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Logística Reversa e Sustentabilidade

Sumário
Logística Reversa e Sustentabilidade......................................................................................1
............................................................................................................................................3
01
Política nacional dos resíduos sólidos (PNRS)...........................................................................3
A logística reversa na PNRS......................................................................................................4
Sistema de Logística Reversa (SLR)...........................................................................................5
Motivação para implantação da logística reversa....................................................................5
As questões ambientais ligadas às operações logísticas..........................................................6
Processo logístico.....................................................................................................................6
Logística reversa no mundo corporativo..................................................................................6
Dificuldades na disseminação da LR.........................................................................................6
Canais de distribuição reversos................................................................................................7
Canais de distribuição reversos................................................................................................8
Sistema de coleta de bens........................................................................................................9
...........................................................................................................................................10
02
Histórico dos debates a respeito da ética e responsabilidade social no Brasil e no mundo...10
Origem...................................................................................................................................10
Movimentos mundiais............................................................................................................10
O nascimento do mundo globalizado e a questão socioambiental........................................12
Princípios da RS......................................................................................................................12
Tipos de RS.............................................................................................................................13
Responsabilidade Social na Prática........................................................................................13
Ferramentas de avaliação de desenvolvimento sustentável..................................................15
Sistemas indicadores de sustentabilidade..............................................................................15
Ferramentas para mensurar o desempenho sustentável.......................................................15
Certificações ambientais........................................................................................................17
..........................................................................................................................................21
03
Logística Reversa como estratégia competitiva....................................................................21
Indicadores na Área Financeira..............................................................................................21
Indicadores na Área Terciária e Marketing.............................................................................22
Indicadores na Área de Operações.........................................................................................22
Indicadores na Área de Desenvolvimento..............................................................................22
Área de RH.............................................................................................................................22
Vantagens na utilização da LR................................................................................................22
Logística Reversa: conceitos básicos e práticas operacionais.................................................22
Logística e cadeia de suprimentos..........................................................................................22
Práticas operacionais.............................................................................................................23
Sistemas de Logística Reversa (SLR).......................................................................................23
Fatores que influenciam a eficiência da LR.............................................................................24
Modelos de gerenciamento de Logística Reversa..................................................................25
Coprocessamento..................................................................................................................30
...........................................................................................................................................32
04
Economia circular...................................................................................................................32
Diferença entre logística verde, ecológica e reversa, e ecologia industrial, simbiose industrial
e parques eco eficientes.........................................................................................................33
01Política nacional dos resíduos sólidos (PNRS)
O resíduo sólido é exemplificado como: material, substancia, objeto ou bem
descartado, o qual é resultante de atividades humanas em sociedade. Podendo ser sólido,
semissólido ou até gases contidos em recipientes e líquidos que não possam ser lançados em
redes de esgoto ou corpos d’águas.

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Lixo ou rejeito é tudo aquilo não passível de tratamento ou reutilização, e não se


confunde com resíduos sólidos, os quais são classificados de duas formas:

1. Quanto à origem:
1. Resíduos domiciliares – os originários de atividades domésticas em residências
urbanas.
2. Resíduos de limpeza urbana – os originários da varrição, limpeza de
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana.
3. Resíduos sólidos urbanos.
4. Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços – os
gerados nessas atividades.
5. Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico.
6. Resíduos industriais – os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais.
7. Resíduos de serviços de saúde – os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
8. Resíduos da construção civil – os gerados em construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis.
9. Resíduos agrossilvopastoris – os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades.
10. Resíduos de serviços de transportes – os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira.
11. Resíduos de mineração – os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios.
1. Quanto à periculosidade:
1. Perigosos – inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos, patogênicos,
carcinogênicos, teratogênicos e mutagênicos (apresentam significativo risco à saúde
pública ou à qualidade ambiental).
2. Não perigosos – não se enquadram na descrição acima.

Os resíduos da sociedade variam com a situação socioeconômica, estando classificados


das seguintes maneiras: plásticos, matérias orgânica, metais, papel e papelão, vidro, outros. E
para a coleta desses resíduos nos centros urbanos são de duas formas: indiferenciada, a qual
não ocorre nenhuma seleção, ou seletiva: recolhidos e separados com o tipo e a destinação.
A logística reversa na PNRS
A logística reversa é um instrumento para aplicação da responsabilidade pelo ciclo de
vida dos produtos, e, estando ligada à PNRS, auxilia no cumprimento dos objetivos a seguir:

1. Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental.


2. Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem
como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
3. Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços.
4. Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais.
5. Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos.
6. Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e
insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados.
7. Gestão integrada de resíduos sólidos.
8. Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos.
9. Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Incentivo ao
desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial, voltados para a melhoria
dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a
recuperação e o aproveitamento energético.
10. Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo.

A PNRS estabeleceu que a responsabilidade pela destinação dos resíduos cai diretamente
aos participantes da cadeia produtiva, logo, o produtor e o consumidor. Esta lei possui diversos
princípios no seu Art.6º, segue-se abaixo a transcrição:
Artigo VI. São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I - a prevenção e a precaução;

II – O poluidor-pagador e o protetor-recebedor;

III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social,
cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;

IV - o desenvolvimento sustentável;

V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e


serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução
do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à
capacidade de sustentação estimada do planeta;

VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos
da sociedade;

VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor
social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;

IX - O respeito às diversidades locais e regionais;

X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;

XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
Sobre a prioridade no gerenciamento e gestão dos resíduos sólidos, tem-se: não geração,
redução, reutilização, reciclagem, tratamento e destinação final. Entretanto, mesmo com tanta logística,
a quantidade de resíduos sólidos coletados em aterros sanitários está registrada em 43 milhões ao ano e
nos locais inadequados, um pouco mais de 29 milhões de toneladas ao ano.

Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos


OBS: esta lei prorrogou para 2021, com o prazo de extinção dos lixões até 2024

Ante 2010, não existia instrumentos normativos que gerenciassem os produtos pós-
consumo, entretanto em 2021, esta lei estabeleceu até aos produtos que são comercializados
em todos tipos de embalagens, do vidro ao metal. Alguns principais setores são implantados
no brasil, que são:

1. agrotóxicos, seus resíduos e embalagens.


2. baterias de chumbo ácido;
3. eletroeletrônicos e seus componentes;
4. embalagens de aço;
5. embalagens de óleos lubrificantes;
6. embalagens em geral;
7. lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio;
8. medicamentos;
9. óleos lubrificantes usados ou contaminados;
10. pilhas e Baterias;
11. pneus inservíveis;

Sistema de Logística Reversa (SLR)


Os materiais abarcados por tal lei são divididos em dois grandes grupos, produtos e
embalagens.

Motivação para implantação da logística reversa


Uma das principais engrenagens para que funciona a SLR é a participação popular e a criação
de canais de comunicação.

Ministério da saúde
As questões ambientais ligadas às operações logísticas
Processo logístico
O processo logístico é a forma sistêmica de otimização do fluxo de informações,
materiais ou recursos de uma organização, integrando duas ou mais atividades operacionais
ou gerenciais, desde a partida até o destino. O objetivo da logística é a adequação às
necessidades dos consumidores e fornecedores, por meio do planejamento, implementação e
controle, tornando eficiente o fluxo direto e inverso dos bens de consumo e informações.

OBS: as atividades logísticas se subdividem em transporte e gestão do mesmo, gestão de


matéria-prima e embalagem, manuseio de materiais, controle e gestão de estoque e
atendimento ao cliente, pesquisa, seleção e negociação com fornecedores, além da gestão dos
sistemas de informação e comunicação.

Logística reversa no mundo corporativo


A LR tem importância devido aos seus custos logísticos, comerciais e econômicos
totais, e questões ambientais, permitindo ser um diferencial empresarial, mesmo já sendo
considerando uma necessidade para a empresa, afim de satisfazer a questão ecológica e a
sobrevivência no mercado corporativo.

Dificuldades na disseminação da LR
Em meio a um mar de dificuldades, podemos ver as duas mais significativas: 1)
impossibilidade de algumas organizações em atingir escala, isto é, de alcançar um volume que
torne economicamente viável a implementação do fluxo reverso; 2) desconhecimento, quanto
à importância da adoção de práticas de Logística Reversa para a sustentabilidade ambiental do
planeta, tanto por parte de alguns gestores quanto de uma parcela da sociedade..

