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Dissertem sobre o procedimento de ensaio (desde a preparação do corpo de prova) de slump test e
compressão axial. Nesta síntese, deve-se conter os materiais utilizados neste tipo de ensaio, procedimento
detalhado, bem como realizar a avaliação de resultados.
Amostragem
A amostra de concreto a ser ensaiada deve ser representativa de todo o lote e deve ser obtida de acordo com a
NM 33
Preparação:
As diferentes porções de uma mesma amostra devem ser remisturadas com uma concha metálica ou uma pá,
dentro de um recipiente ou sobre uma superfície limpa e não absorvente, a fim de tornar a amostra uniforme;
O tempo decorrido desde a coleta da amostra até o início de sua utilização deve estar de acordo com os valores
máximos estabelecidos nas normas correspondentes aos ensaios que serão realizados;
Os ensaios de abatimento devem ser iniciados 5 min após a obtenção da porção final da amostra composta;
A moldagem de corpos-de-prova para ensaios de resistência deve ser iniciada no máximo 15 min após a
obtenção da amostra composta.
A amostra deve ser protegida do sol, do vento e de qualquer outra fonte de evaporação ou contaminação.
O slump test ou também chamado de teste de abatimento do concreto, é um ensaio realizado na maioria das
vezes no canteiro de obras. A finalidade do teste é definir a característica de consistência do concreto fresco momentos
antes da concretagem de um elemento estrutural.
Podemos afirmar que o slump test faz parte do controle tecnológico e de qualidade dos materiais da obra, ou
seja, através da consistência que é medida, é possível conferir a trabalhabilidade do concreto, e consequentemente,
definir se está de acordo ou não com as especificações de projeto e assim dar prosseguimento na etapa de
concretagem.
O ensaio deve ser realizado com o concreto fresco antes de ser lançado, independente se é um concreto
usinado produzido por uma central, ou se produzido no próprio canteiro de obras.
Esse ensaio é conhecido por ser relativamente simples de realizar e demanda uma amostra não muito grande
do material, apesar disso, deve sempre ser executado por uma pessoa devidamente qualificada. O slump test fica
restrito a alguns tipos de concreto, como é o caso do concreto auto adensável, onde devem ser empregados outros
tipos de ensaios, como por exemplo, o slump flow test que é o ensaio de espalhamento em uma superfície.
Aparelhagem:
O molde deve ter a forma de um tronco de cone oco, com as seguintes dimensões internas:
- diâmetro da base inferior: 200 mm ± 2 mm;
- diâmetro da base superior: 100 mm ± 2 mm;
- altura: 300 mm ± 2 mm
Haste de compactação deve ser de seção circular, reta, feita de aço ou outro material adequado, com diâmetro
de 16 mm, comprimento de 600 mm e extremidades arredondadas.
Placa de base para apoio do molde deve ser metálica, plana, quadrada ou retangular, com lados de dimensão
não inferior a 500 mm e espessura igual ou superior a 3 mm.
Procedimento:
O primeiro passo para a realização do slump test é umedecer o molde e a placa de base, o operador deve se
posicionar com os pés sobre suas aletas, de forma a mantê-lo estável. Coletar a amostra necessária do concreto a ser
ensaiado. Em seguida posicionar a base com o molde em um local plano, rígido e livre de vibrações. Após isso, despejar
no molde com uma camada de 10 cm e compactar com a haste, exercendo 25 golpes distribuídos uniformemente sobre
a seção da camada. Esse processo deve ser repetido por mais duas vezes, até alcançar o topo do molde. Na última
camada é importante deixar um acúmulo acima do molde, pois com a compactação este pode diminuir e ficar abaixo
da superfície. Caso isso aconteça, é necessário que se preencha a parte que ficou vazia com mais concreto, até que
se tenha uma parte excedendo o topo do molde:
O próximo passo é uniformizar a superfície do concreto, que pode ser realizado com desempenadeira e
movimentos rolantes da própria haste de compactação. Antes de retirar o molde deve-se limpar a base, e então o
molde deve ser retirado cuidadosamente na posição vertical. A norma diz que o levantamento deve durar de 5 a 10
segundos e o movimento deve ser constantes sem submeter o concreto a movimentos laterais. Por fim, imediatamente
após a retirada do molde, medir o abatimento do concreto. A operação completa, desde o início de preenchimento do
molde com concreto até sua retirada, deve ser realizada sem interrupções e completar-se em um intervalo de 150 s.
Resultados:
O slump se dá pela diferença de altura entre o topo do molde e o eixo do corpo-de-prova desmoldado:
Imediatamente após a retirada do molde, medir o abatimento do concreto, determinando a diferença entre a altura
do molde e a altura do eixo do corpo-de-prova, que corresponde à altura média do corpo-de-prova desmoldado,
aproximando aos 5 mm mais próximos.
Verificando-se que o valor do teste corresponde ou ao valor especificado, ou a um valor dentro do limite de
tolerância normativa, pode-se aceitar o concreto.
Ensaio de Compressão Axial
Para determinar a resistência do concreto (em fck), a realização do ensaio de compressão uniaxial, segue as
diretrizes da ABNT NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos.
Propriedade do concreto diretamente ligada à segurança e à estabilidade estrutural, ensaios de resistência à
compressão é capaz de indicar eventuais variações da qualidade de um concreto, seja com relação à dosagem, seja
quanto a seus insumos. Há uma série de fatores que podem colocar em risco sua resistência e desempenho. Entre
eles, é possível destacar o atraso no caminhão-betoneira que ultrapassa os limites previstos em norma, as mudanças
climáticas ou mesmo a adição excessiva de água na mistura em uma tentativa de assegurar maior trabalhabilidade.
