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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
CAMPUS MONTES CLAROS-MG

Relatório N° 01: Análise granulométrica

Relatório da prática experimental nº 01,


apresentado como requisito parcial para
obtenção de aprovação na disciplina
Laboratório de Engenharia Química III do
curso Bacharelado em Engenharia Química
do IFNMG - Campus Montes Claros

Docente: Dr. João Carlos Gonçalves

Discentes: Hugo Lopes Ferreira


Sérgio Oliveira Guimarães

Montes Claros, MG
25 de Fevereiro de 2022
SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO 2
3 - REVISÃO DE LITERATURA COM FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 4
4 - MATERIAIS 7
5 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 7
6 - RESULTADOS 8
7 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 24
8 - CONCLUSÃO 25
9 - REFERÊNCIAS 26
10 - ANEXO 1 - Respostas ao questionário 26

1
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

1 - INTRODUÇÃO

Na natureza é encontrado por várias vezes, materiais sedimentares na qual possuem


uma ampla variabilidade de dimensões, na qual existem elementos com micrometros ou até
mesmo metros de diâmetro, coexistindo numa mesma matriz. O estudo por trás dessa
distribuição de partículas de um mesmo elemento, em diferentes dimensões, é tomado pela
granulometria.
A análise granulométrica consiste em determinar a frequência com que as partículas
estão dispostas em determinadas classes ou intervalos de tamanho, assim como no
tratamento dos dados obtidos em cada amostragem. A distribuição dos materiais
particulados individuais podem ser classificados pela condição dimensional julgada, uma
vez que peso, volume ou número de partículas estão entre os parâmetros mais utilizados em
granulometria. Assim, para se obter tratamentos de dados cada vez mais criteriosos e dentro
da realidade dos estudos, torna-se necessário a realização de uma análise pormenorizada das
partículas sedimentadas, diminuindo então, a amplitude dos parâmetros. (DIAS, 2004).
São utilizadas técnicas para a determinação de diferentes distribuições de
sedimentos, que são classificadas com base nos tipos de fração. Para a granulometria de
grossos (sólidos com diâmetro maior que 0,074mm) a técnica utilizada é a medição direta
via peneiramento, para frações finas (diâmetro menor que 0,074mm) o tipo de técnica
granulométrica mais utilizada é pela avaliação direta por teste microscópico.
O peneiramento é um método amplamente utilizado em análises granulométricas e é
considerado um ensaio de caracterização, na qual separa o material estudado, em diferentes
frações mássicas, com sedimentos distribuídos em diferentes diâmetros de partículas. A
série Tyler Standart é um sistema de peneiramento formado por peneiras na qual é aplicado
a diferença de abertura em cada patamar retendo o material maior que a área de passagem.
O material retido na tela da peneira é denominado oversize e o passante, undersize.

2
Figura 1. Série de Tyler.

Fonte: CREMASCO, 2012.

As peneiras que compõem a série de Tyler possuem malhas, que são basicamente
arames entrelaçados, de forma que a quantidade de aberturas por polegadas se denomina por
“mesh” ou sinonimamente, malha. A peneira mais fina utilizada é a de malha 200, embora
existam outras peneiras que chegam a malha 400, que muitas das vezes são inviáveis para a
maioria dos processos, devido a sua fragilidade, custo e fácil entupimento das aberturas.
Além disso, os seus furos são facilmente deslocados, formando aberturas grandes e
pequenas e por consequência, perdendo seu caráter. (FOUST, 2008).

2 - OBJETIVOS
● Caracterizar as partículas através da análise granulométrica utilizando a técnica de
peneiramento na separação;

3 - REVISÃO DE LITERATURA COM FORMULAÇÃO MATEMÁTICA

No processo de peneiramento, ao alimentar a amostra na primeira peneira, uma certa


quantidade poderá ficar retida enquanto outra parte a atravessa e se deposita na segunda
peneira, que poderá reter uma quantidade do material restante da primeira peneira, enquanto
uma outra parte a atravessará para, a seguir, alimentar a terceira peneira e assim

3
continuamente separando o material em classes. A primeira escala granulométrica foi
proposta por Rittinger na Alemanha, e obedeceu à seguinte equação:

an = a * r
(1)

Onde:

an = abertura de ordem

a0 = abertura de referência ( 1 mm)

r = razão de escala ( 2 = 1, 414)

A Tyler Company alterou a escala de Rittinger, posteriormente, tomando como


abertura de referência (a0) 74 µm. Esta escala tornou-se de uso universal.

