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Bioprocessos
Estimativa do Investimento e
Avaliação Económico-Financeira do
Projecto de uma Nova Fábrica
Novembro de 2022
PEQB 1
NOTA 1
Este documento contém os slides de apoio às aulas teóricas sobre Estimativa do Investimento e
Avaliação Económica, da disciplina de Projecto de Engenharia Química e de Bioprocessos.
Não está completo sem os comentários e explicações dados nas aulas em que foram usados,
pelo que não devem ser utilizados como elemento exclusivo de estudo e orientação por parte
dos alunos, que devem recorrer às referências bibliográficas indicadas e a outras fontes de
informação, conforme a especificidade da matéria ou aos esclarecimentos do docente que
acompanha a realização do seu trabalho.
PEQB 2
NOTA 2
PEQB 3
Índice Página
1. Enquadramento e principais aspectos a abordar na Avaliação Económico- 5
Financeira
2. Estimativa do Investimento
1. Estimativa do custo do Equipamento Base 9
2. Métodos para a estimativa do investimento numa nova fábrica 26
3. Conta de exploração previsional
1. Estimativa do custo de produção 51
2. Demonstração de Resultados 63
4. Cash flow previsional 88
5. Plano de Financiamento 108
6. Análise de viabilidade económico-financeira e análise de sensibilidade 115
7. Bibliografia 140
PEQB 4
1. Enquadramento e principais aspectos a abordar na
Avaliação Económica
PEQB 5
Enquadramento de Projecto I e PEQB no projecto de uma nova fábrica
ESTUDOS DE ENGENHARIA
PROJECTO I
Selecção da Construção
Projecto de Testes e
Tecnologia de
Engenharia Fornecimento Arranque
Fabrico
e montagem
Análise de PEQB
Exploração
Mercado
Análise de
Contas de
Estimativa do Plano de Viabilidade
Exploração
investimento Financiamento Económico-
Previsionais
Financeira
ESTUDOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
PEQB 6
Principais questões a abordar na Avaliação Económica
1. Qual o investimento necessário para construir a Plano de investimento inicial
fábrica?
PEQB 7
A Estimativa do Investimento, o Plano de Financiamento e a Conta de Exploração
Previsional servirão de base à Análise da Rentabilidade esperada do investimento
Estimativa de Plano de
Plano de Financiamento
Investimento Exploração
• Estimativa do investimento • Origem dos capitais • Demonstrações Financeiras
em terrenos, construção, necessários ao investimento Previsionais (Demonstração
equipamento base, - Capitais Próprios de Resultados previsional,
ferramentas, activos não sendo necessários os
intangíveis (ex.: projecto, - Capitais Alheios Balanços previsionais).
licenças), capital circulante e • Corresponde à previsão de
juros intercalares durante a receitas e custos anuais, ao
fase de construção. longo da vida útil do Projecto
• Calendarização do (10 anos).
investimento, em função do • Permite estimar o cash-flow
Projecto de Engenharia. de operação.
Análise de Rentabilidade
PEQB 8
2. Estimativa do Investimento
PEQB 9
ESTUDOS DE ENGENHARIA
Selecção da Construção
Projecto de Testes e
Tecnologia de
Engenharia Fornecimento Arranque
Fabrico
e montagem
• Equipamento Base
Análise de • Capital Fixo Exploração
Mercado
• Capital Circulante
• Juros intercalares
Análise de
Contas de
Estimativa do Plano de Viabilidade
Exploração
investimento Financiamento Económico-
Previsionais
Financeira
ESTUDOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
PEQB 10
Dados necessários para estimar o Capital Fixo
• Para se estimar o investimento fixo de uma nova fábrica da indústria, com algum grau de
aproximação, é necessário conhecer os custos do Equipamento Base da fábrica.
• O Equipamento Base é todo o equipamento que faz parte do processo de fabrico, desde os
tanques de matérias-primas até à armazenagem do produto final.
• Para estimar o custo do Equipamento Base é necessário dispor de:
– Flowsheet
– Balanços mássicos e de energia aos equipamentos;
– Dimensionamento dos equipamentos;
– Materiais de construção.
• A forma mais precisa de estimar o custo de um equipamento é a consulta aos fornecedores.
– Contudo, tal não é prático nem razoável no âmbito de um trabalho académico.
PEQB 11
Fontes de informação para estimativa do custo do Equipamento Base (1/2)
3. ASPEN
– Consultar o módulo do ASPEN que proporciona estimativas de investimento - Aspen
Capital Cost Estimator (ACCE)
PEQB 12
Fontes de informação para estimativa do custo do Equipamento Base (2/2)
5. Sites na internet
– Grau de precisão variável, mas tipicamente estimativas de ordens de grandeza
– Em alguns casos baseados nos gráficos em função da capacidade e do material
– www.matche.com
– http://www.mhhe.com/engcs/chemical/peters/data/ - site da McGraw com um simulador
em Excel baseado no Peters e Timmerhaus
– Venda de equipamento/ fábricas em 2ª mão
- http://www.lcecplants.com
- http://www.ippe.com
PEQB 13
Encontram-se várias fontes com os preços por tipo de equipamento, em função
de uma dimensão característica desse equipamento
Exemplo para permutadores de calor
Verificar sempre a data a que
se refere o gráfico
Preço do permutador =
Valor do gráfico x Factor de Pressão x
Factor do Tipo de Permutador
PEQB 14
Ajustamento do efeito da escala (capacidade) no custo do equipamento
Expoente
de custo • n tipicamente entre 0,4 e 0,8
• Frequentemente n=0,6, razão pela
n Parâmetro da
CA ! A A $ qual se designa esta regra pela regra
= ## && capacidade do dos 6 décimos
CB " AB % equipamento
• Na ausência de um expoente
específico para o tipo de equipamento,
Custo
pode ser usado por defeito o valor 0,6
• É importante que o tipo e material de
Cb construção do equipamento sejam os
Ca=kAan em que k= mesmos e que as condições de
Anb operação sejam semelhantes
PEQB 15
Exemplo – estimativa do custo de um permutador de calor
PEQB 16
A economia de escala reflectida na regra de Williams
0.60
CA ! 2 $
=# & = 1,52 O custo aumenta 52%
CB " 1 %
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Expoentes de custo para alguns equipamentos de processo
Fonte: Analysis, Synthesis, and Design of Chemical Processes, 4th ed, by R. Turton et. al., 2012 Pearson Education
PEQB 18
Efeito do tempo sobre o custo dos equipamentos e instalações
PEQB 19
Composição do índice CEPCI
Fonte: Analysis, Synthesis, and Design of Chemical Processes, 4th ed, by R. Turton et. al., 2012 Pearson Education
PEQB 21
Exemplo de actualização da estimativa de preço para o mesmo tipo de
equipamento
PEQB 22
Exemplo de aplicação dos índices para ajustamento do tempo decorrido e da
capacidade (1/2)
PEQB 23
Exemplo de aplicação dos índices para ajustamento do tempo decorrido e da
capacidade (2/2)
PEQB 24
Em alguns casos, pode ser necessário fazer o ajustamento do preço para a pressão
de operação do equipamento
Pressão até
50 100 200 300 400 500 900 1000
(psig)
Fp
1,00 1,05 1,15 1,20 1,35 1,45 2,30 2,50
1 – K. M. Guthrie, "Capital Cost Estimating," Chem Eng., 76(6): 114 (March 24, 1969)
K. M. Guthrie, Process Plant Estimating Evaluation and Control, Craftsman Book Co., Solana Beach, Calif., 1974
2 – Ou vessels, em inglês, designação que abrange equipamentos como balões de refluxo, balões de flash, decantadores, reservatórios sob
pressão ou reactores.