Daí a importância da realização de testes laboratoriais para confirmar se a resistência do concreto fornecido
é a mesma prevista em projeto. Tal controle de qualidade é fundamental para garantir a vida-útil da estrutura, bem
como a segurança dos funcionários da obra e de todas as outras pessoas, proprietárias ou não, que irão usufruir do
empreendimento no futuro.
Aparelhagem:
Máquina de ensaio de compressão dos corpos-de- prova;
Sistema de medição de forças;
A máquina deve ser equipada com dois pratos de aço, cujas superfícies de contato com o corpo-de-prova
tenham sua menor dimensão em 4% superior ao maior diâmetro do corpo-de-prova que deve ser ensaiado;
Execução do ensaio:
Até a idade de ensaio, os corpos-de-prova devem ser mantidos em processo de cura úmida ou saturada;
As faces de aplicação de carga dos corpos-de-prova (topos inferior e superior) devem ser rematadas;
Os corpos-de-prova devem ser rompidos à compressão em uma dada idade especificada,
Idade de ensaio /Tolerância permitida: 24 h /± 30 min; 3 d /± 2 h; 7 d/ ± 6 h; 28 d/ ± 24 h; 63 d /± 36 h; 91 d/
± 2;
A carga de ensaio deve ser aplicada continuamente e sem choques, com velocidade de carregamento de 0,3
MPa/s a 0,8 MPa/s. Nenhum ajuste deve ser efetuado nos controles da máquina, quando o corpo-de-prova
estiver se deformando rapidamente ao se aproximar de sua ruptura.
Resultados:
Cálculo da resistência: deve ser obtida, dividindo-se a carga da ruptura pela área da seção transversal do
corpo-de-prova, devendo o resultado ser expresso com aproximação de 0,1 MPa. 5.1.2 Em se tratando de
corpos-de-prova extraídos, devem ser efetuadas as correções prescritas pela NBR 7680.
Apresentação dos resultados:
O certificado de resultados de ensaio de corpos-deprova moldados segundo a NBR 5738 deve conter as
seguintes informações:
a) número de identificação do corpo-de-prova;
b) data de moldagem;
c) idade do corpo-de-prova;
d) data do ensaio;
e) resistência à compressão, expressa com aproximação de 0,1 MPa;
f) tipo de ruptura do corpo-de-prova.
Informações facultativa:
g) classe da máquina de ensaio (segundo NBR-NM-ISO-7500-1:2004);
h) carga de ruptura, expressa em MN;
i) dimensões dos corpos de prova;
j) defeitos do corpo-de-prova e capeamento;
k) marca, tipo e classe do cimento;
l) origem dos agregados;
m) traço em massa do concreto;
n) resistência característica (fck) do concreto.
A apresentação dos resultados de corpos-de-prova extraídos deve estar de acordo com o prescrito pela NBR 7680.
Quando a dispersão entre resultados de um mesmo exemplar for significativa, convém investigar o tipo de
ruptura, pois defeitos na moldagem e/ou no arremate dos topos e bases dos corpos de prova podem ser identificados
e sanados. Geralmente, quando ocorre uma dispersão significativa, a ruptur a enquadra-se nos tipos F e G (com
fraturas junto ao topo e/ou base).
Para controlar a hidratação do cimento a fim de fazê-lo endurecer corretamente e as estruturas apresentarem
o desempenho adequado, é necessário realizar o processo de cura, que tem como objetivo evitar a perda de água e
possíveis surgimentos de fissuras, trincas, permeabilidade e o consequente ingresso de agentes agressivos. Sê a
cura for bem executada garante maior resistência e durabilidade, além de melhor aparência.
De acordo com a NBR 14931 (2004), enquanto não atingir endurecimento satisfatório, o concreto deve ser curado e
protegido contra agentes prejudiciais para:
A) Evitar a perda de água pela superfície exposta;
B) Assegurar uma superfície com resistência adequada;
C) Assegurar a formação de uma capa superficial durável.
A evaporação prematura da água pode provocar fissuras na superfície do concreto e, ainda, reduzir em até
30% sua resistência. Quanto mais perfeita e demorada for a cura do concreto melhores serão suas características
finais. Destaca-se, abaixo, os métodos mais recomendados para a cura do concreto:
A) Molhar continuamente a superfície do concreto, logo após o endurecimento, durante os 7 primeiros dias;
B) Manter uma lâmina d’água sobre a peça concretada, sendo este método limitado a lajes, pisos ou pavimentos;
manter a peça umedecida por meio de uma camada de areia úmida, serragem, sacos de aniagem ou tecido de algodão;
C) Utilizar membranas de cura, que são produtos químicos aplicados na superfície do concreto que evitam a
evaporação precoce da água;
D) Deixar o concreto nas fôrmas, mantendo-as molhadas.
A NBR 14931 (2004) deixa claro que elementos estruturais de superfície devem ser curados até que atinjam
resistência característica à compressão (Fck), de acordo com a NBR 12655 (2015), igual ou maior que 15 MPa. No
caso de utilização de água, esta deve ser potável e satisfazer às exigências descritas acima (evitar a perda de água
pela superfície exposta, molhar continuamente a superfície do concreto, manter a lâmina d’água sobre a peça
concretada).