Para ambas escalas granulométricas, as aberturas das peneiras foram relacionadas ao


número de malhas (mesh) que representa o número de aberturas de uma mesma dimensão
por polegada. A tabela 1 mostra a relação entre os parâmetros presentes nas escalas citadas
anteriormente.

4
Quadro 1 – Escalas Granulométricas (Tyler e Richards)

Fonte: CARRISSO (2004)

A eficiência do peneiramento é dada pela relação entre a quantidade de partículas


menores que a abertura da tela de peneiramento e que passam por ela e a quantidade delas
presente na alimentação:

(2)

5
Onde:

P = passantes;

A = alimentação;

𝞪 = percentagem de material menor que a malha da alimentação.

A nível industrial, a eficiência de peneiramento está próxima a 85%, atingindo em


casos específicos cerca de 95%.
A análise granulométrica pode-se estimar o diâmetro médio para a mistura das
partículas em estudo. O diâmetro de Sauter é muito utilizado nas análises de peneiramento e
pode ser obtido através de diferentes modelos.

-Modelo GGS (Gaudin- Schumann)

(3)

Onde:
x = Fração das partículas com diâmetro menor que di;
di = Diâmetro médio entre as malhas (di < k);
k = Parâmetro (k = d100 , diâmetro da partícula para x = 1);
m = Admensional (m=1 para casos uniformes e m≠1 para casos usuais).

-Modelo Rosin- Rammler- Bennet (RRB)

(4)
Onde:
x = Fração das partículas com diâmetro menor que di;
di = Diâmetro médio entre as malhas (di < k);

6
d’ = Parâmetro (d’=d63,2, diâmetro da partícula para x= 0,632);
n = Admensional (n >0).
É de suma importância mencionar também o cálculo de densidade do material
sedimentar utilizado, uma vez que este é feito apenas com o uso das massas disponíveis ao
longo do experimento.

(𝑀𝑥 − 𝑀𝑎) /𝑀𝑎𝑝 − 𝑀𝑎𝑠 (5)

Mx = Massa material sedimentar + água;


Ma= Massa água;
Map = Massa água pura ;
Mas = Massa água dentro do frasco com material sedimentar.

Como torna-se fixo o valor de volume (25mL), torna-se válido utilizar um método
para cálculo de densidade, relacionando diferenças de massas para este mesmo volume,
como mostrado na Equação 5.

4 - MATERIAIS

● Agitador Eletromagnético de Peneiras (Tamis);


● Peneiras granulométricas (mesh ;
● Carvão ativado;
● Béqueres;
● Balança analítica;

5 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A princípio as peneiras foram levadas à balança, a fim de obter os valores de peso


particulares para cada uma delas.
Em segundo momento foi montado o sistema de série de Tyler, na qual as peneiras
foram empilhadas de forma crescente em relação ao mesh . Pesou-se cerca de 100g de
carvão ativado em um béquer e transferiu-o para o sistema. Com o ajuste do timer em 10
minutos e ajustando os torniquetes, o processo foi iniciado observando a agitação e por
consequência a transferência de massa entre as peneiras.
Para concluir, retirou-se as peneiras do sistema de modo a pesá-las com o material
retido, o valor aferido foi anotado para posteriores cálculos.

7
Os procedimentos foram reiterados para 200g e 300g de carvão ativado.

6 - RESULTADOS

As peneiras utilizadas possuem uma determinada abertura, para cada tipo e para cada
quantidade de mesh que possuem. A tabela abaixo apresenta a relação peneira e abertura de
cada mesh.

