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Universidade Federal do Pará

Faculdade de Engenharia Civil


Campus Universitário de Tucuruí

Preparo, recebimento, transporte,


lançamento, adensamento e cura do
concreto

DOCENTE: Prof.ª Me. Grazielle Tigre de Souza


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL – CAMTUC
grazielletigre@ufpa.br

Tucuruí - PA
2022
1. Sequência da produção do
concreto

MISTURA TRANSPORTE LANÇAMENTO ADENSAMENTO CURA


1.1 Mistura
• Os componentes do concreto devem ser misturados até
formar uma massa homogênea.

Mistura manual

Mistura mecânica
1.1 Mistura
Mistura Manual
1.1 Mistura
Mistura Mecânica

Betoneira de eixo inclinado


Betoneira de eixo vertical
A câmara de mistura,
denominada tambor, se Betoneira de eixo horizontal denominadas de
inclina para descarga. É o betoneiras de ação
tipo mais utilizado em A descarga se faz
forçada,
obra, pois todo o concreto invertendo o sentido
diferentemente das
pode ser descarregado da rotação do tambor,
outras duas que se
rapidamente sem ou, algumas vezes, por
baseiam na queda
segregação abertura do tambor.
livre e tombamento
Princípio utilizado nos
do concreto
caminhões betoneira.
1.1 Mistura
Amassamento mecânico

• Não há regra geral para


colocar os materiais na
betoneira!

Regras práticas:
• 1) Agregado graúdo
• 2) cimento
• 3) Agregado miúdo
• 4) Água em duas etapas
(inicio e fim)
1.2 Transporte

• Levar o concreto do ponto


onde foi preparado ao local
onde será aplicado

• O meio de transporte utilizado giricas


deverá ser tal que não acarrete
segregação de seus elementos
ou perda de qualquer deles por
vazamento ou evaporação.

Carrinho de
mão
1.2 Transporte

lança
caçamba

grua
1.3 Lançamento do concreto nas formas
• Antes do lançamento, devem ser devidamente conferidas as posições
e condições estruturais do escoramento, a fim de assegurar que as
dimensões e posições das fôrmas sejam mantidas de acordo com o
projeto e permitir o tráfego de pessoal e equipamento necessários à
operação de concretagem com segurança.

• A concretagem de cada elemento estrutural deve ser realizada de


acordo com um plano previamente estabelecido, que deve assegurar o
fornecimento da quantidade adequada de concreto com as
características necessárias à estrutura.
1.3 Lançamento do concreto nas formas

OBS:
• A capacidade (pessoal e equipamentos) de lançamento
deve permitir que o concreto se mantenha plástico e livre
de juntas não previstas durante a concretagem.

JUNTA FRIA
1.3 Lançamento do concreto nas formas
OBS: Junta fria
• É formada pela interrupção do lançamento do concreto
• Requer precauções especiais para garantir, ao reiniciar-se o
lançamento, a suficiente ligação do concreto pré-
endurecido com o da nova concretagem (assegurar a
aderência e a rugosidade entre o concreto novo e o
existente)
• As superfícies das juntas devem ser
escovadas (escova de aço) ou receber
jateamento de areia para que se formem
dentes, ranhuras ou saliências, e
posteriormente devem ser lavadas para
retirada das impurezas (materiais
pulverulentos, nata, etc) prejudiciais à
aderência obtida.
Junta de concretagem inclinada a
45º para garantir a aderência com o
concreto novo
1.4 Adensamento do concreto
Segundo a NBR 14931:2004
• Durante e imediatamente após o
lançamento, o concreto deverá ser vibrado ou
socado contínua e energicamente, com
equipamento adequado à sua consistência.

• O adensamento deverá ser cuidadoso, para que o


concreto preencha todos os recantos da forma.

• Durante o adensamento deverão ser tomadas as


precauções necessárias para que não se formem
ninhos ou haja segregação dos materiais.

