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ELECTROQUÍMICA
A Electroquímica é a parte da Química que estuda a produção de corrente eléctrica por meio de
reacções químicas (pilhas e baterias) e o processo inverso a esse (electrólise).
Pilha e baterias
São dispositivos em que ocorre uma reacção de oxidação-redução que produz corrente eléctrica.
Isso significa que há uma conversão de energia química em energia eléctrica.
Esse processo é espontâneo porque ocorre a transferência de electrões entre um metal que tema
tendência de doar electrões (eléctrodo negativo – ânodo), por meio de um fio condutor, para um
metal que tem a tendência de receber electrões (eléctrodo positivo - cátodo).
A diferença entre as pilhas e as baterias está no fato de que as pilhas possuem apenas um
electrólito e dois eléctrodos, enquanto as baterias são formadas por conjuntos de pilhas em série
ou em paralelo.
As pilhas ou baterias primárias são aquelas que não podem ser recarregadas. A reacção de
oxidação-redução delas continua por determinado período, fornecendo energia ao sistema até que
essa reacção química se esgote e o dispositivo pare de funcionar. Um exemplo é a pilha seca de
Leclanché ou pilha ácida usada em equipamentos que requerem descargas leves e contínuas,
como controle remoto, relógio de parede, rádio portátil e brinquedos.
As pilhas ou baterias secundárias são recarregáveis e podem ser utilizadas inúmeras vezes. Um
exemplo é a bateria usada em automóveis (baterias chumbo/óxido de chumbo ou chumbo/ácido),
que é recarregada quando se fornece uma corrente eléctrica contínua, aplicando-se uma diferença
de potencial para inverter os pólos e mudar o sentido da reacção química, fazendo assim com que
a bateria funcione e regenere grande parte do ácido sulfúrico.
Pilha de Daniell
Em 1836, o cientista John Frederic Daniell (1790-1845) construiu uma pilha formada por dois
eléctrodos separados em duas semicelas. Como se pode ver na representação abaixo, um dos
eléctrodos era formado por uma placa de zinco metálico (Zn (s)) mergulhada em uma solução que
continha catiões zinco (Zn2+(aq)), como uma solução de sulfato de zinco (ZnSO4(aq)).
O segundo eléctrodo era formado por uma placa de cobre metálico (Cu (s)) mergulhada em uma
solução que continha catiões cobre (Cu2+(aq)), como uma solução de sulfato de cobre (CuSO 4(aq)).
Esses dois eléctrodos eram interligados por um circuito externo, com uma lâmpada, cujo
acendimento indicaria a passagem de corrente eléctrica:
Assim, a reação global dessa pilha de Daniell pode ser dada por:
Se fizermos uma pilha formada por um eléctrodo de cobre ligado a um eléctrodo - padrão de
hidrogénio, o valor do potencial de redução indicado no voltímetro será + 0,337 V. O sinal
positivo indica que o sentido da corrente eléctrica é do eléctrodo - padrão de hidrogénio (ânodo)
para o eléctrodo de cobre (cátodo).
Semi-reacção do ânodo: H2(g) + 2 H2O(l) → 2 H3O+(aq) + 2 e-
Semi-reacção do cátodo: Cu2+(aq) + 2 e- → Cu( s)
ΔE0 = E red (cátodo) – E red (ânodo)
+0,337 = E red Cu2+ - E red H2
+0,337 = E red Cu2+ - 0
E red Cu2+ = +0,337 V
A IUPAC recomenda que se trabalhe com os potenciais de redução em vez dos potenciais de
oxidação.
Com esses valores em mão, podemos calcular a diferença de potencial (ddp) para qualquer pilha,
pois a variação da força electromotriz (ΔE) pode ser calculada por:
ΔE0 = E0 red (maior) – E0 red (menor) ou ΔE0 = E0 oxid (maior) – E0 oxid (menor)
Por exemplo, vamos determinar a diferença de potencial (ddp) para uma pilha formada por um
eléctrodo de zinco e um de cobre. Conforme já mencionado, o potencial - padrão de redução do
cobre é de + 0,337 e do zinco é -0,76 V. Como o cobre possui maior potencial de redução, é ele
que reduz (ganha electrões), sendo o cátodo, e o zinco oxida-se (perde electrões), sendo o ânodo:
Assim, o valor de ΔE0 sempre será positivo , porque a oxi-redução que ocorre na pilha é
espontânea. Se fizermos as contas e o valor de ΔE 0 der negativo, isso significa que a reacção não
ocorre entre as duas espécies em questão e a pilha não funciona.
