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Gestão de Resíduos Sólidos


Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos..................................................2

Política nacional de resíduos sólidos (Lei 12.305/2010)......................................4

Impactos dos resíduos sólidos no meio ambiente e na saúde pública...............6

Coleta seletiva e reciclagem................................................................................8

Compostagem e incineração.............................................................................10

Disposição final de resíduos sólidos.................................................................13

Resíduos de construção civil.............................................................................16

Resíduos de serviços de saúde.........................................................................17

Resíduos industriais...........................................................................................19

Normas e legislações vigentes para a gestão de resíduos...............................20

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos – PGRS......................................23

Lei Federal 12.305.............................................................................................24

Tipos de resíduo sólido......................................................................................25

Referências Bibliográficas.................................................................................28

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GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é um conjunto de metodologias com


vista à redução não só da geração e eliminação de resíduos, como do melhor
acompanhamento durante todo o seu ciclo produtivo. Tem como finalidade
reduzir a geração de resíduos na origem, gerir a produção dos mesmos no
sentido de atingir um equilíbrio entre a necessidade de geração de resíduos, e
o seu Impacto ambiental, por meio da destinação correta dos resíduos gerados
pelo homem. É uma gestão transversal a todo o ciclo, o qual analisa de
maneira Holística.

Um aterro sanitário é um espaço destinado à deposição final de resíduos


sólidos. Os aterros de última geração permitem um confinamento seguro
e económico de resíduos que apresentem um grande volume de produção.
Leva-se a um aterro sanitário apenas o rejeitoː os resíduos sólidos devem ser
levados de preferência a uma cooperativa de recicladores de acordo com a Lei
Federal Brasileira nº 12 305/2010 e seu decreto nº 7 404/2010. A expressão
"lixo" não deve ser mais utilizada, pois, no lixo, há resíduos que podem ser
reutilizados, reciclados, gerando renda a outras pessoas e matéria-prima para
as indústrias.

Coleta Segregação Transporte Destino Final

A reciclagem é um processo de tratamento de resíduos, que permite a sua


reintrodução no ciclo produtivo, reduzindo assim a quantidade de matérias-
primas necessárias, tal como o volume de resíduos a serem depositados
em aterros sanitários.

A Incineração é um processo de eliminação de resíduos sólidos, que consiste


na queima dos mesmos em unidades especiais, permitindo assim a redução do
seu volume, com emissões gasosas controladas, possibilitando o

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aproveitamento de energia, com descarte das cinzas de queima em aterros
controlado.

Um sistema de gestão integrada tem a finalidade de melhorar o gerenciamento


interno das atividades da empresa, e por consequência, aprimorar os
processos e a redução de riscos e falhas, por exemplo.

A gestão integrada é a gestão de todos os departamentos de uma organização,


como a sua empresa. Pode ser feita principalmente com o auxílio de
um software, que deve ter capacidade para integrar os dados e processos de
toda a empresa em um único ambiente.

Um sistema de gestão integrada é um agente facilitador da comunicação


organizacional, automatização dos processos e disponibilização de dados e
definição de estratégias.

O Sistema de Gestão Integrado tem como objetivo, agregar os sistemas de


gestão da qualidade, gestão ambiental, segurança industrial, saúde
ocupacional e responsabilidade social, além de outros setores, que nesse caso,
irá depender da empresa onde estará sendo efetuada a elaboração do SGI, as
quais podem ser citadas como exemplos: Comissionamento e preservação de
equipamentos, suprimentos, logística, documentação técnica, treinamentos e
outros a serem analisados pelos interessados.

A gestão integrada desses sistemas torna-se mais eficaz, em comparação aos


sistemas de gestão individuais de cada processo pertencente à organização,
para colocarmos em prática as políticas, objetivos, diretrizes, requisitos, metas,
focos, controle de documentos, controle sobre impactos ambientais, controles
para minimização dos impactos ambientais, estudos sobre as causas de não
conformidades, controle sobre ações corretivas, análise crítica de contratos,
processos, procedimentos e boas práticas sustentáveis.

O Sistema de Gestão Integrado (SGI) é uma ferramenta gerencial que contribui


para a melhoria do desempenho das empresas em relação às questões de
Qualidade, Segurança, Meio Ambiente, Saúde no Trabalho e Responsabilidade
Social, além de outras atividades integradas ao SGI, hoje uma necessidade
fundamental para as organizações, para os trabalhadores e para a sociedade
como um todo.

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POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LEI 12.305/2010)

Art. 1o Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo


sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos
os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos
instrumentos econômicos aplicáveis.

Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

II - área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição,


regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos;

V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados


conforme sua constituição ou composição;

VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de


rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
impactos ambientais adversos;

IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito


público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades,
nelas incluído o consumo;

X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou


indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição
final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de
resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;

XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a


busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as
dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social
e sob a premissa do desenvolvimento sustentável;

XIV - reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve


a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com
vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as
condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama
e, se couber, do SNVS e do Suasa;

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XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que
não a disposição final ambientalmente adequada;

XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado


resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;

Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos


fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de
serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos
resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.

