Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resíduo
Qualquer substância ou objeto que o detentor tem a intenção ou obrigação de se desfazer.
Os resíduos não podem ser descartados em qualquer sítio, existe uma legislação. O objetivo
final é transformar os resíduos em subproduto.
Classificação de Resíduos
Podem ser classificados com base
Fonte:
Resíduos Urbanos
Resíduos Industriais
Resíduos Agrícolas
Resíduos Hospitalares
Natureza:
Estado físico (sólido/líquido)
Perigosidade (perigosos, não perigosos, inertes)
Resíduos Urbanos
Resíduos provenientes de habitações ou qualquer outro resíduo que, pela sua natureza ou
composição, seja semelhante ao resíduo proveniente de habitações
Resíduos Industriais
São Resíduos gerados em processos industriais, bem como o que resulte das atividades de
produção e distribuição de eletricidade, gás e água.
Resíduos Hospitalares
São resíduos resultantes de atividades médicas desenvolvidas em unidades de prestação de
cuidados de saúde, em atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e
investigação, relacionada com seres humanos ou animais, em farmácias, em atividades
médico-legais, de ensino e em quaisquer outras que envolvam procedimentos invasivos, tais
como acunpunctura, piercings e tatuagens.
Resíduos Perigosos
Resíduos que apresentem, pelo menos, uma característica de perigosidade para a saúde ou
para o ambiente, nomeadamente os identificados como tal na lista Europeia de Resíduos
Resíduos Inertes
Resíduos que não sofrem transformações físicas, químicas ou biológicas importantes
Os resíduos não podem ser descartados em qualquer sítio, existe uma legislação. O
objetivo final é transformar os resíduos em subproduto.
CER e LER
CER
Caracterização Europeia de Resíduos.
Método de caracterização mais antigo (1997)
Existem duas listas de resíduos: Lista de Resíduos não Perigosos e lista de resíduos perigosos.
As listas estão organizadas em 20 capítulos que correspondem às categorias dos resíduos,
organizadas consoante a fonte geradora.
Os resíduos são identificados por um código de seis dígitos, por exemplo 20 01 02
Os primeiros dois dígitos são indicadores do capítulo, os segundos do subcapítulo e os últimos
dois do tipo de resíduo.
Classificação LER
Lista Europeia de Resíduos
Classificação mais recente (2004)
Existe uma única lista de resíduos, os resíduos perigosos encontram-se assinalados com
asterisco (*)
A lista está organizada em 20 capítulos, como no CER, que correspondem às categorias de
resíduos, organizadas por fonte geradora.
Os códigos do LER correspondem aos códigos do CER, porém a criação e eliminação de códigos
tornaram a lista descontínua.
As entradas podem ser classificadas em três grupos como absolutas: resíduos perigosos, não
perigosos e duplas/em espelho: resíduos podem ser perigosos ou não perigosos consoante a
concentração da substância.
As entradas absolutas têm apenas um código LER associado. As entradas duplas possuem pelo
menos 2 códigos LER associados, um código de resíduo perigoso e um código de resíduo não
perigoso, tendo que se proceder à análise de modo a atribuir o código correto.
Numa fase inicial não se seleciona o número 99, procura-se o resíduo noutras categorias.
A produção de resíduos ao longo dos últimos anos tem sido aproximadamente constante e
igual a 5 milhões de toneladas.
A capitação é a quantidade média de resíduos produzidos por habitante num dado período de
tempo (ano ou dia). É calculada com base na população residente. (Em 2017 foi 1,3 kg/hab.dia)
Ex: Capitação de RU da região do Algarve (a população presente devido ao turismo é muito
superior à população residente).
Se num gráfico o valor ↓ é indicativo que a população se desloca para outro local
b) Variação Semanal
A primeira semana de cada mês é a de maior produção, decrescendo o seu valor gradualmente
até ao final do mês.
c) Variação Diária
A maior produção de RU regista-se à segunda-feira (dia em que na maior parte dos municípios
acumula a produção de domingo), descendo até quarta/quinta-feira (dias da semana de menor
produção), voltando a subir até sábado.
Por vezes à terça-feira ainda estão a ser recolhidos resíduos de domingo, razão pela qual a
quantidade de resíduos produzidos ainda é elevada
Recolha de RU
Não se verificam variações significativas ao longo dos anos, sendo a recolha indiferenciada o
tipo de recolha preferencial para a recolha de resíduos urbanos.
A maior parte dos resíduos recolhidos são indiferenciados (cerca de 80%) recursos
desperdiçados. (Apesar de 70 a 80% dos resíduos urbanos serem recicáveis).
Destino dos RU
A maior parte dos resíduos seguem para o tratamento Mecânico e Biológico (destina-se a
separar os indiferenciados, produz produtos de fraca qualidade).
A evolução é contrária à desejada (percentagem indiferenciados a aumentar).
Aterro tem vindo a diminuir.
Caracterização Física
Quantificação e Caracterização de RU
Quantificação de Resíduos:
Análise da quantidade total de resíduos, por peso;
Caracterização de resíduos:
Análise da composição do fluxo de resíduos, por tipo de material.
