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GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS

Professora: Me. Renata Cristina de Souza Chatalov

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar as definições de resíduos sólidos bem como sua classificação.

• Demonstrar as características físicas, químicas e biológicas dos resíduos sólidos bem como seus impactos ambientais quando
destinados inadequadamente.

• Apresentar os aspectos e objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos

• Demonstrar conceitos de gerenciamento e as etapas pertinentes ao manejo de resíduos.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Definições e classificações dos Resíduos Sólidos

• Características dos Resíduos Sólidos e Impactos Ambientais

• Política Nacional de Resíduos Sólidos

• Gerenciamento e Manejo de Resíduos

Introdução
Neste nosso estudo vamos apresentar os conceitos de resíduos sólidos, que muitas vezes são tratados como sinônimos de lixo, que
é tratado por materiais descartados por atividades humanas.

Assim, os resíduos sólidos são constituídos por subprodutos que as atividades humanas oriundas do processo que as gerou, já
rejeitos são todos os resíduos que já não tem aproveitamento econômico por nenhum processo tecnológico existente e acessível.

Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com sua origem em: domésticos, industriais, de construção civil, de serviços
de saúde, de comércio, de portos, aeroportos, radioativos.

Também podem ser classificados de acordo com a NBR 10.004/2004 em classe I – Resíduos Perigosos, Classe II A Resíduos Não
Inertes e Classe II B Resíduos Inertes. Como resíduos perigosos (classe I) temos: pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes.
Exemplos de resíduos classe II A temos: papel, plástico, restos de alimentos. E classe II B temos: vidro, entulhos, tijolo.

Além disso, os resíduos apresentam características físicas: composição gravimétrica, peso específico, teor de umidade e
compressividade. Como característica química, temos: potencial hidrogeniônico (pH), poder calorífico, composição química,
relação carbono/nitrogênio. E as características biológicas se referem a população microbiana e os microrganismos presentes nos
resíduos sólidos.

É importante antes de implementar um processo de gerenciamento de resíduos sólidos, conhecer todas essas características, pois
elas podem influenciar no manejo correto.

Também será abordado os aspectos e objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a responsabilidade compartilhada
e o incentivo a logística reversa e a análise do ciclo de vida.

Vamos finalizar nossos estudos apresentando o manejo de resíduos sólidos e as formas de destinação final ambientalmente
adequadas.
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DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES DOS


RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos muitas vezes são denominados de lixo, sendo considerados como algo inútil, indesejável ou descartável, que
são compostos pelos restos das atividades humanas (MANO, PACHECO e BONELLI, 2010).

A Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) por meio da Norma Regulamentadora NBR 10.004/2004 define resíduos
sólidos como sendo:

aqueles que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
[...]

serviços e varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível (p. 01).

Classificação dos Resíduos


Assim, os resíduos sólidos são provenientes de várias fontes geradoras e apresentam características diferentes em sua
composição. Eles podem ser classificados de acordo com sua origem em:

• Resíduos domiciliares: são oriundos das atividades residenciais, por exemplo: sobras de alimentos, jornais, revistas, embalagens
plásticas, papel higiênico, copos descartáveis e uma grande variedade de itens.

• Resíduos comerciais: são provenientes de atividades comerciais e de serviços, são compostos por: papel, plásticos, orgânicos,
embalagens e outros;
• Resíduos públicos: são gerados a partir da limpeza pública urbana, logradouros públicos, feiras livres e outros, por exemplo areia,
folhas, galhos, e também temos aqueles que são descartados de forma inadequada pela população, como entulho, papéis, restos de
alimentos e embalagens;

• Resíduos de Serviços de Saúde (RSS): são provenientes de hospitais, clínicas odontológicas, consultórios veterinários, farmácias,
laboratórios e outros. São classificados em: Grupo A, B, C, D e E. Podemos observar sua classificação, de acordo com a RDC
ANVISA nº 306/04 e a Resolução do CONAMA 358/05 no Quadro 1.

Quadro 01 - Classificação dos RSS

Fonte: adaptado de Resolução 358/05 CONAMA e RDC 306/04

• Resíduos de portos, aeroportos e terminais rodoviários: oriundos de terminais, navios, aviões e veículos de transporte. Para
Monteiro et al. (2001) são provenientes do consumo dos passageiros dentro destes transportes, e a sua periculosidade está no
risco de transmissão de doenças que já foram erradicadas no país, além disso, a transmissão pode ocorrer por meio de cargas que
podem estar contaminadas, plantas e carnes, por exemplo.

• Resíduos agrícolas: gerados atividades agrícolas, e são compostos por embalagens de fertilizantes e defensivos agrícolas, rações,
resíduos de colheita e outros.
• Resíduos Industriais: provenientes das atividades industriais, tem características diversificadas, pois depende do produto que
está sendo fabricado. Para isso, é preciso conhecer previamente todo processo industrial com o objetivo de classificar o resíduo.
Dessa forma, pode ser adotada a NBR 10.004/04 da ABNT para se classificar os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II

A (Não-Inertes) e Classe II B (Inertes).

• Resíduos da Construção Civil: provenientes de obras, reformas. São compostos por materiais de demolição, entulhos, solos de
escavações, também podem conter componentes tóxicos como resíduos de tintas e solventes. São classificados de acordo com a
Resolução do CONAMA 307/02, em Classe A, B, C e D (Quadro 02).

Quadro 02 - Resíduos de Construção Civil

Fonte: adaptado de Resolução CONAMA 307 (2002).

• Resíduos Radioativos: são definidos como qualquer material resultante de atividades humana, que contém radionuclídeos em
quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas Instruções Normativas da Comissão Nacional de Energia Nuclear
- Norma CNEN-NE-6.02 – Licenciamento de Instalações Radioativas, e para o qual a reutilização é imprópria ou não prevista.

Existem vários tipos de resíduos radioativos, tais como:

a. Líquidos: apresentam-se como solvente aquoso e solvente orgânico.

b. Gasosos: constituem-se de radionuclídeos gasosos ou subprodutos de outros resíduos.

c.Sólidos: constituem-se de lixo radioativo em geral, como frascos, ponteiras para pipeta, micro placas, luvas, papel toalha,
membrana de nitrocelulose, géis radioativos, animais, sangue

A indústria nuclear é uma das poucas atividades com interferência humana que tem capacidade para
controlar totalmente os rejeitos que produz. Devido às características do material radioativo, a Eletrobras
Eletronuclear armazena e controla em tempo integral os rejeitos das usinas de Angra. Os rejeitos são
classificados pelo seu teor de radioatividade. Nas usinas de Angra, os rejeitos classificados como de baixa
radioatividade são materiais utilizados na operação das usinas, como luvas, sapatilhas, roupas especiais,
equipamentos e até fitas crepes. Depois de coletados e separados, estes materiais sofrem um processo de
descontaminação para reduzir seus níveis de radioatividade. Alguns materiais são triturados e prensados,
para ocuparem menos espaço e acondicionados em recipientes que bloqueiam a passagem dessa radiação.
Os resíduos de média radioatividade, compostos de filtros, efluentes líquidos solidificados e resinas são
acondicionados em uma matriz sólida de cimento e mantidos dentro de recipientes de aço apropriados.

Com o passar do tempo, esse material perde a radioatividade, mas até lá tem de ser encapsulado e
armazenado em depósitos isolados e monitorados.

Fonte: Eletronuclear (2017, online).

Classificação dos Resíduos pela NBR 10.004/04


A NBR 10.004 (ABNT, 2004) classifica os resíduos com base nos critérios de periculosidade, na qual são classificados em:

• Classe I - Resíduos Perigosos: são denominados como Classe I, segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) resíduos oriundos de
processos produtivos, em unidades industriais e fontes específicas. No entanto, resíduos perigosos também podem ser gerados em
domicílios e comércios. São considerados resíduos classe I: resíduos ou mistura de resíduos que por sua natureza (inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade) e por suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem
apresentar riscos à saúde pública, provando ou acentuando um aumento na mortalidade por incidências de doenças e riscos ao
meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de maneira inadequada (DERÍSIO, 2012). Como exemplos de resíduos classe I,
temos: pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, latas de tinta vazias, latas com solventes, embalagens de agrotóxicos, estopas
contaminadas.

• Classe II A - Não Inertes: apresentam as propriedades, a saber: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água
(ABNT, 2004). São exemplos de resíduos classe II A: orgânicos, papéis, plásticos, podas de árvores e outros.

• Resíduos da Classe II B - Inertes: não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos
padrões de potabilidade em água, com exceção dos aspectos cor, turbidez, dureza e sabor. Ocorrendo a impossibilidade do
enquadramento dos resíduos em pelo menos um dos critérios (tóxico, corrosivo, inflamável, reativo e patogênico) a mesma norma
estabelece a necessidade de que amostras dos mesmos sejam submetidas a ensaios tecnológicos (ABNT, 2004). São exemplos
desses resíduos: tijolo, vidro, entulho, concreto e outros. A Figura 01, resume a classificação dos Resíduos Sólidos de acordo com a
NBR 10.004 (ABNT, 2004).

Figura 01: Classificação dos Resíduos

Fonte: adaptada de NBR 10.004 (ABNT, 2004).

Essa classificação pode ser utilizada para classificação dos resíduos. Por exemplo, no caso de resíduos industriais. No entanto,
quando temos uma situação em que a origem do resíduo é desconhecida, o trabalho de classificação se torna mais complexo.
Mesmo com origem conhecida, muitas vezes é preciso enviar amostras de resíduos para ensaios em laboratórios especializados.
Periculosidade de um resíduo: Característica apresentada por um resíduo que, em função de suas
propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar:

a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices;

b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.

Fonte: ABNT (2004, p. 02)

A NBR 10004/04, nos traz um fluxograma das etapas necessárias para classificação de um resíduo (Figura 02).

Figura 02 – Caracterização e classificação de resíduos resíduos

Fonte: ABNT (2004, p. vi)


No caso de resíduos industriais, sua caracterização tem o início durante o processo industrial na qual originou o resíduo. É
importante que se tenha informações suficientes do processo que possam permitir a caracterização correta do resíduo, como por
exemplo, revisando fluxogramas, balanços de massa, localizando entradas e saídas. Também é importante analisar as
características físicas do resíduo, volume produzido bem como sua composição. Baseado nestas informações pode-se definir se o
resíduo é ou não conhecido, e verificar se o mesmo é encontrado no Anexo A ou B da NBR 10.004 (ABNT, 2004).

Caso o resíduo seja encontrado nas listagens do Anexo A ou B da norma NBR 10.004, automaticamente podemos classificá-lo com
perigoso (classe I). Caso não seja encontrado, é importante que seja verificado suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Caso não seja possível analisar estas características, o recomendado é
que seja feita coleta com amostras do resíduo e o encaminhe para laboratório especializado, para que sejam feitos testes de
classificação (SILVA, 2008).

CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS


SÓLIDOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
Um fato importante que foi abordado anteriormente é a necessidade de identificar o tipo de resíduo, bem como conhecer sua
fonte geradora, para que possa então ser caracterizado. Esta caracterização nos permite obter informações referentes às
características físicas, químicas e biológicas dos resíduos presentes em uma cidade que irá gerar informações e subsídios para um
correto tratamento e disposição final.

Dentre todos as tipologias de resíduos sólidos apresentados, os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) têm sua composição bastante
heterogênea, pois nele são encontrados desde resíduos orgânicos, recicláveis e até mesmo resíduos perigosos, como pilhas,
lâmpadas e baterias. Enquanto os resíduos industriais, aqueles provenientes de processos controlados, não têm grande variação
em sua composição.

Devido a estas circunstâncias, vamos apresentar as características dos RSU, no entanto, o conhecimento destas características
pode ser estendido aos demais para um gerenciamento correto de resíduos.

Características Físicas dos Resíduos Sólidos


Quanto a suas características físicas, os resíduos sólidos podem ser classificados em: composição gravimétrica, peso específico ou
aparente, teor de umidade e compressividade (MONTEIRO et al., 2001). O Quadro 03 apresenta essas características.

Quadro 03 - Características físicas dos resíduos sólidos

Fonte: adaptado de Monteiro et al. (2001).

A geração per capita está relacionada à quantidade de resíduos sólidos urbanos gerados diariamente e o número de habitantes de
determinada região (MONTEIRO et al., 2001). É estimado que a geração média de resíduos sólidos urbanos no Brasil é próxima de
1 kg por habitante/dia no país, padrão similar de alguns países da União Europeia (EEA, 2008).

No Brasil, podemos observar que mesmo sendo heterogêneo a predominância são resíduos orgânicos. Para Barcelos (2009), no
Brasil a fração de matéria orgânica na composição dos resíduos sólidos urbanos fica entre 50 e 80%. O Quadro 04 nos apresenta a
composição gravimétrica de algumas cidades do Brasil, podemos observar que independente do estado o maior percentual
concentra-se em resíduos orgânicos.

Quadro 04 – Composição gravimétrica de RSU em algumas cidades brasileiras (em


percentual %)

Fonte: adaptado de Santos (2011).

Podemos observar no Quadro 04, que ao conhecermos a composição gravimétrica dos resíduos, podemos pensar na elaboração de
projetos de gerenciamento de resíduos, como redução na fonte, segregação na origem, aproveitamento de recicláveis.
Características Químicas dos Resíduos Sólidos
As características químicas encontradas nos resíduos sólidos podem ser: pH, potencial calorífico e composição química. O Quadro
05 nos apresenta as características químicas dos resíduos sólidos.

Quadro 05 - Características físicas dos resíduos sólidos

Fonte: adaptado de Monteiro et al. (2001).

Características Biológicas dos Resíduos Sólidos


De acordo com Monteiro et al. (2001) é composta pela população microbiana e microrganismos patogênicos. É importante
conhecermos essas características para se pensar no desenvolvimento de inibidores de odores e retardadores e/ou aceleradores
da decomposição da matéria orgânica.

Vejam como é importante conhecer as características dos resíduos sólidos para se pensar seu
gerenciamento.

Fonte: a autora

Impactos Ambientais Causados pelos Resíduos Sólidos


Quando dispostos em locais inadequados (Figura 03), os resíduos sólidos podem causar: poluição do ar, do solo, das águas e visual
Figura 03 - Disposição inadequada de resíduos sólidos

Além disso, os resíduos sólidos quando entram em decomposição gera o chorume. Par Braga et al. (2005) o lixiviado, conhecido
como chorume é uma é o líquido resultante do processo de putrefação de matérias orgânicas, como característica é viscoso,
escuro, possui odor muito forte e desagradável, em função da grande quantidade de matéria orgânica presente no chorume,
consuma atrair vetores e microrganismos que podem contribuir com a proliferação de doenças aos seres humanos.

