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Calendário de atividades 2016.1
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1. Segurança em laboratório de química
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3. Recristalização
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4. Determinação do ponto de fusão
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5. Destilação com arraste de vapor
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6. Determinação de coeficiente de partição do ácido salicílico em água e álcool
amílico (ou isoamílico).
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7. Extração contínua
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8. Verificação da influência do pH e do pka na ionização de fármacos
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9. Extração ácido-base
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10. Cromatografia
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10.1. Cromatografia em coluna
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10.2. Cromatografia em camada delgada
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11. Determinação da rotação específica da D-glicose e da D-frutose
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12. Referências bibliográficas
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
Calendário de atividades 2016.1
Turma Turma Experimentos
(2a feira) (6a feira)
15/02 15/02 1. Segurança em laboratório de química, materiais (vidrarias e
equipamentos)
22/02 19/02 3. Recristalização
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
1. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
Utilização de substâncias corrosivas
Entre os principais agentes corrosivos encontrados nos laboratórios químicos destacamos os
ácidos, as bases e os halogênios. Muitos deles provocam sérias queimaduras e devem ser
manipulados cuidadosamente, evitando-se contato com a pele e mucosas.
No caso de acidentes com esses produtos, deve-se conhecer a natureza química das substâncias
para se executar corretamente os primeiros socorros.
Como proceder no caso de acidentes com:
a) Ácidos: (H2SO4, HCl, HNO3, etc.) deve-se lavar, imediatamente, com muita água, neutralizar
com solução alcalina diluída (geralmente solução aquosa de bicarbonato de sódio a 1%) e
novamente com água.
b) Bases: (NaOH, KOH, NH4OH, etc.) deve-se lavar, imediatamente, com muita água, neutralizar
com solução ácida diluída (geralmente solução aquosa de ácido acético a 1%) e novamente com
água.
c) Sódio: (Na) deve-se remover qualquer resíduo de sódio e depois proceder como para as bases.
Uma das principais causas de incêndios nos laboratórios relaciona-se com a manipulação
incorreta de líquidos inflamáveis. Os mais comuns em laboratórios de química são: acetato de etila,
acetona, benzeno, cicloexano, dissulfeto de carbono, etanol, éter de petróleo, éter etílico, hexano,
metanol. Estes reagentes devem ser manipulados longe das chamas. Além disso, deve-se evitar que
seus vapores sejam liberados para o ambiente do laboratório.
Um pequeno incêndio pode ser extinto colocando-se um pano molhado sobre a chama. Nos
casos graves, usar areia seca ou extintores de incêndio.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
laboratórios de Química
Acetato de etila: líquido inflamável e volátil; inalação prolongada causa danos renais e
hepáticos. Trabalhar em local arejado.
Ácido acético glacial: libera vapores irritantes. Manipular em capela
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
Ácido bórico: pode ocasionar envenenamento fatal se absorvido por ferimento da pele.
Ácido cianídrico: gás incolor altamente venenoso, dose concentrada pode ser fatal em poucos
minutos.
Ácido clorídrico: libera vapores corrosivos. Manusear em capela.
Ácido sulfúrico fumegante: extremante corrosivo e possui odor irritante de SO3. Trabalhar
em capela utilizando luvas.
Anilina: líquido altamente venenoso e cancerígeno pode causar intoxicação.
Amônia: gás incolor, corrosivo e tóxico possui odor irritante. Inalação de vapores concentrados
provoca asfixia. Trabalhar em capela.
Anidrido acético: líquido com odor acético bastante acentuado; produz irritação e
queimaduras na pele. Trabalhar em local arejado.
Benzeno: líquido inflamável, venenoso, cancerígeno, pode causar intoxicação, por inalação,
ingestão ou absorção cutânea. Trabalhar em capela e evitar o contato coma pele.
Bromo: líquido volátil, extremamente corrosivo e irritante, ataca rapidamente os tecidos
orgânicos provocando sérias queimaduras. Seus vapores podem ocasionar danos nas vias
respiratórias. Trabalhar em capela, usar luvas e manter uma cuba contendo hidróxido de amônio
ou hidróxido de sódio a 10 % nas proximidades.
