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Introdução

A temática relacionada aos Resíduos Sólidos é frequentemente discutida nas últimas


décadas por decorrência do aumento de seus impactos negativos ao meio ambiente.
Com o desenvolvimento urbano e o crescimento econômico, novos padrões de produção
e consumo se estabeleceram, fragilizando o meio ambiente e assim, destacando a
importância de repensar as práticas de consumo da sociedade na esfera ambiental,
ecológica e social. Esta busca por boas práticas e pelo manejo correto dos resíduos tem
se tornado indispensável com a constatação dos danos à saúde coletiva, o equilíbrio
ecológico e o bem-estar dos seres vivos devido à destinação inadequada dos resíduos
sólidos. O presente trabalho aborda sobre definições e apresenta a quantificação e a
qualificação dos resíduos orgânicos gerados em Restaurantes e a forma da gestão e
gerenciamento dos mesmos, indicando as suas vantagens e sua desvantagem.
Residous sólidos
Resíduo sólido é todo e qualquer material resultante das atividades diárias do homem
(Bidone, 1999). O acelerado ritmo de crescimento da população juntamente com o
modelo de consumo atual está gerando uma quantidade cada vez maior de resíduos
sólidos, acarretando o aumento das áreas ocupadas por lixões e/ou aterros sanitários. Os
municípios, como responsáveis por grande parte dos resíduos, enfrentam graves
problemas, tanto em relação ao meio ambiente, quanto à saúde pública (Costa, 2004). O
não tratamento desses resíduos, assim como o aumento na geração dos mesmos pode
contribuir de forma significativa para a degradação da biosfera, afetando negativamente
a qualidade de vida no planeta (Lima, 1995), ou seja:
Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de
atividades da comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Consideram-se também resíduos sólidos
os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos,
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou
corpo d'água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em
face à melhor tecnologia disponível.
Numa definição mais abrangente os resíduos sólidos são os restos de produtos que,
normalmente, são considerados lixos. Ou seja, toda matéria sólida ou semissólida que é
descartada, como galhos, produtos eletroeletrônicos, plástico, embalagem, papelão,
galhos, entre outros. Normalmente, eles são gerados a partir de diferentes atividades,
como doméstica, hospitalar, industrial, agrícola, comercial e varrição.
Tipos de resíduos sólidos
A partir da definição dessa classe de resíduos surgem os tipos de materiais, que são
divididos a partir dos seus setores. No geral são 5 tipos (grupos de resíduos sólidos)
segundo a norma internacional, vejamos a seguir:
i. Resíduos Industriais
Os resíduos industriais - estão entre os maiores poluidores do meio ambiente. Segundo
a Resolução CONAMA 313, são considerados lixos industriais todo aquele que esteja
nos estados sólido, semissólido, gasoso ou líquido.

Esse grupo possui características que tornam inviável o seu descarte na rede pública
de esgoto ou em corrente d’água, ou que necessitem de soluções técnicas ou
economicamente inviáveis para o descarte. Entre eles estão lodos gerados por sistemas
de tratamento de efluentes líquidos e também os materiais gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição.

ii. Resíduos Hospitalares


Os resíduos de serviço de saúde, chamados também de hospitais, são aqueles
provenientes de atividades ligadas ao tratamento e prevenção de saúde. Nesse sentido,
eles são em classificados em 5 grupos:
a) Grupo A: resíduos potencialmente infectantes, como bolsas de sangue
contaminadas, restos de órgãos, vacinas de microrganismos vivos, entre outros.
b) Grupo B: resíduos químicos, como, substâncias de revelação de filmes de
Raios-X, resíduos com metais pesados, desinfetantes, entre outros.
c) Grupo C: resíduos radioativos, como exames de medicina nuclear.
d) Grupo D: resíduos comuns, como gesso, luvas, gazes e outros.
e) Grupo E: resíduos perfurocortantes, como bisturis, agulhas, lâminas e agulhas.

iii. Resíduos Sólidos Urbanos


Os resíduos sólidos urbanos são gerados por residências, comércios, limpeza pública
urbana e de prestadores de serviços.