Em processos naturais, não há lixo. As substâncias produzidas pelos seres


vivos e que são inúteis ou prejudiciais para o organismo, tais como
as fezes e urina dos animais, assim como os restos de organismos mortos,
são, em condições naturais, reciclados pelos decompositores, que, por sua
vez, excretam substâncias minerais que são o substrato dos vegetais. Até
o oxigénio produzido pela fotossíntese, é um resíduo para a planta
ou alga enquanto é útil para os organismos aeróbios.

Resíduos sólidos, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei


12.305/2010), são definidos como sendo todo material, substância, objeto ou
bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade. Estes podem
se encontrar nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou em corpos d’água.

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IMPACTOS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MEIO AMBIENTE E

NA SAÚDE PÚBLICA

Para proteger o ambiente da melhor forma, os Estados-Membros devem tomar


medidas para o tratamento dos seus resíduos, de acordo com a seguinte
hierarquia, que se aplica por ordem de prioridades:

 prevenção;
 preparação para a reutilização;
 reciclagem;
 outros tipos de valorização, por exemplo, energética;
 eliminação.

Começa a ficar claro que não será possível replicar o modo de produção e
consumo pautado na obsolescência programada dentro do ciclo de vida de um
produto, além da ênfase em se ter embalagens descartáveis em detrimento
das embalagens retornáveis.

Um exemplo de estímulo à não geração de resíduos, seria o estímulo dos


serviços de reparo e reforma de objetos, uso de vasilhames e bolsas
retornáveis, e o controle da indústria da moda e de criações de tendências
estéticas efêmeras além do Consumo conspícuo. Estes são modos de
produção e consumo alternativos que podem ser incorporados ao modo de vida
do homem moderno de modo a torná-lo mais sustentável, de modo que sejam
satisfeitas as reais necessidades relativas ao bem viver dos seres humanos.

Quando não é possível mais a não geração de um resíduo sólido pode se


buscar a reincorporação do mesmo em cadeias circulares de transformação e
uso, como ocorre na natureza, e na indústria da reciclagem.

Resíduo Sólido Urbano Constituído dos resíduos domiciliares, os


resíduos de limpeza urbana, e os resíduos de estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviços.

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Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: Resíduos
de estabelecimentos como sacolas de supermercados, embalagens de
produtos, embalagens de plástico de materiais de limpeza, resíduos de
materiais inorgânicos como metais e ferros provenientes de estabelecimentos
comerciais etc.

Saúde Pública na concepção mais tradicional, é a aplicação de conhecimentos


(médicos ou não), com o objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde,
atuar em fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-
doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações
de vigilância e intervenções governamentais. Por outro lado como destaca
Rosen a aplicação efetiva de tais princípios depende de elementos não-
médicos principalmente de fatores econômicos e sociais.

O objetivo da investigação e das práticas da Saúde Coletiva são as seguintes


dimensões:

 o estado de saúde da população ou condições de saúde de grupos


populacionais específicos e tendências gerais do ponto de vista
epidemiológico, demográfico, sócio-econômico e cultural;
 os serviços de saúde, enquanto instituições de diferentes níveis de
complexidade (do posto de saúde ao hospital especializado),
abrangendo o estudo do processo de trabalho em saúde, a formulação e
implementação de políticas de saúde, bem como a avaliação de planos,
programas e tecnologias utilizada na atenção à saúde;
 o saber sobre a saúde, incluindo investigações históricas, sociológicas,
antropológicas e epistemológicas sobre a produção de conhecimentos
nesse campo e sobre as relações entre o saber "científico" e as
concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas
tradições, crenças e cultura de modo geral.

Alguns autores enfatizam a organização e participação social e implementação


de políticas de saúde como forma de intervenção e resolução dos problemas
de saúde de uma comunidade.

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COLETA SELETIVA E RECICLAGEM

Coleta seletiva ou recolha seletiva é o termo utilizado para o recolhimento dos


materiais que são possíveis de serem reciclados, previamente separados na
fonte geradora. Dentre estes materiais recicláveis podemos citar os diversos
tipos de papéis, plásticos, metais e vidros.

A separação do lixo evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis,


aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Cores padronizadas dos recipientes de resíduos:

 Azul - Papel/Papelão
 Amarelo - Metal
 Verde - Vidro
 Vermelho - Plástico
 Marrom - Orgânico
 Cinza - Lixo que não será encaminhado à reciclagem
 Preto - Madeira
 Branco - Lixo hospitalar/ saúde
 Laranja - Resíduos perigosos
 Roxo - Resíduos radioativos

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Imagem: O símbolo internacional da reciclagem. Wikipédia, a enciclopédia livre.

Porta a Porta – Veículos coletores percorrem as residências em dias e horários


específicos que não coincidam com a coleta normal de lixo. Os moradores
colocam os recicláveis nas calçadas, acondicionados em contêineres distintos;

PEV (Postos de Entrega Voluntária) - Utiliza contêineres ou pequenos


depósitos, colocados em pontos físicos no município, onde o cidadão,
espontaneamente, deposita os recicláveis;

Postos de Troca – Troca do material a ser reciclado por algum bem.