PEQB 25
2. Estimativa do Investimento
PEQB 26
ESTUDOS DE ENGENHARIA
Selecção da Construção
Projecto de Testes e
Tecnologia de
Engenharia Fornecimento Arranque
Fabrico
e montagem
• Equipamento Base
Análise de • Capital Fixo Exploração
Mercado
• Capital Circulante
• Juros Intercalares
Análise de
Contas de
Estimativa do Plano de Viabilidade
Exploração
investimento Financiamento Económico-
Previsionais
Financeira
ESTUDOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
PEQB 27
O investimento numa nova fábrica divide-se em 3 parcelas
• Juros Intercalares
Dado que o investimento será financiado, em parte, por capitais alheios
(empréstimo bancário), é necessário acrescentar ao investimento os juros do
empréstimo durante a fase de investimento.
PEQB 28
Podem ser efectuados diferentes tipos de estimativas do investimento, com
diferentes graus de precisão
Fonte: Analysis, Synthesis, and Design of Chemical Processes, 4th ed, by R. Turton et. al., 2012 Pearson Education
PEQB 29
Classificação das estimativas de custos nas indústrias de processo
PEQB 30
A Gestão do Projecto é crítica, sobretudo em projectos de grande
dimensão
Exemplos de Projectos da Bechtel Investimento total (USD)
u Building and running a rail line between London and the u $4.6 billion
Channel Tunnel
u Expanding the Miami Airport in Florida u $2 billion
u Building 26 massive distribution centers in just two years u $1 billion
for the internet company Webvan Group
u Constructing 30 high-security data centers worldwide for u $1.2 billion
Equinix, Inc.
u Developing an oil pipeline from the Caspian Sea region u $850 million
to Russia
u Expanding the Dubai Airport in the UAE u $600 million
u Building liquid natural gas plants in Yemen and Trinidad u $2 billion
u Building a new subway for Athens u $2 billion
u Constructing a natural gas pipeline in Thailand u $700 million
u Building a highway to link the north and south of Croatia u $300 million
CUSTOS DIRECTOS
• Equipamento Base
Investimento
• Montagem
Fixo
• Tubagem
• Utilidades e serviços
• Instrumentação e Controlo
Capital • Terreno e preparação do terreno
Investimento • Edifícios
Circulante
• Instalações eléctricas
• Isolamentos térmicos
PEQB 33
Detalhe dos Custos Directos do Investimento Fixo (2/2)
PEQB 34
Detalhe dos Custos Indirectos do Investimento Fixo
PEQB 35
O Investimento Fixo necessário a uma nova fábrica pode ser estimado através de
vários métodos, com diferentes graus de precisão (1/5)
1
Consiste na estimativa detalhada de todas as parcelas de custo e é usado para
estimativas definitivas (precisão na ordem de 5%).
•Equipamentos – propostas firmes de fornecedores.
Estimativa •Mão-de-obra – com base em estimativas das horas.Homem necessárias e no
detalhada custo/h.H.
•Terreno – com base na natureza das áreas necessárias, resultantes dos
projectos de detalhe.
•Edifícios – com base nos projectos de arquitectura e construção.
2
Também é usado em estimativas definitivas, embora menos rigoroso que o
anterior. Necessita dos P&I e folhas de especificação, sendo aplicado em fases
adiantadas do projecto.
•Equipamentos – estimados com base em propostas de fornecedores,
propostas antigas ou preços em gráficos de custo, actualizados.
Método 2
•Montagem – calculada como uma % do custo do equipamento.
•Outras parcelas dos custos directos (condutas, terrenos, edifícios,
equipamento eléctrico …) são calculadas com base em preços unitários. (Ex:
custo/m de tubagem instalada, €/m de isolamento).
•Custos Indirectos - calculados como uma percentagem dos custos directos.
PEQB 36
O Investimento Fixo necessário a uma nova fábrica pode ser estimado através de
vários métodos (2/5)
3
Utiliza-se em estimativas preliminares e estima as várias parcelas do
investimento fixo como percentagens do custo do Equipamento Base.
CDirectos CIndirectos
Método dos
Factores
f2,...f9 - Percentagens sobre o custo do Equipamento Base (EB), para calcular
as restantes parcelas dos Custos Directos do Investimento Fixo
PEQB 37
Percentagens sobre o custo do Equipamento Base para estimar os Custos
Directos no Método dos Factores
Custos Directos Percentagem sobre o EB
Montagem do equipamento base 35% a 45%
Tubagens
• Instalação que apenas processa sólidos 10%
• Sólidos e fluidos 30%
• Só fluidos 65%
Utilidades e serviços • 30% a 80% (margem de erro é elevada)
• É aconselhável fazer estimativas mais aproximadas,
com base nas redes de utilidades efectivamente
existentes (ver slide seguinte)
Controlo 5% a 30%
Edifícios 5% a 70%
Terrenos e sua preparação Estimar com base em preços unitários
Instalações Eléctricas 10% a 15%
Isolamentos Térmicos 8% a 10%
PEQB 38
Percentagens recomendadas no Peters & Timmerhaus para as centrais de
produção de Utilidades e respectivas redes de distribuição
PEQB 39
Percentagens sobre o custo do Equipamento Base para estimar os Custos
Indirectos no Método dos Factores
PEQB 40
O Investimento Fixo necessário a uma nova fábrica pode ser estimado através de
vários métodos (3/5)
4
Neste método estima-se o investimento fixo multiplicando o custo do
equipamento base por um factor que é função da natureza física do processo:
• Instalações que apenas processam fluidos – 4.74
Método de
• Instalações que processam sólidos e fluidos – 3,63
Lang(6, 7, 8)
• Instalações que apenas processam sólidos – 3,10
Este método não tem em conta diferentes materiais de construção nem o efeito
da pressão no custo (por exemplo, nas tubagens)
5
Consiste no método de Lang, com um factor específico por tipo de equipamento
Método de
Lang
∑kiCi
If = ki - Factor de Lang por tipo de equipamento;
encontram-se tabelas com estes factores na
i literatura
“melhorado”
Ci - Custo do equipamento i
CEB = ∑ Ci
i
PEQB 41
O Investimento Fixo necessário a uma nova fábrica pode ser estimado através de
vários métodos (4/5)
6
• Baseia-se na relação, verificada empiricamente e que reflecte o efeito das
economias de escala, entre a razão entre o investimento fixo de 2 instalações
do mesmo produto e a razão entre as respectivas capacidade:
PEQB 42
Expoentes da Regra de Williams para vários produtos químicos(17)
PEQB 43
O Investimento Fixo necessário a uma nova fábrica pode ser estimado através de
vários métodos (5/5)
7
• Neste método considera valores de custos unitários de investimento (por
ton de capacidade instalada.
Método dos
custos 𝐈𝐅 = 𝒊𝑭 ×𝑸 em que if é o investimento unitário
unitários(18)
• Trata-se de uma simplificação, dado que o investimento unitário diminui à
medida que a escala da instalação aumenta.
