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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

CHRISTOPHER SCHROEDER
GUILHERME STREMEL
MARLON HILGEMBERG
MAURICIO SLEUTJES

GRANULOMETRIA

PONTA GROSSA
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

CHRISTOPHER SCHROEDER
GUILHERME STREMEL
MARLON HILGEMBERG
MAURICIO SLEUTJES

GRANULOMETRIA

Relatório apresentado à disciplina de


Ensaios e Caracterização de Materiais 1
como parte dos requisitos para obtenção do
título de engenheiro de materiais na
Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Professor: Robson Couto da Silva

PONTA GROSSA
2017
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de histograma................................................................................ 6

Figura 2: Exemplo da curva de frequência .................................................................. 6

Figura 3: Agitador mecânico........................................................................................ 7


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Materiais comparados através da granulometria ......................................... 5

Tabela 2: Número da malha e abertura da tela ........................................................... 9

Tabela 3: Quantidade retida por malha ..................................................................... 10


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

1.1 ARGILA.............................................................................................................. 5

1.2 GRANULOMETRIA............................................................................................ 5

1.2.1 Representação da granulometria ................................................................ 5

1.2.1.A. Propriedades provenientes da granulometria ........................................ 6

1.2.1.B. Efeitos da porosidade na resistência mecânica ..................................... 7

1.3 ENSAIO GRANULOMETRICO .......................................................................... 7

2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 8

3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 9

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 10

5 CONCLUSÃO......................................................................................................... 14

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 15
5

1 INTRODUÇÃO

1.1 ARGILA
A argila é um material proveniente da natureza, onde o mesmo é
encontrado em rochas, que nada mais são que agregados naturais formados por
um ou mais minerais de composição e propriedades diversas. Quando misturado
com agua, a argila tem como propriedade desenvolver certa plasticidade, que
permite o seu modelamento para os mais diversos fins. São utilizadas
principalmente na indústria cerâmica, onde podem ser classificadas
generalizadamente em cerâmicas tradicionais e cerâmicas avançadas.
As argilas são constituídas principalmente de silício, alumínio e agua, mas
podem ter também em sua composição, em menor escala, o ferro, metais alcalinos
e alcalinos terrosos (1,2).

1.2 GRANULOMETRIA
Não só as argilas, mas também outros materiais naturais, podem ser
classificados através da sua granulometria. As argilas são constituídas de
partículas extremamente finas, geralmente com um diâmetro esférico equivalente
de ordem menor ou igual a 2 𝜇m, acima desse diâmetro até 20 𝜇m a partícula
representa o fragmento de rocha, Silte. Outros materiais são exemplificados e
comparados através da sua granulometria na tabela 1 (2):

Tabela 1: Materiais comparados através da granulometria

Fonte: Adaptado de GOMES, C. F. Argilas: o que são e para que servem. Lisboa: Maiadouro,
1988.

1.2.1 Representação da granulometria


As partículas presentes na composição de um agregado, não são
limitadas a um único tamanho, pode-se encontrar variados diâmetros de partículas
em sua composição. A forma mais fácil de representar-se a distribuição
granulométrica é através de histogramas, onde o eixo das ordenadas corresponde
6

a porcentagem, e o eixo das abcissas representa a abertura das malhas (4). A


imagem 1 ilustra um exemplo desse tipo de gráfico.

Figura 1: Exemplo de histograma

Fonte: A Analise Sedimentar e o Conhecimento dos Sistemas Marinhos. Disponível em


<http://w3.ualg.pt/~jdias/JAD/ebooks/Sedim/SedimC_CG.pdf>

Outra maneira de representar a distribuição granulometria é através da


curva de frequências, que nada mais é que uma projeção suavizada do
histograma (4). A imagem 2 ilustra um exemplo desse tipo de gráfico.

Figura 2: Exemplo da curva de frequência

Fonte: A Analise Sedimentar e o Conhecimento dos Sistemas Marinhos. Disponível em


<http://w3.ualg.pt/~jdias/JAD/ebooks/Sedim/SedimC_CG.pdf>

1.2.1.A. Propriedades provenientes da granulometria


A granulometria dos materiais argilosos é de grande importância para as
suas propriedades, sendo uma das mais influentes características para a
determinação de suas particularidades. A dimensão do grão, a distribuição
dimensional do grão e a forma do grão, regem propriedades tais como: resistência
em verde, resistência em seco, permeabilidade, plasticidade das pastas e a textura
(2).
7

1.2.1.B. Efeitos da porosidade na resistência mecânica


Na conformação do produto cerâmico, existiram a presença de espaços
vazios entre os grãos, tais espaços são denominados como poros. No tratamento
térmico realizado posteriormente no corpo cerâmico, a maioria dos poros é
eliminado, mas mesmo assim não ocorre a total aniquilação dos mesmos.
A porosidade age de uma forma negativa nas propriedades dos materiais
cerâmicos. A porosidade tem dois pontos principais que a levam como um efeito
negativo sobre a resistência a flexão.
1) Poros reduzem a área de seção reta onde uma determinada carga é
aplicada Poros funcionam como concentradores de tensões (3).