Com o tempo, o aumento da LR vem sendo diretamente proporcional, e como sua


consequência tem a redução de efeitos ambientais negativos e o alcance da sustentabilidade
econômica das empresas, entretanto, ainda sim exige-se a atuação:

1. Governamental:
a. Possui capacidade de subsidiar, estimular e implementar alguns programas de
LR, além de realizar campanhas de alcance nacional para evidenciar os
benefícios ambientais, financeiros e sociais. O estado pode, como deve,
implementar instrumentos econômicos, ou, no pior dos casos, instrumentos
normativos. Estas só terão resultado, quando trouxerem tantos benefícios
ambientais, como privados, ampliando o bem-estar social e melhoria na
competitividade das organizações.
2. Societária:
a. Vindo diretamente dos consumidores, a condenação de práticas e abolição das
compras de produtos de empresas irresponsáveis ambientalmente, gerando
um déficit financeiro nas empresas.
3. organizacional.
a. É de suma importância que as empresas possuam responsabilidade ambiental
e social, assumindo tarefa de concentrar esforços para a formação e
estruturação das cadeias setoriais de LR. Entretanto, não é apenas adicionar a
LR nos setores ambientais, devem se observar alguns critérios, como:
i. Mercado para produtos:
1. as partes quantitativas e qualitativas do mercado reverso
precisam ser analisadas e, somente depois, a operacionalidade
e o retorno financeiro do novo produto podem ser medidos.
ii. Qualidade dos materiais reciclados:
1. a qualidade do produto advindo da LR está diretamente
relacionada às matérias-primas originais, que dependem das
condições, do tipo de coleta e da forma de reprocessamento
do fluxo reverso.
iii. Remuneração em todas as etapas revê:
1. o retorno financeiro obtido em cada fase reversa deverá
satisfazer aos interesses econômicos dos inúmeros agentes
envolvidos no processo.
iv. Escala econômica de atividade:
1. o retorno gerado deve estar em um nível suficiente e ser
constante para garantir o alcance de uma escala econômica e
empresarial. As cadeias reversas apresentam como
dificuldades gerais a obtenção de regularidade de
fornecimento e de quantidades satisfatórias.

Canais de distribuição reversos


A logística reversa possui diversas classificações, totalizando três, que são:

1. LR de pós-venda:
a. é aquela que controla o fluxo logístico correspondente aos bens de pós-venda.
Produtos sem uso ou com pouco uso quando são devolvidos entram nesta
categoria. Podem-se incluir: produtos com falhas no funcionamento, erros nos
pedidos, defeitos, fora de validade, liquidação de vendas, entre outros. Assim,
são produtos que podem ter valor comercial agregado e podem ser enviados à
reciclagem ou reaproveitados.
2. LR de pós-consumo:
a. é aquela que controla o fluxo físico correspondente aos bens de pós-consumo,
ou seja, produtos que são descartados pelo consumidor. Ainda possuem vida
útil e possibilidades de reutilização. Quando um produto é desmontado e seus
componentes ainda podem ser aproveitados ou remanufaturados, são
enquadrados nesta categoria. Por exemplo: resíduos industriais que voltam ao
ciclo produtivo. No caso de não haver reaproveitamento, esses produtos serão
destinados para lixões ou serão incinerados.
3. LR de embalagem:
a. este tipo de logística pode estar incluído em pós-venda e pós-consumo. Assim,
podemos notar que existe uma tendência mundial de reaproveitamento das
embalagens retornáveis ou de múltiplas viagens devido à grande quantidade
de resíduos gerados despejados no meio ambiente.
Canais de distribuição reversos
Pode ser dividida em cinco canais de distribuição de pós-venda/consumo: disposição
final, retornos comerciais e de garantia, sucatas de produção e/ou rejeitados, embalagens.
Existem dois tipos de distribuição reversa, a de pós-consumo e a de pós-venda

1. Canais de distribuição de pós-consumo: tem sua possibilidade por meio de exigências


legais, revalorização econômica, interesses mercadológicos, interesses ecológicos e
ambientais, e hábitos de consumo industrial e da sociedade em geral. Estes canais se
dividem em:
a. Bens duráveis: apresentam duração de vida útil entre alguns anos e algumas
décadas; (pode retornar ao ciclo produtivo/mercado de segunda mão)
b. Bens semiduráveis: apresentam duração de vida útil de alguns meses a
raramente superior a dois anos; (pode retornar ao ciclo produtivo/mercado de
segunda mão)
c. Bens descartáveis: apresentam duração de vida útil de, em média, algumas
semanas e raramente superior a 6 meses;
i. Tipos de canais de distribuição:
1. Reuso – para ocorrer esse tipo de canal reverso é preciso que
o bem de pós-consumo tenha condições de uso e que a cadeia
de suprimentos que irá recebê-lo esteja estruturada para a
coleta, seleção, revalorização para o correto encaminhamento
desse bem ao mercado de segunda mão.
2. Desmanche – ocorre com a segregação de componentes que
serão separados em itens que serão revalorizados e outros
que seguirão a disposição final.
3. Reciclagem – esse canal se inicia quando ocorre o
encerramento do ciclo de revalorização de reuso, ou seja, é
possibilitada após a reutilização desse produto até esgotar-se
a reutilização.
2. Canais de distribuição de pós-venda: tem suas razões por retorno de: validade
expirada, erro de pedido, defeito/falha, avaria de transporte, problemas de estoque,
políticas de marketing, garantias. Após coletado, iniciam-se as fases reversas,
consistentes na coleta, seleção e, consolidação e destinação
(desmanche/remanufatura). Tipos de retorno de pós-venda:
a. Retorno comercial: divide-se em:
i. retorno comercial não contratual: ocorre, prioritariamente, por erro
do fornecedor em vendas diretas realizadas ao consumidor final por
varejistas, vendas por meio de catálogo de produtos, e-commerce e
erros operacionais;
ii. retorno comercial contratual: ocorre quando acontece um acordo
previamente estabelecido entre os agentes envolvidos em
determinada operação. Aqui pode ocorrer contratos de produtos com
venda em consignação e contrato de retorno de ajuste de estoque no
canal.
b. Retorno de garantia/qualidade: são os bens que retornam devido a falhas de
funcionamento, defeitos de fabricação ou de montagem, avarias na embalagem,
término de validade. Nessa categoria a devolução é classificada por qualidade
intrínseca, ou seja, por defeito, dano ou vencimento ou para substituição de peças e
componentes.
c. retorno de substituição de componentes: ocorre com a substituição de peças
e componentes de bens duráveis e semiduráveis que retornam após a
reciclagem e/ou remanufatura para os mercados primários e/ou secundárias.

Além de todas as classificações ditas, temos também a classificação dos ciclos, que são:

1. Canais de distribuição reversos de ciclo aberto: são formados pelas diversas


etapas de retorno de materiais constituintes de produtos de pós-consumo
como metais, plásticos, vidro e papéis que são reintegrados ao ciclo produtivo
para substituir matérias-primas na fabricação de diversos tipos de produtos.
2. canais de distribuição reversos de ciclo fechado: são constituídos pelas etapas
de retorno de materiais constituintes dos produtos de pós-consumo, em que
são extraídos seletivamente para a fabricação de um produto similar ao de
origem.

Sistema de coleta de bens


Existem quatro tipos de coletas após o consumo dos produtos, sendo elas:

1. coleta domiciliar: é a coleta porta a porta que ocorre sob a administração municipal;
2. aterros sanitários: ambiente adequado para acomodação de rejeitos onde são
utilizadas técnicas de engenharia sanitária para acomodação e recobrimento do
material descartado que fica disposto em camadas sob um piso impermeabilizado, que
visa a não contaminação do solo e o tratamento de líquidos decorrentes da
decomposição de materiais
3. coleta seletiva domiciliar: tipo de coleta que contém prévia seleção do material
descartado ou realizada para o respectivo material descartado;
4. coleta informal: constitui na coleta manual realizada por catadores, carroceiros e/ou
garrafeiros.

