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Belo Horizonte
Novembro, 2022
1. OBJETIVO
O objetivo desse experimento é determinar a granulometria de uma amostra de
solo através de peneiramento e sedimentação, traçar a curva granulométrica finos e,
por fim, classificá-lo, conforme a ABNT NBR 7181: 2016.
2. INTRODUÇÃO
Dentre as formas de se classificar o solo, uma das mais comuns é através do
tamanho das partículas. No entanto, para solos finos (argilosos), que são tão
importantes justamente por ter suas propriedades físicas diferenciadas, é necessário
que se faça ensaios mais elaborados, relacionados à granulometria.
É necessário um sistema de classificação, dada à infinidade de solos que
existem na natureza, que indique características geotécnicas comuns de um
determinado grupo de solos a partir de ensaios simples de identificação.
A classificação de um solo quanto à granulometria se diferencia dentre os
Órgãos/Sociedades de estudos geotécnicos, de acordo com o tipo de obra ao qual é
voltado. Por exemplo, para a AASHTO/STM, solos de granulometria até 0,005mm
ainda são considerados argilas, assim como para o DNIT. Isso porque são Órgãos
especializados em pavimentação, onde solos finos podem ser problemáticos e devem
estar em pequenas quantidades. Já para o MIT e para a ABNT, a granulometria
adotada como limite entre argila e silte é de 0,002mm, como mostra a Figura 1.
Além disso, uma das formas mais usuais de se classificar o solo é através de
curva granulométrica obtida após ensaios de laboratório, onde as frações de
pedregulho, areia, silte argila são determinadas de acordo com a escala adotada. A
fração mais predominante é a que dará nome ao solo. Para isso, pode-se utilizar
também o Triângulo de Feret, representado a seguir (National Engineering Handbook,
2022).
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Figura 1: Exemplo de nomenclatura de solo utilizando o Triângulo de Feret (National Engineering
Handbook, 2022).
Figura 2: Classificação granulométrica de acordo com ABNT NBR 6502,1995. (Suporte solos, 2022).
3.1. MATERIAIS
• Balança com capacidade de até 5kg e resolução de 0,5 gramas;
• Estufa que mantenha temperatura em até 110°C;
• Peneiras de série normal e intermediária (com tampa e fundo) 50; 38; 25; 19;
9,5; 4,8; 2,0; 1,2; 0,6; 0,42; 0,25; 0,15; 0,075 mm;
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• Trincha, pincel e escovas;
• Recipientes para armazenagem das amostras;
• Aparelho de dispersão com hélices substituíveis;
• Densímetro de bulbo simétrico calibrado à 20°C que tenha resolução de 0,001
e que seja graduado de 0,995 a 1,050;
• Termômetro graduado em 0,1°C;
• Cronômetro;
• Béquer de capacidade 250ml;
• Proveta de vidro com capacidade de 250ml;
• Agitador mecânico de peneiras;
• Bisnaga para inserção de água.
3.2. PROCEDIMENTOS
Conforme a NBR 6457, a amostra deve ser separada com quantitativo referente
ao diâmetro estimado dos grãos maiores (quantidade mínima de 1kg para grãos com
aproximadamente 5mm).
Os seguintes foram baseados na NBR 7181/2016 e dividido em 3 etapas:
1. Peneiramento grosso:
O material original foi destorroado até que todos os possíveis torrões fossem
eliminados, dos grãos retidos na peneira de 2,0mm o peneiramento grosso foi
realizado.
Este material retido foi pesado e registrado (Mg) e, utilizando do agitador
mecânico, passados nas peneiras de 50; 38; 25; 19 e 4,8mm. Houve o registro de
massas retidas acumuladas em cada peneira.
2. Peneiramento fino:
Do material passado na peneira de 2,0mm, retirou-se aproximadamente 120g
(Mn) para a próxima etapa e determinou-se a umidade higroscópica do material. O
material obtido foi lavado na peneira de 0,075 com água potável e seco na estufa à
temperatura de 105°C.
O material, com auxílio do agitador mecânico, foi passado nas peneiras de 1,2;
0,6; 0,42; 0,25; 0,15; e 0,075mm. Houve ainda um registro de massas retidas
acumuladas em cada peneira.