1.3 ENSAIO GRANULOMETRICO


Este ensaio tem como finalidade determinar a distribuição granulometria
do agregado a ser analisado, ele analisa a porcentagem em peso que fica retido
em cada peneira.
O ensaio é iniciado em um empilhamento de peneiras, onde a de maior
abertura fica na parte superior e a de menor abertura fica na parte inferior. O
agregado a ser analisado é depositado na parte superior, com proposito que os
grãos de maiores granulometrias fiquem retidos primeiro, passando assim,
somente os grãos de granulometria menor do que a peneira utilizada. Para a
agitação das peneiras é utilizado um agitador de peneiras, imagem 5, que mantem
a ordem de empilhamento, vedando a parte final e inicial do conjunto de peneiras,
evitando assim o desperdício do material a ser analisado (5).

Figura 3: Agitador mecânico

Fonte: UNICAMP, Tecnologia da fluidização. Disponível em:


<http://www.fluidizacao.com.br/pt/home.php?pgi=caracter3.html>
8

2 OBJETIVOS
Verificar a granulometria de uma determinada amostra usando uma sequência
de peneiras para que ficassem retidos os maiores grãos e caracterizar visualmente a
quantidade de amostra retida em cada peneira.
9

3 MATERIAIS E MÉTODOS
Utilizou-se 12 peneiras para que fosse passada a amostra. As peneiras foram
previamente limpas e depois organizadas com a abertura da malha em ordem
crescente da base para o topo conforme norma NBR 7217 da ABNT. Em contrapartida
a norma, nesta foram organizadas duas pilhas iguais de peneiras, cada uma com seu
respectivo fundo, devido a limitação do agitador mecânico. A tabela 2 ilustra a ordem
da peneira bom como sua abertura de malha.

Tabela 2: Número da malha e abertura da tela

Malha
2360 1000 850 500 300 250 180 150 106 63 45 38
(μm)
Numero
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
da Malha
Fonte: O autor

Em seguida adicionou-se a primeira pilha de peneiras e cuidadosamente


adicionou-se a amostra para evitar a formação de uma camada espessa de material
sobre a superfície da peneira, permitindo assim o acesso igualitário dos grãos à tela
conforme norma NBR 7217 da ABNT. Iniciado a agitação mecânica cronometrou-se
vinte e oito minutos e trinta segundos até que a primeira série de peneiras fosse
retirada do agitador. Ao ser retirada a primeira pilha destacou-se manualmente a
peneira superior, com tampa e fundo encaixados, e agitou com movimentos laterais e
circulares alternados despejando então os resíduos dessa peneira numa bacia
identificada conforme norma NBR 7217 da ABNT. Seguiu-se com esse procedimento
para todas as peneiras da pilha.

O procedimento descrito no parágrafo acima foi realizado para as duas séries


de peneiras.

Ao final do procedimento colocou-se a quantidade de amostra retida em cada


malha separadamente eu uma vasilha, formando blocos que podiam ter sua
granulometria diferenciados visualmente.
10

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme procedimento, para a construção da curva de distribuição
granulométrica as peneiras utilizadas possuem aberturas de 2360 μm até 38 μm.
Conforme o tamanho de grão varia, uma determinada quantidade da amostra fica
retida em cada peneira. No caso de associar um tamanho de grão para a amostra,
utiliza-se o diâmetro médio das aberturas das malhas.

Utilizando 350g de uma argila cedida pelo professor, os resultados


obtidos através da peneiração estão contidos na Tabela 3.

Tabela 3: Quantidade retida por malha

Granulometria
Gramas
Gramas %
μm retidas
retidas Retida
acumulativo
2360 0,43 0,12 0,43
1000 111,34 31,81 111,77
850 7,67 2,19 119,44
500 22,00 6,29 141,44
300 27,39 7,83 168,83
250 61,79 17,65 230,62
180 73,15 20,90 303,77
150 7,80 2,23 311,57
106 22,00 6,29 333,57
63 11,63 3,32 345,20
45 2,29 0,65 347,49
38 1,02 0,29 348,51
Fundo 0,33 0,09 348,84
TOTAL 348,84 99,67 348,84
ERRO 1,16 0,33 1,16
Fonte: O autor

Esta tabela revela um grande número de informações sobre a argila. Nota-se


que durante o procedimento, ocorreu um erro. Pois a massa inicial da argila é de 350
11

g, e após o termino do procedimento, a massa final é de 348,84 g. O que representa


uma perda de 1,16 g ou 0,33%. Essa perda ocorreu durante a troca das malhas e
também há a possibilidade de o fluxo de ar ter levado alguns grãos bastante finos da
amostra. Porem essa perda de 0,33% é aceitável, pois representa apenas uma
pequena fração do total. Outro erro, percebido apenas após o procedimento, é de que
a malha 48 possui um furo com forma de elipse de aproximadamente 3 cm de
comprimento. O que é um furo muito maior que o diâmetro do furo da malha. Há uma
incerteza sobre o tamanho do efeito desse furo no procedimento. Porém é importante
ressaltar a ocorrência do mesmo. Tais erros serviram de alerta e aprendizado para
procedimentos posteriores.