1-butanol: seus vapores causam irritação nas mucosas e dores de cabeça. Trabalhar em local
arejado.
Cianeto de sódio: fatal em pequenas concentrações. Trabalhar em capela eficiente, com
luvas e tendo por perto solução de NaOH a 10%.
Cicloexano: líquido inflamável, irritante e narcótico. Trabalhar em local arejado.
Hidróxido de amônio: consiste em uma solução aquosa de amônia a 28%. Líquido de odor
irritante. Trabalhar em capela.
Hidróxido de sódio ou de potássio: altamente corrosivo, evitar contato com a pele e olhos.
Iodo: sólido facilmente sublimável, seus vapores são bastante são bastante tóxicos e
corrosivos. Trabalhar em capela e usar luvas
Metanol: venenoso e inflamável e pode causar intoxicação fatal por ingestão, inalação ou
absorção cutânea, exposição prolongada pode ocasionar cegueira. Trabalhar em capela e evitar
contato com a pele.
Propanona: líquido volátil e inflamável, inalação prolongada pode ocasionar irritação
brônquica e narcose. Trabalhar em local arejado.
Salicilato de metila: bastante venenoso, se ingerido; evitar também inalação prolongada.
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2. VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS
funil de buchner frasco de kitazato gral e pistilo capsula de porcelana conexões Dean-stark
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3. RECRISTALIZAÇÃO
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Misturas de solventes mais usadas em recristalização
Etanol + água Éter + metanol
Matanol + água Benzeno +ligroína
Ácido acético + água Éter + acetona
O par mais comum é etanol e água. A substância geralmente é bem solúvel em etanol e
pouco solúvel em água. A técnica consiste em aquecer o material a ser purificado com o melhor
solvente até a ebulição e adicionar lentamente o pior solvente, até aparecer uma ligeira turvação.
Adiciona-se, então uma pequena quantidade do melhor solvente, obtendo-se uma solução límpida a
quente.
Durante a solubilização do material a quente, é importante usar a menor quantidade possível
de solvente para diminuir as perdas do produto por solubilização.
Impurezas coloridas ou resinosas podem ser removidas pela adição de pequena quantidade
de carvão ativo à solução aquecida (em geral de 1 a 2% p/p) do material a ser purificado. As
impurezas adsorvidas na superfície das partículas de carvão são removidas durante filtração.
Formação dos cristais- pode ocorrer de maneira espontânea ou induzida por meio de agitação,
resfriamento ou introdução de cristais da substância pura. O resfriamento muito rápido induz a
formação de cristais pequenos que podem adsorver impurezas contidas na solução.
A. Dissolução
1. Encontrar um solvente onde a substância (soluto) seja pouco solúvel à temperatura ambiente e
muito solúvel a quente.
2. Aqueça o solvente até próximo do ponto de ebulição;
3. Dissolver o sólido num mínimo de solvente em ebulição;
4. Adicionar, se necessário, carvão ativado, CUIDADO!
5. Filtrar a solução quente através de um funil pré-aquecido com papel filtro pregueado, afim de
remover as impurezas sólidas e o carvão.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
6. Deixe a solução esfriar (não toque mais no frasco).
7. Se os cristais não aparecerem - siga para o item B
Se os cristais aparecerem - siga para o item C.