Objetivo
2007
Aterros;
24 amostras por ano indiferenciadas
Nova Metodologia
PERSU II
Comparação Metodologias
Humidade
Porção de massa de água presente numa amostra que se evapora mediante um processo de
secagem específico e é expressa em percentagem da massa total da amostra antes da
secagem. Uma amostra é seca até massa constante na estufa a 105ºC (+/- 2ºC). A diferença de
massa em peso antes e depois do processo de secagem é usada para o cálculo da humidade e
peso seco da amostra. É também expresso em percentagem da massa total fresca.
Ah− As
H ( % )= × 100
Ah
Ah- Amostra húmida
As- Amostra seca
pH
Medida da propriedade ácida ou alcalina de um líquido ou solução baseada na concentração
dos iões de hidrogénio, H+, varia entre 0 a 14. O pH de amostras sólidas e semi-sólidas
determina-se através da diluição da amostra em água destilada, na proporção 5g amostra
fresca/50mL água destilada, após 2h em agitação. O valor do pH é determinado
potenciometricamente. Usam-se soluções padrão, geralmente pH 4 e pH 7 para testar a
resposta dos elétrodos e do potenciómetro. Os elétrodos podem ter alguma instabilidade e
variação, pelo que, é aconselhável a introdução de um padrão diariamente antes de se
proceder à leitura. O valor do pH duma solução aquosa é dependente do equilíbrio com o CO 2,
logo há que ter certos cuidados de manuseamento. O pH é determinado logo após a chegada
do resíduo ao laboratório, caso contrário a amostra deve ser guardada em câmara fria (0-4ºC)
Sólidos Voláteis
A quantidade de substância-matéria orgânica- que se perde na combustão de uma amostra de
resíduos em condições definidas e são expressos em percentagem do peso seco da amostra. A
amostra seca do resíduo é levada à combustão numa mufla a 550ºC (+/- 25ºC) durante 2h.
A diferença de massa em peso antes e depois da combustão é usada para o cálculo do teor em
sólidos voláteis. As cinzas é a quantidade de substância que fica após a combustão da amostra
de resíduo e corresponde à parte mineral da amostra. O teor em cinzas é expresso em
percentagem do peso seco da amostra.
As− Acinzas
SV ( % )= × 100
As
As- Amostra Seca
Acinzas- Amostra Cinzas
Introdução
A limpeza urbana e recolha de resíduos é uma tarefa complexa realizada dia e noite. Depende
do comportamento populacional – o sistema pode estar bem construído, mas não serve de
nada se as pessoas não usarem
Dados necessários/Indicadores
Produção- quantidade (t ou m3), total ou per capita, e por unidade de tempo (ano, dia);
Composição física- % das diferentes componentes dos resíduos:
Taxas de crescimento-da população, do peso específico e da capitação de resíduos (%)
Fatores que influenciam a produção e composição dos resíduos
Características, nível e modo de vida (ex:demográficas e socioeconómicas, agregado
familiar, movimentos pendulares, fins-de-semana, atividade profissional)
Factores a considerar:
a) Efeito do armazenamento nas características dos RU (decomposição biológica,
absorção de fluídos, contaminação das componentes);
b) O tipo de contentores a utilizar (depende da quantidade e tipo de resíduos a recolher,
do tipo de sistema de recolha, da frequência da recolha, do espaço disponível);
c) A localização dos contentores (depende do tipo de construção, do espaço disponível,
das condições de acessos para os serviços de recolha, do grau de conveniência para os
utilizadores);
d) A saúde pública e estética (vectores de doença, riscos de acidentes, intrusão visual…).
Equipamentos para deposição/armazenagem na fonte
a) Sacos (plástico ou papel);
b) Caixas (para os recicláveis);
c) Baldes ou contentores de maiores dimensões (com ou sem sistema de compactação).
Deposição
Tipo de utilização:
Vantagens:
Melhor qualidade dos materiais recolhidos, uma vez que o material vem separado, os
custos de processamento são menores;
A participação da população é qualitativamente melhor (devido, por exemplo à
pressão social.
Desvantagens:
Estimar a quantidade de resíduos que se vai recolher de cada um dos fluxos, total e por ponto
de recolha e qual o seu volume, informações essenciais para se decidir sobre o tipo, volume e
número de contentores a instalar, a frequência de recolha, a rota a percorrer pela viatura e o
número de contentores que a viatura consegue esvaziar num dia de recolha.
Na deposição seletiva é necessário ter em conta os factores que poderão contribuir para o seu
sucesso:
Facilitar os comportamentos;
Informação processual (o que, como e onde);
Metas objetivos e desafios;
Feedback dos resultados;
Sistemas PAYT
Sistemas PAYT-
Recolha
Operação efetuada por pessoal e equipamento especialmente adequado para esse fim,
mediante a transferência dos resíduos, incluindo ou não os recipientes, para as viaturas de
recolha.
Fatores a considerar:
Recolha Seletiva
Este tipo de recolha visa separar na fonte uma ou mais categorias de resíduos,
seguida ou não de nova separação em estações de triagem.
