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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ - UFOPA

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ITAITUBA


BACHALERADO EM ENGENHARIA CIVIL

ARNOLDO DA SILVA BRANDÃO JÚNIOR


EDUARDO MACHADO AGUIAR
EVANDRO DOS SANTOS CLEMENTE
NICHOLAS CAIO ARAÚJO REBELO

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Itaituba – PA
2023
Arnoldo da Silva Brandão Júnior
Eduardo Machado Aguiar
Evandro dos Santos Clemente
Nicholas Caio Araújo Rebelo

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Trabalho produzido por discentes do curso de Engenharia


Civil, como requisito avaliativo na disciplina de Sistema de
Saneamento Ambiental, ministrada pelo professor Me. Marcos
Barbosa Silva Júnior.

Itaituba – PA
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................4
1.1. JUSTIFICATIVA...................................................................................................4
1.2. OBJETIVO.............................................................................................................4
1.3. METODOLOGIA...................................................................................................4
2. REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................5
2.1. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS....................................................................5
2.2. POLÍTICAS PÚBLICAS DE RESÍDUOS SÓLIDOS........................................10
2.3. COLETA SELETIVA..........................................................................................12
2.4. ATERRO SANITÁRIO........................................................................................14
2.5. RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS...................................16
3. CONCLUSÃO.....................................................................................................21
1. INTRODUÇÃO
Os resíduos sólidos urbanos são gerados pelas atividades humanas nas áreas
urbanas e incluem uma ampla variedade de materiais, como lixo doméstico, restos de
alimentos, embalagens, papel, vidro, plástico, metal, entre outros. O gerenciamento
adequado destes resíduos é importante para a saúde pública, a preservação do meio
ambiente e o desenvolvimento sustentável das cidades. A gestão de resíduos sólidos
envolve a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final dos resíduos.

1.1. JUSTIFICATIVA
O gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos urbanos pode causar
problemas ambientais e de saúde pública, como contaminação do solo e da água,
proliferação de doenças transmitidas por vetores, entre outros. Além disso, o aumento
da produção de resíduos sólidos urbanos em decorrência do crescimento da população e
da urbanização exige soluções eficientes para o gerenciamento destes resíduos. As
políticas públicas de resíduos sólidos são importantes para garantir a implementação de
medidas eficazes de gerenciamento de resíduos, como a coleta seletiva e o uso de
aterros sanitários adequados. A reciclagem também pode ser uma importante alternativa
para minimizar os impactos ambientais e conservar recursos naturais.

1.2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é analisar as principais políticas públicas de resíduos
sólidos urbanos em diferentes níveis e avaliar sua eficácia na minimização dos impactos
ambientais e na conservação de recursos naturais. Serão analisadas as formas de
gerenciamento de resíduos sólidos, como as políticas públicas de resíduos sólidos, a
coleta seletiva, o uso de aterros sanitários e a reciclagem.

1.3. METODOLOGIA
Para realizar este trabalho, foi utilizada a seguinte metodologia:
Pesquisa bibliográfica em fontes confiáveis, como artigos científicos, relatórios
de organizações governamentais e não-governamentais, leis e regulamentações
relacionadas ao tema.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Figura 1 – Ciclo dos Resíduos Sólidos.

Fonte: http://www.transforma.eng.br/blog-de-engenharia/beneficios-da-gestao-de-residuos-
solidos

O que é gestão de resíduos e qual a sua importância?


A constante preocupação com a preservação ambiental tem sido cada vez mais
o foco em debates sobre as condutas mais adequadas para minimizar os impactos que
atividades industriais, comerciais e até residenciais podem causar no meio ambiente.
Dentre esses impactos, a geração de resíduos sólidos é a que mais tem causado
preocupação, uma vez que praticamente todas atividades econômicas geram algum tipo
de resíduo em suas atividades.
O gerenciamento de resíduos pode ser entendido como uma série de ações que
envolvem as etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação e
disposição final ambientalmente adequadas.
A gestão de resíduos envolve o mapeamento dos processos de uma empresa, a
análise dos resíduos gerados por cada processo, como também a classificação e
quantificação dos mesmos, o armazenamento e identificação, e então a destinação.
Além disso, uma gestão eficiente precisa garantir ao máximo o
reaproveitamento e reciclagem, bem como reduzir a produção dos rejeitos – que são os
materiais que não apresentam viabilidade técnica e econômica para serem reciclados.

