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AULA 7

Iª PARTE SOBRE A INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ECONOMIA


POLÍTICA

CAPITULO III: INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO


PENSAMENTO ECONÓMICO

III. 1 – Pensamento Económico na Antiguidade ena Idade Média

III. 2. Renascimento e reforma (Revolução Cultural e Intelectual).

III. 3. O Mercantilismo

III. 4. A Fisiocracia

III. 1 – Pensamento Económico na Antiguidade ena Idade Média.

Na Antiguidade:

Na antiguidade clássica, salvo raras excepções como forem os casos de


ARISTÓTELES com os seus estudos sobre a cremasticidade ou Cícero, o
pensamento económico foi colocado em plano secundário relativamente a filosofia ou
ao direito.

A existência do trabalho escravo resolvia os problemas económicos mais importantes,


pelo que as preocupações intelectuais dos gregos e dos romanos se orientavam para
outro domínio do saber.

A actividade produtiva orientava-se no sentido da criação de um fundo comum de bens


cuja distribuição era assegurada de acordo com o critério de autoridade. O Pater ou o
sacerdote, ou o chefe é que determinava a parte do produto social que caberia a cada
indivíduo.

Compreende-se assim que os problemas económicos fossem abordados pelos


escritores da antiguidade no âmbito de considerações morais e filosóficas, ligadas
a problemática do destino e dos fins do homem, da sua presença na sociedade.

Idade Média
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Durante a idade média, os problemas económicos foram abordados numa perspectiva
ética normativa, do mesmo modo que a vida económico, sobretudo a partir do Carlos
MAGNO, se apresenta fortemente subordinado a valores, e normas de natureza
religiosa e moral.

A discussão da problemática económica decorreu no quadro da doutrina teológica,


sobressaindo entre questões abordadas, o problema de justo preço (justum
pretium), e os problemas da legitimidade do comércio e do juro.

A ideologia dominante considerava o homem essencialmente como um ser de


natureza transcendente, orientado por um destino extraterrestre. Dentro destes
parâmetros, o homem deveria preocupar-se fundamentalmente pela sua salvação; a
riqueza material e acumulação de fortunas eram condenadas em nome de valores
morais. Ser rico era uma imoralidade.

III. 2. Renascimento e reforma (Revolução Cultural e Intelectual).

A formação dos Estados, o incremento das actividades comerciais da República


Italiana trouxe profundas transformações económicas e sociais no século XV e XVI.

Esta corrente (renascimento e reforma) introduziu novos conceitos que chegaram a


conclusão: a autonomia do poder do Estado ao poder religioso.

Teve como consequências:

 A ordem económica passou a ser desassociada da teologia e da moral;


 Houve contactos com os novos mundos;
 Valores morais protegidos perderam a sua consistência;
 A ciência laiciza-se;
 Desapareceram as grandes construções teológicas em beneficência de análise
dos problemas.

III. 3. O Mercantilismo

As doutrinas Mercantilistas dominaram o pensamento económico na Europa desde os


meados do século XV e a meados do século XVIII.

O desenvolvimento do mercantilismo teve a sua origem nas transformações sentidas


na Europa em 3 grandes domínios:

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1) Domínio intelectual e cultural (renascença e a reforma);
2) Domínio político: a formação dos Estados europeus;
3) Domínio económico: o espírito capitalista.

III. 3.1. Diferentes tipos de Mercantilismo.

Bulionismo/Metalista/Espanha.

A preocupação do mercantilismo espanhol foi a de conservar no país a maior


quantidade possível do ouro e da prata provenientes das colónias da América, na
convicção de que assim assegurarão a preservação da riqueza e do poder do Estado
espanhol.

Todavia, nos meados do século XVI, a Espanha vai ser a maior detentora do ouro no
mundo. Para a Espanha, a posse de metais é a única verdadeira riqueza de uma
nação. O bulionismo espanhol tem assim por finalidade a proibição absoluta da saída
do ouro e da prata.

Industrial/Colbertísmo/França.

O objectivo do mercantilismo industrial foi o de captar o ouro do estrangeiro através


das exportações.

Jean Baptiste COLBERT, ministro de Luis XIV industrializou a França (fez da França
uma fábrica e um Estado), preocupando garantir grandes entradas de ouro através da
venda de produtos manufacturados.

O fundamental, pois era assegurar o saldo favorável da balança comercial: a saída do


ouro para comprar matérias-primas devia ser inferior a entrada do ouro resultante de
vendas ao estrangeiro.

Mercantilismo Comercial/Marítimo/Inglaterra.

