
A má notícia é que as empresas desses segmentos que não en-
tenderem a mensagem do mercado irão se tornar obsoletas, o
mesmo ocorrendo com vários postos de trabalho e respectivas
profissões. A boa notícia é que surgirão novos tipos de empresas
e de profissões, e que estas mudanças não ocorrerão de um dia
para outro. Mas fica a mensagem de que devemos redobrar nos-
sa atenção.
A revista Brasil em Exame 1999 tem como matéria de capa
“Brasil.com”, destacando como a Internet está mudando o país.
No seminário que dá origem à publicação promovido pela Edito-
ra Abril, o economista Paulo Guedes afirmou: “Antes era preciso
uma revolução industrial para produzir um país como os Estados
Unidos. Hoje, a Internet é uma das poucas oportunidades para o
Brasil virar o jogo.”
12
Preocupados em responder à pergunta “Com o que a empresa
deve se preocupar em relação ao Século XXI”, e preocupados
também em responder a esta pergunta sob o prisma da realidade
brasileira, resolvemos fazer uma pesquisa via Internet sobre o
tema.
A maior dificuldade com relação a esta pesquisa foi que ela de-
veria ser respondida pelo principal executivo das empresas, po-
rém, em muitas delas o e-mail é só o substituto do fax ou do jurás-
sico telex.... Quando é centralizado, o e-mail perde a velocidade
requerida pelo mundo virtual. Quando é “filtrado pela secretá-
ria” perde a confidencialidade e o acesso direto. Quanto à filtra-
gem, em primeiro lugar só se deve dar o e-mail a quem nos inte-
ressa e só se responde ao que for relevante.
Vencidas estas dificuldades, conseguimos realizar a pesquisa
sobre as Tendências Relevantes para o Século XXI.
A pesquisa teve as seguintes características:
4 Universo pesquisado: 1000 empresas
4 Qualificação da amostra: Dentre as 1000 consultadas estão
as 500 da publicação Maiores e Melhores da revista Exame.
4 Respostas: 95 empresas.
A pesquisa identificou as seguintes Tendências Relevantes para
o Século XXI:
Globalização da concorrência
Desta tendência extraímos algumas conclusões:
4 Existe a consciência de que o empresário brasileiro, se não
tiver atuação internacional, corre o risco de que um con-
corrente internacional venha aqui, no seu terreno, roubar
seus clientes.
4 A América do Sul e, em alguns casos, toda a América Latina,
são para o empresário brasileiro uma extensão do seu mer-
cado interno. Esses mercados são tratados como “laborató-
rio” para aprender a se internacionalizar.
13
4 O mercado interno é prioritário para o empresário brasileiro.
4 O resto do mundo parece muito distante e difícil de atuar,
há até uma certa timidez e falta de agressividade merca-
dológica
4 Encontramos uma floresta de pretextos: Custo Brasil, câm-
bio, instabilidade econômica etc.
A virtualização do mundo
4 Encontramos uma ambigüidade. Alguns empresários acei-
tam bem a novidade, desde que não seja no seu segmento.
Aparecem colocações do tipo: “ah, isso é muito interessan-
te, mas no nosso setor não deve ocorrer... e se vier a ocorrer,
só daqui a 10 anos.”
4 A dimensão que esta tendência vem tomando pode ser ob-
servada no anúncio da empresa Manugistics (www.manu-
gistic.com) especializada em criar uma network (rede) de
parceiros, todos se movendo na e-Speed, com processos,
custos e controles otimizados, permitindo que a empresa
sempre tome as decisões certas. O anúncio destaca a seguin-
te mensagem:
14
Diferenciação pela inovação
4 Apesar da consciência da importância dessa tendência reve-
lada na pesquisa, pouco se faz de concreto na iniciativa pri-
vada no Brasil. Para se avaliar como precisamos nos desen-
volver neste tema, basta comparar os números de registros
de patentes nos Estados Unidos realizados pelo Brasil e pela
Coréia do Sul. Mesmo contribuindo com o mesmo percen-
tual de pesquisa no mundo, aproximadamente 1%, o Brasil
registrou 56 pedidos de patentes em 1996; a Coréia apre-
sentou 1500 pedidos. A explicação desta diferença está
principalmente relacionada às pesquisas realizadas pela in-
dústria coreana.
15
vam que é possível, apesar da cultura ainda precária de pes-
quisa acadêmica do país, transformar ciência em riqueza,
ou seja, patentes, tanto nas empresas como nas universida-
des e institutos de pesquisa.
Nossa pesquisa revelou ainda outras tendências, também rele-
vantes, que apresentamos no quadro a seguir:
16
III. Qual perfil a sua empresa deve ter
para atingir o sucesso no Século XXI ?
“Todo o mundo corporativo terá de ser repensado, reestruturado, reinventa-
do, desde as relações com empregados e fornecedores até o uso da tecnologia
e do marketing. O que você faz agora, qualquer que seja a sua empresa, vai so-
frer profundas mudanças com a nova economia que terá uma nova lógica.”
Arie de Geus
Shell
Empresas em Transição
Passado Futuro
17
Empresas em Transição
Passado Futuro
18
4 Criar, manter e administrar parcerias e alianças estratégicas.
4 Conhecer o ambiente onde atua.
4 Aprender com a experiência – sucesso e fracasso.
4 Criar soluções inovadoras.
4 Adaptar-se às mudanças de contexto.
4 Montar uma base cada vez maior de conhecimentos.
4 Compreender a diversidade.
4 Saber selecionar e utilizar recursos.
Matthew J. Kiernan, consultor de diversas empresas da lis-
ta das 500 maiores da revista Fortune, sugere 11 mandamen-
tos para o comportamento das empresas diante dos novos pa-
radigmas:
1. Não siga as regras do líder do seu setor. Invente as suas e
faça os outros a seguirem.
2. Inove ou morra!
3. Reexamine sua empresa à procura de ativos estratégicos
ocultos e depois os alavanque.
4. Crie uma incessante busca pela velocidade e ação.
5. Seja proativo e experimentalista.
6. Rompa barreiras!
7. Use todo o seu pessoal, todas as habilidades todo o tempo.
8. Globalize a sua base de conhecimento e perspectiva.
9. Admita que a revolução eco-industrial já está nos cercando.
10. Torne a aprendizagem organizacional uma religião na sua
empresa.
11. Desenvolva ferramentas estratégicas para medir o desem-
penho.
Jerry Yoram Wind e Jeremy Main, professores na Wharton
School, coordenaram uma pesquisa que deu origem ao livro Dri-
ving Change – How the Best Companies are Preparing for the 21st
Century. A pesquisa foi feita envolvendo 53 executivos de em-
19
presas americanas, asiáticas e européias, onde se destacam a Xe-
rox, a AT&T, a HP, a Digital Equipement, a 3M, a Toyota, a Mi-
crosoft, dentre outras.
A pesquisa concluiu que o perfil da empresa que será competi-
tiva no Século XXI, será muito diferente do encontrado nas em-
presas de sucesso do Século XX.
O quadro a seguir permite visualizar as diferenças entre os perfis.
20
Que diferença um Século pode fazer
As diferentes visões das Empresas
21
Essas sugestões se baseiam em uma pesquisa com empresas como:
Ford, Harley Davidson, Corning Glass, AT&T, Xerox e Motorola.
Thomas W. Malone, professor da Escola de Administração do
MIT, na disciplina Inventando as Organizações do Século XXI,
afirma que as empresas deverão criar condições para responder
as seguintes perguntas:
4 Como lidar com as mudanças aceleradas?
4 Como se organizar para otimizar as respostas às mudanças?
4 Quais habilidades serão cruciais em todos os níveis da em-
presa?
4 Como as decisões deveriam ser tomadas?
4 Como estar pronto para conseguir os melhores resultados
com a tecnologia da informação?
4 Como as pessoas trabalharão juntas? Como o trabalho será
avaliado? Quem deverá trabalhar em casa?
4 Como criar ambiente para contínua inovação?
4 Como medir a performance?
A edição especial da revista BusinessWeek, de 23 de agosto de
1999, destaca que a organização do próximo Século não será
conduzida por lideranças tipo superstar, e sim por times forma-
dos pelos melhores e mais brilhantes talentos. Os pensamentos a
seguir ilustram esta idéia:
“Nós todos somos anjos de uma asa só. Só podemos voar se abraçados um
ao outro.”
Luciano de Crescenzo
“Eu apreendi que a decisão tomada por um time irá sempre superar a deci-
são de um indivíduo. E, se você tiver um time de superstars, você terá chance
de criar uma dinastia.”
John Chambers
CEO da Cisco
22
A revista Business 2.0 – New Economy. New Rules. New Lea-
ders, na edição de janeiro de 2000, apresenta um artigo com 90
páginas onde recomenda o novo perfil de sucesso para a empresa
na nova economia:
4 O melhor entendimento dos compradores para cumprir as
promessas da economia virtual.
4 O tamanho da empresa não é mais a variável-chave na defi-
nição do valor da empresa e sim os ativos intangíveis: pes-
soas, idéias, marcas, patentes e agregação de informações
estratégicas.
4 A interatividade permanente é vital. Num mundo de res-
postas instantâneas, é necessário adaptar-se ao mercado em
tempo real.
4 As pessoas são as “jóias da coroa” e sabem disso. O poder
das idéias é o fator-chave para direcionar as empresas na
nova economia.
4 O crescimento é acelerado pela economia virtual.
4 O valor da empresa é função direta da sua participação de
mercado.
4 O desaparecimento do intermediário e o surgimento do in-
fomediário.
4 A transformação da informação em mercado eletrônico. A
informação é o produto. O valor é valor digital.
4 Sobre as transações o jogo é um a um. A informação é mais
fácil de customizar do que os bens. A informação é parte
crescente em qualquer produto ou serviço e está ampliando
sua participação no valor total.
4 O gap entre o desejo e a compra está se estreitando. O pro-
cesso de fazer marketing, vender e atender está convergindo.
4 Os compradores estão ganhando mais poder e os vendedo-
res, novas oportunidades. Na Internet a elasticidade-preço
depende de um click.
23
Durante os anos 1998 e 1999, David Cohen, editor da revis-
ta Exame, fez centenas de entrevistas com empresários, consul-
tores, cientistas sociais e professores, para identificar qual de-
verá ser o perfil da empresa do novo milênio. Os 7 fascículos,
publicados em 1999 sob a coordenação de David, destacam as
qualidades que vão determinar a vida ou a morte das empresas
no próximo milênio. A pesquisa identificou as seguintes quali-
dades:
4 Virtualidade: No mundo virtual os serviços e o relaciona-
mento são mais importantes que o produto. Os seguintes
exemplos ilustram a tendência das empresas à virtualidade:
Xerox do Brasil: Dos 11 mil funcionários, 6 mil trabalham
full-time nos clientes. A estratégia é funcionar como um de-
partamento dentro da empresa cliente.
Cisco: Produtora de equipamentos de telecomunicações,
não tem fábricas e 85% das vendas são feitas pela Internet.
Nike: A maior fabricante de tênis do mundo, tem apenas
uma fábrica própria na cidade americana de Saco que
opera como um laboratório e 300 outras unidades fabris
terceirizadas.
24
A Chrysler reduziu os seus fornecedores de 2500 para 1140
e passou a se envolver diretamente no desenvolvimento de
autopeças.
A United Airlines oferece a seus clientes um serviço especial
que permite, via rede, comprar a passagem e escolher o
assunto, inclusive nas empresas concorrentes.
A IBM na década de 1990 firmou mais de 800 alianças.
4 Capacidade de adaptação: O conceito darwiniano também
se aplica às empresas. Só irão sobreviver as que conseguirem
se adaptar às mudanças. Ser adaptável é estar preparado
para as mudanças. Para antecipar-se a elas é preciso utili-
zar-se da técnica de cenários. No mundo instável o futuro
nunca será linear e é preciso estar preparado para o máximo
de possibilidades.
O exemplo da Shell é suficiente para ilustrar esta qualidade.
Foi a única das 7 irmãs que se preparou para os choques do
petróleo na década de 1970, e o fez utilizando a técnica de
cenários.
4 Velocidade: O novo ambiente exigirá que a pressa seja amiga
da perfeição. A economia em rede tem um novo espírito: a
cultura do efêmero, do passageiro. Será preciso mudar rapi-
damente as estratégias e acelerar o desenvolvimento de no-
vos produtos para acompanhar as necessidades dos clientes.
A HP diz que a sua principal competência é pegar uma
idéia, transformá-la em um produto e lançar rapidamente
no mercado.
Na Wal-Mart, não existem mais depósitos, os produtos são
levados diretamente dos fornecedores às lojas onde serão
vendidos.
4 Identidade: Além de ser virtual, veloz, conectada e adaptá-
vel, a empresa não poderá perder sua identidade. Para isso,
terá que manter seu caráter e valores. Estudo realizado na
Shell confirmou que existe uma ligação forte entre empre-
sas de longa vida e as que têm um forte senso de valores.
25
4 Emoções: A emoção não pode faltar em uma nova reali-
dade onde o relacionamento vale mais que o produto.
Não pode haver mais a oposição entre a razão e a emoção.
A emoção é um orientador da razão. Pessoas com defi-
ciência emotiva não conseguem decidir. A empresa de se-
guros USAA, que atende militares americanos, é adorada
pelos clientes mesmo sem nenhum contato pessoal. Ela
utiliza a combinação high-tech com high-touch. Nos con-
tatos à distância, usando alta tecnologia, a empresa mos-
tra que se importa com detalhes pessoais importantes pa-
ra o cliente.
4 Inovação: De todas as qualidades, a mais importante será a
capacidade de inovar, para responder às mudanças do mer-
cado que serão cada vez mais rápidas no próximo milênio.
Deixar de inovar será um risco muito maior do que inovar.
A cultura da nova empresa terá que aceitar erros.
“O fracasso é o nosso produto mais importante”, afirmou
R.W. Johnson Jr., da Johnson & Johnson, empresa que ino-
va, mantém o que dá certo e rapidamente descarta os erros.
A GAP superou a famosa Benetton com inovação. Passou a
lançar seis coleções de malhas por ano, enquanto a Benet-
ton lança apenas duas.
“É verdade que a inovação pode ocorrer por acaso. Mas só acha quem está
procurando.”
Richard Carlton
Presidente da 3M, na década de 1950.
26
Perfil da Empresa de Sucesso no Século XXI
É orientada por Princípios
Tem foco na Competência Competitiva
Tem o cliente “consultor”
Constrói o futuro com visão estratégica
É veloz com perfeição
É real e virtual
É enxuta e flexível
É inovadora e empreendedora
Tem atuação em rede com os Públicos Relevantes
É uma “fábrica” de líderes
É uma “escola” de adultos
Tem a informação e o conhecimento como oxigênio
Possui excelência total
É socialmente responsável
27
Strategic Planning is back!
Reengenharia? Corte de custos? Agora a estratégia
reina enquanto as empresas procuram crescimento real.
28
4 Ter clara ambição estratégica – É preciso desenvolver uma
visão compartilhada sobre onde se quer chegar.
4 Valorizar a criatividade – Nunca negligenciar a experiência
e intuição daqueles que vivenciam o ambiente da empresa.
4 Valorizar a implementação – Não basta apenas planejar, a
melhor estratégia é aquela colocada em prática.
4 Aprender a mudar – O desenvolvimento de estratégia é um
processo de aprendizado e mudança contínua.
Darcio Crespi, Vice-Presidente da Arthur D. Little Internatio-
nal, afirmou:
“Neste mundo de mudanças rápidas e constantes, vencem as
empresas prontas a responder e a se antecipar às mudanças. Os
piores inimigos do Planejamento Estratégico são a complacência
e a arrogância, pois levam a ações modestas, muitas vezes mortais
para a empresa.”
Em 1996, a Clearinghouse International Benchmarking pes-
quisou 45 empresas que possuem processo de Planejamento
Estratégico, tais como Shell, Xerox, Alcoa, Whirlpool e Frito-
Lay. Os resultados da pesquisa, publicados na revista Strategy &
Leadership em setembro de 1996, mostram que o Planejamento
Estratégico é um elemento-chave no sucesso dessas empresas e
que a ênfase deve ser dada no pensamento estratégico, trazendo
mais flexibilidade para a empresa e gerando maior envolvimento
da equipe.
Conscientes da necessidade de dotar o PE de características
compatíveis com as Tendências Relevantes identificadas pela
nossa pesquisa, buscamos referências no trabalho do professor
Henry Mintzberg, autor de vários livros sobre o tema, dois dos
quais publicados no Brasil pela Editora Bookman, com os títulos
Fundamentos de Planejamento Estratégico (3a Edição) e Safári de
Estratégia – Um Roteiro pela Selva do Planejamento Estratégico.
O professor Mintzberg estudou profundamente as 10 escolas
de pensamento sobre formulação de estratégia, identificando as
vantagens e desvantagens de cada uma. Procuramos, dentro do
que permite a realidade brasileira, adaptar o processo de Planeja-
29
mento Estratégico de forma a otimizar as vantagens e minimizar
as desvantagens observadas em cada escola de pensamento.
Assim, apresentamos a seguir a metodologia e o glossário, que
permitirão à sua empresa formular o Plano Estratégico preparan-
do-a para ter sucesso no Século XXI.
Planejamento Estratégico
Metodologia
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
30
Glossário de Planejamento Estratégico
Conceito
31
4 Considere, ainda, que a metodologia proposta pode reque-
rer alguma adaptação para atender as características especí-
ficas da sua empresa. Por exemplo: Se for uma Holding su-
gerimos que seja feito um plano para a Holding e planos es-
pecíficos para cada Unidade de Negócio. No caso de planos
para a Holding temos feito as seguintes modificações na me-
todologia:
1. Uma Holding pode ter um ou vários Negócios.
2. É importante definir critérios para atuar em novos
Negócios.
3. Incluir a etapa Diretrizes após a Análise do Ambiente.
32
Capítulo
Autor desconhecido
Sumário do Capítulo
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
36
I. Por que é estratégico que todos na sua empresa
entendam em qual Negócio ela está?
Faça o teste do papel em branco!
37
600%. Em 1997 a empresa aumentou em 25% o faturamento,
que chegou a US$8 bilhões, o dobro da Reebok e o triplo da Adi-
das, apurando lucro de US$163 milhões. Em 1998 o lucro cres-
ceu 22%, chegando a US$200 milhões.
Não estar no Negócio de Tênis e sim no de Atitude levou a em-
presa a decidir terceirizar 100% da sua produção e se concentrar
no desenvolvimento de novos modelos e no marketing da marca.
Exceto na fábrica laboratório, a Nike não fabrica um único par
dos milhões de pares de tênis que vende anualmente. Concentra seu
talento no que sabe fazer melhor: Desenvolvimento e Marketing.
Lança dois modelos novos de tênis por dia para influenciar a
moda dos calçados esportivos. Foi a pioneira no sistema “air”,
hoje copiado por outras grandes concorrentes como Reebok e
Adidas.
Para divulgar a marca Nike, a empresa investe pesado em vários
esportes, patrocinando esportistas famosos no golfe, basquete,
atletismo e futebol. Investiu US$400 milhões para ter a exclusivi-
dade no uso da imagem da Seleção Brasileira de Futebol até o ano
2007.
Para a Nike, a conseqüência de entender corretamente, do
ponto de vista do cliente, em que Negócio a empresa atua, não só
tem gerado lucros crescentes, mas também o seu logotipo em for-
ma de V (de vitória) é conhecido mundialmente, tanto quanto os
da Coca-Cola e da McDonald’s, o que significa que a marca Nike
vale bilhões.
38
empresa pode praticar preços superiores, pois o cliente está
comprando um presente feito de chocolate e não apenas cho-
colate, estando, portanto, disposto a pagar um diferencial de
preço para receber os benefícios da marca, imagem, embala-
gem, localização das lojas, atendimento diferenciado etc.
4 Embalagem: Para competir no Negócio Presentes a empresa
não poderia utilizar embalagens convencionais para choco-
late. Na Kopenhagen, todos os produtos já vêm em embala-
gens de presente.
4 Localização: Para vender presentes é importante a localiza-
ção estratégica das lojas. Assim, as lojas Kopenhagen estão
em shopping centers, aeroportos e não em supermercados.
Não sabemos quem se inspirou em quem, mas a Godiva, em-
presa que vende chocolates finos, nos seus anúncios revela que
vende jóias e mostra um chocolate em formato de coração em
uma caixa de jóia, vendendo, portanto, uma preciosidade, uma
pequena obra-prima, uma jóia, enfim: um presente.
Em outubro de 1999, a Chocolates Kopenhagen Ltda. enviou
para clientes pessoa jurídica o catálogo de produtos, acompanha-
do de um folheto promocional, onde destaca: “Por que Kopenha-
gen é uma ótima opção de um presente para os seus clientes?” No
folheto, a empresa afirma que, além das várias opções de presen-
tes Kopenhagen, o cliente também pode inventar a sua preferida,
como fizeram a Volkswagen e a Incepa. A Volks encomendou
para brinde seu famoso logotipo em chocolate ao leite, enquanto
a Incepa foi mais criativa ainda encomendando uma miniatura de
pia feita de chocolate.
Que o nome Kopenhagen nada tem a ver com a cidade da Dinamarca? Da-
vid e Anna Kopenhagen, casal de imigrantes oriundos da Letônia, chegaram
ao Brasil em 1929 e abriram uma pequena bombonière que oferecia um úni-
co produto, marzipans, confeitado em um pequeno fogão a querosene, utili-
zando uma antiga receita caseira que incluía açúcar, amêndoas e uma
enorme vontade de vencer.
Sete décadas depois, Kopenhagen é sinônimo de alta qualidade, com 120
lojas em 40 cidades do Brasil.
39
Katia de Freitas Benchimol, diretora de Marketing da Sadia,
visitou a matriz da Federal Express, em Memphis, e afirmou, na
reportagem “Muito além dos pacotes” publicada na revista Exa-
me de 21 de outubro de 1998: “A FEDEX entendeu que o seu Ne-
gócio é mais do que entregar pacotes. Antes de tudo, ele consiste
em garantir aos clientes que, com seus serviços e pacotes, as pes-
soas se farão presentes onde e quando elas quiserem, sem nunca
precisar ter ido.” Frederick W. Smith, presidente do conselho e
principal executivo da FEDEX, afirmou à revista Você SA de ju-
nho de 2000: “Achávamos que estávamos vendendo transporte
de mercadorias, mas na verdade estamos no negócio de paz de es-
pírito: vendemos tranqüilidade e segurança a quem envia ou es-
pera uma encomenda. Quando finalmente nos demos conta, pas-
samos a perseguir isso obstinadamente. Primeiro providenciamos
computadores e equipamentos de comunicação para todos os
nossos caminhões e depois garantimos aos nossos clientes a possi-
bilidade de rastrear suas encomendas pelo computador que eles
têm em casa ou no escritório.”
Que a FEDEX:
4 tem 624 aviões?
4 tem 41.500 veículos?
4 tem 143.000 funcionários?
4 processa 3 milhões de pacotes por dia?
4 opera em 211 países?
4 processa diariamente 65 milhões de transações eletrônicas?
4 tem 50 mil clientes conectados?
4 faturou US$13,3 bilhões em 1998?
40
“Construímos lares para as pessoas, realizamos o sonho de suas
vidas e não paredes, portas e telhados.”
De volta ao teste do papel em branco, na pergunta “Qual deve-
rá ser o nosso Negócio no Século XXI?”, faça uma reflexão sobre
a resposta da maioria. Será que ela foi centrada no benefício atual
que seu cliente quer comprar ou no benefício que ele já gostaria
de estar obtendo do seu produto? Não devemos esquecer que os
desejos mudam, o mercado muda e precisamos estar sempre em
sintonia com as Tendências Relevantes. A melhor imagem para
ilustrar essa idéia nos vem do esporte.
O famoso jogador de futebol americano Joe Montana, ao ex-
plicar o segredo do seu sucesso, afirmou: “Não me preocupo
onde a bola está, mas sim onde ela vai estar.” Trazendo esse
exemplo para o nosso futebol, nos vem à memória o saudoso
Cláudio Coutinho, treinador do Flamengo e da Seleção Brasilei-
ra, quando desenvolveu o conceito de ponto futuro. A idéia era
orientar o time não para a posição atual da bola, mas sim para a
sua posição futura.
A Xerox, apesar de todo o sucesso no Negócio Automação
de escritórios, teve a sensibilidade de perceber a mudança no seu
mercado, quando em 1995 definiu no Projeto Xerox 2000
que seu Negócio passaria a ser Digitalização de documentos,
que é divulgado através do slogan Xerox: The Document
Company.
41
Benefício 1: O Negócio ajuda a focar no
diferencial competitivo
Uma equipe míope diria que o Negócio da Elevadores Sûr é eleva-
dores. No entanto, através de um processo de Planejamento
Estratégico, chegou-se à conclusão de que elevador já é uma com-
modity e que era necessário identificar um diferencial competiti-
vo, no qual a empresa pudesse focar todo o seu talento. Para com-
petir em um mercado de empresas de grande porte, o diferencial
escolhido foi o dos serviços e das soluções. Assim o Negócio da
Sûr ficou definido como:
“Qual é o nosso Negócio? É algo que nunca deve ser respondido pelo produ-
tor, mas sim pelo consumidor.”
Peter Drucker
42
As conseqüências práticas desse desafio foram várias:
4 Estão em teste novos produtos que farão parte do McCar-
dápio e que poderão ser vendidos não apenas nas lojas tra-
dicionais, mas também em quiosques, traillers etc.
4 Para oferecer conveniência e ficar próximo do cliente, os
aviões da United que vão para a Disney estão servindo o
McLanche Feliz.
4 Na Europa já estão em operação os originais McVagões:
trata-se de uma loja rodante do McDonald’s, nas composi-
ções do eficiente serviço ferroviário europeu.
A Coca-Cola, mesmo sendo a maior empresa de refrigerantes
do mundo, na revisão do seu Strategic Plan redefiniu o seu Negó-
cio que passou a ser Bebidas comerciais. Por que será que a em-
presa chegou a essa conclusão? Certamente porque descobriu
que quem controla a rede de distribuição controla o Negócio, e
este é o seu principal diferencial competitivo. A Coca-Cola en-
tende que bebida comercial é tudo aquilo que se beba e que não
seja água que sai da torneira. Ou seja: chás, sucos de frutas, café e
até água mineral. Só existem dúvidas quanto às bebidas alcóoli-
cas, como cerveja e vinho. Existe na empresa uma orientação de
que o álcool só pode ser utilizado para desinfetar.
Conseqüências práticas da definição do Negócio da Coca-Cola:
4 A empresa já está distribuindo vários produtos da Nestlé,
tais como Nescau, Nescafé e Nestea.
4 Quanto aos sucos, a empresa já comprou uma das líderes do
setor, a Minute Maid.
Essa redefinição do Negócio levou a empresa à decisão de ad-
quirir reservas de água mineral, considerando que este será o bem
mais escasso do planeta no próximo milênio.
43
água mineral, o fez a partir da redefinição de seu Negócio, que
passou a ser Bebidas comerciais.
“Nosso Negócio não é aspirinas”, afirmou George Fisher, CEO
da Kodak, ao justificar o desinvestimento no ramo farmacêutico,
com a venda de subsidiárias como a Sterling Drug. Fisher deixou
bem claro que o Negócio da empresa é Imagem.
Relembrando a música do Cazuza “Brasil, qual é o teu Negó-
cio?”, será que já não começamos a responder a essa pergunta
com o programa de privatizações? O Estado está saindo de seto-
res como o siderúrgico, telecomunicações e energia, que não são
o Negócio do Estado brasileiro, e concentrando investimentos em
setores como educação e saúde, que são o real papel do Estado.
44
300 itens. A expectativa é que os perfumes Mont Blanc cheguem
ao mercado também em 2001. Outro lançamento esperado são as
bolsas femininas, sempre pretas, que vão concorrer com as bolsas
Louis Vuitton. Um dos diferenciais competitivos das bolsas Mont
Blanc será a famosa estrelinha branca, que, presa em sua alça,
identificará a marca e o seu glamour.
A McCann Erikson Comunicação, uma das maiores agências de
propaganda do mundo, dentro de sua estratégia de marketing utili-
zou uma página inteira da Gazeta Mercantil de 7 de outubro de 1999,
onde divulgou que o seu Negócio é Idéias que vendem marcas.
A Solution Comunicação, no seu Plano Estratégico 2001, defi-
niu que o seu Negócio não é comunicação e sim Sucesso de marcas
e negócios. Todo o marketing da Solution se apóia nessa definição.
Durante meio século, a empresa Minas Brasil Seguros, 10a co-
locada no ranking do setor, não se convenceu da necessidade de
utilizar propaganda para vender seu serviço. Durante o processo
de Planejamento Estratégico, 30 executivos descobriram que não
estavam no Negócio de Seguros mas, sim, no de Tranqüilidade. O
cliente de uma empresa de seguros não compra a apólice, mas o
benefício da tranqüilidade que o seguro garante.