PICs - Outra modalidade de coleta é a PICs, Programa Interno de Coleta


Seletiva, que é realizado em instituições públicas e privadas, em parceria com
associações de catadores.

Os maiores beneficiados por esse sistema são o meio ambiente e a saúde da


população. A reciclagem de papéis, vidros, plásticos e metais - que
representam em torno de 40% do lixo doméstico - reduz a utilização dos
aterros sanitários, prolongando sua vida útil. Se o programa de reciclagem
contar, também, com uma usina de compostagem, os benefícios são ainda
maiores. Além disso, a reciclagem implica uma redução significativa dos níveis
de poluição ambiental e do desperdício de recursos naturais, através da
economia de energia e matérias-primas.

A coleta seletiva e reciclagem do lixo doméstico apresenta, normalmente, um


custo mais elevado do que os métodos convencionais. Iniciativas comunitárias
ou empresariais, entretanto, podem reduzir a zero os custos da prefeitura e
produzir benefícios para as entidades ou empresas. De qualquer forma, é
importante notar que o objetivo da coleta seletiva não é gerar recursos, mas
reduzir o volume de lixo, gerando ganhos ambientais.

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COMPOSTAGEM E INCINERAÇÃO

Compostagem

É o conjunto de técnicas aplicadas para estimular a decomposição de materiais


orgânicos por organismos heterótrofos aeróbios, com a finalidade de obter, no
menor tempo possível, um material estável, rico em substâncias
húmicas e nutrientes minerais formando assim um solo humífero.

Compostagem é o conjunto de técnicas aplicadas para controlar a


decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor
tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com
atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico)
àqueles encontrados na matéria-prima.

Objetivo: Para além de proteger o ambiente por produzir menos lixo orgânico,
fazer compostagem ainda permite obter um produto de grande valor – o
composto – que se pode colocar em vasos e canteiros pois é um ótimo
fertilizante natural.

Os principais fatores que governam o processo de compostagem são:

Microrganismos: A conversão da matéria orgânica bruta ao estado de matéria


humificada é um processo microbiológico operado
por bactérias, fungos e actinomicetes. Durante a compostagem há uma
sucessão de predominâncias entre as espécies envolvidas.

Umidade: A presença de água é fundamental para o bom desenvolvimento do


processo. Entretanto, a escassez ou o excesso de água pode desacelerar a
compostagem.

Aeração: A compostagem conduzida em ambiente aeróbio, além de mais


rápida, não produz odores putrefatos nem proliferação de moscas.

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Temperatura: O metabolismo exotérmico dos microrganismos, durante a
fermentação aeróbia, produz um rápido aquecimento da massa. Cada grupo é
especializado e desenvolve-se numa faixa de temperatura ótima. Promover
condições para o estabelecimento da temperatura ótima para os
microrganismos é fundamental.

Relação Carbono / Nitrogénio (C/N): Os microrganismos absorvem os


elementos carbono e nitrogénio numa proporção ideal. O carbono é a fonte de
energia para que o nitrogênio seja assimilado na estrutura.

Preparo prévio da matéria-prima: A granulometria é muito importante uma vez


que interfere diretamente na aeração da massa original. Partículas maiores
promovem melhor aeração, mas o tamanho excessivo apresenta menor
exposição à decomposição e o processo será mais demorado.

Dimensões e formas das pilhas: Quanto ao comprimento, este pode variar em


função da quantidade de materiais, do tamanho do pátio e do método de
aeração. Já a altura da pilha depende da largura da base. Pilhas muito altas
submetem as camadas inferiores aos efeitos da compactação. Pilhas baixas
perdem calor mais facilmente ou nem se aquecem o suficiente para destruir os
patogênicos. O ideal é que as pilhas apresentem seção triangular, com
inclinação em torno de 40 a 60 graus, com largura entre 2,5 e 3,5 metros e
altura entre 1,5 e 1,8 metros.

O fertilizante composto, quando considerado um produto comercializável,


estará sujeito à legislação federal brasileira, sob a jurisdição do Ministério da
Agricultura, que regulamenta o estabelecimento produtor, as matérias primas e
o insumo gerado.

O Decreto 86.955 de 18 de fevereiro de 1982 dispõe sobre a inspeção e


a fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos,
inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes destinados à agricultura.
Destacam-se, em seu conteúdo, alguns comentários sobre os fertilizantes
orgânicos:

Capítulo II, parágrafo 4: instrui-se as pessoas físicas e jurídicas que produzem


e comercializam fertilizantes, a promover o registro de estabelecimento no
Ministério da Agricultura.

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Parágrafo 10, artigo 4: define-se o controle de qualidade por meio de
laboratório próprio ou de terceiros, desde que devidamente registrado no
Ministério da Agricultura. Neste caso, apresentar-se-á, para efeito de registro, o
contrato de prestação de serviços entre o estabelecimento produtor e o
laboratório de terceiros.