A obsolência planejada se trata da redução do ciclo de vida útil dos produtos que, por sua vez,
está intimamente associada ao aumento do número de bens e serviços fornecidos à sociedade.
O que, como consequência, amplia a quantidade de resíduos gerados e nos encaminha para o
esgotamento da capacidade dos sistemas tradicionais de disposição de resíduos.
02
Origem
Histórico dos debates a respeito da ética e responsabilidade social no
Brasil e no mundo

Tem seu marco na revolução industrial no século XVIII, devido a precária condição de
trabalho e a exploração dos trabalhadores, onde Karl Marx elaborou as primeiras formulações
sobre o capitalismo, contra a exploração exacerbada subindo inerente aos lucros e
concentração monetária, além de contemplar questões ambientais dos níveis de poluição pela
Europa. A modernização e automatização, com as máquinas, levaram os trabalhadores a
criação dos sindicatos, que acabou, por ventura, o surgimento de movimentos grevistas.

Outro ponto importante é a importância que o setor público se dá, afim de solucionar
mitigações com reuniões que atendam preocupações com o meio ambiente. O movimento
hippie não pode ser deixado de lado, ocorrido em meados da década de 60, gerou debates
contra o uso das armas nucleares, respeito à natureza, homossexualidade, contra o
preconceito racial, e o consumo consciente.

A expansão da RS se deu a partir da mudança industrial e da globalização, pois, a partir


daí, investidores, sociedade e empresas começaram a condenar os danos ambientais causados
pelas atividades econômicas e a cobrar dos governantes e dos empresários medidas de
controle e vigilância apropriadas. Pós regime civil-militar e de redemocratização, debates
sobre a elaboração de uma CF que garantiu as legislações trabalhistas, além de permitir a
liberdade de expressão e de imprensa, ampliando discussões sobre problemas sociais
relacionados a: pobreza, liberdade dos pesquisadores das ciências humanas sem retaliações. A
reforma agrária possibilitou a distribuição e posse de terras para pequenos agricultores.

Movimentos mundiais
1. Conferência de Estocolmo:
a. Causa: em 1972, a percepção de um problema de crescimento demográfico
não congruente aos recursos naturais, gerou grandes embatas no clube de
Roma, onde, no mesmo ano, a ONU realizou sua primeira reunião com os
chefes de estado, que se preocupavam com os problemas ambientais,
chamada de Conferência de Estocolmo;
b. Resultado: Declaração das nações Unidas sobre o Meio Ambiente, ou
Declaração de Estocolmo, promovendo ações ambientais;
2. A criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC):
a. Intergovernmental Painel on Climate Change, em 1988;
b. Causa: mudanças climáticas;
c. Método: Juntar e difundir os dados relacionados a mudanças climáticas, afim
de formular aspectos fundamentais, formas de solução e efeitos na sociedade;
3. Protocolo de Quioto:
a. Finalidade: manutenção da vida no planeta, objetivando o controle da emissão
de gases do efeito estufa pelas atividades industriais;
b. Resultado: assinatura do compromisso para diminuição das emissões de CO2,
além da margem para o surgimento do termo créditos de carbono, onde uma
tonelada de dióxido de carbono geraria um crédito certificado, onde seriam
negociadas internacionalmente;
4. Eco 92 e Rio+20:
a. Causa: tratar dos temas ambientais com todos os países (176);
b. Resultado da Eco 92: RJ, 1992, produção do plano de ação para o
desenvolvimento sustentável, buscando alternativas de solução;
c. Resultado da Rio+20: reafirmação dos compromissos da Eco 92, além da
discussão e observação de problemas ainda existentes, intensificando os
debates para implementação da economia verde;
5. Cúpula das nações unidas para o desenvolvimento sustentável:
a. Causa: Direcionamento para o plano de desenvolvimento sustentável até
2030, ocorrida em NY nos EUA;
b. Traçados 17 objetivos pelos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável
(ODS);
Conceito de responsabilidade socioambiental
A responsabilidade socioambiental se divide em:

1. Interno:
a. Partes afetadas dentro da empresa, os funcionários:
2. Externo:
a. Consequências das ações da empresa sobre a sociedade e o meio ambiente;

O objetivo da RS vai além da geração de lucro e de benefícios para as pessoas


internamente envolvidas e deve ser expandido para o meio em que a empresa está inserida,
de maneira a envolver medidas de melhoria de condições para a sociedade. Logo, sendo
alguns padrões éticos de conduta que se preocupam efetivamente com questões sociais e
ambientais.

O nascimento do mundo globalizado e a questão socioambiental


A revolução verde levou ao campo tecnologias nunca antes vistas, permitindo
incrementos anuais na produtividade de vegetais e carnes, comercializados para atender a
demanda interna e externa das redes de mercado global.

Estas transformações foram e são acompanhadas pelos impactos negativos ao meio


ambiente e à perda de características sociais: há aumento das áreas desmatadas, da poluição
atmosférica, do solo e hídrica, perda de biodiversidade, os produtos consumidos não são
corretamente descartados, há aumento da desigualdade social, entre outros.

Princípios da RS

o valor incorporado tem que ser voluntário e genuíno, com o único interesse de causar
impacto positivo na sociedade como um todo e lembrando sempre que uma empresa é uma
comunidade constituída por pessoas, aquelas que trabalham, que fornecem outros insumos e
as que consomem.
Tipos de RS
1. Responsabilidade Social Individual (RSI):
a. a responsabilidade que todos, enquanto indivíduos, devem assumir, agindo de
forma a preservar o bem-estar da comunidade na qual estão inseridos;
b. exemplos: Não consumir mais sacolas plásticas, deixar o carro na garagem
alguns dias na semana, pesquisar melhor os candidatos das próximas eleições
ou doar um pouco do seu tempo para atividades voluntárias;
2. Responsabilidade Socioambiental (RSA):
a. São as práticas de preservação ambiental;
3. Responsabilidade Social Corporativa (RSC):
a. É o conjunto de ações internas realizadas pelas empresas com o objetivo de
beneficiar a educação, a economia, a saúde, a moradia e o transporte dos seus
funcionários.
b. Exemplos: a garantia dos direitos trabalhistas, manutenção do bem-estar no
ambiente de trabalho, oportunidade de crescimento e aprimoramento
profissional e programas de treinamento.
4. Responsabilidade Social Empresarial (RSE):
a. ligação com a gestão transparente, que valoriza a ética na relação com os
funcionários e demais colaboradores e ainda tenta minimizar os impactos
ambientais negativos gerados pelas suas atividades;

Responsabilidade Social na Prática


Algumas atitudes são vistas de bom grado, como:

1. Uso de estratégias para redução do impacto ambiental:


a. Ex: a Amanco (empresa que fabrica tubos e conexões) trocou o solvente à base
de tolueno para usar outras matérias-primas menos poluentes;
2. Promover a educação do seu público-alvo:
a. Buscar promover a educação financeira para a população;
b. Ex: o Banco Bradesco tem um projeto de educação financeira para pessoas
carentes e ainda atua em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável em
ações socioambientais.
3. Desenvolver líderes ambientais:
a. Treinar seus próprios funcionários e colaboradores para se engajarem na
mudança de atitude quanto às alterações climáticas no mundo;
b. Ex: o banco HSBC criou, em 2007, em parceria com a WWF-Brasil, um
programa chamado Climate Partnership focado em quatro pontos
estratégicos: pesquisa de biodiversidade em florestas tropicais, defesa dos
recursos hídricos, mitigação dos impactos causados pelo CO2 nas grandes
metrópoles e engajamento das pessoas para a mudança de atitude dos
indivíduos em todo o mundo;
4. Uso de produtos naturais:
a. Quanto menos processos e produtos químicos usados por nós, melhor será a
nossa saúde e o meio ambiente;
b. Ex: a extração de Murumuru (óleo extraído de uma planta nativa da Amazônia)
era feita por famílias da região a partir de queimadas de áreas da floresta. A
Natura passou a orientar essas famílias a não extrair óleo desta maneira,
buscando a extração da matéria-prima sem necessidade de queimada. Esta
ação preservou mais de três mil palmeiras de onde o produto é extraído;
5. Voluntariado:
a. Incentivar funcionários a realizar visitas a crianças e idosos em casas de
acolhimento, pois o desenvolvimento deste tipo de consciência nos
funcionários promove o bem-estar destes indivíduos que, muitas vezes,
necessitam de assistência;
6. Promoção de doações para instituições sociais:
a. Ajudar financeiramente alguma instituição pode ajudar a desenvolver projetos
de educação, saúde e bem-estar para comunidades carentes. Se a empresa
não sabe como escolher uma instituição de confiança e credibilidade, pode
procurar ONGs já engajadas na comunidade. Antes de doar, marque uma visita
presencial ao local, pesquise seu histórico e suas ações na internet, de maneira
a garantir a credibilidade da instituição e o destino das doações;