8
𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒗𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔 𝒑×𝑸
𝐂𝐑 = ⇔ 𝑰𝑭 =
𝑰𝒏𝒗𝒆𝒔𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑭𝒊𝒙𝒐 𝑪𝑹
Método do
Coeficiente de 𝐂𝐑 - Coeficiente de rotação de capital
Rotação de
Capital p - Preço de venda do produto Q - Capacidade da instalação
• CR = 1 na média da indústria química; <1 para a indústria química pesada
(pode ser 0,5) e > 1 para a indústria química ligeira (pode chegar a 10)
PEQB 44
O Capital Circulante engloba 6 parcelas
Investimento
Fixo CAPITAL CIRCULANTE
• Reserva de matérias-primas
• Produtos em vias de fabrico
Capital
Investimento • Reserva de produtos acabados
Circulante
• Condições de crédito oferecidas
• Condições de crédito obtidas
• Fundo de Maneio
Juros
intercalares
PEQB 45
Métodos de estimativa do Capital Circulante
Método Descrição
PEQB 46
Estimativa do Capital Circulante por parcela (1/2)
Parcela Descrição
3. Reserva de produtos fabricados • A quantidade desta parcela deve ser analisada caso a caso.
• Como média, pode-se considerar 1 mês de vendas ao preço de
venda e uma lógica semelhante à do stock de MP. Se houver um
cliente no mesmo complexo industrial, bastarão 2 a 3 dias de stock.
PEQB 47
Estimativa do Capital Circulante por parcela (2/2)
Parcela Descrição
4. Condições de crédito oferecidas • Serve para financiar o intervalo de tempo entre a entrega do produto
e o recebimento da respectiva factura. Depende do tipo de produto,
dos hábitos do mercado e da concorrência.
• Na falta de outra indicação, pode-se considerar 1 mês de produção
ao preço de venda.
6. Fundo de maneio • Esta parcela destina-se essencialmente a fazer face a atrasos nos
recebimentos dos clientes ou a quedas nas vendas.
• Em geral considera-se 1 mês de produção ao custo de fabrico.
PEQB 48
Estimativa dos Juros Intercalares
PEQB 49
Os juros intercalares correspondem ao serviço da dívida durante os anos de
investimento, em que geralmente não se amortiza o capital
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028
Capital'em'dívida'(início'período) 1'000'000 1'000'000 1'000'000 900'000 800'000 700'000 600'000 500'000 400'000 300'000 200'000 100'000
Taxa'de'Juro 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4%
Juro'Anual 40000 40000 40000 36000 32000 28000 24000 20000 16000 12000 8000 4000
Reembolso'Anual 0 0 100'000 100'000 100'000 100'000 100'000 100'000 100'000 100'000 100'000 100'000
Imposto'Selo'(4%) 1'600 1'600 1'600 1'440 1'280 1'120 960 800 640 480 320 160
Serviço'da'dívida 41'600 41'600 141'600 137'440 133'280 129'120 124'960 120'800 116'640 112'480 108'320 104'160
Valor'em'dívida'(final'do'período) 1'000'000 1'000'000 900'000 800'000 700'000 600'000 500'000 400'000 300'000 200'000 100'000 0
PEQB 50
3. Contas de Exploração Previsionais
PEQB 51
ESTUDOS DE ENGENHARIA
Selecção da Construção
Projecto de Testes e
Tecnologia de
Engenharia Fornecimento Arranque
Fabrico
e montagem
• Custo de Produção
Análise de • Demonstração de Resultados Exploração
Mercado
• Cash flows
Análise de
Contas de
Estimativa do Plano de Viabilidade
Exploração
investimento Financiamento Económico-
Previsionais
Financeira
ESTUDOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
PEQB 52
O Custo de Produção engloba duas parcelas – o custo de fabrico e as despesas
gerais
PEQB 53
Os Custos de Fabrico englobam três parcelas – os Custos Directos, Indirectos e
Fixos
• Matérias-primas
• Mão-de-obra de fabrico
• Mão-de-obra de controlo
• Utilidades e serviços
Directos
• Manutenção
• Patentes e royalties
• Catalisadores e solventes • Laboratório de controlo
• Fornecimentos diversos • Embalagem
• Despesas de expedição
• Serviços técnicos
Custo de
Indirectos • Serviços de manutenção geral
Fabrico
• Serviços de armazenagem
• Serviços de compras
• Serviços de segurança
• Encargos sociais
• Depreciações/ Amortizações
• Seguros
Fixos
• Impostos locais
• Rendas
PEQB 54
Parcelas dos Custos Directos do Custo de Fabrico (1/4)
Parcela Descrição
Matérias-primas • Deve ser calculada com base em preços de mercado e nas quantidades que
resultam dos balanços mássicos.
• Na indústria química é a maior parcela dos custos, situando-se frequentemente
acima de 50% do custo de fabrico.
• Não se deve estimar como % do Custo de fabrico, pois pode variar muito.
• O preço depende da pureza, da forma de fornecimento e da quantidade
(descontos de quantidade). Se o produto pode ser fornecido a granel, em geral
será mais barato do que embalado. Deve-se também ter em conta o tipo de
preço (FOB, CIF, ...)
PEQB 55
Parcelas dos Custos Directos do Custo de Fabrico (2/4)
Parcela Descrição
Mão-de-obra de fabrico • Pode ser calculada através de rácios de horas.Homem necessárias para
(cont.) produzir uma tonelada de produto. Para se ter em conta a diferença de
capacidades, pode-se usar uma correlação do tipo regra de Williams, com um
coeficiente entre 0,20 e 0,25.
• A média da indústria química situa-se em 15% do custo de fabrico. Para
instalações contínuas que processem fluidos situa-se entre 5 e 15% e pode ir
até 25% se se tratar do processamento de sólidos.
Parcela Descrição
Utilidades e serviços (cont.) • Se se dispuser de valores de consumo específico (por tonelada de produto)
para uma instalação semelhante, pode-se usar a regra de Williams com um
expoente 0,9.
• A experiência revela que pode variar entre 5% e 20% do custo de fabrico.
Manutenção • Corresponde aos custos com mão-de-obra e materiais necessários para manter
os equipamentos em bom estado de funcionamento.
• Está muito relacionada com o investimento fixo.
• Depende do tipo de equipamento (estático versus dinâmico), da complexidade
do equipamento e da agressividade das condições de trabalho.
• Em geral situa-se entre 3% e 10% do investimento fixo, sendo menor no início
da vida da instalação e aumentando à medida que passa o tempo.
Patentes e royalties • A maioria dos processos comercialmente utilizados na indústria química são
patenteados, pelo que têm que ser pagos os direitos de utilização da tecnologia
• Normalmente paga-se uma royalty – valor anual em função do volume de
produção, em vez de se comprar a patente.
• As royalties variam entre 2% e 6% do custo de fabrico.
PEQB 57
Parcelas dos Custos Directos do Custo de Fabrico (4/4)
Parcela Descrição
Catalisadores e solventes • Os catalisadores e solventes podem ser considerados como um investimento
que vai sendo necessário repor ao longo da sua vida útil. Nestes casos, o seu
valor pode ser amortizado durante o período de vida útil, incluindo as perdas.
• Caso seja um consumo “contínuo” (como sucede na catálise homogénea), então
pode ser considerado como um custo e deve ser estimado com base nos
consumos calculados nos balanços e no respectivo custo unitário.