Capítulo 7: faz-se referência à assistência técnica à produção. É exigida a


contratação de profissional habilitado e devidamente identificado junto ao
Ministério da Agricultura, para assumir a função de Responsável Técnico pela
produção.

Incineração

É a queima do lixo em fornos e usinas próprias. Apresenta a vantagem de


reduzir bastante o volume de resíduos. Além disso, destrói
os microrganismos que causam doenças, contidos principalmente no lixo
hospitalar e industrial.

Depois da queima, resta um material que pode ser encaminhado para aterros
sanitários ou mesmo reciclado. É recomendada a reutilização racionalizada dos
materiais queimados para a confecção de borracha, cerâmica e artesanato. O
Obelisco de Ipanema foi realizado com entulho de concreto incinerado.

Com a incineração é possível uma redução do volume inicial de resíduos até


cerca de 90% através da combustão, as temperaturas que se elevam a mais de
900°C. Por isso tem vindo a ser implementado em zonas de grande produção
de lixo. No entanto, certos resíduos liberam gases tóxicos aos serem
queimados. Nesses casos, para evitar a poluição do ar, é necessário
instalar filtros e equipamentos especiais – o que torna o processo mais caro.

Trata-se de um sistema útil na eliminação de resíduos combustíveis, não tendo


vantagens para outros materiais como, por exemplo, vidros, metais e Plásticos.
Devido ao seu elevado teor em água, a matéria orgânica (que constitui cerca
de 36% dos RSU) possui um baixo poder calorífico e como tal não é
interessante incinerar sob o ponto de vista energético.

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DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Aterro Sanitário: É a forma de disposição final de resíduos sólidos no solo, em


local devidamente impermeabilizado, mediante confinamento em camadas
cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais
específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança,
minimizando os impactos ambientais.

Não é aconselhável a destinação para o lixão. O lixão é uma área de


disposição final de resíduos a céu aberto, sem qualquer planejamento ou
medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública. No local, não há
controle ou monitoramento dos resíduos depositados – fazendo com que
resíduos domiciliares e comerciais de baixa periculosidade sejam depositados
juntamente com os industriais e hospitalares, de alto poder poluidor. Não há
tratamento de efluentes líquidos – o chorume (líquido preto que escorre dos
resíduos) – que penetra pela terra levando substâncias contaminantes para o
solo. Moscas, pássaros e ratos convivem com os resíduos, aumentando as
chances de proliferação de bactérias e parasitas prejudiciais à saúde humana.

A Lei nº 12.305/2010, o Decreto nº 7.404/2010 e a Lei nº 9.605/98 preveem


sanções como multa e prisão para os gestores municipais que descumprirem a
lei.

Na legislação infraconstitucional, a Lei nº 9.605/98 trata dos crimes ambientais,


cabendo-nos relevar o art. 54, o qual traz o seguinte, “in verbis”:

“Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade
de animais ou a destruição significativa da flora - Pena: reclusão, de um ano a
quatro anos, e multa.

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§ 2º Se o crime:

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou


detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou regulamentos - Pena: reclusão, de um a cinco anos.”

Imagem: Lixão. Wikipédia, a enciclopédia livre.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Aterro sanitário.

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No Brasil, um aterro sanitário é definido como um aterro de resíduos sólidos
urbanos, ou seja, adequado para a recepção de resíduos de origem doméstica,
varrição de vias públicas e comércios.

Os resíduos industriais devem ser destinados a aterro de resíduos sólidos


industriais (enquadrado como classe II quando não perigoso e não inerte e
classe I quando tratar-se de resíduo perigoso, de acordo com a norma técnica
da ABNT 10.004/04 - "Resíduos Sólidos - Classificação"). A produção de lixo
aumenta continuamente e por isso novas soluções são procuradas para
desafogar os aterros. Em Contagem, Minas Gerais, tem sido usado
o fosfogesso para redução de 30 a 35% do volume de resíduo sólido. Antes da
implantação, a alternativa foi testada pelo laboratório do Institute of Phosphate
Research (FIPR), nos Estados Unidos.

Aterro sanitário é um local destinado à decomposição final de resíduos


sólidos gerados pela atividade humana. Nele são
dispostos resíduos domésticos, comerciais, da indústria de construção e
também resíduos sólidos retirados do esgoto. O aterro consiste na técnica de
enterro dos resíduos, buscando sua decomposição a longo prazo na natureza.
Faz parte da ampla ciência de tratamento de Resíduos Sólidos.

A base do aterro sanitário deve ser constituída por um sistema


de drenagem de chorume acima de uma camada impermeável de polietileno de
alta densidade - P.E.A.D., sobre uma camada de solo compactado para evitar o
vazamento de material líquido para o solo, evitando assim a contaminação de
lençóis freáticos. O chorume deve ser tratado e reinserido (reinserido ao aterro)
causando assim uma menor poluição ao meio ambiente.

