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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE QUÍMICA
Química
Química de Soluções
Geral e Analítica

GAG005 Química Geral e Analítica


(Curso de Agronomia)
IQUFU39108 Química de Soluções
(Curso de Biomedicina)
IQUFU39505 - Química Geral e Analítica Experimental
(Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária)

IQUFU39103 Química Geral e Analítica


(Curso de Zootecnia)
SUMÁRIO

Normas de segurança 4

Prática 1 – Normas de segurança em laboratórios de química. 15

Prática 2 – Calibração de vidrarias 31

Prática 3 – Curva de calibração dos líquidos (densidade dos líquidos) 37

Prática 4 – Preparo de soluções 42

Prática 5 – Condutividade iônica 53

Prática 6 – Reações químicas 62

Prática 7 – Titulação ácido-base (indicadores ácido-base) 68

Prática 8 – Titulação de uma amostra de vinagre comercial 75

Prática 9 – Volumetria de precipitação (determinação de cloretos) 79

Prática 10 – Equilíbrio químico e Le Chatelier (cromato/dicromato) - Partes 1 e 2 83

Prática 11 – Cinética química 89

Prática 12 – Sistema tampão 94

2
2º semestre/2022

Cronograma das Aulas Práticas de Química Geral e Analítica Experimental

Aula Data Conteúdo / Atividade


Semana de recepção dos ingressantes

EXPERIMENTO 01: Normas de segurança em laboratórios de


01P
química/vidrarias/algarismos significativos

EXPERIMENTO 02: Calibração de vidrarias Medidas de volume


02P
e algarismos significativos/exatidão e precisão

03P EXPERIMENTO 03: Curva de calibração (densidade dos líquidos)

EXPERIMENTO 04: Preparo de solução (a partir de sólidos/por


04P
diluição)

05P EXPERIMENTO 05: Condutividade iônica

06P EXPERIMENTO 06: Reações Químicas

01A AVALIAÇÃO TEÓRICA 1

EXPERIMENTO 07: Titulação ácido-base (indicadores ácido-


07P
base)

EXPERIMENTO 08: Titulação de uma amostra comercial


08P
(vinagre)

EXPERIMENTO 09: Volumetria de precipitação (determinação de


09P
cloretos)

EXPERIMENTO 10: Equilíbrio Químico e Le Chatelier


10P
(Cromato/dicromato) (parte 1 e 2)

11P EXPERIMENTO 11: Cinética química

12P EXPERIMENTO 12: Sistema tampão

02A AVALIAÇÃO TEÓRICA 2

S Seminários

S Seminários

R Recuperação de aprendizagem

3
NORMAS DE SEGURANÇA

INSTRUÇÕES PARA O TRABALHO DE LABORATÓRIO


Mesmo que outras disciplinas de laboratório do curso tenham apresentado e discutido as normas e
fornecido esclarecimentos sobre o trabalho prático, convém relembrar alguns itens importantes assim
como mencionar aqueles de caráter específico.

1. É INDISPENSÁVEL O USO DE ÓCULOS DE SEGURANÇA durante todo o tempo de


permanência no laboratório, ainda que o aluno não esteja efetuando algum experimento.

2. NÃO USAR LENTES DE CONTATO, ainda que os olhos estejam protegidos por óculos de
segurança.

3. É indispensável o USO DE JALECO de algodão. O jaleco não deve ser de tecido sintético
facilmente inflamável.

4. O aluno deve TRAJAR CALÇAS COMPRIDAS E SAPATOS FECHADOS. Não será permitida
a entrada de alunos usando bermudas, shorts e chinelos ou sandálias.

5. IMPORTANTE. O ALUNO QUE NÃO ESTIVER DE JALECO, TRAJANDO ROUPAS


APROPRIADAS, E COM ÓCULOS DE SEGURANÇA SERÁ IMPEDIDO DE PERMANECER
E REALIZAR EXPERIMENTOS NO LABORATÓRIO. NÃO HAVERÁ REPOSIÇÃO DAS
AULAS PERDIDAS.