• Podem ser encontradas informações úteis para a estimativa do custo dos
catalisadores nas seguintes fontes online:
• https://catalysts.evonik.com/product/catalysts/resources/CCCT.html
• https://apps.catalysts.basf.com/apps/eibprices/mp/
Fornecimentos diversos • É uma parcela directamente relacionada com a manutenção, que inclui
lubrificantes, empanques mecânicos, vedantes, juntas, etc.
• Estima-se como sendo 15% do custo anual de manutenção.
PEQB 58
Parcelas dos Custos Indirectos e Fixos do Custo de Fabrico (1/2)
Parcela Descrição
Custos Indirectos • Estes custos estão muito relacionados com a mão-de-obra e com a
manutenção.
• São normalmente estimados entre 50% e 70% dos custos totais de mão-de-
obra e de manutenção.
Custos Fixos
PEQB 59
Parcelas dos Custos Indirectos e Fixos do Custo de Fabrico (2/2)
Parcela Descrição
PEQB 60
Parcelas dos Despesas Gerais do Custo de Produção (1/2)
Parcela Descrição
Administração • Corresponde ao conjunto de despesas da Administração. Engloba os salários
do administradores, secretariado, despesas com equipamento e consumíveis
de escritório, comunicações, despesas de representação, etc..
• Corresponde a cerca de 40% e 60% dos custos da mão-de-obra de fabrico.
PEQB 61
Parcelas dos Despesas Gerais do Custo de Produção (2/2)
Parcela Descrição
Investigação e • Inclui os salários de todo o pessoal ligado à IDT, equipamentos dedicados à
Desenvolvimento IDT, custos de reagentes e outros consumíveis, despesas com bibliografia e
documentação técnica, etc..
• Estima-se entre 2 a 5% do valor das vendas.
• Tal como no caso da parcela de Marketing e Vendas, deve-se verificar a
razoabilidade da estimativa obtida com o intervalo indicado, na medida em
que um projecto deste tipo seria normalmente feito com a tecnologia
licenciada por um licenciador de tecnologia.
• Ao abrigo destes acordos, o licenciador faculta ao licenciado os novos
desenvolvimentos que fizer na sua tecnologia durante um período de tempo,
como10 anos. Isto significa que a empresa não terá actividade de I&D
propriamente dita, recorrendo ao licenciador.
Encargos financeiros • Englobam os juros do empréstimo bancário, resultante de se financiar o
investimento não apenas com capitais próprios, mas também com capitais
alheios.
• São calculados com base no valor do empréstimo e da respectiva taxa de
juro.
62
PEQB
3. Contas de Exploração Previsionais
2. Demonstração de Resultados
PEQB 63
ESTUDOS DE ENGENHARIA
Selecção da Construção
Projecto de Testes e
Tecnologia de
Engenharia Fornecimento Arranque
Fabrico
e montagem
• Custo de Produção
Análise de • Demonstração de Resultados Exploração
Mercado
• Cash flows
Análise de
Contas de
Estimativa do Plano de Viabilidade
Exploração
investimento Financiamento Económico-
Previsionais
Financeira
ESTUDOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
PEQB 64
O que são as Demonstrações Financeiras de uma empresa?
• As empresas são obrigadas a prestar contas anualmente através das demonstrações financeiras. Existem 3
tipos principais de demonstrações financeiras:
- O Balanço - representa o património da empresa num dado momento, normalmente o último dia do
ano;
- A Demonstração dos Fluxos de Caixa (ou Mapa de Origem e Aplicações de Fundos) – que evidencia
todas as entradas e saídas de dinheiro na empresa durante um determinado período de tempo.
• Para o capítulo de Avaliação Económica do trabalho de PEQB e de forma a simplificar o trabalho, apenas é
necessário preparar as Demonstrações de Resultados (ou Contas de Exploração) Previsionais e a
Demonstração dos Fluxos de Caixa de forma agregada.
PEQB 65
A Portaria 220/2015 (DR, 1ª série, n.º 143, de 24 de julho de 2015) definiu
os modelos a usar nas Demonstrações Financeiras a partir de 2016
Artigo 1.º Decreto -Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, são os
1 — São aprovados os modelos de demonstrações seguintes:
financeiras para as diferentes entidades que aplicam a) Anexo 1: Balanço;
o SNC, que se publicam em anexo à presente b) Anexo 2: Demonstração dos resultados por
portaria, dela fazendo parte integrante. naturezas;
2 — Os modelos de demonstrações financeiras c) Anexo 3: Demonstração dos resultados por
referidos no número anterior constituem um funções;
referencial que contempla a informação a apresentar
pelas entidades que aplicam o SNC, podendo ser d) Anexo 4: Demonstração das alterações no capital
adicionadas linhas de itens se tal for relevante para próprio;
uma melhor compreensão da sua posição e e) Anexo 5: Demonstração dos fluxos de caixa;
desempenho financeiros, devendo ser removidas
f) Anexo 6: Anexo.
linhas de itens sempre que, em simultâneo para todas
as datas de relato, não existam quantias a apresentar.
Artigo 6.º
Artigo 2.º A Comissão de Normalização Contabilística divulga
no respetivo sítio eletrónico1, notas explicativas ou de
Os modelos das demonstrações financeiras referidas aclaramento sobre os modelos aprovados pela
nos n.os 1 e 2 do artigo 11.º do Decreto -Lei n.º presente portaria.
158/2009, de 13 de julho, com a redação dada pelo
1 - www.cnc.min-financas.pt/Instrumentos_snc_geral.html
PEQB 66
A Demonstração de Resultados de uma nova empresa, como é o caso em PEQB,
tem carácter previsional, dado que não existe histórico
• A Demonstração de Resultados (DR) tem como objectivo evidenciar os resultados (lucros ou prejuízos)
obtidos (ou que se esperam obter, no caso de ser previsional) com a actividade desenvolvida pela empresa
num determinado período (mês, trimestre, semestre ou ano).
– por naturezas – quadros demonstrativos dos resultados apurados pela empresa evidenciando os
proveitos e custos segundo a sua natureza (CMVMC, custos com pessoal, FSE’s…);
– por funções – os resultados são apurados de acordo com as funções empresariais (produção,
comercial, administrativa, financeira, etc.).
• É um elemento fundamental para a gestão das empresas avaliar o desempenho da sua empresa no período
de tempo a que se refere, bem como para comparar com o desempenho em períodos anteriores (ex.: ano
corrente versus ano anterior).
• No caso de uma nova empresa, ou projecto de investimento que se vai constituir em nova empresa,
obviamente que não existe histórico de proveitos e custos, pelo que as Projecções Financeiras são, por
natureza, Previsionais, assentando num conjunto de pressupostos sobre Investimento, Proveitos e Custos.
• A utilidade da Avaliação Económica, como elemento de decisão, depende da qualidade e razoabilidade dos
pressupostos assumidos na elaboração das Demonstrações de Resultados Previsionais.