A sustentabilidade se embasa em três polos de suma importância, que seria o


social, ambiental e econômico, a primeira seria sobre a perspectiva sustentável de
produção e consumo, já no segundo temos que o processo de produção e de consumo
deve adotar praticas ambientais corretas, e por fim, o último deve considerar o papel
da sociedade na rentabilidade e viabilidade empresarial, gerando retorno ao
investimento do capital privado e qualidade de vida dos colaboradores. Os 7 R’s se
consolidam como práticas de educação ambiental, garantindo mudanças habituais
visando o desenvolvimento sustentável, estes R’s são:
Ferramentas de avaliação de desenvolvimento sustentável
A definição de desenvolvimento sustentável é dá, da forma mais aceita e difundida,
como de um sistema capaz de suprir as necessidades da geração atual, porém, sem
comprometer o suprimento de recursos naturais das gerações futuras. Os principais objetivos
das políticas de desenvolvimento sustentável, que são estabelecidos pelo relatório de
Brundtland, são:

1. retomar o crescimento;
2. alterar a qualidade do desenvolvimento;
3. atender às necessidades essenciais do emprego, educação, alimentação, saúde,
energia, água e saneamento;
4. manter um nível populacional sustentável;
5. conservar e melhorar, por meio da tecnologia, as bases dos recursos;
6. incluir o meio ambiente e a economia nas decisões que afetam a sociedade;

Sistemas indicadores de sustentabilidade


Nas últimas décadas foram desenvolvidos vários métodos e iniciativas, dentre as quais
podemos citar: medidas de princípios de sustentabilidade, contabilidade sustentável, relatório
de sustentabilidade, entre outras. Porém, alguns pontos precisam ser destacados em relação
aos métodos mencionados:

1) a falta de métodos para identificar aspectos relacionados aos processos de


produção;
2) a falta de um método que analise, de forma integrada, os diferentes indicadores de
desempenho para medir a sustentabilidade de maneira agregada;

Ferramentas para mensurar o desempenho sustentável


1. Dashboard of Sustentability (Painel de Sustentabilidade):
a. é um índice agregado de vários indicadores dentro de cada uma de suas
dimensões (socioeconômica, ambiental e institucional);
b. Sua apresentação visual conta com três conjuntos de indicadores de
desenvolvimento sustentável, mostrando as dimensões primárias da
sustentabilidade, levando em consideração a combinação das tendências
econômicas, ambientais e sociais, fornecendo informações quantitativas e
qualitativas sobre o processo em direção à sustentabilidade;
c. Uma função adicional calcula a média desses mostradores para que se possa
chegar a um índice de sustentabilidade global (SDI). Se o objetivo for avaliar o
processo decisório, calcula-se um índice de performance política (PPI);
2. Ecological Footprint Method (Pegada Ecológica):
a. transforma o consumo de matéria-prima e o aproveitamento de dejetos de
uma população, ou de um sistema econômico, em área correspondente de
terra ou água produtiva, tendo como resultado a medida de uma área de
ecossistema necessária para a sobrevivência de um sistema ou população;
b. calcula a área necessária para que a referida população ou um sistema
econômico sobreviva sem prazo definido, com essa área fornecendo energia e
recursos naturais e tendo a capacidade de absorver os resíduos ou dejetos do
sistema;
3. System of Assessment Method - SAM (Barômetro da Sustentabilidade):
a. Avalia as condições humanas e ambientais e o seu progresso em direção ao
desenvolvimento sustentável;
b. Seu uso é destinado a agências do governo, ONGs, e pessoas em geral
envolvidas em questões relativas ao desenvolvimento sustentável;
c. inicia com a definição do sistema e da meta, e então é feita a escolha de
indicadores por meio de um método hierarquizado para chegar aos
indicadores mensuráveis e seus critérios de performance;
i. Primeiro é decidido quais serão os objetivos para os subsistemas e
para os elementos, assim como os critérios de desempenho para os
indicadores, depois, elementos-chave de cada dimensão são
identificados.
d. Barômetro mostra seus resultados mediante índices representados em um
gráfico. Quanto maior o número de indicadores, maior será o número de sinais
observados;
e. A escala de desempenho para cada indicador é dividida em cinco intervalos,
que representam condições que variam de sustentável a insustentável. A
hierarquia do sistema assegura que um grupo de indicadores confiáveis retrate
de forma adequada o estado do meio ambiente e da sociedade;
f. É uma maneira lógica de transformar conceitos gerais de bem-estar, progresso
e desenvolvimento sustentável, em um grupo concreto de condições humanas
e ecológicas;
4. Adaptação do Método de Análise de Processo (MAP):
a. produzir um conjunto de indicadores de sustentabilidade que sejam objetivos,
compreensivos e relevantes para o alvo da operação do negócio, além de
possuir uma metodologia baseada na análise de processos que compreende a
operação de negócios a ser avaliada, expondo relações de “causa e efeito”.
i. Primeiro, o método começa com uma grande e profunda revisão da
operação do negócio, em que se identificam prioridades como
desenvolvimento econômico, proteção e melhoria do meio ambiente,
desenvolvimento social, bem-estar humano, entre outros.
ii. No próximo passo se define a fronteira do sistema, regido por escalas
temporais (período sobre o qual os impactos das operações de
negócios são considerados) e espaciais (tamanho físico do sistema).
iii. O elemento final no Quadro de Sustentabilidade será a escolha das
métricas (medem a magnitude do impacto causado), que darão um
valor para cada indicador.
Certificações ambientais
1. Selos ambientais
a. são uma garantia de que certo produto está em conformidade com o meio
ambiente e foi produzido de maneira sustentável;
i. International Organization of Standardization ou Organização
Internacional para Padronização (ISO):
1. é uma entidade cujo objetivo é aprovar normas internacionais
em todos os campos técnicos, como: classificação de países,
normas de procedimentos e processos e normas técnicas. No
Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT);
ii. Rótulo Ecológico:
1. é uma certificação colocada no produto que atesta quais os
produtos e serviços são mais “amigos” do meio ambiente;
2. As empresas interessadas devem solicitar o selo por meio do
preenchimento de um formulário próprio e encaminhá-lo por
e-mail;
iii. Programa Carbon Free ou Carbono Livre:
1. serve para empresas que contabilizam e compensam suas
emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) por meio da
Iniciativa Verde;
2. ONG responsável calcula qual é o seu potencial de emissão de
carbono e indica uma maneira compensatória de neutralizar a
emissão. Uma maneira compensatória é o plantio de árvores
nativas da Mata Atlântica em Áreas de Preservação
Permanente (APP);
iv. Conselho Brasileiro de Manejo Florestal:
1. é voluntária e seu processo começa com uma organização
independente (certificadora) realizando uma vistoria em um
empreendimento florestal, de maneira a atestar o
cumprimento das questões ambientais, econômicas e sociais
pertencentes aos Princípios e Critérios do Conselho de Manejo
Florestal (FSC) OBS: O FSC Brasileiro não emite certificado,
quem é responsável por essa função são as certificadoras,
que avaliam as operações de manejo florestal para conceder
ou não o direito de usar o selo FSC nos produtos. Também
cabe a elas a auditoria nas operações certificadas e a
precificação e cobrança por seu serviço. Podemos resumir o
processo em macro etapas:
a. Contato inicial – A operação florestal entra em
contato com a certificadora;
b. Avaliação – Análise geral do manejo, da
documentação e da avaliação de campo com o
objetivo de preparar a operação para receber a
certificação. Além disso, nessa fase são realizadas as
consultas públicas, quando os grupos de interesse
podem se manifestar;
c. Adequação – Após a etapa de avaliação, a operação
florestal deve adequar as não conformidades (se
existirem);
d. Certificação da operação – A operação florestal
recebe a certificação. Nessa etapa, a certificadora
elabora e disponibiliza um resumo público;
e. Monitoramento anual – Após a certificação, a
certificadora realiza pelo menos um monitoramento
da operação ao ano;
2. A utilização deste selo exige a obediência de 10 critérios e
princípios:
a. Obediência às Leis e aos Princípios do FSC;
b. Responsabilidades e direitos de posse e uso da terra;
c. Direitos dos povos indígenas;
d. Relações comunitárias e direitos dos trabalhadores;
e. Benefícios da floresta;
f. Impacto ambiental;
g. Plano de Manejo;
h. Monitoramento e avaliação;
i. Manutenção de florestas de alto valor de conservação;
j. Plantações.
v. Selo Verde do CNDA:
1. atesta a qualidade ecológica e socioambiental do produto ou
serviço que tenha o apoio da sociedade civil;
2. as empresas precisam comprovar, periodicamente, por meio
de laudos técnicos, que o ciclo de vida de seus produtos é
sustentável e que são “amigáveis” para todos os seres vivos do
planeta;
3. Os produtos oferecidos pelas empresas que desejam o selo
não podem prejudicar a vida e nem utilizar recursos naturais
de forma desenfreada, obedecendo às exigências e normas
internacionais de proteção ambiental;
4. Uma variação do selo verde é o Selo de empresa amiga do
meio ambiente, porém, este possui requisitos mais brandos do
que os necessários para a outorga do selo verde, uma vez que
é apenas a vontade do ajustamento de conduta ou a influência
benéfica sobre terceiros;
5. Os selos CNDA são conhecidos como: Green label, Green Seal,
entre outros nomes.
vi. ECOCERT:
1. certificação para produtos orgânicos;
2. A ECOCERT não cobra porcentagem em cima dos produtos
comercializados e nem pelo uso do logotipo.
3. Certificações:
a. certificação de produtos orgânicos;
b. eco produtos;
c. cosméticos orgânicos e naturais;
d. comércio justo (ESR Brasil);
e. selos vegetarianos (SVB);
f. bem-estar animal (Certified Humane Brasil);
g. certificação socioambiental;
h. atestado de insumo.
vii. IBD:
1. produtos orgânicos que atua no Brasil e na América do Sul;
2. Requisitos:
a. o produto não possua nenhuma intervenção química, como
o uso de agrotóxicos e fertilizantes artificiais;
b. desintoxicar o solo;
c. não utilizar adubos químicos e agrotóxicos;
d. atender às normas ambientais do Código Florestal
Brasileiro;
e. recompor matas ciliares, preservar espécies nativas e
mananciais;
f. respeitar as normas sociais baseadas nos acordos
internacionais do trabalho;
g. respeitar o bem-estar animal;
h. desenvolver projetos sociais e de preservação ambiental.
viii. Selo PROCEL:
1. promove o uso racional e eficiente da energia elétrica e dos
recursos naturais nas edificações, visando a redução dos
impactos negativos ao meio ambiente e redução do
desperdício.
ix. Selo EURECICLO de Logística Reversa:
1. instrumento ambiental;
2. promoção de reciclagem com responsabilidade social, pois,
mediante compensação ambiental, conecta marcas de bens de
consumo com recicladores;
a. Realiza-se a ponte entre as cooperativas de reciclagem
e as empresas, o que permite a venda de créditos de
reciclagem;
b. Créditos de reciclagem comprovam que a empresa
está pagando pela reciclagem da mesma quantidade
de resíduos colocada no mercado;
c. A comprovação é realizada pela apresentação de
Notas Fiscais que são verificadas na Receita Federal;
d. A confiabilidade do sistema é dada pela plataforma
tecnológica de rastreio das Notas Fiscais, pelos
relatórios de compensação ambiental gerados e pela
proteção jurídica em relação à PNRS;
e. Assim, as empresas recebem o selo, que é inserido em
suas embalagens para informar ao consumidor o
engajamento com a reciclagem e o certificado que
comprova sua adequação à PNRS;
03 Logística
competitiva
Reversa como