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No Brasil, a gestão de resíduos sólidos é dividida entre o Poder Público, as
empresas e a população, onde cada gerador deve se responsabilizar pelo resíduo que
produz, seja em casa ou nas organizações.
Outro fator importante que deve ser levado em conta é que cada resíduo possui
uma destinação específica, conforme sua natureza e características. O gerenciamento de
resíduos permite o melhor aproveitamento da matéria-prima e a redução das agressões
ao meio ambiente.
Seu principal objetivo é minimizar os impactos negativos no meio ambiente.
Os impactos decorrentes da geração dos resíduos podem ser minimizados através de um
gerenciamento eficaz em todas as etapas da gestão dos resíduos sólidos.
X – Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou
indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta
Lei;
XI – gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a
busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável.
O Processo de Gerenciamento
O desenvolvimento sustentável tem caráter abrangente e envolve dimensões
ambientais, sociais, culturais, econômicas, políticas e institucionais. Sendo assim, para
sua efetivação requer-se: articulações políticas, programas de vários setores da
administração de diversos níveis do Poder Público, entidades da comunidade local,
garantia de recursos financeiros, continuidade de ações, identificação de tecnologias e
soluções adequadas à realidade de cada localidade.
A gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos com a perspectivado
desenvolvimento sustentável devem ser realizados de forma integrada. O gerenciamento
integrado destes resíduos envolve diferentes órgãos da administração pública e da
sociedade civil, como propósito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento, e a
disposição final dos mesmos, considerando as características das fontes de produção, o
volume e os tipos de resíduos, as características sociais, culturais e econômicas dos
cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais. Para tanto,

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as ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que envolvem gestão e
o gerenciamento dos resíduos sólidos devem ocorrer de modo articulado, interligadas e
comprometidas entre si. A partir dos Planos Municipais de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PMGIRS), nos termos previstos pela Lei da PNRS, o Distrito Federal
e os Municípios poderão ter:
[...] acesso a recursos da União, ou por ela
controlados, destinados a empreendimentos e
serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo
de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
incentivos ou financiamentos de entidades federais
de
crédito ou fomento para tal finalidade.
Além dos recursos financeiros indispensáveis, a execução dos PMGIRS só se
torna viável se, em sua elaboração diagnóstica, forem estabelecidas procedimentos,
regras, definição de responsabilidades, programas e ações de capacitação técnica, e de
educação ambiental, entre outras ações.
As diretrizes aplicáveis à gestão e ao gerenciamento dos resíduos sólidos
podem ser encontradas na Lei da PNRS, no Art. 9o, que faz referência à minimização da
geração de resíduos sólidos, sua reutilização reciclagem, à maximização da coleta
seletiva e à promoção do tratamento e da disposição finais adequados desses resíduos. É
necessário reconhecer essas diretrizes como essenciais, para que se possa aplicá-las
devidamente, isto é, adotá-las na prática.
As principais estratégias de gestão integrada de resíduos sólidos envolvem
a minimização e o tratamento.
As principais atividades de minimização incluem:
a) redução na fonte (interrupção da produção do resíduo e otimização do
sistema de processos e utilização de tecnologias limpas);
b) reutilização (aproveitamento do material nas condições em que é
descartado);
c) reciclagem (os resíduos tornam ao processo como matéria-prima).
O tratamento tem como objetivo valorizar o resíduo ou eliminá-lo de maneira
compatível (não impactante) com o ambiente. Um Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos deve contemplar desde a geração dos resíduos até o tratamento e disposição
final, passando por acondicionamento, coleta e transporte.
Acondicionamento

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O acondicionamento deverá ser realizado nos domicílios – em vasilhames,
recipientes herméticos ou sacos plásticos –, todos padronizados pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esses recipientes devem possuir estas
características:
a) composição de ferro ou plástico duro;
b) capacidade (tamanho) compatível com o volume da coleta;
c) apresentar alças;
d) ter tampa;
e) não possuir bordas ou arestas cortantes.
No caso de outros estabelecimentos, o acondicionamento deverá ser feito em
contêineres específicos, dependendo das características e da quantidade dos resíduos
produzidos.
Coleta e transporte.
Figura 2 – Coleta e Transporte de Resíduos.