PEQB 67
Estrutura oficial da Demonstração de Resultados
-3 -2 -1 1 ... 10 Cálculo
Vendas e serviços prestados +
Subsídios à Exploração +
Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos
+
conjuntos
Variação nos inventários da produção +
Trabalhos para a própria entidade +
CMVMC -
Margem Bruta =
Fornecimento e serviços externos -
Gastos com o pessoal -
Imparidade de inventários (perdas/reversões) -
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) -
Provisões (aumentos/reduções) -
Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) -
Aumentos/reduções de justo valor -
Outros rendimentos e ganhos -
Outros gastos e perdas -
EBITDA (Resultado antes depreciações, gastos financiamento e impostos) =
Gastos/reversões de depreciação e amortização -
Imparidade de activos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) -
EBIT (Resultado Operacional) =
Juros e rendimentos similares obtidos -
Juros e gastos similares suportados -
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS =
Imposto sobre o rendimento do período -
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO =
PEQB 68
Variáveis que não é necessário calcular na avaliação em PEQB
-3 -2 -1 1 ... 10 Cálculo
Vendas e serviços prestados +
Subsídios à Exploração +
Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos
+
conjuntos
Variação nos inventários da produção +
Trabalhos para a própria entidade +
CMVMC -
Margem Bruta =
Fornecimento e serviços externos -
Gastos com o pessoal -
Imparidade de inventários (perdas/reversões) -
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) -
Provisões (aumentos/reduções) -
Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) -
Aumentos/reduções de justo valor -
Outros rendimentos e ganhos -
Outros gastos e perdas -
EBITDA (Resultado antes depreciações, gastos financiamento e impostos) =
Gastos/reversões de depreciação e amortização -
Imparidade de activos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) -
EBIT (Resultado Operacional) =
Juros e rendimentos similares obtidos -
Juros e gastos similares suportados -
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS =
Imposto sobre o rendimento do período -
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO =
PEQB 69
Versão simplificada da DR sugerida para utilização em PEQB
Investimento Exploração
-3 -2 -1 1 ... 10 Cálculo
Dados disponíveis
desde 2012
Fonte: https://csimarket.com/Industry/industry_Profitability_Ratios.php?ind=101
PEQB 72
Alguns pressupostos a definir para a elaboração da DR
PEQB 73
Correspondência entre as parcelas do
1
Custo de Produção e as rubricas da DR
A estrutura usada para estimar o Custo de Produção segue uma lógica diferente
da da Demonstração de Resultados
Matérias(primas
Vendas'e'serviços'prestados Mão-de-obra(de(fabrico(e
supervisão
CMVMC Custos& Manutenção
Directos& Utilidades(e(serviços
Margem'Bruta Patentes(e(royalties
Catalisadores(e(solventes
Fornecimento'e'serviços'externos Fornecimentos(diversos
Laboratório(de(controlo
Gastos'com'o'pessoal Despesas(de(embalagem
Despesas(de(expedição
Custos&de&
Outros'rendimentos'e'ganhos Serviços(técnicos(
fabrico&
(engenharia)
Custos&
Outros'gastos'e'perdas
? Indirectos&
Serviços(de(
armazenagem
EBITDA (Resultado'antes'depreciações,'gastos'financiamento' e'impostos) Serviço(de(compras
Serviços(de(segurança
Gastos/'reversões'de'depreciação'e'amortização Serviços(Sociais
Serviços(médicos
EBIT (Resultado'Operacional) Amortizações
Seguros
Custos&Fixos&
Juros'e'gastos'similares'suportados Impostos(locais
Rendas
Custos(administrativos
RESULTADO'ANTES'DE'IMPOSTOS
Custos(Comerciais
Despesas&Gerais&
Despesas(de(I&D
Imposto'sobre'o'rendimento'do'período
Encargos(financeiros
Somatório(das(parcelas(
RESULTADO'LÍQUIDO'DO'PERÍODO Custo&de&Produção
anteriores
PEQB 75
Correspondência entre as parcelas do
1
Custo de Produção e as rubricas da DR
PEQB 77
Avaliação a preços correntes ou
2
constantes
PEQB 78
3 Utilização de taxa de juro nominal ou real
• As taxas de juro do mercado são expressas em termos nominais, ou seja, incluem o efeito da
inflação.
• Quando um banco propõe um juro calculado a uma taxa de 4% ao ano para os depósitos a
prazo, não promete uma remuneração real, dado que o seu valor real será função da inflação
que se verificar no mesmo período. Naturalmente, este juro será tanto mais interessante do
ponto de vista do depositante, quanto mais baixa for a taxa de inflação.
• A taxa de juro nominal, ou contratual, é a taxa que consta explicitamente nos contratos de
crédito ou aplicações, enquanto referência para cálculo dos pagamentos e recebimentos.
• A taxa de juro real é calculada a partir da seguinte fórmula:
('()! )
i% = -1
('(+)
Sendo: Exemplo:
𝑖" - taxa de juro nominal 𝑖" = 3,5%
𝜋 - taxa de inflação 𝜋 = 2%
𝑖# - taxa de juro real 𝑖# = 1,5%
PEQB 79
4 Preço de venda do produto
PEQB 80
Critérios para o cálculo das depreciações
5
e amortizações
PEQB 81
Critérios para o cálculo das depreciações
5
e amortizações
PEQB 82
Critérios para o cálculo das depreciações
5
e amortizações
PEQB 83
Conceitos de Capex e Opex
• As despesas de capital (Capital Expenditures) são os fundos que uma empresa utiliza para
adquirir equipamentos ou activos fixos necessários para a continuação ou desenvolvimento do
seu negócio. Podem incluir impressoras, mobiliário, veículos para o transporte de mercadorias, a
construção de um novo edifício ou de uma nova central de produção de energia.
• O activo adquirido pode ser novo ou algo que melhora a vida produtiva de um activo previamente
Capex adquirido.
• Se a vida útil do activo se estender por mais de um ano, então a empresa deve capitalizar a
despesa, usando a depreciação para distribuir o custo do novo activo ao longo da sua vida útil,
conforme determinado pela regulamentação tributária.
• As despesas de capital são frequentemente depreciadas ao longo de períodos de 5 a 10 anos,
mas podem ser depreciadas ao longo de mais de duas décadas (imóveis, por exemplo).
• As despesas operacionais (Operational Expenditures) são os custos que uma empresa tem de
suportar para desenvolver a sua actividade principal.
• Correspondem ao Custo de Produção, cujo cálculo foi descrito na secção 3.1.
Fonte: https://www.iapmei.pt/PRODUTOS-E-SERVICOS/Assistencia-Tecnica-e-Formacao/Ferramentas/Ferramenta-de-Avaliacao-de-Projetos-de-Investiment.aspx
PEQB 85
Demonstração de Resultados por naturezas1
Apoio
1 – Portaria 220/2015, Diário da República, 1.ª série — N.º 143 — 24 de julho de 2015
PEQB 86
Demonstração de Resultados por funções1
Apoio
1 – Portaria 220/2015, Diário da República, 1.ª série — N.º 143 — 24 de julho de 2015
PEQB 87
4. Cash flow previsional
PEQB 88
ESTUDOS DE ENGENHARIA
Selecção da Construção
Projecto de Testes e
Tecnologia de
Engenharia Fornecimento Arranque
Fabrico
e montagem
• Custo de Produção
Análise de • Demonstração de Resultados Exploração
Mercado
• Cash flows
Análise de
Contas de
Estimativa do Plano de Viabilidade
Exploração
investimento Financiamento Económico-
Previsionais
Financeira
ESTUDOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
PEQB 89
Medidas para avaliar a rentabilidade de um projecto de investimento
PEQB 90
Conceito de cash flow
• O termo cash flow (fluxo monetário ou, mais frequentemente, fluxo de caixa, em Português) é
usado para designar o saldo entre as entradas (cash in-flows) e saídas (cash out-flows) de
capital de uma empresa durante um determinado período de tempo, por vezes associado a um
projecto específico.
• Representa o excedente financeiro líquido da actividade da empresa/ projecto num dado período
de tempo, geralmente 1 ano no caso das empresas, ou o tempo de vida no caso de um projecto.