6. PRENDER OS CABELOS, evitando que estes caiam no rosto, sobre o frasco contendo reagentes
químicos ou próximo ao fogo.

7. O laboratório é um lugar de trabalho sério. EVITE QUALQUER TIPO DE BRINCADEIRAS.

8. O trabalho de laboratório poderá ser individual ou em grupo. Antes de iniciar e após o término dos
experimentos mantenha sempre LIMPA A APARELHAGEM E A BANCADA DE TRABALHO.

9. ESTUDE com atenção os experimentos antes de executá-los, registrando, no caderno de


laboratório as observações e conclusões que fez, após a execução dos mesmos.

10. As lavagens dos materiais de vidro são realizadas inicialmente com água corrente da torneira e
posteriormente com pequenos volumes de água destilada. Em alguns casos, é necessário o
emprego de sabão ou detergente.

11. Quando forem usadas soluções de limpeza tais como: ácido muriático (HCl comercial), água régia
(mistura de HNO3 e HCl concentrados) ou potassa alcoólica (NaOH ou KOH em etanol) deve-se
proceder com cuidado para EVITAR O CONTATO COM A PELE OU ROUPA. JAMAIS
PIPETAR essas soluções aspirando com a boca. Essas soluções devem ser reaproveitadas, retorne-
as ao frasco estoque após o uso. Mantê-las na capela. Enxaguar a vidraria com água de torneira, e
por último com água destilada. (Veja item limpeza de material de vidro). CUIDADO,
CORROSIVO.

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12. Cuidado ao trabalhar com substâncias inflamáveis. Mantenha-as longe do fogo.

13. Verifique sempre se não há VAZAMENTO DE GÁS COMBUSTÍVEL ao abrir ou fechar a


torneira de gás. Certifique-se de que as mangueiras de borracha ou plástico estão em boas
condições (sem furos) e adaptadas corretamente ao bico de Bunsen e à torneira de saída de gás.

14. Todas as operações nas quais ocorre desprendimento de gases tóxicos, devem ser executadas na
capela (como por exemplo: evaporações de soluções ácidas, amoniacais, entre outras).

15. Ao observar o cheiro de uma substância não se deve colocar o rosto diretamente sobre o frasco
que a contém. Abanando com a mão por cima do frasco aberto, desloque na sua direção uma
pequena quantidade do vapor para cheirar.

16. Na preparação ou diluição de uma solução, use ÁGUA DESTILADA.

17. Verificar cuidadosamente o rótulo do frasco que contém um dado reagente, antes de tirar dele
qualquer porção de seu conteúdo. Leia o rótulo duas vezes para verificar se o conteúdo do frasco
é o que você necessita.

18. CUIDADO AO TRABALHAR COM ÁCIDO CONCENTRADO. Adicionar SEMPRE o ácido à


água (acidule a água). No caso de queimadura com H2SO4 concentrado, secar muito bem a parte
afetada, depois lavar com água fria.

19. ÁCIDOS E BASES CONCENTRADAS ATACAM A PELE E ROUPA, por essa razão, devem
ser utilizados com o máximo de cuidado, principalmente na neutralização de um com o outro, pois
a reação é violenta. Caindo sobre a pele LAVE ABUNDANTEMENTE COM ÁGUA.

20. Deve-se evitar o desperdício de soluções, reagentes sólidos, gás e água destilada.

21. Em semimicro análise, trabalha-se sempre com pequenas quantidades de substância. Assim,
recomenda-se que, quando as provas forem realizadas em tubos de ensaio, o volume da solução
problema, bem como o de cada um dos reagentes adicionados, seja, aproximadamente igual a 5
gotas (0,25 mL).

22. Deve-se tomar o máximo cuidado para não impurificar os reagentes sólidos e as soluções. As
substâncias que não chegaram a ser usadas NUNCA devem voltar ao frasco de origem. NUNCA
se deve introduzir qualquer objeto em frascos de reagentes, exceção feita para o conta-gotas com
o qual estes possam estar equipados ou espátulas limpas.

23. Ao se aquecer um tubo de ensaio, deve-se fazê-lo de maneira adequada, caso contrário, o conteúdo
dele poderá ser projetado para fora, atingindo o operador ou outras pessoas.

