Você está na página 1de 40

Logística Reversa e DD CETESB 127/2021

Obrigações, Riscos e Penalidades

Fabricio Soler
contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler

www.fabriciosoler.com.br

fev./2022
www.fabriciosoler.com.br fabricio_soler
Advogado especialista em Direito do Ambiente, Direito dos Resíduos, Infraestrutura; sócio de Felsberg Advogados;

Consultor da ONU para o Desenvolvimento Industrial e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para estudos
em resíduos, tendo participado de projetos junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento e
ao Banco Mundial;

Coordenador do MBA Executivo em ESG da Trevisan Escola de Negócios e Exame Academy, e do curso de
educação executiva Gestão e Direito dos Resíduos. Professor da PUC-SP, UFSCar, entre outras instituições;

Mestre em Direito Ambiental pela PUC, MBA em Infraestrutura pela FGV, especialista em Gestão e Negócios do
Setor Energético pela USP e pós-graduado em Gestão Ambiental também pela USP;

Indicado por prestigiosas publicações internacionais e pela brasileira Revista Análise Advocacia como advogado
admirado na área de Direito Ambiental;

Membro de Conselhos e Comitês de Sustentabilidade e ESG, da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade
(RAPS), mentor do Green Sampa da Agência São Paulo de Desenvolvimento, do Youth Climate Leaders;

Notória atuação com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Lei de Saneamento Básico, acordos setoriais,
termos de compromisso, sistemas de logística reversa, economia circular, reciclagem, sistemas de limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos, além de projetos e modelagens jurídicas envolvendo concessão e parcerias público-
privada;

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
www.fabriciosoler.com.br fabricio_soler

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Legislação Federal Básica

Lei Federal nº 12.305, de 02/08/2010


Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Decreto Federal nº 10.936, de 12/01/2022


Regulamenta a Lei nº 12.305/2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Conceitos Relevantes
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante
de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se
propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;

Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades


de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a
disposição final ambientalmente adequada;

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Conceitos Relevantes

Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que


inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos
órgãos competentes, entre elas a disposição final, observando normas
operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde
pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de


rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de
modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos;

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos - PGRS
Estão sujeitos à elaboração de PGRS:

I - os geradores de resíduos sólidos industriais, de saúde, serviços públicos de


saneamento e de mineração;

II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que: a) gerem resíduos


perigosos; b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua
natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo
poder público municipal;

III - as empresas de construção civil;

IV - os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na alínea “j” e, nos


termos do regulamento ou de normas estabelecidas, as empresas de transporte;

V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
PGRS
Para a elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento de todas as
etapas do PGRS será designado responsável técnico devidamente habilitado;

PGRS é parte integrante do processo de licenciamento ambiental; Nos empreendimentos


não sujeitos a licenciamento, a aprovação do PGRS cabe à autoridade municipal
competente;

Os geradores sujeitos a PGRS são responsáveis pela implementação e operacionalização


integral do Plano;

A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento


ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não isenta os
geradores da responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo
gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos;

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
PGRS (Novo Decreto 10.936/22)
Ficam dispensadas de apresentar o plano de gerenciamento de resíduos sólidos as
microempresas (receita bruta <360 mil/ano) e as empresas de pequeno porte (<4.8M/a) que
gerem somente resíduos sólidos domiciliares ou equiparados aos domiciliares pelo Poder
Público municipal até o volume de 200 litros por empreendimento por dia.

O PGRS das microempresas e das empresas de pequeno porte, quando exigível, poderá
constar do plano de empresas com as quais operem de forma integrada, desde que estejam
localizadas na área de abrangência da mesma autoridade de licenciamento ambiental.

“Art. 66. O disposto nesta Seção não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno
porte geradoras de resíduos perigosos.
Parágrafo único. Para fins do disposto nesta Seção, não são considerados geradores de
resíduos perigosos aqueles que gerarem, em peso, mais de noventa e cinco por cento de
resíduos não perigosos em relação ao total dos resíduos sólidos gerados.”