3. Sedimentação:
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Do material passado na peneira 2,0mm tomar cerca de 120g (para solos
arenosos) ou 70g (para solos siltosos e argilosos) o material foi pesado (Mh). Este
material foi transferido para o béquer de 250ml e com a proveta juntar 125ml de
solução de hexametafosfato de sódio com concentração conforme NBR 7181/84.
Agitou-se o béquer até que todo material fique imerso e aguardar 12 horas.
A mistura foi adicionada no copo de dispersão, removendo qualquer material
aderido ao béquer com auxílio da bisnaga. O nível ficou em até 5cm abaixo das bordas
do copo e no aparelho dispersor por 15 minutos.
Transferiu-se a dispersão para proveta e juntar água destilada até o traço
corresponder a 1000 mL, em seguida colocou-se a proveta no tanque de banho e
agitou-se frequentemente para manter as partículas em suspensão. A agitação
ocorreu por 1 minuto, com as extremidades do recipiente fechadas.
Imediatamente após a agitação, colocou-se a proveta sobre uma mesa e
anotou-se a hora exata de início. O densímetro foi mergulhado cuidadosamente na
dispersão e as leituras nos tempos (t) de 30, 60 e 120 segundos. O densímetro foi
retirado cuidadosamente e a temperatura do local foi registrada a cada leitura. As
leituras foram realizadas de 4, 8, 15 e 30 minutos, e após isso 1, 2, 4, 8 e 24 horas.
O densímetro foi colocado cerca de 15 segundos antes de cada leitura, de
maneira cautelosa e lenta.
Após a obtenção dos dados foram realizados os cálculos da massa total da
amostra (1), a porcentagem de material retido nas peneiras (2), a porcentagem de
material suspenso na sedimentação (3) e a porcentagem de material passante nas
peneiras (4) para montagem da curva granulométrica.
Para estes cálculos, foram adotadas as seguintes equações, conforme previsto
na ABNT NBR 7181/ 2016:
Mt − Mg
Ms = ∗ (100 + Mg)
100 + h
(1)
(Ms − Mi)
Qg = ∗ 100
Ms
(2)
δ Vδc(L − Ld)
Qs = N ( )∗ Mh∗100
δ − δd
(100+h)
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(3)
(1800𝑛) 𝑎
𝑑=√ ∗
δ − δd 𝑡
(4)
Sendo:
• Ms = Massa total da amostra seca
• Mt = Massa da amostra seca ao ar
• Mg= Massa do material seco retido na peneira de 2,0mm
• Mi= Massa do material retido acumulado na peneira
• h=Umidade higroscópica
• Qg=Porcentagem de material passado em cada peneira
• N=Porcentagem de material que passa na peneira 2,0mm
• δ = Massa específica dos grãos
• δ d=Massa específica do meio dispersor
• V=Volume da suspensão
• δ c= Massa específica da água
• L= Leitura do densímetro
• Ld=Leitura do densímetro no meio dispersor, na mesma temperatura da
suspensão
• d= Diâmetro máximo das partículas
• n=Coeficiente de viscosidade do meio dispersor
• a= Altura de queda das partículas
• t= tempo de sedimentação
• Mh= Massa do material úmido submetido ao peneiramento fino ou
sedimentação
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A massa inicial total pesada da amostra foi 1056 g para o peneiramento do
material graúdo, como a umidade determinada do material foi 0,3% calculou-se pela
equação 1 a quantidade de material sólido, 1052,84 g. A quantidade de material
separada para o peneiramento fino foi 122,38, ao subtrais a quantidade de massa
correspondente a água o valor determinado foi 122,01 g, conforme Tabela 1.
