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HISTÓRIA DAS IDEIAS ECONÓMICAS E DO

PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO

• A História do pensamento económico pode ser


definida como sendo o ramo da ciência que estuda as
principais correntes de pensamento que dominaram a
marcha da Humanidade e contribuíram para a
evolução da abordagem económica, na sua perspectiva
científica, bem como da sociedade ao longo do tempo.

• A História do Pensamento Económico é um estudo da


herança deixada pelos que escreveram sobre assuntos
económicos, no decurso de muitos anos.
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• O desenvolvimento da Análise Económica é de origem
relativamente recente (a partir do século XVIII).
• O estudo do pensamento económico concentra-se em três
principais épocas históricas:
• 1. Pré-moderno (grego, romano, árabe), 
• 2. Idade Média (fase de recuo, dominada pela religião
cristã católica)
• 3. Moderno (mercantilismo, fisiocracia) 
• 4. Contemporâneo (a partir de Adam Smith, no final do
século XVIII). 
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• 1. Pré-Modernismo
• O pré-modernismo é uma época dominada pelo filósofo
Aristóteles (provavelmente o mais importante em toda
época). Os árabes medievais também trouxeram
contribuições para a compreensão da economia e o
destaque vai para Ibn Khaldun de Tunis (1332-1406), que
escreveu uma teoria política e económica em seu
Prolegómenos, mostrando como a densidade da população
está relacionada com a divisão do trabalho e com o
crescimento económico que, por sua vez, conduz a uma
população maior, formando um círculo virtuoso.
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• 2. Idade Média
• Na idade Média, o debate foi dominado pelos
teólogos da corrente escolástica, os quais, dentre
os vários tópicos, discutiram a determinação do
preço justo de um bem. Nas guerras religiosas,
seguindo a Reforma protestante do século XVI,
apareceram ideias sobre livre comércio, mais
tarde formuladas em termos legais por Hugo de
Groot ou Grotius.
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• 3. Idade Moderna 
• A idade Moderna foi marcada pelo aparecimento da escola
do pensamento económico, a Escola Fisiocrática. Liderada
por François Quesnay, pregou que a terra e a natureza
representam o factor económico produtivo; a ordem
natural ou governo da natureza conduzem a vida económica
e só a terra tinha a capacidade de multiplicar a riqueza.
• Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos
com a ajuda da natureza, em actividades económicas, como
a lavoura, a pesca e a mineração. Quesnay dividiu a
economia em sectores e mostrou a relação entre eles.
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• 4. Idade Contemporânea 
• A Idade Contemporânea foi marcada pelo aparecimento da
escola de pensamento económico:
• a) Clássico ou Liberal: liberada por Adam Smith (1723-
1790) e David Ricardo (1772-1823), a qual estabeleceu que
a verdadeira fonte de riqueza é o trabalho; que a
produtividade decorre da divisão do trabalho, que esta
decorre da tendência de troca, estimulada pela ampliação
dos mercados; que o papel do Estado na economia
corresponde à proteção da sociedade e que a iniciativa
individual deveria ser incentivada.
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• b) Socialista: Surgido na Alemanha (1872), e o termo


sido empregue, pela primeira vez, em 1827, por Roberto
Owen. O Socialismo estabeleceu que o Estado deve ter
em suas mãos a propriedade e os meios de produção, deve
regular a distribuição de riquezas económicas (bens e/ou
serviços) e promover reformas em busca do bem-estar
social e de justiça social e igualitária na distribuição de
recursos pelos cidadãos.
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• A idade contemporânea foi, igualmente,
marcada pelas recomendações de John Keynes
(1883-1946), através da “Teoria Geral do
Emprego, Juros e Moeda”, que objectivou
explicar as causas das variações que ocorrem
na produção e no nível de emprego.
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• 1. Conceito, Génese e Evolução do Mercantilismo

• Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas


económicas, desenvolvidas na Europa, na Idade Moderna,
entre o século XV e o final do século XVIII, que se
caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na
economia, através de medidas tendentes a unificar o
mercado interno e tinha como finalidade a formação de
Estados nacionais fortes, os quais eram medidos pela
quantidade da sua riqueza.
•  
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• Neste período histórico, a riqueza das nações era medida
pela quantidade de ouro e prata existente no território.
• Esta crença era conhecida como Bulionísmo ou
Metalísmo.
• Alguns autores referem, ainda, que a corrente
mercantilista surge como consequência de diversas
transformações intelectuais, tais como:
• a) Religiosas, marcadas pela exaltação do
individualismo e pela actividade económica, busca do
bem-estar;
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• b) Políticas, pelo surgimento do Estado Moderno;
• c) Geográficas, pela ampliação do campo de actuação dos
Estados, buscando a exploração de novas terras, espaços
navegáveis, de mercados comerciais e d) económicas, pela
mudança do eixo económico mundial e a criação da moeda
baseada no ouro e na prata.
• A confiança no mercantilismo começou a decair em finais do
século XVIII, quando as teorias de Adam Smith e de outros
economistas clássicos foram ganhando prestígio no Império
Britânico e, em menor grau, no resto da Europa (excepto na
Alemanha, onde a Escola Histórica de Economia foi a mais
importante durante todo o século XIX e começo do XX).
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• Os princípios do mercantilismo podem ser resumidos em:
•  a) Metalísmo ou Bulionísmo
•  Do inglês bullion "ouro em lingotes" onde o capital é
representado por metais preciosos que o Estado tem em seu
poder. Com esta crença, procurava-se evitar a saída de metais
preciosos do país.
• Com o evoluir da corrente, surgiram outras escolas, como o
Colbertismo (ou "mercantilismo francês") que se inclina para
a industrialização; e o comercialismo (ou "mercantilismo
britânico"), que vê no comércio exterior a fonte da riqueza de
um país.
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• b) Incentivos às manufacturas
• Os governos estimulavam o desenvolvimento de manufacturas em seus
territórios. Como o produto manufacturado era mais caro que as matérias-
primas, ou géneros agrícolas, a sua exportação gerava bons rendimentos. 

• c) Proteccionismo alfandegário
• O governo de uma nação deve aplicar uma política proteccionista sobre a
sua economia, favorecendo a exportação e desfavorecendo a importação,
sobretudo mediante a imposição de tarifas alfandegárias, com vista a
incentivar a balança comercial positiva com outras nações. Eram criados
impostos e taxas, para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos
do exterior, com vista a estimular a indústria e manufacturas
nacionais, bem como para evitar a saída de moedas para outros países.
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• d) Balança comercial favorável
• O esforço era para exportar mais do que importar;
desta forma, os ingressos da moeda seriam
superiores às saídas. 
• e) Soma zero 
• Acredita que o volume global do comércio mundial
é inalterável. Os mercantilistas viam o sistema
económico como um jogo de soma zero, no qual, o
lucro de uma das partes implica a perda da outra.
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• f) Colónias de exploração
• A riqueza de um país está directamente ligada à
quantidade de colónias de que dispunha para
exploração.
• Como se pode depreender, o mercantilismo,
indirectamente, impulsionou muitas das guerras
europeias do período e, serviu como causa e
fundamento do imperialismo europeu, dado que as
grandes potências da Europa lutavam pelo controlo
dos mercados disponíveis no mundo.
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• Nas expansões marítimas e comerciais das
nações, um país não poderia invadir o caminho
percorrido constantemente por outro, como no
caso da procura pelas Índias Ocidentais. Isto
perdurou até que, após o descobrimento da
América, a Inglaterra decidiu "trilhar" o seu
próprio caminho.
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• g) Comércio colonial monopolizado pela
metrópole 
• As colónias europeias deveriam comercializar
exclusivamente com as suas respectivas metrópoles.
Para as metrópoles, tratava-se de vender caro e
comprar barato. Dentro desse contexto, ocorreu o
ciclo do açúcar no Brasil Colonial, do ouro do
Império do Mwenemuthapa e do Zimbabwe
de Manhiquene, com os navegadores Europeus.
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• 2. Precursores do Mercantilismo 
• Os principais precursores sonantes da corrente Mercantilista foram
Jean Baptist Colbert (1619 – 1683), Jean Bodin (1566), John Locke
(1632-1704), William Petty (1623 – 1687), David Hume (1711-
1776) e John Law (1716). 
• 3. O mercantilismo sua relação com o conjunto de ideias
económicas
• O mercantilismo, em si, não pode ser considerado como uma teoria
unificada de economia. Os mercantilistas tendiam a concentrar a
sua atenção numa área específica da economia e pode se depreender
que os escritos da época têm o Mercantilismo como um sistema de
poder político e,
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• simultaneamente como um sistema de
regulamentação da actividade económica,
proteccionista e um sistema monetário com a teoria
da balança comercial.

