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PROTEÇÃO

AMBIENTAL

Capítulo 05: RESÍDUOS


PROTEÇÃO
AMBIENTAL
1 Introdução
O colapso do saneamento ambiental no
Brasil chegou a níveis insuportáveis. A
falta de água potável e de esgotamento
sanitário é responsável, hoje, por 80%
das doenças e 65% das internações
hospitalares.
Além disso, 90% dos esgotos
domésticos e industriais são despejados
sem qualquer tratamento nos mananciais
de água. Os lixões, muitos deles
situados às margens de rios e lagoas,
são outro foco de problemas.
O debate sobre o tratamento e a
disposição de resíduos urbanos ainda é
muito negligenciado pelo Poder Público.
O que são Resíduos? A base do
conceito de sustentabilidade do mundo
moderno é transformar resíduos e
dejetos em coprodutos, produzindo
mais com menos impacto, isso significa
produzir de forma mais eficiente com
utilização racional da água, energia
madeira..
O conceito de lixo, está ligado a um
produto que foi descartado não tendo
valor nenhum, de preferencia não
tenhamos mais contato com ele.
Portanto, as causas do lixo é puramente
uma ação humana de descarte.
2 Classificação. Segundo o critério de
origem e produção, o lixo pode ser
classificado da seguinte maneira:
Doméstico: gerado basicamente em residências;
Comercial: gerado pelo setor comercial e de
serviços;
Industrial: gerado por indústrias (classe I, II e III);
Industrial: gerado por indústrias
(classe I, II e III);

Hospitalares: gerado por hospitais,


farmácias, clínicas, etc.;
Especial: podas de jardins, entulhos de
construções e animais mortos. De
acordo com a composição química. O
lixo pode ser classificado em duas
categorias: Orgânico e Inorgânico.
3 Resíduos Industriais

Segundo as normas da ABNT, resíduos


industriais são todos os resíduos no
estado sólido ou semi-sólido resultantes
das atividades industriais, incluindo lodos
e determinados líquidos,
cujas características tornem inviável seu
lançamento na rede pública de esgotos
ou corpos d´água ou que exijam para
isso soluções técnica e economicamente
inviáveis.
Classificação: Segundo a Norma
ABNT NBR 10 004 de 09/1987, os
resíduos sólidos industriais são
classificados nas seguintes classes:
a) Resíduos de Classe I:

Perigosos - Resíduos que, em função de


suas propriedades físico-químicas e
infecto-contagiosas, podem apresentar
risco à saúde pública e ao meio ambiente.
Devem apresentar ao menos uma
das seguintes características:
inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade e
patogenicidade.
b) Resíduos de Classe II:

Não Inertes - Aqueles que não se


enquadram na classificação I ou classe III.
Apresentam propriedades tais como:
combustibilidade, biodegradabilidade ou
solubilidade em água.
c) Resíduos de Classe III:
Inertes - Quaisquer resíduos que
submetidos a um contato estático ou
dinâmico com água, não tenham nenhum
de seus componentes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de
potabilidade de água definidos pelo
Anexo H da Norma 10.004,NBR.
4 IMPACTOS AMBIENTAIS

Resíduo Descartado Sem Tratamento:


Caso o lixo não tenha um tratamento
adequado, ele acarretará sérios danos ao
meio ambiente:
Poluição do Solo: alterando características
físico-químicas, representará séria ameaça
à saúde pública tornando-se ambiente
propício ao desenvolvimento de
transmissores de doenças, além do visual
degradante associado aos montes de lixo.
Poluição da Água: alterando
características do ambiente aquático,
através da percolação do líquido gerado
pela decomposição da matéria orgânica
presente no lixo, associado com as
águas pluviais e nascentes existentes
nos locais de descarga dos resíduos.
Poluição do Ar: provocando formação de
gases naturais na massa de lixo, pela
decomposição dos resíduos com e sem a
presença de oxigênio no meio, originando
riscos de migração de gás, explosões e
doenças respiratórias, se em contato
direto com os mesmos.
5 Destinação Final do Lixo
A destinação final e o tratamento do lixo
podem ser realizados através dos
seguintes métodos:
· Aterros sanitários (disposição no solo
de resíduos domiciliares);
· Reciclagem energética (incineração
ou queima de resíduos perigosos, com
reaproveitamento e transformação da
energia gerada);
·Reciclagem orgânica (compostagem da
matéria orgânica);
·Reciclagem industrial (reaproveitamento e
transformação dos materiais recicláveis);
·Esterilização a vapor e desinfecção por
microondas (tratamento dos resíduos
patogênicos, sépticos, hospitalares).
· Reciclagem orgânica
(compostagem da matéria orgânica);