Esse lixiviado quando não tratado, ele pode atingir lençóis freáticos, rios e córregos, levando a contaminação para estes recursos
hídricos e interferindo na vida da fauna e flora. Nessa situação, os peixes podem ser contaminados e, caso a água seja usada na
irrigação agrícola, a contaminação pode chegar aos alimentos.

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS


SÓLIDOS
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei nº 12.305/2010 e dispõe sobre princípios, instrumentos,
responsabilidades dos geradores e do poder público, diretrizes e objetivos da gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos.

Os princípios e objetivos da PNRS estão voltados à prevenção, o desenvolvimento sustentável, a visão sistêmica do meio social,
econômico e ambiental, a eco eficiência, a cooperação entre setor público e social, a proteção a saúde pública, a qualidade
ambiental, a adoção de tecnologias limpas, o incentivo a reciclagem, entre outros (BRASIL, 2010). De acordo com o Art. 6º da
PNRS, seus princípios são (BRASIL, 2010, p. 02):

I - a prevenção e a precaução;

II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;

visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural,
III - a

econômica, tecnológica e de saúde pública;

IV - o desenvolvimento sustentável;
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e
serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do
impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de
sustentação estimada do planeta;

VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da
sociedade;

VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social,
gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;

IX - o respeito às diversidades locais e regionais;

X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;

XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.

A PNBR tornou obrigatória a responsabilidade compartilhada entre diversos agentes que atuam na minimização de problemas
provenientes dos resíduos sólidos urbanos, assim, esses resíduos podem ser inseridos novamente na cadeia produtiva, por meio da
logística reversa. Essa responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos deve abranger os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os responsáveis pelos serviços de limpeza pública e pelo manejo
dos resíduos sólidos.

Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de


ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada

Fonte: brasil (2010, p. 02).

A referida lei propõe o Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGRS) que consiste em um conjunto de ações ambientalmente
adequadas para tratar os resíduos, é um documento que indica ações que envolvem desde a geração, manejo, segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento até a disposição final (BRASIL, 2010).

A PNRS incorporou conceitos modernos, entre os quais se destacam: a gestão integrada dos resíduos sólidos, a responsabilidade
compartilhada, a logística reversa e a inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis.

GERENCIAMENTO E MANEJO DE
RESÍDUOS
A Gestão de Resíduos Sólidos, para Barros Junior (2002) consiste nas atividades que são referentes à tomada de decisões
estratégicas e à organização do setor para esse fim, na qual envolvem as instituições, as políticas, os instrumentos e os meios. Após
definido um modelo de gestão de resíduos sólidos, deve-se criar uma estrutura para o gerenciamento dos resíduos.
Gerenciamento de resíduos sólidos são conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de
coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos.

Fonte: Brasil (2010, p. 02).

Manejo de Resíduos
Para Schalch et al. (2002) o manejo dos resíduos precisa obedecer a critérios técnicos que tem por objetivo a minimização do risco
a sociedade e ao meio ambiente. Seu desempenho depende de vários fatores, tais como: a forma de geração, acondicionamento na
fonte geradora, coleta, transporte, processamento, recuperação e disposição final. Assim é preciso criar um sistema dirigido por
princípios de engenharia e técnicas de projetos, que possibilite a construção de dispositivos capazes de propiciar a segurança
sanitária às comunidades, contra os efeitos adversos dos resíduos.

Os significados das etapas do manejo de resíduos sólidos, estão apresentados no quadro 06

Quadro 06 - Manejo de resíduos

Fonte: adaptado de Monteiro et al. (2001) e Brasil (2010).


Também é importante salientar algumas práticas no gerenciamento de resíduos sólidos, tais como a coleta seletiva que
compreende na separação dos resíduos na fonte, feita pela população, com posterior coleta e envio as usinas de triagem,
sucateiros, beneficiadores ou recicladores, é importante para o desenvolvimento da reciclagem.

Destinação Final de Resíduos Sólidos


Os lixões apresentam o meio mais barato e pior ambientalmente para disposição final de resíduos sólidos, pois não implicam custos
de tratamento e controle. Em outras palavras, é apenas a disposição do resíduo a céu aberto em terrenos baldios que fica exposto
sem nenhum tratamento, provocando intensa proliferação de moscas, baratas e ratos, que são

Lixões
Os lixões (Figura 04) apresentam o meio mais barato e pior ambientalmente para disposição final de resíduos sólidos, pois não
implicam custos de tratamento e controle.

Figura 04 - Aterro sanitário

Consiste apenas a disposição do resíduo a céu aberto em terrenos baldios que fica exposto sem nenhum tratamento, provocando
intensa proliferação de moscas, baratas e ratos, que são vetores de doenças por meio de organismos patológicos, poluindo o solo e
corpos d’água por meio do chorume, líquido além de exalar mau cheiro pelos gases produzidos, um detrimento visual das cidades.

Aterro Controlado
A disposição final de resíduos sólidos em aterros sanitários é semelhante a dos lixões, na qual os resíduos são colocados
diretamente no solo previamente impermeabilizado. Diariamente é feita uma cobertura com terra, do resíduo depositado para
minimizar os efeitos ambientais como os dos lixões (ROCHA, ROSA e CARDOSO, 2009). O chorume gerado da decomposição do
resíduo pode ser drenado de forma controlada, podendo ou não ser tratado.

Dessa maneira, o aterro controlado é uma fase intermediária entre lixão e aterro sanitário. pois nesse caso, após a cobertura dos
resíduos, pode-se verificar que o impacto visual e odor são muito menores se comparados ao lixão, graças à cobertura que é feita.
Aterro Sanitário
O aterro é uma forma de disposição de resíduos no solo, que fundamentada em critérios de engenharia operacionais específicas,
garante um confinamento seguro em termos de poluição ambiental e proteção à saúde pública. Como vimos anteriormente, são
inúmeros os problemas oriundos da disposição final inadequada de resíduos sólidos, como odores, gases tóxicos, poluição da água,
do solo e outros. Estes problemas são eliminados em um aterro pela adoção de seguintes medidas (SILVA, 2008):

• Localização adequada;

• Elaboração de projeto criterioso;

• Implantação de infra-estrutura de apoio;

• Implantação de obras de controle de poluição;

• Regras operacionais específicas.

Os aterros sanitários (Figura 05) consistem em um sistema de impermeabilização de base e laterais, normalmente um filme
plástico de polietileno de alta densidade, com sistema de recobrimento diário do resíduo depositado e com cobertura final da área
quando saturada.

Figura 05 - Aterro sanitário

É definido pela NBR 8.419 (ABNT, 1992, p. 01) como sendo:

uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à
[...]

segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para
confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os
com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário.
O projeto deve ser elaborado para a implantação de um aterro sanitário que deve contemplar todas as
instalações fundamentais ao bom funcionamento e ao necessário controle sanitário e ambiental durante o
período de operação e fechamento do aterro.

É uma forma adequada de disposição dos resíduos no solo, logo, o aterro sanitário dispõe de impermeabilização de base, de
sistemas de tratamento de chorume e de sistemas de dispersão dos gases gerados. Em um aterro sanitário, há o tratamento do
lixiviado (chorume).

Aterros Industriais
Os aterros industriais podem ser classificados nas classes I, II A ou II B, de acordo com a periculosidade dos resíduos a serem
dispostos, isto é, aterros Classe I podem receber resíduos industriais; Classe II A resíduos não-inertes, enquanto aterro Classe II B.

Em um aterro Classe I são destinados os resíduos considerados perigosos de alta periculosidade, como por exemplo, resíduos
inflamáveis, cinzas de incineradores, tóxicos e outros. Esse tipo de aterro precisa ser operado com cobertura total com o intuito de
evitar a formação de percolado devido à ocorrência de águas pluviais, para isso, possui um sistema de dupla impermeabilização
com manta polietileno de alta densidade (PEAD), protegendo o solo e águas subterrâneas. O aterro classe I deve estar de acordo
com o estabelecido pela norma NBR-10157 que define as exigências quanto aos critérios de projeto, construção e operação de
aterros industriais classe I (SILVA, 2008).

No aterro Classe II -A tem as seguintes características: impermeabilização com argila e geomembrana de PEAD, sistema de
drenagem e tratamento de efluentes líquidos e gasosos e completo programa de monitoramento ambiental.

O Aterro Classe II -B compreende a destinação final de resíduos inertes. Devido à característica inerte dos resíduos dispostos, esse
tipo de aterro, dispensa a impermeabilização do solo, no entanto, possui sistema de drenagem de águas pluviais e um programa de
monitoramento ambiental.

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ATIVIDADES
1. Consiste na norma que defi ne Resíduos Sólidos. Estamos falando da (assinale alternativa correta):

a) NBR 8419.

b) NBR 10.004.

c) NBR 10.007.

d) NBR 12.385.

e) NBR 10.157.

2. Consiste no percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de lixo analisada. Essa característica é a(o):

a) Calor.

b) Poder calorífico.

c) Peso específico.

d) Compressividade.

e) Composição gravimétrica.

3. Trata-se da Lei que fala sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), essa é a lei (assinale alternativa correta):

a) Lei 6938/2010.

b) Lei 358/05.

c) Lei 9605/2010.

d) Lei 12.305/2010.

e) Lei 13.410/2010.

4. É a etapa do manejo que consiste na separação na própria fonte que origina o resíduo. Essa etapa é a(o):

a) Coleta.

b) Segregação.

c) Acondicionamento.

d) Tratamento.

e) Destinação Final.

Resolução das atividades

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RESUMO
Neste nosso estudo abordamos a defi nição de resíduos sólidos de acordo com a NBR 10.004/04, que consiste nos resíduos em
estado sólido e semissólido (lodos) oriundos de atividades industriais, hospitalares, domésticas, comerciais, agrícolas e de varrição.
Também foram apresentadas que são várias as maneiras de se classifi car os resíduos sólidos. As mais comuns são quanto aos
riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem.

Vimos que os resíduos domiciliares resíduos é gerado em residências, sendo composto pela maioria das vezes a matéria orgânica,
também apresenta uma grande de variedade de materiais que podem ser reciclados, tais como papéis, plástico, latas e outros.

Os resíduos oriundos no serviço público são resultantes dos trabalhos da limpeza urbana de ruas e praças, entre eles, as folhas e
galhos e o lixo recolhido dos córregos, rios, lagos e outros.

Resíduos industriais são provenientes das atividades industriais e estão relacionados diretamente com o processo produtivo pelas
quais são originados. Resíduos de serviços de saúde são classifi cados em cinco grupos: Grupo A (biológicos), Grupo B (químicos),
Grupo C (radioativos), Grupo D (comuns) e Grupo E (perfurocortantes). Enquanto os resíduos da construção civil são classifi cados
em quatro classes: Classe A (recicláveis), Classe B (recicláveis para outras destinações), Classe C (não recicláveis) e Classe D
(perigosos). É de suma importância conhecer as características bem como a classifi cação dos resíduos para o seu gerenciamento.

Também abordamos que no Brasil, a Lei 12.305 de Política Nacional de Resíduos Sólidos apresenta a gestão de resíduos sólidos,
busca determinar as diretrizes relativas à gestão integrada e o gerenciamento dos resíduos sólidos, na qual busca mostrar a
distinção entre o lixo que pode ser reciclado ou reaproveitado e o lixo perigoso, aquele que é rejeitado. Também procura incentivar
a coleta seletiva e a reciclagem em todos os municípios brasileiros.

O local mais adequado para a destinação dos resíduos sólidos é o aterro sanitário, em que os resíduos sólidos são depositados de
forma planejada, seguindo os critérios de engenharia.

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Material Complementar

Leitura
Nome do livro: Resíduos Sólidos. Impactos, Manejo e Gestão Ambiental

Autor: Rildo Pereira Barbosa; Francini Imene Dias Ibrahin

Editora: Saraiva

Sinopse Esse livro tem por objetivo orientar o leitor sobre o problema
:

dos impactos ambientais gerados pelos resíduos sólidos. Busca abordar


Aborda as consequências das atividades industriais e agrossilvopastoris,
além dos rejeitos urbanos e de infraestrutura. Traz um breve histórico da
questão ambiental no Brasil e esclarece os principais programas de
tratamento e gerenciamento de resíduos, como o licenciamento
ambiental e a coleta seletiva. Explica como classifi car os resíduos de
acordo com a ABNT e ensina conceitos como o desenvolvimento
sustentável e a ecoefi ciência. Trata ainda dos aspectos legais, destacando
a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

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REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA, Resolução RDC Nº 306 de 07 de dezembro de 2004. Disposição
,

sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004 - Resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

BARROS JUNIOR, C. de. Os resíduos urbanos na cidade de Maringá – um modelo de gestão Tese (Doutorado em Engenharia
.

Química), Departamento de Engenharia Química, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, Brasil, 2002.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos.


. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm > Acesso em: 10/05/2017.

CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução Nº 307 de 5 de julho de 2002. Ministério das Cidades, Secretaria
,

Nacional de Habitação. Publicada no Diário Ofi cial da União em 17/07/2002.

BRAGA, Benedito; HESPANHOL, Ivanildo, CONEJO, João G. Lotufo; MIERZWA, José Carlos; BARROS, Mário Thadeu L. de;
SPENCER, Milton; PORTO, Monica; NUCCI, Nelson; JULIANO, Neusa; EIGER, Sérgio. Introdução à Engenharia Ambiental 2.ed. .

São Paulo: Prentice Hall, 2005.

CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 358 de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a
disposição final dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências.

DERISIO, José Carlos. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4.ed. São Paulo, SP: Oficina de Textos, 2012.

ELETRONUCLEAR. Gerenciamento de Resíduos Radioativos Disponível . em:


< http://www.eletronuclear.gov.br/Saibamais/Gerenciamentoderes%C3%ADduos/Res%C3%ADduosradioativos.aspx > Acesso
em: 10/05/2017.

MANO, Eloisa Biasoto; PACHECO, Élen B. A. V.; BONELLI, Cláudia M. C. Meio ambiente, poluição e reciclagem 2.ed. São Paulo:
.

Blucher, 2010.

MONTEIRO, José Henrique Penido [et al.] Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos Rio de Janeiro: IBAM, 2001.
.

200p.

ROCHA, Julio Cesar. C.; ROSA, André Henrique; CARDOSO, Arnaldo Alves. Introdução à Química Ambiental. 2.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2009.

SANTOS, A. C. Geração de Metano devido à digestão anaeróbia de Resíduos Sólidos Urbanos - Estudo de caso do Aterro
Sanitário Metropolitano Centro, Salvador-Bahia Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana). Universidade
.

Federal da Bahia, Salvador. 2011.

SCHALCH, Valdir; LEITE, Wellinton Cyro de Almeida; FERNANDES JUNIOR, José Leomar; CASTRO, Marcus Cezar Avezum Alves
de. Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos Universidade de São Paulo, São Carlos, 2002.
.

SILVA, Fernando Rodrigues da. Gestão de Resíduos Industriais 2.ed. Via Spaipa, 2008.
.