Electrólise
Quando o gerador é ligado, os electrões são transportados do gerador pelo seu pólo negativo (o
ânodo) e entram na cuba electrolítica pelo cátodo onde acontece uma reacção de redução, em que
se recebem os electrões, como mostra a semi-reacção genérica abaixo:
Na cuba electrolítica, os electrões emergem do ânodo (pólo positivo), onde ocorre a oxidação,
isto é, a perda de electrões, e chegam ao gerador pelo seu pólo positivo (ânodo). A semi-reacção
de oxidação que ocorre no ânodo da célula electrolítica é dada abaixo de forma genérica:
Tipos de electrólise
1. Electrólise ígnea: O electrólito é uma substância fundida, isto é, que está no estado
líquido sem a presença de água, porque o ponto de fusão dos materiais derretidos
geralmente é bem elevado.
Por exemplo, a electrólise do sal de cozinha fundido (cloreto de sódio - NaCl) produz
duas substâncias muito importantes e que não são encontradas de forma isolada na
natureza, que são o sódio metálico (Na(s)) e o gás cloro (Cl2(g)). O ponto de fusão do sal é
superior a 800,4 ºC.
Quando se passa a corrente eléctrica pelo sal fundido, ocorrem as seguintes reacções:
2. Electrólise em meio aquoso: Nesse caso, o electrólito é uma solução aquosa com iões
dissolvidos.
Na electrólise em meio aquoso existem, além dos iões da substância dissolvida, os iões da
água (H+ e OH-). Assim, é preciso consultar listas de facilidade de descarga para saber
qual será o anião e qual será o catião que participarão das reacções de oxi-redução e
ficarão neutros.
Por exemplo, no caso da electrólise da salmoura (sal dissolvido na água), temos os quatro
iões: Na+ e H+, Cl- e OH-. Consultando a fila de facilidade de descarga eléctrica, vemos
que o H+ tem maior facilidade que o Na+ e também notamos que o Cl - tem maior
facilidade que o OH-. Assim, o catião Na+ e o anião OH- permanecerão na solução (são os
“iões espectadores”), enquanto o H+ e o Cl- irão reagir:
Exercícios
1. Determine o valor da ddp da pilha Ca / Ca2+ // Pb2+ / Pb sabendo que:
Ca2+ + 2 e– → Ca, Eo = – 2,76 V;
Pb2+ + 2 e– → Pb, Eo = – 0,13 V.
3. Dadas as semi-reacções:
2 Fe2+ → 2 Fe3+ + 2 e–, Eo = – 0,77 V
2 Cl-1 + 2 e– → Cl2 + 2e–, Eo = – 1,36 V
II. Soluções aquosas de glicose não podem ser electrolisadas porque não conduzem
corrente eléctrica.
A IUPAC recomenda que se trabalhe com os potenciais de redução em vez dos potenciais de oxidação.
Com esses valores em mão, podemos calcular a diferença de potencial (ddp) para qualquer pilha, pois a variação da força eletromotriz (?
E) pode ser calculada por:
ΔE0 = E0red (maior) - E0 red (menor) ou ΔE0 = E0oxi (maior) - E0 oxi (menor)
Por exemplo, vamos determinar a diferença de potencial (ddp) para uma pilha formada por um eletrodo de zinco e um de cobre.
Conforme já mencionado, o potencial-padrão de redução do cobre é de + 0,337 e do zinco é -0,76 V. Como o cobre possui maior
potencial de redução, é ele que reduz (ganha elétrons), sendo o cátodo, e o zinco oxida-se (perde elétrons), sendo o ânodo:
Isso confirma o que falamos no início: que quanto maior for essa diferença dos potenciais dos eletrodos na pilha, mais potente será
a pilha. Além disso, o valor de ΔE0 sempre será positivo, porque a oxirredução que ocorre na pilha é espontânea. Portanto, se você
fizer as contas e o valor de ΔE0 der negativo, isso significa que a reação não ocorre entre as duas espécies em questão e a pilha
não funciona.
Existem também mais dois fatores que interferem na diferença de potencial de uma pilha, a temperatura e a concentração das
soluções.
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