C. Coletar os cristais
1. Coletar os cristais usando um funil de Büchner.
2. Lavar os cristais com uma pequena porção de solvente frio.
3. Manter a sucção até que os cristais estejam secos.
D. Secar os cristais
1. Secar ao ar debaixo da bancada por 48 horas ou;
2. Usar uma estufa (se os cristais não sublimam ou fundem a esta temperatura) à 100 oC ou;
3. Usar um dessecador a vácuo (1 mmHg).
Procedimento experimental
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
4. DETERMINAÇÃO DO PONTO DE FUSÃO
O ponto de fusão (pf) de substância orgânica pura é definido como a temperatura na qual
a fase sólida coexiste com a fase líquida. Durante a fusão, a temperatura permanece inalterada
até que todo o sólido tenha se convertido em líquido. No ponto de fusão a pressão de vapor do
sólido é igual à pressão de vapor da fase líquida. Uma substância orgânica pura possui
geralmente um ponto de fusão bem definido, isto é, a fusão ocorre em uma faixa estreita de
temperatura (0,5 a 1,0 ºC) e por isto, esta propriedade é bastante usada como critério de pureza
de uma substância. A presença de impurezas produz, na maior parte dos casos, um alargamento
na faixa de fusão, além de abaixar a temperatura de fusão.
O ponto de fusão pode ser determinado com grande precisão mesmo com aparelhos muito
simples. A exatidão na determinação de ponto de fusão está estritamente relacionada com a precisão
do termômetro utilizado. É importante que a amostra esteja criteriosamente seca para a
determinação confiável de seu ponto de fusão.
No caso de dois compostos A e B aparentemente idênticos, com pontos de fusão similares
de 131-132 ºC. Pode-se facilmente determinar se A e B realmente são o mesmo composto
misturando uma pequena quantidade de B com A (ou vice-versa) e determinando o ponto de fusão
da mistura, caso A e B sejam o mesmo composto, o ponto de fusão da mistura será o mesmo pf de
A ou B puros. Se A e B não são o mesmo composto, um agirá como uma impureza no outro e o
ponto de fusão da mistura será mais baixo e com uma faixa de fusão mais ampla (talvez 120-125
ºC neste caso) do que o ponto de fusão individual de A ou de B, puros.
A determinação do ponto de fusão de uma substância pode ser efetuada no laboratório, em
tubos capilares, utilizando um tubo Thiele como banho de aquecimento (figura abaixo). A amostra a
ser analisada é colocada em um tubo capilar preso ao termômetro por meio de um anel de borracha.
A amostra deve estar próxima ao bulbo do termômetro.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
Procedimento experimental
1. Preencher um capilar (com uma das extremidades fechada) com a amostra pulverizada, de modo
a ter 2 a 3 mm de material nos capilares.
2. Compactar o material com o auxílio de uma vara de vidro.
3. Encher o tubo Thiele com glicerina (usando um funil de haste longa) até a metade do "pescoço"
do tubo (nujol ou silicone pode ser usado).
4. Fixar o capilar no termômetro usando um elástico de látex (Veja figura).
5. Mergulhar o termômetro/capilar no banho de glicerina, de modo a que a porção final do capilar
fique fora do banho.
5. Fixar a posição do termômetro com auxílio de uma rolha com a lateral cortada em V (veja
figura).
6. Começar a aquecer o sistema usando chama azul no Bunsen. A temperatura deve subir
rapidamente.
7. Quando faltar 10-15 oC para o p.f. da substância, iniciar um aquecimento brando (chama
amarela) na taxa de 1 oC/min.
8. Registrar a faixa de fusão da amostra.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
UM BOM PONTO DE FUSÃO TEM UM INTERVALO DE FUSÃO (início - fim) de até 2 oC.
Obs. Para amostras desconhecidas é conveniente fazer uma determinação preliminar rápida,
Muitas plantas exalam aromas agradáveis que resultam de misturas complexas de compostos
orgânicos voláteis. Essas misturas de produtos naturais voláteis constituem o que se denomina de
óleos essenciais. Nas plantas o óleo fica geralmente armazenado em pequenas vesículas das folhas,
pétalas ou cascas. Devido a sua volatilidade ele escapa pelos poros das vesículas perfumando o
ambiente.
Dentre os óleos mais importantes podemos destacar de eucalipto, canela, hortelã, jasmim,
lavanda, limão, rosa, cravo, entre outros.
A extração e comercialização desses óleos são importantes para a indústria de perfume,
alimentos, fármacos e material de limpeza.