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Manifesto de Transporte de Resíduos - MTR

Portaria MMA Nº 280/2020: Institui o Manifesto de Transporte de Resíduos – MTR

- Ferramenta de gestão e documento de declaração nacional de implantação e


operacionalização do plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS);

- O MTR é uma ferramenta online, autodeclaratório, válido no território nacional, emitido pelo
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos – SINIR;

“Art. 2º A utilização do MTR é obrigatória em todo o território nacional, para todos os


geradores de resíduos sujeitos à elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,
conforme disposto no art. 20 da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, como ferramenta online capaz de rastrear a massa de resíduos,
controlando a geração, armazenamento temporário, transporte e destinação dos resíduos
sólidos no Brasil.
§ 2º Os responsáveis por plano de gerenciamento de resíduos sólidos, sejam pessoas jurídicas
de direito público ou privado, ficam obrigadas a manter atualizadas as informações sobre
operacionalização e implantação dos seus planos, na forma deste regulamento.”

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
MTR
Art. 7º O gerador é o responsável exclusivo por emitir o formulário do MTR no SINIR, para cada remessa
de resíduo para destinação.

Art. 14. Cabe ao destinador, fazer o aceite da carga de resíduos no sistema, procedendo a baixa dos
respectivos MTRs, procedendo eventuais ajustes e correções, em um prazo de até 10 (dez) dias após o
recebimento da carga em sua unidade.

Certificado de Destinação Final de Resíduos - CDF: documento emitido pelo Destinador e de sua exclusiva
responsabilidade que atesta a tecnologia aplicada ao tratamento e/ou destinação final ambientalmente
adequada dos resíduos sólidos recebidos em suas respectivas quantidades, contidos em um ou mais
MTRs;

- É de responsabilidade do destinador a emissão do Certificado de Destinação Final (CDF), assegurando ao


gerador a destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos recebidos;

- O CDF somente será válido e reconhecido pelos órgãos ambientais competentes, quando emitido através do
MTR;

- A emissão do CDF deverá ser realizada apenas pelo destinador responsável, sendo vedada a emissão do CDF
por agentes não envolvidos diretamente na destinação de resíduos, entre os quais os transportadores e os
armazenadores temporários.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Critério Classificação Gerador Gerenciador Regime jurídico
Resíduos da produção Licenciamento
ambiental
(Artigo 13, I, alíneas Responsável pela atividade produtiva
“d” a “k” da Lei (Artigos 20 a 24 e 27
Federal nº da Lei Federal nº
12.305/2010) 12.305/2010)
Origem
Serviço público
financiado por
(Artigo 13, I, Lei
Resíduos sólidos Munícipes em receitas tributárias
Federal nº
urbanos (RSU) residências urbanas Municípios e o DF (IPTU, taxa do lixo) ou
12.305/2010)
(titulares dos serviços não tributárias (tarifa)
(Artigo 13, I, alíneas Sociedade em geral na públicos de limpeza
“a” a “c” da Lei varrição e na limpeza urbana e de manejo (Artigo 175 da CF c/c
Federal nº de logradouros de RSU) artigos 2º, I, alínea “c”,
12.305/2010) e 7º da Lei Federal nº
11.445/2007 c/c
artigo 36 da Lei
Federal nº
12.305/2010)
Produto ou embalagem em fim de vida Consumidores Logística reversa
Fabricantes
(Artigo 33, I a IV, e §§1º a 2º da Lei Federal nº Consumidores Importadores (Artigo 31, III c/c
12.305/2010) Distribuidores artigo 33 da Lei
Comerciantes Federal nº
12.305/2010)

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Resíduos Perigosos (Novo Decreto 10.936/22)

Art. 72. Observada a ordem de prioridade estabelecida no art. 9º da Lei nº


12.305, de 2010, e no art. 30 deste Decreto, os resíduos perigosos que
apresentem características de inflamabilidade serão destinados à recuperação
energética:

I - obrigatoriamente, quando houver instalações devidamente


licenciadas para recuperação energética a até 150 km
quilômetros de distância da fonte de geração dos resíduos; e

II - preferencialmente, em condição distinta da estabelecida no inciso I.