·Reciclagem industrial
(reaproveitamento e transformação
dos materiais recicláveis);
·Esterilização a vapor e desinfecção
por micro-ondas (tratamento dos
resíduos patogênicos, sépticos,
hospitalares).
LIXÃO A CÉU ABERTO

O Lixão é o que há de mais primitivo em


termos de disposição final de resíduos.
Todo o lixo coletado é transportado para
um local afastado e descarregado
diretamente no solo, sem tratamento
algum.
Assim, todos os efeitos negativos para a
população e para o meio ambiente,
vistos anteriormente, se manifestarão.
Infelizmente, é dessa forma que a
maioria das cidades brasileiras ainda
"trata" os seus resíduos sólidos
domiciliares.
Figura 5.1 – Ilustração de um Lixão
Fonte: http://imperconsultoria.blogspot.com
7 ATERRO SANITÁRIO é um tratamento
baseado em técnicas sanitárias
(impermeabilização do solo/compactação
e cobertura diária das células de
lixo/coleta e tratamento de gases/coleta e
tratamento do chorume),
entre outros procedimentos técnico-
operacionais responsáveis em evitar os
aspectos negativos da deposição final do
lixo, ou seja, proliferação de ratos e
moscas, exalação do mau cheiro,
contaminação dos lençóis freáticos,
surgimento de doenças e o transtorno do
visual desolador com toneladas de lixo
amontoado.
Um exemplo de Lixão e Aterro Sanitário podem
ser vistos na figura abaixo:

Figura 5.2 – Ilustração de um Aterro Sanitário


Fonte: http://imperconsultoria.blogspot.com
Entretanto, apesar das vantagens, este
método enfrenta limitações por causa
do crescimento das cidades, associado
ao aumento da quantidade de lixo
produzido.
O aterro sanitário precisa ser associado
à coleta seletiva de lixo e à reciclagem,
permitirá que sua vida útil seja bastante
prolongada, além do aspecto altamente
positivo de se implantar uma educação
ambiental com resultado promissor na
comunidade,
desenvolvendo coletivamente uma
consciência ecológica, cujo resultado é
sempre uma maior participação da
população na defesa e preservação do
meio ambiente.
Devido a suas desvantagens, a
instalação de Aterros Sanitários deve
planejada sempre associada à
implantação da coletiva seletiva e de uma
indústria de reciclagem, que ganha cada
COMPOSTAGEM

É uma forma de tratamento biológico da


parcela orgânica do lixo, permitindo uma
redução de volume dos resíduos e a
transformação destes em composto a ser
utilizado na agricultura, como
recondicionante do solo.
Trata-se de uma técnica importante em
razão da composição do lixo urbano do
Brasil.
Figura 5.3 – Processo de Compostagem
Fonte: http://www.agendasustentavel.com.br/
INCINERAÇÃO

Tratamento baseado na combustão (queima)


do lixo. É um processo que demanda custos
bastante elevados e a necessidade de um
super e rigoroso controle da emissão de
gases poluentes gerados pela combustão.
Com o avanço da industrialização, a
natureza dos resíduos mudou
drasticamente.
A produção em massa de produtos
químicos e plásticos torna hoje em dia,
a eliminação do lixo por meio da
incineração um processo complexo, de
custo elevado e altamente poluidor. As
etapas do processo de incineração são:
1 Planta de incineração; 2 Reator; 3
Filtro para Reator; 4 Sistema de
Desnitrificação; 5 Chaminé; 6
Gás natural; 7 Trocador de calor; 8
Ventilador. Veja a Figura abaixo:

Figura 5.4 – Etapas do processo de incineração. Fonte: www.intensiv-filter.com


A incineração acaba gerando mais
resíduos tóxicos, tornando-se uma
ameaça para o ambiente e a saúde
humana. Os incineradores não resolvem
os problemas dos materiais tóxicos
presente no lixo.
Na verdade, eles apenas convertem
esses materiais tóxicos em outras
formas, algumas das quais podem ser
mais tóxicas que os materiais originais.
Inúmeras organizações internacionais
de defesa ambiental, inclusive o
Greenpeace, defendem a
implementação de estratégias e planos
que promovam a redução,
A reutilização e a reciclagem de
matérias, produtos e resíduos. A
incineração não tem lugar em um
futuro sustentável.
POLÍTICA DOS 5Rs, para controle do lixo
é preciso: REPENSAR, REDUZIR,
REUTILIZAR, RECICLAR E
REAPROVEITAR. Evitando dessa forma
que maior quantidade de produtos se
transformem em lixo.
Reciclando se prolonga a utilidade
de recursos naturais, além de
reduzir o volume de lixo. Exemplos:
A) Cacos de vidros são usados na
fabricação de novos vidros, o que
permite a economia de energia.
B) O reaproveitamento do plástico ajuda
a poupar petróleo e, portanto, dinheiro.
C) Reciclar Papel, além da economia,
significa menos árvores derrubadas.