• É calculado através de um mapa designado por Mapa de Fluxos de Tesouraria. Este mapa é
uma demonstração financeira que apresenta as origens e as aplicações de capital de uma
empresa ao longo de um determinado período de tempo.
PEQB 91
É consensual a aplicação de critérios de avaliação de projectos com base no cash
flow, em lugar de critérios baseados nos Resultados
NATUREZA • Cash flow de investimento - Dinheiro recebido ou gasto através de gastos em bens de
capital (vulgarmente designado de capex, do inglês capital expenditures), investimentos
ou aquisições;
PEQB 93
Cálculo do cash flow, cruzando a sua natureza com a óptica de avaliação
Óptica do Investidor (ou do
Óptica do Projecto
Capital Próprio, ou Equity)
1 – Assume-se que o capital circulante final é igual ao inicial. 2 – T é a taxa de IRC. Esta parcela corresponde aos encargos financeiros
efectivamente pagos, depois de impostos. Como os juros são um custo, os resultados líquidos são reduzidos nesse montante, havendo uma
diminuição do imposto a pagar de EF x T. Ou seja, os EF a considerar para o cash flow, na óptica do projecto, são EF - (EF x T) = EF (1-T).
PEQB 94
Comentários sobre o cálculo do cash flow, cruzando a sua natureza com a óptica
de avaliação (1/3)
PEQB 95
Comentários sobre o cálculo do cash flow, cruzando a sua natureza com a óptica
de avaliação (2/3)
PEQB 97
Conceitos de Fluxo de Caixa Líquido da Firma e de Fluxo de Caixa Líquido do
Accionista
• O Fluxo de Caixa Líquido da Firma (Free cash flow to firm, FCFF) é o cash flow disponível
para todos os fornecedores de capital da firma, depois desta ter pago todas as suas despesas
operacionais (incluindo impostos) e gastos de capital necessários para manter a sua capacidade
produtiva.
• Os fornecedores de capital da firma incluem os accionistas, accionistas preferenciais,
obrigacionistas, credores bancários e outros.
• O Free Cash Flow mede a facilidade com que um negócio gera capital que pode ser usado para
fazer crescer o negócio ou remunerar as suas fontes de financiamento. É a forma de cash flow
que melhor traduz a capacidade de um negócio gerar dinheiro que lhe aumente o valor.
• O Fluxo de Caixa Líquido do Accionista (Free cash flow to equity, FCFE) é o cash flow
disponível apenas para os accionistas da firma.
• Se a firma for financiada apenas por capitais próprios, o FCFF é igual ao FCFE.
• O desconto dos cash flows líquidos da firma (FCFF), utilizando a WACC (Weighted
Average Cost of Capital) como taxa de actualização, é um método frequentemente usado
para calcular o valor de uma empresa.
PEQB 98
O Cash Flow Líquido do Projecto é calculado com elementos do Plano de
Investimento e da Demonstração de Resultados Previsional
Cash Flow
Líquido
PEQB 99
Cálculo do Cash Flow Líquido a partir da Demonstração de Resultados Previsional
e do Plano de Investimento
Investimento Exploração
-3 -2 -1 1 ... 10 Cálculo
• Receber 1 Euro hoje não é o mesmo que receber 1 Euro amanhã, dado que tal implicar a
privação temporária de 1 Euro. Da mesma forma, para se poderem comparar, ou somar,
fluxos financeiros gerados em períodos diferentes, é necessário reportá-los a um mesmo
momento no tempo, ou actualizá-los.
• Actualizar significa descontar um fluxo futuro a uma determinada taxa de actualização,
que reflicta o custo de oportunidade, ou o rendimento exigido pelo investidor pelo facto de ter
que aguardar pelo momento em que no futuro receberá o montante em causa.
• Como qualquer investimento só gera fluxos financeiros no futuro, é necessário actualizar
esses fluxos e, entre outras análises, compará-los com o valor do investimento.
• Por valor actual entende-se o valor no presente de um determinado montante a receber
no futuro, depois de actualizado.
• O cash flow actualizado do período k, para uma taxa de actualização i, é calculado da
seguinte forma:
𝑪𝑭𝒌
𝑪𝒂𝒔𝒉 𝒇𝒍𝒐𝒘 𝒂𝒄𝒕𝒖𝒂𝒍𝒊𝒛𝒂𝒅𝒐 = 𝒌
𝟏+𝒊
PEQB 102
Taxa de actualização
A análise de projectos pós-decisão de financiamento pode ser efectuada de duas forma distintas:
• Pelo ajustamento do valor actual - VALA
Adiciona-se ao VAL anteriormente obtido, considerando o projecto como sendo financiado a
100% por capital próprio, os efeitos decorrentes do recurso ao financiamento externo.
• Pelo ajustamento da taxa de actualização
É a abordagem mais comum.
Normalmente, o ajustamento é feito para baixo, de forma a considerar o valor dos benefícios
fiscais dos juros pagos.
Implementa-se normalmente através do custo médio ponderado de capital após impostos –
CMPC ou WACC – Weighted Average Cost of Capital). Mantêm-se os cash flows
considerados na óptica do projecto, sem considerar quaisquer efeitos do financiamento, mas
modifica-se a taxa de actualização dos cash flows, em função da estrutura de financiamento
definida.
Esta metodologia só conduzirá aos mesmos resultados que a anterior se a estrutura de
financiamento permanecer inalterada ao longo de todo o projecto, sendo esta a sua primeira
limitação.
Apresenta-se em seguida o detalhe do ajustamento à taxa de actualização, que deverá ser
o método seguido em PEQB.
PEQB 104
Taxa de actualização a utilizar
PEQB 105
Taxa de actualização a utilizar (cont.)
Custo de
Oportunidade + Prémio de risco
= Custo do
Capital Próprio
PEQB 107
5. Plano de Financiamento
PEQB 108
ESTUDOS DE ENGENHARIA
Selecção da Construção
Projecto de Testes e
Tecnologia de
Engenharia Fornecimento Arranque
Fabrico
e montagem
Análise de
• Capitais Próprios Exploração
Mercado
• Capitais Alheios
Análise de
Contas de
Estimativa do Plano de Viabilidade
Exploração
investimento Financiamento Económico-
Previsionais
Financeira
ESTUDOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
PEQB 109
Separação entre a decisão de investimento e a de financiamento
Uma das maiores contribuições para as finanças empresariais e a decisão de investimento, que originou
o Prémio Nobel da economia aos seus autores, Modigliani e Miller, em 1985, assenta no conceito de
que, em condições favoráveis dos mercados de capitais, é irrelevante a estrutura de capitais que as
empresas utilizam para financiar as suas operações (ou novos projectos de investimento), pelo que a
estrutura de capitais não tem impacto no valor das empresas ou dos projectos de investimento.
Este conceito baseou-se num conjunto de premissas que não se verificam totalmente - designadamente
a ausência de impostos. Estudos posteriores mostraram que, quando se considera o efeito dos
impostos, o benefício fiscal que as empresas têm por terem custos com encargos financeiros (deixando
de pagar o imposto sobre esses encargos), leva a que seja vantajoso para as empresas serem
financiadas, pelo menos parcialmente, por dívida (capital alheio) e não apenas por capital próprio (ver
ilustração no slide seguinte).
Estes conceitos influenciaram a forma como se avaliam os projectos de investimento, de modo que é
hoje aceite no mundo das finanças empresariais que é a decisão de investimento que cria ou destrói
valor e não a decisão de financiamento.