Necessita de ações de informação e sensibilização da população, devido à
mudança de hábitos que estes novos métodos originam.
Pode realizar-se em simultâneo com a recolha indiferenciada, por substituição
(nos dias em que há recolha seletiva não há recolha indiferenciada) ou por adição
(em alguns dias efetuam-se as duas recolhas, mas separadamente).
Recolhas especiais
Recolha Municipal
Em centros de recolha
São muito variáveis de país para país e de zona para zona. Apenas as condições locais e as
características do serviço podem determinar este parâmetro.
Frequência de recolha: diária, semanal; bissemanal, trissemanal…
Horário de recolha: diurna, noturna
Fatores a considerar quanto às opções para a frequência e horário:
Coletiva:
a) contentores isolados
b) ecopontos
c) ecocentros
d) sistemas de deposição móveis
e) recolhas periódicas
f) centros de compra e venda de recicláveis
Porta-a-Porta (individual):
A) Contentores isolados
Colocação de contentores de várias dimensões, formatos e cores, integrados na malha
urbana, destinados à deposição seletiva de um ou mais componentes dos RU (ex:
vidro, papel e cartão, plásticos, metais, têxteis, pilhas, orgânicos).
Os vidrões tipo iglo foram os primeiros a aparecer em Portugal.
B) Ecopontos
São Sistemas muito semelhantes ao anterior, com a única diferença de que num
determinado ponto de deposição seletiva, em vez de um só contentor, existe um
conjunto de contentores ou baterias de contentores para fileiras específicas de
materiais (vidro, papel e cartão, plástico, metais) ou determinados fluxos (embalagens,
pilhas e baterias, óleos usados).
Pode ser um sistema de contentores individualizados, colocados lado a lado, ou um
único contentor (equipamento multibenne ou polibenne), com diferentes divisórias,
uma por tipo de material.
C) Ecocentros
Recolha porta-a-porta
A separação em duas frações (do tipo “secos” e “húmidos”), e a sua recolha conjunta, é mais
prática para os produtores de resíduos e mais económica para os operadores de recolha. No
entanto, a contaminação dos materiais pode ser maior, comparativamente à deposição
dedicada ou à separação no ato da recolha. Esta última, embora mais cara, pode melhorar a
eficiência da participação pelo efeito pedagógico e pela menor exigência de separação entre
muitas componentes.
A separação dos recicláveis que chegam às instalações de processamento exige recurso a mais
tecnologia e mão-de-obra se constituírem uma mistura de recicláveis do que se tiverem sido
separados na fonte ou na fase de recolha.
Recolha Coletiva
Principais Vantagens:
Principais desvantagens:
A quantidade e qualidade dos materiais está muito dependente da eficiência de
participação dos cidadãos;
Contentores individuais e ecopontos são muito vulneráveis a atos de vandalismo e
roubo podendo igualmente ser barulhentos, sujos e pouco higiénicos;
Os ecopontos e ecocentros só são aceitáveis em determinados locais urbanos.
Veículos
B) Recolha hermética
Adufas e opérculos
Taxa de Compactação
Existem viaturas sem e com sistemas de compactação. A taxa de compactação das viaturas é
um factor muito importante, quanto maior, maior a quantidade de resíduos que consegue
transportar. Existem no mercado viaturas com diferentes taxas de compactação, mas para a
mesma viatura, a taxa de compactação depende do peso específico dos resíduos.
Recolha seletiva: veículos por placa (idênticos aos de recolha indiferenciada) ou veículos de
caixa aberta equipados ou não com grua, em função do tipo de contentor.
Outros tipos de veículos: mais pequenos adaptados aos centros históricos (ruas estreitas);
veículos para co-recolha.
Equipas
Funções e descrição das tarefas:
• Guiar a viatura (motorista)
• Recolher os recipientes e proceder à ação de despejo dos mesmos para dentro da caixa da
viatura (cantoneiros).
• As tarefas a executar pelos cantoneiros dependerão do tipo de recolha e de viatura.
Condições de saúde
• Quando são admitidos, quer motoristas, quer cantoneiros, efetuam análises ao sangue e
urina, testes de audição, visão e psicotécnicos.
• Posteriormente efetuam testes anuais.
• Estes trabalhadores estão sujeitos à legislação geral sobre saúde, higiene e segurança nos
locais de trabalho.
• Fardamento
• Necessidade de um fardamento adaptado às condições climáticas (Verão e Inverno) e
distribuição mínima de 2 fardas por trabalhador, para garantir a sua manutenção em
adequado estado de limpeza.
• Normalmente: fato de macaco, casaco impermeável e lona (casaco tipo capa de oleado para
dias de chuva);
• De salientar que é através da apresentação dos seus trabalhadores que um serviço transmite
ao público utente a sua imagem.
Aspectos sociais:
•Educação e formação do pessoal:
• Prevenção de acidentes e riscos para a saúde
• Contacto direto com os utentes do serviço de recolha
• Dignificação profissional e autoestima;
• Resolução de conflitos e problemas sociais (absentismo elevado, casos de alcoolismo, outros
problemas sociais).