Os métodos mais comuns de extração de óleos essenciais são a prensagem, destilação por
arraste de vapor d’água, extração com solventes e extração com CO2 supercrítico.
A destilação com arraste de vapor é bastante utilizada na purificação de substância que
decompõe a temperatura elevada, pode também ser utilizada na separação de uma substância de
uma mistura reacional que contém substâncias não voláteis. Esta destilação é usualmente
empregada na purificação de substâncias orgânicas voláteis e imiscíveis com a água. Esta operação
envolve co-destilação da substância a purificar com a água, e tem como principal vantagem o fato
da mistura entrar em ebulição a uma temperatura inferior a ponto de ebulição da água.
De acordo com a Lei de Dalton sobre as pressões parciais dos gases, num sistema contendo
vapores imisciveis, cada componente exerce sua pressão de vapor, independentemente dos outros
componentes presentes. Portanto, a pressão de vapor total sobre a mistura é igual à soma das
pressões de vapor de cada componente.
PTotal = P1 + P2 + .....Pn.
Se uma mistura de dois líquidos for destilada o ponto de ebulição será a temperatura na qual
a soma das pressões de vapor é igual à da atmosfera. Essa temperatura será menor do que o ponto
de ebulição do componente mais volátil. Exemplo: anilina PE = 184 C, água PE = 100 C,
temperatura de ebulição da mistura é igual a 98,5 C, quando a pressão de vapor da água é igual a
717 mm Hg e de anilina 43 mmHg.
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O óleo de cravo-da-índia é obtido por destilação por arraste de vapor d’água de botões
dessecados da Syzgium aromaticum (L.) Merr. Et. L. M. Perry e os principais componentes do óleo
são eugenol (70 a 95 %), acetato de eugenol, -cariofileno (5 a 8 %). O óleo é usado como
aromatizante e possui propriedades antiséptica, contra irritanção e carminativa.
O
OH
O CH3 O O CH 3
H
Procedimento experimental
Triturar os cravos em gral de porcelana, colocar em um balão bitubular de 500 mL (balão B),
adicionar água até cobri-los. No outro balão (A), colocar água para aquecer (gerador de vapor).
Aquecer os balões. Quando estiver destilando apenas água, retirar a rolha do frasco gerador de
vapor e interromper o aquecimento. Se este cuidado não for tomado, pode haver refluxo do material
do balão B para o balão A. Transferir o destilado para um funil de separação. Extrair com acetato de
etila (2X30 mL). Coletar a fase orgânica, secar com sulfato de sódio anidro. Evaporar o acetato de
etila em banho-maria. Montar a aparelhagem conforme figura abaixo.
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6. Determinação de coeficiente de partição do ácido salicílico em água e álcool
amílico (ou isoamílico).
Introdução
óleo
Agitar
esperar o equilibrio
água
P = CO/CA
Onde:
CO = concentração da substância na fase orgânica
CA = concentração da substância na fase aquosa
Procedimento experimental
Procedimento experimental
Adaptar a um balão de 500 mL, contendo alguns fragmentos de porcelana porosa, um extrator do
tipo de Soxhlet. Triturar o material vegetal e colocá-lo em um cartucho de celulose, cobrir o
material a extrair com um pequeno chumaço de algodão e colocar o cartucho na câmera (B) do
extrator. Adicionar pelo extrator um volume de solvente equivalente a 1,5 o volume do extrator.
Aquecer o sistema até o refluxo. Repetir esta operação até a solução no extrator apresentar quase
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incolor. Terminada a extração, substituir o extrator de Soxhlet por uma aparelhagem para destilação
simples e destilar o solvente.
Introdução
Como os fármacos, em geral são ácidos ou bases fracas, no meio biológico eles estarão
mais ou menos ionizados, dependendo da constante de acidez (Ka) e do pH do meio em que se
encontram. Considerando-se que a forma não-ionizada de um fármaco é mais lipossolúvel que a
ionizada, a constante de acidez da substância e o pH do meio são dois parâmetros que influem
diretamente na passagem de fármacos através das membranas biológicas e, portanto, são
determinantes dos processos de absorção, transporte e excreção de fármacos.