Assim, é útil avaliar a viabilidade de um novo projecto numa óptica pré-financiamento e pós-
financiamento, para além da óptica do investidor (ou dos capitais próprios).
PEQB 110
O recurso a capitais alheios permite, até certo ponto1, aumentar a rentabilidade
dos capitais próprios, devido ao efeito de “alavancagem”
Ilustração do efeito de alavancagem
PROJECTO A B C D E Fórmulas
1 - Desde que o nível de capitais alheios não seja de tal forma elevado que coloque em risco a viabilidade do projecto.
PEQB 111
Um novo investimento é normalmente financiado por capitais próprios e capitais
alheios, para beneficiar do efeito de alavancagem
Risco do negócio
• Quanto mais incerto for o retorno esperado (de um projecto de investimento, em particular, mas
também de um negócio, em geral) – o que aumenta a percepção de risco por parte de quem
empresta dinheiro - maiores dificuldades existirão no acesso a capitais alheios, que terá um custo
superior ao que se verifica em negócios que libertam meios financeiros de forma mais estável.
30% a 40%
Capitais Próprios
do Investimento Total
60% a 70%
Capitais Alheios
do Investimento Total
PEQB 114
6. Análise de viabilidade económico-financeira e análise de
sensibilidade
PEQB 115
ESTUDOS DE ENGENHARIA
Selecção da Construção
Projecto de Testes e
Tecnologia de
Engenharia Fornecimento Arranque
Fabrico
e montagem
Análise de
• Indicadores de rentabilidade Exploração
Mercado
• Análise de sensibilidade
Análise de
Contas de
Estimativa do Plano de Viabilidade
Exploração
investimento Financiamento Económico-
Previsionais
Financeira
ESTUDOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
PEQB 116
Enquadramento
PEQB 117
A avaliação do projecto deve ser feita sob 3 perspectivas1
Para cada uma das perspectivas acima indicadas devem ser calculados os cash flows líquidos, que
servirão de base para o cálculo dos indicadores de viabilidade económico-financeira com base no
cash flow que a seguir se descrevem.
1 – Ver a Folha “Avaliação” do Modelo Financeiro referido no slide 83.
PEQB 118
Critérios de avaliação de um projecto
PEQB 119
1 - Valor Actual Líquido (VAL, ou NPV, Net Present Value) (1/2)
• O VAL é o somatório actualizado dos cash flows1 que se prevê que serão gerados pelo
Projecto, actualizados a uma taxa r, que deve reflectir um custo de oportunidade, como se verá
mais à frente.
• É calculado da seguinte forma:
0
𝑐𝑎𝑠ℎ 𝑓𝑙𝑜𝑤.
𝑉𝐴𝐿 = O
(1 + 𝑖).
'
Sendo:
– Cash flow k – valor do cash flow no fim do período k
– r - taxa de actualização
– k - índice do período (de 1 a n)
– n - períodos do horizonte de previsão
1 – Na actualização de cash flows futuros considera-se normalmente, por uma questão de simplificação dos cálculos, que os cash flows ocorrem
num único momento, no final de cada período.
PEQB 120
1 - Valor Actual Líquido (2/2)
VAL > 0
• Sendo o VAL superior a 0, o projecto cobrirá tanto o investimento inicial, bem como a
remuneração mínima exigida pelo investidor, gerando ainda um excedente financeiro.
• É, portanto, gerador de mais recursos do que a melhor alternativa ao investimento, para um
nível risco equivalente, uma vez que a taxa de actualização reflecte o custo de oportunidade de
capital. É um projecto economicamente viável.
• Decisão favorável à sua realização.
VAL < 0
• É um projecto economicamente inviável.
• Não deve ser aprovado.
PEQB 121
2 - Taxa Interna de Rentabilidade (1/3)
0
𝑐𝑎𝑠ℎ 𝑓𝑙𝑜𝑤.
𝑇𝐼𝑅 = O =0
(1 + 𝑖).
.1'
• Da formulação acima resulta o cálculo das raízes de um polinómio de grau “n”, dado que se teria
que resolver a expressão em ordem a "i", para obter a TIR.
• O Excel tem uma função que calcula automaticamente a TIR para uma série de cash flows
futuros.
PEQB 122
2 - Taxa Interna de Rentabilidade (2/3)
Uma vez obtida a TIR, compara-se com a taxa de actualização (TA ou i). Um projecto só é elegível
quando se verifica TIR > TA (taxa de actualização).
TIR > TA
• Implica que o VAL > 0
• O projecto consegue gerar uma taxa de rentabilidade superior ao custo de oportunidade do
capital, pelo que é economicamente viável.
TIR < TA
• Implica que o VAL < 0
• O projecto não consegue gerar uma taxa de rentabilidade superior ao custo de oportunidade do
capital, pelo que não é economicamente viável.
PEQB 123
2 - Taxa Interna de Rentabilidade (3/3)
Limitações da TIR
• A TIR pressupõe o reinvestimento dos capitais recuperados por período à taxa de actualização,
pelo que se esta variar entre os diferentes períodos não nos poderemos fiar esta forma de
cálculo da TIR.
• Em face de dois ou mais projectos, e sobretudo, entre dois projectos mutuamente exclusivos, a
avaliação deverá guiar- se pelo VAL, uma vez que a TIR, sendo superior à taxa de
actualização, garante que o VAL é positivo, mas não permite identificar qual dos projectos seria
preferível.
• Num projecto de investimento em que se verifique alternância entre os cash flows, positivos e
negativos, poderá levar à obtenção de várias TIR, ou de nenhuma.
• Se existirem apenas cash flows positivos, decorrentes do facto da exploração se iniciar no
próprio período em que o investimento é realizado e cobrir todos os resultados e despesas
deste, verificar-se-á a mesma dificuldade referida no ponto anterior;
Vantagens da TIR
• Não obstante as dificuldades acima indicadas, a TIR é bastante utilizada, devido ao facto de se
exprimir em termos relativos, numa taxa, permitindo a sua fácil comparação com as taxas de
juro disponíveis no mercado e o prémio de risco pretendido pelo investidor.
PEQB 124
3 - Período de Recuperação do Investimento ou Payback Period (1/3)
Este critério mede o período de tempo que o somatório dos cash-flows leva a igualar (recuperar)
o investimento inicial.
Pode ser determinado de duas formas distintas:
• Não atendendo à dimensão temporal do dinheiro
Ø Adicionam-se os sucessivos cash flows até que o valor acumulado seja nulo.
• Atendendo à dimensão temporal do dinheiro (com actualização)
Ø Cálculo idêntico ao anterior, mas com os cash flows actualizados. A taxa de
actualização deve ser a mesma utilizada no cálculo do VAL.
O PRI tem uma utilização bastante generalizada, devido à sua simplicidade, mas pode levar a
conclusões erradas porque:
• Não atende à distribuição dos cash-flows durante o período de recuperação;
• Não tem em consideração os cash-flows libertos depois do período de recuperação do
investimento.
Não se trata de um critério de rentabilidade como muitas vezes é assumido, tratando-se antes
de uma medida de risco do projecto. É possível encontrar projectos com menores períodos de
recuperação que outros, o que não significa que tenham maior rentabilidade.