Responsabilidade Socioambiental e Logística Reversa nas empresas


estratégia

Algumas atitudes podem ser adotadas a fim de aumentar a competitividade, como


fatores responsáveis temos:

1. a aplicação da LR proporciona benefícios ambientais que contribuem para o ganho de


competitividade das empresas, passando a imagem de serem socialmente
responsáveis;
2. a rentabilidade da empresa é refletida na redução de custos e na política liberal de
retorno;
3. a utilização da LR oferece uma diferenciação estratégica na imagem corporativa e
mostra um posicionamento como empresa cidadã, além de aumentar o valor da sua
marca e dos seus produtos no mercado.

Indicadores na Área Financeira


1. Indicadores econômico-financeiros: aqui, encontram-se indicadores de liquidez,
atividade, lucratividade e endividamento. Percebemos que a Logística Reversa pode
ser uma atividade atrativa para muitas empresas, não só pelo valor ambiental, mas
também pelo retorno de algum recurso financeiro, a partir dos produtos e resíduos
que voltam para a empresa.
2. Valorização de ações: as vantagens concretas para os acionistas vêm da confiabilidade
de instituições financeiras em conceder empréstimos para empresas que geram valor
social e ambiental, entende? Nesse processo, práticas de responsabilidade social
elevam o valor da empresa no mercado, tornando-as mais atrativas, e o valor do
acionista ainda pode ser analisado pelo resultado agregado de uma série de fatores,
como eficiência operacional, eficiência financeira, crescimento rentável e
racionalização do capital.
3. Acesso ao capital: o uso da Logística Reversa como meio de melhorar a imagem de
uma empresa é uma prática comum e gera aumento do valor da marca e de sua
reputação, colocando-a no mercado das empresas socialmente responsáveis. Em
relação a isso, vemos que instituições financeiras, no momento de conceder
empréstimos ou realizar investimentos, fazem uso de listas de verificação de caráter
social e ambiental.

OBS: link para a ISE B3

Alguns efeitos podem ser notados ao investir em responsabilidade social, como:

1. Diretos: estão relacionados com aspectos internos, como proteção ao meio ambiente,
aumento de produtividade, aproveitamento adequado de recursos naturais, melhor
organização do trabalho, entre outros.
2. Indiretos: dizem respeito ao aumento de investimentos e possibilidades de
financiamento e à grande atenção dos consumidores na marca, aumentando a
possibilidade de mercado.
Indicadores na Área Terciária e Marketing
1. Fidelização da clientela;
2. Valor da marca e reputação;

Indicadores na Área de Operações


1. Eficiência operacional: define-se como a capacidade de produzir resultados
(produtividade) com o mínimo de esforço e recurso (custos). Aqui, o uso da LR gera
ganhos na competitividade e na economia, a partir da adoção de componentes e
materiais reciclados.
2. Licença para operar: refere-se ao nível de aceitação da companhia pelas partes
interessadas, como governos, políticos, comunidade local, público em geral — pode
incluir a licença obrigatória por legislação.

Indicadores na Área de Desenvolvimento


inovação é de suma importância para a estruturação dos canais reversos, trazendo a
possibilidade de aproveitar melhor os recursos a serem reciclados. E, em meio a esse contexto,
vemos que a tecnologia é um fator necessário para garantir as condições essenciais no
estabelecimento dos fluxos reversos de pós-consumo.

Área de RH
1. participação nos lucros e no capital da empresa;
2. possibilidade de crescimento profissional;
3. oferecimento de cursos e capacitações;
4. respeito à empregabilidade;

Vantagens na utilização da LR
1. Diferenciação da imagem corporativa: isto se mostra no posicionamento da empresa
como empresa cidadã, de modo a agregar valor à sua marca e aos seus produtos;
2. Razões competitivas: vê-se aqui o uso de estratégias que diminuam as barreiras no
momento da troca dos produtos e no retorno dos resíduos, desenvolvendo um
atendimento diferenciado e fidelizando seus clientes;
3. Restrições ambientais: um bom exemplo de restrição é o avanço das legislações
ambientais, no sentido de responsabilizar as empresas por todo o ciclo de vida dos
seus produtos de modo a colaborarem com o desenvolvimento sustentável;
4. Redução de custos: as empresas têm obtido ganhos consideráveis com a produção de
matérias-primas, a partir de produtos reciclados e com o retorno de embalagens
retornáveis, isso gera, por efeito, uma melhoria dos processos da LR e uma redução
custos;

Logística Reversa: conceitos básicos e práticas operacionais


Logística e cadeia de suprimentos
Políticas básicas da Supply Chain:

1. o foco é a satisfação dos consumidores;


2. as estratégias são voltadas para conquistar a fidelidade dos consumidores finais;
3. todas as atividades ligadas à continuidade do fluxo, desde o processamento de
pedidos até a entrega, precisam ser gerenciadas de maneira eficiente e eficaz;
Práticas operacionais

Tabela da LR 1

Sistemas de Logística Reversa (SLR)