Seu interior deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a


coleta do biogás, que é constituído por metano, gás carbônico (CO2) e vapor
d'água, entre outros, e é formado pela decomposição dos resíduos. Este
efluente deve ser queimado ou beneficiado. Estes gases podem ser queimados
na atmosfera ou aproveitados para geração de energia. No caso de países em
desenvolvimento, como o Brasil, a utilização do biogás pode ter como
recompensa financeira a compensação por créditos de carbono ou CERs
do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, conforme previsto no Protocolo de
Quioto.

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RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Os resíduos gerados muitas vezes não recebem a destinação correta,


acabando poluindo o meio ambiente deixados em terrenos baldios, nas ruas ou
em áreas de preservação permanente.

Os Resíduos Sólidos da Construção Civil (RSCC), de acordo com a Resolução


307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), são aqueles
“provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente
chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha”.

Independentemente da utilização do resíduo reaproveitado, a opção


pelo tratamento dos resíduos da construção civil ocasiona benefícios da ordem
econômica, social e ambiental. Com a reciclagem, há ainda a diminuição da
poluição causada pelos resíduos, que podem causar enchentes e o
assoreamento de rios e córregos. É importante destacar que o descarte
incorreto também traz sérias consequências para o ambiente urbano.

O Plano Municipal estabelece que geradores de entulhos que não excedam


200 kg ou 1 m³ serão atendidos pela coleta, transporte e destinação final uma
vez na semana. Entulhos a partir dessas quantidades são considerados de
grande volume e deverão requerer análise do órgão municipal do meio
ambiente para obter a licença de edificação e demolição.

A Constituição Federal de 1988, pela primeira vez na história constitucional,


utiliza a locução meio ambiente, e o faz em pelo menos quatorze vezes (art. 23,
VI; art. 24,VI; art.24, VIII; art. 129, III; art. 170,VI, art. 174, III; art. 200, VIII;
capítulo VI do Título VIII; art. 225; art. 225, § 1º, IV; art. 225, § 1º, V; art. 225,
§2º; art. 225; § 3º e art. 225, § 4º), todavia, não trouxe sua definição, cabendo a
doutrina tal tarefa.

Os órgãos ou entidades municipais integram o Sistema Nacional do Meio


Ambiente como órgãos locais, sendo responsáveis pela execução de
programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de
provocar a degradação ambiental, como previsto pelo art. 6°, inciso VI, da Lei
n° 6.938, de 1981, com a redação dada pela Lei n° 7.804, de 18/07/1989.

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RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Os resíduos de serviços de saúde (RSS), comumente associados à


denominação lixo hospitalar ou resíduo hospitalar, é o nome que se dá
aos resíduos originários de ações médicas desenvolvidas em unidades de
prestação de cuidados de saúde, em atividades de prevenção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação e investigação relacionada com seres humanos ou
animais, em farmácias, em atividades médico-legais, de ensino e em quaisquer
outras que envolvam procedimentos invasivos, tais
como acupuntura, piercings e tatuagens.

São divididos em: resíduos sólidos; resíduos em estado sólido ou semissólido


e líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede
pública de esgotos.

Representam uma fonte de riscos à saúde humana e ao meio ambiente, devido


principalmente à falta de adoção de procedimentos técnicos adequados no
manejo das diferentes frações sólidas e líquidas geradas, como materiais
biológicos contaminados e objetos perfurocortantes, peças anatômicas,
substâncias tóxicas, inflamáveis e radioativas.

O Plano de Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS) é o


documento que irá apontar e descrever as ações necessárias ao manejo de
resíduos gerados nas instituições de saúde. É de competência de todo gerador
de resíduos de serviços de saúde elaborar seu PGRSS.

Os resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes


biológicos):

 sangue e hemoderivados;
 excreções, secreções e líquidos orgânicos;
 meios de cultura;
 tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas;

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 filtros de gases aspirados de áreas contaminadas;
 resíduos advindos de área de isolamento;
 resíduos alimentares de área de isolamento;
 resíduos de laboratório de análises clínicas;
 resíduos de unidade de atendimento ambiental;
 resíduos de sanitário de unidades de internação;
 objetos perfurocortantes provenientes de estabelecimentos prestadores
de serviços de saúde.

Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico, devidamente


registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus resíduos.
Os resíduos sólidos do grupo A deverão ser acondicionados
em sacos plásticos grossos, brancos leitosos e resistentes com simbologia de
substância infectante. Devem ser esterilizados ou incinerados.

Os perfurocortantes deverão ser acondicionados em recipientes rígidos,


estanques, vedados e identificados com a simbologia de substância infectante.

Os resíduos sólidos do grupo A não poderão ser reciclados.

Os restos alimentares em natura não poderão ser encaminhados para a


alimentação de animais.

“As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as


seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua
retirada manualmente” (ANVISA,2004).

Especiais: Radioativos compostos por materiais diversos, expostos à radiação;


resíduos farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados; e
resíduos químicos perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).

Recomendações:

Resíduos infectantes não poderão ser dispostos no meio ambiente sem prévio
tratamento ou reciclados.

Restos alimentares não poderão ser encaminhados para alimentação de


animais.