Mesh Abertura (mm)

4 4,77

6 3,36

10 1,68

14 1,19

20 0,84

25 0,71

35 0,42

60 0,25

Tabela 1 - Abertura pelo número de Mesh

Faz-se necessário dispor o sistema Tyler e o diâmetro médio das partículas naquele
determinado intervalo de peneiras.

8
Sistema Tyler Abertura
média da
peneira (mm)

+4 4,77

-4+6 4,07

-6+10 2,52

-10+14 1,43

-14+20 1,02

-20+25 0,77

-25+35 0,57

-25+60 0,33

-60 0,25

Após a realização do experimento, conforme descrito anteriormente, foi possível


encontrar o peso retido em cada peneira, para as três amostras, ou seja, de 100, 200 e 300 g,
apresentado na tabela abaixo, respectivamente.

Tabela 2 - Dados análise de granulometria para 100 g

Sistema Tyler Massa da peneira Massa da peneira Massa retida em


vazia (g) com massa retida cada peneira (g)
(g)

+4 448,77 449,47 0,7

-4+6 411,06 414,87 3,82

9
-6+10 397,42 414,53 17,11

-10+14 359,02 374,59 15,57

-14+20 343,11 380,72 37,61

-20+25 328,71 334,6 5,89

-25+35 321,79 332,45 10,66

-35+60 306,44 314,71 8,27

-60 321,92 322,37 0,45

TOTAL - - 100,07

Tabela 3 - Dados análise de granulometria para 200 g


Sistema Tyler Massa da peneira Massa da peneira Massa retida em
vazia (g) com massa retida cada peneira (g)
(g)

448,77 452,09 3,32


+4

411,06 422,62 11,56


-4+6

397,42 438,19 40,77


-6+10

359,02 386,99 27,97


-10+14

343,11 418,21 75,1


-14+20

328,71 338,56 9,85


-20+25

321,79 334,68 12,89


-25+35

10
306,44 323,46 17,01
-35+60

321,92 323,71 1,79


-60

TOTAL - - 200,27

Tabela 4 - Dados análise de granulometria para 300 g

Sistema Tyler Massa da peneira Massa da peneira Massa retida em


vazia (g) com massa retida cada peneira (g)
(g)

+4 448,77 450,19 1,42

-4+6 411,06 427,22 16,16

-6+10 397,42 470,57 73,15

-10+14 359,02 416,7 57,68

-14+20 343,11 427,46 84,35

-20+25 328,71 339,2 10,49

-25+35 321,79 348,62 26,83

-35+60 306,44 334,42 27,98

-60 321,92 323,96 2,04

TOTAL - - 300,1

11
Também pode-se expressar a relação das peneiras com a fração mássica retida em
cada uma delas, bem como a distribuição dessas frações em função do diâmetro médio das
partículas.

Tabela 5 - Distribuição da fração mássica por peneira

Sistema Tyler Massa de 100 g Massa de 200 g Massa de 300 g

+4 0,007 0,02 0,004

-4+6 0,04 0,06 0,05

-6+10 0,17 0,20 0,24

-10+14 0,16 0,14 0,19

-14+20 0,38 0,37 0,28

-20+25 0,06 0,05 0,03

-25+35 0,10 0,06 0,09

-35+60 0,08 0,08 0,9

-60 0,004 0,008 0,07

TOTAL 1 1 1

Os gráficos abaixo são referentes à distribuição dessas frações em função do


diâmetro médio das partículas.

12
Fig. 2 - Distribuição de frações em função do diâmetro para uma massa de 100 g

Fig. 3 - Distribuição de frações em função do diâmetro para uma massa de 200 g

13
Fig. 4 - Distribuição de frações em função do diâmetro para uma massa de 300 g

Além deste, podemos expressar as frações ou massas, em forma de histogramas, que


representam a frequência com que as partículas estão em relação ao diâmetro médio das
peneiras. Para cada massa utilizada, foi construído um histograma de frequência., conforme
apresentado nas figuras a seguir.