A partir dessa descoberta a Minas Brasil passou a utilizar mar-
keting e propaganda, divulgando seu Negócio através do slogan
Empresa Slogan
45
Benefício 4: O Negócio orienta o treinamento
Não se pode negar que a TAM iniciou um profundo processo de
mudança no setor de transportes aéreos no Brasil, quebrando an-
tigos paradigmas. Vôos mais pontuais, serviços de bordo de me-
lhor qualidade, programa de fidelidade que realmente funciona,
enfim, uma empresa aérea interessada nas críticas e sugestões dos
seus clientes.
A TAM tem um dos maiores orçamentos de treinamento do
Brasil. Isso reflete a clareza que a TAM tem sobre o seu Negócio.
A TAM publicou na revista Carta Capital, de março de 1998, um
anúncio de página inteira destacando:
46
Montadoras
Agregadoras de Sistemas
Fabricantes de Autopeças
47
Esta constelação de empresas fornece partes e peças que a Ran-
don Implementos, como uma verdadeira Montadora, transfor-
ma em produtos finais. Assim, a Randon Implementos se posicio-
na no ápice do triângulo da cadeia produtiva de implementos ro-
doviários.
A Cambará S.A. Produtos Florestais, empresa gaúcha perten-
cente a um tradicional grupo de madeireiros, decidiu, em 2000,
após reunião estratégica, redirecionar a empresa que passa a atuar
no Negócio de Higiene. A Cambará passa a fabricar produtos com
maior valor agregado tais como papel higiênico, papel de mão,
lençóis hospitalares, dentre outros, e não mais matéria-prima, a
commodity celulose, devendo novamente adequar sua razão social
que deverá ser Cambará S.A. Produtos de Higiene.
48
mos cosméticos e nas lojas vendemos esperança”, ele deixou cla-
ro que o Negócio da Revlon não é Cosméticos, mas sim Beleza.
Esta definição também deixa claro com quem a empresa vai
disputar o mercado de Beleza, com produtos de Cosméticos. Seus
concorrentes principais são os que têm também o entendimento
de que estão no Negócio de Beleza. Empresas como a Avon, Boti-
cário, Natura, L’Acqua di fiori. Beth Pimenta, fundadora de ou-
tra concorrente, a Água de Cheiro, empresa mineira com 700
franquias em todo o Brasil, parodiando o poetinha Vinícius, afir-
mou, na revista Pequenas Empresas Grandes Negócios: “Quando
o Negócio é Beleza, os outros que nos perdoem, mas Água de
Cheiro é fundamental.”
49
vo e, como conseqüência, criando enorme mercado futuro para
seus produtos.
Essa decisão estratégica permitirá não apenas a integração racio-
nal dos diversos produtos da Marcopolo, tais como ônibus con-
vencionais, microônibus, “papa-fila”, trolebus etc., com trens,
metrô, barcas etc., mas também a operação de todo o sistema pas-
sa a ser uma competência competitiva, que certamente abrirá no-
vos horizontes para a empresa.
50
de 1999 para destacar que seu Negócio é Informação, cultura e
lazer de alta qualidade.
A Amazon, apesar de ser considerada a maior livraria virtual
do mundo, não pretende se limitar à venda de livros. A coluna Sé-
culo XXI da revista Isto é, de 25 de novembro de 1998, revela que
a Amazon quer ser sinônimo de vendas via Internet. Além de li-
vros (Negócio míope), passou a vender CD’s, vídeos, programas
para computadores, eletrônicos e brinquedos.
A Amazon quer reestruturar seus depósitos para se tornar o maior
dos hipermercados virtuais, vendendo de livros a motores de popa.
Em 1998 o volume de vendas ultrapassou US$14 bilhões.
51
II. Conceito de Negócio
Observamos, nos processos de Planejamento Estratégico que te-
mos conduzido, a dificuldade dos participantes em definir em
que Negócio atua ou deve atuar a empresa.
A primeira dificuldade é conseguir diferenciar Negócio e Mis-
são da empresa.
Missão é a razão da existência da empresa em seu Negócio.
Por exemplo, as montadoras de automóveis e as suas concessio-
nárias atuam em um mesmo Negócio que é o de Transporte, po-
rém o que as distingue é a sua Missão.
Enquanto as montadoras têm a Missão de desenvolver e mon-
tar, as concessionárias têm a Missão de comercializar e dar assis-
tência técnica.
Outra dificuldade é a tendência de se confundir o Negócio da
empresa com o seu slogan. Algumas vezes o Negócio pode ser uti-
lizado como slogan da empresa.
Soluções para o transporte, além de ser o Negócio da Randon,
é também o slogan da empresa e pode ser visto nas lonas que co-
brem as carretas que circulam pelas estradas deste país.
A RM Sistemas, eleita pela Computer Word a melhor empresa
de software na área de recursos humanos, utiliza o seguinte slo-
gan, que bem retrata o seu Negócio:
52
“Nosso conceito de Negócio é simples.
Tornar a vida mais simples para você.”
a
1 Etapa: Identificação do Negócio atual
Nossa orientação inicial para definir qual é o Negócio atual da sua
empresa passa por uma reflexão estratégica com as seguintes per-
guntas estimuladoras:
53
vivencia o “momento da verdade”, definindo qual posto e qual
bandeira vai utilizar.
O dono do posto, na realidade, é cliente intermediário e “clien-
te de uma só vez”, em decisão tomada por ocasião da escolha da
bandeira. Enquanto o cliente final é o cliente de muitas vezes, su-
jeito a inúmeras variáveis. Ele é o cliente que precisa ser conquis-
tado todos os dias.
Na revista Isto é de 10 de novembro de 1999, a BR Distribuido-
ra publicou anúncio de página dupla com o título: Nós cuidamos
de você. É um compromisso que assumimos publicamente.
O anúncio informa que esse compromisso apresenta as seguin-
tes ações concretas, voltadas ao cliente final:
4 Criação do Ombudsman, um profissional especializado em
ouvir e encaminhar as reivindicações dos consumidores.
4 Programa De olho no Combustível: Programa de controle
de qualidade do combustível que entrega certificado para
atestar a não adulteração dos combustíveis.
4 Rede de pontos de venda, com 7290 postos em todo o
Brasil.
4 O SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente, que funciona
pelo telefone 0800-789001.
4 Programa de Milhagem Smiles, onde o cliente ganha milhas
no programa smiles da Varig ao utilizar os serviços da em-
presa.
Ao concluir o anúncio, destaca: “Nós cuidamos de você, nosso
slogan não é um truque publicitário. É um compromisso assumi-
do publicamente. E cumprido publicamente.”
Outro exemplo marcante vem da Elevadores Sûr, que, em seu
processo de Planejamento Estratégico, descobriu que, na verda-
de, tinha dois clientes: um que é óbvio, a construtora, que com-
pra o elevador com base no preço, especificações técnicas e co-
merciais, cujo relacionamento dura, no máximo, o tempo da
obra. Outro, que foi a novidade, é o cliente usuário final. Este é o
síndico do prédio e os moradores, que durante 30 anos irão vi-
54
venciar milhares de “momentos da verdade”, que irão influenciar
decisões sobre manutenção, modernização e substituição.
Este mesmo raciocínio ocorreu quando a Marcopolo, ao fazer
esta reflexão estratégica, constatou a grande importância de pas-
sar a considerar as opiniões do cliente usuário final, o passageiro.
55
Quer um exemplo? A própria Marcopolo, que tem a empresa
do Neném Constantino como tradicional cliente de seus ônibus,
o tem agora, com a criação da empresa aérea GOL, também como
concorrente no Negócio de Transporte.
a
2 Etapa: Checagem da consistência do Negócio atual
Não basta definir o Negócio atual. É necessário checar a consistên-
cia com as Tendências Relevantes para o Século XXI, apresentadas
no primeiro capítulo deste livro e que agora recordamos:
56
a
3 Etapa: Adequação do Negócio ao Século XXI
Agora, considerando as tendências analisadas na 2a Etapa, você
está apto a projetar o Negócio da sua empresa para o Século XXI.
Veja o exemplo da Fujifilm, grande concorrente mundial da
Kodak (cujo Negócio é Imagem), que redefiniu seu Negócio para
o Século XXI como I&I que significa Imagem & Informação.
Entendemos que essa mudança estratégica se explica pela ten-
dência à digitalização, que transforma imagem em informação.
Sugerimos que durante o processo de definição do Negócio, vo-
cê utilize as dicas que apresentamos a seguir:
57
Empresas Negócio Míope Negócio Estratégico
58
durante a construção, não apenas um produto para ser instalado no final da
obra.” Este foi o grande “gancho” para a definição do Negócio. A resposta do
diretor superintendente Alceu Albuquerque foi decisiva:
Foi assim que a Elevadores Sûr definiu seu Negócio como Serviços e solu-
ções em movimento.
59
Tudo a seu alcance.
Conectando pessoas.
Roberto Civita, presidente do grupo Abril, também usando “farol alto”, mu-
dou o Negócio, sintonizado-o com a Tendência Relevante que valoriza mais
o capital intelectual do que o capital financeiro. O Negócio da Abril para o Sé-
culo XXI passou a ser:
60
A TAM, na revista Carta Capital de 4 de março de 1998, publicou um anúncio
de página inteira, cujo título destaca: Nosso Negócio é Voar com Estilo.
61
Consistente com essa divulgação, a Classe A, revista de bordo da TAM,
o
n 71/98, apresenta na sua reportagem de capa o estilo TAM de voar.
62
A Air France usa seu Negócio como slogan: Fazendo do céu o melhor lu-
gar na terra.
Outro exemplo que merece destaque é como a Elevadores Sûr divulgou
seu Negócio. Primeiramente, para o público interno, a empresa preparou di-
versos pôsteres e outros materiais de divulgação. Além disso, preparou uma
fita de vídeo, onde seus diretores, de uma maneira simpática, apresentaram
e explicaram o Plano Estratégico. Merece comentário a criação do site da em-
presa na Internet, que informa, além do Negócio, outros itens divulgáveis do
Plano Estratégico da Sûr.
63
A Josapar, holding do Grupo Joaquim Oliveira, detentora da famosa marca
Arroz Tio João, definiu seu Negócio como Soluções em alimentos. Na publi-
cação especial da ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados, a em-
presa publicou um anúncio, cujo título destaca: Soluções em alimentos da
Josapar. Para você levar uma vida mais fácil e saborosa.
64
O SEBRAE-MG, na revista Exame de 14 de dezembro de 1998, publica
anúncio de página inteira informando com destaque: Nosso Negócio é o
Resultado.
No anúncio, o SEBRAE está enfatizando o resultado do cliente, pois este é
o benefício que as empresas buscam ao procurar o SEBRAE.
65
A Editora Campus, na revista Rumos de abril de 1998, apresenta um
anúncio de página inteira cujo título afirma que o seu Negócio é Infor-
mação.
66
Na revista Vitrine de março de 1997, a empresa Lojas Colombo divulgou a
formulação participativa do seu Plano Estratégico, destacando que “Uma or-
ganização moderna precisa definir qual é o seu Negócio... Mais do que isso,
ela precisa manter o foco no seu Negócio sem dele se afastar.”
A LIBBS, empresa farmacêutica, utilizou a contracapa e a última capa da re-
vista Dr. Estilo de outubro de 1998, para divulgar: O nosso negócio é saúde.
67
A LUPER, empresa farmacêutica, utiliza um folder onde destaca o seu Negó-
cio: Soluções para a saúde.
68
A revista Exame, contrariando o dito popular “casa de ferreiro espeto de
plástico”, usou a carta do editor em 21 de abril de 1999, para divulgar, com
destaque: “Idéias são o nosso negócio”, o que, em síntese, informa que a
Exame está no Negócio de Idéias.
a
1 Dica: Evite a miopia.
2a Dica: Pergunte e ouça o Cliente.
Empresa Negócio
NIKE Atitude
MONT BLANC A arte de escrever
FEDEX Paz de espírito
BMW Prazer em dirigir
Harley-Davidson Estilo de vida
C&A Moda
Arezzo Moda
Kodak Imagens
Fujifilm Imagens & Informação
Revlon Beleza
Água de Cheiro Beleza
Natura Beleza
Avon Beleza
69
Empresa Negócio
Danone Saúde
Biobrás Saúde
Hospital Tacchini Soluções em serviços de saúde
Amil Saúde
Hospital São Francisco de Assis Saúde
Luper Indústria Farmacêutica Soluções para a saúde
GNC Saúde
Drogaria Araújo Conveniência e saúde
TAM Voar com estilo
RASIP – Frutas Sabor e saúde
Editora Globo Informação, divertimento, educação e
cultura
Revista Exame Idéias
Editora Abril Informação, cultura e lazer
Saraiva Editora Informação, cultura e lazer
Livraria Laselva Informação, cultura e lazer
Editora Três Informação, cultura e lazer
Editora Campus Informação
McGraw-Hill Informação que leva à ação
Time Warner Notícias, cultura e entretenimento
GTE Movimentando idéias
SIEMENS Soluções inteligentes em transportes
DANA Brasil Mobilidade
Caterpillar Preparar a terra para a economia global
Randon Soluções para o transporte
Micheletto Soluções em fixação
Móveis Carraro Soluções em mobiliário
Todeschini Soluções em móveis
GM Pessoas em movimento
Localiza Rent a Car Soluções em transporte
Unidas Rent a Car Liberdade
Fras-Le (freios) Segurança no controle de movimentos
70
Empresa Negócio
71
Empresa Negócio
72
Capítulo
David Packard
Fundador da HP
Sumário do Capítulo
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
76
I. Por que é estratégico que todos na sua
empresa entendam qual é a Missão que
ela deverá desempenhar?
No dia 22 de dezembro de 1998, após havermos trabalhado o dia
inteiro no nosso novo livro, demos uma parada para ver o Jornal
Nacional. Num dos intervalos do Jornal, horário nobre da TV
Globo, vimos um comercial da Telemig Celular, que começou di-
zendo: “Todas as empresas de telecomunicações têm a Missão de
aproximar as pessoas, o que as distingue é sua forma de fa-
zê-lo...”. Nos entreolhamos e, apesar do cansaço, voltamos a tra-
balhar com mais motivação.
Descobrimos também que a mesma mensagem foi publicada na
revista Veja de 16 de dezembro de 1998.
Fomos consultar as pesquisas e encontramos no artigo “Cor-
porate Mission Statements: The Botton Line”, de John A. Pearce
e Fred R. David, a seguinte afirmação:
“Sessenta por cento de todas as organizações formalizaram
uma declaração de missão. As empresas com alta performance fo-
ram as que desenvolveram melhores declarações de missão.”
O que também nos chamou atenção é que esta pesquisa foi publica-
da em 1987. Ora, se há mais de uma década 60% das empresas pes-
quisadas, no grupo das 500 maiores da revista Fortune, já tinham de-
claração de Missão, certamente hoje o percentual já é muito maior.
O que leva uma empresa multinacional, com mais de 100 anos
de sucesso, 1a no ranking das empresas mais admiradas nos Esta-
dos Unidos (segundo a pesquisa da revista Fortune de 1996 e
1997), a pagar R$37.600,00 para publicar sua Missão?
Foi o que fez a Merck, gigante da indústria farmacêutica, na re-
vista Exame de março de 1999, onde destaca:
77
A Glaxo Wellcome, maior empresa farmacêutica do mundo,
em reportagem publicada no jornal Estado de Minas, em outubro
de 1998, destacou na foto o quadro da Missão da empresa, que é:
78
var a humanidade” e que, no Século XXIII, a nave Enterprise, do
seriado Jornada nas Estrelas, viajará pelo espaço com a Missão de
“Explorar o desconhecido, novos mundos e formas de vida, e no-
vas civilizações, indo arrojadamente aonde o homem jamais foi”.
Diante de exemplos tão marcantes, podemos concluir que a ex-
plicitação da Missão não é um modismo, mas sim uma necessida-
de permanente.
Outro aspecto que constatamos é que a explicitação da Missão
já transpôs os muros das empresas e vem se popularizando. Como
exemplo, apresentamos a Missão do conhecido professor de dan-
ça de salão, Carlinhos de Jesus:
79
meira atividade, realizada em 1998 junto com o estudo de viabili-
dade, foi a definição da sua razão de existir, sua Missão. A previ-
são de faturamento para 2001 é de US$100 milhões. A Missão da
Suspensys é:
80
Considerando a Tendência Relevante da valorização do indiví-
duo e do capital intelectual, a direção do CENEX, apesar de todo
o seu sucesso, em setembro de 1993, teve a coragem de evoluir a
Missão, que passou a ser a seguinte:
O que de pior pode acontecer com empresas e nações é tomar decisões tó-
picas no contexto de curto prazo, sem um Planejamento Estratégico de lon-
go prazo.
81
Para reforçar nossa mensagem, lembramos a afirmação do pro-
fessor Fred David da Auburm University do Alabama:
“Sem uma clara declaração de Missão as ações de curto prazo
de uma empresa podem comprometer os seus interesses de lon-
go prazo. Toda organização tem um propósito único e uma ra-
zão para existir. Esta singularidade deve estar refletida na decla-
ração de Missão. Uma organização só alcança um elevado senso
de propósito quando explicita e divulga uma clara Missão.”
A Chrysler, que vende automóveis em mais de 100 países, tem
a seguinte Missão que funciona com três “faróis altos”:
82
Uma missão bem difundida desenvolve nos funcionários um senso comum
de oportunidade, direção, significância e realização. Uma missão bem explí-
cita atua como mão invisível que guia os funcionários para um trabalho inde-
pendente, mas coletivo, na direção da realização dos potenciais da empresa.
83
Benefício 6: A Missão ajuda a aumentar a produtividade
Amaury Olsen, presidente da Tigre Tubos e Conexões, que em
1998 faturou US$500 milhões, afirmou: “Hoje, todos os funcio-
nários da Tigre conhecem nosso planejamento, sabem quais são
nossas vertentes de crescimento. Com isso, todos conseguem aju-
dar, todos se sentem importantes, participantes do processo de
crescimento da empresa. Nosso funcionário não é apenas mais
um. Ele é tão importante quanto o presidente.... São 2300 cabe-
ças ajudando a gerir a empresa com racionalidade.”
Nesses tempos turbulentos, quando as empresas são obrigadas
a cortar gorduras, carnes e até ossos, a Missão da empresa passa a
ter um papel ainda mais relevante que é manter os sobreviventes
unidos em torno de um propósito. Nossa afirmação encontra res-
paldo na declaração de Adam Bryant, editor do New York Times:
“Empresas que atingiram os limites do downsizing e da reenge-
nharia, descobriram que uma das poucas maneiras que ainda res-
tam para conseguir mais dos funcionários é ajudando-os a encon-
trar um propósito.”
Acreditamos que a Missão gera os seguintes benefícios essen-
ciais para o sucesso de uma empresa:
84
4 Servir como ponto focal para os funcionários se identifica-
rem com o propósito da organização.
4 Facilitar a tradução dos objetivos em uma estrutura de tra-
balho, definindo a responsabilidade de cada um da equipe.
4 Facilitar a definição dos parâmetros de controle do custo,
tempo e performance no atingimento do objetivos.
a
1 Etapa: Identificação da Missão atual
Responda às seguintes perguntas facilitadoras:
4 O que faz a empresa?
4 Como ela faz?
85
4 Onde ela faz?
4 Com qual responsabilidade social?
Para ilustrar a utilização dessas perguntas, vamos aplicá-las em
dois exemplos.
2o Exemplo: Localiza
A Localiza, fundada em 1973, é a maior locadora de veículos da
América do Sul, atuando em 12 países, com mais de 466 agências
e 23.000 veículos, que em 1998 faturou R$320 milhões, com a
seguinte Missão:
86
O que faz a Localiza?
Resposta: Aluguel de carros e administração de frotas.
Como ela faz?
Resposta: Encantando clientes.
Onde ela faz?
Resposta: Devido ao fato de os ideais da empresa serem
“ilimitados”, decidiu-se não explicitar a limitação geográfica.
Com qual responsabilidade social?
Resposta: A empresa não julgou necessário explicitar.
a
2 Etapa: Checagem da consistência da Missão atual
Não basta ter a Missão atual. É necessário checar a consistência
da Missão face as Tendências Relevantes para o Século XXI,
apresentadas no primeiro capítulo deste livro e que agora recor-
damos:
Virtualização do mundo.
Padronização de produtos.
Concentração de empresas.
Crescente desregulamentação.
Valorização do indivíduo.
87
Na reflexão sobre a adequação da Missão às Tendências Rele-
vantes para o próximo século, as grandes questões que devem ser
respondidas são:
Com a Missão atual, sua empresa terá sucesso no Século XXI?
Se você respondeu não a essa questão, reveja a Missão da sua
empresa.
a
3 Etapa: Adequação da Missão ao Século XXI
Para ajudá-lo a fazer a adequação sugerimos utilizar as seguintes
perguntas facilitadoras:
O que a empresa deverá fazer?
Como deverá fazer?
Onde deverá estar fazendo?
Com qual responsabilidade social deverá atuar?
A Digital Equipment, que, em 1997, faturou US$13 bilhões e
em 1998 se juntou à Compaq para concorrer com a HP e a IBM,
tem como Missão:
88
A revista Veja, de 15 de março de 2000, na seção Carta ao lei-
tor, descreve o novo conteúdo do seu site na Internet. Nas últimas
linhas desta seção destaca a adaptação da Missão da revista à Ten-
dência Relevante da virtualização do mundo, afirmando: “Na es-
sência, a missão da Veja será sempre a mesma: fornecer a seus lei-
tores informação isenta e de qualidade, seja na versão impressa
ou na eletrônica.”
Aproveitando o exemplo de uma revista, merece destaque a
Missão da Você S.A., também alinhada com a tendência à virtua-
lização do mundo:
89
Dica 2: A Missão deve explicitar o Negócio
da sua empresa
Aproveitando ainda o exemplo da McDonald’s, verifique que a Missão não
explicita hambúrgueres e fritas, mas indica o Negócio que é Alimentação de
conveniência. O texto da Missão destaca alimentos e detalha conveniência
através dos diferenciais qualidade, rapidez, simpatia e limpeza.
A revista Exame de 13 de janeiro de 1999, na sua reportagem de capa,
destaca a C&A como um caso exemplar, cuja Missão é a seguinte:
Que a C&A, uma das maiores redes de varejo do mundo, com 700 lojas, foi
fundada na Holanda em 1841 pelos irmãos Clement e August, cujas iniciais
formaram a famosa marca C&A?
90
Outro exemplo de Missão que merece destaque, em termos de objetividade
e concisão, é o da ONU:
“... tudo isso é para que possamos cumprir a Missão de informar e divertir
com qualidade e independência.”
91
Dica 4: A Missão, depois de ser explicitada, deve ser detalhada
O objetivo de detalhar uma Missão, após sua explicitação, é assegurar enten-
dimento uniforme a qualquer leitor, seja ele cliente, funcionário, fornecedor,
acionista etc.
Como exemplos, vamos apresentar o detalhamento das Missões da Na-
tura, Empresa do Ano da revista Exame (em julho de 1998) e da Nansen
Instrumentos de Precisão, empresa líder na fabricação de medidores de
energia elétrica e água.
Detalhamento da Missão:
Bem-estar: É a relação harmoniosa, agradável, do indivíduo consigo pró-
prio, com seu corpo.
Estar bem: É a relação empática, bem-sucedida, prazerosa, do indivíduo
com o seu mundo.
Detalhamento da Missão:
Oferecer: ir ao encontro do cliente; atitude proativa (se antecipar).
Soluções: respostas da empresa às necessidades do cliente.
Mecânica de Precisão: transformação de materiais em produtos de preci-
são através de processos mecânicos.
Medição: determinação de um valor pela comparação com um padrão.
Controle: atuação no processo para garantir os resultados esperados.
Serviços: atividades que fazem parte das soluções oferecidas ao cliente.
Tecnologia: conjunto de conhecimentos utilizados para gerar produtos e
serviços.
Para que uma Missão seja realmente praticada ela precisa ser assimilada e,
para tanto, precisa ser entendida de uma maneira uniforme por toda a equi-
pe da empresa. Portanto, quanto maior a equipe, maior a necessidade do de-
talhamento da Missão.
92
Dica 5: Não basta explicitar, é preciso divulgar
Só há sentido em ter uma Missão explicitada se esta realmente orienta a atua-
ção da empresa. Para isso ela precisa ser conhecida, o que implica ser divul-
gada. O Instituto Ayrton Senna utilizou duas páginas da revista Veja para
divulgar a sua Missão e a seguinte mensagem do campeão: “Os ricos não po-
dem mais viver numa ilha rodeada de um mar de pobreza. Nós todos respi-
ramos o mesmo ar. Devemos dar a cada um uma chance, ao menos uma
chance fundamental.”
93
A Bosch, que em 1999 completou 45 anos de Brasil, publicou anúncio de pá-
gina inteira na Veja de 8 de dezembro de 1999, destacando sua Missão, utili-
zando um acróstico com o próprio nome:
Buscar com
Ousadia
Soluções
Criativas para o
Homem
94
Não se esqueça das nossas dicas sobre como definir a Missão:
ALIMENTOS E BEBIDAS
McDonald’s
Servir alimentos de qualidade com rapidez e simpatia,
em um ambiente limpo e agradável.
Dunkin’ Donuts
Aumentar a satisfação e lealdade do cliente através
do serviço rápido, de produtos frescos em um
ambiente limpo e acolhedor.
95
Expresso Pizza
Servir alimentos saborosos com qualidade, rapidez e simpatia.
Cargill
Elevar o padrão de vida mundial.
Kellogg
É uma companhia global comprometida com a obtenção de um
crescimento de longo prazo em volume e lucro, e com o incremento
de sua liderança mundial, provendo produtos de alimentos
nutritivos do mais alto valor.
Gerber
As pessoas e os recursos da Gerber Products Company dedicam-se a
assegurar que a empresa seja a líder mundial em, e que apóie,
a nutrição, o zelo e o desenvolvimento infantil.
Celestial Seasonings
Nossa missão é fazer crescer e dominar o mercado norte-americano
de chás especiais, superando as expectativas dos consumidores com:
Melhor sabor, 100% naturais, chás quentes e gelados,
embalados com a filosofia e a arte Celestial, criando a mais
valiosa vivência com o chá.
Danone
Através do mundo assegurar que as pessoas possam crescer, viver
melhor e ser providas diariamente com alimentos melhores, uma
grande variedade de sabores, visando uma saúde melhor.
Brasfrigo
Parceria eficiente de serviços em alimentos, desenvolvendo, com
qualidade e criatividade, soluções para as necessidades
do cliente e do mercado.
Brahma
Agregar valor aos acionistas, superando as expectativas de
consumidores e clientes, possuindo produtos, serviços e gente de
qualidade superior, a melhor rede de distribuição, mantendo de
forma ética o cumprimento das obrigações para com a sociedade.
96
CAAL – Cooperativa Agro-industrial Alegrete Ltda.
Desenvolver ações de cooperação no agronegócio,
com qualidade, profissionalismo e rentabilidade, buscando
a satisfação dos associados, clientes e colaboradores,
e o desenvolvimento sustentado.
Ceval Alimentos
Produção, comercialização, armazenamento e industrialização de
produtos agrícolas e seus derivados, em especial a soja.
SAÚDE
Hospital Tacchini
Oferecer soluções em serviços de saúde, proporcionando
bem-estar e qualidade de vida, buscando sempre as melhores
técnicas e serviços médico-hospitalares, de forma integrada
com as comunidades onde atua.
97
CVS Pharmacy
Nós ajudamos pessoas a viver mais,
com mais saúde e felicidade.
Drogaria Araújo
Comercializar produtos e serviços de qualidade voltados para a
saúde, o bem-estar e a conveniência do consumidor, participando do
desenvolvimento da comunidade em parceria com clientes,
funcionários e fornecedores, e mantendo elevados padrões de
confiança, tradição e modernidade.
EDUCAÇÃO
UCS – Universidade de Caxias do Sul
Produzir conhecimento em todas as suas formas e torná-lo acessível
à sociedade, contribuindo principalmente para o desenvolvimento
integrado da região.
98
Faculdades Integradas Cândido Mendes
Difundir conhecimento especializado e buscar novas expectativas
promovendo a modernização e excelência nas comunidades
acadêmica e empresarial, contribuindo para o desenvolvimento
socioeconômico.
Harvard University
Desenvolver homens e mulheres e expor os estudantes ao
aprendizado liberal, dentro da tradição da civilização ocidental,
visando prepará-los para a vida.
Baker Library
Dar suporte à pesquisa, ao desenvolvimento curricular e às
atividades educacionais da Harvard Business School.
99
MBA Program da HBS
Desenvolver notáveis líderes em negócios que contribuam
para o bem-estar da sociedade.
Faculdade Promove
Oferecer educação de excelência, formando profissionais
empreendedores capazes de lidar com o novo e contribuir
para o desenvolvimento da sociedade.
Colégio Magnum
Participar na formação e educação de crianças e jovens
desenvolvendo suas potencialidades e possibilitando sua integração
à sociedade, como cidadãos conscientes e felizes.
100
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social
Promover o desenvolvimento do País, elevando a competitividade
da economia brasileira, priorizando tanto a redução
de desigualdades sociais e regionais como a manutenção
e geração de emprego.
Merril Lynch
Nossa missão é ser uma organização de serviços financeiros com
atuação mundial, orientada para o cliente, buscando
a excelência no atendimento das necessidades de indivíduos,
corporações e governos.