Repensar este “R” tem o intuito de nos


fazer pensar e refletir sobre a
necessidade de tomar uma decisão
importante a da AÇÃO.
Ser educado, não é ter conteúdo
intelectual, é aquele que age e põe em
prática o que lhe toca, o que lhe
sensibiliza. É aprender e guardar para si
o que é bom, o que é lógico e correto.
Impermeabilização com 40 cm de Argila

Reduzir o lixo em nossas casas,


implica em reduzir o consumo de tudo o
que não é realmente necessário. Isto
significa rejeitar produtos com
embalagens plásticas e isopor,
preferindo as de papelão que são
recicláveis, não poluem o ambiente e
desperdiçam menos energia.
Reutilizar significa usar um produto de
várias maneiras. Como exemplos:
A) reutilizar depósitos de plásticos ou
vidro para outros fins, como plantar, fazer
brinquedos;
B) reutilizar envelopes, colocando
etiquetas adesivas sobre o endereço do
remetente e destinatário;
C) aproveitar folhas de papel rasuradas
para anotar telefones, lembretes,
recados;
D) instituir a Feira de Trocas para reciclar,
aproveitando ao máximo os bens de
consumo, como: roupas, discos,
calçados, móveis.
Reciclar é uma maneira de lidar com
o lixo de forma a reduzir e reusar. Este
processo consiste em fazer coisas novas
a partir de coisas usadas. A reciclagem
reduz o volume do lixo, contribuindo para
diminuir a poluição e a contaminação,
bem como na recuperação natural do
meio ambiente, assim como economiza
os materiais e a energia usada para
fabricação de outros produtos. Os
materiais recicláveis são: Papel;
Plástico; Metal; Vidro e Material
Orgânico.
Figura 5.5 – Processo de Reciclagem do Vidro
Fonte: www.ambientebrasil.com.br/
INFORMAÇÕES ADICIONAIS

-1990 – Ano de Inauguração do Lixão do Aurá.

-Belém, Ananindeua e Marituba produzem 90 mil


toneladas de lixo por mês que vão pro lixão do Aurá;

-São Paulo - produz 300 mil toneladas de lixo por mês.

-Nova Iorque - produz 780 mil toneladas de lixo por mês,


com uma diferença, lá o lixo é recolhido pelo governo e
pela iniciativa privada.

-25%dos alimentos produzidos no nosso país não chega a


mesa dos brasileiros vão pro lixo.

- 30% dos alimentos produzidos no mundo vão pro lixo.


Isto significa que 1 bilhão e 300 mil toneladas de
alimentos são desperdiçados.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

JÚNIOR, A. M. S. Educação Ambiental


e Gestão de Resíduo. Editora Rideel,
São Paulo, 2 edição, 2008.

JÚNIOR, A. M. S. Guia Prático de


Planejamento de Gestão Ambiental.
Editora Rideel, São Paulo, 2 edição,
2009.
MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual de
Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.
"A mente que se abre a uma
nova idéia, jamais voltará ao
seu tamanho original.”
Albert Einstein
OBRIGADO!
Tem preço
Alinham-se as plantas
As pedras, as casas
As pessoas, as palavras
De onde cifram tudo.
Sendo caixa forte,
A sabedoria, a poupança
O amor, o salário
O sentido das manhãs,
O gosto das auroras.

Banco extenso cruel de posse capitalista,


Tudo se comanda financeiramente
Alinhando e validando inclusive a morte.
Ganha-se com e em tudo,
Cifrando dados, dando preços a fome;
Onde a liberdade em nome da ordem e
Do progresso são valores da corrupção,
Um dia a natureza cobrará também
O seu preço. Gilton Moura – 20/07/16
Gilton Moura
Psicólogo Especialista em Educação Ambiental e
Gestão e Planejamento em Educação Profissional
E-mails:giltonrocha@yahoo.com.br

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