• O mercantilismo é, portanto, uma doutrina ou política


económica que aparece num período intervencionista
e descreve um credo económico que prevaleceu à
época de nascimento do capitalismo, antes da
Revolução Industrial.
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• No Século XVIII, foi desenvolvida uma versão mais elaborada
das ideias mercantilistas, que recusava a visão simplista do
bullionismo. Embora considerasse que o ouro era a riqueza
principal, admitia a existência de outras fontes de riqueza.

• Embora não seja bastante significativa a contribuição do


mercantilismo à ciência económica, foram difundidas
algumas ideias importantes, que acabaram influenciando a
nova fase da evolução do pensamento económico, a fase
científica da economia inaugurada por Adam Smith.
 
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4. Consequências do Mercantilismo
• Tal como já foi mencionado, a corrente mercantilista
foi caracterizada e dominada pela procura de metais
preciosos (o ouro e a prata), pois a riqueza e robustez
da nação era medida em função da quantidade destes
metais, existentes no território. Importa relembrar
que, porque muitos destes países não detinham
reservas destes minérios, impunha-se a necessidade
de identificação de colónias em África, Ásia e
América e, consequentemente, a corrida colonial.
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• Outro aspecto prendia-se com a necessidade de
mercados para colocação de produtos manufacturados,
bem como as fontes para exploração da matéria-prima.

•  O mercantilismo pode se considerar a primeira


corrente económica capitalista, isto é, lançou os
fundamentos de uma nova ideologia que viria a
dominar o Mundo das ideias económicas, bem como a
se assumir como modelo de desenvolvimento das
economias padrão –o Capitalismo.
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• Também pode se referir que o mercantilismo
permitiu o desenvolvimento e consolidação do
sistema de colonização dos povos de outros
continentes, como a África, o que veio a
culminar com a partilha do mundo por zonas
de influência e, por regra, mercado restrito
aos detentores da colónia; daí o eclodir de
novos conflitos entre potências, pela conquista
de espaço.
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• 1. A Fisiocracia
• A chamada escola fisiocrática surgiu no século XVIII. É
considerada a primeira escola de economia científica, e foi
fundada por François Quesnay (1694-1774), o qual escreveu a
obra Tableau Économique, que marcou a primeira fase científica
da economia.

• Quesnay defendeu, na sua tese, que é preciso obter a máxima


satisfação, com um mínimo de esforço, na harmonia. Não obstante
a existência do antagonismo de classes sociais, acreditava na
compatibilidade ou complementaridade dos interesses
pessoais, numa sociedade competitiva.
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• O fisiocratismo considera o sistema económico
como um "organismo" regido por leis intrínsecas
(pela ordem natural das coisas), sendo elas,
assim, cientificamente relevantes.

• Na fisiocracia, a base económica é a produção


agrícola, ou seja, um liberalismo agrário, onde a
sociedade é dividida em três classes: produtiva,
proprietários de terra e as demais classes.
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• O papel do Estado deve se limitar a guardião da propriedade
e garante de liberdade económica e, não deveria intervir no
mercado ("laissez-faire, laissez-passer").

• Com o advento da fisiocracia, surgiram duas grandes ideias


de alta relevância para o desenvolvimento do pensamento
econômico, a destacar: a) “A ordem natural rege todas as
actividades económicas, e inútil é criar leis à organização
económica” e advogou igualmente a importância da
agricultura sobre o comércio e a indústria, ou seja,
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• b) “ a terra é a fonte de todas as riquezas que, mais tarde,
farão parte destes dois campos económicos”.