Citibank
Oferecer serviços financeiros, em qualquer país,
desde que legais e rentáveis.
Sunwest Bank
Prover serviços financeiros e relacionados de uma maneira que:
mantenha o nível de ganhos para suportar nosso crescimento e
expansão, e que sustente a confiança daqueles que investem em nós.
Antecipe e satisfaça as necessidades dos clientes com produtos de
alto nível de qualidade. Assegure um ambiente desafiante e
recompensador para nossos funcionários. Contribua
para o bem-estar social e econômico das comunidades
e mercados que nós servimos.
101
National City Corporation
Organização de serviços financeiros comprometida em atingir e
manter os mais altos níveis possíveis de performance e
lucratividade, consistente com a integridade, a fim de prover os
acionistas com um retorno de investimento no longo prazo
acima da média de mercado.
Consórcio Randon
Facilitar a venda e aquisição de bens e serviços, com uma gestão
comprometida com os nossos princípios.
CONSULTORIA
McKinsey & Company
Auxiliar corporações e governos-líderes a obter mais sucesso.
Andersen Consulting
Promover o êxito dos seus clientes, apoiando em parceria seus
processos de mudança. Com uma visão de negócios
em estratégias, processos, tecnologia e pessoas.
Arthur D. Little
Temos o compromisso de conseguir um valor excepcional
para os nossos clientes, carreiras compensadoras para
o nosso staff e desempenho excelente para os nossos proprietários.
102
Harsco Corporation
Comprometida com prover soluções inovadoras de engenharia para
problemas especializados onde a tecnologia e a atenção ao serviço
para o cliente podem diferenciar da produção de commodities.
Pitney Bowes
Prover produtos, serviços e tecnologias que habilitem clientes
mundialmente a gerenciar eficientemente o intercâmbio e
distribuição de informações e embalagens.
C&S Sistemas
Desenvolver sistemas de gerenciamento de informação para
modernizar drogarias e otimizar resultados.
Serasa
Garantir segurança e agilidade às decisões de crédito e de negócios,
disponibilizando as mais completas informações sobre pessoas
físicas, empresas, grupos econômicos e ambiente setorial e
macroeconômico, provendo soluções para o mercado que permitem
determinar riscos em cada um dos segmentos de atuação.
SERVIÇOS PÚBLICOS
Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos
e Amazônia Legal
Incorporar a dimensão ambiental nas políticas nacionais, assegurar
e promover condições para o desenvolvimento sustentável em
parceria com a sociedade, visando a melhoria da qualidade
de vida desta e das gerações futuras.
103
Public Service Electric and Gas Company
Prover serviços elétricos e de gás seguros, confiáveis e econômicos,
para seus clientes com tarifas justas e razoáveis.
104
INT – Instituto Nacional de Tecnologia
Participar ativamente do desenvolvimento e modernização
do país pela incorporação de soluções tecnológicas
criativas, atividades de produção e gestão de bens
e serviços, contribuindo para a melhoria da qualidade
de vida da sociedade.
TURISMO
DoubleTree Hotels Guest Suites
Fazer com que você se sinta como se estivesse em sua casa.
105
ENTRETENIMENTO
Disney
Alegrar as pessoas.
Wet’n Wild
Nossa missão é prover a melhor e mais excitante recreação aquática
em um ambiente seguro, limpo e amistoso.
VAREJO
Wal-Mart
Dar às pessoas comuns a oportunidade de comprar as
mesmas coisas que os ricos.
Kmart
Ser a loja de descontos escolhida pelas famílias de classe média com
crianças, satisfazendo suas necessidades de compras rotineiras e
eventuais tão bem ou melhor do que os concorrentes.
Carrefour
Todos os nossos esforços são direcionados para a satisfação dos
nossos clientes. Nossas atividades de varejo procuram atender as
mudanças nas demandas dos clientes, em termos de seleção e
qualidade de produtos, com preços mais competitivos.
106
Woolworth
Prover valor para o cliente na América do Norte, Alemanha e
Austrália através de operações de varejo, individuais, mas
complementares, gerenciadas de forma descentralizada para gerar
níveis de lucro que recompensem investidores, sustentem o
crescimento em longo prazo, ofereçam recompensa competitiva
para os funcionários e beneficiem as comunidades nas quais
eles vivem e trabalham.
Lojas Colombo
Comercializar e distribuir bens e serviços de forma ágil e inovadora,
com competitividade e rentabilidade, atendendo às expectativas de
seus clientes, fornecedores, funcionários,
acionistas e comunidade.
MODA
C&A
Buscar e manter, embasada em princípios éticos e morais,
a satisfação da sociedade consumidora em seus anseios e
necessidades de artigos de vestuário e acessórios, orientada
para a moda, através do comércio varejista, agindo com
honestidade e sinceridade, e incentivando o espírito de
equipe de seus colaboradores.
Nike
Viver a alegria do avanço e usar tecnologia em benefício do público.
Reebok
Nossa missão é despertar a paixão por vencer, fazer o
extraordinário e conquistar o coração e a mente do cliente.
Arezzo
Fazer moda com qualidade, buscando a satisfação do cliente.
107
INFORMAÇÃO
USA TODAY
USA TODAY deseja servir como fórum para melhor entendimento e
unidade e assim ajudar a fazer os Estados Unidos da América
verdadeiramente uma nação.
Revista Veja
Veja existe para que os leitores entendam melhor o
mundo em que vivemos.
Revista Exame
A missão da Exame é exatamente esta: Transformar informação em
conhecimento; dar sentido a coisas aparentemente desconexas,
antecipar idéias e conceitos.
Jornal O Globo
Informar e divertir com qualidade e independência.
Rádio 98 FM
Promover o entretenimento e divulgar valores visando
a formação do jovem.
Jornal do Brasil
Atuar no setor de comunicação, de forma competitiva e rentável,
com o compromisso de informar com imparcialidade, garantindo a
liberdade de expressão, contribuindo para o desenvolvimento
cultural e a melhoria da qualidade de vida da sociedade.
108
Sistema Rádio JB
Atuar no setor de comunicação eletrônica, com ênfase na
radiodifusão, assegurando a qualidade e a competitividade de seus
serviços, contribuindo para o desenvolvimento cultural e o
aprimoramento da cidadania.
Agência JB
A missão da Agência JB é difundir notícias e material jornalístico
em geral, com qualidade, rapidez e precisão, operando com
rentabilidade e buscando sempre a inovação tecnológica
e a criação de novos serviços.
Gráfica JB
Atuar no mercado gráfico, com qualidade, rapidez confiabilidade,
buscando a total satisfação do cliente, contribuindo para o
desenvolvimento humano e cultural.
McGraw-Hill
Servir a necessidade mundial por conhecimento, obtendo lucro
justo, pela pesquisa, avaliação, produção e distribuição de
informações de valor, de forma a beneficiar nossos clientes,
empregados, autores, investidores e nossa sociedade.
Editora Senac
Disseminar conhecimentos na forma de livros e vídeos.
Negócio Editora
Levar ao leitor informações e diferenciais competitivos,
questionamentos profissionais e pessoais, tendências, novas formas
de abordagem, visando o desenvolvimento máximo
da nossa sociedade.
Solution Comunicação
Oferecer soluções em comunicação, contribuindo estrategicamente
para o sucesso das marcas e negócios dos nossos clientes.
109
Museu de Arte Moderna de Nova York
Reunir, interpretar e exibir o melhor da arte moderna, com foco em
trabalhos feitos no período entre o impressionismo e o fim da
Segunda Guerra Mundial.
TRANSPORTE
Enterprise no Século XXIII
Explorar o desconhecido, novos mundos e formas de vida, novas
civilizações, indo arrojadamente aonde o homem jamais foi.
Varig
Satisfazer o desejo das pessoas se relacionarem social,
cultural e economicamente em escala global, através do transporte
aéreo comercial, de passageiros e de cargas, contribuindo
efetivamente para o desenvolvimento do Brasil.
AVIS
A satisfação total dos clientes em aluguel de carros.
Localiza
(Missão até 1995)
Oferecer soluções em transporte, através do aluguel de carros,
buscando a excelência.
110
(Missão a partir de 1995)
Encantar clientes em aluguel de carros e terceirização de frotas,
buscando a excelência.
(Missão a partir de 2000)
Encantar clientes em aluguel de carros, buscando a excelência.
TELECOMUNICAÇÕES E INFORMÁTICA
Microsoft
Criar software para computadores pessoais, que facilitem e
valorizem o trabalho das pessoas, no local de trabalho,
na escola e em casa.
Digital Equipment
Fornecer soluções para Internet que capacitem nossos clientes
e parceiros a vencer na economia global em rede.
Motorola
Habilitar o consumidor a ficar em contato, clientes a encantar seus
consumidores e indústrias a conceber e desenvolver.
Hewlett-Packard
Fazer contribuições técnicas para o avanço e
bem-estar da humanidade.
Intel
Fazer um excelente trabalho para nossos clientes, funcionários e
acionistas, sendo um fornecedor preeminente de componentes
para a indústria da computação.
111
Cetil
Construir soluções inovadoras para a Gestão Pública,
antecipando o futuro e fortalecendo o exercício da cidadania.
Siemens
Desenvolver sistemas de geração e transmissão de energia que
contribuam para poupar recursos, gerando energia limpa e a custos
acessíveis, construindo as usinas mais eficientes do mundo e
desenhando novas soluções energéticas, para atender as necessidades
do mundo de hoje e das gerações futuras.
Grupo Inepar
Oferecer, superando as expectativas dos seus clientes, soluções integradas
com tecnologia-de-ponta para as áreas deenergia e telecomunicações.
Vésper
Promover a melhoria da qualidade de vida de nossos clientes
através do rápido acesso a soluções de alta qualidade em
telecomunicações e informação. Compreender as necessidades de
nossos clientes e satisfazê-los com nossa solicitude e integridade.
112
SISTEMA SENAI
Prestar serviços às comunidades industrial, governamental,
educacional e outras, nas áreas de preparação de Recursos
Humanos, em diferentes níveis, assistência técnica/tecnológica,
garantia e certificação de qualidade, geração e difusão
de tecnologias e disseminação de informações, contribuindo
para o fortalecimento da Indústria e o desenvolvimento
socioeconômico do país.
113
ACM – Associação Comercial de Minas
Representar e valorizar o empreendedor, promovendo o
desenvolvimento, liderando ações institucionais em parceria com a
sociedade e prestando serviços de excelência.
SENAC
Desenvolver pessoas e organizações para o mundo do trabalho,
através de ações educacionais.
114
Associação Mineira de Reabilitação
Prestar serviços de assistência à saúde, principalmente na área de
reabilitação, adaptando social e profissionalmente o deficiente
físico, prioritariamente a criança carente, através de um
trabalho qualificado e inovador.
INDÚSTRIA DA MOBILIDADE
FORD
Nossa missão é atender às necessidades de transporte de nossos
clientes, aprimorando nossos produtos e serviços, prosperando como
empresa e proporcionando retorno aos acionistas.
GM
Fornecer produtos e serviços de tal qualidade que nossos clientes
sintam que receberam mais pelo que pagaram, nossos empregados e
parceiros de negócios se beneficiem de nosso êxito e os nossos
acionistas tenham maior retorno do seu investimento.
Chrysler
Produzir carros e caminhões que as pessoas irão querer comprar,
irão ter prazer em dirigir e irão querer comprar novamente.
115
Honda
Mantendo uma perspectiva internacional, nós nos dedicamos a
fornecer produtos da mais alta eficiência, todavia a preços
razoáveis, para satisfação do cliente no mundo todo.
FIAT
Produzir automóveis que as pessoas desejam comprar
e tenham orgulho em possuir.
Case
Liderar a indústria provendo aos nossos clientes ao redor do mundo,
equipamentos para a construção e agricultura, com produtos e
serviços superiores que maximizem sua
produtividade e seu sucesso.
Boeing
Ser a companhia aeroespacial número um do mundo e entre as
principais empresas industriais em termos de qualidade,
lucratividade e crescimento.
Goodyear
Nossa missão é a melhoria constante em produtos e serviços para
atender às necessidades de nossos clientes. Esse é o único meio para
o sucesso do negócio da Goodyear e prosperidade para seus
investidores e funcionários.
116
Iguaçu Máquinas Agrícolas (Distribuidor SLC John Deere)
Oferecer a nossos clientes soluções para sistemas mecanizados, com
produtos e serviços de qualidade superior, visando a atender as
expectativas de agro-pecuaristas e demais segmentos, satisfazendo
sócios, colaboradores e sociedade, respeitando o meio ambiente.
Fras-le
Criar valor a acionistas, clientes externos e internos,
atuando com material de fricção.
Randon Veículos
Oferecer soluções em mobilidade, desenvolvendo, produzindo,
comercializando e assistindo bens e serviços, satisfazendo clientes,
colaboradores, acionistas, prosperando como empresa, respeitando
a comunidade e o meio ambiente.
Randon Participações
Coordenar, representar e orientar as empresas Randon,
otimizando os recursos disponíveis.
BENS DE CONSUMO
3M
Solucionar problemas não solucionados de maneira inovadora.
117
Gillete
Nossa missão é alcançar ou acentuar uma clara liderança mundial
nas categorias essenciais de produtos de consumo, existentes ou
novas, nas quais decidimos competir.
Unilever
Satisfazer as necessidades diárias das pessoas em todos os lugares,
para antecipar as aspirações dos nossos consumidores e clientes,
respondendo criativamente e competitivamente com produtos e
serviços que aumentem a qualidade de vida.
Norton Company
Nós seremos o líder mundial usando materiais e tecnologia para
melhorar a forma que as pessoas trabalham e vivem.
BELEZA
Água de Cheiro
Fabricar e distribuir cosméticos e perfumaria de qualidade através
da iniciativa, criatividade, comprometimento e motivação do nosso
pessoal, contribuindo para a felicidade dos nossos clientes.
Natura
Criar e comercializar produtos e serviços que contemplem e
promovam o bem-estar/estar bem.
BENS DE CAPITAL
Schulz
Oferecer soluções completas em ar comprimido, com produtos
e serviços, atendendo com excelência mundial as necessidades
dos clientes, remunerando os acionistas, valorizando
o ser humano e respeitando o meio ambiente.
SIDERURGIA E METALURGIA
AÇOMINAS – Aço Minas Gerais S.A.
Atingir a plena satisfação dos clientes, através da comercialização
de seus produtos e serviços, com lucro, em harmonia com o meio
ambiente, a comunidade e a valorização contínua dos empregados.
118
USIMINAS – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais
Exploração da indústria, do comércio e da importação e exportação
de produtos siderúrgicos e de suas matérias-primas, a execução e
elaboração de projetos e pesquisas, a mineração, o transporte, a
construção civil, a partir de estruturas metálicas e a prestação de
serviços de qualquer natureza.
Micheletto
Oferecer soluções em fixação, com tecnologia e qualidade
adequadas, buscando superar as expectativas de clientes e usuários,
atingindo competitividade internacional, com rentabilidade que
viabilize a expansão da empresa.
ENERGIA
Petrobrás
(Missão até 1999)
Assegurar o abastecimento do mercado nacional de óleo, gás
natural e derivados, através das atividades definidas na
Constituição e na Lei 2004, de forma rentável e aos menores custos
para a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento do país.
(Missão para o Século XXI)
Atuar de forma rentável nas atividades da indústria de óleo e gás, e
nos negócios relacionados, nos mercados nacional e internacional,
fornecendo produtos e serviços de qualidade, respeitando o meio
ambiente, considerando os interesses de seus acionistas e
contribuindo para o desenvolvimento do País.
BR – Petrobrás Distribuidora
Comercialização, distribuição e industrialização de derivados de
petróleo, energéticos, outros produtos e serviços correlatos nos
mercados nacional e internacional, objetivando a satisfação do
cliente promovendo o desenvolvimento tecnológico, a garantia da
qualidade e a segurança, com rentabilidade e competitividade,
contribuindo para a preservação do meio ambiente e o
desenvolvimento socioeconômico do país.
Amoco Corporation
Amoco é uma companhia química e de petróleo integrada
mundialmente. Nós encontramos e desenvolvemos recursos de
119
petróleo e fornecemos produtos e serviços de qualidade para nossos
clientes. Nós conduzimos nosso negócio responsavelmente para
atingir retorno financeiro superior, com crescimento de longo prazo,
para beneficiar acionistas e cumprir nosso compromisso com a
comunidade e o ambiente.
Chevron
Criar valor superior para nossos acionistas, clientes e funcionários,
fornecendo energia e produtos químicos vitais para o crescimento
das economias no mundo.
Pfizer
Contribuir para o fortalecimento econômico da sociedade e
funcionar como uma boa empresa cidadã.
Du Pont
Empresa global constantemente evoluindo e pesquisando novos e
melhores caminhos, utilizando nossos recursos humanos,
tecnológicos e financeiros, para melhorar a qualidade de vida
das pessoas em todo o mundo.
Biobrás
Fornecer com excelência produtos e serviços na área de saúde.
PETROQUÍMICA
Petroquisa
Desenvolver a indústria química do Brasil, inclusive através de
participação empresarial, contribuindo para elevar os padrões de
competitividade do setor e zelando pelos interesses nacionais.
Petroquímica União
Produzir, desenvolver e comercializar bens e serviços na área
química e petroquímica, contribuindo para o desenvolvimento
econômico e social do país, com preservação da ecologia
e melhoria da qualidade de vida.
120
ENGENHARIA
Andrade Gutierrez (B)
Atuar hoje na construção do futuro, oferecendo soluções criativas
em Engenharia e Empreendimentos, com qualidade e
competitividade, promovendo o bem-estar social, desenvolvendo e
aplicando tecnologia e assegurando a satisfação dos clientes, a
valorização dos funcionários e a remuneração
do capital dos acionistas.
Arco Engenharia
Proporcionar soluções de moradia e de local de trabalho por meio
de incorporações e construções com qualidade superior nos produtos
e serviços, buscando continuamente a satisfação dos nossos
clientes, colaboradores e sócios.
Construtora Sant’ana
Empreender e gerir atividades e negócios voltados ao setor
de engenharia civil, respaldados por elevado padrão
de excelência empresarial.
121
PAPEL E CELULOSE
Cenibra – Celulose Nipo Brasileira
Agregar valores às florestas renováveis, com qualidade e
competitividade, em parceria com acionistas, clientes e
colaboradores, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade,
em harmonia com o ambiente.
RIOCELL
A Riocell deve crescer no Brasil e internacionalmente, produzindo e
comercializando celulose, papel e correlatos, que satisfaçam às
expectativas dos seus clientes, maximizando o retorno dos
investimentos, proporcionando o crescimento da qualidade da vida
das comunidades internas e externas, preservando o ambiente.
RIPASA
A RIPASA tem como missão desenvolver atividades nas áreas de
produtos florestais, comunicação escrita, embalagem e papéis
diferenciados, valorizando seus recursos humanos, aperfeiçoando
sua tecnologia, preservando o meio ambiente, fortalecendo
a livre iniciativa e contribuindo para o desenvolvimento
cultural, econômico e social.
Nobrecel
Satisfazer necessidades de higiene e educação das pessoas,
produzindo celulose e papel mediante a utilização de florestas
plantadas, com criatividade e qualidade, gerando riquezas e
preservando as condições ambientais.
Cambará
Satisfazer clientes, fabricando produtos de higiene em harmonia
com a comunidade e a natureza.
Jofel Internacional
Disponibilizar produtos e serviços de higiene e bem-estar para o
mercado institucional, atuando de forma diferenciada e eficaz,
proporcionando saúde e satisfação às pessoas.
122
MD Papéis
Produzir papéis especiais através de um amplo trabalho integrado,
visando a oferecer soluções tecnológicas por meio de produtos e
serviços que elevem a qualidade de vida e o conforto das pessoas.
Móveis Carraro
Oferecer soluções em mobiliário que possam superar as expectativas
dos clientes, respeitando os colaboradores, parceiros, comunidade e
o retorno dos investimentos.
Todeschini
Oferecer móveis de qualidade para o mercado globalizado, com
rentabilidade e competitividade, através de gestão profissional e
participativa, visando a superar as expectativas dos clientes e
parceiros com garantia de perpetuação da empresa.
123
Instituto Ayrton Senna
Organização sem fins lucrativos que, comprometida com a
realidade brasileira, destina todos os direitos de uso da imagem do
supercampeão a projetos sociais que cuidam de crianças e
adolescentes, criando oportunidades de cidadania e dignidade.
Fundação ABRINQ
É uma instituição sem fins lucrativos que defende
os direitos da criança.
Instituto Juran
Nossa missão é prover nossos clientes com os conceitos, métodos, e
guiá-los para que alcancem condição de líder em qualidade.
Nosso objetivo é ser reconhecido pelo mundo inteiro como principal
fonte de educação, treinamento e consultoria em
gerenciamento de qualidade.
124
Capítulo
Quais Princípios
deverão nortear
sua empresa
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
128
I. Por que é importante que sua empresa tenha
Princípios explicitados e divulgados?
“O que define uma empresa são seus valores. Em cima deles é que se
constroem as competências que a empresa precisa ter.”
Beth Baumgardner
Diretora Mundial de Recursos Humanos da Microsoft
129
4 Princípios ou valores explicitados.
4 Executivos inovadores e empreendedores.
A revista Exame de 22 de agosto de 1987 publicou o resultado
de uma pesquisa sobre o porquê do sucesso de empresas como
Odebrecht, Bradesco, IBM Brasil, Rede Globo, HP do Brasil,
dentre outras. O resultado pode ser sintetizado pelo título do ar-
tigo: “Cultura, Passaporte para o Sucesso”.
A principal revelação da pesquisa foi que “obter a adesão dos
funcionários aos princípios, crenças e valores é um desafio
para o administrador e uma garantia de bom desempenho para
a empresa”.
Lewis Platt, ex-presidente mundial da HP, diz que o segredo de
sucesso da empresa é pautar o comportamento por uma cultura
homogênea. “Passo a maior parte do meu tempo falando sobre
valores. Cuido dos Valores, o resto acontece.” Vale destacar que
o desafio de divulgar os Valores na HP se estende por 120 países
onde atuam seus 120.000 funcionários.
Apesar das pesquisas, sabemos que nem sempre os Princípios
são plenamente respeitados. Algumas empresas, apesar de te-
rem Princípios explicitados e divulgados, não os respeitam e mui-
tas vezes acabam pagando caro por essa atitude. Exemplo am-
plamente divulgado e que merece ser lembrado é o do Banco
Nacional.
O Nacional, quando definiu seu conjunto de Princípios, cha-
mou de “Valores Nacional” e incluiu o da Ética, que transcreve-
mos a seguir: “Devemos ter uma postura transparente com os
clientes, funcionários, fornecedores, acionistas e autoridades.
Igualmente importante é a adesão e a firmeza da prática de nor-
mas e procedimentos da organização.”
Um dos possíveis motivos para o “desaparecimento” do Banco
Nacional pode ter sido o desrespeito a esse Princípio.
Quando o assunto é levado a sério, os seguintes benefícios po-
dem ser colhidos pela empresa ao explicitar e divulgar os seus
Princípios.
130
Benefício 1: Os Princípios criam diferencial competitivo
Recordando as pesquisas apresentadas no Capítulo 1, que apon-
tam a globalização da concorrência como uma das Tendências
Relevantes para o Século XXI, podemos concluir que existe uma
crescente necessidade da empresa criar diferenciais competitivos
significativos.
A Volvo, cuja marca é mundialmente associada à Segurança,
investiu cerca de R$400 mil na publicação de 6 páginas na revista
Veja de 11 de março de 1998, para divulgar seus diferenciais
competitivos. O título do anúncio afirma:
131
nen, presidente da Scania, sobre o Princípio “O cliente tem sem-
pre razão”, respondeu à revista Exame de 10 de março de 1999 o
seguinte:
“Nossa filosofia diz que devemos aproveitar esse Princípio
como um processo de aprendizado para a própria organização.
Nossos produtos são utilizados em situações e aplicações muito
específicas e, por isso, cada caminhão deve ter características pró-
prias, que atendam às necessidades dos clientes. Em vez de tentar
fazer o transportador comprar modelos padronizados, criamos
um modelo que nos permite fazer caminhões praticamente pa-
dronizados, de acordo com as necessidades de cada cliente.”
Outro exemplo é o da Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Mi-
nas Gerais, que, ao completar 35 anos, publicou na revista Veja
um anúncio de três páginas destacando seus Princípios:
“A valorização do ser humano é o diferencial competitivo da
Usiminas. Um diferencial que a fez se destacar, nesses 35 anos de
vida, como uma das empresas mais premiadas do País... Tudo isso
é o resultado de um investimento constante em valores como a
Ética, a Solidariedade e o Respeito à Vida. Valores que dão à Usi-
minas a alma de um povo.”
132
lo. Na revista Exame de 23 de dezembro de 1998, a AES publicou
anúncio de duas páginas que destacou a importância dos Princípi-
os no seu processo decisório.
Dennis Bakker, principal executivo da AES Corporation, afir-
ma que: “Se houver um conflito entre nossos valores e o lucro,
nós tenderemos a aderir aos nossos valores. Mesmo que isso sig-
nifique menos lucros e oportunidades.”
A Copesul Cia. Petroquímica do Sul, além de estar no Guia
Exame 98 como uma das melhores empresas para se trabalhar, é
uma das mais premiadas no que tange à preservação ambiental,
tendo como Princípio “Dedicar atenção contínua a preservação
do meio-ambiente”.
A Merck, quando completou 1 século de sucesso, publicou o li-
vro Valores e Visões: O Século Merck, destacando os seguintes
princípios:
4 Responsabilidade corporativa e social.
4 Excelência inequívoca em todos os aspectos da empresa.
4 Inovação baseada em ciência.
4 Honestidade e integridade.
4 Lucros, mas lucros provenientes de trabalho que beneficie a
humanidade.
Em 1935, George Merck II afirmou: “Somos trabalhadores in-
dustriais, genuinamente inspirados pelos ideais de progresso da
ciência médica e de prestação de serviços à humanidade.”
Em 1991, outro diretor da Merck disse: “Acima de tudo, temos
que lembrar que nosso sucesso nos negócios significa vencer as
doenças e ajudar a humanidade.”
Durante 4 anos seguidos, de 1996 a 1999, a Merck foi eleita
pela revista Fortune uma das 10 mais admiradas empresas ameri-
canas.
“Temos compromisso com estes princípios para orientar nos-
sas decisões e comportamento.” Com esta afirmação, a AT&T
divulga nos Relatórios Anuais de 1995 e 1996 seus Princípios,
que são:
133
4 Respeitar a individualidade.
4 Dedicação na ajuda aos clientes.
4 Altos padrões de integridade.
4 Inovação.
4 Trabalho em equipe.
134
dial em rolamentos que atua em 130 países com 45 mil funcioná-
rios, utiliza um conjunto de Princípios. Na revista Veja de 25 de
maio de 1988, a empresa destacou o seu Princípio da qualidade
afirmando:
Qualidade.
“Nossos princípios podem ser uma vantagem competitiva, mas não foram
incorporados por causa disso e sim porque definem o que defendemos. E
nós os defenderíamos mesmo que, em determinadas situações, se tornas-
sem uma desvantagem competitiva.”
Ralph S. Larsen
CEO da Johnson & Johnson
135
Credo definido em 1914 Princípios definidos em 1994
136
Benefício 5: Os Princípios orientam o recrutamento,
a seleção e o treinamento
Pesquisa da McKinsey, uma das maiores empresas de consultoria
do mundo, realizada em 1998 com 5679 executivos de 77 empre-
sas de grande porte, descobriu que 62% dos executivos conside-
ram que os Valores (Princípios) são o fator mais importante para
uma empresa atrair e manter talentos. Como hoje os talentos são
considerados a única vantagem competitiva impossível de ser co-
piada e, portanto, altamente estratégicos para qualquer empresa,
pode-se concluir que os Princípios têm grande influência no su-
cesso das organizações.
Quando sua empresa iniciar um processo de recrutamento e se-
leção, ela deve buscar talentos com perfis compatíveis com os
Princípios da empresa. A Thyssen Sûr preparou uma fita de vídeo
onde os diretores apresentam a empresa com destaque para o Ne-
gócio, a Missão, os Princípios e a Visão. Essas informações orien-
tam os programas de recrutamento e seleção da empresa e certa-
mente aumentam a chance de sucesso na escolha de talentos.
Outro exemplo a ser seguido é o da Randon, que criou um
programa especial para preparar os seus líderes para o Século
XXI. Dentre os 4000 funcionários das empresas Randon, fo-
ram criteriosamente selecionados 26, que durante 2 anos fo-
ram preparados para ajudar a Randon a enfrentar os desafios
do Século XXI, mantendo-a como líder, cumprindo assim o
Princípio:
137
Benefício 6: Os Princípios fundamentam a avaliação
Avaliar não é só para punir, é também para reconhecer e valori-
zar. As empresas devem usar os Princípios para orientar os pro-
cessos de avaliação, minimizando a subjetividade que vem sendo
o “calcanhar-de-aquiles” desses processos.
Jack Welch, CEO da GE, afirmou no livro O Executivo do Sécu-
lo: “Não há um ser humano na GE que não tenha o guia de valores.