É possível prever qualitativamente, apenas com base na reação do fármaco com a agua,
em que pH a relação das concentrações de formas não-ionizadas e ionizadas será maior e dessa
forma avaliar, por exemplo, em que parte do trato gastrointestinal a absorção será mais efetiva.
Assim, para um fármaco de caráter ácido fraco (HA)
HA + H2O A- + H3O+
Quanto menor for o pH, maior será a concentração de H3O+, portanto, o equilíbrio da reação
será deslocando para a esquerda com o aumento da forma não-ionizada (HA). Ao contrário,
quanto maior for o pH maior será a concentração de OH-, maior será o consumo de H3O+ e o
equilíbrio da reação se deslocará para a direita com o consequente aumento da concentração da
forma ionizada (A-).
Para um fármaco de caráter básico, que recebe H+ da água,
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
haverá aumento da forma ionizada (BH+) em pH menor e da forma não-ionizada (B) em pH
maior.
Se os valores de Ka (pKa) e do pH do meio são conhecidos, é possível calcular a relação
das concentrações de formas ionizadas e não-ionizadas de um fármaco:
Para um fármaco de caráter ácido,
A- pH-pKa
=10
HA
Para um fármaco de caráter básico,
do ácido conjugado
B pH-pKa
= 10 da base
BH+
Objetivo
Será observada a influência do pH na relação das concentrações de formas ionizadas e
não-ionizadas de três fármacos: ácido acetilsalicílico de caráter ácido (pKa = 5), o paracetamol,
ácido muito fraco, considerado neutro (pKa = 10) e p-aminofenol, de caráter básico (pka do
ácido conjugado = 6).
O
O OH H
NH2 N CH3
O CH3
ácido acetilsalicilico
OH OH
p-aminofenol paracetamol
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
Procedimento experimental
Em tubos de ensaio, adicionar as amostras de ácido acetilsalicílico (AAS), paracetamol (PC) e
p-aminofenol (AF), as soluções de pH 1 e 8 e o solvente, seguindo o especificado na tabela a
seguir.
Tubo Substância Vol. (mL) Vol. (mL) Vol. (mL) Resultado
(peso mg) sol HCl tampão acetato de (F ou f)
pH =1 pH = 8* etila
1 AAS (30) 3 - 3
2 AAS (30) - 3 3
3 PC (20) 3 - 3
4 PC (20) - 3 3
5 AF (20) 3 - 3
6 AF (20) - 3 3
*Misturar 1 mL de solução de NaH2PO4 a 0,2 mol/L e 19 mL de solução de Na2HPO4 a 0,2 mol/L.
Agitar vigorosamente, deixar em repouso até ocorrer a separação das fases aquosa e
orgânica e aplicar, com o auxílio de um capilar, volumes aproximadamente iguais de cada uma
das fases orgânicas em placas de sílica com indicador de fluorescência. Secar e observar a placa
sob a luz ultravioleta. Comparar as fluorescências das manchas relativas ao mesmo fármaco
especificando como forte (F) ou fraco (f).
Cálculos
Calcular as relações das concentrações de formas ionizadas e não-ionizadas dos três
fármacos em pH 1 e 8 e verificar se o resultado do experimento está de acordo com o que pode
ser previsto pelos cálculos.
9. Extração Ácido-Base
Até agora consideramos casos em que não há reação entre o soluto e o solvente, mas
também podemos fazer uma separação usando solventes quimicamente ativos, denominados
“solventes de reação”. É muito usada na separação de componentes de uma mistura ou na remoção
de impurezas dos compostos orgânicos. Esta extração é mais fácil de ser executado no caso de
substâncias ácidas ou básicas, por conversão em sal, geralmente solúvel na fase aquosa. A
substância ácida ou básica, após a separação da fase aquosa, é recuperada por deslocamento e
extração com um solvente orgânico apropriado.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
A maioria dos fármacos possui natureza fracamente ácida ou básica, portanto
controlando o pH do meio pela adição de ácidos ou bases, as substâncias podem ser
transformadas em sais, como exemplificados nas equações a seguir:
RCOOH + NaOH RCOO-Na+ + H2O
RNH2 + HCl RNH3+Cl-
A substância ao ser transformada em sal deixa de ser solúvel no solvente orgânico e torna
solúvel na fase aquosa, podendo então, ser separada de outras substâncias solúveis na fase orgânica.
