Você está na página 1de 11

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 2
1.1 O QUE É O CONCRETO? ................................................................................ 2
1.2 DEFINIÇÕES .................................................................................................... 2
2. CONCRETAGEM .................................................................................................. 4
2.1 PREPARO DO CONCRETO: ........................................................................... 4
2.2 ENSAIO DE ABATIMENTO DO TRONCO DE CONE (SLUMP TEST). .... 5
2.3 TRANSPORTE DO CONCRETO .................................................................... 7
2.4 LANÇAMENTO ............................................................................................... 8
2.5 ADENSAMENTO ............................................................................................. 9
2.6 JUNTAS DE CONCRETAGEM ....................................................................... 9
2.7 CURA .............................................................................................................. 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 11
1. INTRODUÇÃO

1.1 O QUE É O CONCRETO?

De acordo com a ABNT NBR 12655:2015 o concreto é uma mistura homogênea


formada por cimento, agregados miúdo e graúdo e água, com ou sem a incorporação de
aditivos, e que desenvolve suas propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento.

Figura 1 - Composição

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2021

1.2 DEFINIÇÕES

Pasta: A pasta é o aglomerante formado pelo cimento e a água, esta mistura gera
uma massa compacta e trabalhável.

Agregados: Os agregados possuem a função de dar ao conjunto as condições de


resistência aos esforços e ao desgaste, e de acordo com a ABNT NBR 7211:2005 eles são
classificados como:
 Miúdos - Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de
4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 mm
 Graúdos - Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de
75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm

Aditivos: Os aditivos são substancias que modificam algumas características do


concreto cuja a função é modificar algumas propriedades do concreto ou conferir a ele
qualidades para melhorar o seu comportamento.
Os aditivos mais comuns utilizados na mistura do concreto são:
 (P) Plastificante - Reduz em 6% a quantidade de água a ser adicionada; - Mantém
a resistência e eleva a trabalhabilidade;
 (R) Retardadores - Aumentam o tempo para aplicação; - Evitam a perda de
consistência; - Reduzem o calor de hidratação (a perda de água é menos intensa,
evita rachaduras e segregação);
 Aceleradores - Permite a utilização do concreto a baixas temperaturas; -
Diminuem o tempo de desforma do concreto (pré-moldados);
 (IAR) Incorporadores de ar - Aumentam a durabilidade; - Reduzem o teor de água
e a permeabilidade do concreto; - Utilizados em concretos pobres.
 (SP) Superplastificantes - Reduzem em 12% a quantidade

Traço: Proporção entre os componentes da mistura do concreto.

Concreto fresco: Concreto que está completamente misturado e que ainda se


encontra em estado plástico, possuindo a característica da trabalhabilidade.

Concreto endurecido: Concreto que se encontra no estado sólido e que


desenvolveu resistência mecânica.

Os concretos podem também ser classificados em relação à sua resistência à


compressão aos 28 dias, conforme a ABNT NBR 8953:2015
a) Concreto de baixa resistência: menos de 20MPa (não adequado à finalidade
estrutural, segundo a NBR 6118)
b) Concreto de resistência normal: de 20 a 50MPa
c) Concreto de alta resistência: mais de 50Mpa
2. CONCRETAGEM

2.1 PREPARO DO CONCRETO:

O responsável pela execução do concreto deve seguir as seguintes etapas de


preparo determinadas pela ABNT NBR 12655:2015.
a) caracterização dos materiais componentes do concreto;
b) estudo de dosagem do concreto;
c) ajuste e comprovação do traço de concreto;
d) elaboração do concreto
Existem duas formas de preparo de concreto destinados as estruturas de acordo
com a ABNT NBR 14931:2004:
 Concreto preparado na obra: As etapas de preparo são realizadas pelo
executante da obra no próprio local da obra.
 Concreto preparado por empresa de serviços de concretagem: Nesta forma a
central deve assumir a responsabilidade pelo preparo do concreto, cumprindo as
prescrições relativas de cada etapa do preparo.
A forma da sistematização para a execução da concretagem segue as seguintes
etapas de acordo com a tabela:
Figura 2 - Processos da concretagem

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2021


A solicitação do concreto dosado em central é uma pratica solicitada por muitas
empresas atualmente pois facilita e agiliza o processo de execução da obra e proporciona
mais controle de qualidade do concreto.
Ao realizar o pedido do concreto na central, o responsável deve informar a
empresa alguns requisitos de projeto para a elaboração do concreto, dentre os quais pode-
se citar:
 A quantidade requerida, em m3;
 O volume de concreto que deve vir no caminhão betoneira e o intervalo de
entrega;
 O horário de início de concretagem, que deve estar atrelado ao plano de
concretagem;
 A forma de lançamento convencional, bomba estacionário, auto-bomba com
lança, grua, entre outros;
 O fck do concreto;
 O slump;
 A dimensão máxima da brita.