Significa tudo, o seguimos e removemos as pessoas que não seguem
aqueles valores, mesmo que obtenham excelentes resultados.”
A Alcoa Alumínio S.A., uma das líderes mundiais na fabricação
de alumínio, divulgou na publicação Sistema Alcoa de Reconheci-
mento ao Mérito, o seguinte: “Todo reconhecimento será funda-
mentado nos Valores Alcoa.”
A publicação destaca ainda os 6 Valores Alcoa, que são:
4 Integridade
4 Segurança e Saúde
4 Qualidade e Excelência
4 Pessoas
4 Rentabilidade
4 Responsabilidade
138
II. Conceito de Princípios
Para cumprir a Missão no seu Negócio a empresa precisará de al-
guns balizamentos para impedir que os fins justifiquem os meios.
Os dois pilares que servem de sustentação na orientação e bali-
zamento de uma empresa são a Missão e os Princípios. Enquanto a
Missão atua como um norte, os Princípios servem de balizamento
para decisões e comportamentos na empresa.
Assim, concluímos que o nosso conceito de Princípios é:
a
1 Etapa: Identificação e explicitação dos Princípios
“Uma filosofia pode ajudar uma organização a manter seu sentido de singu-
laridade ao declarar o que é e o que não é importante. Também oferece efi-
ciência em planejamento e coordenação entre pessoas que compartilham
uma mesma cultura.”
William Ouchi
Teoria Z
139
Luiz Antônio Carvalho, principal executivo da C&A no Brasil
e Argentina, que está na empresa desde 1977, é considerado uma
espécie de personificação da cultura da empresa. Na revista Exa-
me de 13 de janeiro de 1999, ele revelou: “Nossos valores vêm do
passado. Estamos nesse negócio para ganhar dinheiro. Acredita-
mos no capitalismo. Mas queremos ter resultados da maneira
mais coerente e correta possível. Sempre acreditamos que o que
determina o sucesso de uma empresa são suas atitudes.”
No livro Feitas Para Durar, Collins e Porras informaram que os
executivos da Ford, em reuniões que mais pareciam aulas de filo-
sofia, definiram “Missão, Valores e Princípios Básicos”. Segundo
os autores, estes Princípios constituem algo que nunca se tornará
obsoleto, pois são uma herança cultural transferida de geração
em geração de funcionários da empresa.
Informados sobre a cultura da empresa, devemos agora selecio-
nar os temas que irão efetivamente balizar o processo decisório e
o comportamento de toda a equipe. Entendemos como natural
que, em um primeiro momento, surja um número excessivo de
temas para os Princípios. Tudo parece ser importante e que deve-
ria estar no conjunto de Princípios. Acredite ou não, existem em-
presas com “decálogos” de 13, 14 e até 21 Princípios!
A prática mostra que, apesar de a intenção ser boa, esse exage-
ro não ajuda, muito pelo contrário, pode dificultar a utilização
prática dos Princípios. Lembre-se que os Princípios só serão úteis
se forem efetivamente praticados por todos na empresa. E, para
que sejam praticados, é preciso que antes sejam assimilados. E,
para que sejam assimilados, os Princípios devem ser poucos e re-
digidos de forma clara e concisa.
Alguns temas são mais aplicáveis a certos tipos de empresas
em função do setor no qual atuam. Por exemplo, empresas dos
setores siderúrgico, químico, de cimento e celulose precisam ex-
plicitar Princípios relacionados com o tema ecologia. Por sua
vez, bancos, empresas de informática e seguradoras precisam
enfatizar Princípios relacionados com o tema sigilo. Entretanto,
temas como ética, qualidade e clientes podem ser importantes
para todas as empresas, independente do setor onde atuam.
140
Um exemplo interessante é o da Dell Computer, que definiu
um único e forte Princípio:
Wal-Mart
4 Bom senso e simplicidade
4 Estimular os associados
4 Cliente é Rei
4 Dedicação a uma cultura homogênea
Citibank
4 Precisão
4 Segurança
4 Inovação
4 Excelência
141
a
2 Etapa: Checagem da consistência dos Princípios
Nesta etapa, o trabalho consiste em avaliar o que foi explicita-
do como Princípios à luz das Tendências Relevantes para o Sé-
culo XXI.
Por exemplo, como uma das tendências é a valorização do Ca-
pital Intelectual, sua empresa deverá ter Princípios que, pelo me-
nos, não impeçam que as pessoas sejam consideradas como o ati-
vo mais importante e que isso não seja apenas um discurso, mas
uma prática efetiva.
Essa checagem de consistência deve ser realizada para todos os
Princípios identificados e explicitados na 1a Etapa, à luz de todas
as Tendências Relevantes.
A valorização do Capital Intelectual, que é uma das Tendências
Relevantes, conduz a uma transformação do local de trabalho em
um lugar onde também se deve ter prazer e ser feliz. O reflexo des-
ta tendência pode ser visto nos Princípios de algumas empresas.
A AES Corporation tem os seguintes Princípios:
4 Agir com integridade
4 Ser justo
4 Divertir-se
4 Ser socialmente responsável
Dunkin’ Donuts é outra empresa cujos Princípios estão de acor-
do com esta tendência:
4 Simpatia
4 Alegria
4 Rapidez
4 Limpeza
4 Conveniência
A Dunkin’ Donuts é a maior rede de lojas de café e donuts do
mundo, fundada em 1946, hoje com mais de 5000 lojas em 37
países.
142
Que a Dunkin’ Donuts nasceu como empresa que fazia a entrega de refei-
ções para as empresas em Boston e, desde 1966, tem a Dunkin’ Donuts Uni-
versity para garantir a sua reputação mundial de qualidade e conveniência?
143
Após verificar a consistência dos Princípios, deverá ser feita, caso
necessário, uma adequação dos mesmos. O caminho é modificar o
Princípio ou substituí-lo, ou até mesmo incluir novos Princípios.
Em tempo: Falando em incluir Princípios, vale destacar que
este é o momento de agregar novos Princípios. Devem ser Princí-
pios que “traduzam” as Tendências Relevantes para o Século
XXI. Se na 1a Etapa foi importante resgatar os valores do passa-
do, agora é a hora de assumir os desafios do futuro.
Celso Azanha, diretor geral da PeopleSoft no Brasil, a segunda
maior empresa de software do mundo, considera que os mais im-
portantes Princípios da sua empresa são diversão e aversão à hie-
rarquia. Na opinião de Azanha, é com diversão e informalidade
que a PeopleSoft pretende superar a SAP, sua maior concorrente
no mundo e no Brasil.
David Duffield, fundador e principal executivo da PeopleSoft,
espalhou fotos de funcionários sorrindo pelos corredores dos
quatro prédios da sede da empresa em Pleasanton na Califórnia.
Na empresa existem mesas de bilhar e cestas de basquete nos es-
critórios. Todos os 7 mil funcionários da empresa conhecem pes-
soalmente o David.
Conseqüências práticas dos Princípios:
4 Na lista da revista Fortune das 100 melhores empresas para
se trabalhar, a PeopleSoft está em 6 o lugar.
4 Fundada em 1987, a empresa faturou US$815 milhões em
1997. Em 1998, as vendas saltaram para US$1,3 bilhão.
“A Telet está tentando tornar as pessoas felizes no trabalho
porque sabe que é impossível vestir a camisa se suas emoções fica-
ram em casa.” Afirma Neuza Cardoso, diretora da ABRH – Asso-
ciação Brasileira de Recursos Humanos. A Telet, operadora de
telefonia celular na Banda B no Rio Grande do Sul, tem um ge-
rente responsável pela área de emoções. Marcos Torres, presi-
dente da empresa, afirmou: “Se eu der um aparelho de graça
para os clientes, a concorrência também pode dar, mas formar
uma equipe capacitada e motivada não é algo que se copie facil-
mente.”
144
A Southwest Airlines também acredita nisso. O humor é um dos
valores essenciais da empresa. A Southwest tem 18 mil funcionários,
freqüentemente ganha prêmios de pontualidade e qualidade, faturou
US$2,6 bilhões e recebeu 125 mil currículos para 3 mil vagas. Pergun-
tado pela revista Fortune sobre qual é o segredo do sucesso da South-
west, Herb Kelleher, diretor da empresa, respondeu: “Pode-se duplicar
a quantidade de aviões, pode-se duplicar as instalações no aeroporto,
pode-se duplicar todas as coisas tangíveis, mas são as intangíveis que
determinam o sucesso; escolhemos as intangíveis certas – pessoas inspi-
radas.” Os Princípios incluem humor, independência e respeito. Para
ter certeza de que esses valores são vividos, Kelleher nomeou várias de-
zenas de “embaixadores”. Ele chama este grupo de “o mais importante
comitê” de toda a empresa. Este comitê tem por função monitorar a im-
plantação desses Princípios.
Não basta ter os Princípios explicitados e consistentes com o
Século XXI. Nossa experiência nos leva a recomendar algumas
dicas:
145
Descobrimos que algumas empresas utilizam o “acróstico sonoro”. Na
McDonald’s, para se referir aos Princípios as pessoas dizem apenas QSLV:
Qualidade
Serviço
Limpeza
Valor
People
Service
Profit
Qualidade
Prestação de Serviços
Limpeza
Integridade
Qualidade
Criatividade
Valorização das pessoas
Espírito de equipe
146
Valorização do ser humano
Ética
Qualidade
Preservação ambiental
Hospitalidade
Organização
Solidariedade
Pontualidade
Ética
Dedicação
Esperança
Cliente satisfeito.
Qualidade, compromisso de todos.
Sob medida
Simplicidade
Excelência
Ética
Alerta:
Acróstico e slogan são interessantes, porém não se prenda a estes estilos.
Não “invente” um Princípio só para completar o acróstico; o que vale é o
Princípio.
O importante é ter os Princípios explicitados no estilo que a empresa se
sentir mais confortável e comprometida.
147
Dica 2: Detalhe os Princípios
Reforçando nossa orientação, destacamos que o fato de ser conciso não in-
valida a necessidade do detalhamento dos Princípios, visando a sua assimila-
ção, compreensão e conseqüente utilização.
Apresentamos a seguir exemplos de Princípios detalhados:
Gillette
148
Danone
Os três Princípios da Danone foram assim detalhados:
4 Abertura, que significa:
Curiosidade
Agilidade
Proximidade
4 Entusiasmo, que significa:
Coragem
Paixão
4 Humanismo, que significa:
Responsabilidade
Respeito aos outros
Compartilhar
Fiat Automóveis
4 Integridade: Postura ética e transparente em todas as atividades.
4 Valorização das pessoas: Demonstrar respeito às pessoas, acreditar no
potencial delas, favorecer a tomada de responsabilidades e riscos, dando
às pessoas possibilidades de desenvolvimento.
4 Parceria: Favorecer o envolvimento de todos (Fornecedores, Fábrica,
Concessionárias e Clientes) compartilhando riscos e resultados.
4 Agilidade e Flexibilidade: Rapidez de ação para melhorar a competitivi-
dade sem limitações.
4 Entusiasmo: Enfrentar os desafios com determinação, transmitindo oti-
mismo.
149
4 Inovação: A Universidade estará aberta para responder de forma rápida e
criativa às exigências e possibilidades da sociedade. A busca da inovação cien-
tífica, tecnológica e cultural deverá nortear todas as ações da instituição.
4 Integração acadêmica: A organização acadêmica terá a flexibilidade ne-
cessária, a articulação e a combinação fecunda das diferentes áreas e for-
mas de conhecimento.
4 Inserção: A Universidade estará inserida simultaneamente nos planos
regional, nacional e internacional: o melhor serviço à região é ampliar
suas relações com o mundo do conhecimento.
4 Qualidade de vida: A melhoria da qualidade de vida, nos planos individual,
social e ambiental, será critério de relevância para as ações da Universidade.
4 Compromisso comunitário e autonomia: A Universidade buscará con-
solidar seu caráter comunitário preservando a necessária autonomia no
exercício de sua missão.
150
Valores Accor
4 Valorizar o Homem
4 Ser líder
4 Empreender
4 Ter Qualidade
4 Ter Confiabilidade
4 Ter Sinergia
4 Ser voltada para resultados
O Banco Safra, reconhecido pela discrição (low profile) de sua direção, pu-
blicou anúncio de página inteira na revista Maiores e Melhores da Exame, de
julho de 1997, apresentado a seguir.
O slogan utilizado pelo Banco Safra é: “Tradição Secular de Segurança”, o
que reforça ainda mais o Princípio.
151
Outro exemplo de divulgação que merece destaque é o da Volvo, que utili-
zou 6 páginas da revista Veja, investindo R$400 mil, para divulgar seus Princí-
pios, que são:
152
4 Que a Marcopolo é a maior indústria de ônibus rodoviário do mundo?
4 Que começou em 1950 em um único galpão, com 15 empregados e, em
1998, as suas 12 fábricas com 5000 empregados produzem 38 ônibus
por dia?
4 Que, em 1998 a receita líquida foi de US$320 milhões, sendo US$112 mi-
lhões de exportações?
Outra opção para divulgar os Princípios foi o que fez a Líder Táxi Aéreo.
Eduardo Vaz, presidente da empresa, gravou uma fita de vídeo com uma
mensagem onde enfatizava que os cinqüenta anos de sucesso da Líder se de-
vem à fiel observância dos seguintes Princípios:
4 Segurança
4 Satisfação do cliente
4 Liderança
4 Lucratividade
153
154
A WEG, sediada em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, líder na fabricação de
motores elétricos, divulgou através de um manual de bolso para funcioná-
rios, fornecedores e visitantes, os seguintes Princípios:
4 Valorização do homem.
4 Qualidade autêntica.
6. A humildade é fundamental.
7. Quem não tem inteligência para criar tem que ter coragem para copiar.
155
Dica 4: Não basta divulgar, é preciso praticar
Temos observado que, em algumas empresas, os Princípios, apesar de expli-
citados e divulgados, nem sempre são praticados e respeitados.
O exemplo da Brahma merece destaque. Na revista Exame de 1o de julho
de 1998, Marcel Telles e Magim Rodrigues, os dois principais executivos da
empresa, afirmaram: “Quem não crê nos mandamentos da cultura corpora-
tiva da Brahma acaba naturalmente ejetado da empresa.” Os mandamentos
da cultura da empresa são expressos através dos seguintes Princípios:
4 Liderança.
4 Satisfação total do cliente.
4 Valorização do ser humano.
4 Um bom lugar para trabalhar.
4 Um bom negócio: lucro, parceria e produtividade.
156
Na cadeia de Hotéis Ritz Carlton o Credo é mais do que palavras no pa-
pel. Pesquisas com hóspedes no check out revelam que 95% tiveram uma ex-
periência verdadeiramente inesquecível. Em 1991 os Hotéis Ritz Carlton
receberam 121 prêmios relacionados à qualidade por três organizações que
avaliam o padrão de qualidade dos hotéis. Em 1992, foi o primeiro hotel a
conquistar o prêmio nacional de qualidade Malcom Baldridge. Essa qualida-
de excepcional, coerente com o Credo da empresa, cria alto índice de fideli-
dade nos clientes, pois 90% deles voltam, o que leva a atingir um índice de
70% de ocupação, dez pontos acima da média hoteleira.
O ABN Amro Bank, que em 1999 comprou o Banco Real, afirma, no re-
latório anual: “Nós vivenciamos nossos valores. Praticando-os, asseguramos
nosso sucesso permanente.” Os valores do Banco ABN Real são:
4 Integridade
4 Respeito
4 Trabalho em equipe
4 Profissionalismo.
A Johnson & Johnson, há mais de duas décadas presente na relação das 500
maiores da revista Fortune, agiu conforme seu Credo, no episódio do analgé-
sico Tylenol. Chantageada com a colocação de cianureto de potássio em
seus comprimidos, causando várias mortes nos EUA, a empresa recolheu e
destruiu todo o estoque existente no mercado americano, suspendeu a pro-
dução e desenvolveu uma embalagem inviolável para o Tylenol.
Nesta ocasião o principal executivo da empresa afirmou:
“Aqui está o Nosso Credo. Se não vamos viver de acordo com ele, vamos
tirá-lo da parede...”.
A postura ética prevaleceu sobre o prejuízo milionário. Hoje, o Tylenol é
líder do segmento de analgésicos e a imagem da empresa ficou mais forte
ainda. A Johnson & Johnson, em “Nosso Credo”, explicita que “Nossa primei-
ra responsabilidade é junto aos clientes, representados pelas mães, médi-
cos, enfermeiras, hospitais e todos os que usam os produtos Johnson &
Johnson.”
A Johnson & Johnson foi escolhida pela revista Fortune em 96, 97 e 98
uma das 10 empresas mais admiradas da América.
Richard Branson, fundador do Grupo Virgin, tem trabalhado para desen-
volver nas empresas do grupo uma comunidade de pessoas bem-sucedidas
que ajudam umas às outras e, ao mesmo tempo, se divertem. Ser alegre é
157
uma qualidade fundamental na cultura da Virgin. Branson descobriu que
pessoas alegres são mais abertas, criativas e trabalham mais intensamente.
Por essas e por outras, é que empresas com o comportamento coerente
com os seus Princípios, que efetivamente os consideram no seu processo de-
cisório, merecem admiração e, certamente, estão preparadas para ter suces-
so diante dos megadesafios do Século XXI.
“Acredito firmemente que qualquer organização para sobreviver e alcançar
sucesso deve ter um sólido conjunto de princípios sobre o qual fundamente
todos os seus planos e ações.
Acredito que o mais importante fator de sucesso empresarial é a observância
fiel desses Princípios.”
Thomas Watson Jr.
IBM
ALIMENTOS E BEBIDAS
McDonald’s
4 Qualidade
4 Serviço
4 Limpeza
4 Valor
158
Dunkin’ Donuts
4 Simpatia
4 Alegria
4 Rapidez
4 Limpeza
4 Conveniência
Cargill
4 Integridade
4 Excelência
4 Crescimento
4 Trabalho em equipe
4 Desejo de competir
Kellogg
4 Lucro e Crescimento
4 Pessoas
4 Satisfação do cliente e qualidade
4 Integridade e Ética
4 Responsabilidade social
Brahma
4 Liderança
4 Satisfação total do cliente
4 Valorização do ser humano
4 Um bom lugar para trabalhar
4 Um bom negócio: lucro, parceria e produtividade
Expresso Pizza
4 O cliente satisfeito é a nossa razão de ser
4 Zelo na compra, armazenamento e preparo dos alimentos
4 Trabalhar com entusiasmo e determinação
4 Valorização dos colaboradores e do espírito de equipe
4 Ética e integridade nos relacionamentos
159
SAÚDE
Mount Sinai Medical Center
4 Você é quem as pessoas encontram quando entram pelas
nossas portas
4 Você cuida deles enquanto eles são tratados por doenças ou
acidentes
4 Você inspira confiança. Eles confiam e acreditam em você
4 Você conforta as famílias deles, ajudando-os a suportar o
insuportável
4 Você fala por eles quando eles não podem falar
4 Você fala com eles quando eles estão com medo e solitários
4 Você faz com que o impossível seja visto como fácil
4 Nenhuma família ou paciente fica conhecendo o verdadei-
ro você: eles somente conhecem o que podem ver e escutar,
as percepções sobre você
160
4 História
4 Auto-suficiência com crescimento
Hospital Tacchini
4 Cliente é nossa razão de existir
4 Pessoas
4 Imagem
4 Qualidade
4 Ética
4 Comunidade
4 Auto-sustentação: “O limite da filantropia é o limite da so-
brevivência.”
EDUCAÇÃO
UCS – Universidade de Caxias do Sul
4 Respeito à pessoa: A pessoa será sempre respeitada em to-
das as suas dimensões: de indivíduo, de cidadão e de mem-
bro ou usuário da instituição.
4 Qualificação Institucional: A UCS buscará de modo perma-
nente a qualificação institucional dos seus recursos huma-
nos, da sua estrutura organizacional e dos seus programas e
ações.
4 Compromisso com a Instituição: Assegurada a convivência
na diversidade, haverá sujeição dos interesses particulares
aos interesses maiores da instituição: zelar pela imagem da
Universidade é garantir sua credibilidade e a de cada um de
seus participantes.
4 Inovação: A Universidade estará aberta para responder de
forma rápida e criativa às exigências e possibilidades da so-
ciedade. A busca da inovação científica, tecnológica e cultu-
ral deverá nortear todas as ações da instituição.
4 Integração acadêmica: A organização acadêmica terá a fle-
xibilidade necessária, a articulação e a combinação fecunda
das diferentes áreas e formas de conhecimento.
161
4 Inserção: A Universidade estará inserida simultaneamente
nos planos regional, nacional e internacional: o melhor ser-
viço à região é ampliar suas relações com o mundo do co-
nhecimento.
4 Qualidade de vida: A melhoria da qualidade de vida nos
planos individual, social e ambiental será critério de rele-
vância para as ações da Universidade.
4 Compromisso comunitário e autonomia: A Universidade
buscará consolidar seu caráter comunitário preservando a
necessária autonomia no exercício de sua missão.
162
4 Promoção da atividade integrada valorizando o potencial
individual
4 Busca constante da qualidade e da eficiência, fundamentada
na conduta ética e no rigor científico
Colégio Magnum
4 Respeito à individualidade
4 Valorização da liberdade com responsabilidade, propician-
do o desenvolvimento harmonioso
4 Estímulo à reflexão crítica, construtiva e criativa
4 Busca da excelência através de uma postura estimuladora
4 Postura ética
163
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Citibank
4 Precisão
4 Segurança
4 Inovação
4 Excelência
BankBoston
4 Trabalho em equipe
4 Iniciativa
4 Integridade
4 Diversidade
HSBC
4 Transparência
4 Satisfação máxima do cliente
4 Solidez
4 Cooperar para o desenvolvimento e o bem-estar de cada co-
munidade em que atua
4 Valorização da cidadania
Banco BMC
4 Respeitar e valorizar indivíduos
4 Propiciar aos clientes e ao mercado excelência de atendi-
mento
4 Atuar com espírito empreendedor e inovador
4 Ter participação comunitária
4 Zelar pelo seu conceito e prestígio
Minas Brasil Seguradora
4 Cliente, superar suas expectativas
4 Mercado, antecipar-se às suas tendências
4 Parceria, estimular e desenvolver
4 Qualidade, compromisso de todos
4 Estilo Gerencial, organizado, ágil, inovador e participativo
4 Equipe, valorizada, competitiva, profissional e criativa
4 Visão de Futuro, administrar hoje planejando a longo prazo
4 Tecnologia, desenvolvida e atual
4 Lucro, garantia de continuidade
164
CONSULTORIA
C&S Sistemas
4 Seriedade
4 Inovação
4 Continuidade
4 Valorização das pessoas
4 Satisfação dos clientes
Take Vídeo Comunicações
4 Qualidade nas realizações
4 Ética nas relações
4 Compromisso com a atualidade tecnológica
Vasconcellos, Pagnoncelli & Associados (1986)
I – Ética
I – Excelência
III – Simplicidade
IV – Eficiência
V – Eficácia
VI – Independência
VII – Transferência de know-how
VIII – Responsabilidade social
IX – Inovação
X – Atuação sob medida
165
SERVIÇOS PÚBLICOS
BELOTUR – Empresa Municipal de Turismo de BH
4 Ética
4 Qualidade
4 Eficácia
4 Modernidade
CODAR – Cia. de Desenvolvimento de Araucária
4 Ética
4 Parceria
4 Agilidade e Rapidez
4 Cidadania/Ecologia
Prefeitura de Cambará do Sul
4 Bom senso e simplicidade
4 Integridade e transparência
4 Ação com entusiasmo
4 Qualidade na prestação de serviços
4 Desenvolver Cambará
HOTÉIS
Green Park Motel
4 O hóspede paga o nosso salário
4 Investir e valorizar os nossos colaboradores
4 Manter sigilo e discrição
4 Inovar continuamente
4 Qualidade é compromisso de todos
Ouro Minas Palace Hotel
4 Antecipar as necessidades dos clientes
4 Qualidade é compromisso de todos
4 Valorizar nossos colaboradores
4 Manter sigilo e discrição
Pedra do Sino Spa e Hotel Fazenda
4 Parceria
4 Amizade
4 Segurança
4 Qualidade
166
ENTRETENIMENTO
Disney
4 Não ceticismo
4 Criatividade, sonhos e imaginação
4 Atenção fanática aos detalhes
4 Preservação e controle da magia Disney
Lowes Theatres
4 Cortesia
4 Limpeza
4 Conforto
4 Conveniência
PIC – Pampulha Iate Clube
4 Ter o sócio em primeiro lugar
4 Buscar sempre o aumento da qualidade dos serviços desen-
volvidos
4 Visar o lucro apenas para o bem-estar de seus sócios
4 Estabelecer um sistema administrativo eficaz
4 Fazer o melhor possível, ou não fazer
Marina Barra Clube
4 Expectativas dos sócios orientam as ações da sociedade
4 Excelência nos serviços
4 Valorização e respeito ao indivíduo
4 Evoluir mantendo o padrão arquitetônico
VAREJO
Carrefour
4 Satisfação do cliente
4 Motivação do funcionário
4 Oferta competitiva de produtos
4 Recursos apropriados
4 Independência
4 Crescimento durável
167
Wal-Mart
4 Bom senso e simplicidade
4 Estimular os associados
4 O cliente é o rei
4 Dedicação a uma cultura homogênea
Vip Mercado Mart Plus
4 Comprometimento
4 Disciplina
4 Foco
4 Transparência
4 Flexibilidade
4 Positividade
Sears
4 Honestidade
4 Integridade
4 Respeito pelo indivíduo
4 Trabalho em equipe
4 Confiança
4 Foco no cliente
CVS Pharmacy
4 Respeito pelos indivíduos
4 Integridade
4 Trabalho em equipe
4 Senso de urgência
4 Abertura
4 Vontade de abraçar mudanças
Drogaria Araújo
4 Ética
4 Qualidade
4 Parceria
Nordstrom
4 Serviço ao cliente acima de tudo
4 Trabalho duro e produtividade individual
4 Nunca estar satisfeito
4 Excelência em reputação, fazer parte de algo especial
168
Filene’s
4 Nós somos comprometidos em fornecer a você um serviço
excepcionalmente amistoso, produtos de qualidade e valor
4 Nós garantimos os produtos que vendemos e queremos que
você fique satisfeito
DPaschoal
4 Qualidade
4 Prestação de serviços
4 Limpeza
Iguaçu Máquinas Agrícolas (Distribuidor SLC – John Deere)
4 Compromisso: Com clientes, satisfação, qualidade e ino-
vação.
Com fornecedores, fidelidade e reciprocidade.
Com funcionários, promover seu desenvolvimento pessoal
e sua valorização.
4 Seriedade: Conduzir os negócios com honestidade, ética e
manter a boa imagem da empresa.
4 Simplicidade: Comportamento, relacionamento e procedi-
mentos simples e objetivos.
4 Empenho no trabalho: A dedicação ao trabalho é a base
para a realização pessoal e crescimento da empresa.
4 Lucro: A adequada recompensa pelos esforços é fundamen-
tal para a sobrevivência e continuidade.
4 Solidez: Preservar a integridade de seus ativos, adotando
ações seguras e cumprindo os compromissos rigorosamen-
te, garantindo, assim, o futuro da empresa.
169
MODA
Arezzo
4 A satisfação do cliente é nossa busca constante.
4 Responsabilidade pela imagem da empresa é dever de todos.
4 Estimular nossos profissionais através da participação, do
trabalho em equipe e da criatividade, buscando sempre me-
lhores resultados para todos.
4 Zelo em fazer moda com pesquisa e desenvolvimento, qua-
lidade e agilidade, a preços competitivos.
4 O lucro é a meta real do nosso trabalho, garantindo conti-
nuidade para a empresa.
INFORMAÇÃO
Rádio 98 FM
4 Qualidade
4 União
4 Ética
4 Otimismo
4 Pioneirismo
4 Solidariedade
Revista Você S.A.
Acreditamos:
4 em gente ambiciosa
4 naquilo que é novo e diferente
4 em nossa capacidade de ser útil
4 no sentimento de urgência
4 em você
e na Você S.A.
Solution Comunicação
4 Zelo pela imagem dos clientes
4 Criatividade com resultados
4 Valorização dos colaboradores
4 Comportamento ético
170
TRANSPORTE
TAM
4 Nada substitui o lucro
4 Em busca do ótimo não se faz o bom
4 Mais importante do que o cliente é a segurança
4 A maneira mais fácil de ganhar dinheiro é parar de perder
4 Pense muito antes de agir
4 A humildade é fundamental
4 Quem não tem inteligência para criar tem que ter coragem
para copiar
AVIS
4 Satisfação dos clientes
4 Atender às necessidades dos clientes é a maior razão para a
existência da nossa empresa
4 Todos os funcionários proprietários têm a responsabilidade
de satisfazer as expectativas dos clientes por meio da quali-
171
dade do serviço, de modo a encorajar um relacionamento
de longo prazo com os clientes
4 Vamos nos empenhar em prover serviços da mais alta quali-
dade aos nossos clientes internos e externos, de acordo com
os objetivos dos nossos acionistas
4 Procuraremos continuamente melhorar a visão que o clien-
te tem da AVIS, buscando os momentos de oportunidade,
quando poderemos superar as suas expectativas
Localiza (1990)
4 Expectativas dos clientes orientam nossas ações
4 Busca constante da eficácia
4 Estilo gerencial empreendedor, inovador e participativo
4 Valorização do indivíduo
4 Zelo pela imagem da empresa
4 Ética nos relacionamentos
Localiza (1995)
4 Orientação pelo mercado
4 Valorização do indivíduo
4 Zelo pela imagem
4 Comportamento ético
UTIL – União de Transportes Interestaduais de Luxo
4 O Cliente é a razão de ser
4 O Cliente é quem mantém o processo
4 Soberano é o desejo do Cliente
4 O Cliente é quem recomenda
4 Qualidade é tudo aquilo de positivo que o Cliente percebe
4 O Cliente tem preferência
4 O Cliente não pode, não deve, não merece esperar
4 O Cliente não é mera estatística
4 O Cliente não é passageiro, é definitivo
Cia. São Geraldo de Viação
4 Direcionar qualidade de modo a satisfazer as necessidades
do cliente e do mercado.
