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INTRODUÇÃO

A planta ou o solo devem ser analisados para que se possa determinar possíveis
problemas nutricionais. Portanto, as análises feitas em laboratório é um recurso que
identifica a fertilidade e potencialidade do solo, sendo um instrumento de auxílio ao
produtor rural, possibilitando o aumento da lucratividade das culturas.
As características físicas dos solos são analisadas a partir de densidade global (Dg),
densidade de partículas (Dp), umidade gravimétrica (%), umidade volumétrica (UV%),
o volume total de poros (VTP), e textura. A densidade permite inferir sobre as
condições de compactação do solo e assim, permite inferir sobre o impedimento
mecânico ao sistema radicular das plantas, sendo a caracterização do sistema de poros
importante no estudo de monitoramento e armazenamento de água no solo,
desenvolvimento do sistema radicular, resistência mecânica dos solos, fluxo e retenção
de calor. (Dias Júnior, 1996; Grohmann, 1972).
A (Dp) é uma propriedade que pode sofrer variações num mesmo solo,
particularmente em função da adição de matéria orgânica e da compactação. Há uma
tendência da elevação da Dp à medida em que se aprofunda no perfil do solo.  A
umidade volumétrica pode ser relacionada com a umidade gravimétrica.
A Análise Física dos Solos tem a finalidade de determinar as principais frações
granulométricas que compõe um tipo ou classe de solo e que são normalmente divididas
em areia, silte e argila. Este tipo de análise também é chamada de granulométrica ou
textural. (Lepsch, F. Igor; 19 Lições de pedologia. 2011)
O estudo feito por Gavande (1976), mostra que a porosidade é formada por um
conjunto de poros de tamanhos diferentes, que atuam do seguinte modo: os poros
grandes proporcionam a aeração e a infiltração de água; os poros médios servem à
condução de água e os poros pequenos permitem o armazenamento de água, que estará
disponível aos vegetais. Em um solo arenoso, apesar de apresentar (VTP) relativamente
reduzida, a movimentação da água e do ar é mais rápida devido ao predomínio de
macroporos que, sendo mais maiores permitem maior liberdade para o trânsito da água e
do ar. Segundo Brady, (1989), solos de textura fina embora possuam maior VTP, este
na sua grande maioria são microporos, o que lhes confere boa retenção e movimentação
de água e pior drenagem.
O objetivo desse trabalho foi analisar solos de pastagem e de plantio. Saber aplicar e
analisar os resultados obtidos, qual seria o solo mais argiloso, arenoso e que possuía
maior VTP.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a análise de umidade gravimétrica, densidade global, densidade de partículas,


porosidade total, textura (Método da pipeta; dispersante a base de NAOH e H2O),
foram coletadas 6 amostras indeformadas sendo 3 amostras na profundidade de 0 - 10
cm e 3 amostras na profundidade 20 - 30 cm, e duas amostras deformadas na
profundidade de 00 – 20 e 20 – 40 cm. As amostras foram coletadas e colocadas em
embalagens impermeável e vedadas. As amostras de solo foram coletadas com estrutura
indeformada através de um anel de aço (Kopecky) de bordas cortantes.
 Umidade gravimétrica

Para determinação do teor de umidade presente na amostra de solo, transportada


em embalagem impermeável e vedada. As amostras foram colocadas em béquer de
vidro, numeradas e de peso conhecidos.
Após pesados, transferidos para estufa a 105-110ºC, deixados nesta condição
durante 24 horas. Retirados da estufa, colocados em dessecador e deixados esfriar e
depois pesados.

Cálculo

(a−b)
Umidade gravimétrica (%) = x 100, onde:
b
a = peso da amostra seca ao ar
b = peso da amostra seca a 105ºC

 Densidade global

Foi anotado o volume do anel cilíndrico que continham as amostras. Transferido


a amostra para béquer de vidro, numerada e de peso conhecido, e pesado o conjunto
(béquer e amostra de solo). E colocado em estufa a 105ºC e, após 24h, retirado, deixado
esfriar e pesado.
Cálculo

a
Densidade global (g /cm3) = , onde:
b
a= peso da amostra seca a 105ºC (g)
b= volume do anel ou cilindro (cm3)