§ 2º O disposto no caput não se aplica às hipóteses em que o transporte para as


instalações de recuperação energética seja considerado inviável pelo órgão
ambiental competente.
contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Resíduos Perigosos (Novo Decreto 10.936/22)
Consideram-se resíduos perigosos com características de inflamabilidade,
entre outros:
I - borras oleosas;
II - borras de processos petroquímicos;
III - borras de fundo de tanques de combustíveis e de produtos inflamáveis;
IV - elementos filtrantes de filtros de combustíveis e de lubrificantes;
V - solventes e borras de solventes;
VI - borras de tintas à base de solventes;
VII - ceras que contenham solventes;
VIII - panos, estopas, serragem, equipamentos de proteção individual,
elementos filtrantes e absorventes contaminados com óleos lubrificantes,
solventes ou combustíveis, tais como álcool, gasolina e óleo diesel;
IX - lodo de caixa separadora de óleo com mais de cinco por cento de
hidrocarbonetos derivados de petróleo; e
X - solo contaminado com combustíveis ou com um dos componentes a que se
referem os incisos I a IX.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos

Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas


dos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos
resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos
sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os
impactos causados à saúde humana e à qualidade
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Responsabilidade compartilhada
SETOR EMPRESARIAL
Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes

(i) Investimento no desenvolvimento, na fabricação e na colocação no mercado de produtos:


a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reutilização, à reciclagem ou a outra forma de
destinação ambientalmente adequada;
b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível;

(ii) Divulgação de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos
associados a seus respectivos produtos;

(iii) Recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua
subsequente destinação final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de
logística reversa na forma do art. 33;

(iv) Compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compromisso com o Município, participar
das ações previstas no PMGIRS, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística
reversa.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos

LOGÍSTICA REVERSA
Instrumento de desenvolvimento econômico e social
caracterizado por um conjunto de ações,
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta
e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou
em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.
contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Sistemas de Logística Reversa
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e
de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I- agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso,
constitua resíduo perigoso;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

§ 1o Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados


entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos no caput serão estendidos a
produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e
embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio
ambiente dos resíduos gerados.

§ 2o A definição dos produtos e embalagens a que se refere o § 1o considerará a viabilidade técnica e


econômica da logística reversa, bem como o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio
ambiente dos resíduos gerados.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Viabilidade técnica e econômica do sistema de logística reversa
Visão sistêmica, razoabilidade e respeito às diversidades regionais

País Área População


Brasil 8.6 milhões km2 207 M
França 650 mil km2 (13X) 66 M (3X)
Suécia 450 mil km2 (19X) 9 M (23X)
Alemanha 360 mil km2 (23X) 82 M (2,5X)
Inglaterra 130 mil km2 (66X) 53 M (4X)
Portugal 93 mil km2 (92X) 10 M (21X)
Holanda 41 mil km2 (209X) 17 M (12X)
Suíça 41 mil km2 (209X) 8 M (25X)
Bélgica 30 mil km2 (286X) 11 M (18X)
EUA 9 milhões km2 325 M 19

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Sistemas de Logística Reversa
MEDIDAS PARA IMPLEMENTAÇÃO

Sem prejuízo de exigências específicas fixadas em lei ou regulamento, em normas


estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS, ou em acordos setoriais e termos
de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, cabe aos
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos a que se
referem os incisos II, III, V e VI ou dos produtos e embalagens a que se referem os
incisos I e IV do caput e o § 1o tomar todas as medidas necessárias para assegurar a
implementação e operacionalização do sistema de logística reversa sob seu encargo,
podendo, entre outras medidas:

• Implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados;


• Disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis;
• Atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores
de materiais reutilizáveis e recicláveis, nos casos de que trata o § 1o.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Sistemas de Logística Reversa
ATRIBUIÇÕES INDIVIDUALIZADAS E ENCADEADAS

(i) Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou


distribuidores, dos produtos e das embalagens objeto de logística reversa;

(ii) Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos


importadores dos produtos e embalagens reunidos ou devolvidos;

(iii) Os fabricantes e os importadores darão destinação ambientalmente adequada aos


produtos e às embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado
para a disposição final ambientalmente adequada.

(iv) Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,


por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial,
encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e
embalagens, as ações do poder público serão devidamente remuneradas, na forma
previamente acordada entre as partes.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Sistemas de Logística Reversa
Na hipótese de a importação dos produtos ser realizada por terceiro, nas
modalidades por conta e ordem e por encomenda, na qual a mercadoria importada
seja repassada ao adquirente ou ao encomendante, conforme o caso, e este se
configure como o real destinatário do produto, a estruturação, a implementação e a
operacionalização do sistema de logística reversa serão de responsabilidade do
adquirente ou do encomendante do produto, de acordo com a modalidade
contratada.