O mercantilismo comercial baseou-se no desenvolvimento da actividade comercial. Foi


semelhante ao mercantilismo industrial no que diz respeito ao objectivo do saldo
favorável da balança comercial, não se opondo as importações desde que as
exportações fossem superiores.

Para alcançar este objectivo, a Inglaterra privilegiou o comércio marítimo assumindo


ser como o grande intermediário do comércio mundial.

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O instrumento central desta política é o acto de navegação de Cromwell (1650),
atribuiu a marinha inglesa o monopólio do comércio entre a Inglaterra e os outros
países, proibindo que as mercadorias estrangeiras fossem desembarcadas em portos
ingleses por navios que não fossem nacionais do país dessas mesmas mercadorias.

III. 3.2. As Grandes Linhas Do Pensamento Mercantilista

A economia política mercantilista visa:

1) A defesa da liberdade de exportação de produtos manufacturados;


2) A política mercantilista proíbe a exportação de matérias-primas e capitais,
porque o capital é essencial para a produção nacional;
3) Reservar o comércio dos nacionais;
4) Defendem a limitação de importar produtos estrangeiros (só se importa com
bens úteis a indústria nacional);
5) A proibição de comerciantes estrangeiros;
6) A produção material visa o fomento das manufacturas mediante o fornecimento
das manufacturas reais;
7) Liberdade do comércio interno;
8) Conquista das colónias.

III. 4. A Fisiocracia

A fisiocracia foi uma corrente de pensamento económico com particular impacto


doutrinário em França, tendo sido posta a execução governamental num breve período
que precedeu a revolução francesa.

A fisiocracia, de "cracia" (ordem) e "fisio" (natureza), teve como ideia fundamental a


defesa de uma ordem natural que comandava a economia.

A economia será dirigida por leis nacionais que tendo origem divina, seriam por issos
mesmos inalteráveis. A vontade da acção dos homens não as poderia contrariar. Eles
advogavam que a agricultura é a única actividade criadora de riqueza de uma nação e,
também defendem a não intervenção do Estado na economia (Laissez passer –
Laissez faire).

III.4.1.Ordem Natural Da Economia

Segundo Le Trosne o homem é concebido como um ser que busca prazer e


felicidade; ser cujos móbeis são o apetite do prazer e a versão da dor, isto é, "acentua
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a natureza económica das condições de felicidade humana, faz com que não se aceita
a ideia de que o homem é isolado, porque é um ser social necessário, tem que se
achar inserido em qualquer sociedade". A sociedade é o único meio de aumentar as
fruições agradáveis e úteis do homem, a sociedade assegura a ligação dos homens
em si, assegura a comunicação de 3 factores: no trabalho, da inteligência e da
força.

Mersier de La RAVIERE na sua frase célebre "a nossa reunião em sociedade é uma
consequência natural e necessária dos apetites do prazer".

Para os fisiocratas há uma ordem natural essencial e geral que encerra as leis
constitutivas e fundamentais de todas as sociedades, não podem afastar-se em
sociedade, sem que o Estado político tenha consistência, sem que os membros se
encontrem mais ou menos desunidos (situação violenta).

III. 4.2 – As Linhas Do Pensamento Dos Fisiocratas

Agricultura única actividade produtiva:

Para os fisiocratas só há riqueza nova quando há criação da matéria nova. O homem


recebe da terra um bem novo (trigo) diferente do bem que a terra lançou (semente).
Daí a criação da riqueza "nova", de matéria nova, que antes não existia na economia.
A indústria não cria riqueza, apenas transforma matéria-prima já existente.

O comércio também não cria riqueza nova, só a transporta facilitando o acesso dos
consumidores dos bens antes produzidos.

Pelo contrário, a agricultura proporciona ao homem um produto liquido; o valor do bem


que a terra entrega a sociedade (o valor do trigo) é superior ao valor dos bens
utilizados na sua produção (o valor das sementes e dos adubos).

A indústria e o comércio são assim actividades económicas necessárias, pois importa


que a madeira seja transformada em mesa e que uma vez produzida a mesa seja
comercializada no mercado, todavia, são estéreis, pois não geram riqueza.

Classes sociais e a tabela económica de QUESNAY:

 1ª Classe: Agricultura – produtos;


 2ª Classe: da propriedade de terras;
 3ª Classe: estéreis (comércio, indústria e actividades liberais).
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TABELA DE QUESNAY

Classe produtora Paga 1 Bilhão a


Agricultura Classe estéril (Comércio,
Indústria e actividades
liberais)

Paga 1 Bilhão
Classe da propriedade de
Terras

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