• 4. Os equívocos dos fisiocratas


• O grande erro dos fisiocratas consistiu em pensar que a
economia política trata de riquezas, como bens materiais (por
isso que, para estes, a única classe produtiva estava ligada à
agricultura, pois esta "cria" bens materiais) e é por esse
motivo que a Economia Política tem na agricultura uma
actividade fecunda, e a Indústria não, mas ela, como
ciência, estuda produtos vistos com um valor económico
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• E o Quadro Económico de Quesnay (QEQ) trata
da formação, circulação e distribuição dos valores
sem, contudo, explicar o que é o valor.
• A Fisiocracia contribuiu para a gestação do
moderno pensamento Económico, valorizando a
terra, mas exagerou ao afirmar que só os produtos
retirados da terra é que proporcionam riqueza e
Quesnay criou um Quadro que alerta para a
circulação do Capital nos sectores da Economia.
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• A ESCOLA CLÁSSICA 
•  Contextualização 
• A Escola Clássica é uma corrente de
pensamento económico que vigorou nos finais
do século XVIII até ao início do séc. XIX, cujo
princípio é o liberalismo económico,
defendido pelos fisiocratas.
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• O seu principal expoente foi Adams Smith (1723 a 1790),
que contestou a regulamentação comercial do sistema
mercantilista, pois, segundo ele, a concorrência impulsiona o
mercado e dinamiza a economia, gerando o desenvolvimento.

• A teoria clássica surgiu da tentativa de interpretação da


ordem económica, procurando o equilibrio do mercado
(procura e oferta), o ajuste dos preços, a satisfação das
necessidades humanas, através da divisão do trabalho e do
liberalismo, influenciado pelas inovações tecnológicas
desenvolvidas durante a revolução industrial.
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• Princípios da Escola Clássica
• O princípio da economia clássica é a concorrência, onde os
indivíduos agem em proveito próprio; num mercado em que
vigora a concorrência, aqueles funcionam espontaneamente,
de modo a garantir, por mecanismo abstrato e impessoal (da
mão invisível), a alocação mais eficiente dos recursos e da
produção, sem que haja excesso de lucros. Neste contexto,
o único papel económico do governo (além de garantir a
lei e a ordem) é a intervenção na economia quando o
mercado deixa de funcionar de maneira satisfatória, ou
seja, quando não há livre concorrência.
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• Segundo a teoria clássica, numa economia
concorrencial, a oferta de cada bem e de cada factor
de produção tende, sempre, a igualar a procura e o
que determina o equilíbrio entre a oferta e a procura
é o preço (do trabalho, o salário).
 