A empresa terceirizada contratada para efetuar a importação deve apresentar, por


meio eletrônico, ao órgão de controle a cópia do contrato firmado entre as partes,
quando houver, que caracterize a vinculação da entrega das unidades importadas à
empresa contratante, com menção à responsabilidade do adquirente ou do
encomendante pelo cumprimento da legislação que trata do sistema de logística
reversa.

A empresa importadora terceirizada incluirá na declaração de importação, para as


autoridades competentes, a informação do responsável por estruturar, implementar e
operacionalizar o sistema de logística reversa do importador.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Sistemas de Logística Reversa

Instrumentos de Implementação

I - acordos setoriais;

II - regulamentos expedidos pelo Poder Público; ou

III - termos de compromisso.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Instrumentos de Implementação
I - definições;
II - objeto;
III - estruturação da implementação do sistema de logística reversa;
IV - operacionalização da logística reversa e do seu plano operativo;
V - financiamento do sistema de logística reversa;
VI - governança para acompanhamento de performance;
VII - entidades gestoras;
VIII - forma de participação dos consumidores na logística reversa;
IX - obrigações dos fabricantes, dos importadores, dos distribuidores e dos
comerciantes;
X - planos de comunicação e de educação ambiental;
XI - objetivos, metas e cronograma;
XII - monitoramento e avaliação do sistema;
XIII - viabilidade técnica e econômica do sistema de logística reversa; e
XIV - gestão de riscos e de resíduos perigosos.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Sistemas de Logística Reversa

As propostas de acordo setorial e de termo de compromisso serão


acompanhadas:
I - dos atos constitutivos das entidades participantes e da relação dos associados
de cada entidade, se for o caso;
II - dos documentos comprobatórios de identificação e qualificação dos
representantes e dos signatários da proposta e cópia dos respectivos mandatos; e
III - da cópia de estudos, de dados e de informações que embasarem a proposta.

Os instrumentos estabelecidos:
I - em âmbito nacional prevalecem sobre os firmados em âmbito regional,
distrital ou estadual; e
II - em âmbito regional, distrital ou estadual prevalecem sobre os firmados em
âmbito municipal.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
INSTRUMENTOS
Acordo Setorial
• apresentação de proposta pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes dos
produtos e das embalagens ao MMA;
• submissão da proposta à consulta pública pelo prazo de 30 dias;
• oitiva dos órgãos federais com competências relacionadas à matéria para manifestação em 30
dias;
• consolidação e análise pelo MMA que poderá: aceitar, solicitar complementação ou arquivar.

Decreto (regulamento)
• elaboração de proposta pelo MMA, com submissão à consulta pública e oitiva dos órgãos
federais;
• setor empresarial deve apresentar no prazo da consulta estudo de viabilidade técnica e
econômica do sistema de logística reversa objeto do regulamento, de forma a contribuir para o
aprimoramento da proposta.

Termo de Compromisso
• quando não há na mesma área de abrangência acordo setorial ou regulamento; ou
• para o estabelecimento de compromissos e metas mais exigentes;
• não será precedido de consulta pública.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Programa Nacional de Logística Reversa
Instituído o Programa Nacional de Logística Reversa, integrado ao Sistema
Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos - Sinir e ao Plano
Nacional de Resíduos Sólidos - Planares.

O Programa Nacional de Logística Reversa é instrumento de coordenação e de


integração dos sistemas de logística reversa e tem como objetivos:
I - otimizar a implementação e a operacionalização da infraestrutura física e
logística;
II - proporcionar ganhos de escala; e
III - possibilitar a sinergia entre os sistemas.

O Programa será coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e ato do MMA


estabelecerá os critérios e as diretrizes do Programa Nacional de Logística
Reversa.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
ISONOMIA
Os fabricantes, os importadores, os distribuidores e os comerciantes de produtos,
de seus resíduos e de suas embalagens que sejam objeto de logística reversa, não
signatários de acordo setorial ou termo de compromisso firmado com a União
deverão estruturar e implementar sistemas de logística reversa, consideradas as
obrigações imputáveis aos signatários e aos aderentes de acordo setorial ou ao
termo de compromisso firmado com a União.