Normalmente são compostos por materiais de natureza orgânica, recicláveis e


inorgânicos, como metais, isopor e espumas.

iv. Resíduos de Construção Civil


São materiais provenientes de obras civis, como construções, reformas, demolições,
reformas, ampliações, entre outros. Dentro dessa categoria estão tijolos, blocos, telhas,
argamassa, concreto, placas de revestimento, etc.

v. Resíduos Nucleares
Esse é um dos tipos de resíduos sólidos que devem obedecer às normas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear, que institui critérios de geração até a destinação final do
resíduo. Fazem parte desse grupo rejeitos radioativos ou contaminados com
radionuclídeos, serviços de medicina nuclear, provenientes de laboratórios de análises
clínicas e radioterapia.

Formas de colecta e tratamento de resíduos sólidos

Coleta comum - Esse tipo de coleta faz o recolhimento dos resíduos orgânicos e
inorgânicos de pequeno porte diretamente nos locais onde foram gerados. Após a coleta,
a destinação é feita pelos órgãos públicos regionais.

Coleta seletiva - A coleta seletiva é bem-parecida com o recolhimento comum, com


retirada do material diretamente no gerador ou em pontos de coleta. No entanto, esse
trabalho é feito apenas para resíduos inorgânicos que possam ser reciclados.

Coleta informal - Na gestão de resíduos sólidos, temos ainda a coleta informal, que é
realizada por meio de recolhimento manual, geralmente, feita por catadores de lixo nos
lixões e também nas ruas.

Vantagens e desvantagens dos resíduos sólidos


Mais de 50% dos resíduos domésticos gerados são constituídos por Resíduos Sólidos
Orgânicos (RSO), os quais podem ser decompostos por diferentes organismos.
Geralmente em aterros ou lixões, esses RSO se decompõem anaerobicamente, gerando
sérios problemas ambientais e nenhuma vantagem ambiental, social ou econômica.

Gestão de resíduos em restaurantes

A gestão de resíduos em restaurantes também é tema da sustentabilidade e do meio


ambiente, pautas atuais em todos os segmentos de mercado. Por isso, as empresas
acabam tendo de se adaptar, tanto por questões ambientais, quanto por questões internas
como, por exemplo, reputação, redução de custos, higienização e outros pontos relativos
à gestão de resíduos.
A gestão de resíduos nada mais é do que uma série de ações que envolvem as etapas de
coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação e sua respectiva disposição no
meio ambiente, de forma em que esteja totalmente adequado.
Assim, entendemos que a gestão de resíduos envolve o mapeamento de processos de
uma organização. Mas não é só isso.
É preciso existir uma análise do tipo de resíduo gerado em cada processo, assim como
uma classificação e quantificação dos mesmos. Com identificação e armazenamento, a
destinação dos resíduos poderá ser feita de maneira sustentável e eficiente.
Importância da gestão dos resíduos sólidos nos restaurantes
Para entender a importância desse processo em um restaurante basta perceber como os
problemas ambientais são noticiados com frequência em diferentes veículos de
comunicação. Isso faz com que a sociedade esteja mais informada a respeito da prática
de processos sustentáveis e, consequentemente, faz com que as pessoas acabem dando
preferência a empresas que adotam práticas nesse sentido. Com base nesse cenário,
podemos encontrar diferentes vantagens de adotar uma gestão de resíduos eficiente.
Práticas de gestão de resíduos para adotar em restaurantes
a. limpeza no restaurante
Assim como simplifica a limpeza do estabelecimento e a torna menos onerosa, o
processo ainda ajuda a reduzir odores, acúmulos de restos, moscas, baratas e até ratos
no local. Além disso, evita a poluição decorrente do acúmulo de resíduos no restaurante,
com isso o ambiente fica mais agradável de modo geral.
b. Redução de custos com pessoal e equipamento
Com uma gestão de resíduos o fluxo de trabalho fica mais eficiente, uma vez que a
determinação da quantidade de resíduos já acaba permitindo definições de processos
mais otimizados. Na prática, as chances são de uma economia não só em recursos
físicos, como contêineres e lixeiras, como também em recursos pessoais, pois reduz o
tempo dedicado a uma atividade e libera tempo para execução de outras. Sendo assim
podemos fazer o seguinte:
1. Colocar lixeiras próximas aos locais que geram resíduos
Busque instalar coletores de lixo próximo a lugares que tendem a gerar resíduos sólidos.
No caso dos restaurantes, uma ótima ação seria deixar recipientes para realizar a coleta
seletiva na cozinha, onde o fluxo de descarte de materiais recicláveis e não recicláveis é
mais intenso. Dessa forma, os colaboradores que estão responsáveis por essa área do
restaurante vão ter menos dificuldade para separar os materiais recicláveis do resíduo
orgânico.
2. Promover uma separação adequada dos resíduos sólidos
Para que a gestão de resíduos ocorra de maneira eficiente, também é necessário separar
os materiais que devem ser descartados. Isso porque a segmentação é um processo
muito importante na reciclagem, então, sem o devido cuidado no descarte, diversos
materiais que poderiam ser reutilizados irão para aterros sanitários.
3. Utilizar o CONAMA
Utilizar as cores intituladas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é
uma forma prática e bastante conhecida para favorecer a gestão de resíduos, pois as
cores ajudam a orientar o descarte adequado de resíduos.
4. Disponibilizar contêineres adequados para descarte e coleta
A instalação de containers serve tanto para facilitar a coleta de resíduos quanto para
impedir que o lixo descartado pelo restaurante seja simplesmente jogado na rua. Em
algumas cidades, o uso desses containers é uma medida obrigatória, a fim de que bares e
restaurantes fiquem adequados à legislação municipal.