Fonte: https://portalresiduossolidos.com/sistemas-de-coleta-e-transporte-de-residuos-solidos/

A remoção (coleta) dos resíduos pode ser feita de quatro maneiras:


Coleta regular: realizada pela municipalidade, faz a coleta de resíduos sólidos
domiciliares, dos estabelecimentos comerciais e de indústrias de pequeno porte. É a
principal atividade da Limpeza Pública, responsável por 45% a 50% das despesas gastas
com estes serviços;
Coletas especiais: resíduos patogênicos, objetos em desuso, móveis velhos,
podas de jardim, animais mortos, resíduos de varrição, entulhos etc. são retirados por
meio de remoções especiais;
Coleta realizada pelo próprio produtor do lixo ou por seus contratados:
estabelecimentos industriais, obras públicas e particulares, parques, estabelecimentos

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agropecuários, cuja produção de resíduos sólidos alcance um volume excessivo, devem
se responsabilizar pela sua remoção e disposição em local indicado pelas prefeituras.
Coleta seletiva: um sistema de recolhimento de materiais recicláveis,
previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados. A
coleta seletiva pressupõe uma separação prévia dos resíduos pelos geradores, por isso
consiste em uma atividade dependente e decorrente de um processo de educação
ambiental, à medida que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do desperdício de
recursos naturais e da poluição causada por resíduos sólidos.
É essencial que, na rotina diária do cidadão, principalmente no que se refere
aos resíduos domiciliares, deve-se proceder, no mínimo, a separação entre os resíduos
sólidos secos (inorgânicos) e os resíduos úmidos (orgânicos). Além disso, em vários
condomínios de apartamentos do País, repartições públicas, entre outros logradouros, já
existem lixeiras nas quais o indivíduo pode dispor seus resíduos recicláveis27 seguindo
uma pré-seleção (coleta multisseletiva ou coleta seletiva evo-27 Vide Apêndice III.
119luída), em recipientes com cores específicas para cada tipo de resíduo, a saber:
marrom para resíduos orgânicos; vermelho para plástico; verde para vidro; azul para
papel e papelão; e amarelo para metais.
Os métodos de coleta e de transporte mais utilizados são:
Coleta diária: ideal para o usuário, principalmente no que diz respeito à saúde
pública; geralmente é adotada nas áreas centrais de comércio e pontos de turismo;
Coleta três vezes por semana: ideal para o sistema de gerenciamento de
resíduos sólidos, considerando-se a relação entre custo e benefício;
Coleta duas vezes por semana: o mínimo admissível sob o ponto de vista
sanitário, em geral é empregada em Municípios populosos ou em áreas com tráfego
intenso.
Geração dos resíduos
Figura 3 – Lixão a céu aberto.

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Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-08/geracao-de-residuos-
domiciliares-e-urbanos-cresce-na-pandemia.
O crescimento populacional, os hábitos de consumo e sua gradual
transformação no tempo, o processo de expansão das cidades e de urbanização e o
desenvolvimento tecnológico são alguns fatores que podem ser apontados para
contextualizar e justificar o aumento exponencial na geração de resíduos sólidos,
especialmente os domiciliares, conforme expõem as pesquisas realizadas pela
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), no ano de 2009.
Sendo assim, é fundamental a qualquer plano de gerenciamento de resíduos a
inclusão de campanhas amplas de conscientização e orientação para minimizar a
geração de resíduos, reutilizá-los e reciclá-los.

2.2. POLÍTICAS PÚBLICAS DE RESÍDUOS SÓLIDOS.


As políticas públicas de resíduos sólidos são um conjunto de ações e medidas
adotadas pelo governo para gerenciar de forma adequada os resíduos sólidos gerados pelos
diferentes setores da sociedade.
Essas políticas têm como objetivo minimizar os impactos ambientais e sociais
causados pelo mau gerenciamento de resíduos, promover a reciclagem e a reutilização de
materiais, e garantir que os resíduos sólidos sejam tratados de forma adequada e descartados
de maneira ambientalmente segura.
Algumas das principais medidas incluem a implementação de programas de coleta
seletiva e de incentivo à reciclagem, a criação de aterros sanitários controlados e a
promoção de práticas de gestão responsável de resíduos por parte de empresas e governos.
Exemplos de políticas públicas de resíduos sólidos:
1. Lei nº 12.305/2010.
Tem como objetivo estabelecer as diretrizes, critérios e procedimentos para a
gestão integrada e ambientalmente adequada dos resíduos sólidos.
Cria a política nacional de resíduos sólidos, que é um ícone disciplinar pleno e
completo para o âmbito dos resíduos sólidos, além de formar o arcabouço legal que atuará
no comportamento dos geradores envolvidos no período de vida dos insumos existentes nas
atividades econômicas.
2. Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
Esta é a principal política pública de resíduos sólidos no Brasil. Segundo (Maia
Neto, 2011), integraliza a Política Nacional do meio Ambiente, reúne o conjunto de
princípios, metas, mecanismos, critérios e atividades aplicadas pelo poder Federal

