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Processos de Separação II
Docentes:
Isabel Coelhoso
João Crespo
Pedro Simões
Sónia Carabineiro
Discentes:
Nomenclatura
Resumo
Com este trabalho pretende-se estudar a adsorção do fenol em carvão ativado numa
coluna de leito fixo recorrendo ao Método da Zona de Transferência de Massa (MTZ).
A melhor aproximação aos dados experimentais foi obtida com uma curva polinomial
de 6 grau da qual foi possível obter os valores do comprimento da zona de
transferência de massa, LMTZ= 22,44 cm, da fração de leito útil igual a 0,303 e da
capacidade de adsorção do leito igual a 491,13 mg de fenol.
Introdução
A adsorção é um fenómeno em que o soluto
presente num fluido é adsorvido num sólido
poroso designado adsorvente (Figura 1).
Este sólido é um material de alta porosidade
e possui um determinado grau de saturação
pelo que tem de ser regenerado ou
substituído periodicamente. Diz-se então
que o processo de adsorção é um processo Figura 1: Processos de adsorção e desorção de partículas
[ ] através da superfície porosa do adsorvente
descontínuo. 1 [2]
L
𝑡𝑏𝑟 = (1)
us
Uma vez que num leito real existe uma parte do leito que não é utilizado, é possível
determinar experimentalmente a percentagem desse leito recorrendo-se ao método
baseado no conceito de transferência de massa. [2]
Com todos estes dados é possível determinar a fração de leito não utilizada e, por sua
vez, a fração de leito utilizado (Equação 3 e 4). [2]
Procedimento Experimental
O trabalho experimental foi, no geral, desenvolvido de acordo com o protocolo experimental
cedido previamente pelo docente.
Mediu-se a altura do leito e seguidamente, a partir de uma solução de fenol de 5 g/l, foram
efetuados cálculos para determinar o volume necessário de diluição para a concentração
final pretendida da alimentação:
V1 V 2
=
C1 C2
Concluiu-se que seriam necessários 1,2 L de fenol para que se tivesse uma solução de 4 L
com uma concentração de 1,5 g/L (Cálculo em Anexo I)
Para confirmar que a coluna operava a caudal constante este também foi medido ao
longo do decorrer do trabalho experimental.
Para cada amostra foi medida a respetiva absorvância e, utilizando a equação da reta de
calibração foram calculadas as respetivas concentrações.Em algumas amostras foi
necessário efetuar diluições de modo a garantir que a sua absorvância se encontrava
dentro dos limites do intervalo considerado na Fase II.
Resultados Experimentais
Massa de Carvão Ativado
Reta calibração
60
50
Concentração (g/L)
Curva de Breakthrough
Curva Breakthrough
1400.0000
f(x) = − 0.00000065194 x⁵ + 0.000231466 x⁴ − 0.0293803 x³ + 1.44161 x²
1200.0000
− 3.54962 x + 39.0217
R² = 0.999749907045331
1000.0000
𝑪_𝒇𝒆𝒏𝒐𝒍 (mg/L)
800.0000
600.0000
400.0000
200.0000
0.0000
0 20 40 60 80 100 120
Tempo (min)
Através dos dados da Tabela 3, conclui-se que no decorrer da atividade não se atingiu
C fenol
uma concentração à saída igual à concentração da alimentação ( =1). Posto isto,
C fenol, F
assumiu-se que para valores de tempo superiores a 135 minutos a concentração
C fenol
adimensional ( ) seria igual a 1, de forma que a fosse possível obter uma
C fenol, F
equação da curva de breakthrough normalizada que se ajustasse aos pontos
experimentais.
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Tempo (min)
Figura 6: Curva polinomial (6º grau) que melhor se ajustou aos dados experimentais.
LMTZ , FLU e Capacidade do leito
Discussão de Resultados
Obtida a curva de breakthrough verifica-se que os pontos experimentais originam uma
reta, presente no Gráfico 1, com um coeficiente de correlação muito alto (0,999).
O LMTZ obtido foi 22,44 cm, superior ao comprimento do leito de 8,50 cm, o que
significa que não se conseguiu atingir o equilíbrio entre a alimentação e grande parte
do carvão ativado presente na coluna, ou seja, existiram efeitos de resistência à
transferência de massa e de dispersão ao longo do leito.
Com base nos resultados anteriores esperou-se que o valor de FLU, a fração de leito
utilizado, fosse muito baixo, o que se verificou, sendo o resultado de 30,3%.
Por sua vez, esse valor refletiu-se no cálculo da capacidade do leito, 49,113
mgfenol/gcarvão, ou seja, uma grama de carvão tem capacidade para adsorver 49,113
mg de fenol. A coluna em estudo continha 10g de carvão o que significa que esta
coluna tinha capacidade de absorver 491,13 mg de fenol.
A solução de alimentação continha 1,5g de fenol por litro, logo, em 4 litros tem-se 4𝑙 ×
1,5𝑔 = 6𝑔 = 6000𝑚𝑔 𝑓𝑒𝑛𝑜𝑙, sendo que esta diferença de valores indica que o leito não
teria capacidade para adsorver a totalidade de soluto presente na fase móvel.
Conclusão
Os resultados obtidos demonstram que o procedimento utilizado tinha condições
longe da idealidade, pois em condições ideais o equilíbrio entre soluto e adsorvente
seria praticamente imediato, o que resultaria numa zona de transferência de massa
nula. A utilização total do leito, conduziria a uma capacidade máxima dada apenas pela
multiplicação da massa do adsorvente pela concentração de saturação do soluto.
Bibliografia
[1] Separation processes. Consultado em 12 de Novembro de 2016 em:
http://www.separationprocesses.com/Adsorption/AD_Chp01b.htm
[4] Moreno-Castilla, Carlos. Adsorption of organic molecules from aqueous solutions on carbon
materials. Carbon 42. (2004). p.83–94.
[6]R. W. Coughlin and F. S. Ezra, “Role of Surface Acidity in the Adsorption of Organic
Pollutants on the Surface of Carbon,” Environ. Sci. Technol., vol. 2, no. 4, pp. 291–297, 1968,
doi: 10.1021/es60016a002.