• De acordo com Adam Smith, a economia não se
deveria limitar ao armazenamento dos metais
preciosos e ao enriquecimento da nação (anti-
Mercantilista).
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• Smith estabeleceu princípios para “análise do
valor dos lucros, dos juros, da divisão do
trabalho, da renda da terra, bem como a teoria
sobre o crescimento económico, a causa da
riqueza das nações, a intervenção estatal,
distribuição da renda, formação e aplicação do
capital”.
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• Precursores do Pensamento Clássico
• A economia clássica foi elaborada e sistematizada nas
obras dos economistas políticos, nomeadamente:
• a) Adam Smith. 
• Adam Smith, (1723-1790) filósofo de formação, é o pai
da Economia Política. É com ele que a Economia
nasce, enquanto ciência. A sua obra “ O Inquérito
sobre a Natureza e as Causas da Riqueza da Nações”,
foi publicada em 1776 e é considerada a obra
fundadora da Economia Política.
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• Adam Smith escreveu numa época em que a
indústria conhecia um crescimento sem precedentes,
configurando-se como a verdadeira fonte da riqueza
das nações. Adam Smith opunha-se à intervenção do
Estado na economia. Ficou célebre o seu conceito
de mão invisível, segundo o qual, se os homens
actuassem livremente em busca do seu próprio
benefício, existiria uma "mão invisível" que
transformaria os seus esforços em benefícios para
todos.
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• b) Jhon. S Mill (1806-1873)
• Filósofo e economista nascido na Inglaterra. Foi
defensor do utilitarismo e introduziu na economia o
conceito de Justiça Social.
• c) Jean Baptiste Say (1767 – 1832),
• Filósofo francês, criou a lei dos mercados, segundo a
qual (a oferta cria a sua própria procura), pois a super
produção é impossível, por que as forças do mercado
operam de maneira que a produção crie a sua própria
procura.
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• d) David Ricardo (1772-1823) 
• Homem de negócios de sucesso, é outro grande
vulto na história do pensamento económico. A sua
principal obra chama-se "Princípios da Economia
Política e da Tributação" e foi escrita em 1817.  
• Ricardo focou a sua atenção na tendência para a
baixa dos lucros, que ameaçaria a economia
inglesa. Essa tendência poderia ser neutralizada
com o desenvolvimento do comércio externo. 
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• É muito conhecida a sua Teoria das vantagens
comparativas no comércio internacional em que
comparava as vantagens de Portugal e da Inglaterra, no
comércio entre si.
• Um dos principais teóricos da economia política clássica,
exerceu influência sobre os neoclássicos e os marxistas.
Desenvolveu a teoria do valor do trabalho e da sua relação
com o valor monetário; elaborou sobre a teoria da
distribuição, da sua relação com o lucro e os salários, bem
como sobre o comércio internacional e temas monetários.
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• e) Thomas Malthus (1766 – 1834).
• Este pensador procurou colocar a economia em
bases empíricas e defendeu que o excesso da
população era a causa de todos os males, teoria
descrita no seu livro (O Ensaio Populacional),
fundada no principio segundo o qual as populações
crescem em progressão geométrica e os meios de
subsistência em progressão aritmética; daí a
necessidade do aumento da mortalidade e das
restrições ao nascimento.
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• O Declíneo do Liberalismo Clássico  
• O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do Séc. XVIII e
inicio do século XIX com a quebra da Bolsa de Valores de Nova
York, em 1929 e a subsequente Grande Depressão e a queda
vertiginosa da economia o que veio a desenvolver um sentimento de
descrédito da teoria liberal, e o reforço das teorias de intervenção do
Estado na economia, notadamente as ideias de Keynes, aplicadas,
quase simultaneamente, pelo plano New Deal, do presidente norte-
americano Franklin Roosevelt, e pelo governo Nacional Socialista
da Alemanha de Hitler que, em três anos, enquanto o resto do
mundo agravava a recessão, conseguiu acabar com o desemprego na
Alemanha Nazista, sem provocar inflação, adoptando um déficit
orçamental que chegou a atingir 5% do PIB alemão.
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• Durante a década 40, os países ricos criaram
os acordos de Bretton Woods e estabeleceram
regras intervencionistas para a economia
mundial. Entre outras medidas, surgiu o FMI.
Com a adopção das metas dos acordos de
Bretton Woods e a adoção de políticas
keynesianas, os 30 anos seguintes foram de
rápido crescimento nos países europeus e no
Japão, que viveram sua Era de Ouro.
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• A Europa, por sua vez, renasceu com apoio
financeiro conseguido por meio do Plano
Marshall, e o Japão teve o período de maior
progresso da sua História. O período de pós-
guerra, até o início da década de 1960, foram
os "anos dourados" das economias capitalistas.
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• REACÇÕES ANTI-LIBERAIS
• 1. Contextualizacao das Reacções anti- Liberais 
• Apesar do domínio do pensamento económico da Escola
Clássica Liberal, a realidade económica e social da primeira
metade do séc.XIX mostrou-se contrária aos seus
princípios, pois assiste-se à emergência de teorias que
advogam a necessidade de intervenção do Estado na
economia nacional, fazendo apologia à protecção do
mercado nacional e da concorrência estrangeira, e
passamos a destacar :
•  
• Friedrich List (1789-1846) impulsionador da
reunificação, considera que a doutrina da Escola