Tabela 1: Pesos iniciais para as etapas de peneiramento
PENEIRAMENTO GROSSO
PENEIRA DIAMET. P. MAT. P. MAT. MATERIAL PASSADO
nº (mm) RET. (g) RET. AC (g) Massa % TOTAL
2" 50,8 0,00 0,00 1052,84 100,0
1 1/2" 38,1 0,00 0,00 1052,84 100,0
1" 25,4 0,00 0,00 1052,84 100,0
3/4" 19,1 0,00 0,00 1052,84 100,0
1/2" 12,7 0,00 0,00 1052,84 100,0
3/8" 9,5 6,05 6,05 1046,79 99,4
4" 4,8 18,25 24,30 1028,54 97,69
10 mesh 2 42,01 66,31 986,53 93,70
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Tabela 3: Massas e percentuais referentes ao material fino retido nas peneiras
PENEIRAMENTO FINO
PENEIRA DIAMETRO P. MAT. P. MAT. MATERIAL PASSANTE
(mesh) (mm) RETIDO(g) RET. Ac.(g) PESO (g) %PARCIAL %TOTAL
10 2,0 122,01 100,00 93,70
16 1,20 4,87 4,87 117,14 96,01 89,96
30 0,60 14,03 18,90 103,11 84,51 79,19
60 0,250 8,60 27,50 94,51 77,46 72,58
100 0,150 17,81 45,31 76,70 62,86 58,91
200 0,075 5,96 51,27 70,74 57,98 54,33
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Também foi calculada a correção da leitura de acordo com a temperatura, visto
que esta altera a densidade da água, através da curva de calibração do densímetro,
também fornecida pelo laboratório, apresentada na
CURVA CURVA
LEITURAS DO ENSAIO CALCULADO TABELA CÁLCULOS
CALIB CALIB.
TEMPO TEMP. LEIT.DENS. LEIT. EXP LEIT.CORR. ALT.QUEDA h DIAM.GRAOS % TOTAL
DATA HORA
(s) (ºC) (L) (Ld) (Lc) (cm) (x10-6) (mm)
03/11/2022 19:25 30 21,5 1,0340 0,9990 0,0362 10,29 8,82 0,0579 45,81
03/11/2022 19:26 60 21,5 1,0310 0,9990 0,0332 10,81 8,82 0,0420 42,02
03/11/2022 19:27 120 21,5 1,0270 0,9990 0,0292 11,51 8,82 0,0306 36,95
03/11/2022 19:29 240 21,5 1,0260 0,9990 0,0282 10,83 8,82 0,0210 35,69
03/11/2022 19:33 480 22 1,0240 0,9989 0,0263 11,18 8,82 0,0151 33,25
03/11/2022 19:40 900 22 1,0230 0,9989 0,0253 11,36 8,82 0,0111 31,98
03/11/2022 19:55 1800 22 1,0210 0,9989 0,0233 11,70 8,82 0,0080 29,45
03/11/2022 20:25 3600 22 1,0200 0,9989 0,0223 11,88 8,82 0,0057 28,19
03/11/2022 21:25 7200 22 1,0190 0,9989 0,0213 12,05 8,82 0,0040 26,92
04/11/2022 10:00 51660 24 1,0180 0,9986 0,0206 12,23 10,03 0,0016 26,08
04/11/2022 19:25 86400 24 1,0170 0,9986 0,0196 12,40 10,03 0,0013 24,82
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Figura 5: Curva granulométrica.
QUADRO DE RESULTADO
PORCENTAGEM EQUIVALENTE
ARGILA SILTE AREIA (%)
(%) (%) FINA MÉDIA GROSSA PEDREGULHO (%)
5. CONCLUSÃO
O ensaio foi realizado de acordo com as normas NBR 7181/ 2016 e NBR
6502/95, podendo classificar a amostra de acordo com a faixa granulométrica como
material arenoso argilo siltoso com pedregulhos, apresentando os percentuais de
46,70% de areia, 35,50% de argila, 11,50% de silte e 6,30% de pedregulhos.
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A curva granulométrica se apresentou satisfatória, apesar das perdas de
material nas transferências de recipientes. Entretanto, era esperado um material com
maior percentual de argila, visto que foram obtidos índices de plasticidade e liquidez
para esse mesmo material, no entanto, somando-se os percentuais de silte e argila
(47,0%) obtém-se o percentual muito próximo da quantidade de areia (46,70%), o que
pode justificar uma areia que apresenta plasticidade e liquidez.
De qualquer forma, como o material foi ensaiado por outros grupos o ideal seria
comparar resultados e observar possíveis falhas na execução do ensaio.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181/ 2016 – Análise
granulométrica. Rio de Janeiro, 2016.
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