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isoladamente ou em modo de concurso com estados, Distrito Federal, Municípios ou
particulares, visando a gestão global e ao gerenciamento ambientalmente correto dos
resíduos sólidos.
Além de colocar um fim nos lixões a céu aberto, auxilia na diminuição do
consumo de matérias-primas, inserindo na população consumidora, bem como nas
empresas, uma consciência mais sustentável. também possui medidas seguras e
padronizadas dentro do processo de recolhimento e reciclagem de lixo, não havendo dessa
forma a necessidade da presença de pessoas nos lixões, reduzindo então o risco de
contaminações.
segundo Jacobi Besen 2011 o governo federal tem feito grandes investimentos na
construção de aterros sanitários e recuperação de energia, nas centrais de triagem e
compostagem, bem como na infraestrutura e capacitação de catadores. Porém, cabe aos
gestores municipais a escolha de soluções adequadas de baixo custo, tecnologias
compatíveis e implementação da coleta seletiva.
3. Sistema Nacional de meio Ambiente (SISNAMA):
É composto pelas instituições e entidades da união, dos estados, do Distrito
Federal, municípios e pelas fundações constituídas pelo poder público, encarregadas pela
segurança e desenvolvimento da condição ambiental no Brasil. sua meta é determinar um
conjunto planejado e descentralizado de atividades para a gestão ambiental no país,
agregando e combinando princípios e normas próprias que se completam nos três níveis do
governo.
3.1 Sistema Nacional de vigilância sanitária (SNVS): Está ligado ao sistema
unificado de saúde e funciona de forma incorporada e descentralizada em toda a extensão
nacional. as obrigações são divididas pelos 3 âmbitos do governo união, estados em
municípios, sem vínculo e dependência entre elas afirma Machado 2014.
3.2 Sistema de atenção a Sanidade Agropecuária (SUASA): É um conjunto
solidificado e estruturado pela união, com cooperação dos municípios e dos estados por
meio de acordo. esse sistema moderno de vigilância sanitária possibilita a aprovação e a
realização de agro indústrias modernas, o que propicia o consumo dos produtos
industrializados no comércio informal em todo o estado brasileiro. objetiva assegurar a
saúde dos animais, dos vegetais, a qualidade e a segurança higiênico sanitária dos produtos
finais indicados para consumo.

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2.3. COLETA SELETIVA.
Figura 4 – Lixeiras de Coleta Seletiva.

Fonte: Kleber Cordeiro / Shutterstock.com

O que é coleta seletiva?


Coleta seletiva é o processo que envolve a separação dos resíduos sólidos de
acordo com o seu material (composição e constituição), nesse processo é feito a
separação dos resíduos sólidos em categorias considerando o tipo de material do lixo,
sendo reciclado ou reutilizado.
Mas, para que o resíduo tenha o destino correto, é preciso que ele não seja
simplesmente depositado em um mesmo lugar, como um lixo comum o rejeito que vai
para o aterro sanitário.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS –
Lei 12305 de 2010) considera como rejeito: resíduos sólidos
que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento
e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade
que não a disposição final ambientalmente adequada.
Essa definição, resumidamente, estabelece que o que não for rejeito precisa ser
separado e destinado para um novo uso, seja ele reciclagem, reuso, etc.
Como funciona a coleta seletiva?

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Essa classificação é um dos pontos principais da coleta seletiva, pois, se ela
não for feita corretamente, materiais que poderiam ser reciclados acabam sendo
misturados com rejeitos e indo parar indevidamente no destino final como o aterro
sanitário. 
Separação.
O processo, então, começa em casa (ou escolas, empresas, etc) onde a primeira
separação deve ser feita por cada pessoa. Aqui é possível seguir o critério simples de
rejeito e reciclável seco ou aprofundar mais a seleção, já dividindo os recicláveis de
acordo com o material.
Recolhimento.