5. Treinar a equipe
Muito antes de adotar as práticas da gestão de resíduos no restaurante, é possível fazer
com que os colaboradores desenvolvam habilidades e competências a fim de conseguir
executar esse processo profissionalmente. Por esse motivo, vale a pena investir em
treinamentos, palestras, workshops e outras alternativas de aprendizado. A ideia é
favorecer a compreensão desse tipo de gestão e ensinar como aplicá-la na prática.

Reciclagem
A reciclagem é o processo de reaproveitamento de resíduos sólidos orgânicos e
inorgânicos. É considerado o melhor método de destinação do lixo, em relação ao meio
ambiente, uma vez que diminui a quantidade de resíduos enviados a aterros sanitários, e
reduz a necessidade de extração de matéria-prima diretamente da natureza. Porém,
muitos materiais não podem ser reciclados continuadamente (fibras, em especial). A
reciclagem de certos materiais é viável, mas pouco praticada, pois muitas vezes não é
comercialmente interessante. Alguns materiais, entretanto, em especial o chamado lixo
tóxico e o lixo hospitalar, não podem ser reciclados, devendo ser eliminados ou
confinados. Fraldas descartáveis são recicláveis. No processo de reciclagem, que além
de preservar o meio ambiente também gera riquezas, os materiais mais reciclados são o
vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui para a diminuição
significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias estão reciclando
materiais como uma forma de reduzir os custos de produção.
Um outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas
grandes cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e
conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas de catadores de papel e
alumínio já são uma boa realidade nos centros urbanos em Moçambique.
O consumo consciente
O consumo consciente já é muito incentivado nas empresas privadas. Hoje muitas
empresas estão procurando reaproveitas toda a matéria prima utilizada nos seus
processos, de diferentes formas como por exemplo gerar energia de volta para a fabrica.
As empresas que estão aderindo a essa mudança de reaproveitamento dos resíduos da
sua matéria prima, estão gerando mais lucros por gerar energia a partir do que antes era
lixo e descartado de forma não proveitosa para a empresa.
Conclusão
A gestão adequada dos resíduos sólidos deve ser efetivada com a máxima urgência. A
inexistência de uma política para o setor tem desencadeado ações públicas
desarticuladas que, além de impedirem o equacionamento dos problemas, geram
desperdícios significativos na aplicação de recursos públicos. Se compararmos a
eficácia dos serviços de coleta, transporte, recuperação, qualidade de tratamento e
destinação final existentes em Moçambique e em partícula na cidade de Pemba, tem
sido muito críticos, vendo cada vez mais reduzidas nossas possibilidades de uma maior
inserção no mercado internacional, que gradativamente restringe o comércio de
produtos que não são gerados através de tecnologias limpas.
A destinação correta dos resíduos sólidos vem se tornando cada vez mais importante e
valorizada não só por órgãos públicos, mas também pela população. Isso acontece pela
crescente preocupação com o meio ambiente, uma vez que a produção e descarte
inadequado de resíduos são grandes responsáveis pela poluição encontrada no solo, nos
rios e no ar. Além da poluição ambiental ser preocupação de grande parte das pessoas
atualmente, resíduos sólidos também são responsáveis por afetar diretamente a saúde da
população. Dessa forma, a conscientização e o descarte adequado de resíduos sólidos
deve ser cada vez mais difundida.
Referencias bibliográficas
LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice
Hall, 2003. 250 p.

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