Objetivos
Separação e purificação de compostos orgânicos através do uso de solventes reativos
(extração ácido-base).
NH2
OH COOH
NO2
Procedimento experimental
Pesar 0,5 g de cada uma das seguintes substâncias: p-nitroanilina, -naftol e ácido benzóico.
Juntar as 3 substâncias em um Erlenmeyer e dissolver com 30 mL de éter de etílico. Transferir esta
solução para um funil de separação e proceder à extração de acordo com a orientação descrita
abaixo (ATENÇÃO: Abrir a torneira do funil de separação após cada agitação).
1) Adicionar 30 mL de solução aquosa de HCl 10 % (2 x 15 mL) e recolher as fases aquosas em um
recipiente. Guardar a fase orgânica para prosseguir na etapa 2. Neutralizar a fase aquosa com NaOH
40 %. Recuperar o precipitado formado por filtração a vácuo.
2) Extrair a solução orgânica com 30 mL de solução de NaHCO3 10 % (2 x 15 mL) e recolher as
frações aquosas em um recipiente. Guardar a fase orgânica para etapa 3. Neutralizar a fração aquosa
com HCl concentrado. DEVAGAR e com agitação branda. Recuperar o precipitado formado por
filtração a vácuo.
3) Extrair a solução orgânica com NaOH 10 % (2 X 15 mL). Juntar as fases aquosas e neutralizar
com HCl concentrado (cuidado!!). Recuperar o precipitado por filtração a vácuo.
4) Secar os compostos obtidos e pesar. Calcular a porcentagem de material recuperado.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
10. CROMATOGRAFIA
Neste método, a fase estacionária é constituída por um sólido finamente dividido e a fase
móvel, por um líquido. A separação dos componentes da mistura analisada depende do equilíbrio de
adsorção-dessorção entre as substâncias adsorvidas na superfície estacionária sólida e a fase móvel
líquida. A força de adsorção das substâncias a serem separadas depende da polaridade das
moléculas, da atividade do adsorvente e da polaridade da fase móvel. As substâncias pouco polares
são adsorvidas menos fortemente, permanecendo menos tempo na fase estacionária, e necessitando,
portanto, de menor quantidade de solvente para percorrer a fase estacionária do que as substâncias
mais polares.
A atividade do adsorvente, ou seja, seu poder de adsorção altera de acordo com o tipo de
material a ser cromatografado. O silicato de magnésio é indicado para a separação de açúcares,
substâncias acetiladas, esteróides e óleos essências. A alumina (Al2O3) na forma ácida é utilizada
para separar ácidos carboxílicos e ácidos aminados.
O adsorvente mais utilizado em cromatografia por adsorção é a sílica (SiO2) - um sólido,
altamente poroso, levemente ácido. Existem vários tipos de sílica:
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
Separação de pigmentos vegetais
Prepare a amostra, colocando em um almofariz uma pequena porção do material vegetal
(folhas) com uma mistura de éter de petróleo e acetona (80:20) e macerar até obter uma solução
esverdiada.
Quanto mais uniforme for o enchimento da coluna maior será a sua eficiência. Durante o
enchimento o ar pode ficar retido entre as partículas, para evitar que isso ocorra deve-se agitar o
adsorvente num frasco com a fase móvel, a qual será colocada dentro da coluna, já contendo 1/3 da
fase móvel. Nesta operação acompanhada por vibração da coluna e, deixando o material assentar
gradualmente, obtém-se uma razoável homogeneidade no enchimento. Deve-se evitar deixar a
coluna secar durante o enchimento ou na eluição, porque aparecem rachaduras na coluna, o que
prejudicará a separação cromatográfica.