24. Dar tempo suficiente para que um vidro quente resfrie. Lembre-se de que o vidro quente apresenta
o mesmo aspecto de um vidro frio. Não o abandone sobre a mesa, mas sim, sobre uma tela com
amianto.

25. Não é permitido o uso de celulares e dispositivos eletrônicos.

26. INFORME O PROFESSOR DE QUALQUER ACIDENTE QUE OCORRA, MESMO QUE


SEJA UM DANO DE PEQUENA IMPORTÂNCIA.

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27. Só é permitida a permanência no laboratório de alunos matriculados na disciplina. Fora do horário
de aula o aluno não poderá realizar experimentos no laboratório.

28. É expressamente proibido que os alunos subtraiam qualquer produto químico (especialmente
solventes), vidraria ou equipamento (micropipetas, eletrodos, balanças, etc.) dos laboratórios
didáticos. Estes materiais devem ser utilizados somente para a execução de experiências em aulas
práticas e os infratores desta norma estarão sujeitos às sanções disciplinares e legais previstas no
regimento interno da UFU.

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RECOMENDAÇÕES INICIAIS

O trabalho individual no laboratório envolverá a identificação de espécies (cátions e ânions


inorgânicos) em amostras fornecidas aos alunos
Esta disciplina apresenta, portanto, características acentuadamente experimentais que exigirão
do aluno dedicação, interesse, cuidado, atenção e, especialmente, uma atividade no laboratório
cuidadosamente programada.
O aluno deve estudar previamente as etapas envolvidas no procedimento que utilizará, a fim de
que os fundamentos envolvidos em cada uma delas sejam perfeitamente assimilados e compreendidos.
Esta conduta não apenas facilita o aprendizado, mas, também permite a utilização mais racional do
tempo destinado às aulas práticas.
Todos os dados referentes aos trabalhos experimentais deverão constar no caderno de laboratório,
incluindo os cálculos. As observações feitas durante a experiência deverão ser anotadas nesse caderno a
fim de facilitar a interpretação dos resultados.
Após cada período de aula prática, os locais de trabalho deverão ser limpos, com os materiais e
reagentes de uso comum deixados em seus devidos lugares durante todo o tempo de trabalho.
Os laboratórios serão franqueados aos alunos apenas no horário correspondente às aulas práticas.
Só é permitida a permanência de alunos matriculados na disciplina.

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ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE UM RELATÓRIO

1. INTRODUÇÃO
Um dos objetivos de ensino de uma disciplina experimental introdutória é ensinar a redigir
relatórios. A elaboração de relatórios é um procedimento bastante corriqueiro durante o exercício de
qualquer profissão técno-científica e, em certos casos, esta habilidade chega a ser usada como uma
medida de capacidade profissional. Ser um bom profissional envolve também saber transmitir a outros
os resultados de um trabalho.
A seguir, são dadas algumas orientações sobre a redação de relatórios científicos, que devem ser
seguidas na elaboração dos relatórios referentes às diferentes experiências realizadas.

2. ESTILO IMPESSOAL E NECESSIDADE DE CLAREZA


É praxe redigir relatórios de uma forma impessoal, utilizando-se a voz passiva no tempo passado,
pois se relata algo que já foi feito. Assim, por exemplo, para relatar a determinação da massa de algumas
amostras sólidas, pode-se escrever:

✔ “A massa das amostras sólidas maciças foi determinada utilizando-se uma balança...”;

✔ “Determinou-se a massa das amostras sólidas maciças utilizando-se uma balança...”. Outro
aspecto importante é ter sempre em mente que as pessoas que eventualmente lerão o relatório
poderão não ter tido nenhuma informação prévia sobre aquilo que está sendo relatado. Isto
significa que o relato do que foi feito deve ser detalhado, cuidadoso e meticuloso, de modo que
qualquer pessoa que leia o relatório consiga efetivamente entender o que foi feito e como foi
feito.

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3. AS PARTES DE UM RELATÓRIO
Em geral, um relatório é composto de seis partes: título, introdução, procedimento experimental,
resultados e discussões, conclusões e referências bibliográficas.