A implantação da LR no brasil pode ser listada com alguns tópicos:
1. Modelo Operacional:
a. Estabelece parcerias com associações e cooperativas para suporte operacional
aos SLR.
b. Estabelece um comitê de acompanhamento da implantação do sistema, de
forma a implementar os ajustes necessários para a eficácia do modelo.
c. Detalha o fluxo de informações e interfaces com o Sistema Nacional de
Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR).
d. Detalha as condições e o processo de formalização e cadastro das
organizações gestoras.
2. Incentivo a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I):
a. Fomenta a pesquisa para o desenvolvimento de novas técnicas de reciclagem.
b. Aplica as matérias-primas recicladas e o ecodesign.
c. Estabelece taxas de reciclabilidade para as embalagens.
d. Define critérios de qualidade para produtos elaborados com matéria-prima
secundária.
e. Cria banco de dados para acesso às informações sobre o mercado de matéria-
prima.
f. Promove o mercado de matéria-prima secundária, com especificações técnicas
e ambientais.
3. Infraestrutura:
a. Especifica técnicas para infraestruturas de descarte, recebimento e triagem.
b. Constrói um fluxo de LR sólido.
c. Apresenta a necessidade de conhecimento sobre a capacidade do parque
reciclador nacional.
d. Localiza e qualifica as infraestruturas existentes, com reforço às capacidades
instaladas para alguns setores.
4. Legislação ambiental:
a. Define condições técnicas para a certificação de recicladoras que comporão o
sistema.
b. Define critérios técnicos para o licenciamento ambiental dos pontos de
recebimento/triagens e veículo dos SLR.

Fatores que influenciam a eficiência da LR


1. Controle de entrada:
a. o estado dos materiais que retornam precisa ser identificado corretamente
para, depois, seguir o fluxo reverso ou não. Se o controle de entrada não for
bem executado, o processo subsequente pode ser dificultado, de modo que
está sujeito ser, ainda, fonte de atrito entre consumidores e fornecedores. A
chave para esta questão está no treinamento de pessoal, e um bom exemplo
disso é o controle de entrada identificar os produtos que podem ser
revendidos, recondicionados ou totalmente reciclados;
2. Padronização e mapeamento de processos:
a. a Logística Reversa precisa ter procedimentos corretamente mapeados,
formalizados e tratados como um processo regular para a empresa, pois só
assim se obtém controle e melhoria contínua.
3. Tempo de ciclos reduzidos:
a. quanto maior o tempo do ciclo do produto, maiores serão os custos
desnecessários, pois isso acarreta no atraso da entrada de capital em
decorrência da venda do resíduo, além de ocupar espaço na empresa.
Ressaltamos aqui que o tempo de ciclo se refere ao tempo entre a
identificação da necessidade de reciclagem e da disposição ou do retorno de
produtos e o seu efetivo processamento.
4. Sistema de informação:
a. a aquisição ou o desenvolvimento de sistemas de informação é um grande
desafio, mas passa a ser uma ferramenta fundamental para medir o tempo de
ciclo, rastrear o retorno, medir o desempenho de fornecedores, obter
informações para negociações e melhoria de desempenho. Os sistemas de
Logística Reversa exigem flexibilidade e níveis de variação que são difíceis de
se obter no mercado.
5. Rede logística planejada:
a. é preciso implementar uma infraestrutura logística adequada para lidar com os
fluxos de entrada de materiais usados e saída de materiais processados. Uma
boa solução para isso é a instalação de centrais dedicadas ao recebimento, à
separação, ao armazenamento, ao processamento, à embalagem e à
expedição de materiais retornados.
6. Colaboração entre clientes e fornecedores:
a. os conflitos relacionados à responsabilidade pelos danos do produto
costumam ser comuns entre varejistas e indústrias. Varejistas culpam o
transporte e a fabricação pelos defeitos, em contrapartida, os fornecedores
suspeitam de abusos por parte dos varejistas, de maneira a causar problemas
de confiança em casos de devoluções. Para que o fluxo reverso seja eficiente e
avance num contexto semelhante, é preciso que haja uma relação
colaborativa entre as partes envolvidas.

Modelos de gerenciamento de Logística Reversa


Algumas operações devem ser seguidas, que são:

1. Planejamento do processo:
a. a definição do escopo do processo com a definição dos produtos e materiais
pós-consumo a serem processados.
2. Planejamento da cadeia:
a. na Logística Reversa, os consumidores e fornecedores ainda não se encontram
estabelecidos ou atuando de forma colaborativa. Com isso, a identificação,
contratação e capacitação de parceiros passam a ser etapas preliminares do
processo.
3. Projeto da Logística Reversa
a. esta etapa requer algumas atividades, como as que listamos a seguir.
i. Identificação ou estimativa da frequência de descarte e dos volumes
gerados por tipo de produto.
ii. Definição de rotas e meios de transporte para o recolhimento do
produto ou do material pós-consumo.
iii. Definição dos volumes mínimos a serem coletados e da frequência de
coleta.
iv. Definição de etapas de pré-processamento como triagem ou
desmontagem (total ou parcial).
v. Definição da necessidade de pontos de transbordo.
vi. Estabelecimento de parcerias para redução dos custos ou da redução
do tempo de processamento.
vii. Definição dos procedimentos de destinação.
4. Coleta:
a. inicialmente, pressupõe-se que uma das atividades realizadas aqui seja a
identificação das fontes geradoras, dos tipos de materiais e volumes gerados.
Em seguida, vem a assistência técnica e a devolução feita diretamente pelo
consumidor ou por meio de cooperativas, associações e catadores
independentes.
b.
c. De acordo com a cadeia produtiva, a coleta pode ser realizada a partir de
Postos de Entrega Voluntária (PEV) ou em parcerias com empresas que já
possuem grande conhecimento em operações de Logística Reversa, como os
Correios.
5. Triagem:
a. aqui, há a seleção manual ou a mecânica de materiais, componentes e
produtos, para que seja identificada sua aptidão ao reuso ou à revenda
imediata.
6. Teste:
a. em caso de componentes e produtos aptos ao reuso e à revenda após o
recondicionamento, há os testes, mas para dar continuidade ao processo, é
preciso que o produto tenha as condições mínimas de funcionalidade e
verificação dos critérios de segurança.
7. Armazenagem:
a. às vezes, é preciso que haja a armazenagem para se atingirem os volumes
mínimos viáveis economicamente para os processos de transporte e
reciclagem. Para os demais processos, esta atividade pode ser suprimida.
8. Remanufatura:
a. neste momento, há o processo de limpeza e reparo com o objetivo de
restaurar as funcionalidades de componentes ou produtos danificados.
Componentes recondicionados atuam como componentes no
recondicionamento de outros produtos pós-consumo. Em alguns casos, esta
etapa já faz parte da de remanufatura.
9. Manufatura reversa:
a. consiste no conjunto de processos constituídos, algumas ou todas das
seguintes etapas: recebimento de produtos e materiais pós-consumo,
armazenagem, pré-processamento, processamento, desmontagem,
descaracterização, rastreabilidade, balanço de massa, gestão de estoque e
venda.
10. Revenda:

a. pode ocorrer a partir de alguns canais, como os que listamos a seguir.


11. Pós-consumo a partir do fabricante:
a. empresas atuantes em modalidades de aluguel ou de comodato de
equipamentos realizam a revenda destes após manutenção ou reparos, como
é o caso da empresa Xerox e das suas copiadoras.
12. Pós-consumo a partir do consumidor:
a. é um mecanismo ainda pouco utilizado em função da grande variação dos
preços praticados e do custo do transporte, pois o consumidor anuncia o
produto ou o material por meio de bolsas de resíduos.
13. Pós-venda:
a. ocorre quando os produtos são devolvidos aos fabricantes (por diversos
motivos) e estes realizam a triagem, a destinação e a revenda com ou sem a
desmontagem do produto. A assistência técnica nada mais é do que um
segmento produtivo credenciado para a revenda de produtos
remanufaturados. Essa alternativa está em crescimento no setor de
equipamentos eletroeletrônicos. O credenciamento, em alguns casos, inclui a
emissão de Nota Fiscal e a concessão de garantia na revenda para produtos
que passaram por reparos ou foram remanufaturados.
14. Destinação:
a. quando ocorre confirmação da impossibilidade de reuso direto ou indireto,
mediante testes e recondicionamento, o produto, os seus componentes ou os
materiais seguem para destinação, que, de acordo com a PNRS, pode ser
reuso, reciclagem, incineração e disposição final em aterro. A forma da
destinação vai depender da composição, do volume, da condição e da
proximidade de unidades de reprocessamento.