172
4 Valorizar as pessoas e o seu desenvolvimento.
4 Administrar de forma participativa e inovadora, compro-
metendo-se com a melhoria contínua.
4 Ter conduta ética.
4 Dimensionar-se para resultados.
4 Buscar o fortalecimento das instituições que possibilitem a
construção de uma sociedade harmoniosa.
173
AMIS – Associação Mineira de Supermercados
4 Ética: Atuar com transparência, respeito e lealdade.
4 Parceria: Somar forças com os setores envolvidos buscando
melhores resultados e satisfação com funcionários, fornece-
dores e associados.
4 Qualidade: Busca da excelência e da eficácia, na opinião do
usuário/cliente.
4 Representatividade: Ser forte em número e representativi-
dade de Associados. Estar presente na defesa dos interesses
da classe.
174
AC Minas – Associação Comercial de Minas
4 Ética
4 Independência
4 Credibilidade
4 Visão Social
4 Modernidade
SINDIMIG – Sindicato das Indústrias de Instalações Elétricas,
Gás, Hidráulicas e Sanitárias e Telecomunicações do Estado
de Minas Gerais
4 Associados
4 Ética
4 Qualidade
4 Imagem
4 Parceria
Federação Brasileira dos Hospitais
4 Fidelidade e trabalho: valorização
4 Bandeira: a Ética
4 Ter honestidade e transparência
4 Servir participando
4 Aprimorar a qualidade
4 Unir para fortalecer
4 Dedicar-se ao cliente
4 Estimular parcerias
ABECS – Associação Brasileira das Empresas de Cartões
de Crédito e Serviços
4 Ética
4 Credibilidade
4 Atuante
4 Excelência
4 Valorização das associadas
4 Livre mercado
175
SME – Sociedade Mineira dos Engenheiros
4 As Pessoas: Reconhecer e respeitar a dignidade do associa-
do ou cidadão, atuando com honestidade de propósitos,
justiça, franqueza e transparência.
4 O Patrimônio: Defender e valorizar o patrimônio moral,
cultural, econômico e físico da instituição, agindo com le-
galidade.
4 A Qualidade: Atender aos anseios dos associados e da co-
munidade, buscando a excelência de seus serviços através
da qualidade.
4 O Trabalho Participativo: Planejar e executar ações de for-
ma participativa, integrada e competente para garantir a rea-
lização dos objetivos da entidade.
176
4 Qualidade: Assegurar a qualidade de suas atividades e servi-
ços na busca permanente da excelência.
4 Imagem: Zelar pela boa imagem da instituição é dever dos
associados, dirigentes e funcionários.
4 Organização: Atuar de maneira planejada, organizada e
profissional, e valorizar seus colaboradores.
TELECOMUNICAÇÕES E INFORMÁTICA
IBM
4 Respeito pelo Indivíduo
4 Melhor atendimento do mundo ao cliente
4 Busca da excelência
HP
4 Nós temos confiança e respeito pelos indivíduos.
4 Nós focamos alto nível de realização e contribuição.
4 Nós atingimos nossos objetivos através do trabalho em
equipe.
4 Nós valorizamos flexibilidade e inovação.
Dell Computer
Para nós o cliente não é rei. É Deus.
Microsoft
4 Ser a referência no seu Negócio.
4 Focalizar em resultados: Vencer, vencer ou vencer.
4 Ter os melhores profissionais.
4 Nunca estar satisfeito é que faz o produto ficar melhor.
4 Compartilhar o sucesso. Valorizar quem ajudou a atingi-lo.
4 Ter visão de longo prazo.
AT&T
4 Respeitar a individualidade
4 Dedicação na ajuda aos clientes
4 Os altos padrões de integridade
4 Inovação
4 Trabalho em Equipe
177
Cetil
4 Cliente: relacionamento de confiança.
4 Equipe: diferencial do nosso sucesso.
4 Tecnologia: sempre presente em nossas soluções.
4 Imagem: somos referência.
4 Lucro: garantia do cumprimento de nossa missão.
Siemens
4 Os clientes governam nossas ações.
4 Nossas inovações modelam o futuro.
4 Sucesso significa: nós ganhamos com os lucros.
4 Liderança em excelência leva a resultados superiores.
4 Aprender é a chave da melhoria contínua.
4 Nossa cooperação não tem limites.
4 Ser empresa cidadã é nosso compromisso mundial.
Xerox
4 Nosso sucesso vem de clientes satisfeitos.
4 Nossa aspiração é fornecer qualidade e excelência em tudo
o que fazemos.
4 Produzimos a rentabilidade esperada por nossos acionistas.
4 Utilizamos a tecnologia para assegurar a liderança de mer-
cado.
4 Cada um de nós é importante e valorizado.
4 Assumimos nossas responsabilidades sociais.
3M
4 Inovar.
4 Ter integridade absoluta.
4 Respeitar a iniciativa individual e o crescimento pessoal.
4 Tolerar erros.
4 Oferecer qualidade e confiabilidade.
4 Alcançar a solução de problemas.
Algar Bull Computers & Communications
4 Relações significativas e duradouras com os nossos clientes
com respeito irrestrito aos compromissos assumidos.
178
4 Valor fundamental dos Talentos Humanos com competên-
cias orientadas para a realização de resultados, através de
alto nível individual e coletivo de comprometimento e tra-
balho em equipe.
4 Reconhecimento pela contribuição.
4 Compromisso social da empresa na contribuição para o
desenvolvimento de uma sociedade economicamente efi-
caz e próspera e socialmente mais equilibrada, em que pre-
valeçam níveis cada vez mais elevados de qualidade de vi-
da, maior participação, evolução equilibrada com educa-
ção e oportunidades para todos.
4 Resultados compartilhados decorrentes da efetiva contri-
buição dos agentes envolvidos.
4 Conduta empresarial consistente com os valores éticos e
culturais predominantes na sociedade.
MOBILIDADE
Boeing
4 Tratar uns aos outros com respeito.
4 Proceder com eqüidade em todos os nossos relacionamen-
tos.
4 Honrar nossos compromissos e obrigações.
4 Comunicar-se honestamente.
4 Assumir a responsabilidade pelas nossas ações.
4 Fornecer produtos seguros e confiáveis da mais alta quali-
dade.
4 Prover oportunidades iguais para todos.
4 Cumprir todas as leis e regulamentos.
McDonell Douglas
4 Pensamento estratégico
4 Gerência participativa
4 Produtividade
4 Espírito de equipe
4 Comportamento ético
179
British Aerospace
4 Fazer do cliente nossa alta prioridade.
4 Reconhecer que as pessoas que construíram esta empresa
são sua maior força.
4 Aceitar que nosso futuro depende de parcerias de sucesso e
que é preciso fazê-las realmente funcionar.
4 Entender que inovação e tecnologia é que nos darão vanta-
gem competitiva.
Rockwell International
4 Respeito pelo indivíduo.
4 Comunicação aberta e honesta.
4 Desenvolvimento e satisfação individual.
4 Senso de propriedade e responsabilidade pelo sucesso da
Rockwell.
4 Participação, coordenação e trabalho de grupo.
4 Criatividade, inovação e iniciativa.
4 Arriscar com prudência.
4 Reconhecimento e recompensa pelo sucesso.
Chrysler
4 Foco no cliente
4 Pessoas inspiradas
4 Melhoria contínua
4 Sucesso financeiro
4 Nossa reputação
Volvo
4 Compromisso com a segurança: Carros são feitos por pes-
soas e para pessoas. Por isso, tudo que fazemos na Volvo
deve ser guiado por uma idéia básica: segurança.
4 Compromisso com a qualidade: Expresso não só na preo-
cupação em fazer um carro moderno, potente e arrojado,
mas em transformar a experiência de dirigir um Volvo em
algo absolutamente único.
4 Compromisso com a rica tradição de design escandinavo:
Um design inspirado em todos os sentidos do homem, que
180
supõe que o que é bonito não é bonito apenas para se olhar,
mas para se sentir, tocar, ouvir e compartilhar todos os pra-
zeres da vida.
4 Compromisso com o meio ambiente: Na área na qual a Vol-
vo também é pioneira e para a qual desenvolve uma série de
medidas na fabricação de seus automóveis que ajudam a
controlar a poluição ambiental e o ar que respiramos.
Fiat Automóveis
4 Integridade
4 Valorização das pessoas
4 Parceria
4 Agilidade e flexibilidade
4 Entusiasmo
Marcopolo
4 Cliente: Contato permanente orienta nossas ações.
4 Lucro: Essencial para o desenvolvimento e perpetuação da
empresa.
4 Mercado: Liderança permanente.
4 Ser humano: Respeitado, comprometido e valorizado é a
segurança do nosso sucesso.
4 Comunicação: Ágil, clara e objetiva.
4 Imagem: Patrimônio a ser preservado e fortalecido.
Randon Participações
4 Cliente satisfeito: Satisfazer o cliente é manter aberto o ca-
minho para o futuro.
4 Lucro, meio de perpetuação: Gerar lucro é fundamental
para a sobrevivência, crescimento da empresa e satisfação
do acionista.
4 Qualidade, compromisso de todos: Fazer da qualidade em
todas as atividades nosso ponto forte.
4 Tecnologia, criativa e inovadora: Criar, absorver e fixar
tecnologia adequada.
4 Homem, valorizado e respeitado: Respeitar o homem co-
mo destinatário final de tudo o que realizamos.
181
4 Ética, questão de integridade e confiabilidade: Manter tudo
o que fazemos em base ética elevada e nos princípios do es-
tado de direito.
4 Imagem, patrimônio a preservar: Preservar a boa imagem é
compromisso de todos no trabalho e nas relações sociais.
4 Randon somos todos nós: Trabalhar em parceria, com de-
dicação, iniciativa, criatividade, competência e espírito de
uma organização única.
Thyssen Sûr
4 Clientes: Construir relacionamentos de confiança
4 Resultados: Desafio permanente
4 Pessoas: Nosso diferencial
4 Qualidade percebida: Compromisso de todos
4 Inovação: Busca constante
BENS DE CONSUMO
Reebok
4 Parceria verdadeira com nossos clientes.
4 Cultura alegre e com energia, dirigida pelo valor que colo-
camos nas pessoas.
4 Compromisso com a excelência e inovação em tudo o que
fazemos.
4 Nossa paixão por vencer cria nossas possibilidades.
Nós fazemos diferença: para nossos clientes, para nossos em-
pregados, para nossos acionistas, para nossos atletas e para o
mundo onde vivemos.
182
Gillette
Buscando a nossa missão, iremos vivenciar os seguintes valores:
4 Pessoas: Vamos atrair, motivar e reter pessoas de alto de-
sempenho em todas as áreas do nosso negócio. Estamos
comprometidos com compensações competitivas, com base
no desempenho, benefícios, treinamento e crescimento
pessoal, baseado em oportunidades iguais de carreira e mé-
rito. Esperamos integridade, civilidade, abertura, apoio aos
demais e comprometimento com os mais elevados padrões
de realização. Valorizamos a inovação, envolvimento dos
funcionários, mudança, flexibilidade organizacional e mo-
bilidade pessoal. Reconhecemos e valorizamos os benefí-
cios na diversidade de pessoas, idéias e culturas.
4 Foco no cliente: Vamos investir em, e dominar as tecnolo-
gias-chave vitais ao sucesso de cada categoria. Vamos ofere-
cer aos consumidores produtos nos mais altos níveis de de-
sempenho pelo que valem. Vamos prover serviços de quali-
dade aos nossos clientes, tanto internos como externos, tra-
tando-os como parceiros, ouvindo-os, compreendendo suas
necessidades, respondendo honestamente e cumprindo os
nossos compromissos. Seremos um cliente valorizado pelos
nossos fornecedores, tratando-os justamente e com respei-
to. Vamos prover esses valores da qualidade consistentes
com a melhoria da nossa produtividade.
4 Cidadania: Vamos cumprir as leis e regulamentos aplicáve-
is em todos os níveis de governo, onde quer que façamos ne-
gócios. Vamos contribuir para as comunidades onde opera-
mos e contemplar questões sociais com responsabilidade.
Nossos produtos serão seguros na fabricação e no uso. Va-
mos conservar recursos naturais e continuar investindo em
um meio ambiente melhor.
183
Philip Morris
4 O direito de liberdade de escolha.
4 Vencer/conquistar outros com uma disputa limpa.
4 Encorajar iniciativas pessoais.
4 Oportunidade baseada no mérito; ninguém tem direitos na-
turais sobre nada.
4 Trabalho duro e melhoria pessoal contínua.
GE – General Electric
4 Todo líder deve ter uma visão clara, simples e articulada.
4 Energia.
4 Ausência de muros.
4 Tecnologia comum.
4 Pessoas capazes de transferir idéias.
4 Confiança.
4 Auto-envolvimento para energizar mentes.
4 Poder de falar e ser ouvido.
4 Autoconfiança para ser simples.
4 A simplicidade é a essência das coisas. Simplicidade gera ra-
pidez.
4 Rapidez e vantagem competitiva é a melhor arma competitiva.
4 Líder como treinador, indutor e maestro.
4 Força de trabalho rápida que busca como elevar o patamar
de produtividade.
4 A questão é empregabilidade e não dar empregos.
4 Os clientes, e não a empresa, dão estabilidade.
BELEZA
Água de Cheiro
4 Entusiasmo: Colocar garra e emoção no trabalho.
4 Autoconfiança: Acreditar em si mesmo confiante de que
“querer é poder”.
4 Lealdade: Comprometer-se com a fidelidade para com o
Grupo Água de Cheiro, respeitando e admirando suas cren-
ças e valores.
184
Natura
4 A vida é um conjunto de relações.
4 Compromisso com a verdade.
4 Busca permanente do aperfeiçoamento.
4 Busca da beleza.
4 A vida se manifesta através da diversidade.
4 A empresa é um conjunto dinâmico de relações.
BENS DE CAPITAL
Schulz
4 Cliente: Sua satisfação é nossa prioridade.
4 Pessoas: Diferencial para o sucesso.
4 Lucro: Fundamental para a construção do futuro.
4 Inovação: Soluções com serviços e produtos.
4 Responsabilidade: Compromisso de todos.
4 Schulz: Marca de confiança.
SIDERURGIA E METALURGIA
USIMINAS
4 Ética
4 Solidariedade
4 Respeito à vida
4 Valorização do ser humano
ALCOA
4 Integridade
4 Segurança e Saúde
4 Qualidade e Excelência
4 Pessoas
4 Rentabilidade
4 Responsabilidade
185
Belgo Mineira
4 Satisfazer as necessidades de seus clientes.
4 Promover a iniciativa, a criatividade, a competência técnica
e gerencial e a permanente melhoria em todos os níveis e se-
tores da empresa.
4 Operar com os níveis mais elevados possíveis de qualida-
de, produtividade e lucratividade, buscando a permanente
atualização tecnológica.
4 Proporcionar o mais alto nível de satisfação de seus empre-
gados através da compatibilização de suas necessidades com
os objetivos da empresa e a conjuntura do país.
4 Conciliar o desenvolvimento de suas atividades com a pre-
servação do meio ambiente, mantendo a integração da
Empresa nas comunidades onde atua.
Micheletto
4 Cliente: Nossa prioridade.
4 Pessoas: Agentes do nosso desenvolvimento.
4 Lucro: Nosso foco permanente.
4 Confiabilidade: Nosso compromisso.
4 Marca Mitto: Tradição e qualidade.
4 Inovação e Atualização: Busca constante.
4 Agilidade e Flexibilidade: Nosso desafio.
4 Meio Ambiente: Comprometimento com a sua preservação.
ENERGIA
Chevron
4 Equipe comprometida
4 Qualidade total
4 Proteger as pessoas e o ambiente
AMOCO
4 Integridade
4 Pessoas
4 Tecnologia
4 Ambiente, Riqueza e Segurança
186
4 Relacionamentos empresariais
4 Progresso
WEG
4 Qualidade autêntica.
4 Assistência Técnica confiável.
4 Clientes e Fornecedores tratados com justiça e respeito.
4 Reinvestimento dos lucros.
4 Tecnologia-de-ponta e produtos atualizados.
4 Independência tecnológica em produtos e serviços.
4 Vender soluções em vez de produtos.
4 Acionista igual a sócio.
QUÍMICA E FARMACÊUTICA
Merck
4 Responsabilidade corporativa e social.
4 Excelência inequívoca em todos os aspectos da empresa.
4 Inovação baseada em ciência.
4 Honestidade e integridade.
4 Lucros, mas lucros provenientes de trabalho que beneficie a
humanidade.
Biobrás
4 O cliente em primeiro lugar.
4 Honestidade, respeito e responsabilidade.
4 Qualidade: compromisso de cada um.
4 Lucro: garantia de nossa missão.
4 Valorização pessoal e profissional do funcionário.
4 Privilégio ao talento e entusiasmo para o trabalho.
4 Desenvolvimento tecnológico.
4 Preservação do meio ambiente.
4 Integração com a comunidade.
187
ENGENHARIA
Construtora Andrade Gutierrez (B)
4 A satisfação do cliente orienta o nosso negócio.
4 Valorização do talento individual e do trabalho em equipe.
4 Atuar hoje na construção do futuro de forma inovadora,
ousada e responsável.
4 Compromisso com a austeridade, confiabilidade, simplici-
dade e competência.
4 Qualidade, criatividade e competitividade, fundamentos que
nos diferenciam.
4 Lucro, garantia da nossa existência e prosperidade.
U&M Construção Pesada
4 Atendimento excepcional ao cliente, superando suas expec-
tativas.
4 Qualidade, Tecnologia e Prazo como atributos básicos de
nossas obras.
4 Austeridade, Métodos Administrativos de vanguarda, bus-
ca constante da eficácia.
4 Estrutura com poucos níveis hierárquicos, pessoal poliva-
lente e motivado.
4 Transparência e elevados padrões éticos nos relacionamen-
tos e atitudes.
4 Respeito ao Meio Ambiente, ao Homem e à Comunidade
em que atuamos.
PAPEL E CELULOSE
Cenibra
4 Valorizar a inovação, a competência, o compromisso e a
contribuição dos profissionais.
4 Praticar a Ética, a verdade e o respeito em todos os relacio-
namentos.
4 Fazer tudo com qualidade, confiabilidade e competitividade.
4 Agir no presente com visão de futuro.
188
FLORESTAS, MADEIRA E MÓVEIS
Móveis Carraro
4 Clientes: Foco de nossas ações.
4 Colaboradores: Diferencial de sucesso da nossa empresa.
4 Parceria: Estratégia para a competitividade.
4 Tecnologia: Fator de inovação, com visão de futuro.
4 Imagem: Resultado de nosso trabalho.
4 Lucro: Garantia de continuidade e crescimento.
Grupo De Zorzi
4 O respeito pelas pessoas.
4 A prática do bom senso e da simplicidade.
4 A valorização da parceria com clientes e fornecedores.
4 O exercício permanente da criatividade.
189
Página deixada intencionalmente em branco
Capítulo
Como Analisar
o Ambiente do
Século XXI
Sun Tzu
A Arte da Guerra
Sumário do Capítulo
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
194
I. Por que é importante analisar o Ambiente?
A mensagem de Sun Tzu e o impacto esperado das Tendências
Relevantes para o Século XXI indicam que a sobrevivência e o su-
cesso das empresas dependerão de um esforço permanente para
monitorar e atuar nos ambientes interno e externo.
Para reforçar a relevância dessa etapa, vamos destacar opi-
niões de empresários de sucesso, consultores internacionais e
professores.
O principal executivo de uma grande empresa industrial nos
confessou: “Nas primeiras revisões do planejamento, eu não dava
muita importância à análise do ambiente, agora considero a etapa
mais importante, o coração do processo. O tempo usado com ela
é o melhor investimento que posso fazer.”
Peter Drucker, em seu livro Administração em Tempos Turbu-
lentos, faz as seguintes afirmações:
195
“Mudanças são oportunidades. Podem ser vistas como
ameaças por muitos executivos, mas todas precisam
ser exploradas como uma oportunidade para fazer
algo de diferente, algo de novo e, acima de tudo,
para fazer algo melhor, algo mais produtivo e lucrativo.”
196
Em 1984, Alan Charles Long, presidente da Souza Cruz, em dis-
curso na Câmara de Comércio Americana, em São Paulo, afirmou:
197
III. Como analisar e monitorar o Ambiente
a
1 Etapa: Definir a abrangência do Ambiente
a ser analisado
1. Considere como referências o Negócio, a Missão e os Prin-
cípios da sua empresa.
O Negócio atua como uma moldura que delimita o ambiente a
ser analisado enquanto a Missão e os Princípios orientam a con-
centração da análise.
Imagine-se olhando pelo visor de uma filmadora. O Negócio é
o campo de visão formado pelo visor, enquanto a Missão e os
Princípios permitem focar a imagem, isto é, concentrar a análise
no essencial.
a
2 Etapa: Definir o que analisar no Ambiente
“Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados
para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível.”
Sun Tzu
198
1a Pergunta: Quem é mesmo nosso cliente?
Esta pergunta gerou grande polêmica em 1989, quando a Petro-
brás Distribuidora formulou seu Plano Estratégico. O grupo de
planejamento ficou dividido, grande parte defendia que o cliente
da BR era o “dono do posto de gasolina”. Alguns participantes,
instigados pela nossa pergunta, passaram a defender que o cliente
é quem está dirigindo o veículo, pois é dele a decisão final sobre
onde abastecer. A polêmica foi resolvida da seguinte maneira: a
BR passou a considerar dois níveis de clientes, o dono do posto e
o usuário final, sendo esse o mais importante. E isto mudou tudo.
O foco da empresa passou a ser o usuário, aquele que decide,
compra, paga, usa e volta ou não... .
No final da década de 1990, quando o preço dos combustíveis
foi liberado, esta definição ficou ainda mais evidente, pois o cli-
ente (usuário final) passou a decidir considerando também uma
nova variável: o preço.
Isto levou as empresas distribuidoras de combustível a criar no-
vos serviços para conquistar a preferência do cliente.
Outro exemplo marcante ocorreu durante o processo de Pla-
nejamento Estratégico da Marcopolo. Durante mais de quatro
décadas, a empresa considerava como único cliente o proprietá-
rio da empresa de transporte de passageiros, o que era correto
pois ele é quem decidia a marca e a configuração do ônibus a ser
adquirido. Após a liberação das importações de veículos, o passa-
geiro de ônibus passou a conhecer o conforto das Vans, que ofere-
ciam ar-condicionado, câmbio automático etc., e começou a dar
preferência às Vans em detrimento do ônibus. Os primeiros a per-
der mercado foram os donos das empresas de transporte coletivo
e, na seqüência, os fabricantes de ônibus. Alguns empresários ti-
veram a sensibilidade de perceber a mudança no Ambiente, pas-
sando a oferecer produtos e serviços com inovações para recon-
quistar os verdadeiros clientes. Destaca-se o sucesso do novo
produto lançado pela Marcopolo, o Volare, que é um produto
intermediário entre a Van e o microônibus. O Volare oferece dife-
renciais tais como ar condicionado, agilidade no trânsito, confor-
to e segurança.
199
Ainda no exemplo da Marcopolo, o desenvolvimento da avia-
ção regional aliado à liberação dos preços das passagens aéreas
trouxe um novo concorrente para as rotas de ônibus rodoviários:
o avião.
Observe que a concorrência do transporte intermunicipal e in-
terestadual que se limitava à disputa de concessões rodoviárias,
agora atingiu os céus...
O que se pode concluir é que realmente uma reflexão para res-
ponder a pergunta “Quem é mesmo nosso cliente?” é um investi-
mento que pode gerar um novo direcionamento estratégico.
Que tal agora, inspirado pelos exemplos citados, você se per-
guntar:
Quem é mesmo nosso cliente?
200
mesmo o pipoqueiro estacionado bem em frente da sua loja na
Avenida Paulista, pois “ele disputa o espaço no estômago dos
meus clientes”.
Se você acha exagero do Gregory, saiba que a lição no 1 ensina-
da na famosa Universidade Disney a milhares de executivos do
mundo inteiro é a seguinte:
Clientes Concorrentes
Fornecedores Distribuidores
Governo Comunidade
Mídia Outros
201
Agora que você já sabe quem são os seus clientes e os concor-
rentes, identifique quais são os Públicos Relevantes para sua em-
presa.
Para completar a análise, classifique quais destes Públicos Rele-
vantes são seus aliados ou seus rivais.
202
nado pelo setor. Já se observam movimentos em várias mon-
tadoras no sentido de reduzir drasticamente suas redes de
concessionárias.
Em 1999, os acionistas da Cetibrás, considerada a me-
lhor revenda Fiat em Belo Horizonte, analisaram seu posi-
cionamento estratégico e decidiram fechar a revenda e apli-
car os recursos em outras atividades do grupo.
O mesmo ocorreu em fins de 1998 com a Veminas, tradicional
revenda Volkswagen em Belo Horizonte.
Observe a seguir um sinal de mudança significativa na GM:
o
Que a partir de 1 de junho de 2000, o novo CEO da GM é Richard Wagoner?
Ele é o mais jovem CEO da história da GM, criador da área de comércio ele-
trônico da empresa, e foi presidente da GM do Brasil de 91 a 94.
203
Competência Competitiva é a qualidade e/ou habilidade marcante que efe-
tivamente cria benefícios, que conquistam e fidelizam o cliente.
3M Inovação
Fedex Logística
Disney Atendimento
Microsoft Padrão mundial
Dell Computer Logística
Amazon Conhecimento das preferências dos clientes
Nike Marketing
GE Soluções
Volvo Segurança
Coca-Cola Distribuição
Ambev Escala
McDonald’s Conveniência
Starbucks Café Sofisticação em café
Domino’s Pizza Rapidez
Sedex Logística
TAM Atendimento
Elevadores Sûr Serviços
Sua empresa
204
Aproveite o espaço em branco no quadro de exemplos pa-
ra registrar a principal Competência Competitiva de sua em-
presa.
Mas se, após a sua análise, aquele espaço permanecer em
branco, cuidado: Você pode estar lutando sem a sua arma prin-
cipal.
Por outro lado, se o espaço não for suficiente para suas várias
competências, cuidado redobrado: Você ainda não escolheu a
sua principal arma! Ninguém pode ser competente em tudo.
Veja no quadro a seguir como o esporte ilustra bem nossa
idéia.
Garrincha Drible
Didi Folha seca
Gerson Passes
Tostão Inteligência
Rivelino Potência do chute
Zico Profissionalismo
Dunga Liderança
Romário Oportunismo
Ronaldinho Arrancada
a
3 Etapa: Identificar o Cenário Referência para
sua empresa
Para realizar a Análise do Ambiente, é preciso visualizar cenários
alternativos e escolher o cenário que será referência. O cenário
referência vai permitir visualizar as mudanças mais importantes
que poderão ocorrer com clientes, concorrentes e outros públi-
cos em função das Tendências Relevantes para o Século XXI,
apresentadas no quadro a seguir.
205
Tendências Relevantes para o Século XXI
Globalização da concorrência.
Virtualização do mundo.
Padronização de produtos.
Concentração de empresas.
Crescente desregulamentação.
Valorização do indivíduo.
206
Como sugestão sobre fontes interessantes de informações, apre-
sentamos:
4 Brasil 2020 – Cenários formulados pela SAE – Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
4 Brasil 2002, Mario Henrique Simonsen, APEC Editora,
1972.
4 O Brasil em Transformação, Maílson da Nóbrega, Editora
Gente, 2000.
4O Brasil que Dá Certo, Stephan Kanitz, Makron Books,
1994.
4 Lanterna de Popa, Roberto de Oliveira Campos, Cia. das
Letras, 1995.
4 Brasil: O Crescimento Possível, Carlos Feu Alvin, Editora
Bertran Brasil, 1995.
4 Scenario Planning, Gill Ringland, Wiley, 1998.
4 Como Serão as Coisas no Futuro, Richard W. Oliver, Negó-
cio Editora, 1999.
4 Click, 16 Tendências que Irão Transformar sua Vida, seu
Trabalho e seus Negócios no Futuro, Faith Popcorn, Editora
Campus, 1996.
4 O que Será – Como o Novo Mundo da Informação Transfor-
mará Nossas Vidas, Michael Dertouzos, Companhia das Le-
tras, 1998.
