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INSTITUTO DE QUÍMICA
QF053
LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA
GRUPO 1
Adrielle Martins de Souza 145091
Aline Cristina Teixeira 145140
Ananda de Sousa Ramos 163982
Bruna Cristina Jorge Machado 104655
CAMPINAS
2020
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
Tabela 1. Concentrações utilizadas tanto para a solução estoque de cresol como para o timol e
os respectivos volumes a serem adicionados em cada tubo de ensaio.
Tanto a adição de água como a de solução estoque devem ser realizadas utilizando a
bureta.
Tampar os tubos e deixá-los em repouso por 30 min, agitando ocasionalmente.
Preparar um tubo com solução à 0,0002 mol/L, sem adicionar o carvão ativado, para a
determinação do coeficiente de absortividade molar (𝜆=270 nm).
Filtrar as soluções em ordem crescente de concentração (possibilitando, assim, a
utilização do mesmo filtro), para remover o carvão, transferindo o sobrenadante para uma
seringa, cuidando para não transferir o sedimento de carvão.
Transferir o conteúdo filtrado para uma cubeta de quartzo para obter a leitura no
espectrofotômetro no comprimento de onda de máxima absorção. Se a absorbância obtida for
maior que 1,5 a solução deve ser diluída e medida novamente.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após realizar as leituras de cada uma das soluções preparadas, obtemos os valores de
absorbância e de absortividade molar, a partir destes dados podemos encontrar a concentração
de equilíbrio, utilizando a lei de Lambert-Beer:
A=𝜺.b.c
Em que:
A: absorbância
𝜺: absortividade molar (1354,5 cm-1.mol-1.L para o timol e 1405 cm-1.mol-1.L para o
cresol)
c: concentração (concentração no equilíbrio Ceq)
b: caminho óptico (1 cm)
O número de mols inicial (ni) é obtido a partir da seguinte relação: a concentração inicial
(Ci) se dá em 1 L de solução (ou 1000mL) e queremos saber quanto há em 10mL. Com isso
temos:
𝐶𝑖.10
𝑛𝑖 = 1000
O número de mols no equilíbrio (neq) é calculado de forma análoga, utilizando os valores
da concentração no equilíbrio (Ceq):
𝐶𝑒𝑞.10
𝑛𝑒𝑞 = 1000
𝐾.𝐶𝑒𝑞.𝑁𝑚á𝑥
𝑁𝑎𝑑𝑠 = 1 + 𝐾.𝐶𝑒𝑞
Em que:
K = constante de equilíbrio de adsorção
Nmáx= saturação (monocamada)
Ceq = concentração no equilíbrio
Nads = número de mols adsorvidos por grama de carvão
Figura 1. Isoterma de adsorção do Cresol.
Tabela 4. Parâmetros do ajuste não-linear da isoterma de adsorção para o cresol e para o timol.
Graficamente, Nmáx é dado pelo parâmetro P1 e K é dado pelo parâmetro P2, ambos
obtidos através do ajuste não-linear. A constante de equilíbrio K reflete a afinidade do
adsorbato pela superfície, já a saturação Nmáx está diretamente relacionada com a eficiência em
remoção.