Com a chegada do caminhão betoneira na obra, o responsável pelo recebimento


deve verificar:
 A nota fiscal para a averiguação se os requisitos (Fck, m³...) conferem com o
pedido de compra;
 A integridade do lacre do caminhão,
 A consistência do concreto, através do ensaio de abatimento do tronco de cone
(slump test).

2.2 ENSAIO DE ABATIMENTO DO TRONCO DE CONE (SLUMP TEST).

Tanto no recebimento de concreto da central quanto no concreto feito em obra é


importante a realização do ensaio de Slump Test, para verificar a consistência do
concreto. (Este teste não funciona para concretos auto-adensáveis, onde se deve usar
testes como o slump-flow).
O Slump Test irá avaliar se ocorre a falta de água na mistura, na qual dificulta a
aplicação do concreto, criando "nichos" de concretagem, ou o excesso de água, que
diminui consideravelmente sua resistência.
O ensaio de abatimento do tronco de cone deve ser realizado conforme a NBR
NM 67, de acordo com esta norma, a realização do teste ocorre da seguinte forma:
Figura 3 - Slump Test

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2021

1. Coletar a amostra de concreto;


2. Colocar a fôrma tronco-cônica sobre uma placa metálica bem nivelada e apoiar
os pés sobre as abas inferiores do cone;
3. Preencher o cone com a primeira camada de concreto e aplicar 25 golpes com a
haste de socamento;
4. Preencher o cone com a segunda camada de concreto e aplicar 25 golpe sem
penetrar a camada inferior;
5. Preencher o cone com a terceira camada de concreto e aplicar 25 golpe sem
penetrar a camada inferior;
6. Após a compactação da última camada, retirar o excesso de concreto, alisar a
superfície com uma régua metálica;
7. Retirar o cone com o movimento constante para cima;
8. Colocar a haste sobre o cone invertido e medir o abatimento. (Comparar o
resultado com Slump Test especificado em nota fiscal)
Figura 4 - Detalhamento de abatimento do Slump Test

Fonte: NBR NM 67, Pg 8.

2.3 TRANSPORTE DO CONCRETO

O transporte do concreto consiste da transferência do concreto do local do


amassamento ou da boca de descarga do caminhão betoneira até o local da concretagem.
(ABNT NBR 14931, 2004)
O transporte pode ser realizado de dois modos:
Convencional:
O concreto é transportado até as formas por meio de carrinhos de mão, jericas,
caçambas, gruas e entre outros.
Bombeável:
O concreto é transportado através de uma bomba de concreto. Este equipamento
é constituído de uma tubulação metálica que leva o concreto do caminhão betoneira até a
peça concretada. Conforme a ABNT NBR 14931:2004 o diâmetro interno do tubo
metálico de bombeamento deve ser no mínimo quatro vezes o diâmetro máximo do
agregado.
De acordo com a Associação brasileira das empresas de serviços de
concretagem do Brasil (2007) o método convencional de transporte tem um rendimento
4 a 6 metros cúbicos por hora, enquanto a bomba de concreto alcança produções de 35 a
45 m³ por hora.
Figura 5 - Transporte do concreto

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2021

2.4 LANÇAMENTO

O lançamento é definido como a operação de colocação do concreto nas fôrmas.


Todas as armaduras e componentes previstos em projeto, devem ser adequadamente
envolvidos pelo concreto após o lançamento.
A ABNT NBR 14931:2004 estabelece alguns critérios a serem executados durante
o processo do lançamento, dentre os quais podemos citar:
 O lançamento do concreto deve ser executado antes do início da pega e o mais
próximo possível de sua posição definitiva.
 Deve-se evitar lançamentos em pontos concentrados, preenchendo
uniformemente a forma.
 Durante o procedimento é necessário haver um cuidado especial em evitar o
deslocamento de armaduras, dutos de protensão, ancoragens e fôrma
 O concreto deve ser lançado de tal forma que reduza significativamente a
segregação entre seus componentes. Estes cuidados devem ser majorados
quando a altura de queda livre do concreto ultrapassar 2 m.
 A operação de lançamento deve ser continua até que todo o volume previsto no
plano de concretagem tenha sido completado.

