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POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Lei 12.305/2010

Flávia França Dinnebier


TÓPICOS DA APRESENTAÇÃO
- Alguns princípios da PNRS;
- Responsabilidade compartilhada pela gestão e
gerenciamento de resíduos;
- Individualização e encadeamento das
responsabilidades;
- Logística reversa, acordos setoriais;
- Proibições trazidas pela lei.
- Decreto 7.404/2010: Regulamenta a Lei
12.305/2010, cria o Comitê Orientador para a
Implantação dos Sistemas de Logística Reversa,
RESOLUÇÕES E DECRETOS ANTERIORES À LEI 12.305/2010

• Resolução CONAMA nº 5/93- Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos


sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários
• Decreto n° 875/93- Promulga o texto da Convenção sobre o Controle de
Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito.
• Resolução CONAMA N°23, de 12/12/1996-Dispõe sobre as definições e o
tratamento a ser dado aos resíduos perigosos, conforme as normas adotadas
pela Convenção da Basiléia.
• Resolução CONAMA N°275/2001- Estabelece código de cores para os
diferentes tipos de resíduos.
RESOLUÇÕES E DECRETOS ANTERIORES À LEI 12.305/2010

• Resolução 307/02- Resíduos da construção civil.


• Resolução nº 313 /2002- Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos
Sólidos Industriais.
• Resolução nº 358/2005- Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos
resíduos dos serviços de saúde.
• Resolução CONAMA 362/2005- dispõe sobre recolhimento, coleta e
destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.
PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA LEI 12.305/2010
 Responsabilidade de todos sujeitos que
passam pelo ciclo de vida dos produtos e
resíduos.
 Locais proibidos de disposição de resíduos:
extinção de LIXÕES.
 Planos Nacional, Estaduais e Municipais de
Resíduos. Planos de gerenciamento.
 Como deve ser a gestão dos resíduos:
princípios, instrumentos, objetivos.
 Foco na prevenção de danos ambientais.
PRINCÍPIOS DA PNRS (art. 6º)
I - a prevenção e a precaução;
II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as
variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde
pública;
IV - o desenvolvimento sustentável;
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como
um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e
promotor de cidadania;
PRINCÍPIOS DA PNRS (art. 6º)

V - a ecoeficiência, mediante a
compatibilização entre o fornecimento, a
preços competitivos, de bens e serviços
qualificados que satisfaçam as
necessidades humanas e tragam
qualidade de vida e a redução do impacto
ambiental e do consumo de recursos
naturais a um nível, no mínimo,
equivalente à capacidade de sustentação
estimada do planeta.
PRINCÍPIO DA ECOEFICIÊNCIA APLICADO ÀS EMBALAGENS

Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com


materiais que propiciem a reutilização ou a
reciclagem.

§ 1o I - restritas em volume e peso às dimensões


requeridas à proteção do conteúdo e à
comercialização do produto;
Art. 9º. Ordem de prioridade de gestão e gerenciamento de resíduos:

§ 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos


resíduos sólidos urbanos [...]
GESTÃO INTEGRADA X GERENCIAMENTO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Gestão integrada : conjunto de Gerenciamento: conjunto de ações


ações voltadas para a busca de nas etapas de coleta, transporte,
soluções para os resíduos sólidos, transbordo, tratamento e
considerando as dimensões destinação final ambientalmente
política, econômica, ambiental, adequada dos resíduos sólidos e
cultural e social, com controle disposição final ambientalmente
social e sob a premissa do adequada dos rejeitos
desenvolvimento sustentável

(art. 3º, X, XI)


RESÍDUOS x REJEITOS
DESTINAÇÃO FINAL x DISPOSIÇÃO FINAL

(Art. 3º, VII, VIII, XV, XVI)


RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA PELO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS

- Conjunto de atribuições individualizadas e


encadeadas dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, dos
consumidores e dos titulares dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo dos
resíduos sólidos (art. 3º, XVII)

- Diferente da responsabilidade solidária , pois


não se pode exigir de qualquer corresponsável o
cumprimento total da prestação.
CICLO DE VIDA DO
VIDRO

Art. 3º, IV
[...] conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a
coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento ou outra destinação final ambientalmente adequada
(art. 3º, XII)
Art. 33. § 1- produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas
ou de vidro, demais produtos e embalagens
A RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA NA LOGÍSTICA REVERSA

distribuidores
Fabricantes e
importadores

comerciantes

consumidores
Poder público
OBJETIVOS DA RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA
PELO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS (art. 30)

 Reduzir:
- a geração de resíduos e o desperdício de materiais;
- os impactos à saúde e à qualidade ambiental durante todo ciclo de
vida dos produtos;

 Promover o aproveitamento de resíduos sólidos,


 Propiciar que as atividades produtivas sejam menos
ambientalmente degradantes e mais sustentáveis.
RESPONSABILIDADE DE FABRICANTES, IMPORTADORES,
DISTRIBUIDORES E COMERCIANTES ANTES DO CONSUMO
Desenvolvimento, fabricação e colocação no mercado de produtos que:

- possam ser reutilizados ou reciclados;

- gerem a menor quantidade possível de resíduos sólidos.

- Produção com base no princípio da ecoeficiência

- Divulgação de informações sobre como evitar, reciclar e eliminar resíduos


(art. 31, a, b, II)
RESPONSABILIDADE DE FABRICANTES, IMPORTADORES,
DISTRIBUIDORES E COMERCIANTES ANTES DO CONSUMO
REFERENTE ÀS EMBALAGENS (art. 32º)

Devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a


reciclagem, que utilizem o mínimo de recursos naturais.