✔ Tílulo

Através de um título, que pode ser o mesmo já contido no material referente à experiência, deve-
se explicar o problema a ser resolvido através da experiência realizada.

✔ Introdução

Nesta seção, deverá se explicitado, de forma clara e breve, qual foi o objetivo da experiência (o
problema a ser resolvido através da experiência), qual o método (ou métodos) utilizado(s) para resolvê-
lo e quais os princípios fundamentais em que esse(s) método(s) se baseia(m).

✔ Procedimento Experimental

Esta seção dever conter relatos exatos e claros de como foi feita a experiência, de modo que,
baseada nestes relatos, qualquer pessoa possa repeti-la. Deve-se descrever, passo a passo, como a
experiência foi realizada. Note que não basta copiar o procedimento experimental contido no material
referente à experiência, pois, na melhor das hipóteses, toda a forma da redação terá de ser mudada.
Lembre-se que a forma deverá ser impessoal, usando voz passiva no tempo passado. Além disso, há
necessidade de se especificar claramente cada equipamento utilizado. Por exemplo:
“O volume de cada amostra foi determinada utilizando-se uma proveta de 10,00 mL.
Inicialmente, com o auxílio de um frasco lavador, colocou-se água na proveta até aproximadamente (...).
Cada amostra foi pesada, utilizando-se uma balança de plataforma.”

OBS.: NÃO INCLUA NO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL OS DADOS COLETADOS NO


LABORATÓRIO.

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✔ Resultados e Discussões

Nesta seção do relatório, devem ser colocados os dados coletados durante a experiência, os
cálculos realizados e as equações utilizadas.
Os resultados finais obtidos devem ser discutidos, comentando-se possíveis explicações e fontes
de erro experimental.
Quando possível, devem ser feitas comparações entre os resultados e os reportados na literatura,
e as discrepâncias encontradas devem ser comentadas.
Quando for o caso, as limitações e/ou vantagens do método utilizado devem se discutidas,
incluindo-se, se possível, sugestões ao mesmo e comparações com outros métodos.
Uma maneira rápida e eficiente de se registrar dados em um relatório é sob a forma de tabelas.
Em geral, uma tabela é composta de: um título, um cabeçalho, uma coluna indicadora, se necessário, e
um corpo (veja os exemplos a seguir: Tabelas 1 e 2).

Tabela 1. Algumas características dos estados da matéria.


Estados da Matéria Compressibilidade Fluidez ou Rigidez Densidade Relativa
Gasoso Alta Fluído Baixa
Líquido Muito baixa Fluído Alta
Sólido Muito baixa Rígido Alta

Tabela 2. Valores da densidade de algumas substâncias simples mais comuns (a 20 °C, a menos que
outro valor seja indicado). *
Substância ρ (g.cm-3) Substância ρ (g.cm-3)
Alumínio 2,699 Gálio (a 29,6 5,878
C)
Bário 3,5 Manganês 7,20 a 7,43
Carbono 3,14 a 3,52 Níquel (a 25 8,876
(diamante) °C)
Carbono 1,9 a 2,3 Paládio 12,00
(grafita)
Estrôncio 2,54 Tungstênio 19,3
Ferro 7,860 Zircônio 6,494
*FONTE: WEAST, Robert Cm. (Ed.) Handbook of Chemistry and Physics. 57ª ed. Cleveland (OH),
CRC Press, 1976. P. B-5 a B-60 e F-5.

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Uma maneira de se detectar visualmente como varia uma quantidade (y) à medida que uma
segunda quantidade (x) também varia é através de um gráfico salvo raras exceções, para montar um
gráfico, utiliza-se papel milimetrado. Um gráfico, normalmente, tem dois eixos onde são representados
os valores de cada quantidade. No eixo horizontal (representado na base do papel – vide figura 1),
denominado abscissa, é praxe representar a variável independente, isto é, aquela cujo valor é controlado
pelo experimentador, no eixo vertical (representado à esquerda do papel – vide figura 1), denominado
ordenada, é praxe representar a variável dependente, isto é, aquela cujo valor é medido
experimentalmente (se valor depende daquele fixado para a variável independente). Quando as duas
quantidades são medidas experimentalmente, pode-se representar qualquer uma delas em qualquer dos
eixos.
Para que um gráfico possa ser o mais útil possível, é importante:

a. Devem-se utilizar na ordenada e na abscissa, escalas suficientemente expandidas de modo a


ocupar a maior porção possível do papel milimetrado. A origem da escala de cada eixo não
precisa necessariamente aparecer no gráfico; a escala deve ser iniciada tomando-se um valor
ligeiramente abaixo do valor mínimo, medido e terminado num valor um pouco acima do valor
máximo medido. Por exemplo, suponha que se tenha feito medidas de temperatura cujos valores
deveriam começar em 70,0 °C ou 75,0 °C e terminar em 130,0 °C ou 135,0 °C.

b. Deve-se indicar, junto aos eixos, os símbolos das grandezas correspondentes divididos por
suas respectivas unidades; isto porque os valores representados nos eixos devem ser número
puros, isto é, adimensionais. Toda grandeza é igual ao produto entre um valor numérico e uma
unidade.

Grandeza = valor numérico x unidade

Portanto, o valor numérico representando o eixo deve ser igual ao quociente grandeza/unidade.

c. Deve-se indicar o que será representado no gráfico através de um título ou de uma legenda.

d. Devem-se marcar os valores da escala em cada eixo de forma clara; não se devem colocar
setas para indicar o sentido de crescimento das quantidades em cada eixo.

e. Deve-se indicar cada ponto de cada curva lançada no gráfico por meio de pequenos círculos,
quadrados, triângulos, etc., usando, para cada curva, um único tipo de representação para os
pontos. Cada curva deve ser traçada com distintas convenções (linhas contínuas, tracejadas,
pontilhadas, etc.).

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f. Ao se traçar uma curva, deve-se traçá-la de modo a representar a tendência média dos pontos
(procedimento conhecido como interpolação); não se deve, a menos que assim solicitado, unir
os pontos através de segmentos de retas (isto resulta num histograma).

A figura 1 mostra um gráfico obedecendo a estas convenções.

Figura 1. Gráfico que estabelece as convenções.

Note que o coeficiente angular corresponde à densidade deste metal.


Para aqueles em que a curva que passa pelos pontos é uma linha reta, como na figura 1, é possível
calcular o coeficiente linear e angular da reta. Isto pode ser representada pela equação do tipo:

y = ax + b

Em que a representa o coeficiente angular e b o coeficiente linear da reta.

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O coeficiente angular da reta mostra quanto a grandeza representa n ordenada varia (Δy) por
unidade de variação da grandeza representada na abscissa (Δx). o cálculo do coeficiente angular (vide
figura 2) é feito tomando-se dois pontos sobre a reta (pontos 1 2) e calculando-se a relação Δy/Δx, isto
é:

Coeficiente angular = a = Δy/Δx = (y2 – y1)/(x2 – x1)

Figura 2. Reta descrita por uma equação do tipo y = ax + b

Em que:
a é o coeficiente angular;
b é o coeficiente linear.

✔ Conclusões
Esta seção do relatório deve conter uma correlação entre objetivos propostos e as discussões dos
resultados, com base nas considerações teóricas.

✔ Referências Bibliográficas
Finalmente, sempre se deve mencionar, no relatório, as fontes bibliográficas consultadas. Para
tal, recomenda-se a utilização das normas para citações bibliográficas recomendadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que para o caso de livros e manuais são as seguintes:
SOBRENOME DO AUTOR, iniciais do nome completo. Título do livro: subtítulo. Tradutor. Nº. de
edição. Local de publicação, casa publicadora, ano de publicação. Páginas consultadas.
Por exemplo:
RUSSEL, J. B., Química Geral. Volume 1. trad. de Divo Leonardo Sanioto et ali. São Paulo. McGraw-
Hill, 1981.

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.

ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.

CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.

CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.

SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.

MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

14
PRÁTICA 1 – NORMAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO DE QUÍMICA /
VIDRARIAS / ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
.