A coluna será recheada com uma suspensão de sílica gel (200-400 mesh) em éter de
petróleo.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
As principais etapas na cromatografia em camada delgada, CCD
a) Preparação das placas: existem várias formas de se preparar uma placa cromatográfica,
quer manualmente quer com emprego de espalhadores. Independente do método escolhido, as
placas devem ser estar totalmente limpas, procurando eliminar toda a gordura de sua superfície.
Faz-se uma suspensão do adsorvente com um solvente adequado e mantendo-se a placa na
horizontal, transfere-se a suspensão para a superfície da placa, espalhando-se de maneira bem
uniforme. Deixa-se secar ao ar e então faz a ativação das mesmas em estufa a 110 C por
aproximadamente 60 minutos.
b) Escolha da fase móvel: o solvente ou mistura de solventes tem papel fundamental na
separação dos componentes da mistura. Entende-se que existe uma competição entre as moléculas
da fase móvel e da amostra, pela superfície do adsorvente, portanto, a escolha da fase móvel tem
que considerar a natureza química das substâncias a serem separadas e a polaridade. Deve-se tomar
como base à série eluotrópica dos solventes apresentada abaixo. Para cromatografia em fase normal
o poder de eluição da fase móvel está diretamente relacionado com a sua polaridade. Assim, para
aumentar a força da fase móvel, deve-se aumentar a sua polaridade.
Série eluotrópica (ordem crescente de polaridade)
Pentano < éter de petróleo < cicloexano < benzeno < clorofórmio < éter etílico < acetato de etila <
acetona < etanol < metanol < água.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
f) Calculo do Rf (fator de retenção)
Onde,
α =rotação observada (graus)
l = comprimento do tubo (dm)
c = concentração da amostra (g/mL)
T = temperatura em Cesius
D = comprimento de onda da raia D de sódio, λ 586 nm
O ângulo de rotação (α) pode ser medido em um polarímetro, cujo esquema é mostrado abaixo.
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Química Orgânica Experimental I – Curso de Farmácia
O aparelho é formado por uma fonte de luz (1), um filtro polarizador fixo (2), um tubo (3)
contendo a amostra (4) e um filtro polarizador para análise (6), que ao ser girado registra o sentido
levógiro (-) ou dextrógiro (+) e o ângulo em graus (de 0 a 180). Observe na figura o desvio do plano
ao sair a luz do compartimento da amostra (5). O analisador pode girar em torno do eixo
longitudinal do instrumento, enquanto o prisma polarizador é fixo.
Quando o tubo polarimétrico contiver uma substância que não possuir atividade ótica (água,
por exemplo) e o analisador estiver cruzado com o polarizador, nenhuma luz passará e o campo
visual do instrumento apresentar-se-á escuro. Esta será a situação correspondente ao zero gravado
no limbo do instrumento. Se o tubo estiver uma substância oticamente ativa, o feixe luminoso, ao
atravessá-lo, sofrerá um desvio no seu plano de polarização - para que o campo visual volte a ficar
escuro será necessário girar o analisador até cruzá-lo com a nova direção da polarização da luz. Este
desvio poderá ser lido no limbo do instrumento e constituirá o ângulo desvio da luz polarizada.
O polarímetro tem um dispositivo auxiliar que torna a medida do ângulo de rotação mais
precisa. Graças a ele (prisma de Nicol auxiliar) o campo visual do instrumento fica dividido em
duas metades, uma clara e outra escura, quando o analisador está um pouco antes da posição
cruzada; um pouco além, a situação se inverte: a metade do campo que estava escura torna-se clara
e a outra fica clara. Uma posição intermediária, em que as duas metades do campo visual fiquem
igualmente pouco iluminadas, corresponde à posição de leitura do ângulo .
Procedimento experimental
Determinar a rotação específica dos açúcares D-glicose e D-frutose, ambos na concentração 10 %
(m/v).
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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