• Dever-se-á evitar a vibração da armadura para


que não se formem vazios ao seu redor, com
prejuízo da aderência.
1.5 Cura do concreto
• Para concretos convencionais o tempo de cura mínimo
recomendável é de 7 dias.

concreto coberto por juta, saco de aniagem,


etc. Esta cobertura deve ser molhada
periodicamente.
concreto molhado com o uso de mangueiras.
cobrimento da superfície por mantas, lâminas
de polietileno transpassada ou papel reforçado.
1.5 Cura do concreto
• Métodos de cura

Cura por • Acontece mantendo-se a superfície do concreto


molhagem úmida.

• Está relacionada com a pulverização do produto


Cura
química que forma uma película que protege o concreto de
perda de água prematura

• Permite o aumento da temperatura, logo acelera a


Cura a
vapor reação de hidratação do cimento, permitindo a
desforma rápida das peças produzidas.
2. Concreto dosado em central
ABNT NBR 7212:2021 – Concreto dosado em central —
Preparo, fornecimento e controle.
2. Concreto dosado em central

• Concreto dosado em instalações específicas, em central


instalada em canteiro de obra ou indústria, misturado
em caminhão-betoneira ou equipamento estacionário,
transportado por equipamento dotado ou não de
agitação, para entrega antes do início de pega do
concreto, em local e tempo determinados, para que se
processem as operações subsequentes à entrega,
necessárias à obtenção de um concreto endurecido com
as propriedades especificadas
2. Concreto dosado em central
ABNT NBR 7212:2021 – Concreto dosado em central —
Preparo, fornecimento e controle.

Estabelece os requisitos para o preparo de concreto dosado em


central e inclui:
Controle de qualidade dos materiais constituintes;
Dosagem;
Mistura;
Transporte;
Fornecimento do concreto;
Operações de controle e análise do seu processo de preparo.
2. Concreto dosado em central

Centrais misturadoras e Centrais dosadoras


2. Concreto dosado em central

Centrais misturadoras e Centrais dosadoras

ABNT NBR 7212:2021


2. Concreto dosado em central
Caminhão betoneira
• Veículo dotado de dispositivo que efetua a mistura e
mantém a homogeneidade do concreto por simples
agitação.

• Equipamento não dotado de agitação - Veículo ou


dispositivo utilizado para o transporte de concretos não
segregáveis.
2. Concreto dosado em central -NBR 7212
2. Concreto dosado em central
Mistura
 O concreto preparado em centrais dosadoras deve ser
misturado no caminhão-betoneira por tempo
correspondente a 30 s para cada metro cúbico de
concreto, no mínimo por 3 min em velocidade de mistura;

Para as centrais misturadoras, devem ser seguidas as


indicações do fabricante do equipamento.

Quando o concreto preparado é transportado em


caminhão-betoneira, este deve ser mantido em mistura a
baixa rotação, entre 2 r/min e 6 r/min, ou conforme
indicação do fabricante do equipamento, até o momento
da descarga.
2. Concreto dosado em central
NBR 7212:2021

Mistura parcial na central e complementação na


obra
• Os materiais constituintes do concreto, misturados ou
não, são colocados no caminhão-betoneira, com parte da
água, que é complementada na obra imediatamente
antes da descarga.

Neste caso deve-se registrar a quantidade de água


adicionada na central e a ser complementada na obra,
para evitar ultrapassar a quantidade prevista no traço.
2. Concreto dosado em central
NBR 7212
Adição suplementar de água

• Não se admite adição suplementar de água.