4 A Terceira Onda, Alvin Toffler, Editora Record, 1980.
4 Prospective et Planificacion Strategique, Michel Godet, Ed.
Économica, 1985.
4 Megatendências, John Nisbitt, Editora Abril, 1983.
4 Recollecting the Future, Hugh B. Stewart, Down Jones
Irvin, 1989.
4 Administrando para o Futuro, Peter F. Drucker, Pioneira,
1992.
207
Em 1998, a freqüência de novos negócios no Brasil foi:
a
4 Etapa: Levantar as Informações Relevantes
sobre a empresa
Conhecendo as informações sobre o ambiente, sugerimos agora
seguir o roteiro apresentado a seguir, que chamamos de Perfil
Estratégico da empresa, para organizar as informações relevantes
sobre a empresa.
208
8. Capacidade ociosa.............................................................................................
Últimos 5 anos.
9. Participação percentual dos serviços e produtos
no faturamento..................................................................................................
10. Serviços agregados aos produtos.....................................................................
11. Competitividade dos preços............................................................................
12. Estilo da propaganda.........................................................................................
13. Percentual do faturamento investido em propaganda..................................
14. Posicionamento da marca.................................................................................
15. Qual é o segmento-alvo da empresa?..............................................................
16. Quem é o cliente?...............................................................................................
17. Principais concorrentes e posição no ranking
por faturamento................................................................................................
18. Diferenciais competitivos..................................................................................
19. Situação financeira da empresa.......................................................................
Endividamento a curto prazo: .......................................................................
Endividamento a longo prazo: ......................................................................
20. Capacidade de investimentos e de endividamento........................................
21. Percentual do faturamento investido em P&D................................................
(pesquisa e desenvolvimento).
22. Indicadores de qualidade da empresa e dos serviços
e produtos..........................................................................................................
23. Qualidade em relação aos principais concorrentes.......................................
24. Rentabilidade.....................................................................................................
Últimos 5 anos. (LL / faturamento) e (LL/PL).
LL = Lucro líquido PL = Patrimônio líquido
25. Geração líquida de caixa nos últimos 5 anos...................................................
26. O que a cultura da empresa valoriza?..............................................................
Exemplo: inovação.
27. O que a cultura da empresa recrimina?...........................................................
Exemplo: concorrência interna.
28. A empresa é uma empresa-cidadã? Por quê?.................................................
29. Como é o processo decisório?..........................................................................
( ) Centralizado ( ) Participativo
30. Como o funcionário participa na gestão?........................................................
209
a
5 Etapa: Descrever o resultado da Análise do Ambiente
Nossa experiência mostra que a melhor maneira de registrar as
conclusões obtidas nas 4 etapas anteriores é separando-as em 2
conjuntos:
No ambiente externo, identificando Oportunidades e Ameaças
relevantes, e no ambiente interno identificando as Forças e Fra-
quezas relevantes.
Para facilitar o registro, apresentamos nossos conceitos:
Conceitos
Ambiente Externo
Oportunidades são situações externas, atuais ou futuras, que podem influ-
enciar positivamente o seu desempenho da empresa.
Ameaças são situações externas, atuais ou futuras, que podem influenciar
negativamente o desempenho da empresa.
Ambiente Interno
Forças são características ou qualidades da empresa, tangíveis ou não, que
podem influenciar positivamente o seu desempenho.
Fraquezas são características ou qualidades da empresa, tangíveis ou não,
que podem influenciar negativamente o desempenho da empresa.
DICAS
1. Ao listar as Ameaças e Oportunidades de uma empresa, pode ocorrer o
que se denomina “faca de dois gumes”, isto é, uma oportunidade pode,
dependendo da ótica, tornar-se uma ameaça e vice-versa.
2. As Oportunidades encontradas no processo de análise, ainda não aplicá-
veis, podem ser monitoradas por um sistema de follow-up. Para isto reco-
mendamos que seja formado o BOP – Banco de Oportunidades, sugestão
adaptada da proposta de Norberto A. Torres, em “Gestão Estratégica Efe-
tiva”, publicada pela Uniconsult em outubro de 1986.
3. Aprendemos com a 3M que o registro não deve ser “telegráfico”. É acon-
selhável seguir o estilo de planejamento daquela empresa, que valoriza a
forma descritiva, onde não faltam informações para o perfeito entendi-
mento por todos do significado e impacto de cada Oportunidade, Amea-
ça, Força e Fraqueza.
210
4. Outra recomendação é priorizar as Oportunidades e Ameaças avaliando
sua possibilidade de ocorrência e o impacto no resultado da empresa.
5. A experiência nos mostrou que algumas conclusões da análise deman-
dam uma ação imediata, pois são situações que não podem esperar que
as próximas etapas do Plano Estratégico sejam concluídas. A solução que
indicamos é formulação do PAI – Plano de Ação Imediata. Criamos uma
metodologia prática, rápida e objetiva que organiza o apagar de incên-
dios, diante de Ameaças e Fraquezas que exigem respostas urgentes, po-
rém planejadas e implantadas de forma organizada.
a
6 Etapa: Criar o Radar do Ambiente
A acelerada dinâmica do ambiente requer uma constante mo-
nitoria das mudanças que podem afetar o desempenho da sua
empresa.
Sugerimos a criação de um “radar” conectado 24 horas por dia
no Ambiente, rastreando sinais que podem significar novas Opor-
tunidades e Ameaças relevantes para o sucesso da sua empresa.
Porém, não basta perceber os sinais e identificar as Oportunida-
des e Ameaças. É necessário incorporar essas informações obtidas
pelo radar, ao processo de Planejamento Estratégico.
211
Agora que você percebeu quão importante é a Análise do Am-
biente, sugerimos que utilize o roteiro proposto.
Assim, você terá o “pano de fundo” para a definição da Visão,
dos Objetivos e das Estratégias Competitivas.
“A marcha dos acontecimentos é tão rápida que, a não ser que encontremos al-
guma maneira de prospectar o futuro, não poderemos agir para influenciá-lo.”
Dean Rusk
Ex-Secretário de Estado Americano
212
Capítulo
Burt Nanus
Liderança Visionária
SUmário do Capítulo
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
216
I. Por que é importante ter a Visão da sua
empresa para o Século XXI?
“Mais do que nunca, ter uma Visão voltada para o futuro é a diferença entre o
sucesso e o fracasso.”
Peter Drucker
217
Benefício 2: A Visão promove a inovação
A Visão energiza a empresa e cria um ambiente propício ao surgi-
mento de novas idéias. Nenhuma matéria-prima é mais relevante
para empresa, independente do ramo em que atue, do que as idéias.
Elas são o segredo do sucesso da 3M, onde o culto à inovação é le-
vado a extremos. Livio DeSimone, presidente mundial da compa-
nhia, em entrevista concedida à revista Exame em 15 de fevereiro
de 1995, afirmou:
218
Que além do famoso Post-it, a 3M produziu o tapete vermelho da Basílica
de São Marcos em Veneza e as botas com que o astronauta Neil Armstrong
pisou na Lua em 20 de julho de 1969?
Queremos ser, até o ano 2000, a melhor e maior empresa de bebidas do Bra-
sil, estando sempre entre as cinco melhores do mundo, tendo aqui as duas
principais marcas de cerveja e sendo um temível vice-líder de refrigerantes.
219
Pesquisa da revista Exame, publicada em agosto de 1998, clas-
sificou a Amil como uma das melhores empresas para se trabalhar
no Brasil. A reportagem destaca que os funcionários da Amil sen-
tem que o seu trabalho tem um sentido especial. Um funcionário
entrevistado afirmou: “Temos o desafio de ser a maior, melhor e
mais feliz das empresas de assistência médica do mundo.”
Warren Bennis, consagrado especialista em liderança, acredita
que uma Visão tem um componente racional, que é produto de
uma análise, e outro componente emocional, que é produto da
imaginação, da intuição e dos princípios. Bennis diz que uma Vi-
são funciona quando consegue criar compromissos nas mentes e
nos corações de todos na organização.
220
Em outubro de 1998, Jean Lipman, diretora do Instituto de
Estudos Avançados em Liderança no Peter Drucker Graduate Ma-
nagement Center, na Califórnia, veio ao Brasil fazer palestra so-
bre liderança. Em entrevista à revista Exame, a consultora falou
sobre sua pesquisa com cinco mil dirigentes em 17 países. Sua
pesquisa mostra a necessidade de um novo estilo de liderança; a
Liderança Conectiva.
Segundo a professora Lipman, consultora da Bell, Singapoure
Airlines e Casa Branca, o líder conectivo é ético e une a sua Visão
aos sonhos dos demais, conectando e combinando, não dividindo
e conquistando. Agindo assim o líder conectivo consegue tornar as
empresas mais flexíveis, ágeis e prontas para mudanças rápidas.
221
Benefício 6: A Visão tira a empresa da
“zona de conforto”
Lynch e Kordis chamam a atenção para um dos riscos de não se
ter uma Visão. No livro Estratégia do Golfinho, eles afirmaram:
222
eficiente onde as pessoas têm condições de trabalhar em con-
junto.”
Allen acredita que uma Visão claramente definida consegue
motivar, inspirar, orientar e promover o êxito. A empresa visio-
nária tem rumo e atua como um conjunto coerente de talentos,
cujas visões pessoais são compatíveis com a Visão da empresa e vi-
ce-versa. Mas não basta ter uma Visão explicitada. É preciso di-
vulgá-la, acreditar nela e ter comportamentos e decisões coeren-
tes com a Visão. O dia-a-dia não pode negar a Visão, sob pena do
processo perder a credibilidade e os conflitos de opiniões sobre o
rumo futuro da empresa passarem a ser a referência maior.
Ainda, segundo Allen, “uma organização sem visão comparti-
lhada e claramente enunciada é como um avião sem plano de
vôo”.
223
Ser a companhia automotiva líder no mundo.
224
Ser o Banco líder em performance, reconhecidamente sólido e confiável,
destacando-se pelo uso do marketing, tecnologia avançada e por equipes ca-
pacitadas, comprometidas com a qualidade total e a satisfação dos clientes.
225
Na prática, a diferença fica clara com o exemplo da FIAT Au-
tomóveis.
MISSÃO VISÃO
Produzir automóveis que as pessoas A Fiat quer ser seu carro de hoje,
desejam comprar e tenham orgulho amanhã e sempre.
de possuir.
226
A Visão da Brahma para o Século XXI, “Ser reconhecida como
a mais competitiva empresa de bebidas do mundo, com cresci-
mento anual de 15% no EVA”, fornece os contornos para os se-
guintes Objetivos:
4 Crescimento de vendas de 7% ao ano.
4 EVA (Valor Econômico Agregado) de 15%.
227
Benefícios da explicitação da Visão
8. Orienta o planejamento da sua atuação na cadeia produtiva.
9. Orienta a “virada”.
10. Mobiliza para os programas de qualidade.
11. Complementa a Missão.
12. Orienta os Objetivos.
13. Orienta os investimentos.
228
Visões de restaurantes McDonald’s às margens das estradas por todo o País,
passam através da minha mente. Isto existirá em qualquer lugar, eu imaginei.
Qualquer lugar.
Nós iremos ter 20.000 Mcrestaurantes no final de 1996. No ano 2000 nós
teremos 30.000. Depois disso, nem mesmo nós podemos prever... O céu é
o limite.
O que você não sabia, nem nós, nem ele disse, é que cada computador teria
um software da Microsoftware...!
229
Outro exemplo de Visão como Desafio Estratégico é o da Ko-
matsu, que com a Visão “Ultrapassar a Carterpillar” motiva a
sua equipe a não desanimar diante do poderio da líder mundial,
sinônimo de máquinas pesadas, que faturou US$19 bilhões em
1997.
Assim, nosso conceito de Visão é:
230
Segundo reportagem da revista Exame de 17 de novembro de
1999, isto significa vencer os seguintes desafios:
4 Até 2005, o Brasil passará de país importador para exporta-
dor de petróleo. Haverá uma sobra diária de 300.000 barris
só da produção da Petrobrás.
4 Até 2005 a empresa deverá atingir a receita bruta de US$35
bilhões, dos quais US$4,4 bilhões virão do exterior.
4 Até 2005 a empresa deverá atingir a rentabilidade de pelo
menos 12% sobre o patrimônio líquido.
4 Deixar de ser uma empresa de petróleo e se transformar em
uma empresa de energia, investindo muito no gás natural.
James Collins e Jerry Porras, no livro Feitas para Durar, apre-
sentam os resultados de uma importante pesquisa com empresas
vencedoras, tais como HP, 3M, Disney e P&G, destacando a par-
ticipação da Visão no sucesso dessas empresas.
Para eles a Visão permite administrar a continuidade e a mu-
dança simultaneamente. A Visão deve requerer um desafio para a
organização como um todo, exigindo muitos anos de esforços
para ser alcançada. Para ter este efeito, a Visão precisa ter uma
descrição viva, como se fosse um quadro pintado com palavras. A
Visão deve ser clara e inspiradora, levando a equipe a concentrar
todos os talentos e recursos na efetivação do futuro visualizado.
Ser clara significa não precisar de explicação e ser entendida de
imediato.
Para assegurar que a Visão terá força suficiente devemos per-
guntar:
4 A Visão fará as pessoas se moverem naquela direção?
4 As pessoas continuarão a se mover mesmo sem os líderes
atuais?
4 A Visão irá criar o nível necessário de comprometimento da
equipe?
A pesquisa mostrou que só 1% do sucesso depende da Visão,
enquanto 99% dependem da adesão da equipe que a Visão conse-
gue gerar.
231
Para que o sonho do empreendedor visionário ou da equipe
seja transformado em realidade, a Visão deve funcionar como De-
safio Estratégico que irá mobilizar talentos, competências e re-
cursos.
Foi o que fez Sam Walton, fundador da Wal-Mart, que, come-
çando em 1945 com uma única loja numa pequena cidade do in-
terior dos Estados Unidos, construiu a maior rede de varejo do
mundo, conseguindo que a sua Visão funcionasse como um Desa-
fio Estratégico, compartilhado por mais de 825 mil empregados,
sendo assim explicitada:
“Ter somente a Visão não resolve. Uma Visão sem o senso es-
tratégico de como você fará acontecer resulta em vontade
sem realidade prática.”
232
Considere ainda as seguintes características ao definir a Visão
da sua empresa, para que ela funcione como um Desafio Estra-
tégico:
4 Focalizada no futuro
4 Ágil
4 Modifica-se diante de novos desafios
4 É o aonde vamos
4 Orienta a estratégia
4 Energiza a empresa
4 É aquilo que se deseja ser
4 É desafiadora
Certamente, agora você está cheio de inspiração para criar a
Visão da sua empresa. Para ajudá-lo, apresentamos sete dicas:
233
4 Esta definição chama a atenção e motiva empregados, fornecedores e
clientes?
4 Será aceita e assumida por todos?
4 É única para sua empresa? Ou poderia ser uma Visão para qualquer em-
presa?
4 Representa um desafio?
4 Estimula a competitividade?
4 Promove alegria, interesse e energia?
234
Dica 2: Seja criativo
Solte a imaginação, mas sem perder de vista os referenciais da sua empresa: o
Negócio, a Missão, os Princípios e o Ambiente. Considere sonhos e ambições.
Faça perguntas que incentivem a criatividade, do tipo “O que será...?”, “Como
será...?”. Seja positivo, pergunte: “O que será...?” em lugar de ”O que seria...?”.
Veja algumas características motivadoras para a criação da declaração de Vi-
são:
4 Clareza
4 Objetividade
4 Criatividade
4 Envolvimento
4 Positividade
4 Personalidade
4 Paixão
4 Benefícios claros
4 Direção clara
4 Reconhecimento do sucesso
Dica 3: Explicite
Segundo os dicionários da língua portuguesa, Visão é a “imagem que se
acredita ver em sonho”. Portanto, registre seus sonhos como fazem os gran-
des empreendedores. Thomas Edison, inventor de quase mil produtos, não
desperdiçava esta oportunidade, registrando todos os seus sonhos. Isto é,
lançando-os no papel.
Assim, não basta ter a Visão na mente. É necessário explicitá-la para que
ela deixe de ser um sonho, aconteça e se transforme em uma realidade.
Raul Randon, fundador da maior fabricante nacional de implementos ro-
doviários e de importantes empresas do segmento de autopeças, desde
1990 sonhava transformar a sua Randon, fabricante de implementos, em
uma montadora de implementos rodoviários.
A explicitação desta Visão aconteceu em 6 de novembro de 1998, quando
os 20 principais executivos formalizaram o Desafio Estratégico da Randon
Implementos e Sistemas Automotivos como:
235
Dica 4: Divulgue
Também não basta explicitar, é preciso divulgar. É um ato fundamental para
que a explicitação da Visão não vire um simples “enfeite de parede”. Gaste
todo tempo e recursos possíveis para que ela seja conhecida por todos den-
tro e fora da empresa.
O Globo dedicou três páginas da sua edição dominical de 20 de março de
1994 para divulgar a Visão, a Missão e os Princípios da empresa. A Visão do
jornal O Globo é:
Buscar a liderança nos mercados em que atua, tendo como fronteira o país
inteiro.
O ex-presidente da GM, Roger Smith, afirmou que a única coisa que ele faria
diferente, se começasse sua carreira como presidente novamente, seria co-
municar a Visão da GM com maior freqüência do que fez. Ele mencionou
essa falha como a principal razão para sua incapacidade de fazer a GM pro-
gredir.
A Cia. São Geraldo de Viação, empresa mineira de transporte rodoviá-
rio, divulgou sua Visão para todos os seus 2700 funcionários, através de
criativo folheto que contém sua Missão, seus Princípios e sua Visão, que re-
produzimos a seguir:
236
O Itaú, para divulgar sua Visão, publicou o folheto Agora você vai ver o
que é um banco, onde destaca: “Ao anunciar a sua visão, o Banco Itaú quer
evidenciar as expectativas da organização, indicar seus objetivos fundamen-
tais, definir mercados para sua atuação e mostrar as vantagens competitivas
que vão assegurar o seu sucesso.
Conhecendo a Visão Itaú todas as áreas devem conduzir seus esforços
na mesma direção, facilitando a coordenação das ações e a tomada coe-
rente de decisões, levando o Itaú para o futuro anunciado. Um futuro que
já começou.”
237
Como resposta à Visão do Itaú, o Bradesco, explicitou e divulgou a seguinte
Visão:
Estar à frente.
Você já reparou como entre tantas pessoas que fazem exatamente a mesma
coisa sempre existem aquelas que encontram uma maneira de fazer melhor?
Gente que se supera. Gente que insiste, persiste, que acredita tanto nas suas
idéias que não descansa enquanto não consegue colocá-las em pé. Esse é o
tipo de gente que você reconhece de longe. Porque está à frente, servindo de
exemplo, servindo de referência para todos aqueles que vêm depois. São
pessoas assim que movem o mundo e ampliam horizontes. São pessoas as-
sim que fazem as coisas acontecerem.
238
A Brahma, para divulgar a sua Visão, utilizou o Manual Básico do Emprega-
do, onde incluiu a Visão Brahma 2000, que apresentamos a seguir:
239
Outro exemplo de divulgação da Visão é o utilizado pelo O Boticário, que
coloca em suas 1545 lojas, sendo 75 no exterior, um pôster com a Visão, a
Missão e os Valores da empresa:
240
4 Que o Boticário começou em 1977, em Curitiba, como uma farmácia de ma-
nipulação? Hoje são 1545 lojas que em 1998 faturaram US$150 milhões.
4 Que em 1990 foi criada a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza com
a Missão de estimular pesquisas sobre ecologia, promover a arborização ur-
bana e patrocinar estudos sobre a flora e fauna?
241
A Thyssen Sûr Elevadores e Tecnologia, para divulgar a sua Visão, prepa-
rou uma campanha com a agência Estágio 21, produzindo um kit, com cami-
seta, frisbie (disco plástico para jogar), um pôster para ser colocado em
todos os departamentos, folder com Missão e Princípios, fita de vídeo com
orientação aos funcionários sobre as mudanças na empresa Elevadores Sûr
que acabava de ser adquirida pela multinacional Thyssen. A divulgação in-
formou também sobre o novo Planejamento Estratégico que indicou o Desa-
fio Estratégico 2000-2005. A distribuição do kit foi realizada durante
treinamento de duas horas em todas as unidades da empresa, onde foram
treinadas mais de 1500 pessoas, entre funcionários e terceirizados.
Para ilustrar, apresentamos uma das peças da campanha.
242
Dica 6: Seja flexível
Cuidado com a armadilha de ficar preso a uma Visão. Esta deve ser suficien-
temente flexível para poder se ajustar ao ambiente. Numa analogia com a
natureza, a árvore tem flexibilidade suficiente para vergar conforme a força
do vento. Se fosse rígida, ela quebraria. A mesma coisa ocorre com a Visão.
Ela tem que ter uma certa flexibilidade, para poder se adaptar às mudanças
do ambiente.
Observe o caso da Fundição Tupy, uma das maiores fundições do Brasil,
cuja Visão era “Ser a maior e melhor fundição do Brasil”. Em função da glo-
balização dos mercados, foi necessário ser flexível e redefinir a Visão, que
passou a ser:
“Os líderes de sucesso articulam sua Visão com paixão, assumem e a con-
cretizam implacavelmente.”
Ao definir a Visão:
243
Não esqueça nossas dicas ao definir a Visão da sua empresa:
1. Motive sua equipe
2. Seja criativo
3. Explicite
4. Divulgue
5. Crie comprometimento
6. Seja flexível
7. Seja persistente
ALIMENTOS E BEBIDAS
Coca-Cola
Matando a sede do mundo.
McDonald’s
Ter 30 mil “Mcrestaurantes” no ano 2000.
Depois disso, nem mesmo nós podemos prever...O céu é o limite.
Brahma
Ser reconhecida como a melhor e maior empresa de bebidas da
América Latina.
Cargill
Elevar os padrões de vida ao redor do mundo, entregando valor
adicionado para produtores e clientes.
244
Campbell
Que as nossas marcas sejam as preferidas ao redor do mundo.
Perdigão
Ser percebida como a marca mais gostosa deste e do próximo mi-
lênio.
China In Box
Ser o melhor delivery de comida chinesa do mundo.
SAÚDE
Santa Casa de Belo Horizonte
Ser um hospital geral (auto-sustentável) com atendimento uni-
versal, dedicado ao ensino e à pesquisa, com busca permanente
da excelência no atendimento a seus clientes.
Hospital Luxemburgo
Construir, na virada do século, um hospital organizado, au-
to-sustentável, com crescimento e competitivo, que seja referên-
cia em serviço de saúde.
Hospital Tacchini
Ser um hospital de referência regional com capacitação profissio-
nal humanizada.
CVS Pharmacy
Tornar-se classe mundial na identificação do que nossos clientes
valorizam mais, de forma que eles possam dizer:
“A CVS se preocupa comigo”.
245
Amil
Ser a maior, melhor e mais feliz das empresas de assistência médi-
ca do mundo.
EDUCAÇÃO
Universidade de Caxias do Sul
Presença indispensável no processo de desenvolvimento susten-
tado no conhecimento.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
American Express
Ser o melhor cartão de crédito do mundo.
Citibank
Tornar-se a instituição financeira mais poderosa, com mais servi-
ços e mais influência que jamais existiu.
246
Banco Itaú
Ser o Banco líder em performance, reconhecidamente sólido e
confiável, destacando-se pelo uso do marketing, tecnologia avan-
çada e por equipes capacitadas, comprometidas com a qualidade
total e a satisfação dos clientes.
Bradesco
Sempre à frente.
Banco Real
Ser o melhor e maior banco privado do Brasil.
Consórcio Randon
Ser reconhecido por 90% dos nossos clientes como a melhor op-
ção em consórcio e estar entre os três melhores em rentabilidade
sobre o patrimônio líquido, considerando as 30 maiores adminis-
tradoras do País em receita líquida.
ENTRETENIMENTO
Disney
Criar um mundo onde todos possam se sentir crianças.
VAREJO
Wal-Mart
Dar às pessoas comuns a chance de comprar as mesmas coisas que
as pessoas ricas compram.
Sears
Sears, um lugar motivador para trabalhar, comprar e investir.
247
Amazon.com
Queremos construir um site onde todos possam comprar qual-
quer coisa.
MODA
Nike
Experimentar a emoção da competição, ganhando e esmagando
os concorrentes.
Index Jeans
Ser uma empresa rentável, reconhecida no mercado como marca
de moda com estilo.
INFORMAÇÃO
Folha de São Paulo
Fazer da Folha o principal jornal do País.
O Globo
Buscar a liderança nos mercados em que atua tendo como fronte-
ira o país inteiro.
TRANSPORTE
Avis
Ser reconhecida no setor de aluguel de automóveis como a com-
panhia que detém a primazia nas áreas de:
Serviço ao cliente e sua satisfação.
Participação dos funcionários.
Retorno aos acionistas.
248
Federal Express
Melhorar continuamente a qualidade para atingir 100% de pon-
tualidade na entrega, 100% de precisão e 100% de satisfação do
cliente.
United Airlines
Ser a melhor companhia aérea do mundo.
British Airways
Ser a líder indiscutível no world travel.
TAM
Ser a melhor empresa aérea do Brasil.
TELECOMUNICAÇÕES E INFORMÁTICA
IBM
Alcançar e suplantar o crescimento em todos os segmentos da in-
dústria de processamento de informações durante a próxima dé-
cada.
IBM Brasil
Queremos ouvir de cada cliente que a IBM Brasil é insuperável
em soluções de tecnologia de informação para suas necessidades
e aspirações.
249
Cetil
Ser:
Uma empresa sólida que valoriza as pessoas.
Comprometida com a qualidade dos produtos.
A melhor integradora de soluções para a Gestão Pública.
Imprescindível aos clientes.
Microsoft
Ser a melhor empresa de software do mundo.
Hewlett-Packard
Fazer contribuições técnicas para o avanço e bem-estar da huma-
nidade.
Apple
Somos todos parte da jornada para criar uma empresa extraordi-
nária.
Tudo que ainda pretendemos fazer jamais foi feito por qualquer
outra empresa em escala tão ampla.
Todo o pessoal da Apple deve ter uma Visão tão clara quanto pos-
sível sobre nosso rumo.
Xerox
Ser a líder no mercado global de documentos provendo soluções
que aumentem a produtividade dos negócios.
Texas Instruments
Um mundo onde todos os bytes processados – toda mensagem
que é comunicada – toda imagem que é projetada – todas são in-
fluenciadas pela tecnologia Texas Instruments.
Compaq
Em todos os lugares que pessoas trabalham com computadores,
nós iremos encontrar uma maneira de tornar o trabalho melhor.
Cisco Systems
Ser o fornecedor no 1 de sistemas para a Internet.
250
Motorola
Possibilitar pessoas a fazer o que elas querem fazer.
Kodak
Ser líder mundial em imagem.
Multicanal
Ser a melhor TV por assinatura no próximo milênio.
MOBILIDADE
Boeing
Orgulhamo-nos de fabricar aviões nos quais nossas famílias pos-
sam viajar.
Ford
Ser a companhia automotiva líder no mundo.
GM
Ser a melhor empresa automobilística do mundo.
GM Canadá
Cliente para a vida toda. Eu sou GM.
Audi
O carro do ano e do próximo século.
Fiat Automóveis
A Fiat quer ser seu carro de hoje, amanhã e sempre.
Komatsu
Ultrapassar a Caterpillar em qualidade e serviço.
251
Goodyear
Ser considerada, por qualquer critério, a melhor companhia de
pneus e borracha do mundo.
Randon Implementos
Tornar-se uma montadora de implementos até o ano 2004.
Dana Brasil
Nós sempre excederemos as expectativas de nossos clientes inter-
nos e externos.
BENS DE CONSUMO
3M
Ser reconhecida como a empresa mais criativa do mundo.
Sony
Experimentar o prazer de avançar e aplicar tecnologia para o be-
nefício das pessoas.
BELEZA
Avon
Ser a empresa que melhor entende e satisfaz globalmente as ne-
cessidades de produto, serviço e auto-realização da mulher.
252
BENS DE CAPITAL
GE – General Electric
Ser a primeira ou segunda em todos os mercados em que atua,
com a velocidade e agilidade de uma pequena empresa.
Brasmotor
Tornar o conglomerado uma empresa global, voltada para a qua-
lidade, voltada para o cliente, gerida em comum acordo com os
funcionários.
Schulz
Ser uma empresa de classe mundial em soluções de ar compri-
mido.
SIDERURGIA E METALURGIA
Usiminas
Direcionamento de 80% dos negócios em aço e 20% na diversifi-
cação de atividades correlacionadas ao seu produto.
Alcoa
Ser a melhor empresa de alumínio do mundo.
ENERGIA
Chevron
Ser melhor do que o melhor, o que significa:
Funcionários orgulhosos do seu sucesso como um time.
Clientes, fornecedores e governo nos preferindo.
Concorrentes nos respeitando.
Comunidades nos recebendo bem.
Investidores ansiosos para investir em nós.
253
Nós seremos o padrão pelo qual outras empresas avaliarão suas
performances.
Petrobrás
Ser uma empresa de energia de classe mundial.