OBJETIVOS

Apresentar o laboratório de Química; tratar questões sobre segurança no laboratório; apresentar


a utilização dos principais equipamentos e vidrarias do laboratório, reconhecer as principais unidades do
SI; representar grandezas com uso de algarismos significativos e notação científica; efetuar operações
com algarismos significativos.
⮚ NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA:
Ao iniciar seu trabalho em um laboratório químico, é importante que você conheça
procedimentos de segurança que permitem sua atuação com o mínimo de riscos. Com a finalidade de
diminuir a frequência e a gravidade de acidentes em laboratório, torna-se imprescindível que durante os
trabalhos se observe uma série de normas de segurança:
✔ Siga rigorosamente as instruções específicas do professor.
✔ Não fume e não se alimente dentro do laboratório.
✔ É obrigação do aluno ao adentrar em um laboratório, que esteja trajando um avental adequado.
✔ Se o trabalho envolve desprendimento de gases e / ou vapores tóxicos, o mesmo de ser realizado
no interior da capela.
✔ Ao aquecer um tubo de ensaio contendo solução (ou qualquer outra substância) nunca o aponte
para si ou para o vizinho. O superaquecimento pode dar origem a formação brusca de bolhas de
vapor com expulsão do conteúdo de forma violenta e perigosa.
✔ Nunca use o paladar para identificar alguma substância.
✔ Acostume-se a retirar quantidades mínimas de reagentes. Nunca se deve recolocar sobras de
reagentes nos recipientes originais. Assim, você evitará contaminações e desperdício.
✔ Quando você retirar um frasco de reagente da estante tenha o cuidado de coloca-lo no mesmo
lugar, imediatamente após o uso.
✔ Qualquer acidente por menor que seja deve ser comunicado ao professor.
✔ Ao introduzir tubos de vidro em rolhas, umedeça-os convenientemente e enrole a peça de vidro
em uma toalha para proteger as mãos.
✔ Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sob o nariz. Desloque os
vapores que se desprendem com as mãos em sua direção.

15
✔ Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras abertas (água ou gás). Desligue todos
os aparelhos, deixe todos os equipamentos limpos e lave as mãos.
✔ O trabalho em laboratório exige concentração. Não converse desnecessariamente, nem distraia
seus colegas. TRABALHE COM ATENÇÃO, MÉTODO E CALMA.

Outras normas de segurança serão apresentadas no decorrer de experimentos, à medida que forem
necessárias.

SÍMBOLOS IMPORTANTES

16
⮚ EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO
A execução de qualquer experimento em Química envolve geralmente a utilização de uma
variedade de equipamentos de laboratório, com finalidades específicas. A seguir são apresentados alguns
equipamentos básicos e as situações mais frequentes em que eles são usados:

BICO DE GÁS: É utilizado em aquecimento em geral, excetuando-se materiais inflamáveis. A


Figura 1 ilustra diferentes tipos de bico de gás e a Figura 2, suas partes e as regiões da chama.

Figura 1. Diferentes tipos de bicos de gás: (A) Bico de Bunsen; (B) Bico de Tirril; (C) Bico
de Mecker.

Figura 2. Partes de um bico de gás e regiões da chama. (1). Haste; (2) base; (3) anel de regulagem
do ar primário; (4) mangueira de gás; (a) zona oxidante; (b) zona redutora; (c) zona de gases ainda não
queimados.

Na zona oxidante, quase invisível, os gases sofrem combustão completa. Na zona redutora,
que é a região mais luminosa, ocorre combustão incompleta dos gases. Na zona neutra, encontram-se
os gases que ainda não sofreram combustão.

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Para acender um bico de gás procede-se do seguinte modo:
a. Fecha-se completamente a entrada de ar do bico
b. Abre-se lentamente a válvula de alimentação de gás.
c. Aproxime lentamente a chama de um fósforo, obtendo-se assim uma chama amarelada grande e
luminosa.
d. Abre-se lentamente a entrada de ar até que a chama fique completamente azul.
e. Para apagar o fogo, feche a janela e diminua a chama girando a torneira do gás até fechá-la.