Clássica está em desacordo com a natureza das
coisas e com a evolução histórica da
Humanidade, pelo que considerou a doutrina
clássica abstracta e estática. 
• Segundo List, a finalidade da economia nacional é o
desenvolvimento das forças produtivas do país, pelo
que, o que um país perde em riqueza-valor de troca,
ganha largamente no futuro em riqueza-produtiva.
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• Henry Carey (1793-1879) – primeiramente, liberal
optimista. Por consequência da crise de 1837, converteu-
se ao proteccionismo, em defesa da protecção aduaneira e
da política de livre-câmbio, como regime de longa duração
aplicável à agricultura.
• Jean Sismondi (1773-1842), adepto do liberalismo
económico, veio a opor-se, após sucessivas crises
económicas que abalaram a França, de 1815 a 1825 e
defende que a distribuição deve merecer igual atenção,
porque o equilíbrio económico se estabelece à custa do
sacrifício das classes pobres (os operários), ependentes do
salário magro.
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• O Socialismo
• Escola Socialista: Surgiu na Alemanha (1872) e
o termo foi empregue, pela primeira vez, em
1827, por Roberto Owen. Esta estabeleceu que
o Estado deve ter em suas mãos a propriedade
e os meios de produção, regular a distribuição
de riquezas económicas (bens e/ou serviços) e
promover reformas em busca do bem-estar
social.
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• A Escola Socialista é dividida em três segmentos,
classificados conforme a estrutura do pensamento de
seus autores:
• a) Socialismo Utópico – Constituído pelos pensadores
idealistas, liderados por Thomas Malthus. A sua grande
obra “A Utopia” (1516), era uma crítica consistente ao
capitalismo nascente e ao feudalismo decadente. “A
Utopia” ficou, na história do socialismo, como a
primeira tentativa teórica de formação de uma
sociedade sem propriedade privada, sem trabalho
assalariado e sem supérfluos.
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• b) Socialismo Científico foi constituído por
pensadores cujos trabalhos estruturaram o
materialismo dialéctico e histórico. O
socialismo científico foi liderado por Karl Marx
(1818-1883), e a sua principal obra foi “O
Capital” (1867). Dentre os vários aspectos da
sua obra, destacam-se os estudos sobre a
mais-valia, acumulação capitalista e o exército
industrial de reserva.
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•- Materialismo dialéctico – doutrina cuja ideia central é que o mundo não
pode ser acabado, mas é um conjunto de processos; em incessante
movimento.
•- Materialismo histórico – doutrina do Marxismo, que afirma que o modo
de produção da vida material condiciona o conjunto de todos os
processos da vida social, política e espiritual.
•c) Neo-Marxismo – Conhecido como reformador do Marxismo ou
integrante da nova esquerda (Neo-Esquerdista). O Neo-Marxismo foi
liderado por António Gramsci (1891-1937), que discordou de Marx, ao
afirmar que nenhuma classe poderia dominar com base em factores
económicos, mas também entendia que a classe operária deveria
atingir o poder através do esforço político e intelectual.
• 
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• Entre os principais defensores do pensamento socialista,
destacamos:
• a) Saint Simon; b) Robert Owen; c) Charles Fourier;
• d) Karl Marx
• Karl Marx é um vulto importante da história do
pensamento económico. A sua obra económica principal
chama-se "O Capital". Na sua teoria, prevê a evolução do
sistema socioeconómico e a substituição do capitalismo
por um outro sistema social a que chama socialismo que,
por sua vez, dará lugar a outro, chamado comunismo.
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• Foi defensor dos ideais do manifesto
comunista, originalmente denominado
Manifesto do Partido Comunista, escrito por
Karl Marx e Friederich Engels, teóricos
fundadores do socialismo científico.
• Marx analisa, ainda, o desenvolvimento das
novas necessidades tecnológicas e de consumo
impostas ao mercado, bem como o
proletariado.
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• Segundo a teoria socialista de Marx, o
desenvolvimento do socialismo pressupõe o
desaparecimento da divisão de classes sociais de poder
público. No entanto, seria instaurada uma Sociedade
Comunista (sociedade igualitária, sem classes sociais,
baseada na propriedade comum, no controlo dos
meios de produção e da propriedade em geral).
• Para Karl Marx, o comunismo seria a fase final da
sociedade humana, alcançável através de uma
revolução proletária.
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• O NEO-CLASSICISMO (Fins do Séc. XIX ao início do Séc.
XX)
• A escola Neoclássica ou Marginalista é uma corrente de
pensamento económico que surgiu em defesa do
pensamento clássico de Adam Smith, destacando, como
princípio, as “forças da procura e da oferta”, pelo
mecanismo de auto-regulação.
• O surgimento ou aparecimento da Escola Neo-Clássica
acontece numa conjuntura conturbada, de incertezas,
perante teorias contrastantes (Marxista, Clássica e
fisiocrata) do pensamento económico em 1870.
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• A principal preocupação dos neoclássicos era o
funcionamento de mercado e como se chegar ao pleno
emprego dos factores de produção, baseada no
pensamento liberal.
2. Contributo do Pensamento Neoclássico
• Alfred Marshall (1842-1924), matemático, economista,
neoclássico da escola de Cambridge. É um vulto
importante da história do pensamento económico. A sua
obra principal chama-se "Princípios de Economia" e foi
escrita em 1890. É esta a obra que tem servido de base à
formação em economia.

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