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Da porta de casa para fora, inicia um outro ponto fundamental: o recolhimento
desse material. O que não for reciclável, é destinado aos aterros sanitários (lixões em
algumas cidades) pela coleta municipal. Já o reciclável pode ter diferentes formas de
recolhimento, dependendo da oferta ou não de coleta seletiva de porta a porta por parte
da prefeitura. 
Em 2018, 1227 (cerca de 22%) cidades brasileiras possuíam um sistema
destinado à coleta seletiva. Os dados são de uma pesquisa da Cempre (Compromisso
Empresarial pela Reciclagem).
Triagem de resíduos recicláveis
Melhorar essa estatística é fundamental para diminuir o volume de lixo que os
aterros e lixões recebem, pois o serviço de coleta seletiva é um dos elos entre o resíduo
reciclável separado em nossas casas e as associações e cooperativas de catadores de
material reciclável. São esses locais que recebem e triam a maior parte dos resíduos que
separamos como “recicláveis” em casa. Por uma série de questões como má separação
ou baixa taxa de reciclagem para determinado material, parte do que eles recebem ou
coletam é enviado para aterros e lixões.
Qual a importância da coleta seletiva para o meio ambiente?
Atualmente, a coleta seletiva é a maneira mais adequada e responsável de
descartarmos o resíduo que produzimos. Se combinada com outras políticas de
tratamento de resíduos, ela pode ser uma aliada importante no combate à contaminação
das águas e solos.
Com mais resíduos destinados corretamente, o volume de lixo nos aterros
sanitários diminui e, consequentemente, diminui o volume de substâncias poluentes
produzidas por ele. Isso faz com que a vida útil desses locais seja prolongada. Além
disso, a coleta seletiva é fonte de renda para muitas pessoas, em especial os
trabalhadores de associações e cooperativas de catadores de material reciclável.

2.4. ATERRO SANITÁRIO .


Figura 5 – Aterro Sanitário.

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Fonte: Portal Saneamento Básico

O que é um aterro sanitário?


O aterro sanitário é uma obra de engenharia projetada sob critérios técnicos,
cuja finalidade é garantir a disposição correta dos resíduos sólidos urbanos que não
puderam ser reciclados, de modo que os descartes não causem danos à saúde pública ou
ao meio ambiente, eles se dividem em dois grupos: aterros convencionais e aterros em
valas.
O aterro convencional é formado por camadas de resíduos compactados, que
são sobrepostas acima do nível original do terreno, resultando em configurações típicas
de escadas ou pirâmides. Já o aterro em valas é projetado para facilitar o aterramento
dos resíduos e a formação de camadas por meio do preenchimento total de trincheiras,
de modo a devolver ao terreno a sua topografia inicial.
Independentemente do tipo, a decomposição dos resíduos depositados nos
aterros sanitários gera como subprodutos o chorume e o biogás (metano), que precisam
ser tratados para não causar contaminação. O chorume, conhecido por lixiviado
de aterro sanitário, é um efluente líquido e escuro, rico em matéria orgânica e metais
pesados, que na ausência de tratamento adequado pode causar diversos impactos
ambientais.
Estrutura e Sistema de um Aterro Sanitário.
Figura 6 – Estrutura de um Aterro Sanitário.