BALÃO VOLUMÉTRICO: É utilizado no preparo e diluição de soluções, com volumes precisos e


pré-fixados. Trata-se de um recipiente calibrado, destinado a conter um determinado volume de líquido,
a uma dada temperatura geralmente 20o C, podendo ser usado sem erro apreciável em temperaturas de
± 8o C da temperatura indicada (Figura 3A).

BECKER: É utilizado para o aquecimento de líquidos, dissolução para o preparo de soluções,


dissolução de sólidos, etc (Figura 3B).

BURETA: É um equipamento calibrado para medidas volumétricas precisas de líquido, utilizado


especialmente nos casos de titulação (Figura 3C).

PIPETAS: É um instrumento utilizado para medidas precisas de volumes de líquidos. Existem dois
tipos de pipetas: pipetas graduadas (Figura 3D) e pipetas volumétricas (Figura 3E). Onde uma pipeta
graduada é utilizada para escoar volumes variáveis e uma volumétrica para escoar volumes fixos de um
líquido.

PROVETA: Trata-se de um cilindro com graduações, destinado à medida aproximada de volumes


líquidos. (Figura 3F)

A B C D E F
Figura 3. Algumas vidrarias básicas de laboratório. (A) balão volumétrico; (B) béquer; (C) bureta;
(D) pipeta graduada; (E) pipeta volumétrica; (F) proveta.

18
BALÃO DE FUNDO CHATO: recipiente para conter líquidos ou soluções, ou mesmo, fazer reações
com desprendimento de gases. Pode ser aquecido sobre o TRIPÉ com TELA DE AMIANTO.

Figura 4. Balão de fundo chato.

BALÃO DE FUNDO REDONDO: Utilizado principalmente em sistemas de refluxo e evaporação a


vácuo, acoplado a ROTAEVAPORADOR.

Figura 5. Balão de fundo redondo.

CADINHO: peça geralmente de porcelana cuja utilidade é aquecer substâncias a seco e com grande
intensidade, por isto pode ser levado diretamente ao BICO DE BUNSEN.

Figura 6. Cadinho.

19
CONDENSADOR: Utilizado na destilação, tem como finalidade condensar vapores gerados pelo
aquecimento de líquidos.

Figura 7. Um dos tipos de condensadores.

DESSECADOR: usado para armazenar substâncias em atmosfera com baixo índice de umidade.

Figura 8. Dessecador.

FUNIL DE BUCHNER: Utilizado em filtrações a vácuo. Pode ser usado com a função de FILTRO em
conjunto com o KITASSATO.

Figura 9. Funil de Buchner.

20
FUNIL DE SEPARAÇÃO: Utilizado na separação de líquidos não miscíveis e na extração
líquido/líquido.

Figura 10. Funil de separação.

KITASSATO: Utilizado em conjunto com o FUNIL DE BUCHNER em FILTRAÇÕES a vácuo.

Figura 11. Kitassato.

TUBO DE ENSAIO: Empregado para fazer reações em pequena escala, principalmente em testes de
reação em geral. Pode ser aquecido com movimentos circulares

Figura 12. Tubo de ensaio.

21
PISSETA OU FRASCO LAVADOR: Usada para lavagens de materiais ou recipientes através de jatos
de água, álcool ou outros solventes.

Figura 13. Pisseta.

⮚ LIMPEZA DOS MATERIAIS VOLUMÉTRICOS


Todos os equipamentos volumétricos utilizados em uma análise quantitativa devem estar
perfeitamente limpos antes do uso, pois a presença de substâncias gordurosas nas suas paredes internas
pode induzir a erros no resultado final de uma dada análise. Verifica-se o estado de limpeza de um
aparato volumétrico, enchendo-o com água a observando-se o seu escoamento. Se gotículas ou uma
película não uniforme de água permanecer aderente às paredes internas do recipiente, o mesmo deve
então ser limpo.
Utilizam-se geralmente como soluções de limpeza: solução de detergente a 1-2%, solução
sulfocrômica ou solução de etanolato de sódio ou potássio, e em seguida lava-se com bastante água da
torneira, e por último água destilada.
O equipamento volumétrico é dado como limpo ao se verificar que a água destilada escorre
uniformemente pelas paredes internas do recipiente.