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APROFUNDANDO
Vamos nos aprofundar sobre o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde.

Os resíduos de serviços de saúde são aqueles gerados por hospitais, clínicas médicas, consultórios veterinários, consultórios
odontológicos, e outros estabelecimentos de saúde. Muitas vezes são muitas vezes chamados de “lixo hospitalar”.

Os grandes geradores têm uma maior consciência a respeito do planejamento adequado e necessário para o gerenciamento dos
resíduos de serviços de saúde. E os pequenos geradores muitas vezes não possuem conhecimentos necessários para sua gestão,
além da falta de infraestrutura adequada para a gestão de resíduos de serviços de saúde.

Além disso, parte dos resíduos domésticos possuem características que fazem com que se assemelham aos resíduos de serviços de
saúde.

Por exemplo, pacientes diabéticos, que administram insulina injetável diariamente e usuários de drogas injetáveis, geram resíduos
perfurocortantes, que geralmente são dispostos juntamente com os resíduos domiciliares comuns.

No Brasil, devido às condições precárias do sistema de gerenciamento de resíduos, não há estatísticas precisas a respeito do
número de geradores, nem da quantidade de resíduos de serviços de saúde gerada diariamente.

O RSS tem alta representatividade dentro do resíduo sólido urbano, não pela quantidade gerada, mas pelo potencial de risco à
saúde e ao ambiente, sendo necessária seu gerenciamento adequado desde sua geração até a destinação final adequada.

As orientações para o manejo, acondicionamento, coleta interna intermediária, bem como armazenamento externo são
normatizadas pela NBR 12.809/1993, Manuseio de Resíduo de Serviço de Saúde e NBR 12.810/1993 Coleta de Resíduo de
Serviço de Saúde.

No manejo devem ter as etapas de redução da fonte, que consiste na minimização, segregação que consiste na separação dos
resíduos sólidos (também identificação) essa separação será de acordo com as classes: A (biológicos), B (químicos), C (radioativos),
D (comuns) e E (perfurocortantes).

Após a segregação temos o acondicionamento interno, que consiste na adequação em recipientes para cada tipo, quantidade e
característica, de acordo com as normas estabelecidas pela NBR 12.808/1993, evitando sua exposição e consequentemente
diminuindo os riscos de contaminação.

Em seguida temos a coleta interna dos resíduos, que deve ser feita por profissional treinado e com equipamentos de proteção
individual adequados, seguida do armazenamento externo, para posterior coleta externa e destinação final adequado. O
gerenciamento de RSS é muito importante pois o descarte inadequado de resíduos tem produzido problemas ambientais capazes
de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; CHATALOV Renata Cristina de Souza.


,

Gerenciamento e Tratamento de Resíduos Renata Cristina de Souza Chatalov.


.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

34 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Gerenciamento. 2. Tratamento. 3. Resíduos. 4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 628

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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QUALIDADE DO AR E
EMISSÕES
ATMOSFÉRICAS
Professora: Me. Renata Cristina de Souza Chatalov

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar as características do meio atmosférico bem como aspectos históricos da poluição atmosférica.

• Apresentar as características, tipos e fontes de poluentes.

• Apresentar os mecanismos de qualidade do ar.

• Apresentar as medidas para o controle da poluição atmosférica.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• O meio atmosférico

• Tipos de poluentes

• Qualidade do ar

• Controle da poluição do ar

Introdução
Nesse nosso estudo vamos estudar a poluição do ar, suas causas, consequências a saúde humana, aos ecossistemas, a economia e
aos bens materiais, também vamos estudar as legislações pertinentes ao controle da poluição do ar.

A poluição do ar pode ter origem natural, decorrente de alguns fenômenos, tais como vulcanismos, e também fonte antrópica por
meio de atividades industriais e urbanas.

Seus efeitos à saúde humana tiveram mais intensidade a partir da Revolução Industrial, quando o carvão mineral começou a ser
utilizado como fonte de energia.

As emissões provenientes de atividades antrópicas, tais como a queima de madeira, carvão e outros combustíveis fósseis, nos
processos industriais, atividades agropecuárias, para atendimento aos padrões de consumo e de produção da sociedade, variaram
ao longo do tempo, em função de um conjunto de fatores culturais e tecnológicos.

Houveram inúmeras inovações tecnológicas no século XX e a utilização do petróleo como combustível aceleraram ainda mais essa
poluição, bem como os processos industriais e a crescente utilização de automóveis e outros meios de transporte movidos a
combustíveis fósseis, que passaram a predominar no dia-a-dia como agentes poluidores de destaque.

Atualmente a poluição do ar é um problema mundial, com reflexos em todo o planeta, como o efeito estufa e a redução da camada
de ozônio.

Com o efeito de minimizar esses problemas temos inúmeras legislações referentes aos padrões de qualidade do ar, tais como:
Resolução CONAMA nº 5/89 que instituiu o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar, a Resolução CONAMA nº 18/86
que estabeleceu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores e a Resolução CONAMA nº 8/90 que
estabeleceu limites máximos de emissão de poluentes do ar (padrões de emissão) em fontes fixas de poluição.

Também vamos estudar neste nosso encontro, as medidas indiretas e diretas de controle de poluição do ar.
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O MEIO ATMOSFÉRICO
A atmosfera da Terra, em sua composição atual é fruto de processos físico-químicos e biológicos iniciados há bilhões de anos. São
várias as teorias que procuram explicar sua origem e evolução. Uma das hipóteses aceita é que a Terra ainda sem atmosfera, se
formou a partir da acumulação de partículas sólidas e relativamente frias dos mais diversos, precedentes da nuvem de gás e poeira
que originou o Sistema Solar (BRAGA et al., 2005).

As reações térmicas que se surgiram por processos radioativos e pela sedimentação de elementos mais densos em direção ao
centro da Terra, provocaram o aumento da temperatura terrestre. Essas mudanças desencadearam reações nas camadas
superficiais da Terra, originando a atmosfera. Em um primeiro momento a atmosfera era formada apenas por gás carbônico e vapor
de água, com ausência de oxigênio livro. Após o surgimento dos oceanos, decorrentes do resfriamento da Terra, a partir de um
processo de evolução, foi originada a primeira planta capaz de realizar fotossíntese, responsável pela formação do oxigênio livre.
Após um longo período de evolução, a concentração de oxigênio na atmosfera foi aumentando até atingir aos níveis atuais (BRAGA
et al., 2005). Os gases que compõem a atmosfera terrestre estão apresentados no Quadro 01.

Quadro 01 - Distribuição percentual média de gases na atmosfera terrestre

Fonte: adaptado de Braga et al. (2005).


Além destes componentes temos outros em porcentagens menores que também estão presentes na atmosfera, tais como: neônio,
hélio, criptônio, xenônio, hidrogênio, metano, ozônio, dióxido de nitrogênio e outros. A atmosfera também apresenta em sua
composição: vapor de água, material particulado orgânico e inorgânico. O percentual de vapor de água na atmosfera pode variar
de 1% a 4% em volume da mistura total, o que depende da temperatura e da pressão atmosférica além de outros fatores (ROCHA,
ROSA e CARDOSO, 2009).

Aspectos históricos da Poluição Atmosférica


A poluição do ar pode ser definida como a presença de matéria ou energia na atmosfera, a fim de se tornar imprópria, causar
prejuízos aos usos humanos, à saúde pública e ao ecossistema natural. A exposição à poluição é antiga, existem evidências
arqueológicas que a poluição do ar em ambientes internos, gerou problemas para os humanos das quais usam fogo em espaços
confinados (PHILIPPI JR., 2005).

A história antiga registra que em Roma, há 2 mil anos, surgiram as primeiras reclamações quanto ao assunto da poluição do ar. No
século XIII, o Rei Eduardo da Inglaterra assinou as primeiras leis de qualidade do ar que proibiam o uso de carvão com alto teor de
enxofre. Também proibiu a queima de carvão em Londres durante as sessões do Parlamento, por causa da fumaça e do odor
produzidos. Em 1300, o Rei Ricardo III fixou taxas para permitir o uso do carvão. Em razão da intensa queima de madeira, as
florestas inglesas foram reduzidas rapidamente (BRAGA et al.; 2005).

Nos séculos XVII e XVIII, surgiram os primeiros planos para transferir as indústrias de Londres.

os problemas continuaram crescendo até que, em 1911, ocorreu o primeiro grande desastre decorrente da
poluição atmosférica em Londres: 1.150 mortes em decorrência da fumaça produzida pelo carvão. Neste
ano, o Dr. Harnold Des Voeux propôs o uso da palavra ‘smog’ para designar a composição de ‘smoke’ e ‘fog’
(fumaça e neblina) (BRAGA et al., 2005, p. 126).

Tivemos vários outros episódios de poluição do ar registrados no decorrer da história. O Quadro 02 nos apresenta alguns
episódios com a localização e o número de mortes.

Quadro 02 - Episódios provocados pela poluição do ar


Fonte: adaptado de Silva (2007).

O mês de abril de 2010 foi marcado pelas diversas notícias a respeito da erupção do vulcão sob a geleira
Eyjafjallajokull, na Islândia. A nuvem de cinzas que se dirigiu à Europa ocasionou o fechamento de vários
aeroportos no continente, o que, consequentemente, acarretou o cancelamento de voos em todo o mundo,
gerando graves prejuízos para o setor de transporte aéreo mundial. Além de comprometer a visibilidade,
devido ao lançamento de cinzas na atmosfera, as erupções vulcânicas são responsáveis por boa parcela da
poluição natural do planeta Terra.

Embora a poluição natural causada pelas erupções vulcânicas seja menor que a poluição gerada pelas
atividades humanas, há uma certa preocupação por parte dos pesquisadores devido aos grandes impactos
atmosféricos locais e globais. Além das cinzas, vapor d’água e outros materiais, as erupções vulcânicas
liberam toneladas de substâncias tóxicas na atmosfera, dentre elas o ácido clorídrico (HCl) e o dióxido de
enxofre (SO2), que podem percorrer grandes distâncias através da circulação atmosférica.

Para saber mais, acesse: < http://projetomeioambientepp.blogspot.com. br/2010/05/geografia-erupcoes-


vulcanicas-poluicao.html >.

TIPOS DE POLUENTES

A capacidade de regeneração do meio ambiente se reduz de modo considerável a medida que as emissões de poluentes crescem
exponencialmente com a industrialização e o aumento de veículos motorizados. A poluição do ar (Figura 01) causa inúmeros
prejuízos para os ecossistemas e para saúde humana.
Figura 01 - Poluição do ar

Quanto aos tipos poluentes, podemos classificá-los de uma maneira geral, em dois tipos (GALDINO, 2015):

• aqueles que já existiam na natureza, mas tiveram seu teor aumentado devido às atividades antrópicas, como o dióxido de
carbono, emitido no consumo de combustíveis fósseis e queimadas de áreas florestais, e o metano, encontrado em aterros
sanitários, lixões e criadouros de gado;

• os que não existiam na natureza, que ao se acumularem provocam efeitos nocivos, como diclorodifeniltricloroetano (DDT),
pesticida largamente utilizado na agricultura brasileira no século XX, e os clorofluorcarbonos (CFCs), por muito tempo aplicados
nas indústrias de refrigeração e ar condicionado, espumas, aerossois e extintores de incêndio.

Além disso, é relevante mencionarmos outra classificação referente aos poluentes, os primários e secundários (GALDINO, 2015, p.
48):

Poluentes primários consistem naqueles que são emitidos diretamente de suas fontes para a atmosfera,
por exemplo, os gases que provêm do escapamento de veículos ou chaminés de fábricas, que são
subprodutos diretos da queima de combustíveis, como monóxido de carbono (CO) e o dióxido de enxofre
(SO2 ). Ainda temos monóxido de nitrogênio (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2 ) ou partículas em
suspensão.

Poluentes secundários são aqueles não emitidos por nenhuma fonte poluidora de forma direta, elaborados
secundariamente por processos físico-químicos no ambiente, resultando de reações químicas que ocorrem
na atmosfera, da qual participam alguns poluentes primários. Temos o ozônio O3 que resulta de reações
fotoquímicas na atmosfera, ou seja, realizadas na presença de luz solar, as quais se estabelecem entre os
óxidos de nitrogênio, o monóxido de carbono ou compostos orgânicos voláteis (COV).

O Quadro 03 apresenta um resumo sobre a classificação dos poluentes.


Quadro 03- Classificação dos poluentes

Fonte: adaptado de Galdino (2015).

A classificação dos poluentes de acordo com o estado são (SILVA, 2007):

• Gases e vapores: CO, CO2 ,SO2 NO2 , ;

• Partículas sólidas e líquidas: poeiras, fumos névoas e fumaças. Limite superior: bem definido: entre 100 μm e 200 μm. Limite
inferior: 0,5 μm (no caso de poeiras). Em aerossóis formados por condensação (fumos e névoas), o tamanho da partícula varia entre
0,5 e 0,001 μm

De acordo com a composição química (SILVA, 2007):

• Poluentes orgânicos hidrocarbonetos; aldeídos


: e cetonas;

• Poluentes inorgânicos: H2 S; HF; NH3 (amônia)

Fontes de Poluição
Podemos considerar dois tipos básicos de fontes de poluição: fixas e móveis.

As fontes fixas também chamadas de pontuais ou localizadas, são caracterizadas pela poluição de um foco identificável na emissão
de poluentes, fixas em determinado território, ocupam na comunidade área relativamente limitada e permitem uma avaliação na
base de fonte por fonte. São exemplos de fontes fixas as indústrias.

As fontes móveis tem dificuldade de serem avaliadas com base na fonte de origem, por exemplo os carros.

Fontes Naturais
A poluição natural é originada por fenômenos biológicos e geoquímicos (SILVA, 2007). Dentre estas podemos citar: o solo, a
vegetação (polinização), os oceanos, vulcões e fontes naturais de líquidos, gases e vapores, descargas elétricas atmosféricas entre
outros. O vulcanismo (Figura 02), por exemplo, lança poeira de 20 a 30 km de altura.
Figura 02 - vulcanismo

Fontes Antrópicas
As principais fontes antrópicas da poluição atmosférica são: indústrias (Figura 03) de uma maneira geral, queima de combustíveis
fósseis, queima de resíduos, veículos entre outras.

Figura 03 - Indústrias

Danos Causados pela Poluição do Ar


Os danos ou efeitos causados pela poluição do ar podem ser considerados levando em consideração alguns aspectos tais como:
saúde, materiais, propriedade da atmosfera e economia.

Os efeitos da poluição do ar sobre a saúde podem provocar: doença aguda, morte, alteração em funções fisiológicas, irritação
sensorial, prejuízo na visibilidade, doenças crônicas no aparelho respiratório, câncer de pulmão, bronquite, asma, enfisema e
outros. Quanto aos danos materiais temos a abrasão, deposição e remoção, corrosão.