Fonte: https://www.geoportalufjf.com

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Primeiramente, faz-se um grande buraco que não deve ultrapassar dois metros
de distância do lençol freático e posteriormente, coloca-se uma manta de polietileno e
uma camada de pedras pequenas, por onde passarão os líquidos e gases liberados pelo
lixo. Além disso, são instaladas calhas de concreto e tubos verticais por onde sobem os
gases, donde alguns são recolhidos e outros liberados na atmosfera.
É importante ressaltar que os aterros sanitários possuem uma quantidade
determinada de lixo que pode ser depositada. Após esse tempo, o aterro encerra suas
atividades naquele local. Por esse motivo, fontes de energia que utilizam a biomassa
(matéria orgânica) estão sendo cada vez mais implementadas.
Vantagens e Desvantagens.
Vantagens.
 Menor impacto ambiental;
 Redução da liberação de metano na atmosfera;
 Conversão dos gases em fontes de energias renováveis;
 Geração de energia com motores a gás.
Desvantagens.
 Construção que exige grandes extensões de terras;
 Impactos ambientais: poluição do meio ambiente como vazamentos de
líquidos e gases; contaminação dos lençóis freáticos e aquíferos; riscos aos animais
selvagens;
 Limite de quantidade de camadas de lixo;
 Presença de ratos, moscas e transmissão de doenças;
 Alto custo econômico na implantação e na manutenção.
Diferença entre Lixão e Aterro Sanitário.
O lixão é um espaço não controlado utilizado para o despejo de resíduos.
Diferentemente dos aterros sanitários, eles não são construídos pensando em diminuir
os impactos ambientais ou em locais isolados. Os principais problemas dos lixões é a
poluição do solo e da água, que propicia a proliferação de animais como ratos,
escorpiões, moscas, mosquitos e baratas — que transmitem doenças à população.
Outros problemas causados pelo lixão são as enchentes, já que os resíduos
acumulados ficam a céu aberto, podendo ser arrastados pela chuva. Apesar de todas
essas questões, o Brasil tem quase 3 mil lixões funcionando e não há previsão de
quando eles serão encerrados e substituídos por aterros sanitários.

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2.5. RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS.
A reciclagem tem sido a solução mais adotada pelos países desenvolvidos para
livrar-se dos resíduos sólidos urbanos, produzidos pelo consumo de produtos
descartáveis e de difícil decomposição.
A reciclagem de resíduos sólidos urbanos é um processo pelo qual os materiais
descartados em lixo são coletados, separados e transformados em novos produtos. Essa
prática é importante para reduzir a quantidade de lixo que é enviada para aterros
sanitários, preservar os recursos naturais e minimizar as emissões de gases de efeito
estufa. Além disso, a reciclagem pode gerar empregos e promover a economia circular.
A economia circular se baseia no conceito de que os produtos, componentes e
materiais devem ser reutilizados ou reciclados de maneira a prolongar sua vida útil e
reduzir o desperdício. Dessa maneira, é possível manter um ciclo virtuoso de produção e
consumo, ao invés de depender de um modelo linear de produção, consumo e descarte.
Existem diferentes tipos de resíduos sólidos urbanos, como papel, vidro, metal,
plástico e orgânicos, que podem ser reciclados de maneiras diferentes. Por exemplo, o
papel pode ser transformado em novas folhas ou caixas, o vidro em novas garrafas ou
frascos, o metal em novos produtos metálicos e o plástico em novos objetos de plástico.
Além disso, os resíduos orgânicos podem ser transformados em adubo através do
processo de compostagem.
Figura 7 – Porcentagem de reciclagem por tipo de material reciclado.

Fonte: SANTAELLA, 2014

Segundo Neto (2018), a maioria dos produtos tem um modo para ser reciclado,
conforme demonstrado em seguida.
Latas de Alumínio.
O Brasil é o campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio, muito disto
se deve aos agentes de reciclagem que as coletam nas ruas. Além disto, fazer alumínio,
a partir da reciclagem, gasta menos de 5% da energia e emite em torno de 5% do gás
carbônico utilizado para se extrair e processar a bauxita da natureza.

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O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
1. As latas são coletadas por cooperativas em escolas, supermercados,
condomínios ou por catadores individuais que as encontram pelas ruas;
2. São prensadas e empacotadas por sucateiros para facilitar o transporte;
3. Seguem para a indústria de fundição;
4. Em fornos, com temperaturas acima de 660º, as latas são derretidas;
5. Saindo do forno, o alumínio derretido é transformado em lingotes que são
barras ou tiras de metal;
6. Os lingotes são revendidos aos fabricantes de lâminas de alumínio, que, por
sua vez, revendem à indústria de alumínio.
Metais, Latas ou Embalagens de Aço.
Os metais, mais especificamente as latas de aço, utilizadas para armazenar
conservas, azeite, etc. são os materiais mais ecológicos de nossa indústria, isto porque,
além de seu ciclo de reciclagem ser infinito, uma lata ou embalagem de aço, ao
contrário de outros materiais que podem levar décadas, séculos para serem absorvidos,
se deixada na natureza em 5 anos (em média) retorna para o solo como minério de ferro,
sem risco de poluição ou contaminação. Além disto, reciclar aço economiza 67% da
energia utilizada para a produção de aço extraído da natureza.
O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
As latas são coletadas por cooperativas em escolas, supermercados,
condomínios ou por catadores individuais que as encontram pelas ruas. Veículos em
desmanches também tem partes enviadas para a indústria da reciclagem de aço;
1. São separadas do lixo através de eletroímãs;
2. São compactadas em forma de grandes cubos e enviadas para as
siderúrgicas;
3. Na siderúrgica o aço é derretido em alto-forno e transformado em novas
chapas e bobinas de aço.
Vidro.
O vidro é um dos materiais mais nobres e importantes que temos. Por causa de
sua inércia a reações químicas é um excelente material para se armazenar produtos e
conservá-los.
O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
1. É coletado e separado por cor (verde, marrom ou transparente);