PEQB 125
3 - Período de Recuperação do Investimento ou Payback Period (2/3)
• O PB adquire maior importância quanto maior for a incerteza associada ao projecto, seja esta
derivada da instabilidade económica ou política da zona ou país onde se pretende efectuar o
investimento, ou de qualquer outro factor, como o facto de se tratar de uma start-up, sector de
actividade, etc..
• O PB é calculado da seguinte forma:
1. PB simples Em que:
𝑷𝑩
CFi - cash flow do período i
𝑷𝑩 = O 𝑪𝑭𝒊 = 𝟎
PB - número de períodos (anos) do pay-
𝒊1𝟏
back
PEQB 126
3 - Período de Recuperação do Investimento ou Payback Period (3/3)
Desvantagens do PB
• O método do PB apresenta o inconveniente de não ter em conta os cash flows gerados depois
do ano de recuperação, tornando-se assim desaconselhável na avaliação de projectos de
longa duração.
Vantagens do PB
• Forma de cálculo bastante simples
• Adequado à avaliação de projectos em contexto de risco elevado
• Adequado à avaliação de projectos com uma duração limitada.
Conclusão
• O PB é, sobretudo, um critério de avaliação de risco, sendo, nesta perspectiva, mais
interessantes os projectos que permitam uma recuperação do capital investido em menor
tempo.
• Outra forma de utilizar o PB passa por estabelecer um período limite, relativamente ao qual o
PB deve ser inferior ou igual.
PEQB 127
4 - Índice de Rentabilidade ou Rácio Custo-Benefício
PEQB 128
Comparação dos critérios de avaliação - exemplo
Projecto
A B C D E F
Período Ri Di Ri Di Ri Di Ri Di Ri Di Ri Di
3 10 3 1000 30 0 0 0 0 0 0 0 0
PEQB 129
Comparação dos critérios de rentabilidade – exemplo (cont.) – ver comentários nos
slides seguintes
Indicador Tx actual. A B C D E F
Valor Actual Líquido
10% 2,86 286,25 0,00 0,00 9,09 10,74
(VAL)
Valor Actual Líquido
12% 2,35 234,85 -1,79 -2,66 7,14 6,82
(VAL)
Taxa Interna de
23,08 23,08 10,00 10,00 20,00 15,76
Rentabilidade
Índice de
10% 1,16 1,16 1,00 1,00 1,09 1,11
Rendibilidade (IR)
Índice de
12% 1,14 1,14 0,98 0,97 1,07 1,07
Rendibilidade (IR)
Pay-back Económico
10% 3,00 3,00 1,00 2,00 1,00 2,00
(PBE)
Pay-back Económico
12% 3,00 3,00 0,00 0,00 1,00 2,00
(PBE)
Pay-back Simples
3,00 3,00 1,00 2,00 1,00 2,00
(PBS)
PEQB 130
Comparação dos critérios de rentabilidade - comentários sobre o VAL
PEQB 131
Comparação dos critérios de rentabilidade - comentários sobre a TIR
A TIR aparenta ser, dos indicadores referidos, aquele que apresenta menos limitações, dado que
é independente de determinados aspectos arbitrários, designadamente, da definição do custo de
oportunidade do projecto, necessário para a determinação dos restantes indicadores.
No entanto, essa vantagem é apenas aparente, pois a TIR revela-se inconsistente em várias
situações na comparação entre projectos.
Comparação do VAL com a TIR
O VAL e a TIR conduzem a conflitos na escolha de projectos, favorecendo diferentes projectos.
Ambas as técnicas consideram todos os cash flows e ambas utilizam o conceito de valor do
dinheiro no tempo, com vista a actualizar os cash flows. Contudo, quando se tem que escolher de
entre projectos mutuamente exclusivos, o critério do VAL é o único consistente com a
maximização do valor criado para os accionistas.
Pressuposto da taxa de reinvestimento
A taxa de reinvestimento é equivalente ao custo de oportunidade do capital, devendo reflectir o
perfil de risco do projecto. O critério da TIR não actualiza os cash flows ao custo de oportunidade
do capital. Em vez disso, pressupõe implicitamente que o valor do dinheiro no tempo é a própria
TIR, actualizando todos os cash flows a esta taxa, ignorando o perfil de risco de cada projecto.
Já o VAL admite que os accionistas podem reinvestir o seu dinheiro ao custo de oportunidade do
capital. Sendo o custo de oportunidade dos fundos determinado pelo mercado, o VAL utiliza
correctamente o pressuposto da taxa de reinvestimento.
PEQB 132
Comparação dos critérios de rentabilidade - comentários sobre o Payback
PEQB 133
Comparação dos critérios de rentabilidade - comentários sobre o Índice de
Rentabilidade
PEQB 134
Critérios de Rentabilidade sem actualização
Para além dos critérios que tomam por base a actualização dos cash flows, podem ser usados
outros critérios, complementares dos anteriores.
Alguns dos rácios financeiros importantes são:
- Rentabilidade dos Capitais Próprios = Resultado Líquido/ Capital Próprio
- Rentabilidade das Vendas = Resultado Operacional/ Vendas Líquidas
- Rotação do Capital Próprio = Vendas Líquidas/ Capital Próprio
- São indicadores habitualmente construídos a partir de dados históricos contabilísticos,
bastante úteis quando se fazem previsões. Por exemplo, a rentabilidade das vendas permite
comparar a sua evolução com o histórico da empresa, outras áreas de negócio da mesma
ou relativamente a investimentos similares.
O ponto crítico (breakeven point), ou o volume de receitas que iguala os custos totais, é um
indicador bastante útil, quando expresso em % da capacidade instalada, pois dá indicação da
taxa de ocupação acima da qual a instalação gerar lucros (sendo que taxas de ocupação abaixo
do ponto crítico geram prejuízos).
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Análise do ponto crítico (break-even analysis)
–
Receitas
900 –
800 – Pressupostos
Ponto crítico s Total de custos
cro
700 – Custos totais = Receitas Lu • Os custos e as receitas
variam linearmente com
600 –
o volume de produção (o
Custo
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Expressões para o cálculo do Ponto Crítico
Ponto Crítico F
em quantidade R = C ⇔ Px = F + Vx ⇔ BEPx =
P−V
F F
Ponto Crítico BEP = BEP × P ⇔ BEP = ×P BEP =
em valor $ x $ P−V $ V
1−
P
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A análise de sensibilidade permite identificar as variáveis mais críticas para a
viabilidade do projecto
Ao se elaborar um estudo de viabilidade económica de um projecto de investimento, utilizam-se
valores previsionais. Estas previsões dizem respeito a valores esperados cuja estimativa tem
associado um determinado risco.
O risco decorre precisamente da incerteza, isto é, da possibilidade ou probabilidade dos valores
que venham a ocorrer sejam significativamente diferentes dos estimados.
A análise de sensibilidade permite determinar o impacto no valor de um critério de avaliação do
projecto, normalmente o VAL, de uma alteração numa variável do projecto.
Começa-se por identificar os parâmetros de carácter incerto que podem ser determinantes para a
realização do projecto (por exemplo, os que tenham peso na Demonstração de Resultados) tais
como:
• Margem Bruta, que engloba o preço de venda e o custo das matérias-primas;
• Quantidades vendidas;
• Valor do investimento em capital fixo;
• Custo da energia;
• Outras
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A análise de sensibilidade permite identificar as variáveis mais críticas para a
viabilidade do projecto (cont.)
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7. Bibliografia
PEQB 140
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PEQB 141
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PEQB 142
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PEQB 143