No que diz respeito às propriedades da atmosfera, temos a inversão e velocidade dos ventos, condições de umidade. Enquanto os
danos à vegetação são: redução da penetração da luz, deposição de poluentes no solo, penetração dos poluentes nos estômatos
das plantas. Já os danos na economia consiste no custo para remoção dos poluentes.

Quem sofre mais com a poluição atmosférica é o homem, são efeitos danosos a saúde.
Fonte: a autora

QUALIDADE DO AR
De acordo com Derisio (2012) além da meteorologia, a avaliação das concentrações de poluentes atmosféricos é de fundamental
importância no desenvolvimento de um programa de controle da poluição do ar por parte da agência de governo responsável por
esse controle.

Os propósitos desta avaliação consiste em:

• procurar conhecer e comparar a qualidade atual do ar na área sob jurisdição;

• buscar as tendências com o intuito de fixar padrões de qualidade do ar;

• ativar ações de emergência com o objetivo de evitar episódios agudos de poluição do ar;

• fornecer dados necessários para avaliação de prováveis efeitos sobre o homem, animais e plantas;

• fornecer dados para o planejamento do uso do solo, planejamento urbano e sistema de transportes.

Indicadores de Qualidade
O nível de poluição do ar é medida por meio da quantidade de substâncias poluentes. A variedade de substâncias que podem estar
presentes na atmosfera é muito grande, o que torna uma tarefa de difícil classificação, no entanto podemos iniciar esse processo
dividindo em duas categorias :

• poluentes primários: emitidos diretamente pelas fontes de emissão;

• poluentes secundários: formados na atmosfera pela reação química entre poluentes primários e constituintes naturais da
atmosfera.

Quando se determina a concentração de um poluente na atmosfera, está sendo medido o grau de exposição daqueles que são
receptores como o homem, animais, plantas e materiais, como resultado do lançamento deste poluente na atmosfera por suas
fontes de emissão e suas reações na atmosfera, do ponto de vista físico, diluição, e químico as reações químicas.

Poluentes padrões são os poluentes que ocorrem com grande frequência, sendo danosos à saúde e ao bem
estar geral da população, além de comumente causarem danos a outros receptores. São controlados através
de padrões de qualidade do ar.

Fonte: Silva (2007, p. 19).

Padrões de Qualidade do Ar
Para Silva (2007) padrões de qualidade do ar consiste nas legislação pertinente as concentrações máximas que um componente
gasoso quando presente na atmosfera garanta a proteção da saúde e do bem estar das pessoas. Esses padrões são feitos a partir de
estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são estabelecidos em níveis que possam proporcionar uma
margem de segurança adequada.

Esses padrões de monitoramento ou vigilância fornecem (DERISIO, 2012 p. 133):

• dados para ativar ações de emergência durante períodos de estagnação atmosférica, quando níveis de poluentes na atmosfera
possam representar riscos à saúde pública;

• avaliar a qualidade do ar com o objetivo de estabelecer limites para proteção do meio ambiente, bem estar das pessoas;

• acompanhar as tendências e mudanças na qualidade do ar provenientes de alterações nas emissões de poluentes.

Para que esses objetivos sejam atendidos, se torna necessário a fixação de padrões de qualidade do ar. Por meio Portaria
Normativa nº 348 de 14/03/90 e da Resolução CONAMA no 003 de 28/06/90 o IBAMA estabelece os padrões nacionais de
qualidade do ar. No Brasil são dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários e os secundários, mencionados nesta aula no
tópico anterior.

É importante salientar que o objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base para uma política de prevenção
da degradação da qualidade do ar. Deve ser aplicado a áreas de preservação (por exemplo: parques nacionais, áreas de proteção
ambiental, estâncias turísticas, etc). Como prevê a própria Resolução CONAMA no 3 de 1990 a aplicação diferenciada de padrões
primários e secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma
resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os padrões aplicáveis serão os primários.

São poluentes padronizados no Brasil (CONAMA, 1990):

• partículas totais em suspensão;

• fumaça;

• dióxido de enxofre (SO2 );

• partículas inaláveis;

• monóxido de carbono (CO);

• ozônio (O3 );

• dióxido de nitrogênio.

Segundo Silva (2007) para estabelecer um padrão de qualidade, os pesquisadores observam os efeitos que os poluentes podem ter
sobre a saúde humana, incluindo-se os danos ao ambiente e fixam um número indicador de que a saúde não está sendo
gravemente afetada.

Dessa maneira, existem algumas leis que regulamentam o controle da poluição do ar, a saber:

• Resolução CONAMA nº 5/89 – Institui o PRONAR (Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar).

• Resolução CONAMA nº 18 de 6 de maio de 1986 que estabelece o PROCONVE (Programa de Controle da Poluição do Ar por
Veículos Automotores).

• Resolução CONAMA nº 8/90 – que estabelece limites máximos de emissão de poluentes do ar (padrões de emissão) em fontes
fixas de poluição.

Classe I: Áreas de preservação, lazer e turismo, tais como Parques Nacionais e Estaduais, Reservas e
Estações Ecológicas, Estâncias Hidrominerais e Hidrotermais. Nestas áreas deverá ser mantida a qualidade
do ar em nível o mais próximo possível do verificado sem a intervenção antropogênica.

Classe II: Áreas onde o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado pelo padrão secundário de
qualidade.
Classe III: Áreas de desenvolvimento onde o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado pelo
padrão primário de qualidade.

Fonte: Resolução CONAMA nº 005/89 (online, p. 2).

Monitoramento
O monitoramento (Figura 04) é uma das formas de se avaliar a qualidade do ar de uma certa região. É preciso ter cuidado com os
métodos analíticos e equipamentos de forma a produzir resultados apropriados aos propósitos a que se destinam, também é
preciso levar em consideração a forma e frequência de amostragem (DERISIO, 2012).

É preciso que essa fase responda aos questionamentos:

• quantas estações deverão ser instaladas?

• com que frequência serão operadas?

• Que tempo terá cada amostra?

• Qual volume?

• Quanto tempo será mantido o programa?

• Onde colocar cada estação?

• Como instalar a estação?

Figura 04 - Monitoramento
CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR

O controle da poluição do ar envolve desde o planejamento do assentamento de núcleos urbanos e industriais e do sistema viário,
até a ação direta sobre a fonte de emissão. As medidas usualmente utilizadas para controlar este tipo de poluição são (SILVA,
2007):

• Medidas Indiretas: consistem em ações que tem por objetivo à eliminação, redução, diluição, segregação ou afastamento dos
poluentes.

• Medidas Diretas: são as ações que tem por intuito reduzir a qualidade de poluentes descarregada na atmosfera, por meio da
instalação de equipamentos de controle (“Filtros de Ar”).

Medidas indiretas
Consiste basicamente na melhor distribuição espacial das fontes poluição, adotando medidas como: aumento da distância com a
comunidade receptora; diminuindo a concentração de atividades poluidoras próximas a núcleos residenciais; buscando a melhoria
do sistema viário; proibindo a implantação de fontes altamente poluidoras em regiões críticas; localizando as fontes
preferencialmente à jusante dos ventos predominantes na região, em relação a assentamentos residenciais, e controle da
circulação desnecessária de veículos em áreas congestionadas.

Esse é um método conta com ações de planejamento urbano para efetivar o controle da poluição atmosférica, trata-se de um
método mais econômico e eficaz por se tratar de medida preventiva.

Medidas diretas
Depois de esgotados todas as medidas para reduzir a poluição atmosférica, é preciso então utilizar utilizar os equipamentos de
controle de poluentes (filtros).

O que pode ocorrer também é que a escolha recaia na implantação dos equipamentos de controle porque são mais econômicos ou
mais disponíveis ou mais viáveis para casos específicos. A opção por implementar esses equipamentos pode estar relacionada à
economia proporcionada ou à maior disponibilidade, ou viabilidade para casos específicos (SILVA, 2007).
Sempre em conjunto com o equipamento de controle de poluição industrial, existe um sistema de exaustão (captores, dutos,
ventilador e chaminé), cuja função é captar, concentrar e conduzir os poluentes para serem filtrados, com posterior lançamento
residual no ar (DERISIO, 2012).

O material particulado pode ser removido do fluxo gasoso poluído por sistemas secos (coletores mecânicos inerciais e
gravitacionais, coletores centrífugos, como os ciclones, precipitadores eletrostáticos secos e filtros de tecido, como o filtro de
mangas) e sistemas úmidos (lavadores dos mais variados tipos, em especial o lavador venturi, e precipitadores eletrostáticos
úmidos).

Os três tipos de equipamento mais eficientes para controle de material particulado são o filtro de manga, o precipitador
eletrostático e o lavador venturi, mas com eficiências de retenção de poluentes que variam de acordo com o projeto e com as
condições de operação e manutenção (SILVA, 2007).

Os gases e vapores podem ser removidos do fluxo poluído por meio de absorvedores (lavadores de gases), de adsorvedores, em
especial com o uso de carvão ativado, ou por incineração térmica ou catalítica (como os combustores catalíticos dos automóveis) e
também por condensadores, biofiltros e processos especiais (DERISIO, 2012).

Para cada fonte de poluição deve ser estudada a melhor solução, que leve em consideração o custo e ponto
de vista ambiental.

Fonte: Silva (2007).

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ATIVIDADES
1. Qual dos gás é predominante na composição da atmosfera?

a) Hélio.

b) Argônio.

c) Oxigênio.

d) Nitrogênio.

e) Dióxido de carbono.

2. Consiste em um tipo de poluição que tem origem em fenômenos biológicos. Essa

poluição é:

a) Poluição Natural.

b) Poluição Antrópica.

c) Poluição pelas indústrias.

d) Poluição pelos automóveis.

e) Poluição pelos aviões.

3. A determinação sistemática da qualidade do ar deve ser defi nida em função de sua

importância e dos recursos materiais e humanos disponíveis. Sobre os padrões legalizados

no Brasil, leia as afi rmativas a seguir:

I. Fumaça.

II. Ozônio.

III. Monóxido de carbono.


IV. Partículas Inaláveis.

É correto o que se afi rma em:

a) I e II, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

4. São ações relacionadas com o planejamento urbano com o intuito de minimizar e

reduzir a poluição atmosférica, trata-se de:

a) Medidas diretas.

b) Medidas indiretas.

c) Poluentes primários.

d) Poluentes secundários.

e) Poluição atmosférica.

Resolução das atividades

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RESUMO
Neste nosso encontro abordamos a composição da atmosfera, que é composta em sua maior parte por nitrogênio, seguido de
oxigênio, argônio e gás carbônico, além da variação de vapor de água.

Também foi estudado os aspectos históricos da poluição atmosférica, que vem desde os antigos, do império romano e consolidou-
se após a Revolução Industrial. Houveram muitos acidentes com sérias consequências e muitas mortes no decorrer dos anos, na
qual podemos destacar o ano de 1957, que tivemos 1.000 mortes após um smog.

Temos vários tipos de poluentes sendo aqueles que já existiam na natureza, e a mesma tinha a capacidade de autodepuração, e
aqueles que foram introduzidos na natureza, principalmente por causas antrópicas. Outra classifi cação dos poluentes é em:
primários e secundários.

Os poluentes primários são aqueles emitidos diretamente na atmosfera, enquanto os poluentes secundários são aqueles não
emitidos por nenhuma fonte poluidora de forma direta, ou seja, surgem na atmosfera pela reação entre dois ou mais poluentes
primários, ou pela reação com constituintes normais atmosféricos, com ou sem foto ativação.

As fontes desses poluentes podem ser naturais, que ocorrem na natureza, ou antrópicas, provenientes de atividades humanas
(indústrias, por exemplo). As consequências da poluição para saúde são graves, tais como: doenças crônicas, bronquite, asma,
câncer até mesmo a morte. Assim, podemos ver que o mais prejudicado com os efeitos da poluição do ar é o homem.

Vimos que a qualidade do ar precisa ser monitorada, e que o nível de poluição do ar consiste em medidas da quantidade de
substâncias poluentes. Assim temos os padrões de qualidade do ar que são as quantidades máximas permissíveis em legislação
pertinente, que tem por objetivo ter-se uma margem de segurança quanto a emissão de poluentes.

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Material Complementar

Leitura
Nome do livro: Introdução ao controle de poluição ambiental

Autor: José Carlos Derisio

Editora: Oficina de Textos

Sinopse O livro aborda os principais usos da água, do ar e do solo; os


:

tipos de poluição que os afetam e os danos provocados; parâmetros e


métodos para avaliação de qualidade; técnicas de controle de poluição; e
aspectos legais e institucionais. Apresentando uma visão integrada e
abrangente sobre o tema, é leitura obrigatória para todos os profi
ssionais que procuram racionalizar a produção, diminuir o desperdício de
insumos e encontrar formas mais efi cientes de uso e reúso de recursos
naturais e matérias-primas.

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REFERÊNCIAS
BRAGA, Benedito; HESPANHOL, Ivanildo, CONEJO, João G. Lotufo; MIERZWA, José Carlos; BARROS, Mário Thadeu L. de;
SPENCER, Milton; PORTO, Monica; NUCCI, Nelson; JULIANO, Neusa; EIGER, Sérgio. Introdução à Engenharia Ambiental 2.ed. .

São Paulo: Prentice Hall, 2005.

CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 5 de 15 de junho de 1989. Dispõe sobre o Programa Nacional de
Controle da Poluição do Ar – PRONAR. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=81 >.

CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 3 de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do
ar, previstos no PRONAR. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=100 >.

DERISIO, José Carlos. Introdução ao controle de poluição ambiental 4.ed. São Paulo, SP: Ofi cina de Textos, 2012.
.

GALDINO, Alana Marielle Rodrigues. Introdução ao estudo da poluição dos ecossistemas Curitiba: InterSaberes, 2015.
.

IBAMA. PORTARIA NORMATIVA N.º 348, DE 14 de abril de 1990. Dispõe sobre o s padrões de qualidade do ar e as
concentrações de poluentes atmosféricos. Disponível em:< http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/legislacao/IBAMA/PT0371-
210599.PDF > Acesso em: 12/05/2017.

PHILIPPI JR., Arlindo. Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Barueri, SP: Manole,
2005.

PROJETO MEIO AMBIENTE. GEOGRAFIA: Erupções vulcânicas: poluição natural Disponível


. em:
< http://projetomeioambientepp.blogspot.com.br/2010/05/geografia-erupcoes-vulcanicas-poluicao.html > Acesso em:
12/05/2017.

ROCHA, Julio Cesar. C.; ROSA, André Henrique; CARDOSO, Arnaldo Alves. Introdução à Química Ambiental 2.ed. Porto Alegre:
.

Bookman, 2009.

SILVA, Fernando Rodrigues da. Ar e Poluição do Ar Guia de Tecnologias Ambientais. Via Spaipa, 2007.
.