INDÚSTRIA QUÍMICA
Rhodia
Criar uma empresa líder onde as pessoas tenham orgulho e prazer
de trabalhar.
ENGENHARIA
Camargo Correa
Seremos reconhecidos como líderes por nossos padrões éticos,
competência empresarial, excelência em produtos e serviços, res-
peito ao ambiente e à comunidade, atuando de modo integrado
em infra-estrutura, indústria e construção.
PAPEL E CELULOSE
Nobrecel – Celulose e Papel
Ser uma empresa em que as pessoas sintam orgulho de trabalhar.
Cambará S. A. Produtos Florestais
Ser reconhecida como uma empresa ambientalmente correta.
Jofel Internacional
Ser reconhecida como sinônimo de higiene e bem-estar.
Estar presente em cada instituição do Brasil.
254
Reflorestadores Unidos
Ser o maior fabricante de componentes de portas no mundo, com
presença nos cinco continentes.
255
Página deixada intencionalmente em branco
Capítulo
Quais deverão
ser os Objetivos
da sua empresa
John Young
Presidente da HP
Sumário do Capítulo
I. Por que é vital ter Objetivos e que toda a equipe esteja 261
comprometida com eles?
Benefícios da definição dos Objetivos:
1. Detalham e quantificam a Visão 263
2. Orientam o processo decisório 264
3. Fundamentam a avaliação de desempenho 264
4. Orientam o Plano de Investimentos 265
5. Atraem e mantêm talentos 266
6. Levantam uma “bandeira” 266
7. Tiram a empresa da “zona de conforto” 267
8. Orientam a formulação das Estratégias 267
II. Conceito de Objetivos 268
III. Como definir os Objetivos da sua empresa 269
a
1 Etapa: Definição do horizonte dos Objetivos 269
2a Etapa: Escolha dos Temas 269
3a Etapa: Definição dos indicadores de desempenho 270
4a Etapa: Preenchimento do Painel de Controle dos Objetivos 273
Dicas para definir os Objetivos
1. Não Exagere: 274
2. Seja claro: Não se atinge o que não se entende 275
3. Não basta definir, é preciso divulgar 275
4. Não caia na armadilha do crescimento 276
5. Não esqueça que os Objetivos são interdependentes 276
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
260
I. Por que é vital ter Objetivos e que toda a equipe
esteja comprometida com eles?
Se a sua empresa pretende destacar-se no Ambiente Competitivo
do Século XXI, precisa ter Objetivos claramente definidos.
Arie de Geus, depois de 38 anos à frente do planejamento da
Shell, tornou-se professor da London Business School, onde rea-
lizou pesquisa com 40 corporações mais antigas que a própria
Shell (todas com mais de 100 anos), tais como DuPont, Kodak e
Siemens. O objetivo da pesquisa foi explicar o que levou essas or-
ganizações a uma longa existência apesar do forte impacto das
mudanças que ocorreram nos seus ambientes de negócios.
No livro A Empresa Viva, publicado em 1997, Arie afirma que
um dos segredos da longevidade empresarial é a maior atenção à
continuidade através da ênfase dada aos Objetivos.
A pesquisa descobriu também que as empresas só atingem re-
sultados se houver um real comprometimento de toda a equipe
com os desafios propostos nos Objetivos.
No best-seller A Revolução dos Campeões, Roberto Shinyashi-
ki nos presenteia com um argumento definitivo que comprova a
importância de ter objetivos claros que levem a otimizar o talento
da equipe na empresa.
Esse argumento é apresentado através de uma carta de um sol-
dado americano a seus pais, expressando o desespero de estar em
uma guerra sem sentido e sem objetivo.
261
Sabemos que somos mais fortes do que eles... Mas eles é que estão nos ven-
cendo. São como formigas, surgem por todos os lados. Sabem exatamente o
que têm que fazer.
Papai, todos eles têm cara de criança e, o que é mais estranho, não parecem
estar lutando por suas vidas. Parece que lutam por algo muito maior. Nossos
chefes gritam, nos chamam de egoístas, mas nenhum de nós sabe por que
está aqui, muito menos o que esperam da gente.
É muito difícil lutar quando não se tem uma razão para isso. Parece, papai,
que nosso objetivo é apenas matar quem aparece na nossa frente. Acho que,
por isso, mata-se tantos colegas e tantos civis.
Quem aparece pela frente é sempre inimigo. Papai, temos medo até da nos-
sa sombra... Enquanto eles vêm com essa conversa de proteger nossa nação,
vejo meus companheiros morrendo. Começo a sentir ódio de nossa nação e,
principalmente, ódio de quem nos mandou para cá. Eles não têm a mínima
idéia do que estão fazendo, nem imaginam o que sofremos.
O meu problema não é lutar, mas ter razão para lutar. É ter o que dizer para
os meus homens, algo que não seja: ‘matem, matem, matem.’
262
Confirmamos o resultado da pesquisa da Hay em outras em-
presas, que também são consideradas referências.
Um dos motivos que levaram os funcionários da Brahma a dizer
que aquela empresa é uma das melhores para se trabalhar no Brasil
é o fato de que “é uma empresa que escancara as informações para
os funcionários. Todo mundo sabe sobre tudo. Existe um esforço
diário para comunicar objetivos e resultados da empresa”.
Amauri Olsen, presidente da Tigre Tubos e Conexões, em en-
trevista à revista Rumos de novembro de 1998, declarou: “Hoje,
praticamente todos os funcionários da Tigre conhecem nosso
planejamento, sabem quais são nossas vertentes de crescimento.
Com isso, todos conseguem ajudar, todos se sentem importantes,
participantes do processo de crescimento da empresa.”
No livro Cartas do Presidente, o Comandante Rolim, presiden-
te da TAM, revela: “Manter o entusiasmo dentro de uma organi-
zação é ponto crucial e de difícil renovação no dia-a-dia. Por mais
que uma organização se renove, manter o entusiasmo é um desa-
fio crescente. São várias as ações que um dirigente precisa adotar
para que o entusiasmo seja mantido. Uma delas é transmitir à sua
equipe objetivos claros, definidos e possíveis de serem alcança-
dos ao longo da jornada.”
Shoichiro Toyoda, presidente do Conselho da Toyota, terceira
maior montadora do mundo, em entrevista à revista Exame de 7
de outubro de 1998, revelou: “No final das contas, a Toyota só é
bem-sucedida porque somos um conjunto de pessoas que susten-
tam esse sucesso. Temos objetivos e fazemos com que a empresa,
como um corpo único, se movimente para alcançá-los.”
Entendemos que, além de ser vital para as empresas, a defini-
ção dos Objetivos e o comprometimento da equipe geram os se-
guintes benefícios:
263
serem alcançados em 1998, 1999 e 2000, abrangendo os seguin-
tes temas: Faturamento, Participação de Mercado, Produtivida-
de, Qualidade e Rentabilidade.
Para a Visão 2005, que é “Ser reconhecida como a mais compe-
titiva empresa de bebidas do mundo, com crescimento anual de
15% no EVA”, foi incluído um novo indicador, que é o EVA (Va-
lor Econômico Agregado).
264
com Objetivos claramente definidos e conhecidos é possível rea-
lizar uma avaliação objetiva e justa.
Merecem destaque as experiências vivenciadas pela Sûr e pela
Marcopolo, que vincularam a avaliação de desempenho da equi-
pe ao atingimento dos Objetivos.
Em ambos os resultados obtidos em 1997 e 1998 quebraram
recordes e geraram grande entusiasmo na direção e na equipe,
que foi devidamente reconhecida e recompensada.
265
Benefício 5: Os Objetivos atraem e mantêm
talentos
266
Benefício 7: Os Objetivos tiram a empresa da
“zona de conforto”
O Citibank, a marca mais famosa do mercado financeiro mun-
dial, cujo slogan é “The Citi never sleeps” (o Citi nunca dorme),
segundo a revista Exame de 10 de março de 1999, no Brasil o Citi
dormiu... O Citi, que já foi o maior banco estrangeiro no país,
perdeu espaço para alguns de seus principais concorrentes como
o ABN Amro que comprou o Real, o HSBC que ficou com o Ba-
merindus, e os espanhóis Bilbao Viscaya e Santander que ocupa-
ram espaço por aqui, sem contar com o BankBoston e o Sudame-
ris que também consolidaram suas posições. Hoje o Citi ocupa o
oitavo lugar entre os bancos estrangeiros. Álvaro de Souza, prin-
cipal executivo do Banco para a área de varejo na América Latina,
informa que o Objetivo agora é “reconquistar a posição perdida e
para isso estamos dispostos a investir bilhões”. Vemos assim um
Objetivo ajudando a tirar a empresa da “zona de conforto”. Em
nível mundial, o Objetivo do Citi é ter 1 bilhão de clientes no ano
2010. Em 1998, o Banco tinha 700 mil clientes no Brasil e 50 mi-
lhões no mundo, conforme o jornal Estado de Minas de 25 de fe-
vereiro de 1998.
267
Além da “guerra” dos refrigerantes existe também a “guerra”
dos supermercados. O Pão de Açúcar, com o Objetivo de educar
e formar o consumidor do futuro, formulou uma Estratégia iné-
dita no mundo: o Pão de Açúcar Kid’s. A nova loja, que custou
R$2 milhões, vai ensinar a crianças de 6 a 14 anos quais processos
envolvem a fabricação de um produto e quais são os direitos dos
consumidores.
Luiz Antônio Viana, diretor superintendente da rede Pão de
Açúcar, declarou à Agência JB que a loja pode até dar prejuízo,
mas deverá criar um conceito de simpatia que certamente será re-
vertido em lucro no futuro.
Vale recordar os benefícios gerados pela definição dos Objeti-
vos:
268
III. Como definir os Objetivos da sua empresa
Se o Planejamento Estratégico tem como desafio construir o
futuro da empresa, agora é chegado o momento de escolher o
futuro a ser construído, e essa escolha deve ser feita através da
definição dos Objetivos. Eles devem apresentar as seguintes ca-
racterísticas:
4 Ser desafiantes, porém viáveis.
4 Ter prazo definido.
4 Ser mensuráveis.
4 Ser coerentes entre si.
Nossa experiência nos leva a propor 4 etapas no processo de
definição dos Objetivos de sua empresa:
a
1 Etapa: Definição do horizonte dos Objetivos
Na Análise do Ambiente foi definido o horizonte para o Plano
Estratégico. É nesta moldura que os Objetivos deverão estar inse-
ridos. Eles não devem ultrapassar este limite, mas podem ter um
horizonte menor.
a
2 Etapa: Escolha dos Temas
Nossa experiência tem mostrado que antes de definir os Objetivos
é fundamental selecionar os temas mais pertinentes à empresa.
George Steiner, da Universidade da Califórnia, no seu livro Po-
lítica e Estratégia Administrativa, afirma: “Um elemento impor-
tante do Planejamento Estratégico são os Objetivos. Afirmações
simplistas como ‘Nosso objetivo é ter lucro’ não dão uma direção
adequada às atividades de uma empresa. No processo de Planeja-
mento Estratégico devem ser estabelecidos objetivos específicos
para vendas, lucros, participação de mercado, ROI – Retorno so-
bre Investimento e outros temas relevantes para a empresa.”
Robert Kaplan, professor da Harvard Business School, desen-
volveu a técnica do BSC – Balanced Score Card. O BSC é um ins-
269
trumento que complementa os indicadores financeiros tradicio-
nais com critérios que mensuram o desempenho empresarial a
partir de novas perspectivas:
4 Clientes
4 Processos internos
4 Aprendizado
Considerando as Tendências Relevantes para o Século XXI,
propomos os seguintes temas para definir Objetivos:
4 Crescimento
4 Participação de Mercado
4 Produtividade
4 Qualidade
4 Inovação
4 Resultado econômico-financeiro
Observação: Não necessariamente todas as empresas terão ne-
cessidade de definir Objetivos para todos esses temas. Por exem-
plo, nem sempre é possível ter informações confiáveis que permi-
tam saber qual é a participação de mercado.
a
3 Etapa: Definição dos indicadores de desempenho
Além da seleção dos temas é importante definir indicadores de
desempenho que permitam a posterior avaliação dos resultados
alcançados.
Tema: Crescimento
Pode ser medido pelo faturamento, em dólares ou reais, e/ou em
unidades produzidas.
270
Tema: Produtividade
Nossa sugestão é a escolha de um indicador geral que espelha a
produtividade da empresa. Estes indicadores são específicos para
cada setor.
Por exemplo, enquanto os supermercados utilizam vendas por
m2 e vendas por caixa (check-out), as montadoras utilizam unida-
des por funcionário e unidades por dia.
Tema: Qualidade
Pode ser medida interna e externamente pelos seguintes indica-
dores:
4 Satisfação da equipe
4 Satisfação do cliente
4 Certificação ISO
4 Premiação de Qualidade
Observação: Como premiação da Qualidade, podem ser consi-
derados vários referenciais, por exemplo, o número de pontos a
atingir de acordo com os critérios dos diversos programas, tais
como:
4 PGQP – Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade.
4 PNQP – Programa Nacional da Qualidade e Produtividade.
4 Prêmio Malcon Baldridge.
Tema: Inovação
Peter Drucker, no livro Inovação e Empreendedorismo, e Tom
Peters, no livro O Círculo da Inovação, enfatizam a importância
das empresas concentrarem recursos e talentos na contínua ino-
vação como arma estratégica para competir no Século XXI.
Os seguintes indicadores, dentre outros, podem ser utilizados:
4 % do faturamento aplicado em Pesquisa & Desenvolvimento.
4 Quantidade de novos produtos/serviços lançados por ano.
4 Número de novas patentes registradas por ano.
271
“As únicas empresas que conseguirão ter êxito no próximo século serão
aquelas que consideram seus produtos obsoletos, antes que os concorrentes
o façam.”
Bill Gates
Microsoft
d) Otimização de Ativos
Uma maneira de medir a otimização dos ativos é comparar o va-
lor dos ativos operacionais com o valor dos ativos não operacio-
nais, avaliando quanto do total dos ativos está voltado à atividade
operacional da empresa.
272
f) EVA – Economic Added Value (Valor Econômico Agregado),
pode ser calculado das seguintes maneiras:
Observações:
1. No Brasil, o custo de oportunidade do capital seria, por
exemplo, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
2. Para maior esclarecimento sobre o EVA, inserimos, no fim
do capítulo, um texto de apoio.
a
4 Etapa: Preenchimento do Painel de Controle
dos Objetivos
Para organizar temas, indicadores de desempenho e horizonte
dos Objetivos, sugerimos o quadro que batizamos de Painel de
Controle dos Objetivos, que facilita sua visualização e controle.
273
PAINEL DE CONTROLE DOS OBJETIVOS
Crescimento Faturamento
Participação de Faturamento
Mercado Faturamento do
setor
Produtividade Faturamento
Funcionário
Qualidade Satisfação do
Cliente Interno
Satisfação do
Cliente externo
Inovação % do
faturamento
aplicado em P&D
Resultado LL/PL
Econômico-
Financeiro LL/RL
EVA
274
Dica 2: Seja claro: Não se atinge o que não se entende
Para mobilizar os esforços da equipe na direção dos Objetivos, sugerimos
que, a partir do Painel de Controle dos Objetivos, eles sejam transforma-
dos em frases mobilizadoras. Veja os seguintes exemplos:
Corro o risco de que algum competidor saiba quais são nossos Objetivos,
porém, não quero correr o risco de que alguém na minha equipe não saiba
quais são os nossos Objetivos.”
275
O Carrefour, apesar da permanente rivalidade com o Pão de Açúcar, divul-
gou no seu Relatório Anual de 1997 o seguinte Objetivo:
276
IV. Exemplos de Objetivos
Tema: Crescimento
Empresa: Bradesco
Objetivo: Ter, até dezembro de 2000, 10 milhões de clientes.
Fonte: Gazeta Mercantil, 16 de setembro de 1999.
Empresa: Scania
Objetivo: Até o ano 2002 ter 120 concessionárias no Brasil.
Fonte:Revista Amanhã, fevereiro 1999.
Empresa: Gerdau
Objetivo: Vender em 1999 US$200 milhões no mercado externo.
Fonte: Gazeta Mercantil, 17 de março de 1999.
277
Empresa: Freios Bosch
Objetivo: Vendas externas representarem 50% do faturamento
até 2001.
Fonte: Gazeta Mercantil Latino-Americana, 15 de março 1999.
Empresa: CPM
Objetivo: Atingir faturamento anual de US$1 bilhão até 2002.
Descrição: É a maior empresa nacional especializada em desen-
volvimento de sistemas para o setor financeiro. Foi escolhida pela
revista Exame como Empresa do Ano no setor de computação.
Fonte: Revista Exame, 15 de março de 1999.
Empresa: Samsung
Objetivo: Crescer o faturamento em 50% em 1999.
Descrição: A Samsung, que fabrica em Manaus e São Paulo tele-
fones celulares e produtos eletro-eletrônicos, faturou R$100 mi-
lhões em 1998.
Fonte: Gazeta Mercantil, 18 de março de 1999.
Empresa: Copesul
Objetivo: Aumentar a produção de eteno de 685 mil para 1 mi-
lhão 135 mil toneladas/ano.
Fonte: Gazeta Mercantil, Balanço Anual, 30 de junho de 1998.
278
Empresa: Sucos del Valle
Objetivo: Ter 11,5% do mercado brasileiro de sucos até o final de
1999.
Descrição: A empresa mexicana que produz no Brasil os sucos del
Valle tinha 5,5% do mercado brasileiro de sucos, no final de 1998.
Fonte: Gazeta Mercatil Latino-Americana, 15 de março de 1999.
Empresa: BR Distribuidora
Objetivo: Ultrapassar 34% de participação no mercado nacional,
até dezembro de 2001.
Fonte: Jornal do Commercio, 28 de fevereiro de 2001.
Tema: Produtividade
Empresa: Siemens Transformadores
Objetivo: Aumentar a produtividade em 18,8% até dezembro de
2000.
Fonte: Gazeta Mercantil Latino-Americana, 4 de outubro de 1999.
Tema: Qualidade
Empresa: GE – General Electric
Objetivo: Atingir até dezembro de 2000 o nível Seis Sigma, o que
significa que 99,99997 % dos produtos e serviços são de qualida-
de assegurada.
Fonte: O Executivo do Século, Robert Slater, Negócio Editora,
1999.
279
Empresa: Iguaçu Máquinas Ltda.
Objetivo: Atingir 94 pontos no programa de satisfação do cliente
da SLC-JD até o ano 2003 e 92 pontos de satisfação do cliente in-
terno no ano 2002.
Fonte: Plano Estratégico 1998/2003. (Divulgado com autoriza-
ção da empresa.)
Empresa: Novartis AG
Objetivo: Ter, até 2004, lucro superior a 20% na divisão de agri-
business.
Descrição: A Novartis AG é a maior fabricante de defensivos
agrícolas do mundo, que atingiu em 1998 a receita de US$5,4 bi-
lhões. A empresa é o resultado da fusão entre a Ciba-Geigy AG e a
Sandoz AG.
Fonte: Gazeta Mercantil, 16 de setembro de 1999.
280
Texto de apoio
281
ceiros e também o capital próprio (embora este não seja remu-
nerado da mesma forma que o primeiro). O valor imputado aos
resultados é função do capital total investido para gerar o lucro.
O custo desse capital é calculado pelo custo médio ponderado
do capital próprio e o de terceiros. O EVA é simplesmente o lu-
cro após o imposto de renda, menos o custo anual do capital total
investido.
O EVA pode ser calculado de duas maneiras:
282
O custo do capital próprio utilizado no cálculo do EVA é igual
ao chamado custo de oportunidade, ou seja, o lucro máximo que
seria obtido pelos acionistas se o mesmo capital fosse aplicado em
outra alternativa de investimento com o nível de risco compará-
vel. (A obrigação do usuário de capital é atender a expectativa de
lucro dos fornecedores do capital.)
283
Página deixada intencionalmente em branco
Capítulo
Michael Porter
Harvard Business School Press
Sumário do Capítulo
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
288
I. Por que é vital ter Estratégias Competitivas?
“No Brasil, com a mudança de um ambiente de protecionismo
para outro mais competitivo, aumentou tremendamente a neces-
sidade de pensar em estratégia. É imprescindível investir mais
tempo para traçar a estratégia que diferencie a sua empresa. Mui-
tas perderam de vista a estratégia, confundindo com Benchmar-
king e Reengenharia. Por isso é que vemos empresas competindo
do mesmo modo, com as mesmas ferramentas, em uma concor-
rência destrutiva na qual todos tendem a eliminar os lucros.
A estratégia é uma necessidade para qualquer empresa, não im-
porta seu tamanho, pois o único modo de sobreviver é se diferen-
ciar dos concorrentes.
Qualquer empresa sem estratégia corre o risco de se transfor-
mar em uma folha seca que se move ao capricho dos ventos da
concorrência.”
Esta afirmação foi feita pelo professor Michael Porter durante
concorrida palestra da HSM realizada em São Paulo.
Além de concordarmos plenamente com o professor Porter,
destacamos os seguintes benefícios que podem ser colhidos com a
utilização de Estratégias:
289
A Estratégia adotada pela empresa para enfrentar os invasores
estrangeiros foi usar o principal ativo da empresa, a força da mar-
ca Estrela, para buscar novas Oportunidades nos segmentos de
bebês e adolescentes. No início de 1999, a Estrela lançou a linha
de puericultura com produtos como carrinhos para bebê, banhei-
ra e trocador. A empresa espera que esse segmento, até 2001, re-
presente 15% de suas vendas.
No final de 1998, visando o segmento juvenil, criou a divisão
Estrela Interactive e fez parceria com a Microsoft para distribuir
no Brasil as linhas de games e acessórios. A empresa também ofe-
rece a versão do Jogo Imobiliário em CD–ROM.
Em 1998, deu os primeiros passos em uma nova área: a de pro-
moções. Criou para a Fiat um autorama que a empresa ofereceu
como brinde no Salão de Automóveis. Fez também miniaturas do
Scenic para a Renault. Os resultados foram tão bons que, já em
1999, a área de promoções foi responsável por 10% do fatura-
mento da empresa.
Com relação à segunda mudança, a concorrência dos importa-
dos, a Estratégia escolhida pela Estrela foi a redução do custo do
produto final, o aumento da produtividade e a eliminação de es-
toques.
Para reduzir o custo do produto final, o processo produtivo foi
redefinido: o sistema de produção verticalizado foi substituído
pelo de células de produção, que recebem subconjuntos já monta-
dos, como na indústria automobilística. Para aumentar a produti-
vidade, foram criados times de trabalho e o quadro de pessoal foi
reduzido em 2000 funcionários.
Para eliminar os estoques, todos os produtos que não se encai-
xaram no novo conceito de minifábricas foram terceirizados ou
transferidos da unidade de São Paulo para a de Manaus, que tem
os benefícios da Zona Franca.
Observe que a empresa realizou dois movimentos, um no senti-
do da otimização (custos e produtividade) e outro no sentido de
posicionamento estratégico de mercado (novos produtos e novos
mercados). O destaque nesse exemplo fica por conta do benefício
do novo caminho adotado pela Estrela.
290
Benefício 2: As Estratégias criam diferencial competitivo
Ao navegar na Internet pesquisando informações para este livro, fo-
mos surpreendidos pela promoção do provedor de acesso Zaz que,
em agosto de 1999, ofereceu acesso grátis até o ano 2000. Essa pro-
moção permite ao usuário experimentar durante cinco meses, sem
custo, a qualidade dos serviços da Zaz. Essa estratégia criou um dife-
rencial competitivo capaz de atrair e conquistar novos clientes, além
de ser pioneira na oferta de acesso grátis à Internet no Brasil.
A Gazeta Mercantil, de 11 de agosto de 1999, informa que a Ge-
neral Motors, primeira no ranking das 500 maiores da revista Fortu-
ne em 1999, criou a “e-GM” como Estratégia para expandir os ne-
gócios na Internet. Observe que esta Estratégia está em consonância
com a Tendência Relevante para o Século XXI, que aponta o cresci-
mento da virtualização no mundo. Assim, a GM que tem como obje-
tivo projetar, produzir e comercializar seus veículos com custos mais
competitivos, através da rede mundial, irá usar a produção “modu-
lar” onde os fornecedores entregam as partes dos carros pré-monta-
das, como um bloco completo, em vez de peças isoladas.
A “e-GM” colocará uma ampla linha de produtos e serviços in-
tegrados da GM mais próxima dos clientes, usando os espaços co-
merciais eletrônicos, em tempo real. Por exemplo, a empresa lan-
çará o GM Buy-Power, serviços de comércio eletrônico e o GM
Service Parts Operations (SPO), para criar novas formas para veí-
culos e serviços correlatos. Além disso, a “e-GM” deverá lançar as
bases para transformar as operações automotivas da GM em uma
empresa de comércio eletrônico global. Segundo Richard Wago-
ner, Diretor Executivo de Operações da GM, “a Internet muda a
forma de condução da empresa. Com esta estratégia, aplicamos o
poder das nossas inovações tecnológicas e a força dos nossos re-
cursos humanos e financeiros à Internet, para intensificar a forma
pela qual desenvolvemos as relações com nossos clientes. Este é o
caminho que o mundo trilhará e é isto que torna hoje a concepção
da GM única no setor de serviços”.
O GM Buy-Power, serviço de compra com sede nos Estados
Unidos, teve, em junho de 1999, mais de 650 mil visitantes com-
prando novos veículos.
291
Que a GM tem mais de 100 sites na Web direcionados para consumidores
pelo mundo afora, com 3,8 milhões de visitas individuais só em junho de
1999?
292
Benefício 3: As Estratégias orientam o Marketing
A Sweda do Brasil, tradicional fabricante de máquinas registra-
doras, inovou o seu marketing de suprimentos, oferecendo, sem
custo a seus clientes, bobinas de papel. Para viabilizar essa Estra-
tégia, fez parceria com empresas localizadas nas áreas de influên-
cia dos seus grandes clientes, tais como supermercados e shop-
pings, vendendo espaço no verso da bobina para a divulgação de
propaganda e promoções.
Até os anos 60, a maionese era um produto feito em casa e “no
braço”. A Hellmans quebrou este paradigma industrializando o
produto e fazendo o “marketing da maionese”. Da mesma forma,
até o final dos anos 80, o pão de queijo, tradicional produto da
culinária mineira, também era feito em casa e “no braço”. Aí surgiu
o mineiro Hélder Mendonça, que lançou o pão de queijo congela-
do para ser comercializado nos supermercados. Na época, estes só
ofereciam quibes, hambúrgueres e almôndegas congelados. Hél-
der enfrentou grandes dificuldades com a conservação do seu pro-
duto, que foram superadas com as seguintes Estratégias:
4 Forneceu aos supermercados freezers com tampa de vidro,
específicos para pão de queijo.
4 Subsidiou, para lanchonetes e restaurantes, fornos e estufas
especiais para pão de queijo.
4 Buscou na Itália um engenheiro especialista para desenvol-
ver uma máquina especial que fizesse o mesmo movimento
das tradicionais cozinheiras mineiras.
4 Desenvolveu um equipamento especial para fazer as boli-
nhas de massa que até então eram dosadas com colher de
sorvete e enroladas à mão.
4 Desenvolveu o pão de queijo light.
4 Fez parceria com seus distribuidores, investindo em treina-
mento e logística. Eles podem opinar no lançamento de no-
vos produtos e embalagens, como foi o caso da ricota, do
pão de queijo na forma de sanduíche e do pão de batata re-
cheado com queijo.
293
Esse conjunto de Estratégias revolucionou o “marketing do
pão de queijo”, levando a Forno de Minas ao sucesso. Hélder Men-
donça em 1998 ganhou o prêmio Master Empreendedor do ano,
promovido pela Ernst & Young.
A revista Exame de 4 de novembro de 1998, na reportagem
“Viagem ao Planeta Hélder”, mostra que a empresa em 1990
produzia 300 quilos de massa por dia, em 1998 produzia 50 to-
neladas diárias com 490 funcionários, 7 filiais e 7 mil pontos
de venda no Brasil, Itália e Argentina, faturando cerca de
US$50 milhões.
294
Benefício 5: As Estratégias orientam o recrutamento,
a seleção e o treinamento
No artigo “A escolinha do professor Bill Gates”, publicado na
Exame de 7 de abril de 1999, são destacados os principais aspec-
tos da cultura corporativa da Microsoft, que, segundo a Harvard
Business School, é o que há de mais inovador em práticas de ges-
tão. Um dos aspectos é:
295
tenção de sites, com soluções para os aspectos considerados críti-
cos em uma transação via Internet, como é o caso do faturamento
eletrônico e da segurança.
296
encontros, dados e tendências de mercado são divulgados e dis-
cutidos entre os parceiros.
Outro exemplo que merece destaque é o da Randon Imple-
mentos e Sistemas, empresa líder do mercado brasileiro de imple-
mentos rodoviários. Visando tornar-se uma montadora competi-
tiva, a empresa vem utilizando a Estratégia de formar joint-
ventures com detentores mundiais de tecnologia. Essa Estratégia
está relacionada ao objetivo de manter a liderança de mercado,
usando para tal o poder de compra da Randon Implementos.