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2. O que foi selecionado é submetido a um eletroímã para retirada de qualquer
tipo de metal, como resíduo de tampas;
3. Segue para um processo de lavagem em grandes tanques com água;
4. Vai para uma esteira ou mesa para a retirada de impurezas, como pedras,
outros vidros, terra, plásticos;
5. Os objetos (garrafas, frascos) são colocados em um triturador, que
transforma o vidro em cacos homogêneos. Esses cacos vão para uma esteira, que os leva
a um segundo eletroímã, que retira qualquer metal que ainda tenha permanecido;
6. Por último, o material é armazenado e encaminhado à indústria vidraceira,
que o submeterá a temperaturas entre 1000°C e 1200°C e irá transformá-lo em novos
artefatos de vidro.
Lâmpadas Fluorescentes.
As lâmpadas fluorescentes foram por algum tempo classificadas como um
produto que não podia ser reciclado, porém hoje já existe tecnologia que o permite
fazer. Por ser ainda muito caro geralmente apenas empresas que querem ganhar
certificados ambientais costumam enviar suas lâmpadas para descontaminação e
reciclagem, além de terem de pagar por este serviço.
O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
1. As lâmpadas são recolhidas nas empresas que pagam pela reciclagem;
2. Os soquetes de metal, que ficam nas extremidades da lâmpada são retirados
para um processo separado de reciclagem;
3. A parte de vidro é moída e o vapor de mercúrio é aspirado e separado;
4. O pó de fósforo, que reveste o interior da lâmpada, juntamente com a maior
parte do mercúrio fica no vidro da lâmpada. Este vidro passa por um processo de
descontaminação em que mais mercúrio é retirado e o vidro sai limpo.
Papel.
O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
1. É separado do lixo comum e vendido a sucateiros, que o enviam a depósitos;
2. O papel é prensado, colocado em fardos e repassado a profissionais
chamados aparistas;
3. Os aparistas classificam as aparas e revendem à indústria papeleira como
matéria-prima;
4. Na fábrica, o papel entra em um grande liquidificador, denominado
Hidrapulper, que o desfaz e mistura água para que se forme uma pasta;

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5. São aplicados compostos químicos para tirar a tinta do papel e outras
substâncias;
6. A pasta é branqueada com compostos de cloro e encaminhada às máquinas
de molde do papel.
Garrafas de Plástico - Garrafas PET.
Ao lado das sacolas plásticas, as garrafas PET são das principais fontes de
poluição de córregos, rios e mares. São elas que, muitas vezes, entopem bueiros que
fazem as cidades alagarem ou servem como pontos de acúmulo de água, foco de
desenvolvimento e proliferação do mosquito da dengue. Reciclar PET, além de ajudar
na economia de material e energia, é uma questão de saúde pública.
O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
1. As embalagens de plástico e PET são retiradas do lixo comum;
2. São separadas por cor e prensadas. Isso facilita o destino final do produto
para que seja mantida a uniformidade de cor;
3. Em grandes trituradores as embalagens são moídas e transformadas em
flocos;
4. Passam, então, por um processo de lavagem e descontaminação;
5. Os flocos são separados e armazenados para o transporte;
6. São distribuídos para diferentes indústrias - o polímero de PET é muito
versátil e pode ser utilizado em diversos segmentos.
Plástico Rígido (baldes, cabides e outros objetos).
O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
1. Coletado do lixo, separado e embrulhado em fardos para o transporte;
2. Passa por um processo de montagem, lavagem e secagem;
3. Entra em um aparelho chamado aglutinador, que aquece o material e o
transforma numa pasta;
4. Acrescenta-se água em pequenas quantidades para aumentar sua densidade;
5. O material é transformado em tiras, como um espaguete. As tiras sofrem um
banho de resfriamento para se solidificarem;
6. Elas são picotadas até virarem grãos e revendidas à indústria plástica.
Isopor ou EPS.
O isopor também foi por algum tempo classificado como material que não
podia ser reciclado, porém, hoje, ele pode ser 100% reaproveitado. O Isopor ou EPS é
uma espécie de plástico que possui em seu interior basicamente micro pérolas de ar