Fig. 5 - Histograma para a massa de 100 g

14
Fig. 6 - Histograma para a massa de 200 g

Fig. 7 - Histograma para a massa de 300 g

Pode-se também expressar a distribuição em função da fração acumulada. Para isso,


soma-se as frações, acumulado-as a cada peneira do sistema. Neste caso, há a fração
acumulada de grossos (X) e de finos (Y).

Tabela 6 - Distribuição da fração de grossos (X)

15
Sistema Tyler Massa de 100 g Massa de 200 g Massa de 300 g

+4 0,007 0,02 0,004

-4+6 0,047 0,07 0,06

-6+10 0,21 0,3 0,30

-10+14 0,37 0,42 0,49

-14+20 0,75 0,79 0,77

-20+25 0,80 0,84 0,81

-25+35 0,91 0,90 0,9

-35+60 0,99 0,99 0,99

-60 1 1 1

TOTAL - - -

Tabela 7 - Distribuição da fração de finos (Y)

Sistema Tyler Massa de 100 g Massa de 200 g Massa de 300 g

+4 0,99 0,98 0,99

-4+6 0,95 0,92 0,94

16
-6+10 0,78 0,72 0,69

-10+14 0,62 0,58 0,50

-14+20 0,25 0,20 0,22

-20+25 0,19 0,15 0,18

-25+35 0,08 0,09 0,1

-35+60 0,004 0,008 0,007

-60 0 0 0

TOTAL - - -

Os gráficos a seguir são as representações das frações acumuladas, com a


distribuição cumulativa para cada massa utilizada.

Fig. 8 - Distribuição de frações acumuladas a massa de 100 g

Fig. 9 - Distribuição de frações acumuladas a massa de 200 g

17
Fig. 10 - Distribuição de frações acumuladas a massa de 300 g

Após essas análises é possível adaptar os resultados nos modelos para as


distribuições, a começar pelo modelo RRB, para as três massas utilizadas durante o
experimento.

18
Fig. 11 - Modelo RRB para a amostra de 100 g

Fig. 12 - Modelo RRB para a amostra de 200 g

Fig. 13 - Modelo RRB para a amostra de 300 g

19
Para o modelo GGS a adaptação dos dados pode ser identificada nos seguintes
gráficos.

Fig. 14 - Modelo GGS para a amostra de 100 g

Fig. 15 - Modelo GGS para a amostra de 200 g

20
Fig. 16 - Modelo GGS para a amostra de 300 g

O modelo Sigmóide também foi adaptado com os dados.

Fig. 17 - Modelo Sigmóide para a amostra de 100 g

21
Fig. 18 - Modelo Sigmóide para a amostra de 200 g

Fig. 19 - Modelo Sigmóide para a amostra de 300 g

22
Além da adaptação dos modelos foi possível encontrar alguns parâmetros de
caracterização das partículas. O primeiro deles é a esfericidade da partícula. Segundo Foust
(2011), a esfericidade de um carvão é de 0,73; logo, para fins de cálculos posteriores,
consideramos esse valor como referência. Ademais, conforme descrito no item 5 desse
relatório, determina-se a densidade da partícula a partir da análise feita, em comparação com
um líquido de referência, que neste caso, utilizou-se a água destilada. A densidade da
partícula, conforme o método descrito é de 0,00093 g/cm3.
Após tais determinações, foi possível calcular a área superficial (Aw) das partículas,
conforme as equações presentes no item 10 deste relatório experimental. Para este
parâmetro, temos que para a amostra de 100 g a Aw é de 8133,78 mm2, 8463,33 mm2 para a
massa de 200 g e 8574,12 mm2 para a amostra de 300 g. A superfície total da partícula foi
calculada também para as três massas, tendo como resultado 813947,35 g. mm2,
1714978,07 g. mm2 e 2573949,89 g. mm2, para as três massas, respectivamente. Após,
pôde-se calcular o diâmetro da partícula, sendo 1,08 mm para a amostra de 100 g, 1,03 mm
para a massa de 200 g e 1,04 para a amostra de 300 g de carvão.
O volume das partículas também pôde ser estimado, sendo 0,67 mm3 para a amostra
de 100 g, 0,573 mm3 para a amostra de 200 g e 0,573 mm3 para a amostra de 300 g. Após
esses cálculos, foi possível obter o número de partículas totais de cada amostra, sendo

23
160200 partículas para a amostra 1, 374133 para a amostra 2 e 562938 para a amostra 3. Da
mesma forma, obteve-se o número de partículas por peneiras, conforme a tabela abaixo.