Assim, as joint-ventures conseguem escala de produção e custos
competitivos, sendo as principais fornecedoras de sistemas, par-
tes e peças para todo o mercado de montadoras de implementos
rodoviários. As empresas nascidas dessas joint-ventures são a
Freios Master, uma associação com a empresa americana Meri-
tor, a Jost, uma associação com a empresa alemã do mesmo
nome, e a Springer Carrier, especializada em aparelhos de ar con-
dicionado para veículos pesados. No segmento de suspensões, a
Randon Implementos tem know-how próprio e, de acordo com a
Estratégia, está sendo constituída a Suspensys, uma empresa
100% da Randon.
297
A Parmalat, que disputa com a Nestlé a liderança do merca-
do brasileiro de leite e derivados, baseia seus investimentos na
Estratégia de crescer adquirindo uma empresa atrás da outra.
O “Arrastão Parmalat”, título da matéria publicada na Exame
de 22 de abril de 1998, foi iniciado em 1990. Até 1998, o “ar-
rastão” apresentava 30 “vítimas”, representando um investi-
mento de US$500 milhões. O “balanço” em 1998 apresenta a
Parmalat com 23 fábricas, em 12 estados brasileiros, com 8200
funcionários, produzindo 4 milhões de litros de leite por dia.
A Brahma e a Antártica, que se digladiavam no mercado inter-
no, sentindo a ameaça da invasão das multi, proativamente resol-
veram unir forças através de uma Estratégia comum às duas ar-
quirrivais: Unir-se no mercado interno para poder competir no
mercado externo. A operação de R$10,3 bilhões envolve a pro-
dução anual de 9 bilhões de litros de cerveja. Esta Estratégia pro-
duziu a 3a maior empresa de cerveja e a 5a maior empresa de bebi-
das do mundo, com fábricas em 18 estados brasileiros, além do
Uruguai, Argentina e Venezuela, faturando mais de US$10 bi-
lhões.
O Objetivo que gerou esta Estratégia é o de ser reconhecida
como uma indústria de bebidas e não apenas como uma cerveja-
ria-gigante. Ao todo, a AmBev vai administrar 76 diferentes
marcas de cervejas, refrigerantes, isotônicos, sucos, chás e água mi-
neral.
298
III. Como formular as Estratégias Competitivas
Escolhido o futuro a ser construído para sua empresa através da
Visão e dos Objetivos, chegou a hora de escolher como cons-
truí-lo.
O desafio agora é formular Estratégias para atingir os Objetivos.
Mas, atenção:
a
1 Etapa: Formular as Estratégias
Ao decidir o que fazer e o que não fazer para alcançar os Objeti-
vos, tenha em mente as seguintes dicas e características das Estra-
tégias:
DICAS
a
1 Não exagere na quantidade de Estratégias.
Quem tem cem com “c” pode ficar sem com “s”.
a
2 Seja claro ao explicitar as Estratégias.
Não se implanta o que não se entende.
a
3 Não confunda Estratégias com Ações.
Ações são o detalhamento das Estratégias.
299
CARACTERÍSTICAS DAS ESTRATÉGIAS
1a As Estratégias devem considerar as Tendências Relevantes
para o Século XXI, bem como a Análise do Ambiente.
Na reportagem “Como enfrentar as tempestades”, a revista
Exame de 12 de maio de 1991 perguntou ao consultor Peter
Drucker “Se as Estratégias devem ser traçadas baseadas em fato-
res internos ou externos”. Drucker assim respondeu:
“Ambos, assim como é preciso ter duas mãos. Comecemos
sempre pelos fatores externos, que dirão o que realmente precisa
ser feito. Se você começar internamente, acaba iniciando com o
que gostaria de fazer, em vez do que precisaria ser feito. Quando
você entender exatamente as demandas e oportunidades, o mer-
cado, a demografia, o desenvolvimento social e assim por diante,
então pergunte-se ‘Qual a nossa força, qual a nossa real compe-
tência e onde e como elas preenchem necessidades, demandas e
oportunidades?’.”
300
3a As Estratégias devem ser compatíveis com os recursos.
Entendemos como recursos não apenas os financeiros, mas to-
das as Forças que a empresa possa mobilizar para atingir os
Objetivos.
Como exemplo, citamos o caso da Marcopolo, que se viu obri-
gada a dilatar o prazo de implantação de sua Estratégia de Inter-
nacionalização, em função de não dispor de recursos humanos
em quantidade suficiente. A solução encontrada foi em duas
vertentes: recrutar novos talentos e capacitar a equipe interna.
Assim, a compatibilização da Estratégia com os recursos se deu
via dilatação do prazo de implantação.
301
6a As Estratégias devem estar dentro do limite de risco
aceito pela empresa.
Por exemplo, a IBM definiu que sua Estratégia de terceirização
teria um limite no grau de dependência de um terceiro para com
ela. Este limite ficou em 25%, isto é, nenhum terceiro pode ter
mais de 25% do seu faturamento dependente da IBM.
“Se você quer ter sucesso, deve lançar-se por novos caminhos, em vez de se-
guir pelas trilhas batidas do sucesso tradicional.”
John Rockfeller
302
4 Os Princípios da sua empresa.
4 As Oportunidades e Ameaças identificadas na Análise do
Ambiente.
4 As Forças e Fraquezas identificadas na Análise do Ambiente.
4 As Competências Competitivas da sua empresa.
4 Temas para Estratégias.
Apresentamos uma lista de temas para ajudá-lo a criar seu arse-
nal de Estratégias.
4 Virtualização
4 Foco
4 Inovação
4 Internacionalização
4 Clientelização
4 Alianças Estratégicas
4 Terceirização
4 Parceirização
4 Diversificação
4 Segmentação
4 Diferenciação
4 Precificação
4 Distribuição
4 Exportação
4 Posicionamento
4 Localização
4 Custos
4 Financiamento
4 Verticalização
4 Horizontalização
4 Escala
303
a
2 Etapa: Checar a consistência das Estratégias
Agora que foram formuladas as Estratégias, antes de imple-
mentá-las é prudente checar sua consistência. Assim, para cada
Estratégia devem ser respondidas as perguntas do check-list a
seguir:
304
2a Algumas Estratégias, por sua alta relevância para a empresa,
merecem um tratamento especial. Sugerimos sua implanta-
ção através de Projeto Estratégico, assunto que será aborda-
do no Capítulo 9, quando trataremos da implantação do
Plano Estratégico.
a
3 Etapa: Priorizar as Estratégias
Nem sempre uma Estratégia é de implantação imediata e algumas
são mais impactantes do que outras, o que nos leva à necessidade
de estabelecer prioridades dentre as Estratégias.
Apresentamos a matriz que cruza o impacto da Estratégia
nos resultados da empresa com o tempo necessário para o re-
sultado ocorrer ou seu retorno, permitindo, assim, sua priori-
zação.
Estratégia: ......................................................................................................
Rápido
zona de
prioridade
Demorado
305
Priorização de Estratégias
CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO: P T C
A – Alto Impacto 5 R O R
B – Médio Impacto 3 I T E
C – Baixo Impacto 2 O A S
D – Neutro 0 R L C
E – Negativo -1 I I
D D M
Prioridades: A E E
P1 = máxima D N
P2 = média E P T
P3 = baixa O O
N
T
O
S
Crescimento
1.
2.
3.
Participação de Mercado
1.
2.
3.
Inovação
1.
2.
3.
Produtividade
1.
2.
3.
Qualidade
1.
2.
3.
Resultado Econômico-Financeiro
1.
2.
3.
306
P I P Q R P
A N R U E R
R O O A S I
T. V D L U O
A U I L R
M Ç T D T I
E Ã I A A D
R O V D A
D
C I E D
O
A D E
D A E
O D C
E O
F
I
N
307
IV. Exemplos de Estratégias Competitivas
Acreditamos que os exemplos que utilizamos no conteúdo do ca-
pítulo sejam suficientes para orientar uma reflexão e apoiá-lo na
formulação de Estratégias para sua empresa.
“A crise que aflige as empresas dos Estados Unidos e do mundo inteiro é cla-
ramente uma crise de estratégia.”
Michael Porter
308
Capítulo
Como divulgar,
implantar e
acompanhar o
Plano Estratégico
da sua empresa
Negócio
Missão
Princípios
Análise do Ambiente
Visão
Objetivos
Estratégias Competitivas
Planos de Ação
Divulgação, Implantação
e Acompanhamento
312
I. Como Planejar a Ação
A ponte entre a intenção e a realização é a Ação. A Estratégia nada
significa até que se transforme em Ação, e esta em resultados.
Assim, para passar do planejamento ao “fazejamento”, sugerimos
os seguintes passos:
o
1 Passo: Criação das Forças-Tarefa dos Objetivos
A força-tarefa (FT) é responsável pela elaboração e implantação
do Plano de Ação do Objetivo.
Sugerimos as seguintes dicas para formação e atuação da FT:
Dica 1:
Cada Objetivo deve ter uma FT específica.
Dica 2:
Uma FT deve ter até 5 participantes.
Dica 3:
As áreas da empresa que podem agregar valor ao Objetivo devem estar re-
presentadas na FT.
Dica 4:
O Coordenador da FT é o principal responsável pelo Objetivo.
Dica 5:
A FT deve ter a autonomia para agir matricialmente na organização, re-
quisitando os talentos necessários tanto para a formulação quanto para
a implantação do Plano de Ação, visando o atingimento do Objetivo.
Dica 6:
Divulgue, sistemática e amplamente, a atuação da FT para toda a estrutu-
ra da empresa, visando gerar conhecimento e envolvimento de todos
com o Objetivo.
313
o
2 Passo: Elaboração do Cronograma do Processo
Onde devem constar todas as atividades ligadas ao Processo
de Planejamento Estratégico
Atividades Datas
o
3 Passo: Formulação dos Planos de Ação
Chegou o momento de detalhar as Estratégias, o que deve ser fei-
to através dos Planos de Ação.
Cabe agora ao coordenador reunir a força-tarefa para detalhar
as Estratégias sob forma de Ações, indicando também os resulta-
dos esperados, os responsáveis, os recursos adicionais necessários
à implantação das Ações e o “prazograma”, que é o cronograma
de implantação das Ações. Essas atividades são para o horizonte
de um ano, uma vez que o Plano de Ação deve ser anual.
O trabalho da FT deve ser desenvolvido de forma participati-
va, evitando-se o trabalho isolado no qual cada participante envia
ao coordenador suas idéias para serem consolidadas no plano.
O processo participativo permite uma visão global e, por en-
volver pessoas de diversas áreas, evita duplicidade de ações e pro-
move maior envolvimento dos outros níveis da empresa. A expe-
riência mostra a importância de reservar tempo específico para
elaborar os Planos de Ação através de reuniões das FTs.
314
Quanto às Ações propriamente ditas, quatro dicas devem ser
consideradas na formulação do Plano de Ação.
Dica 1:
Uma Ação pode ser permanente, sem prazo de término, enquanto outras
podem ser temporárias, com início e fim definidos.
Dica 2:
Ações já em curso na empresa devem ser incluídas no Plano de Ação para
que sua implantação seja mais bem coordenada.
Dica 3:
O coordenador da FT deve orientar os participantes para que selecionem
as Ações mais relevantes, isto é, as que produzam maior impacto para
atingir o Objetivo. Não confundir Ações com tarefas ou providências.
Dica 4:
Além da seleção pela relevância, recomendamos a concentração em um
conjunto reduzido de Ações para otimizar recursos e esforços.
315
Plano de Ação
Força-Tarefa
Coordenador: Participantes
Objetivo:
Estratégias 1.
2.
3.
Ações Resultados Esperados Resp. Rec. Adic.
Ações da Estratégia 1
1.1
1.2
1.3
Ações da Estratégia 2
2.1
2.2
2.3
Ações da Estratégia 3
3.1
3.2
3.3
o
4 Passo: Compatibilização dos Planos de Ação
Cada FT elabora seu Plano de Ação separadamente e em seguida os coor-
denadores das FTs se reúnem e apresentam seus Planos de Ação visando:
316
Exercício
PRAZOGRAMA
317
Formulário para Compatibilização dos Planos de Ação
Data de Elaboração ___ / ___ / ___
econômico-financeiro
Objetivos
Participação de
Produtividade
Crescimento
Qualidade
Resultado
Inovação
mercado
Estratégias e Ações
1.
1.1
1.2
1.3
1.n
2.
2.1
2.2
2.3
2.n
3.
3.1
3.2
3.3
3.n
Tipos de Ação
Se: Seqüencial
Id. Idênticas
Su: Superpostas
318
o
5 Passo: Assegurar recursos para as Ações
É chegada a hora de testar a viabilidade dos Objetivos e Estraté-
gias Competitivas de sua empresa.
Esta etapa funciona como “um filtro” antes de submeter à
apreciação e aprovação pela Diretoria e/ou Conselho o conjunto
formado pelo Plano Estratégico e pelos Planos de Ação.
É neste momento que vão ser avaliados Objetivos e Estraté-
gias Competitivas, do ponto de vista financeiro, aprovados ou
revistos.
319
Destacamos que a falta desse passo é uma das principais causa
mortis dos Planos Estratégicos.
o
6 Passo: Aprovação Formal do Plano Estratégico
e dos Planos de Ação
Agora que você formulou o Plano Estratégico, os Planos de Ação
e teve assegurados os recursos para sua implantação, recomenda-
mos que esse conjunto seja formalmente aprovado, para que as
decisões ali contidas tenham validade em todos os níveis da em-
presa. Recomendamos, ainda, que tal aprovação ocorra em reu-
nião especial da diretoria, que deve encaminhar sua decisão ao
Conselho de Administração, quando for o caso, para também fa-
zer uma aprovação formal.
Você poderá estranhar essa recomendação e se perguntar: se o
processo é participativo, inclusive contando com o primeiro esca-
lão, por que aprovação formal?
Observe que o processo é participativo na formulação do Pla-
no, mas não quanto à decisão final, que cabe aos legalmente cons-
tituídos.
Outro aspecto a destacar é que, no momento em que se obtém
a aprovação formal, obtém-se também a garantia dos recursos
para implantá-los.
320
II. Como divulgar e decolar
É inegável a Tendência Relevante na direção da crescente abertu-
ra da sociedade, da transparência e da democratização de infor-
mações.
Assim, o Plano Estratégico, antes considerado documento de
acesso restrito à alta administração, tornou-se objeto de ampla di-
vulgação em todos os níveis da empresa. Se a intenção da empresa
é o sucesso, é necessário que ela informe a todos os seus funcioná-
rios como pretende alcançá-lo.
Temos observado nas empresas diferentes graus de abertura
com relação à divulgação do Plano Estratégico. Cabe à diretoria
da empresa decidir qual o grau de abertura é mais conveniente e
estratégico para a divulgação do seu plano.
Ao tomar essa decisão, considere o benefício de seus funcioná-
rios conhecerem como e onde a empresa quer chegar, e não ape-
nas o risco de seus concorrentes serem informados sobre seus pas-
sos. Lembre-se:
321
Matriz de Divulgação I
Análise do Ambiente
Conteúdo do Plano
Estratégias
Princípios
Objetivos
Negócio
Missão
Visão
Públicos
Conselheiros e Diretores
Gerentes
Funcionários
Acionistas
Clientes
Distribuidores
Fornecedores
Comunidade
Governo
Sindicato
Mídia
Matriz de Divulgação II
Análise do Ambiente
Conteúdo do Plano
Estratégias
Princípios
Objetivos
Negócio
Missão
Visão
Mídia
1. Descanso da tela de computador
2. Intranet
3. Internet
4. Site
5. Mural eletrônico
6. Cartão de visita
7. Perfil da empresa
8. House Organ
9. Entrevistas
10. Anúncios
11. Mala Direta
12. Contracheque
322
Matriz de Divulgação II
Análise do Ambiente
Conteúdo do Plano
Estratégias
Princípios
Objetivos
Negócio
Missão
Visão
Mídia
13. Manuais
14. Calendário
15. Relatório Anual
16. Brindes
17. Placa
18. Pôster
19. Camiseta
20. Banner
21. Agenda
22. Crachá
23. Botton
COMPROMISSO
323
Este assunto foi abordado no artigo “A parceria que engorda os
salários”, publicado na revista Exame de 12 de junho de 1991,
que destacou:
324
325
326
327
328
329
330
331
332
333
334
335
336
337
338
339
340
341
342
III. Como implantar
Implantar é fazer acontecer o que foi planejado!
Vamos apresentar algumas sugestões inspiradas em expe-
riências bem-sucedidas.
SUGESTÃO 1:
Comece com um grande evento para lançar o Plano Estratégico,
assim como o “Dana Rumo ao Século XXI”, megaevento realiza-
do na Dana-Albarus em 1995, no auditório do Hotel Plaza São
Rafael, envolvendo 600 funcionários, e repetido em São Paulo
com a presença de toda a diretoria da empresa.
SUGESTÃO 2:
Assegure a liderança do processo. Cabe ao principal executivo da
empresa o papel de líder no processo de Planejamento Estratégi-
co, assegurando sua prioridade e continuidade.
SUGESTÃO 3:
Multiplique a liderança. É essencial que a liderança se propague
por toda a empresa e ela deve ser complementada através da atua-
ção de agentes multiplicadores, que também precisam ser líderes
e formadores de opinião.
SUGESTÃO 4:
Valorize a disciplina, o otimismo e a determinação. São caracte-
rísticas das empresas e pessoas vencedoras. A Dana Brasil, em-
presa líder no setor de autopeças, lançou um programa com o se-
guinte slogan:
SUGESTÃO 5:
Mantenha o rumo, faça como Alexandre Randon, que disse:
“Não é qualquer turbulência que leva nossa Randon a abandonar
o nosso Plano Estratégico.” Crises e surpresas fazem parte do Ce-
nário, o importante é ter foco e manter o rumo contornando os
343
obstáculos. Quando o comandante de um avião encontra uma
turbulência, não abandona o plano de vôo, mas sim desvia, com-
pensa os ventos contrários e retorna à rota original.
SUGESTÃO 6:
Mantenha o foco. O que não estiver no Plano Estratégico, não é
importante e, portanto, não deve ser feito. A não ser que, sendo
considerado importante, seja incluído no Plano. Eduardo Vaz,
presidente da Líder Táxi Aéreo, ao divulgar o Plano Estratégico
da empresa, afirmou: “Se não estiver no Plano Estratégico, não
perca tempo com isso.”
O Plano Estratégico, assim como o plano de vôo, deve ser o
principal referencial para tomada de decisões.
SUGESTÃO 7:
Mantenha a equipe bem informada, utilizando os meios de co-
municação mais aceitos pela cultura de sua empresa, sem despre-
zar os virtuais. Uma boa idéia é usar a Intranet para manter o Pla-
no sempre vivo e no “ar”. Se você acha que é difícil falar com to-
dos na sua empresa, siga o exemplo de Jack Welch, CEO da Ge-
neral Electric, que freqüentemente usa a Intranet para manter in-
formada a sua equipe de 289.000 funcionários.
E não esqueça de comemorar todas as vitórias, mesmo as pe-
quenas, além de reconhecer e premiar a equipe. Vale recordar os
excelentes resultados alcançados pela Marcopolo e Elevadores
Sûr ao vincular seus programas de incentivo aos resultados obti-
dos no Planejamento Estratégico.
SUGESTÃO 8:
O desafio de construir o futuro da empresa diante de mudanças,
surpresas e, principalmente, de forças concorrentes, só será ven-
cido se as pessoas envolvidas estiverem motivadas e capacitadas.
Mas cuidado para não fazer treinamento somente porque exis-
te verba. O Plano Estratégico novamente atua como referência
para o processo de capacitação e desenvolvimento.
344
Capacitar quem? e para quê?, deve ser a pergunta inicial. E a
resposta será encontrada no Plano Estratégico. Siga o exemplo
dado por empresas campeãs que adotaram o conceito de Lear-
ning Organization:
4 A Brahma lançou o programa MBA, que é o Master in Brahma
Administration, no qual investe R$800.000 por ano.
4 A Randon criou o Programa Executivos do Próximo Milê-
nio.
4A SLC – John Deere implantou o Programa Distribuidor
Classe Mundial, que consiste em desenvolver os principais
executivos de sua rede de distribuidores.
4A McDonald's, com um investimento de US$7 milhões,
criou em São Paulo a Universidade do Hambúrguer.
4 A Dana tem, em Ohio, EUA, a Dana U (Dana University),
atuando também no Brasil.
4 O BankBoston criou a Boston School, onde, além dos fun-
cionários, os cursos podem ser freqüentados pelos seus
familiares.
4 O grupo Accor criou a Academia Accor.
4 O Cenex, entidade que congrega as mais importantes em-
presas do Estado do Rio Grande do Sul, desde 1986 promo-
ve, através de seus cursos, a excelência empresarial de suas
mantenedoras, que são:
Randon, Dana, Cambará, Extremo Sul, Arthur Andersen,
DHB, Thyssen Sûr, Marcopolo, Carraro, Petropar, Riocell,
Gerdau, SLC John-Deere, Tintas Renner e Todeschini.
As Tendências Relevantes mostram que não basta ser uma
Learning ou uma Teaching Organization para se ter sucesso no
Século XXI.
Nossa proposta é que você transforme sua empresa em uma
Learning and Teaching Organization.
345
“Se queres colher a curto prazo, plante cereais. Se queres colher a longo
prazo, plante árvores frutíferas. Se queres colher para sempre, capacite as
pessoas.”
Provérbio Chinês
1. Como acompanhar
“Planejo, logo executo” nunca é uma verdade. Uma das causa mor-
tis de bem intencionados processos de planejamento tem sido a ine-
xistência ou ineficiência de um acompanhamento sistemático.
O plano não é “auto-implantável”; ele pode morrer na gaveta.
346
Visão: deve-se verificar se as principais decisões estão em conso-
nância com a Visão da empresa.
347
Para avaliar resultados, sugerimos comparar a evolução dos re-
sultados atingidos com os esperados, registrando no Relatório de
Avaliação do Plano de Ação, cujo modelo sugerimos a seguir.
Objetivo:
Força Tarefa
348
As informações sobre os resultados alcançados mês a mês são
obtidas através dos balancetes mensais, do orçamento e através
do coordenador de cada Força-Tarefa.
Para corrigir a rota, não ceda à tentação de mover “o alvo para
o local para onde foi a flecha”. O essencial é corrigir e compensar
suas ações e atingir os Objetivos definidos.
Os resultados dessa avaliação devem ser registrados em gráfi-
cos que vão compor o que chamamos de Painel de Performance.
Este deve ser colocado nas mesas e nas telas dos computadores
dos diretores. Sugerimos também a reserva de uma Sala de Co-
mando, que pode ser a sala de reunião de diretoria, onde o Painel
de Performance deve ser colocado na parede para servir de pano
de fundo para as reuniões de diretoria, em especial para a Reu-
nião de Avaliação de Resultados e Correção de Rota. Um exem-
plo para ilustrar nossa proposta:
Na Dana Brasil, multinacional dos sistemas de autopeças, su-
gerimos criar a Sala de Comando. Fomos surpreendidos na visita
de um controler da corporação que nos informou que em Toledo,
na sede da empresa, havia algo semelhante que era chamado Cork
Room (sala de cortiça), pois é na cortiça onde se fixam os gráficos
com os indicadores de performance. As fotos a seguir são da sala
de reuniões da Diretoria da Dana Brasil em Porto Alegre.
349
No mundo da high-tech, certamente esta sala não seria de pai-
néis de cortiça. Podemos imaginá-la como uma sala com diversos
monitores formando um Painel de Acompanhamento de Perfor-
mance eletrônico, porém, mantendo sua característica de Sala de
Comando. Como exemplo apresentamos a seguir a foto da Sala
de Comando da SAP, multinacional alemã líder em software de
gestão, publicado no jornal Valor de 24 de maio de 2000.
350
V. Como atualizar
Se o Plano Estratégico faz sintonia entre o ambiente e a empresa,
ele precisa ser atualizado periodicamente para acompanhar as
mudanças relevantes do ambiente.
Como vimos no Capítulo 1, a metodologia para se formular
um Plano Estratégico pode ser dividida em 2 conjuntos: um
mais permanente, menos influenciável pelas mudanças do am-
biente, e outro mais vunerável pelas alterações do ambiente.
Ambos, porém, devem ser periodicamente submetidos a proces-
sos de atualização.
Para as etapas Negócio, Missão e Princípios, as atualizações são
feitas a cada 5 anos. Mesmo não ocorrendo mudanças tão signifi-
cativas no ambiente a ponto de exigirem antecipação de um ques-
tionamento, não será dispensada uma validação anual.
Para a etapa Visão, o importante é avaliar sua realização. Se ela
for realizada, deverá ser proposto novo desafio, cabendo então a
sua atualização.
Para as etapas Análise do Ambiente, Objetivos e Estratégias
Competitivas, além do processo permanente de acompanhamen-
to, avaliação de resultados e correção de rota, recomendamos
uma atualização anual realizada através de reunião do GPE (Gru-
po de Planejamento Estratégico), com a seguinte agenda:
351
A. Palestras sobre temas relevantes para a empresa, tais como:
4 Tendências econômicas
4 Tendências tecnológicas
4 Tendências do mercado
4 Tendências político-sociais
4 Tendências de qualidade
4 Tendências de recursos humanos
B. Resgate no estoque de Oportunidades, captadas pelo Ra-
dar do Ambiente, que forem aproveitáveis para utilização
no processo.
C. Identificação de opiniões e expectativas dos Públicos Re-
levantes (clientes, fornecedores, funcionários, Governo,
concorrentes etc.), através de:
4 Pesquisas de opinião
4 “Painéis” com clientes
4 Pesquisa junto a fornecedores e distribuidores
4 Pesquisa com funcionários
352
VI. Não basta planejar, é preciso administrar
estrategicamente
O que sugerimos e exemplificamos neste e nos demais capítulos
levam a empresa na direção do sucesso que todos querem.
Para que esse sucesso seja planejado, como já demonstramos, a
empresa precisa do Plano Estratégico.
Entretanto, mais do que planejar estrategicamente, é funda-
mental Administrar Estrategicamente.
Ansoff, um dos criadores do Planejamento Estratégico e da
Administração Estratégica, resume na afirmação a seguir a men-
sagem que precisamos para completar este capítulo.
353
Página deixada intencionalmente em branco
Capítulo
Exemplo real
e completo
de processo
de Planejamento
Estratégico
356
1
357
3
358
5
359
7
360
9
10
361
11
12
362
13
14
363
15
16
364
17
18
365
19
20
366
21
22
367
23
368
PRINCIPAIS REALIZAÇÕES IMPLEMENTADAS NO HOSPITAL TACCHINI
NO PERÍODO 1994/1999, POSSÍVEIS COM O SUPORTE DO TACCHIMED
1. CENTRO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM (RX, Ecografia,
Tomografia, Mamografia, Laboratório, Banco de Sangue)
com 1.000 m2
2. PRONTO SOCORRO, com 630 m2
3. CENTRO CIRÚRGICO AMBULATORIAL, com 630 m2
4. CENTRO DE RECUPERAÇÃO CIRÚRGICA, com 400 m2
5. CENTRO OBSTÉTRICO (Maternidade), com 400 m2
6. HEMODIÁLISE, com 153 m2
7. UTI PEDIÁTRICA (remodelação), com 400 m2
8. UNIDADE DE INTERNAÇÃO MATERNO-INFANTIL, com 22 quartos
9. SALA DE CONFORTO para familiares de internados em UTI
10. CENTRO CIRÚRGICO: ampliação com sala cirúrgica
11. CAFETERIA, para familiares e visitantes
12. SALA DE ESTAR E INSTALAÇÕES PARA PLANTÕES MÉDICOS,
com 112 m2
13. TRANSFERÊNCIA DA ÁREA ADMINISTRATIVA E TACCHIMED,
com 450 m2
14. AUDITÓRIO, para medicina preventiva à comunidade
e Escola de Enfermagem
15. ECOGRAFIA: 3 equipamentos
16. RADIOLOGIA: 3 equipamentos
17. ARCO CIRÚRGICO para radiologia em cirurgias
18. INCINERADOR DE LIXO HOSPITALAR
19. LABORATÓRIO: 3 equipamentos de automação
20. ANESTESIA: um equipamento avançado para grandes cirurgias
21. UNIDADE DE APOIO PSIQUIÁTRICO, com 16 leitos
22. CENTRO DE ENDOSCOPIA, anexo ao Centro Cirúrgico
Ambulatorial
23. SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR: com 3 veículos e 4 equipes
24. SERVIÇO DE VOLUNTARIADO às pessoas carentes internadas
25. AMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ATENDIMENTO para 307 leitos
369
Mensagem Final
Estamos conscientes de que nosso livro não é perfeito nem esgo-
ta o assunto.
Por isso, convidamos você leitor, a participar enviando suas dúvi-
das, sugestões e exemplos, que certamente irão agregar valor ao
nosso trabalho.
Estaremos atualizando e aperfeiçoando este livro através do site
www.construindoestrategias.com.br
Desta forma estaremos formando uma rede que permitirá a co-
municação permanente entre autores e leitores.
Buscamos inspiração para a melhoria contínua do nosso traba-
lho na declaração do campeão Ayrton Senna:
370