Algumas avaliações de desempenho são utilizadas nos processos logísticos, como uma
das mais casuais, temos:
1. nível de emissões, quantidade de efluentes e volume de resíduos sólidos gerados pelos
processos logísticos;
2. custos logísticos;
3. nível de utilização e eficiência dos recursos logísticos;
4. disponibilidade e demanda sobre os recursos logísticos;
5. nível de serviço logístico, com o objetivo de avaliar o desempenho logístico como
disponibilidade de materiais nos pontos de uso, tempo de resposta a solicitações dos
clientes, capacidade de customização de serviços, serviços agregados etc.

Exemplos de empresas que utilizam a LR:

1. McDonald’s:
a. Óleo de soja é reutilizado para produção de biocombustível para os próprios
abastecimentos dos caminhões da empresa, conversão feita pela Martin-
Brower;
2. Pão de Açúcar:
a. Estações de recebimento de materiais recicláveis;
b. Programa Caixa Verde;
c. Alô Recicle;
i. Parceria com a NOKIA
3. NOKIA:
a. Programa ‘’We:recycle’’, coleta de aparelhos;
4. HP:
a. Programa ‘’HP Planet Partners Brasil’’, coleta de cartuchos e toners usados;
5. Boticário:
a. Programa de Reciclagem de Embalagens;
6. Natura:
a. Programa EKOS, coleta de embalagens, além de apontar alguns temas:
i. Biodiversidade:
1. o uso sustentável da biodiversidade é a principal plataforma
tecnológica da Natura e esse objetivo tornou-se mais evidente
a partir do ano de 2000, com o lançamento da linha EKOS. O
aprendizado e os resultados associados à gestão da linha EKOS
têm consolidado na empresa uma especial atenção à região
amazônica. Embora ativos da biodiversidade encontrados em
outras regiões do país sejam utilizados nessa e em outras
linhas de produtos, a região amazônica desempenha um papel
relevante no portfólio de ativos.
ii. Amazônia:
1. o Programa Amazônia visa fomentar cadeias sustentáveis, o
que inclui novos negócios, a partir de uma perspectiva
científica, inovadora e empreendedora, considerando o
patrimônio natural e cultural da própria região.
iii. Gases do Efeito Estufa (GEE):
1. em 2007, a empresa criou o Programa Carbono Neutro, por
meio do qual concentra seus compromissos em relação à
gestão das emissões de GEE que decorrem do negócio. A
compensação/neutralização de emissões de GEE se dá
mediante o apoio a projetos socioambientais, cuja
implantação resulta em redução de emissões em atividades
não relacionadas à operação da empresa.
2. Em 2008, o resultado do inventário aponta para pouco mais de
188 mil toneladas de CO2 e de emissões absolutas (ou 3,57 kg
de CO2 e/kg produto), considerando-se não apenas as
operações da empresa em suas unidades (17% das emissões),
mas também etapas à montante e à jusante de sua posição na
cadeia, como exemplo:
3. extração e transporte de matérias-primas e embalagens
(38%);
4. processos internos de beneficiamento e manufatura que se
dão nos fornecedores e de transporte até a Natura (9%);
5. transporte de mercadorias desde a Natura até as CN e, então,
até os consumidores (16%);
6. descarte final de produtos e embalagens (20%).
iv. Impacto dos produtos:
1. quanto ao impacto dos seus produtos, a abordagem da Natura
considera todo o ciclo de vida do produto: busca a redução de
impactos causados ao longo da produção, da distribuição e do
consumo das mercadorias da empresa, sendo prioridades a
gestão de resíduos sólidos e o consumo de água.
7. Unilever:
a. Coleta de embalagens;
8. Bridgestone Pneus:
a. Coleta de pneus;
9. Suzano Papel e Celulose:
a. Programa Investimento Reciclável;
i. Parceria com a Tetra Pak;
10. Philips:
a. Postos de coletas para descarte de lâmpadas, aparelhos e pilhas;
11. Coca-Cola:
a. Estabeleceu três tipos de embalagens:
i. PET:
1. são vantajosas, porque acarretam economia de combustível e
emissões reduzidas pelo transporte mais “leve” de um mesmo
volume da bebida transportada em garrafas de vidro. Em
2007, a ANVISA, autorizou a produção de novas embalagens
PET a partir de resina de PET reciclada, o que significou em um
aumento de 15% na reciclagem de garrafas no país,
disseminando a atuação de catadores.
ii. De vidro:
1. apresentam desvantagens e vantagens em relação à garrafa
PET, pois representam alto custo logístico em função do peso,
alto consumo de combustível e maior ocorrência de quebras,
com perdas de embalagem. Elas ainda tendem a ser banidas
de grande parte dos eventos e áreas públicas por conta do
risco de quebra e acidentes com o vidro. Como vantagem,
tem-se a preservação do gás da bebida e a possibilidade de
reuso.
2. No ano de 2000, a Coca-Cola lançou uma garrafa de vidro com
especificações melhoradas (40% mais resistente e 20% mais
leve) com o objetivo de atender a critérios de sustentabilidade
e, com isso, conquistar um público diferenciado.
iii. De alumínio:
1. possuem baixo peso (um pouco superior ao da embalagem em
PET), são facilmente compactadas e apresentam maior
potencial de reciclabilidade que a embalagem PET,
considerando-se aspectos técnicos e mercadológicos.

Coprocessamento
É a integração dos processos de queimas de resíduos sólidos industriais, e a fabricação
de itens que precisam de altas temperaturas em seus processos produtivos. Segundo a Res. do
CONAMA no 264/1999 estabelece duas classes de resíduos sólidos que podem ser
coprocessados: os que podem substituir matérias-primas, e os altamente energéticos
utilizados como combustíveis alternativos. No último caso, vemos alguns tipos de substitutos
comburentes, como:
1 Combustíveis:
a. Solventes, resíduos oleosos e resíduos têxteis.
b. óleos usados (de carro e fábricas).
c. Pneus usados e resíduos de picagem de veículos.
d. Graxas, lamas de processos químicos e de destilação.
e. Resíduos de empacotamento e de borracha.
f. Resíduos plásticos de serragem e de papel.
g. Lama de esgoto, ossos de animais e grãos vencidos.
h. Resíduos do agronegócio.
i. Combustíveis derivados de resíduos urbanos.
E no primeiro caso, temos alguns exemplos de matéria-prima como:
2 Matérias-primas
a. Lama com alumina (alumínio).
b. Lamas siderúrgicas (ferro).
c. Areia de fundição (sílica).
d. Terras de filtragem (sílica).
e. Refratários usados (alumínio).
f. Resíduos da fabricação de vidros (flúor).
g. Gesso, cinzas e escórias.
h. Resíduos da perfuração de poços de petróleo.
i. Solos contaminados dos postos de combustíveis.
Neste procedimento, algumas vantagens podem ser destacadas, como uma atividade
mais segura para o trabalhador e até para a comunidade, e como exemplos, temos:
 atendimento à legislação ambiental existente;
 procedimento de aceitação e controle de resíduos;
 garantia da qualidade do clínquer coprocessado;
 garantia do processo produtivo;
 controle e proteção da saúde do trabalhador;
 sistemas de proteção ambiental como filtros de alta eficiência que controlam a
emissão de material particulado na atmosfera, além do monitoramento das emissões
de outros poluentes que garantem proteção à comunidade e aos trabalhadores das
áreas de processamento.
Já para o meio ambiente, têm-se:
 Preservação dos recursos naturais.
 Redução das emissões dos gases que causam efeito estufa.
 Diminuição do passivo ambiental.
 Possibilidade de crescimento de outras tecnologias adequadas de destinação.
Para o meio social:
 Geração de empregos diretos e indiretos.
 Contribuição para a erradicação dos lixões e melhoria da saúde.
Para o meio econômico:
 Aumento da vida útil de aterros sanitários.
 Diminuição dos custos de energia térmica.
O coprocessamento de pneus é um assunto muito recorrente na logística reversa, e que
trazem benefícios imensuráveis à comunidade, reduzindo problemas de saúde pública e
ambiental, Desde sua inauguração, no ano de 1999, até o ano de 2019, foram coletados e
destinados, aproximadamente, 5,23 milhões de toneladas de pneus inservíveis, equivalente a
1,04 bilhão de pneus de carros de passeio. Os pontos de coleta desde 2010, passaram de 576
para 1053, além do aumento em 50,96% na quantidade de pneus recuperados, saindo de 312
mil toneladas, para 471 mil.
04 Economia circular
Originada na Revolução Industrial do século XVIII, a obsolescência era planejada afim
de incentivar a substituição de bens, gerando maior lucro as empresas. Esta estratégia se
mostra em constante desuso, devido a sua pouco importância com o meio ambiente e com
resoluções de problemas sociais. Entretanto, esse modal é modificado inerente a
contemporaneidade e estando adequada a fins societários, levando o descarte ao meio
ambiente, mas de forma ecológica, sendo um ciclo de desenvolvimento positivo e contínuo,
preservando e valorizando o capital natural, otimizando a produção de recursos e diminuindo
os riscos do processo. O modelo abrange algumas propostas de modelo econômico,
integrando: ecologia industrial, engenharia do ciclo de vida, gestão do ciclo de vida, economia
de performance, entre outros.