• Qualquer adição suplementar de água exigida pelo


contratante exime o fornecedor de concreto de qualquer
responsabilidade quanto às características do concreto
constantes no pedido. Este fato deve ser registrado
pelo operador do caminhão-betoneira no
documento de entrega.
2. Concreto dosado em central
NBR 7212
Adição suplementar de aditivo

• Caso o concreto apresente abatimento inferior à classe de


consistência especificada, admite-se adição
suplementar de aditivo para corrigir o
abatimento;
• A adição suplementar de aditivo deve ser uma decisão
técnica tomada pelo fornecedor de concreto, mantendo a
sua responsabilidade pelas propriedades constantes no
pedido. Este fato deve ser registrado pelo operador do
caminhão-betoneira no documento de entrega.
2. Concreto dosado em central
Período de tempo de transporte
O tempo de transporte do concreto decorrido do início da
mistura, a partir do momento da primeira adição da água,
até a entrega do concreto deve ser:
a) fixado de forma que o fim do adensamento não ocorra após o início
de pega do concreto lançado e das camadas ou partes contíguas a
essa remessa (evitando-se a formação de ―junta fria‖);

b) inferior a 120 min, no caso do emprego de caminhão-betoneira;


c) inferior a 40 min no caso de veículo não dotado de equipamento de
agitação;

d) conforme o tempo previamente estudado e acordado entre as partes.


2. Concreto dosado em central
Período de tempo para operações de lançamento e
adensamento do concreto

O tempo de lançamento e adensamento do concreto deve ser


inferior a 150 min, contado a partir da primeira adição de
água, no caso do emprego de caminhão-betoneira,
observando o disposto em 4.5 da norma.

Para o caso de veículo não dotado de equipamento de agitação, o


tempo de lançamento e adensamento deve ser inferior a 60
min, contados a partir da primeira adição de água, observando
o disposto em 4.5.
2. Concreto dosado em central
Temperaturas

Para aplicação de concretos convencionais

• A temperatura do concreto, por ocasião de seu


lançamento, deve ser de no mínimo 5 ºC e de no
máximo 32 ºC, de modo a minimizar ocorrências
indesejáveis, como fissuração, variação de resistência
mecânica, alterações de tempo de pega etc.
2. Concreto dosado em central
NBR 7212
Requisitos Específicos

Certificação das empresas dos serviços de concretagem

Pedido do concreto

Entrega do concreto

Documento de entrega
2. Concreto dosado em central
NBR 7212
Pedido do concreto

Resistência característica do concreto à compressão

Composição do traço

Especificação das classes de consistência ou de


espalhamento do concreto
2. Concreto dosado em central
NBR 7212

Entrega do concreto

• Local e programação de entrega;


• Unidade de entrega;
• Verificação do volume;
• Volume mínimo e volume máximo de entrega por
viagem;
• Fração de volume/massa de entrega por viagem;
• Aceitação do concreto fresco;
• Operações subsequentes.
2. Concreto dosado em central
NBR 7212
Documento de entrega
a) volume de concreto;
b) hora de início da mistura (primeira adição de água);
c) classe de consistência ou classe de espalhamento no início da
descarga;
d) dimensão máxima característica do agregado graúdo;
e) resistência característica do concreto na idade de controle;
f) classe de agressividade ambiental, quando constar no pedido;
g) quantidade máxima de água complementar a ser adicionada na
obra, retida pela central;
h) código de identificação do traço utilizado na dosagem do
concreto.
2. Concreto dosado em central
NBR 7212
Controle do processo de dosagem da central
• concreto com desvio-padrão desconhecido;
• concreto com desvio-padrão conhecido por análise estatística;

• Amostragem
As amostras devem ser coletadas aleatoriamente durante a
operação de concretagem, conforme a ABNT NBR 16886;
Cada exemplar deve ser constituído por dois corpos de prova
da mesma viagem, moldados no mesmo ato, conforme a
ABNT NBR 5738, para cada idade de rompimento.
Toma-se como resistência do exemplar o maior dos dois
valores obtidos no ensaio (fi).
2. Concreto dosado em central
NBR 7212
• Amostragem

ABNT NBR 7212:2021


2. Concreto dosado em central
NBR 7212
• Formação da amostra

ABNT NBR 7212:2021


Referências
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7212:
Concreto dosado em central — Preparo, fornecimento e
controle. Rio de Janeiro, 2021.

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