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APROFUNDANDO
Nesse encontro vamos nos aprofundar sobre Inversão Térmica.

A inversão térmica consiste em um fenômeno que pode dificultar a dispersão dos poluentes gerados nos centros urbanos. É uma
consequência do rápido aquecimento e resfriamento da superfície. Esse fenômeno pode ocorrer naturalmente ou ser causado pela
maneira que a cidade está estruturada.

Os movimentos físicos a que a atmosfera está submetida não são uniformes, pois algumas vezes, uma camada da atmosfera fica
mais comprimida entre as outras. Essa compensação diferenciada aumenta a temperatura em uma determinada camada em
relação às outras.

Dessa forma, quando a temperatura começa a aumentar, ao invés de diminuir com a altitude, ocorre a chamada inversão térmica.

Geralmente a camada de inversão detém a subida natural dos poluentes, que quase sempre saem das fontes com temperatura
maior do que a ambiente, subindo por diferença de densidade, até haver uma igualdade de temperatura. Existindo a camada de
inversão a baixa altitude, a concentração de poluentes junto ao solo aumenta.

Para Derisio (2016) estudos realizados pelo Cetesb mostram que na Região Metropolitana de São Paulo as inversões mais
prejudiciais à dispersão de poluentes ocorrem durante os meses de maio a agosto. Essas inversões apresentam, como principais
características, ocorrência próximo à superfície, frequência durante a noite e madrugada e grande número de horas consecutivas
de ocorrência.

De acordo com o Cetesb (2017, online) nos primeiros 10 quilômetros da atmosfera, normalmente, o ar vai se esfriando à medida
que nos distanciamos da superfície da terra. Dessa maneira, o ar mais próximo à superfície, que é mais quente, portanto mais leve,
pode ascender, favorecendo a dispersão dos poluentes emitidos pelas fontes, conforme se verifica na figura 01.
Figura 01 - Inversão Térmica

Fonte: Cetesb (2017, online).

Ilustração: Marcelo Goto.

A inversão térmica ocorre quando uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, impedindo o movimento
ascendente do ar, uma vez que, o ar abaixo dessa camada fica mais frio, portanto, mais pesado, fazendo com os poluentes se
mantenham próximos da superfície, como pode ser observado na figura 02.

Figura 02 - Inversão térmica

Fonte: Cetesb (2017, online).

Ilustração: Marcelo Goto

De uma maneira geral, essa inversão ocorre principalmente durante o inverno, em que as noites são mais longas, há uma menor
radiação solar, a umidade cai, podendo criar uma camada de ar frio, próxima ao solo e abaixo da primeira camada de ar quente.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!


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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; CHATALOV Renata Cristina de Souza.


,

Gerenciamento e Tratamento de Resíduos Renata Cristina de Souza Chatalov.


.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

30 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Gerenciamento. 2. Tratamento. 3. Resíduos. 4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 628

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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EFLUENTES

Professora: Me. Renata Cristina de Souza Chatalov

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar as formas de poluição de águas bem como a geração de efluentes.

• Demonstrar as principais classificações de efluentes.

• Apresentar os parâmetros para o lançamento de efluentes.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Poluição das águas

• Classificação de efluentes

• Lançamento de efluentes

Introdução
Nesse nosso estudo, vamos estudar sobre os tipos de efluentes que podem ser originados de diferentes atividades tais como
domésticas, industriais, hospitalares, agrícolas, pluviais.

Também veremos que não é somente as fontes antrópicas que são geradoras de poluentes hídricos, existem fontes naturais tais
como vulcanismo, longos períodos chuvosos, também podem acarretar em fontes de poluição.

Os efluentes domésticos são gerados a partir das residências e são compostos de 99,9% de água e a 0,1% é composto pelos sólidos
orgânicos, inorgânicos, dissolvidos e suspensos. É preciso tratar os esgotos sanitários por causa dessa parcela de 0,1%.

Enquanto os efluentes industriais tem origem nas indústrias, podem ter características sanitárias, provenientes de sanitários,
lavagens de louça ou do próprio processo industrial, que irá caracterizar a composição desse efluente.

Os efluentes hospitalares são similares aos domésticos, entretanto, tem alguns componentes específicos que merecem atenção
especial tais como a grande quantidade de produtos químicos, fármacos, desinfetantes, microrganismos patogênicos. Enquanto os
efluentes agrícolas podem conter defensivos agrícolas, fertilizantes, excrementos de animais, tem um teor de matéria orgânica.

Vermos que é importante caracterizar os efluentes quanto aos parâmetros físicos-químicos, sendo os mais importantes a
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), a Demanda Química de Oxigênio (DQO), Carbono Orgânico Total (COT). Outros
parâmetros que podem ser avaliados são o pH, cor, turbidez, sólidos, fósforo, nitrogênio.

Vamos abordar que nutrientes como fósforo e nitrogênio quando se apresentam em excesso em meio aquático, podem acelerar o
crescimento de algas, e ocorrer um fenômeno chamado de eutrofização. As consequências da eutrofização são inúmeras para o
corpo receptor tais como a redução do oxigênio dissolvido na água, desequilíbrio do ecossistema aquático, mortalidade de peixes e
outros.
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POLUIÇÃO DAS ÁGUAS


O aumento das concentrações urbanas decorrentes do grande desenvolvimento industrial, trouxe como consequências um
aumento na geração de resíduos sólidos, líquidos e gasoso. Esses rejeitos vêm sendo produzidos em grande escala com imensa
diversidade de poluentes e concentrações (TUCCI, 2008).

Os efluentes líquidos, sejam de natureza doméstica, industrial, são responsáveis por grande parte dos poluentes emitidos. Assim,
eles merecem uma atenção especial por parte dos órgãos de Legislação Ambiental e de todas as comunidades.

Disponibilidade de Água no Planeta

A disponibilidade de água é uma das maiores preocupações da atualidade, visto que as reservas de água são finitas e dependem do
clima. A Figura 01 nos apresenta a disponibilidade do planeta (01a) e a distribuição da água doce (01 b).

Figura 01a: Disponibilidade de água no planeta

Figura 01b: Distribuição da água doce no planeta

Fonte: adaptado de The United Nations World Water


Development Report (2003).
Como podemos observar apenas da fração disponível de água doce, composta por rios, lagos, pântanos e atmosfera, 0,4%. Sendo
que apenas 0,01% encontra-se em rios, a maior parte (77,20%) encontra-se em geleiras. Assim, a preservação desse recurso é
fundamental para manutenção da vida no planeta.

Para Dezotti (2008) a poluição ambiental resulta do acúmulo de resíduos gerados a partir de atividades humanas, sejam
relacionadas a sua fisiologia ou de formas produtivas.

Ciclo hidrológico

Os ciclos biogeoquímicos são importantes para autorregulação da biosfera, consiste em uma permuta de matéria/energia entre os
três grandes reservatórios: hidrosfera, atmosfera e litosfera, mantendo um intercâmbio entre o meio físico (abiótico) e biológico
(biótico).

O ciclo hidrológico (Figura 02) está ligado ao ciclo energético terrestre, isto é, a distribuição da energia solar.

Figura 02 - Ciclo hidrológico

Por processos de evaporação, essa energia é responsável pelo transporte da água dos compartimentos hidrosfera e litosfera ao
compartimento atmosfera. Após a precipitação da água, seja sob forma de chuva ou neve, a infiltração no solo, ocorre a renovação
das águas subterrâneas ou lençol freático, essa água pode afluir em determinados pontos, formando as nascentes. A água
acumulada é devolvida à atmosfera por meio de evaporação (ROCHA, ROSA e CARDOSO, 2009).

Fontes de Poluentes

É importante salientar que nem todos os problemas relacionados com a qualidade da água é proveniente de impactos ambientais
causados pelas atividades humanas, por exemplo, os metais presentes na litosfera podem ciclar no ambiente tanto como resultado
de atividade geológica quanto de atividade humana. Relatos sobre o aumento de ferro reduzido na Dinamarca, fluoreto na Bavária,
arsênio e estrôncio em algumas regiões montanhosas e mercúrio na bacia do Médio Rio Negro, nos mostram as possibilidades de
condições geoquímicas elevarem as concentrações de metais em determinadas localidades. Outros processos naturais tais como
atividade vulcânica, atividades hidrotérmicas e longos período chuvosos, também podem causar problemas locais (ROCHA, ROSA
e CARDOSO, 2009).

A poluição é a alteração de alguma qualidade ambiental a qual a comunidade exposta é incapaz de


neutralizar os efeitos negativos, sendo algum tipo de risco identificado.

Fonte: Rocha, Rosa e Cardoso (2009, p. 52).

Podemos classificar as fontes de poluição como:

• Fontes pontuais: redes de efluentes domésticos e industriais, derramamentos acidentais, atividades de mineração e outros.

• Fontes não pontuais: práticas agrícolas, deposições atmosféricas, trabalhos de construção, enxurrada em solos e outros.

Quanto a fontes resultantes de atividades antrópicas (Figura 03) temos: efluentes domésticos e industriais, fertilizantes químicos,
resíduos sólidos e outros.

Figura 03 - Poluição da água

As características destes poluentes podem variar amplamente desde pontos bem definidos ou emissões difusas oriundas de
pequenos pontos múltiplos, como exaustores de gases ou escoamento de rodovias. Fontes pontuais e não pontuais também
diferem nas rotas pelas quais os poluentes emitidos aportam nos mananciais.

Geralmente as fontes pontuais resultam em descargas diretas para os corpos d’água, enquanto as fontes não pontuais podem ter
rotas resultando em deposições parciais dos poluentes antes de atingirem os mananciais. Assim, a concentração de contaminantes
oriundos de fontes não pontuais pode variar de forma significativa, espacial e temporariamente.

As emissões contínuas são caracterizadas por serem constantes por um longo período, por exemplo, efluentes de estações e
descarga de processos produtivos. As emissões descontínuas apresentam com o tempo, variações no volume e na concentração e
podem ser de pico ou de blocos. As emissões de picos são caracterizadas por grandes descargas em pouco tempo, e a altura do pico
pode variar muito (ROCHA, ROSA e CARDOSO, 2009).

Quanto ao lançamento de efluentes é importante salientar, que milhares de substâncias químicas são comercializadas em escalas
relativamente grandes e muitas vezes, não apresentam informações sobre a toxicidade, biodegradabilidade e destino final no meio
ambiente.

Uma boa parte destes produtos tem como destinação final os corpos receptores, rios, lagos e oceanos, por diversas vias:
lançamentos de efluentes industriais e domésticos, chuvas e disposições diversas. É importante salientar que muitos destes
compostos são persistentes, tóxicos e podem bioacumular, trazendo problemas para a população que vive no ecossistema no qual
foi aplicado, e a longo prazo, para outras comunidades.
CLASSIFICAÇÃO DE EFLUENTES
A maioria dos efluentes é compostos por misturas relativamente complexas, oriundas de seu processo. Por exemplo os efluentes
domésticos são provenientes de residências, efluentes industriais oriundos de indústrias.

Efluentes Domésticos

Efluentes domésticos ou esgotos sanitários (Figura 04) são provenientes de residências, de nossas atividades tais como: lavagem
de roupas, lavagem de louça, banho, descarga, lavagem de calçadas e outros.

Figura 04 - Esgoto doméstico

Sua composição é de matéria orgânica e inorgânica. Os principais constituintes orgânicos são: proteínas, óleos e gorduras,
microorganismos, sais orgânicos e componentes dos produtos de origem saneantes. Os principais constituintes inorgânicos são
sais formados de ânions (cloretos, sulfatos, nitratos, fosfatos) e cátions (sódio, cálcio, potássio, ferro e magnésio) (VON SPERLING,
2005).

De acordo com o Atlas do Saneamento 2011, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), há uma grande desigualdade entre as regiões do Brasil no quesito saneamento. A partir dos dados
da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2008), o Atlas mostra, por exemplo, que na região norte
do país, apenas 3,5% dos municípios contam com esgotamento sanitário. De acordo com o estudo, de 2000
a 2008 as condições de saneamento melhoraram levando-se em conta todo o território nacional, apesar
disso, menos da metade dos domicílios brasileiros (45,7%) tem acesso à rede de esgoto.

No Brasil, de 20% a 30% das habitações constituem assentamentos urbanos precários, situação
acompanhada de problemas de saneamento. “Há problema de cólera, de hepatite. Mesmo que o
esgotamento seja composto de 20% de matéria sólida e 80% de matéria líquida, esses 20% servem de
matéria para bactérias e vírus se alimentarem. Há várias doenças de veiculação hídrica gravíssimas, cujo
tempo de latência é de dez a 15 dias, de modo que só se perceberá o adoecimento depois. A diarreia que
adquirimos muitas vezes não tem a ver com a alimentação, como geralmente se associa, mas é causada
justamente por bactérias de água contaminada. Se você lava a fruta com água contaminada, está ingerindo
esta contaminação”
Fonte: Junia (2013, online).

Efluentes Industriais

Os efluentes industriais podem ter diversas origens, tais como: águas de lavagem de pisos, tubulações e equipamentos,
resfriamento, aspersão, lavagens de veículos; oficinas de manutenção, consumo humano e usos sanitários (GIORDANO, 2004).

O uso de água na indústria também tem fins sanitários, que na maior parte deles são tratados internamente na indústria, seja em
tratamentos específicos ou em conjunto com as etapas biológicas dos tratamentos de efluentes industriais. As águas residuárias,
neste caso os esgotos sanitários, contêm excrementos humanos líquidos e sólidos, produtos diversos de limpezas, resíduos
alimentícios, produtos desinfetantes e pesticidas.

Como principal característica dos efluentes industriais, eles são provenientes da composição das matérias primas, das águas de
abastecimento e do processo industrial.

Figura 05 - Efluente industrial

É importante que as indústrias façam a caracterização dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos dos efluentes industriais
a fim de obter um tratamento eficaz e que atenda aos parâmetros estabelecidos na legislação vigente.

Efluentes Hospitalares
O consumo de água entre os hospitais varia entre 400 e 1200 Litros/dia, por leito (GAUTAMA, KUMAR e SAUMON, 2007),
consequentemente, geram uma grande quantidade de efluentes.

Os efluentes hospitalares são semelhantes aos efluentes domésticos no que diz respeito a características de: concentração de
matéria orgânica, coliformes e pH. No entanto, algumas ele pode apresentar concentrações elevadas de fármacos, desinfetantes e
compostos químicos, além de organismos patogênicos resistentes a antimicrobianos (SILVEIRA, 2004).

Assim, a poluição das águas por efluentes hospitalares apresenta risco potencial, principalmente em países que estão em
desenvolvimento, quando os mesmos são descartados indevidamente (GAUTAMA, KUMAR e SAUMON, 2007).
Vecchia et al (2009) afirma que o volume desses efluentes aumentou com a demanda populacional em grandes centros brasileiros,
que na maioria das vezes, esses efluentes são lançados in natura no ambiente, e isso pode contribuir com o risco de doenças, tais
como: cólera, verminoses, febre tifóide e outras. Os autores supracitados explicam ainda a possibilidade desses efluentes
provocarem o aparecimento de micro-organismos resistentes que podem provocar doenças mais severas de difícil tratamento.