Os responsáveis são aqueles que:


I - manufaturam embalagens ou fornecem materiais para sua fabricação;

II - colocam em circulação embalagens, materiais para sua fabricação ou


produtos embalados, em qualquer fase da cadeia de comércio.
RESPONSABILIDADE DE FABRICANTES, IMPORTADORES,
DISTRIBUIDORES E COMERCIANTES PÓS-CONSUMO
- Estruturar e implementar sistemas de
logística reversa, podendo:
I – comprar os resíduos;

III - parceria com


associações de
catadores

II - postos de entrega de reutilizáveis e recicláveis;

(Art. 33º, caput, § 3º, I, II)


RESPONSABILIDADE DE FABRICANTES, IMPORTADORES,
DISTRIBUIDORES E COMERCIANTES PÓS-CONSUMO

- Remuneração ao titular do
serviço público que executar
ações de logística reversa
(conforme acordo setorial ou
termo de compromisso) (Art.
33º, § 7o )

- Seguir o plano municipal de


gestão integrada de resíduos
sólidos (Art 31º, IV)
RESPONSABILIDADE DE RESPONSABILIDADE DE
FABRICANTES E X DISTRIBUIDORES E
IMPORTADORES COMERCIANTES

Dar a destinação ambientalmente Efetuar a devolução aos


adequada aos produtos e às fabricantes ou aos
embalagens reunidos ou devolvidos, importadores dos produtos
sendo o rejeito encaminhado para a e embalagens reunidos ou
disposição final ambientalmente devolvidos (art. 33º, § 5o )
adequada (Art. 33°, § 6º)
Criar Planos de Gerenciamento de
Resíduos (art. 20)
CONSUMIDORES

- Acondicionar adequadamente e separar os resíduos gerados;


- Disponibilizar os resíduos reutilizáveis e recicláveis para coleta seletiva
ou devolução aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das
embalagens objeto de logística reversa.
- Responsabilidade cessa com a destinação devida.
(art. 33º, § 4º e 35º)
CONSUMIDORES
§ 2o Os consumidores que descumprirem as respectivas obrigações
previstas nos sistemas de logística reversa e de coleta seletiva estarão
sujeitos à penalidade de advertência.

§ 3o No caso de reincidência no cometimento da infração prevista no § 2o,


poderá ser aplicada a penalidade de multa, no valor de R$ 50,00
(cinquenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais).

§ 4o A multa simples a que se refere o § 3o pode ser convertida em


serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio
ambiente. (DECRETO 6.514/2008, art. 62)
TITULAR DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA
E DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
• Planos de resíduos sólidos;
• Coleta seletiva;
• Gestão integrada de resíduos sólidos;
• Procedimentos para reaproveitamento de resíduos;
• Disposição final adequada de rejeitos;
• Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos
• impedir formas indevidas ou ilegais de eliminação dos resíduos.
Art. 33º, 15º a 19º
ACORDOS SETORIAIS
(art. 19 a 29 do Decreto 7.404/2010)

OBJETIVO: garantir a destinação ambientalmente adequada dos resíduos,


operacionalizar a responsabilidade compartilhada e a logística reversa

- atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os fabricantes,


importadores, distribuidores ou comerciantes;

Se iniciados pelo Poder Público serão precedidos de editais de chamamento

Se iniciados pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes


serão precedidos da apresentação de proposta formal pelos interessados ao
Ministério de Meio Ambiente. (Art. 19, 20. § 1º e 2o)
Editais de Chamamento de Propostas de Acordos Setoriais
• 01/2011- Embalagens Plásticas de Óleo Lubrificante
• 01/2012 - Lâmpadas
• 02/2012 – Embalagens
• 01/2013 – Eletroeletrônicos
• 02/2014 - Medicamentos
TERMOS DE COMPOMISSO
Art. 32 do Decreto 7.404/2010

O Poder Público poderá celebrar termos de compromisso com os


fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes para
estabelecimento de sistema de logística reversa:
I - se não houver acordo setorial ou regulamento específico
II - para a fixação de compromissos e metas mais exigentes que o previsto
em acordo setorial ou regulamento.
RESPONSABILIDADE CIVIL, ADMINISTRATIVA E PENAL

Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência


de culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão das pessoas
físicas ou jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei ou
de seu regulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em
especial às fixadas na Lei no9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”, e em seu
regulamento.
PROIBIÇÕES DA LEI 12.305/2010

Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição


final de resíduos sólidos ou rejeitos:
I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de
mineração;
III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos
não licenciados para essa finalidade;
DECRETO 6.514/2008
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta
milhões de reais) para quem:

IX - lançar resíduos sólidos ou rejeitos em praias, no mar ou quaisquer


recursos hídricos;

X - lançar resíduos sólidos ou rejeitos in natura a céu aberto, excetuados


os resíduos de mineração;

XI - queimar resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto ou em recipientes,


instalações e equipamentos não licenciados para a atividade;
XII - descumprir obrigação prevista no sistema de logística reversa ;

XIII - deixar de segregar resíduos sólidos na forma estabelecida para a


coleta seletiva;

XIV - destinar resíduos sólidos urbanos à recuperação energética em


desconformidade com o § 1o do art. 9o da Lei no 12.305, de 2010, e
respectivo regulamento;

XV - deixar de manter atualizadas informações completas sobre a


realização das ações do sistema de logística reversa sobre sua
responsabilidade;
PROIBIÇÕES DA LEI 12.305/2010

Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos,


bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio
ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para
tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.

Decreto no 6.514/2008 “Art. 71-A. Multa de R$ 500,00 (quinhentos


reais) a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).” (NR)
Obrigada pela atenção!
Flávia França Dinnebier (flaviafd@msn.com)
Obrigada pela atenção!
Flávia França Dinnebier (flaviafd@msn.com)

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