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(80% do isopor é composto por ar). O grande problema do isopor é seu volume, que faz
com que o transporte seja muito caro. Uma carreta que pode ser carregada com 25
toneladas não chega a carregar 600 kg de isopor.
O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
1. O isopor é recolhido dos centros geradores;
2. Ele deve ser limpo, etiquetas e outros devem ser retirados de sua superfície
antes de seguir o processo;
3. Ele é triturado e compactado em uma espécie de tubo (Polietileno);
4. Este tubo compactado é triturado novamente e vira uma espécie de pó;
5. O pó resultante deste processo é enviado para as indústrias que fabricarão
novos produtos.
Pneus.
Os pneus, ao lado das garrafas PET, são outro problema que também envolve
saúde pública por ser também foco de proliferação do mosquito que transmite a Dengue.
O processo de reciclagem industrial segue os seguintes passos:
1. Retirados e coletados do lixo e encaminhados à indústria da reciclagem;
2. O pneu é cortado e triturado;
3. O aço, que compõe a trama interna do pneu, é retirado para posterior
reciclagem.
Neste ponto o pneu pode ser utilizado na fabricação de pisos para quadras e
asfalto.
4. As lascas são moídas e passam por um tratamento químico para
desvulcanização da borracha;
5. O produto obtido da desvulcanização é refinado em grandes moinhos;
6. Obtêm-se uma manta de borracha ou grãos;
7. São armazenados e enviados à indústria de borracha.

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3. CONCLUSÃO
As análises bibliográficas realizadas neste trabalho nos permitem concluir que
os resíduos sólidos urbanos são um problema ambiental e de saúde pública, pois podem
liberar gases poluentes e contaminar a água e o solo se não forem tratados
adequadamente. A gestão adequada dos resíduos sólidos urbanos pode ajudar a
preservar o meio ambiente e a saúde pública, além de gerar benefícios econômicos,
como a geração de energia a partir da reciclagem e do aproveitamento de materiais
recicláveis. É importante que as comunidades e os governos implementem medidas de
gestão de resíduos sólidos, como a coleta seletiva e o aumento da taxa de reciclagem,
para reduzir o impacto ambiental e promover a sustentabilidade a longo prazo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRK. Entenda o que é e como funciona um aterro sanitário. Disponível em:
https://blog.brkambiental.com.br/aterro-sanitario/. Acessado em: 06 de janeiro de 2023.
TODA MATÉRIA. Aterro Sanitário. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/aterro-sanitario/. Acessado em: 06 de janeiro de 2023.
AZEVEDO, Júlia Azevedo. Aterro sanitário: o que é, impactos e soluções.
Disponível em: https://www.ecycle.com.br/aterro-sanitario/. Acessado em: 06 de janeiro
de 2023.
CASHME. Como funciona a coleta seletiva de lixo? Disponível em:
https://www.cashme.com.br/blog/coleta-seletiva/. Acessado em: 06 de janeiro de 2023.
BRASIL. LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Brasília, 2 de agosto de 2010.
SANTAELLA, Sandra Tédde Santaella et al. Resíduos sólidos e a atual política
ambiental brasileira. / Fortaleza: UFC / LABOMAR / NAVE, 2014.
NETO, Luiz Carlos Xavier Neto et al. BOLETIM DE INOVAÇÃO E
SUSTENTABILIDADE: ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS COM OS
RESÍDUOS. São Paulo, 2018. Disponível em:
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sustentaveis-com-os-residuos.pdf. Acessado em: 06 de janeiro de 2023.
MEURESÍDUO. O que é Gestão de Resíduos e qual sua importância? Disponível
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importancia/. Acessado em: 06 de janeiro de 2023.
MACHADO, Valquíria Silvia. Importância da Política Nacional de Resíduos
Sólidos.2011.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE.
Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

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