Conhecendo a estrutura química das moléculas, podemos utilizar o método Atomic and
Bond Contributions of van der Waals volume (VABC)[4] para calcular o volume de van der Waals
de cada uma delas através da equação seguinte:
3
𝑉𝑣𝑑𝑤 (Å ) = ∑𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎𝑠 − 5, 92 𝑁𝐵 − 14, 7 𝑅𝐴 − 3, 8 𝑅𝑁𝑅
Onde:
Σcontribuição atômica = contribuição de cada átomo da molécula para o volume (C = 20,58, H
= 7,24 e O = 14,71 Å3) [4]
NB = número de ligações
RA = número de anéis aromáticos
RNR = número de anéis não aromáticos
2
𝑉 = 4/3 . π . 𝑅
2
𝐴𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = π . 𝑅
Por fim, a área superficial em m2.g-1 do carvão ativado é encontrada por meio da relação
entre a área do soluto (Asoluto), o número de mol máximo adsorvido por grama de carvão (Nmáx) e
o número de Avogrado (NA):
𝐴𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐴𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 . 𝑁𝑚á𝑥 . 𝑁𝐴
Como visto acima, o valor da área superficial do carvão ativo obtido pelo modelo de
isotermas de Langmuir foi na faixa de 200 m2.g-1, sendo 243,066 m2.g-1 para o timol e 218,526
m2.g-1 para o cresol. Em contrapartida pelo método BET (Brunauer, Emmett e Teller), utilizando
o N2 como adsorbato, foi encontrada uma área de 650 m2.g-1. A discrepância entre os valores
pode ser explicada pelos diferentes modos adotados para calcular a àrea superficial. O BET é
considerado uma extensão do modelo de Langmuir e, além das hipóteses de Langmuir,
introduz o conceito de que as moléculas são adsorvidas em multicamadas que não interagem
entre si. Dessa forma, a equação da isoterma para o BET foi desenvolvida para camadas
múltiplas, enquanto a de Langmuir é utilizada considerando uma monocamada.
As pro estrutura, principriedades adsortivas do carvão ativo são atribuídas a alta
porosidade de sua estrutura e a consequente elevada área superficial (que foi observada na
Tabela 6). Outro fator significativo é a natureza dos grupos funcionais que podem estar
presentes na superfície do carvão. A estrutura desse tipo de adsorvente é composta por um
rede de carbono, em que os vértices e bordas podem acomodar uma série de elementos. O
oxigênio é o elemento mais comum de ser encontrado napalmente em grupos funcionais como
carboxila, carbonila e hidroxila.[5]
O grupo dos fenóis, o qual fazem parte o cresol e o timol, possui uma grande afinidade
com o carvão ativado. A interação é dada majoritariamente por dois mecanismos: ligação dos
elétrons π do anel aromático do fenol com os elétron π da rede de carbonos do carvão e a
formação de um complexo doador-receptor do grupo hidroxila do fenol com os grupos
presentes na superfície do adsorvente, principalmente a carbonila.[6]
No entanto, apesar das interações favoráveis, é preciso levar em consideração o fator
estérico relativo ao adsorbato. Como visto no gráfico da Figura 4 abaixo, o timol inicialmente
possui uma taxa de adsorção maior que o cresol, porém ao fim da análise nota-se que o
número máximo de mol de soluto adsorvido foi menor. O timol possui um maior volume de van
der Waals (Tabela 5), decorrente do grupo isopropil a mais que ele possui quando comparado
com o cresol (Figura 3). Consequentemente, as moléculas de timol possuem maior dificuldade
de se alojarem nos poros menores e mais internos do carvão, resultando em uma saturação
(visível pela estagnação de sua curva).
Figura 4. Gráfico comparativo do ajuste não-linear para o Cresol (preto) e Timol (vermelho).
Sabendo que a área superficial ocupada por uma molécula de benzeno é 0,4nm2 e que
a área superficial de uma amostra de carvão é 300m2g-1 , podemos determinar o Nmáx(número
de mol máximo adsorvido por grama de carvão), utilizando a seguinte equação:
1 mol ------78,11 g
0,0125 mol------ X
X=0,976 g de benzeno
0,7811g ------100%
0,098g ------- W
W= 12,54%
5. CONCLUSÃO
[1] Site da disciplina QFL 0406, Instituto de Química, Universidade de São Paulo - USP,
http://www2.iq.usp.br/docente/hvlinner/adsorcao.pdf
[2] ARAÚJO, W. S. Relação entre adsorção de metais pesados e atributos químicos e físicos
das principais classes de solo do Brasil. Dissertação de Mestrado, UFRR, Seropédica/RJ, 1998
[6] Guilarduci, V. V., et al. Adsorção de fenol sobre carvão ativado em meio alcalino. Química
Nova, vol.29, no.6 São Paulo, Nov./Dec. 2006.
[7] GREGG AND SING. Adsorption, Surface Area and Porosity. Academic Press, New York,
1982.