Utilizando os dados da Tabela 1 o Gráfico 1 foi construído onde a distribuição


do tamanho de grão da amostra está demonstrado.

Gráfico 1: massa retida por tamanho de abertura da malha

Grafico 1: Massa retida por tamanho


de abertura da malha
120,00
100,00
Massa retida (g)

80,00
60,00
40,00
20,00
0,00

Tamanho da abertura (μm)

Fonte: O autor

Percebe-se que a distribuição de tamanho de grão não é uniforme, nem


monomodal. Pois há picos de quantidade retida para 1000 μm, outro pico em
aproximadamente 200 μm e um leve pico com grãos de tamanho aproximado de 106
μm. Portanto, considerando os picos da distribuição, afirma-se que há uma
distribuição polimodal (trimodal) do tamanho de grão.
12

Nota-se que o diâmetro efetivo da amostra está na faixa de 2360 μm até 63


μm, pois o percentual da amostra que teve diâmetro fora desta faixa de valores foi
irrelevante e desprezível para a grande maioria de aplicações.

De forma acumulativa referente a quantidade de massa retida, tem-se o


Gráfico 2.

Gráfico 2: Quantidade acumulativa de gramas retidas por malha

Quantidade acumulativa de gramas


retidas por malha
400,00
350,00
Massa retida (g)

300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00

Tamanho da abertura (μm)

Fonte: O autor

Este gráfico demonstra a presença de picos de distribuição, ressaltando o


Gráfico 1. Pois há acréscimo significativo de massa retida para grãos com tamanhos
de 1000 μm e 200 μm. O pico considerado em um tamanho de 106 μm de grão é
relativamente menor, pois é pequena a quantidade de grãos com tamanho tão
pequeno em relação ao tamanho médio de grão da amostra.

A distribuição granulométrica da amostra está diretamente relacionada à


modificação de algumas propriedades do material, uma delas é a densidade aparente
esperada, uma vez que um mesmo material tende a estar mais denso quando houver
uma ocupação efetiva do seu volume, a diferença de granulometria auxilia nesse
preenchimento pelo fato de que as partículas menores tendem a ocupar os espaços
entre as partículas maiores, preenchendo os espaços vazios que existem entre elas e
deixando apenas uma fração daquele espaço sem preenchimento (7).

Além de melhorar a densidade esperada a amostra com granulometria


polimodal tende a gerar peças com resistência mecânica maior e porosidade menor
13

justamente pelo seu melhor empacotamento, tornando a etapa de moagem do produto


uma etapa crucial do processamento de cerâmicas (7).

Além destes benefícios citados acima há uma correlação destas propriedades


com um barateamento do custo de produção de materiais cerâmicos, uma vez que a
identificação e melhor empacotamento permitem uma redução do tempo de queima
do material, que seria uma das etapas que aumentam o custo de processamento (7).
14

5 CONCLUSÃO
Apesar do erro experimental pode-se observar que o resultado, quando
colocado em gráfico, formou uma curva parabólica onde percebeu-se que a maior
parte dos grãos ficou presa nas peneiras intermediarias. Ao serem comparadas as
partes de amostras notou-se visualmente a diferença do tamanho dos grãos com
relação a diminuição do tamanho da malha. A granulometria também se mostrou
influente nas propriedades mecânicas apresentadas.
15

REFERÊNCIAS
(1) SANTOS, P. S. Ciência e tecnologia de argilas. 2ª edição. São Paulo: Edgard
Blucher, 1989. Volume 1
(2) GOMES, C. F. Argilas: o que são e para que servem. Lisboa: Maiadouro, 1988.
(3) CALLISTER, William D. JR. Ciência e engenharia de materiais: uma
introdução. 5ª edição. Rio de janeiro: LTC, 2000.
(4) A Analise Sedimentar e o Conhecimento dos Sistemas Marinhos. Disponível em
<http://w3.ualg.pt/~jdias/JAD/ebooks/Sedim/SedimC_CG.pdf> acessado em
28/03/2017
(5) UNICAMP, Tecnologia da fluidização. Disponível em
<http://www.fluidizacao.com.br/pt/home.php?pgi=caracter3.html> acessado em
28/03/2017
(6) Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7217: Agregados –
Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro. 1987.
(7) CONCEIÇÃO, Edilene de Souza – Influência da distribuição granulométrica no
empacotamento de matérias primas na formulação de porcelânicos – E.S.C São
Paulo, 2011 p.92 e 93

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