Efluentes Agrícolas
São provenientes de atividades agrícolas, tais como agropecuária, bovinocultura, suinocultura. São efluentes ricos em compostos
de fósforo, nitrogênio e enxofre, oriundos de adubos, e substâncias químicas tais como inseticidas, fungicidas e herbicidas
(FERNANDES, 2012).

A água pode ser poupada com o reuso de efluentes tratados seguido por parâmetros de qualidade
estabelecidos pela legislação brasileira para diversos fins que não sejam o consumo humano.

Uma das modalidades de reuso pode ser na aquicultura, que consiste na utilização de água de reuso para a
criação de animais ou cultivo de vegetais aquáticos para fins urbanos, agrícolas, ambientais, industriais e na
aquicultura.

Para saber mais, acesse: < http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/307168/reuso-de-


gua-essencial-para-o-meio-ambiente >.

Efluentes Pluviais
Os efluentes pluviais são constituídos pelas águas que passam pelos telhados, calçadas, praças, ruas, quintais, jardins. Esses
efluentes, normalmente contam com uma boa captação (bocas de lobo, galerias), no entanto, não passam por nenhum tratamento
(ARCHELA et al., 2003).

Além destas águas, estes efluentes são compostos por resíduos orgânicos de folhas, frutos, galhos secos, fezes e urina de animais
domésticos, e o que a população deixa nas galerias como papel, plástico, tocos de cigarro e outros.

Figura 06 - Enchente

Lixiviado (chorume)
O lixiviado (chorume ou percolado) consiste no líquido oriundo da decomposição do material putrescível presente nos resíduos
sólidos. Tem coloração escura e odor.

Geralmente o lixiviado apresenta em sua composição: ácidos graxos voláteis, nutrientes, notadamente o nitrogênio na forma
amoniacal solúvel e não estabilizada, metais pesados e poluentes orgânicos tóxicos persistentes. Além disso, pode conter
bactérias, sais de íons inorgânicos comuns, e micro poluentes como tolueno e diclorometano e uma elevada carga orgânica
(BAIRD, 2002).

LANÇAMENTO DE EFLUENTES

Os efluentes podem ser descartados em corpos receptores (Figura 07), no entanto, devem obedecer aos padrões estabelecidos
por um órgão de Legislação Ambiental.

Figura 07 - Lançamento de efluentes

No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabelece limites de concentrações para constituintes químicos
presentes e outros parâmetros. Assim, a qualidade deste efluente deve estar necessariamente, vinculada a qualidade do corpo
receptor. A Resolução do CONAMA 430/2011 dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes.
A preservação da qualidade dos cursos d’água exige que os efluentes sejam adequadamente tratados antes
do seu lançamento.

Fonte: a autora.

A proteção dos recursos hídricos envolve o monitoramento e a avaliação de sua qualidade ao longo dos rios,
estabelecendo metas e controlando as descargas de poluentes, de forma que um nível aceitável de
qualidade da água seja mantido.

A compreensão da autodepuração dos corpos d’água constitui em elemento básico para a adoção destas
medidas e ações.

Fonte: ANDRADE (2010).

Caracterização dos Efluentes

A caracterização consiste em determinar as principais características físico-químicas, biológicas, qualitativas e/ou quantitativas da
amostra. Os parâmetros que serão analisados, dependem da finalidade que serão utilizados, e é fundamental para se conhecer a
composição do efluente para se pensar nas técnicas de tratamento.

Para Dezotti (2008) os compostos presentes nos efluentes podem ser:

• matéria em solução: tem natureza orgânica ou inorgânica, biodegradável ou não, inonizável ou não. Podem apresentar
toxicidade ou inibir o desenvolvimento da microflora e da fauna do corpo receptor.

• matéria no estado coloidal ou em emulsão: é referente a óleos e graxas ou espumas.

• matéria em suspensão: decantáveis ou não, de natureza orgânica ou inorgânica.

A utilização de parâmetros globais pressupõe a definição de um equivalente de poluição que possa servir
como grandeza básica para a medida do grau de poluição.

Fonte: Dezotti (2008, p. 22).

Alguns parâmetros utilizados na caracterização dos efluentes são: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Demanda Química de
Oxigênio (DQO), Carbono Orgânico Dissolvido (COD) e outros parâmetros.

• A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): determina de forma indireta a quantidade equivalente de oxigênio necessária para
decompor a matéria orgânica e sua posterior transformação em matéria inorgânica (ROCHA, ROSA e CARDOSO, 2009).

• A Demanda Química de Oxigênio (DQO): consiste na quantidade de oxigênio necessária para oxidar quimicamente uma dada
substância (DEZOTTI, 2008).

• O Carbono Orgânico Dissolvido (COD): a matéria orgânica é totalmente oxidada.

Outros parâmetros utilizados são (VON SPERLING, 2005; ROCHA, ROSA e CARDOSO, 2009; DEZOTTI, 2008):
• Turbidez: consiste na medida do espalhamento de luz produzido pela presença de partículas coloidais ou em suspensão e é
expressa como unidade nefelométrica de turbidez;

• Cor: é um indicador da presença de metais como ferro e manganês, húmus, plâncton e outras substâncias dissolvidas na água.

• pH: É a medida da concentração de íons Hidrogênio, vai de uma escala de 0 a 14. É um parâmetro que interfere nas reações
químicas e bioquímicas, a vida aquática é bem influenciada nesse parâmetro. Também é importante para se planejar o tratamento
de efluentes.

• Dureza: associada a presença de sais de cálcio e magnésio presentes nos efluentes.

• Alcalinidade: Causada por sais alcalinos, principalmente por sódio e cálcio.

• Sólidos Totais Dissolvidos: podem ter natureza orgânica ou inorgânica. Se for orgânica esses sólidos podem reduzir a
concentração de oxigênio dissolvido no corpo receptor, além de odor e sabor. Se forem de natureza inorgânica, podem causar
corrosão em tubulações e equipamentos e formação de depósito de óxidos insolúveis.

• Sólidos em Suspensão: tendem a depositar no fundo nas margens do corpo receptor, causando redução do teor de oxigênio
dissolvido.

• Metais: cromo, chumbo e outros.

• Temperatura.

• Nitrogênio: Pode estar presente sob várias formas: amônia, nitrito, nitrato. Em excesso pode causar um exagerado
desenvolvimento de algas.

• Fósforo: presente em surfactantes, é um elemento essencial para crescimento de algas, assim como o nitrogênio, se houver um
excesso pode causar eutrofização.

Em 2000 houve o ápice da eutrofização na Lagoa de Araruama, que teve sua falência ambiental decretada;
em 2005, foi iniciada sua recuperação, com monitoramentos. O Governo do Rio de Janeiro construiu
estações de tratamento de esgoto (ETE), dragou e alargou o Canal Itajuru, em Cabo Frio, que faz ligação do
mar com a lagoa. De acordo com informações contidas no website da Prolagos, atualmente é feito o
monitoramento da qualidade da água em diferentes pontos da Lagoa de Araruama nos locais onde há o
despejo do efluente tratado das ETEs, garantindo a eficácia do sistema de tratamento empregado.

As medidas em execução que estão beneficiando diretamente a lagoa são a construção de um cinturão
coletor no entorno da lagoa, a implantação de interceptores de esgoto, a construção da ETE Jardim
Esperança, em Cabo Frio, e a ampliação da ETE de São Pedro da Aldeia. Ainda foi necessário o processo de
desassoreamento do Canal Itajuru para permitir o aumento da troca de água da lagoa com o mar e mais
investimentos em saneamento básico em alguns pontos críticos.

Fonte: Lima e Oliveira (2014).

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ATIVIDADES
1. A poluição das águas pode ser natural ou por fontes antrópicas. Assinale a(s) alternativa(s) que tenha exemplo(s) de fontes
antrópicas de poluição.

I. Indústria.

II. Vulcanismo.

III. Esgotos domésticos.

IV. Resíduos Sólidos.

É correto o que se afi rma em:

a) I e II, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) I, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

2. São efluentes formados por águas que estão presentes em calçadas, praças, não passam por um sistema de tratamento prévio.
Esse efluente é:

a) doméstico.

b) industrial.

c) pluvial.

d) hospitalar.

e) atividades agrícolas.

3. Consiste no parâmetro indicador de características ácidas e básicas dos efluentes. Uma solução neutra é 7. Esse parâmetro é
o(a):

a) pH.

b) Dureza.

c) Fósforo.

d) Nitrogênio.

e) Cloretos.

Resolução das atividades

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RESUMO
Abordamos neste nosso estudo os tipos de águas residuárias, que são provenientes de residências, indústrias, hospitais, de fontes
agrícolas e pluviais.

O efluente doméstico ou também conhecido por esgoto sanitário são termos utilizados para caracterizar despejos originados a
partir de residências, edifícios, comércios. Sua composição é basicamente feita por líquidos originários de atividades do cotidiano
da população tais como: fezes, urina, restos de alimentos, lavagens de roupas, lavagens de louça e outras atividades do cotidiano. É
composto por sólidos, suspensos, sólidos dissolvidos, matéria orgânica, nutrientes tais como nitrogênio e fósforo e
microrganismos patogênicos como por exemplo vírus, bactérias, protozoários e helmintos.

Enquanto os efluentes industriais apresentam características próprias, pertinentes ao processo industrial que os originou. As
características físicas, químicas e biológicas, variam de acordo com a tipologia da indústria, a matéria-prima utilizada, a operação.
Para que os parâmetros sejam determinados para pensar em tratamento, é preciso retirar uma amostragem desse efluente e
encaminhá-lo a um laboratório especializado. Alguns parâmetros que geralmente são testados por indústrias são: pH (potencial
hidrogeniônico), turbidez, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO), Sólidos. Também é
preciso levar em consideração a gestão de resíduos da empresa.

Efluentes hospitalares são semelhantes aos efluentes domésticos, no entanto, algumas características particulares devem ser
levadas em consideração no seu gerenciamento, tais como o volume de efluentes gerados está diretamente relacionado com a
ocupação de leitos, insumos químicos e a carga elevada de microrganismos patogênicos.

Também abordamos sobre os efluentes de origem agrícola, que são ricos em nutrientes e os efluentes pluviais, originários a partir
de águas pluviais, que podem levar consigo poluentes. Além disso, apresentamos o lixiviado (chorume) que é proveniente da
degradação dos resíduos sólidos.

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Material Complementar

Leitura
Nome do livro: Tratamento de Água e Efluentes

Autor: Claudia Bittencourt; Maria Aparecida Silva de Paula

Editora: Saraiva

Sinopse Este livro aborda a distribuição espacial da água no Brasil e no


:

mundo, a resolução de conflitos entre oferta e demanda, os planos de


recursos hídricos, os padrões e os indicadores de qualidade da água, e os
principais impactos ambientais provocados pela ação humana. Explica as
alterações dos parâmetros físicos, químicos e biológicos, os critérios de
classificação da água para seus usos, a água de reuso e as condições e os
padrões de lançamento para efluentes. Comenta os principais fatores
causadores de doenças de veiculação hídrica e as medidas para minimizar
os riscos. Trata ainda da poluição e dos sistemas de tratamento de águas
para consumo e de esgotos.

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REFERÊNCIAS
ANDRADE, Larice Nogueira de. Autodepuração dos corpos d´água. Revista da Biologia. – www.ib.usp.br/revista – publicado no
volume 5 – dezembro de 2010.

ARCHELA, Edison; CARRARO, Adalberto; FERNANDES, Fernando; BARROS, Omar Neto Fernandes; ARCHELA, Rosely Sampaio.
Considerações sobre a geração de efluentes líquidos em centros urbanos. Geografia - Volume 12 - Número 1 - Jan/Jun. 2003.

BAIRD, C. Química ambiental Trad. Mara Angeles Lobo Recio


. e Luiz Carlos Marques Carrera, 2. ed., Porto Alegre: Bookeman, p.
534-537, 2002.

DEZOTTI, Márcia. Processos e Técnicas para o controle ambiental de efluentes líquidos Rio de Janeiro: E-pappers, 2008.
.

FERNANDES, Dângela Maria. Biomassa e Biogás da Suinocultura 2012. 179 pp. Dissertação (Mestrado em Energia na
.

Agricultura) – Universidade do Oeste do Paraná, 2012.

GAUTAMA, Ajay Kumar; KUMAR, Sunil; SAUMON, P. C. Peliminary study of physico -chemical treatment options for hospital
wastewater. Journal of Environmental Management 83 (2007) 298–306.

GIORDANO, Gandhi. Tratamento e Controle de Efluentes Industriais. Disponível em:


< xa.yimg.com/kq/groups/.../name/Apostila++Tratamento+de+efluentes+industriais.pdf >. Acesso em: 12 mai. 2017.

JUNIA, Raquel. Brasileiros ainda adoecem por falta de saneamento básico (2013) Disponível em: < http://www.fi .

ocruz.br/omsambiental/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=262&sid=13 >. Acesso em: 12 mai. 2010.

LIMA, Clara Ayume Ito de; VIEGAS, Milena de Oliveira. O impacto da urbanização em Lagoas do Rio de Janeiro: estudo de caso
sobre as Lagoas Rodrigo de Freitas e de Araruama (2014). Disponível em:
< http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/meioambiente/0045.html >. Acesso em: 12 mai. 2017.

ROCHA, Julio Cesar. C.; ROSA, André Henrique; CARDOSO, Arnaldo Alves. Introdução à Química Ambiental 2.ed. Porto Alegre:
.

Bookman, 2009.

SILVEIRA, I. C. T., Cloro e Ozônio aplicados à desinfecção de efluente hospitalar tratado em contadors biológicos rotatórios, com
avaliação de efeitos tóxicos em Daphnia similis. 2004. 173 f. Tese -Universidade Federal do Rio Grande do Sul-Instituto de
Pesquisas Hidráulicas, Porto Alegre. 2004.

TERA AMBIENTAL. Reuso de água é essencial para o meio ambiente Disponível em:< http://www.teraambiental.com.br/blog-da-
.

tera-ambiental/bid/307168/reuso-de-gua-essencial-para-o-meio-ambiente > Acesso em: 12/05/2017.

TUCCI, Carlos E. M. Águas urbanas. Estud. av. [online]. 2008, vol.22, n.63, pp.97-112.

VECCHI A, A. D.; THEWES, M. R.; HARB N.; R.; SPILKI, F. R. Diagnóstico sobre a situação do tratamento do esgoto hospitalar no
Brasil Revista Saúde e Ambiente v. 10, n. 2, dez. 2009.
. ,

VON SP ERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos 3.ed. Belo Horizonte: Departamento de
.

Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Minas Gerais, 2005.

Wwap–UN, 2003. Water for People Water for life-The United Nations World Water Development Report.

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APROFUNDANDO
Vamos nos aprofundar agora sobre o Reuso de Água.

REUSO DE ÁGUA

O reuso de água, consiste no aproveitamento de águas que são utilizadas previamente (ou mais vezes), em alguma atividade,
podemos ter o reuso direto ou indireto, e também a partir de ações planejadas ou não planejadas.

É importante salientar que as opções de reuso só devem ser consideradas após a implantação das opções de redução do consumo
de água. Para a prática adequada do reuso, é preciso identificar a qualidade mínima da água necessária para um determinado
processo ou operação industrial.

Os principais tipos de reuso são: indireto não planejado de água, planejado de água, reciclagem de água e de efluentes tratados.
Em alguns casos, para possibilitar o reuso de um determinado efluente, é necessário um tratamento preliminar adicional, para
permitir que a concentraçã de um poluente específico seja compatível com o processo que o utiliza.

Este tratamento adicional, muitas vezes, possibilita a eliminação dos contaminantes de interesse. Com isso, podemos obter um
efluente tratado com características de qualidade equivalentes à água que alimenta toda a unidade industrial.

A avaliação do potencial de reuso deve ser efetuada posteriormente à fase de gestão da demanda e de reuso em cascata, uma vez
que estas ações irão afetar, de forma significativa, tanto a quantidade quanto a qualidade dos efluentes produzidos, podendo
comprometer toda a estrutura de reuso que tenha sido implementada anteriormente ao programa de redução do consumo.

É importante salientar que o reuso de efluentes pode ter fins potáveis e não potáveis. Tem-se um custo para o reuso que precisa
ser levado em consideração.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!


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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; CHATALOV Renata Cristina de Souza.


,

Gerenciamento e Tratamento de Resíduos Renata Cristina de Souza Chatalov.


.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

28 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Gerenciamento. 2. Tratamento. 3. Resíduos. 4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 628

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar


Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

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TRATAMENTO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

Professora: Me. Renata Cristina de Souza Chatalov

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar os aspectos gerais do tratamento de águas residuárias bem como o tratamento preliminar.

• Demonstrar os tipos de tratamento primário de efluentes.

• Explicar os principais tratamentos secundários de efluentes.

• Apresentar o tratamento terciário de efluentes.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Tratamento de águas residuárias

• Tratamento primário

• Tratamento secundário

• Tratamento terciário

Introdução
Nesse nosso encontro, vamos abordar sobre o tratamento de águas residuárias, pois nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE),
o efluente passa por diversos processos de tratamento antes de ser lançado em corpos receptores.

Vamos abordar sobre o pré-tratamento que tem como objetivo principal a remoção de sólidos presentes nos efluentes, seus
mecanismos básicos de remoção são de ordem física. A finalidade da remoção dos sólidos grosseiros tem por intuito a proteção
das próximas etapas de tratamento e também dos dispositivos de transporte. Também temos a desarenação que tem por objetivo a
remoção de areia presente nos efluentes, com a finalidade de evitar a abrasão de equipamentos e tubulações, além de facilitar o
transporte do líquido.

Após o tratamento preliminar, a etapa consiste no tratamento primário que objetiva a remoção dos sólidos flutuantes e sólidos em
suspensão sedimentáveis, além de uma pequena parcela da matéria orgânica. Tem uma eficiência em termos de remoção de
sólidos em suspensão de 60 a 70%.

Veremos que o tratamento secundário visa remover a matéria orgânica, e que temos vários tipos de tratamento secundário, tais
como: lagoas de estabilização e suas variações, os processos de disposição controlada sobre o solo, os reatores anaeróbios, os
lodos ativados e suas variações e os reatores aeróbios com biofilmes.

O tratamento terciário tem como finalidade a remoção de poluentes que não foram removidos nos processos anteriores, como por
exemplo, a remoção de nutrientes como fósforo e nitrogênio, e também a desinfecção dos efluentes.

A escolha do tratamento a ser utilizado dependerá das características de efluentes, alguns destes processos podem ser utilizados
no tratamento de efluentes domésticos e também no tratamento de efluentes industriais, é preciso que o efluente tratado atenda
a legislação ambiental vigente que é a Resolução 430/2011 do CONAMA que dispõe sobre os padrões de lançamento de
efluentes.
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TRATAMENTO DE ÁGUAS
RESIDUÁRIAS
Os graus de tratamento dos efluentes, para Dezotti (2008) consistem basicamente por dois fatores, a saber:

• Da qualidade do efluente antes de ser lançado no corpo receptor;

• Da legislação ambiental vigente que regulamenta os padrões de qualidade do efluente para o seu lançamento em um
determinado corpo receptor.

Os efluentes têm diferentes origens e, portanto, precisam ser consideradas diferentes formas no seu tratamento, de acordo com
sua natureza e padrões a serem atingidos. Podem-se considerar, de uma maneira geral, diferentes tipos de efluentes: domésticos,
industriais, agrícolas e pluviais (contaminadas, provenientes de sítio industrial ou não). As etapas do tratamento de efluentes
consistem em: tratamento preliminar, tratamento primário, tratamento secundário e tratamento terciário.

Tratamento Preliminar
O Tratamento preliminar (ou pré-tratamento) consiste nos processos de separação dos sólidos mais grosseiros, por meio de grades
grosseiras, grades finas e/ou peneiras rotativas, de desarenamento em caixas de areia e o desengorduramento em caixas de
gordura ou pré-decantadores (VON SPERLING, 2005).

Gradeamento
Na etapa do gradeamento, são retirados os sólidos que tem maiores dimensões. É feito por meio
de grandes metálicas (Figura 01) que como uma barreira, que apanham os sólidos mais
grosseiros. Segundo Farrugia (2013) às grades maiores têm entre 5 e 10 centímetros, já as
Figura 01 – Gradeamento
grades menores têm entre 1 e 2 centímetros.
Fonte: Farrugia (2013).

Para Junior (2011) as grades médias e finas são utilizadas para a retirada de partículas, que transpassam o gradeamento grosseiro.
Elas também podem ser instaladas, sem o gradeamento grosseiro, no caso de remoção mecânica dos resíduos (JÚNIOR, 2001)

Peneiramento
O peneiramento tem por objetivo remover sólidos normalmente com diâmetros maiores que 1
mm (VON SPERLING, 2005). As mais utilizadas têm malhas com barras triangulares com
espaçamento variando entre 0,5 a 2mm. Para Mello (2007) as peneiras podem ser classificadas
Figura 02 – Peneiramento
em estáticas e rotativas. As peneiras rotativas geralmente são utilizadas em tratamento de
efluentes industriais. Fonte: Hidrosul (2017,
online).

Caixa de areia
As areias causam problemas nos tratamentos posteriores, portanto a desarenação dos efluentes é realizada pelas caixas de areias
ou desarenadores (VON SPERLING, 2005). Seu mecanismo é simples, consiste em uma sedimentação: os grãos de areia, devido a
suas maiores dimensões e densidade seguem para o fundo do tanque, já a matéria orgânica presente em efluentes, permanece em
suspensão, seguindo para as próximas seguintes.

O tratamento preliminar é importante para os tratamentos posteriores.

Fonte: a autora

Tanque de Equalização
Em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) de efluentes industriais, pode ser necessário a inclusão de um tanque de equalização
após o tratamento preliminar. Como a vazão do afluente varia ao longo do dia, pode se tornar interessante a redução dessa
variação com o objetivo de facilitar a operação nas unidades de jusante (VON SPERLING, 2005).

TRATAMENTO PRIMÁRIO
O tratamento primário é utilizado para remoção de sólidos em suspensão e material graxo (óleos e graxas) também para
equalização e ajuste do pH, quando necessário. Os efluentes após o pré-tratamento, ainda tem suas características poluidoras
inalteradas, sendo necessários tratamentos para remoção de parte dos poluentes.
Para Dezotti (2008) desde que a qualidade do efluente estiver de acordo com os padrões estabelecidos para o seu lançamento,
dessa maneira, o efluente de uma unidade de tratamento primário pode ser diretamente lançado no corpo receptor. Caso
contrário, esse efluente deve ser conduzido para outra unidade de tratamento a fim de receber um tratamento subsequente
(tratamento secundário e terciário).

Sedimentação
A sedimentação é uma operação utilizada para remoção dos sólidos em suspensão que não são
removidos pelas grades ou peneiras. A sedimentação é uma operação unitária convencional para
separação de sólido-líquido e se baseia na diferença de densidade entre as fases (DEZOTTI,
2008).

É uma etapa que ocorre no decantador primário, as partículas sedimentam, por gravidade, no
fundo do decantador, e formam o lodo primário (que recebe um tratamento) (CHAGAS, 2000). Figura 03 – Decantadores
Aqui são removidas partes dos materiais flutuantes tais como as espumas, óleos e graxas circulares
acumuladas na superfície. Fonte: Shutterstock.
Os decantadores circulares (Figura 03) tem custos menores de instalação e manutenção quando
comparados aos decantadores retangulares.

A remoção do lodo no fundo do decantador pode ser feita por pressão hidrostática ou com
remoção de lodo mecanizada por raspagem ou sucção. Caso haja a presença de escumas é
necessário removê-las.

Escuma é uma camada de materiais como graxas, gorduras, matérias vegetais, plásticos, cabelos, produtos
de borracha e células microbiológicas mortas, ou seja, produtos com massa específica menor que 1, levados
para a superfície do reator impulsionados por bolhas de gás.

Fonte: Souza (2006, p. 04).

Coagulação – Floculação - Sedimentação


O processo físico-químico do tratamento de efluentes consiste na remoção de sólidos presentes
nos efluentes e precipitação dos mesmos por meio da adição de produtos químicos coagulantes.
Para isso é realizada uma mistura rápida para dispersá-los e em seguida tem-se uma mistura
lenta para a formulação dos flocos sedimentáveis (MANCUSO e SANTOS, 2003).

Enquanto a floculação (Figura 04) para Di Bernardo e Dantas (2005) consiste na agitação Figura 04 – Coagulação –
relativamente suave, para que ocorram choques entre as partículas e que se aglomerem Floculação e Decantação de
formando partículas maiores, os flocos. A floculação é caracterizada por um conjunto de efluentes em jar test
atividades físicas, que tem por objetivo reduzir o número de partículas suspensas e coloidais na
presente no efluente, buscando a formação de flocos que tenham tamanho maior para serem Fonte: Researchgate (2017,
retirados com maior facilidade (LIBÂNIO, 2010). online).

Após o processo de coagulação, floculação temos a sedimentação,na qual as partículas mais


pesadas decantam (formam então o lodo primário) e tem-se o efluente clarificado.

Nesse processo é preciso classificar o lodo de acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004), em
classe I (perigoso), classe II A (não inertes) ou classe II B (inertes), para sua posterior destinação
final.
Flotação
A flotação (Figura 05) tem como objetivo remover partículas em suspensão ou flutuantes de um meio líquido. Para Dezotti (2008)
a flotação compreende as etapas:

• Geração das bolhas de tamanho adequado;

• Ligação das bolhas no material que será flotado;

• Separação do sólido/líquido ou líquido/líquido;

• Remoção do sobrenadante.
Figura 05 – Flotação

Fonte: Rubim (2013).

As partículas em suspensão são carregadas para a superfície do tanque de flotação pelo aumento da força ascensional (empuxo)
que atua sobre elas. Esse aumento deve-se a introdução de bolhas de um gás de pequeno diâmetro que ao aderirem à superfície
das partículas da fase dispersa, reduzem a necessidade aparente do conjunto partícula/ bolha (DEZOTTI, 2008).

O floco é formado por um conjunto de partículas, em cujos interstícios ficam retidas as bolhas de ar. Assim, os sólidos flutuam
sobre a sustentação das bolhas de ar.

TRATAMENTO SECUNDÁRIO

O tratamento secundário de efluentes tem como objetivo a remoção da matéria orgânica por meio de degradação biológica (VON
SPERLING, 2005). De acordo com Dezotti (2008, p. 84):
pela ação dos microrganismos, os processos biológicos oxidam constituintes biodegradáveis particulados e
dissolvidos, capturam e incorporam sólidos coloidais não sedimentáveis e suspensos para o interior dos
flocos biológicos ou biofilmes, transformando ou removendo nutrientes, como o nitrogênio e fósforo. Essa
degradação é acompanhada da decomposição de carboidratos, óleos e graxas, proteínas e outros
compostos orgânicos complexos em compostos mais simples como gás carbônico e água.

Vários processos de tratamento secundário são concebidos para acelerar os mecanismos de degradação que ocorrem em corpos
receptores naturalmente (VON SPERLING, 2005). Existem uma variedade de métodos de tratamento secundário, sendo os mais
comuns: lagoas de estabilização, processos de disposição sobre o solo, reatores anaeróbios, lodos ativados, reatores aeróbios com
biofilmes.

Lagoas de Estabilização
Os sistemas de lagoas de estabilização consiste na forma mais simples para tratamento de
efluentes, apresentam diversas variantes com diferentes níveis de simplicidade operacional e Figura 06 – Lagoa
requisitos de área. O Quadro 01, apresenta as variações das lagoas de estabilização. facultativa aerada

Fonte: Shutterstock.

Quadro 01 - Variações das lagoas de estabilização


Fonte: adaptado de Von Sperling (2005).

Processos de Disposição no Solo


Os sistemas de disposição no solo podem ser uma forma de disposição final dos efluentes. Os efluentes aplicados no solo, assim ele
supre as necessidades das plantas tanto em termos de água quanto de nutrientes (VON SPERLING, 2005).

Tratamento Anaeróbio
Há duas variantes de reatores anaeróbios: filtro anaeróbio e reator UASB. O Quadro 02 apresenta estes tratamentos.

Quadro 02 - Variações dos reatores anaeróbios


Fonte: adaptado de Von Sperling (2005).

Lodos Ativados
Os lodos ativados (Figura 07) consiste em um processo que se mostra bem apropriado em virtude de ter um custo relativamente
baixo e além disso, tem um grande potencial de degradação. Esse termo designa a massa microbiana, sob a forma de flocos, que se
forma quando esgotos e outros efluentes biodegradáveis são submetidos à aeração. É baseado na oxidação de matéria orgânica de
águas residuárias por bactérias aeróbias em tanques de aeração. A massa biológica que cresce e flocula é continuamente circulada
e colocada em contato com o material orgânico presente nas águas residuárias (DEZOTTI, 2008).