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RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Os Resíduos industriais tem sua composição variável dependendo do tipo de


processo, e por isso necessitam de coleta distinta dos Resíduos sólidos
urbanos. Pela lógica é sempre mais prudente que os diferentes tipos de
resíduos sólidos da indústria não sejam misturados, e muito menos que um
resíduo industrial sólido seja misturado a um líquido, a fim de que se torne
possível aproveitar o potencial de reciclo de cada um de seus tipos.

São nos resíduos sólidos das indústrias de alimentos e agroindústrias que a


fração orgânica tem maior representatividade, e se a segregação for feita no
local de origem, torna-se possível o reaproveitamento dessa fração orgânica,
seja energicamente via biometanização para a produção biogás e adubo
orgânico, ou uso na ração animal.

Dependendo do tipo de processo industrial, pode ocorrer a geração de resíduo


contendo substâncias carcinogênicas, tóxicas, metais
pesados e patógenos que, se misturados com as águas resíduarias ou outros
resíduos sólidos de outros processos, podem contaminar todo o resíduo
resultante.

Existem processos em que o resíduo sólido gerado tem natureza orgânica, mas
durante seu processamento foi adicionado algum produto que contivesse
metais pesados, o que inviabilizaria o seu reaproveitamento. Um exemplo é o
que acontece com a indústria de couro, que utiliza o cromo no final do processo
de curtimento e faz com que este termine contaminando as raspas de pele.
Nesse caso é possível realizar a lavagem deste resíduo sólido contaminado
com cromo com taxas de remoção de 30 – 60 +- 5 %, para posteriormente
realizar a decomposição anaeróbia, e então prosseguir com a
compostagem ou se fazer a humificação com a vermicompostagem, que pode
aumentar a taxa de retirada de Cr via complexação.

Outra fonte de matéria orgânica da indústria vem das indústrias e manufaturas


que processam madeira, geram serragem que, se isenta de contaminantes
como solventes e adesivos, pode ser incorporada a um biodigestor
anaeróbio para geração de biogás ou compostagem/vermicompostagem como
uma rica fonte de carbono.

19
NORMAS E LEGISLAÇÕES VIGENTES PARA A GESTÃO DE RESÍDUOS

Todas as etapas do gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, desde


a segregação, o acondicionamento e a identificação, incluindo a coleta, o
transporte, o armazenamento e a destinação, estão detalhadamente descritos
na RDC nº 222.

Ressalta-se que:

Os RSS devem ser segregados no momento de sua geração, conforme


classificação por grupos de risco;

Os RSS que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico podem ser
encaminhados para reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem,
aproveitamento ou logística reversa, tendo disposição final ambientalmente
adequada.

O gerenciamento dos resíduos sólidos industriais deve ser conduzido de forma


adequada e seguindo as normas legais aplicáveis aos locais de
armazenamento. A aplicação de boas práticas na coleta, no armazenamento e
no transporte evitam sanções, uma vez que, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos prevê que a cadeia produtiva e o responsável pelo manejo de resíduo
devam realizar a adequada destinação final.

Os resíduos podem ser classificados em perigosos e não perigosos. No Brasil,


para classifica-los, adota-se a norma NBR 10.004, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). Essa norma divide os resíduos da seguinte forma:
classe I (perigosos), classe II A (não inertes) e classe II B (inertes).

Os resíduos de classe I (perigosos) são aqueles que apresentam algum tipo de


periculosidade, que possuem características como inflamabilidade, toxicidade e
corrosividade, dentre outras.

Os resíduos classe II A (não perigosos e não inertes) possuem característica


de combustão, biodegradabilidade e solubilidade em água. Os de classe II B
(não perigosos e inertes) são aqueles que submetidos a testes de
solubilização, não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados em
concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, ou seja, a
água continua potável quando em contato com eles.

20
O armazenamento dos resíduos sólidos Classe I deve ser conforme a norma
ABNT NBR 12235. Esta norma dispõe que o armazenamento deve ser feito de
modo a não alterar a quantidade/qualidade do resíduo. O resíduo deve ser
acondicionado até reciclagem, recuperação, tratamento e/ou disposição final,
em contêineres, tambores, tanques e/ou a granel.

A norma aplicável ao armazenamento de resíduos classe II é a NBR 11174.


Esta norma dispõe que o armazenamento deve ser de maneira que minimize o
risco de contaminação ambiental. O local deve ser aprovado pelo órgão
Ambiental do Estado e atendo a legislação específica.

Com a nova versão da ISO 14001 é visível à preocupação com o


armazenamento e destinação dos resíduos.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas,


CETESB - São Paulo,
FEAM - Minas Gerais,
INEA- Rio de Janeiro,
CPRH – Pernambuco,
IAP – Paraná e
Órgãos Ambientais de outros Estados
Com relação às Normas Técnicas elaboradas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT destacam-se as principais normas relativas a
resíduos.