Tabela 8 - Número de partículas por peneira

Sistema Tyler Para a massa de Para a massa de Para a massa de


100 g 200 g 300 g

+4 1120,6 6202,2 2662,8

-4+6 6099,3 21595,7 30303,4

-6+10 27391,1 76164,2 137171,7

-10+14 24925,8 52252 108162,2

-14+20 60209,2 140297,5 158174,1

-20+25 9429,2 18401,2 19858,4

-25+35 17065,4 24080,3 50311

-35+60 13239,3 31795,7 52468,4

-60 720,4 3343,9 3825,4

TOTAL 160200 374133 562938

7 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após a confecção dos resultados, pode-se inferir que as partículas presentes nas
amostras para os diferentes pesos, apresentam distribuições similares, diferenciando entre si
em pequena proporção, portanto, infere-se que as partículas da amostra de carvão não
apresentaram grandes diferenças.

24
No primeiro conjunto de imagens (fig. 2, 3 e 4), percebe-se que a distribuição
granulométrica no sistema Tyler é bem similar para as três amostras (100 g, 200 g, e 300 g),
destoando somente para terceira amostra na região entre (-6+10), comparando com as
demais. Tal comportamento pode ser justificado pela não homogeneização da amostra como
um todo antes de sua coleta, pois faz-se necessário tal processo, visto que o carvão em
análise apresenta partículas heterogêneas, ou seja, que apresenta um diâmetro médio
variável. Da mesma forma, ao comparar os histogramas (fig. 5, 6 e 7) também apresentam
uma distribuição bem similar para as três amostras, reafirmando assim a inferência acima.
Ao verificarmos as distribuições de frequência presentes nas figuras 7, 8 e 9,
percebe-se também que as distribuições cumulativas também possuem um comportamento
símile, ou seja, são bem semelhantes entre si. Além disso, ao se comparar com gráficos
presentes na literatura (PEÇANHA, 2014), nota-se uma tendência coerente com o modelo
de gráfico que é esperado para essas análises de finos e grossos.
Os modelos de distribuição também tiveram comportamentos semelhantes, ao
compararmos os R2 das regressões lineares dos três modelos que adaptaram-se neste
experimento. O modelo GGS foi o que apresentou uma pior adaptação aos resultados, com
um R2 médio de 0,80 para as três amostras. O modelo RRB ficou como o segundo que
melhor se ajustou aos com um R médio de 0,92, e o modelo de melhor ajuste foi o sigmóide,
que possui um R2 médio de 0,94. Para ambos os modelos, o que melhor se ajustou foi para a
amostra 2. Isso pode se dar ao fato de que talvez essa amostra seja uma distribuição mais
uniforme, ao se comparar com a amostra 3, por exemplo.
Os diâmetros médios para cada análise estão dentro da região onde há maior
frequência naquele determinado intervalo. Ou seja, há uma coerência com os resultados que
propusemos neste relatório experimental, visto que o diâmetro médio das partículas é um
valor representativo do todo, e quanto mais aquela determinada frequência contribui para o
aumento da média, há uma maior chances desse valor se aproximar deste intervalo. Além
disso, o número de partículas por peneira também está coerente com o proposto pelo próprio
relatório, visto que quanto maior foi a massa daquela determinada amostra, maior será o
número de partículas presentes naquele determinado intervalo de massa.

8 - CONCLUSÃO

A partir do exposto acima, foi possível observar durante todo esse experimento a
aplicabilidade da análise granulométrica para a vida no cotidiano do engenheiro químico.

