Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRABALHO DISCENTE
CONTROLE DE QUALIDADE DO CONCRETO
2 Campo de aplicação
O estudo se aplica a concretos normais, pesados e leves. Algumas exigências
adicionais são estabelecidas em normas nacionais vigentes, como:
Para estruturas especiais tais como: certos viadutos, vasos sobpressão para
usinas nucleares, estruturas marítimas e estradas;
Para o uso de outros materiais (tais como fibras);
Para tecnologias especiais (processos de produção) ou tecnologias inovadoras no
processo de construção;
Para concreto leve;
Para concreto projetado.
3 Documentos de Referência
NBR 12654/92 - Controle tecnológico de materiais componentes do concreto;
NBR 12655/05 - Concreto de cimento Portland - Preparo, controle e
recebimento – Procedimento;
NBR 5738/08 - Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-
prova;
NBR 5739/07 - Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova
cilíndricos;
NBR 7212/84 - Execução de concreto dosado em central;
NBR NM 67/98 - Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do
tronco de cone.
4 Terminologia
Concreto de cimento Portland: Material formado pela mistura homogênea de
cimento, agregados miúdo e graúdo e água, com ou sem a incorporação de componentes
minoritários (aditivos químicos, metacaulim ou sílica ativa), que desenvolve suas
propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento (cimento e água).
Concreto fresco: Concreto que está completamente misturado e que ainda se
encontra em estado plástico, capaz de ser adensado por um método escolhido.
Concreto endurecido: Concreto que se encontra no estado sólido e que
desenvolveu resistência mecânica.
Concreto preparado pelo executante da obra: Quando o ajuste e a comprovação
do traço, além da elaboração do concreto são realizados no canteiro de obras pelo
usuário.
Concreto dosado em central: Concreto dosado, misturado em equipamento
estacionário ou em caminhão betoneira, transportado por caminhão betoneira ou outro
tipo de equipamento, dotado ou não de dispositivo de agitação, para entrega antes do
início de pega do concreto, em local e tempo determinados, para que se processem as
operações subsequentes à entrega, necessárias à obtenção de um concreto endurecido
com as propriedades especificadas.
Resistência característica à compressão do concreto (fck): Valor de resistência
acima do qual se espera ter 95% de todos os resultados possíveis de ensaio.
Resistência média à compressão do concreto ( fcmj): Corresponde ao valor da
resistência média à compressão do concreto, a j dias. Quando não for indicada a idade,
refere-se a j = 28 dias.
Traço ou composição: É a expressão das quantidades, em massa ou volume, dos
vários componentes do concreto (geralmente referido ao cimento). O traço também
pode ser expresso em quantidades de materiais por metro cúbico de concreto.
Dosagem: É o conjunto de procedimentos necessários à obtenção do traço do
concreto para atendimento dos requisitos especificados pelo projeto estrutural e pelas
condições da obra.
Etapas de preparo do concreto: As etapas de preparo do concreto são as
seguintes:
a) caracterização dos materiais componentes do concreto;
b) estudo de dosagem do concreto;
c) ajuste e comprovação do traço de concreto;
d) elaboração do concreto.
Lote de concreto: Volume definido de concreto produzido e aplicado sob
condições uniformes (mesma classe, mesma família, mesmos procedimentos, mesmo
equipamento).
Amostra de concreto: Volume de concreto retirado do lote com o objetivo de
fornecer informações, mediante realização de ensaios, sobre a conformidade desse lote
para fins de aceitação.
Exemplar: Elemento da amostra constituído por dois ou mais corpos-de-prova da
mesma betonada, moldados no mesmo ato.
5 Condições ambientais
As condições ambientais onde será executada a obra são determinantes no
momento da escolha da Resistência Característica do Concreto. De acordo com a NBR
6118, a agressividade ambiental é classificada conforme o apresentado na Tabela 1 nos
projetos das estruturas correntes.