Reatores Aeróbios com Biofilmes


Os biofilmes se formam naturalmente em superfícies em contato com água não esterilizada e são definidos como sendo
comunidades de microrganismos imobilizados, em uma matriz de substâncias poliméricas de origem microbiana. Estes compostos
podem ser de uma população que se desenvolve de espécies únicas ou de uma comunidade derivada de múltiplas espécies
microbianas, formando então um sistema biológico com alto nível de organização onde bactérias formam comunidades
estruturadas, coordenadas e funcionais (DEZOTTI, 2008)

O tratamento de efluentes industriais ideal é indicado de acordo com a carga poluidora e presença de
contaminantes. Apenas especialistas podem avaliar e realizar a coleta de amostras para análise de diversos
parâmetros que representam a carga orgânica e a carga tóxica dos efluentes.

Os processos de tratamento são classificados em físicos, químicos e biológicos, conforme a natureza dos
poluentes a serem removidos e/ou das operações unitárias utilizadas para o tratamento.

Para saber mais, acesse: < http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/338190/como-


funciona-o-tratamento-de-efluentes-industriais >.

TRATAMENTO TERCIÁRIO
O tratamento terciário de efluentes tem por objetivo remover as quantidades adicionais de poluentes em águas residuárias,
remanescentes do tratamento secundário antes de seu lançamento em um corpo receptor, também podemos chamar o
tratamento terciário de polimento.

Em decorrências das necessidades de cada indústria, os processos de tratamento são apresentados de forma diversificada. Por
exemplo, podemos ter: a filtração, cloração, ozonização, adsorção em carvão ativado, osmose reversa, troca iônica, entre outros.
Adicionalmente os processos de remoção biológica de nutrientes, tais como nitrogênio e fósforo podem ser realizados a nível
terciário.
O tratamento terciário também é aplicável em tratamento de esgotos domésticos, principalmente para
remoção de fósforo (P) e nitrogênio (N) nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE).

Fonte: adaptado de Von Sperling (2005).

Remoção de Nitrogênio (N) e Fósforo (P)


A remoção de N e P é necessária pelos motivos, pois a presença destes nutrientes pode proporcionar um crescimento exagerado
de algas nos corpos receptores ocasionando o processo de eutrofização.

As principais condições para que ocorra o processo de eutrofização são os lançamentos dos efluentes domésticos e industriais,
ricos em nutrientes, provenientes do processo de urbanização das grandes cidades e do sistema inadequado de tratamento de
efluentes.

O Quadro 03 nos apresenta as formas de remoção de N e P.

Quadro 03 - Variações dos reatores anaeróbios

Fonte: adaptado de Von Sperling (2005).

Nitrificação: conversão de amônia para nitrato.

Desnitrificação: A remoção biológica de nitrogênio é alcançada em condições de ausência de oxigênio, mas


na presença de nitratos e nitritos (denominadas condições anóxicas). Nestas condições, um grupo de
bactérias utiliza nitratos e nitritos no seu processo respiratório, convertendo-os a nitrogênio gasoso, que
escapa na atmosfera.
Fonte: Von Sperling (2005, p. 324).

Remoção de Microrganismos Patogênicos


A desinfecção de esgotos sanitários não visa a eliminação total dos microrganismos como ocorre, por exemplo, na medicina e
indústria alimentícia. Desinfectar esgotos é uma prática que tem por intuito inativar seletivamente espécies de organismos
presentes no esgoto sanitário, especialmente aqueles que ameaçam a saúde humana.

Em processos naturais de desinfecção têm-se as lagoas de estabilização, principalmente as de polimento; e a disposição controlada
no solo. Além disso, para Von Sperling (2005), temos:

• cloração: consiste na adição de cloro para matar os microrganismos;

• ozonização: deve ser gerada in situ é eficiente na remoção de patogênicos;

• radiação ultravioleta: a radiação UV gerada por lâmpadas germicidas, impede a reprodução de organismos patogênicos;

• membranas: constitui-se uma barreira física aos microrganismos, os quais são maiores que os poros.

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ATIVIDADES
1. Consiste em um processo de mistura dos efluentes, com o intuito de minimizar ou controlar as variações nas características dos
efluentes. Esse processo consiste no(a):

a) gradeamento.

b) desarenação.

c) equalização.

d) controle de pH.

e) lagoa de estabilização.

2. Tratamento que tem por objetivo a remoção de sólidos flutuantes e sólidos em suspensão sedimentáveis. Estamos falando do(a):

a) Tratamento preliminar.

b) Tratamento primário.

c) Tratamento secundário.

d) Tratamento terciário.

e) Ozonização.

3. O oxigênio deste tratamento de efl uentes é obtido por meio de aeradores. Esse tratamento consiste no(a):

a) Lagoa facultativa.

b) Lagoa anaeróbia-lagoa facultativa.

c) Lagoa aerada facultativa.

d) Lagoa de alta taxa.

e) Lagoa de polimento.

4. Tem como objetivo a remoção de poluentes específicos, esse tratamento é o(a):

a) Preliminar.

b) Primário.

c) Secundário.

d) Terciário.

e) Coagulação.

Resolução das atividades

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RESUMO
Neste nosso estudo, tivemos como objetivo apresentar as formas de tratamento de águas residuárias, para isso, apresentamos os
tratamentos preliminares, primários, secundários e terciários.

Vimos que no tratamento preliminar o gradeamento, o peneiramento, o desarenador e a equalização. O gradeamento consiste na
instalação de grades antes do efluente adentrar a ETE. Existem grades grossas, médias e finas, dependendo do espaçamento livre
entre as barras, aqui o material grosseiro após ser retido precisa ser removido. O peneiramento também objetiva a remoção de
sólidos grosseiros. O desarenador consiste na remoção da área, os grãos maiores irão decantar no fundo de um tanque. A
equalização (ou tanque de equalização) visa homogeneizar os efluentes para as etapas posteriores.

Abordamos no tratamento primário a sedimentação, que consiste em um processo físico que ocorre em decantadores primários.
Esse processo pode ser acelerado pela adição de coagulantes, por meio da coagulação, seguida de floculação, em que há a
formação de flocos para posterior sedimentação. Além destes, abordamos a flotação, em que o floco é formado e o mesmo fica na
superfície do efluente.

Estudamos o tratamento secundário que objetiva a remoção da matéria orgânica, por meio da degradação biológica. Vimos que as
lagoas de estabilização são processos simples de tratamento, mas que necessitam de grandes áreas para sua operação, e que
apresenta inúmeras variações, como: lagoas facultativas, lagoas anaeróbias seguidas de facultativas, lagoa aerada facultativa,
lagoas de decantação, lagoas de alta taxa, lagoas de maturação e lagoas de polimento. No tratamento secundário também vimos a
disposição controlada de efl uentes no solo. Abordamos os reatores UASB e o sistema de lodos ativados.

Finalizamos nossos estudos com o tratamento terciário que visa remover poluentes que não foram tratados em etapas anteriores.

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Leitura
Nome do livro: Tratamento Biológico de Efluentes - Fundamentos e
Aplicações

Autor: Geraldo Lippel Sant’anna Jr.

Editora: Interciência

Sinopse O livro versa sobre os processos de tratamento de efluentes


:

(esgotos domésticos e industriais) que permitem remover os poluentes


majoritários presentes nessas águas (material orgânico, nitrogênio e
fósforo). Também procura atender o interesse por conhecimentos, no
tema do tratamento de efluentes, dos profissionais de empresas públicas
e privadas, que atuam na área de saneamento ambiental, gerência
ambiental e projeto.

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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004 - Resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ATADERMO, Robert. Como funciona o tratamento de efluentes industriais (2014) Disponível em: .

< http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/338190/como-funciona-o-tratamento-de-efluentes-industriais >


Acesso em: 13/05/2017.

CHAGAS, Welington Ferreira. Estudo de patógenos e metais em lodo digerido bruto e higienizado para fins agrícolas, das
estações de tratamento de esgotos da ilha do governador e da Penha no estado do Rio de Janeiro [Mestrado] Fundação .

Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 2000. 89 p.

DEZOTTI, Márcia. Processos e Técnicas para o controle ambiental de efluentes líquidos. Rio de Janeiro: E-pappers, 2008.

DI BERNARDO, Luiz; DANTAS, Ângela D. Métodos e Técnicas de Tratamento de Água . 2. ed. São Carlos: RiMa, 2005.

F ARRUGIA, Beatriz. Conheça como funciona uma estação de tratamento de efluentes Revista TAE. 2013. Disponível em:< .

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GERARD, M. H. The Microbiology of Anaerobic Digesters.ed. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 2003. 177p.

HIDROSUL. Peneira Estática Para Efluente Disponível em:< http://www.hidrosul.com.br/produto/peneira-estatica > Acesso em:
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13/05/2017.

JÚNIOR, E. M. Iniciação ao tratamento de esgoto. Campinas: Curso de Treinamento de esgoto, 2001.

LIBÂNIO, MARCELO. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. 3. ed. Campinas: Editora Átomo, 2010.

MANCUSO, PEDRO C. S.; SANTOS, F. Reuso da água 3 ed. Barueri: Manuelie, 2003.
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MELLO, Edson José Rezende de. Avaliação da estação de tratamento de esgoto do Bairro Novo Horizonte na cidade de Araguari
– MG. UNIMINAS: Curso de Pós-Graduação lato sensu em Engenharia Sanitária, 2007.

OURÊ, Beatriz P. A Química no Tratamento de Água e E Efluente 2015. Disponível em:< .

https://energiaquimica.wordpress.com/2015/10/13/a-quimica-no-tratamento-de-agua-e-efluente/ > Acesso em: 13/05/2017.

RESEARCHGATE. Disponível em: <https://www.researchgate.net/fi gure/236202024_fi g3_Figure-3-Jar-test-apparatus > Acesso


em: 03 jun. 2017.

RUBIM, Cristiane. O trabalho da flotação e aeração Edição Nº 12 - abril/maio de 2013.


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SOUZA, Claudio Leite de. Estudo quantitativo e qualitativo de escuma acumulada em reatores UASB tratando esgotos
domésticos Dissertação (Mestrado em Meio ambiente e Recursos Hídricos). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
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Horizonte – MG, 2006.

VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos 3.ed. Belo Horizonte: Departamento de
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Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Minas Gerais, 2005.

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APROFUNDANDO
Vamos aprofundar agora sobre o Sistema de Lodos Ativados e Variantes.

O lodo ativado é o floco produzido num esgoto bruto ou decantado pelo crescimento de bactérias, na presença de oxigênio
dissolvido, e é acumulado em concentração suficiente graças ao retorno de outros flocos previamente formados. Seu sistema
convencional é constituído por: reator e decantadores primário e secundário.

O tempo de detenção hidráulico é bem baixo, da ordem de 6 a 8 horas e a idade do lodo em torno de 4 a 10 dias. Como o lodo
retirado ainda é jovem e possui grande quantidade de matéria orgânica em suas células, há necessidade de uma etapa de
estabilização do lodo (VON SPERLING, 2005).

Como suas variantes temos: lodos ativados convencional, aeração prolongada, fluxo intermitente (batelada), lodos ativados como
pós-tratamento de efluentes anaeróbios e reatores aeróbios com biofilmes.

Vamos conhecer cada um deles? Vamos iniciar sobre os lodos ativados convencional.

Os tanques são tipicamente de concretos, para economizar energia para aeração, parte orgânica em suspensão e sedimentável. O
lodo excedente deve receber tratamento adicional. Este tratamento consiste em adensamento, digestão e desidratação (fluxo
contínuo). Quanto mais bactérias houver em suspensão, maior será o consumo de alimento, ou seja, maior será a assimilação da
matéria orgânica presente no esgoto bruto. Assim, a biomassa consegue ser separada no decantador secundário devido a sua
propriedade flocular.

O tempo de retenção dos sólidos no sistema é denominado idade do lodo, sendo na ordem de 4 a 10 dias no sistema de lodos
ativados convencional. É esta maior permanência dos sólidos no sistema que garante a elevada eficiência do processo de lodos
ativados. O lodo excedente deve sofrer tratamento adicional, na linha de tratamento de lodo que consiste em: adensamento,
digestão de desidratação.

Nesse sistema de Aeração prolongada ela é feita conjuntamente no próprio reator. Nesse tipo de tratamento há um aumento com
o gasto de energia.
No sistema de lodos ativados convencional, o lodo permanece no sistema de 4 a 10 dias (idade do lodo), com esse período a
biomassa retirada no lodo excedente requer ainda uma etapa de estabilização no tratamento do lodo, por conter ainda um elevado
teor de matéria orgânica biodegradável na composição de suas células. Caso a biomassa permanecer no sistema por um período
mais longo com uma idade do lodo da ordem de 18 a 30 dias recebendo a mesma carga de DBO do esgoto bruto que o sistema
convencional, haverá uma menor disponibilidade de alimento para bactérias.

Devido à maior idade do lodo, o reator possui um maior volume (tempo de detenção do líquido é em torno de 16 a 24 horas) e em
decorrência, uma maior quantidade de biomassa. Portanto, há menos matéria orgânica por unidade de volume no tanque de
aeração, e por unidade de massa microbiana. Como resultado, as bactérias, para sobreviver, passam a utilizar nos seus processos
metabólicos a própria matéria orgânica componente das células.

O fluxo intermitente (batelada) consiste em um reator de mistura completa onde ocorrem todas as etapas do tratamento, a massa
biológica permanece no reator durante todos os ciclos, eliminando dessa forma a necessidade de decantadores separados. A
duração de cada etapa do ciclo pode ser alterada em função das variações da vazão afluente, das necessidades do tratamento, das
características do esgoto e biomassa no sistema, conforme figura a seguir.

Figura 01 – Lodos ativados por bateladas

Fonte: Puritech (online).

Os lodos ativados como pós-tratamento de efluentes anaeróbios é ideal para regiões quentes, o lodo aeróbio excedente gerado no
sistema de lodos estabilizados é enviado ao reator UASB onde sofre adensamento, digestão junto com o lodo anaeróbio.

Como esta vazão de retorno do lodo anaeróbio excedente é bem baixa, comparada com a vazão afluente, não há distúrbios
operacionais introduzidos no reator UASB. O tratamento do lodo geralmente é simplificado: não há necessidade de adensadores e
digestores, havendo apenas a etapa de desidratação. O lodo misto retirado do reator anaeróbio, digerido e com concentrações
similares à de um lodo efluente de adensadores, possui ainda ótimas características de desidratabilidade.

E por fim, os reatores aeróbios com biofilmes consiste em reatores nos quais a biomassa cresce aderida a um meio de suporte. Esse
sistema pode ser utilizado como pós tratamento do efluente de reatores anaeróbios. Neste caso, os decantadores primários, são
substituídos pelos reatores anaeróbios e o lodo excedente da etapa aeróbia, caso não esteja ainda estabilizado, é retornado ao
reator anaeróbio sofre adensamento e digestão.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; CHATALOV Renata Cristina de Souza.


,

Gerenciamento e Tratamento de Resíduos Renata Cristina de Souza Chatalov.


.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

27 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Gerenciamento. 2. Tratamento. 3. Resíduos. 4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 628

CIP - NBR 12899 - AACR/2

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