A economia circular tem seus princípios norteadores básicos, baseado em 3 pilares:

1 preservação e aprimoramento do capital natural, de maneira a controlar os estoques


finitos e equilibrar os fluxos de recursos renováveis;
2 maximização do rendimento dos recursos, reduzindo seu desperdício e fazendo
circular os produtos e seus componentes com projetos elaborados visando a
remanufatura, reforma e reciclagem dos materiais;
3 estímulo à eficácia do sistema, excluindo dos projetos as externalidades negativas,
reduzindo danos e desperdícios focando em aumentar os impactos positivos para
todas as partes interessadas.

A economia circular engloba diversas fases das atividades, como:

1 Design dos processos, serviços e produtos: passa a prezar o desenvolvimento mais


durável, reparável e atualizável, de modo a permitir que sejam remanufaturados e
reciclados. Nesta fase, deve-se levar em conta que, ao final do ciclo de vida do
produto, ele poderá ser transformado em insumos para outras indústrias.
2 Menor uso de energia e matéria-prima: a implementação da reutilização,
remanufatura e reciclagem de produtos e materiais tenderá a diminuir a necessidade
de matérias-primas, reduzindo o uso de energia para a produção. Este aspecto muda a
educação, os valores e o comportamento de consumidores e produtores.
3 Leis e normas técnicas: para funcionar é preciso implantar leis específicas que
alcancem todos os aspectos das atividades sociais e econômicas.

O conceito ‘’cradle to cradle’’ significa: a circulação de todos os materiais como


nutrientes em ciclos técnicos ou biológicos, onde os sistemas se alimentam de restos de
outros sistemas. A economia circular possui três níveis:
1 Micro (empresa/individual):
a. Quando encorajadas a fazerem um design ecológico de seus produtos, e
acompanhar auditorias de produção mais limpa, tornando as informações
públicas conforme a sua produção mais limpa e seu desempenho ambiental.
2 Meso (parque industrial ou eco industrial):
a. Incentivar o desenvolvimento de parques e redes eco industriais, geradores de
benefícios para economia regional e para o meio ambiente natural. Utilizam
metodologias conhecidas como análise de fluxo de material e energia, análise
do ciclo de vida, emissões de CO2 e o retorno econômico;
3 Macro (eco cidades):
a. Promoção de atividade de produção e consumo sustentável;]
Alguns elementos de mindset são encorajadas na hora de transição, são eles:
1 escopo — inclui visão ampla, além das melhorias de eficiência do processo, de modo a
considerar os sistemas como uma fonte de ganho.
2 premissa — é preciso considerar as consequências das atividades (efetividade) e não
apenas a eficiência (fazer mais com menos).
3 proposta de valor — a Economia Circular é baseada no valor agregado nos recursos,
prezando por mantê-los no mais alto nível e por mais tempo.
4 foco — o lucro é importante, porém é obtido por meio de inovação e geração de novos
valores.
5 personas — a sociedade, os consumidores e os fornecedores precisam ser
considerados como parte integrante do negócio por intermédio dos valores que
agregam informações importantes sobre design de produtos inovadores e circulares, e
por fazerem parte da cadeia reversa de produtos.
6 ética — colaborar passa a ser mais importante do que competir
7 papel — objetivo de aproximar mais os clientes e criar certa fidelidade, pois a
experiência e o acesso passam a ser mais importantes do que a propriedade do
produto.
A economia circular já vem sendo divulgada e aperfeiçoada por meio das escolas de
pensamento a seguir: Design Regenerativo, economia de performance, cradle to cradle,
ecologia industrial. Alguns negócios circulares mudam com o decorrer do tempo, alguns
modelos são:
1 Produto como serviço:
a. A compra do produto garante alguns serviços, visando aumento da
durabilidade e na capacidade de reuso e compartilhamento do produto
2 Compartilhamento:
a. Existem o não monetizado e o monetizado:
i. Não monetizado:
1. Generosidade entre um comprador com um próximo. Existe a
redução da necessidade de propriedade e armazenamento de
bens.
ii. Monetizado:
1. Acordo financeiro entre organizações e usuários.
3 Insumos circulares:
a. Uso de matérias cabíveis de restauração ou que já foram restaurados, tanto
biologicamente como ciclos técnicos. No primeiro caso, condiciona o uso de
insumos não tóxicos, e no segundo a recuperação de materiais por meio da
desmontagem, coleta e recuperação dos ativos, aumentando assim a
longevidade das cadeias de valor e redução da dependência dos recursos
finitos.
4 Recuperação de Recursos:
a. Função de recuperação de valor e funcionamento de produtos.

Diferença entre logística verde, ecológica e reversa, e ecologia industrial,


simbiose industrial e parques eco eficientes
A verde/ecológica age em conjunto com a reversa, onde essa discute sobre a redução
do uso de embalagens descartáveis, do controle da poluição do ar e sonora, enquanto a
logística reversa é sobre o retorno do produto, marketing de retorno, processos de canais de
distribuição e mercados secundários. A ecologia industrial é um conjunto de propostas visando
revolução industrial, baseando-se na estrutura e no funcionamento dos ecossistemas naturais.
Os ecossistemas naturais ficam sendo responsabilizados pela natureza, com a criação do
ambiente e pela evolução da comunidade.

Já os ecossistemas industriais, se subdividem no fluxo de material e de energia entre


diferentes empresas, onde, alguns autores definem três perspectivas da ecologia industrial:
visão sistêmica, abrangente e integrada. A ecologia industrial possui alguns aspectos-chave
que devem ser considerados, como:

1 planejamento de produtos, processos e unidades produtivas, serviços e sistemas de


tecnologia de modo a possibilitar sua adaptação às inovações sustentáveis com
geração mínima de resíduos;
2 minimização da produção de resíduos e consumo de recursos em todas as atividades;
3 uso de alternativas, menos tóxicas possíveis, particularmente quando os materiais
serão dispersos no meio ambiente;
4 planejamento de produtos, processos e unidades produtivas para preservar a utilidade
dos materiais e energia utilizados na manufatura inicial;
5 planejamento de produtos físicos, não apenas para realizar a sua função pretendida,
mas também para serem reutilizados na criação de outros produtos no final da sua
vida útil atual.

Além disto, algumas áreas de atuação podem ser previstas pela ecologia industrial, como:

1 estudos do fluxo de energia e materiais (metabolismo industrial);


2 desmaterialização e descarbonização;
3 inovações tecnológicas e meio ambiente;
4 ecodesign (planejamento, design e avaliação do ciclo de vida);
5 design para o meio ambiente;
6 product stewardship (responsabilidade ampliada do produtor);
7 simbiose industrial;
8 parques eco industriais;
9 políticas ambientais orientadas ao produto;
10 ecoeficiência.

O funcionamento de ecossistemas industriais é célere, recomendado que as empresas


envolvidas possuam aproximadamente três quilômetros de distância, alguns eco parques
industriais são exemplares no assunto, como o ‘’Kalundborg’’ na Dinamarca, usando
reaproveitamentos diversos, ou ‘’Burnside Park’’ Halifax, Canadá, ‘’EcoPark de Tuen Mun’’
Hong Kong, ‘’Mini Usinas de Álcool Integradas, MUAIs,’’ São Paulo, Brasil.

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