As obrigações incluem os dispositivos referentes:


• à operacionalização, aos prazos, às metas, aos controles e aos registros da
operacionalização dos sistemas de logística reversa;
• aos planos de comunicação, às avaliações e ao monitoramento dos sistemas de
logística reversa; e
• às penalidades e às obrigações específicas imputáveis aos fabricantes, aos
importadores, aos distribuidores e aos comerciantes.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Panorama Federal dos Sistemas de Logística Reversa
PRÉ PNRS (antes de2010)

Ano Tipo de norma Produto ou embalagem


1993 OLUC
CONAMA
1999 Pilhas e baterias
Pneus
2000 Lei Federal Agrotóxicos
2002 Decreto Federal Agrotóxicos
Pneus
2005 OLUC
CONAMA
2008 Pilhas e baterias
2009 Pneus
2010 (abril) Pilhas e baterias

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Panorama Federal dos Sistemas de Logística Reversa
PÓS PNRS (a partir de 2010)
Ano Tipo de norma Produto ou embalagem
2012 CONAMA OLUC
Embalagens de OLUC
2014 Lâmpadas
Acordo Setorial
2015 Embalagens em geral
2017 Decreto Federal ISONOMIA
2018 Termo de Compromisso Embalagens de aço
Acordo Setorial Baterias de chumbo ácido
2019
Acordo Setorial Eletroeletrônicos
Decreto Federal Eletroeletrônicos
Decreto Federal Medicamentos
2020
Termo de Compromisso (consulta pub.) Embalagens em geral
Termo de Compromisso Embalagens de alumínio
2021 Decreto (consulta pública) Embalagens de vidro

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Resolução SMA nº 45/2015

Define as diretrizes para


implementação e
operacionalização da
responsabilidade pós-
consumo no Estado de São
Paulo
Resolução SMA nº 45/2015

Define as diretrizes para implementação e


operacionalização da responsabilidade pós-
consumo no Estado de São Paulo.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
100 toneladas de embalagens no mercado nacional
22% do colocado no mercado
Meta BR: 22 ton.

Recupera logística reversa por Estado?


Usa o dado de venda? Comercialização?

Metodologia CONFAZ (Conselho Fazendário – Estados 27)


Dados ICMS: imposto de circulação de mercadoria

300M SP 30% - 6.6ton. Embalagens


100M SP 10% - 2.2 ton. embalagens
20M PA 2% - 400 kg embalagens
BR 1Bilhão (ICMS)
Decisão de Diretoria CETESB
nº 127/2021/ 16.12.2019

Estabelece o procedimento
para a incorporação da
Logística Reversa no âmbito
do licenciamento ambiental
Termos de Compromisso de
Logística Reversa

Estado de São Paulo

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Desafios comuns dos Sistemas de Logística Reversa

• Participação efetiva de todos os agentes no ciclo de vida dos produtos, incluindo consumidores;
• Isonomia entre os sujeitos obrigados (fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes);
• Desburocratização (simplificação) das operações, sobretudo quanto ao transporte e ao
licenciamento ambiental;
• Criação de incentivos fiscais (desoneração da cadeia reversa);
• Fiscalização pelo Poder Público;
• Harmonização normativa visando a conferir maior segurança jurídica;
• Reconhecimento da não periculosidade de produtos descartados;
• Instituição de mecanismo de financiamento - ecovalor;
• Assegurar a não colidência e a unicidade dos resultados da logística reversa;
• Fortalecimento das cooperativas de catadores de materiais e superação da informalidade no
setor.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
www.centraldecustodia.com.br

Verificador Independente da logística reversa

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
Repercussões Jurídico-Ambientais e Riscos de Penalidades

• Inquéritos Civis Ambientais e Ações Civis Públicas Ambientais com o objetivo de requerer a
implementação de sistema de logística de reversa de embalagens, discussão de reparação de
eventual dano ambiental e ressarcimento de municípios;

• Descumprir obrigação prevista no sistema de logística reversa implantado, consoante as


responsabilidades específicas estabelecidas para o referido sistema; multa de R$5 mil a R$50
milhões de reais;

• Elaborar ou apresentar informação ambiental total ou parcialmente falsa, enganosa ou omissa


em qualquer outro procedimento administrativo ambiental; multa de R$ 1.500,00 a R$ 1
milhão; pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa;

• Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de
relevante interesse ambiental; pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.

contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler
fabriciosoler@felsberg.com.br I contato@fabriciosoler.com.br I @fabricio_soler

Você também pode gostar