 Densidade de partículas

Determinação do volume de álcool necessário para completar a capacidade de


um balão volumétrico, contendo solo seco em estufa. Foi Pesado 20g de solo seco em
estufa a 105ºC, e transferido a amostra para balão volumétrico de 50ml.
Para aferir o balão volumétrico, foi fixado uma bureta de vidro de 50ml no
suporte, e adicionado álcool na bureta até a marca zero, Posicionado o balão
volumétrico abaixo da bureta e adicionado álcool até atingir o nível de 20 ml da bureta,
Retirado o balão volumétrico de baixo da bureta e agitando suavemente o balão em
movimentos giratórios, com a base do balão apoiada em superfície plana e lisa, para
eliminar as bolhas de ar que se formaram. Foi adicionado novamente álcool na bureta
até a marca zero, Posicionado o balão volumétrico abaixo da bureta, foi adicionado
álcool até atingir o menisco do balão volumétrico, e anotado o volume de álcool gasto
para completar o volume do balão volumétrico até o menisco.

Cálculo
a
Densidade de partículas (g /cm3) = , onde:
50−b
a = peso da amostra seca a 105ºC
b = volume de álcool gasto

 Porosidade total

Para determina o volume de poros totais do solo ocupado por água, foi utilizado
o método do anel volumétrico, esse método fundamenta-se na determinação do volume
ocupado pela agua em uma amostra indeformada de solo, saturada e de volume
conhecido.
Foi utilizado o extrator de Uhland para cravar o anel metálico no solo, e o anel
com solo coletado foi levado para o laboratório e envolvido o fundo com um pano
poroso e prendido por uma liga de borracha.
Foi colocado o anel em uma bandeja plástica com agua cobrindo 2/3 da altura do
anel, após saturada o anel foi pesado e levado para a estufa para secar a 110 °C.
Após obtido o peso da amostra saturada e da amostra de solo seca foram
descontados o peso do anel, da liga de borracha e do pano, do peso das duas amostras
(saturada e seca), e o valor total de poros foi obtido da seguinte forma:
Encontrou-se o valor do volume do anel:
Volume do anel = Área x Altura V = π r².h
VTP % = volume de agua perdida x 100
Volume interno do anel
 Textura (Método da pipeta)

Foi pesado e colocado 20g de solo seco em béquer de 500ml, Adicionado 100ml
de água destilada e 50ml de solução normal de hidróxido de sódio 0,1mol, Agitado com
bastão de vidro e deixado em repouso durante uma noite ou 12 horas.
Após 12 horas de repouso foi transferido o conteúdo para o copo metálico do
agitador elétrico “stirrer” com o auxílio de um jato de água destilada, tomando cuidado
para utilizar o menor volume possível de água destilada, visto que o volume final da
solução não deveria ultrapassar 500ml, foi colocado o copo no agitador e agitado
durante 15 minutos.
Após agitado foi passado o conteúdo através de uma peneira de 20 cm de
diâmetro e malha de 0,053 (nº 270), colocada sobre um funil apoiado em um suporte,
tendo logo abaixo uma proveta de 500ml. Por esta peneira foi passado o silte e a argila,
e a areia ficou retida na peneira, Lavando o material retido na peneira com água
destilada até a água ficar meio incolor para obtenção da areia. A areia retida na peneira
foi transferida para um béquer de vidro de peso conhecido e levado à estufa a 105ºC
durante 24 horas.
Foi completado o volume do cilindro com água destilada até o menisco da
proveta, com o auxílio de uma pipeta, e agitado a solução durante 20 segundos com um
bastão, tendo este, na sua extremidade inferior, uma tampa de borracha contendo vários
furos e de diâmetro um pouco menor do que o do cilindro ou proveta, após a agitação
foi pipetado 25ml da solução silte + argila a uma profundidade de 5cm, e transferido a
solução de silte + argila para um béquer de vidro de peso conhecido e levado à estufa a
105ºC durante 24 horas.
Para obtenção da argila, foi medido a temperatura da solução silte + argila e
marcado a hora da coleta (silte + argila).
Após a obtenção da temperatura, foi calculado o tempo de sedimentação da
menor partícula de silte, com a equação de Stokes:

9∗h∗n
t= , onde:
2∗( Dp−Df )∗g∗r ²
t = tempo de sedimentação (seg)
h = profundidade de coleta na proveta (cm) – 5cm
n = viscosidade da água (poise) – Anexo 1
Dp = densidade de partículas (g/cm3)
Df = densidade da água (g/cm3) – Anexo 1
g = aceleração da gravidade (cm/seg2) – 978.4221 cm/seg2
r = raio da partícula (cm) – 0,0001 cm

Após o tempo calculado, foi introduzido com cuidado uma pipeta de 25 ml, até a
profundidade de 5cm, e coletado a argila, e transferido para um béquer de vidro,
previamente tarado com aproximação de 0,0001 g, e levado à estufa a 100-105ºC,
durante 24 horas.
Após o tempo de 24 horas em estufa foi retirado as amostras em béquer e
deixados atingir a temperatura ambiente e pesados com aproximação de 0,0001 g.
A determinação do silte, foi obtida diminuindo o peso da amostra silte + argila
menos o peso da amostra de argila.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Com os resultados obtidos na análise do solo, obtidas com profundidade de 0-10


m e de 20-30 m, do Eucalipto, respectivamente, do nosso grupo, comparamos os
resultados com os demais. Observamos que, em relação a densidade de partículas e
densidade global, como mostra no gráfico 1, em relação a densidade de partículas,
houve pouca variação entre os grupos. Já na densidade global, a Mata nativa, a
Fruticultura e o Bananal apresentaram menor densidade quando comparadas com o
Eucalipto, provavelmente, devido ao favorecimento que essas areas permitem devido ao
acumulo de matéria orgânica. A area da Pastagem e do Pivô apresentaram uma
densidade global maior, devido ao pisoteio animal e ao trafégo de máquinas.
Analises física nos diferentes tipos de solo
3
2.5
2
1.5
densidade (g/cm³)

1
0.5
0
al ra a to
)
na
l *
em
an ltu tiv re io TO
n u Na i c IL P ag
B a c d en st
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Fr M la co EU
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ivô em
:P st
Si
ea
Ár

LOCAIS QUE Foram coletadas aS amostras de SOLO

D.Partículas (g/cm³) D. Global (g/cm³) Profundidade

Gráfico 1.

No gráfico 2, a Mata nativa apresenta maior porosidade quando comparada com


outros grupos, devido ao menor revolvimento do solo.

Analises física nos diferentes tipos de solo


80
60
porosidade(%) ug(%) Ѳ (%)

40
20
0
al ra va to
)
na
l *
em
an ltu ti re ic o TO ag
B a n cu Na di n LIP st
uti at
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(p a
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:P S i st
ea
Ár

locais que foram coletadas as amostras de solo

Porosidade (%) Ug (%) Ѳ (%) Profundidade

Gráfico 2.
Na tabela 1, foram comparadas as texturas dos solos dos grupos, observando que
cada solo possuem estruturas específicas, dependendo do manejo aplicado. Em sistemas
de manejo que utilizam máquinas agrícolas, ou manejos que causam a compactação,
apresentaram solos menos argilosos e mais arenosos. Solos de areas com mata ou
fruticultura, apresentaram solos mais argilosos, devido a decomposição de frutas,
árvores, entre outras matérias orgânicas, que melhom a matéria orgânica do solo.
Areas com maior índice de compactação, diminuem significativamente a
porosidade do solo.

Tabela 1.

Em relação, aos resultados com o uso do penetrômetro das análises, observamos


que houve maior resistência nos grupos de Pastagem e Pivô, proveniente da
compactação.

CONCLUSÃO

Conclui-se então que é de fundamental importância do desenvolvimento da


agricultura, a organização das informações coletadas no campo, para daí fazer as
analises corretamente. A análise de solos é indispensável para a definição de
quantidades adequadas de corretivos e fertilizantes.
REFERÊNCIAS

KER, J. C.; CURI, N.; SCHAEFER, C. E. G. R.; TORRADO, P.V. Pedologia:


fundamentos. Viçosa, MG, SBCS, 2012.
LEPSCH, I.F. 19 Lições de Pedologia. São Paulo, Oficina de Textos, 2011.
Manual de métodos de análises de solos. 2ª ed. Ver. E atual. Rio de Janeiro, Embrapa,
1997.

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