7 Preparação
O concreto pode ser preparado em obra ou em central. O Concreto preparado em
obra é medido em volume, podendo ocorrer diferenças na hora da preparação do traço,
já o concreto dosado em central é medido em massa diminuindo a possibilidade de erro
na preparação do traço. Na sequência serão detalhados os principais passos na
preparação do concreto dosado em central.
Para o concreto dosado em central os agregados devem ser dosados em massa,
com desvio máximo, em valor absoluto, de 3% do valor nominal da massa ou 1% da
capacidade da balança, adotando-se o menor dos dois valores.
O cimento deve ser dosado em massa, com desvio máximo do valor nominal
igual a 1% da capacidade da balança, em valor absoluto, nas dosagens iguais ou
superiores a 30% dessa capacidade.
Em nenhum caso o cimento deve ser dosado conjuntamente com os agregados.
A quantidade total de água deve ser determinada com desvio máximo de 3% em
relação à quantidade nominal, em valor absoluto. Esta quantidade de água compreende,
além da adicionada, a devida à umidade dos agregados, a utilizada para dissolução dos
aditivos.
Os aditivos devem ser adicionados de forma a assegurar a sua distribuição
uniforme na massa do concreto, admitindo-se desvio máximo de dosagem não superior
a 5% da quantidade nominal, em valor absoluto.
Para a mistura os equipamentos devem ser revisados periodicamente, a fim de
assegurar a eficiência necessária para a mistura.
O volume de concreto não deve exceder a capacidade nominal de mistura do
equipamento, conforme especificação do fabricante.
Os materiais componentes do concreto são colocados no caminhão betoneira, na
ordem conveniente e nas quantidades totais necessárias.
A ordem de colocação dos materiais na betoneira e a velocidade de rotação para
mistura devem estar de acordo com as especificações do equipamento ou conforme
indicado por experiência.
E devem ser obedecidas as especificações dos equipamentos no que diz respeito
ao tempo de mistura, velocidade e número de rotações.
8 Execução
O processo de execução da concretagem só deve ser iniciado após a realização
do ensaio de abatimento e conferência do documento de entrega, essa verificação deve
ser feita para todos os caminhões betoneiras.
Para iniciar a concretagem deve se definir o tipo de transporte que vai ser
utilizado, podendo ser através de giricas, carrinho de mão ou bombeamento mecânico,
isso vai depender de fatores como distância, local de concretagem, tempo necessário,
custos entre outros.
Na concretagem propriamente dita, deve-se ter o cuidado com o adensamento do
concreto para evitar falhas e bicheiras. Outro ponto importante é o espalhamento e
nivelamento do concreto nas lajes, pois a falta de qualidade neste serviço pode gerar
gastos excessivos em outra etapa da obra que são os contrapisos, além de aumentar o
peso da estrutura.
Durante a concretagem deve-se moldar os corpos de prova, para e realização dos
ensaios a compressão. Devem ser realizadas amostras utilizadas para aceitação ou
rejeição dos lotes.
A amostragem do concreto para ensaios de resistência à compressão deve ser
feita dividindo-se a estrutura em lotes que atendam a todos os limites da Tabela 7. De
cada lote deve ser retirada uma amostra, com número de exemplares de acordo com o
tipo de controle.
Figura 1: Valores para a formação de lotes de concreto.
Fonte: ABNT NBR: 126555.
9 Registro
O documento de entrega que acompanha cada remessa de concreto, além dos itens
obrigatórios pelos dispositivos legais vigentes, deve conter:
Quantidade de cada componente do concreto;
Volume de concreto;
Hora de início da mistura (primeira adição de água);
Abatimento do tronco de cone (slump);
Dimensão máxima característica do agregado graúdo;
Resistência característica do concreto à compressão, quando especificada;
Aditivo utilizado, quando for o caso;
Quantidade de água adicionada na central;
Quantidade máxima de água a ser adicionada na obra;
Menção de todos os demais itens especificados no pedido.