2.5 ADENSAMENTO

O propósito do adensamento é eliminar o ar aprisionado dentro do concreto, pois


este deixa o concreto poroso e desuniforme, comprometendo a permeabilidade e
resistência do elemento final. O adensamento proporciona o preenchimento completo das
formas pelo concreto, evitando a formação ninhos de concretagem (bicheira). (CINTRA
et al., 2013)
O concreto pode ser adensado tanto por processo manual com o apiloamento ou
socamento, quanto com os processos mecânicos com a vibração ou centrifugação.
De acordo com CINTRA et al. (2013), existem dois tipos de vibração para o
concreto: interna e externa.
Vibração interna: São utilizados os vibradores de imersão, é quando o elemento
é imerso no concreto propagando as vibrações até a superfície.
Vibração externa: São utilizados equipamentos como as mesas vibratórias,
réguas vibratórias, vibradores de parede de forma. Estes elementos aplicam a vibração na
superfície do concreto.
A ABNT NBR 14931:2004 define que no adensamento manual, a altura das
camadas de concreto para a realização do adensamento não deve ultrapassar 20 cm, já
para o adensamento por meio de vibradores de imersão está estabelecido para a espessura
da camada como sendo igual a 3/4 do comprimento da agulha do aparelho.
Em todos os casos, a altura da camada de concreto a ser adensada deve ser menor
que 50 cm, em razão de facilitar a saída de bolhas de ar.

2.6 JUNTAS DE CONCRETAGEM

As juntas de concretagem ocorrem quando o lançamento do concreto é


interrompido, gerando uma junta de concretagem não prevista, onde devem ser tomadas
precauções para garantir a ligação do concreto endurecido com o novo concreto.
A recomendação é realizar o jateamento de abrasivos ou o apicoamento da
superfície da junta, deixando aparente o agregado graúdo para aumentar a aderência entre
as camadas.

2.7 CURA

A cura é fundamental para evitar a evaporação prematura de agua da peça de


concreto e a ocorrência de fissuras.
A Associação brasileira das empresas de serviços de concretagem do Brasil
(2007), orienta algumas recomendações durante esta etapa da concretagem, das quais
podemos citar:

 O processo de cura deve ser iniciado a partir do momento que o concreto


endurece e deve se estender por, no mínimo, 7 dias.
 Manter o concreto saturado até que os produtos da hidratação do cimento
ocupem os espaços ocupados pela agua;
 Deixe o concreto nas fôrmas, mantendo-as molhadas;
 Mantenha um procedimento contínuo de cura.
 Providencie proteção contra o sol, vento e vibrações para a peça recém
concretada.

Os processos de cura comumente utilizados na construção são:


 Molhagem das fôrmas;
 Aspersão;
 Recobrimento (areia, serragem, terra, sacos de aniagem, mantidos úmidos etc.);
Impermeabilização superficial (conhecida como membranas de cura);
submersão;
 Cura a vapor.

A ABNT NBR 12655:2015 define que os elementos estruturais devem ser curados
até atingirem um fck (resistência característica a compressão) igual ou superior a 15Mpa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211 - Agregados para


concreto – Especificação. Rio de Janeiro, 2005

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBRNM 67: Concreto -


Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone, Rio de Janeiro, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655 – Concreto –


Preparo, controle e recebimento. Rio de Janeiro, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8953: Concreto para


fins estruturais – Classificação por grupos de resistência. Rio de Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14931: Execução de


estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS DE


CONCRETAGEM DO BRASIL. MANUAL DO CONCRETO DOSADO EM
CENTRAL. São Paulo: ABESC, 2007.
Disponível em: http://www.abesc.org.br/pdf/manual.pdf. Acesso em: 24 mar. 2021.

CINTRA, Danielli Cristina Borelli; FONSECA, Eduardo Leite; TRISTÃO, Fernando


Avancini; VIEIRA, Geilma Lima. Estudo de procedimentos de adensamento do concreto
por vibradores de imersão em obras na Grande Vitória – ES. ANAIS DO 54º
CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, [s. l.], Outubro 2013.
Disponível em:
https://lemacufes.files.wordpress.com/2012/03/estudo-de-procedimentos-de-
adensamento-do-concreto-por-vibradores-de-imersc3a3o-em-obras-na-grande-
vitc3b3ria-es.pdf. Acesso em: 24 mar. 2021.

Você também pode gostar