25
Tal prática nos faz experimentar muitos processos físicos de separação que são utilizados na
indústria, principalmente nos ramos alimentícios e de minérios.
A partir de tal experimento então foi possível caracterizar a amostra de carvão
ativado utilizando aparatos computacionais, a partir de gráficos e planilhas, além de ser
possível obter os gráficos de análises granulométricas, e os números de partículas, e os
modelos de adaptação granulométrica, além de poder determinar a densidade das partículas,
e também estimar a esfericidade das partículas, com base nas nossas referências
bibliográficas. Para essa primeira prática ainda, obtivemos comportamentos bem similares
de ambas as amostras, não destoando significamente uma da outra. Ademais, o modelo de
melhor ajuste linear foi o sigmóide, pois teve um melhor R2, em comparação com os
demais.

9 - REFERÊNCIAS

[1] CREMASCO, M.A. Operações Unitárias em sistemas particulados e


fluidomecânicos. Blucher, 423p. 2012;

[2] CARRISSO, R. C. C. Classificação E Peneiramento. Centro de Tecnologia


Mineral Ministério da Ciência e Tecnologia. Rio de Janeiro- RJ, 2004.

[3] FOUST, A. S. et al. Princípios de Operações Unitárias. Tradução de Horácio


Macedo. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

[4] PEÇANHA, R.P., Sistemas particulados, Operações unitárias envolvendo


partículas e fluidos. Rio de Janeiro, Editora Elsevier, 2014.

[5] A análise sedimentar e os conhecimentos dos sistemas marinhos.


Disponível em: https://www.ufjf.br/baccan/files/2012/11/Granulometria.pdf . Acesso:
16/02/2022

10 - ANEXO 1 - Respostas ao questionário

1. A análise granulométrica mostrada na Tabela seguinte, aplica-se a uma


amostra de quartzo. A densidade das partículas é de 2650 kg/m3 (0,00265

26
g/mm3), e os fatores de forma são a=2 (fator de forma de volume) e Φs = 0,571.
Para o material com tamanhos de partículas entre 4 e 200 mesh, calcular:

Tabela 1: Análise granulométrica de uma amostra de quartzo.

Fonte: MCCABE EL AL.( 1993) APUD. GONÇALVES (2019)

a) A área específica (aw) em milímetros quadrados por grama e o número


específico de partículas (Nw) em partículas por grama;

A Equação 6 nos fornece a área total específica:

(6)

𝐴𝑤 = 3965 * 0, 8284 = 3284, 61

Tem-se que:

27
(7)

𝑁 = 188, 7 * 8, 8284 = 1665, 92

Sendo k=13 e L=2.

Para obter a área específica e número específico de partículas será necessário


dividir os valores de Aw e Nw calculado por (1-xi). Assim teremos,

𝐴𝑤 = 3284, 61/(1 − 𝑥𝑖)

2
𝐴𝑤 = 3284, 61/(1 − 0, 0075) = 3309𝑚𝑚 /𝑔

e Nw sendo:

𝑁𝑤 = 188, 7/(1 − 𝑥𝑖)


2
𝑁𝑤 = 188, 7/(1 − 0, 0075) = 1678𝑚𝑚 /𝑔

b) o diâmetro volumétrico Dv ;

(8)
𝐷𝑣 = 0, 4238 𝑚𝑚

c) o diâmetro médio de volume superfície Ds;

(9)

𝐷𝑠 = 1207 𝑚𝑚

28
d) o diâmetro médio de massa Dm;

(10)

𝐷𝑙 𝑜𝑢 𝐷𝑚 = 1, 677 𝑚𝑚

e) Para o intervalo de malha de 150/200 mesh, determinar o número de


partículas Ni;

Utilizando a Equação 7 porém agora fazendo L=12 e k=13

𝑁𝑖 150/200 = 𝑁200 = 836 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠

f) Qual a fração do número total de partículas está no intervalo de 150/200


mesh?

𝑋 150/200 = 𝑁 200 / 𝑁 = 0, 498


𝑋 150/200 = 50, 18%

Isso significa que mais de 50% das partículas estão concentradas nessa faixa da
malha de 150/200 mesh.

29

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