Normas ABNT sobre Tratamento, Armazenamento e Transporte de


ResíduosNBR 11.174 – Armazenamento de Resíduos
NBR 11.175 - Incineração de Resíduos Sólidos Perigosos - Padrões de
Desempenho (antiga NB 1265)
NBR 13.894 - Tratamento no Solo (Landfarming)
NBR 98 - Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis
NBR 7.505 - Armazenamento de Petróleo e seus Derivados Líquidos e Álcool
Carburante
NBR 12.235 - Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos (antiga NB-
1183)NBR 11.174 - Armazenamento de Resíduos Classe II - Não Inertes e III -

21
Inertes (Antiga NB-1264)
NBR 13.221 - Transporte de Resíduos
NBR 7.500 - Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenagem
de Materiais - Simbologia
NBR 7.501 - Transporte de Cargas Perigosas - Terminologia
NBR 7.502 - Transporte de Cargas Perigosas - Classificação
NBR 7.503 - Ficha de Emergência para o Transporte de Cargas Perigosas

Normas ABNT sobre Resíduos de Serviços de Saúde


NBR 12.807 - Resíduos de Serviços de Saúde - Terminologia
NBR 12.808 - Resíduos de Serviços de Saúde - Classificação
NBR 12.809 - Manuseio de Resíduos de Serviços de Saúde - Procedimento
NBR 12.810 - Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde – Procedimento

Classificação de Resíduos de acordo com a norma ABNT 10.004 de 2004

O armazenamento de resíduos sólidos, assim como os demais processos de


tratamento desses materiais, é regido por uma diretriz. A norma ABNT NBR
12235 determina como devem ser realizados todos os procedimentos, desde o
seu início do gerenciamento até a maneira com que o resíduo deve ser tratado.

Uma das obrigações, por exemplo, é efetuar o armazenamento de forma que a


quantidade e qualidade do resíduo não sejam alteradas. Para isso, é preciso
que uma análise das propriedades físicas e químicas do material sejam
analisadas antes de serem armazenadas.

Além disso, um plano de amostragem deve ser elaborado. Nele devem estar as
seguintes informações: descrição do resíduo; local onde foi coletado; quais
métodos e normas foram utilizados; frequência da análise; caracterização do
resíduo e indicação se o material apresenta incompatibilidade com outros.

O local de armazenamento deve contar com certas características, dentre elas,


ser projetado de forma a evitar o acesso de pessoas estranhas e sinalizar para
todos que ali é uma área com risco.

22
PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS – PGRS

Para atender ao programa previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos:

1 - Identificar e descrever o empreendimento ou sua atividade.

2 - Diagnosticar os resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a


origem, o volume e a caracterização.

3 - Apontar os responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos


sólidos e definir os procedimentos operacionais relativos às etapas do
gerenciamento sob responsabilidade do gerador.

4 - Identificar as soluções consorciadas ou compartilhadas com outros


geradores.

5 - Informar as ações preventivas e corretivas a serem executadas em


situações de gerenciamento incorreto ou acidentes.

6 - Indicar metas e procedimentos relacionados à redução da geração de


resíduos sólidos e à reutilização e reciclagem.

7 - Apontar as ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de


vida dos produtos.

8 - Apresentar as medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados


aos resíduos sólidos.

9 - Informar a periodicidade de sua revisão, observado o prazo de vigência da


respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama (Sistema
Nacional do Meio Ambiente).

Gestão integrada é o “conjunto de ações voltadas para a busca de soluções


para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável.

23
LEI FEDERAL 12.305

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)


é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço
necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais,
sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta


a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos
para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos
(aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a
destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser
reciclado ou reutilizado).

Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos


fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de
serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos
resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.

A Política também coloca o Brasil em situação de igualdade aos principais


países desenvolvidos, no que se refere ao marco legal e inova com a inclusão
dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na logística reversa
assim como na coleta seletiva.

Planos de Resíduos Sólidos: O Plano Nacional de Resíduos Sólidos a ser


elaborado com ampla participação social, contendo metas e estratégias
nacionais sobre o tema. Também estão previstos planos estaduais,
microrregionais, de regiões metropolitanas, planos intermunicipais, municipais
de gestão integrada de resíduos sólidos e os planos de gerenciamento de
resíduos.

Destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos.

24
TIPOS DE RESÍDUO SÓLIDO

Resíduos sólidos, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei


12.305/2010), são definidos como sendo todo material, substância, objeto ou
bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade. Estes podem
se encontrar nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou em corpos d’água.

Resíduo sólido urbano

Constituído dos resíduos domiciliares, os resíduos de limpeza urbana, e os


resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços.

Resíduos domiciliares

São constituídos por três frações distintas, os recicláveis, os orgânicos


biodegradáveis e os rejeitos. No Brasil, em média, mais de 50% dos resíduos
domiciliares são compostos por materiais orgânicos. Nessa categoria se inclui
os restos de comida e varrição.

Resíduos orgânicos

Os resíduos orgânicos são compostos por alimentos e outro materiais que


se decompõem pela natureza, tais como cascas e bagaços de frutas, verduras,
galhos e folhas de podas, entre outros.

Resíduos inorgânicos

Os resíduos inorgânicos são compostos por produtos manufaturados, tais


como cortiças, espumas, metais e tecidos.

Resíduos de limpeza urbana

Oriundos da varrição pública, poda e capina de espaços e vias públicas como


praças, calçadas, ruas e sarjetas.

25
Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços

Resíduos de estabelecimentos como sacolas de supermercados, embalagens


de produtos, embalagens de plástico de materiais de limpeza, resíduos de
materiais inorgânicos como metais e ferros provenientes de estabelecimentos
comerciais etc.

Resíduo industrial

Os resíduos industriais podem estar no estado sólido, semissólido ou líquido,


sendo caracterizados como contaminantes e altamente prejudiciais ao meio
ambiente e à saúde, não devendo ser lançados na rede pública de esgotos ou
corpos d'água.

Resíduo hospitalar

Resíduos perigosos produzidos dentro de hospitais,


como seringas usadas, jalecos etc. Por conter agentes causadores
de doenças, este tipo de lixo é separado do restante dos resíduos produzidos
dentro de um hospital (restos de comida etc.), e é geralmente incinerado.
Porém, certos materiais hospitalares, como aventais que estiveram em contato
com raios eletromagnéticos de alta energia como raios X, são categorizados de
forma diferente (o mencionado avental, por exemplo, é considerado lixo
nuclear), e recebem tratamento diferente.

Os resíduos hospitalares constituem o lixo produzido em unidades de


prestação de cuidados de saúde, incluindo as atividades médicas de
diagnóstico, prevenção e tratamento da doença em seres humanos ou em
animais, e ainda em atividades de investigação relacionadas.

Resíduos de construção civil

É o entulho, ou seja, resíduos provenientes de obras civis: construção,


reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição ou derrocada de
edificações, assim como o solo e lama de escavações.

26
Resíduos especiais

São aqueles resíduos classificados pelos riscos que representam para o meio
ambiente e a saúde públicas, podendo ser provenientes de atividades
industriais, hospitalares, agrícolas etc., e exigem cuidados especiais desde o
acondicionamento, transporte, tratamento até destinação final. Podem ser
classificados em:

Classe 1 - perigosos: São aqueles que, em função de suas propriedades


físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem apresentar riscos à saúde
pública ou ao meio ambiente, ou ainda podem ser inflamáveis, corrosivos,
reativos, tóxicos ou patogênicos. Exemplo: pilhas, pesticidas, resíduos de
serviços de saúde infectantes, baterias, lâmpadas, óleos.

Classe 2 A - não inertes: São aqueles que não se enquadram nas


classificações de resíduos classes I-perigosos ou de resíduos classe II B -
inertes. Os resíduos classe II A - não inertes podem ter propriedades, tais
como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Exemplos: restos de alimentos, papel, resíduos de varrição.

Classe 2 B - inertes: Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma


representativa e submetidos a ABNT 10007 - Amostragem de resíduos sólidos,
submetidos a um contato dinâmico ou estático com água destilada ou
deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006 -
Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos, não
tiver em nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade da água, excetuando-se os padrões de
aspecto, cor, turbidez e sabor (ABNT, 2004).
Exemplos: tijolos, plástico, aço e vidro.

Rejeitos: aqueles resíduos que não podem ser reaproveitados ou reciclados,


devido à falta de tecnologia ou viabilidade econômica para esse fim, entre eles
estão: absorventes femininos, fraldas descartáveis e papéis higiênicos usados.

27
Referências Bibliográficas

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GDOOR Sistemas. O que é um Sistema de Gestão e como aplicá-lo na sua


empresa.

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https://gdoor.com.br/sistema-de-gestao-integrado/

Sidnei Cavassani. SGI - Sistemas de Gestão Integrado.

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https://www.linkedin.com/pulse/sgi-sistemas-de-gest%C3%A3o-integrado-
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dos Resíduos Sólidos.

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Blog Lopes. Mercado Imobiliário / Resíduos Sólidos de Construção Civil: como


deve ser feito o descarte.

disponível em:

https://www.lopes.com.br/blog/mercado-imobiliario/residuos-solidos-de-
construcao-civil-como-deve-ser-feito-o-descarte/

Equipe SH.Prefeitura de Santos promete destino mais sutentável aos resíduos


da Construção Civil.

Disponível em:

https://www.sh.com.br/blog/2013/prefeitura-de-santos-promete-destino-mais-
sutentavel-aos-residuos-da-construcao-civil/

Âmbito Jurídico. O dever dos municípios na gestão dos resíduos da construção


civil.

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Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduo_industrial

Anvisa. Resíduos de serviços de saúde.

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VGResíduos. Normas aplicáveis aos locais de armazenamento de resíduos


industriais.

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ResiClean Ambiental.ENTENDA AS NORMAS PARA O ARMAZENAMENTO


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A Voz da Indústria. Aprenda a montar em 9 passos um plano de gerenciamento


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Ambiental.Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Instrumento de
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na Administração Pública. Brasília, 2014.

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Marília Andrade. Lei nº 12.305/10 - Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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