22
⮚ COMO EFETUAR A MEDIDA DE VOLUMES DE LÍQUIDOS
Ao se colocar um determinado líquido em um recipiente para efetuar a medida de seu volume, a
linha divisória entre o líquido e o ar denomina-se menisco e é utilizada como referência para a leitura do
volume.
Para a maioria dos líquidos, o menisco apresenta um mínimo na região central do aparelho de
medida. Isto ocorre devido à superioridade das forças adesivas (líquido-recipiente) em relação às forças
coesivas (líquido-líquido). Se o líquido for transparente, deve-se utilizar o ponto de mínimo para efetuar
a leitura. Se for opaco, utiliza-se a parte superior.
Nos casos em que as forças coesivas (líquido-líquido) são maiores que as forças adesivas
(líquido-recipiente) o menisco apresenta um ponto de máximo, o qual deve ser utilizado como referência
para leitura.
Para efetuar a leitura do volume de um líquido, procure posicionar-se de modo que a sua linha
de visão fique, em relação à superfície do líquido, como ilustrado na figura 14A. Este procedimento
evita erros de leitura decorrentes de um mal posicionamento de seu olho em relação a altura do menisco
do líquido.

Figura 14. (A) Modo correto de se ler o volume de um líquido: LINHA DE VISÃO HORIZONTAL À
SUPERFÍCIE DO LÍQUIDO; (B) Visão expandida de parte da escala de uma proveta de 100 mL.

A figura 14B ilustra parte da escala de uma proveta de 100 mL, cuja menor divisão é 1 mL, onde
o menisco está localizado entre 90 e 91 mL. Como expressar o valor do volume?

23
Se escrevêssemos que o volume é 90,1 ou 90,3 mL, não teríamos certeza a respeito do último
algarismo. Sabe-se com certeza que o volume está entre 90 e 91 mL. Conclui-se então, que o último
algarismo é duvidoso e a sua avaliação, através de subdivisões mentais, varia de pessoa para pessoa e
caracteriza um erro associado à medida.
Como se sabe, existem provetas de diferentes capacidades. Para escolher qual proveta utilizar
deve-se levar em consideração o erro percentual que está associado a medida, de modo a torná-lo o
menor possível. Para isso, há que saber o limite de erro de cada proveta; este erro é igual à metade da
menor divisão da escala.
E = (limite de erro do aparelho/valor medido) x 100%

⮚ ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

Suponha que você pese uma moeda em uma balança capaz de medir até o mais próximo de 0,0001
g. Você poderá informar a massa como 2,3405 ± 0,0001g. A notação ± (leia mais ou menos) expressa a
incerteza de uma medida, e neste caso os dígitos dois, três, quatro e zero são conhecidos com certeza e
o cinco é o algarismo duvidoso.
Chamamos algarismos significativos todos os dígitos de uma medida, os conhecidos com certeza
mais o algarismo duvidoso, não importando a posição da vírgula. Grandezas medidas são geralmente
relatadas de tal modo que apenas o último dígito seja incerto. Quanto maior o número de algarismos
significativos, maior é a certeza envolvida na medida.
Assim, o volume medido acima como 90,2 mL possui três algarismos significativos. Os dígitos
nove e zero são conhecidos com certeza e o dois é o duvidoso (aquele que foi estimado). Isto porque
somente são significativos os algarismos indispensáveis para indicar a incerteza na medida.
O algarismo duvidoso sempre está na casa decimal em que está o limite de erro do aparelho de
medida utilizado. Como o limite de erro de uma proveta corresponde à metade de sua menor divisão, e
no caso da proveta acima mencionada, a menor divisão é de 1 mL, este limite então corresponde a 0,5
mL, onde o dígito cinco corresponde ao algarismo duvidoso.
Dessa forma, um volume de “20 mL” deve ser expresso como:

a. 20,00 mL, se a menor divisão da proveta utilizada for 0,1 mL (lembre-se que no caso de volume
consideraremos como limite de erro, a metade da menor divisão)

b. 20,0 mL, se a menor divisão da proveta utilizada for 1 mL.

24
Em qualquer medida relatada apropriadamente, todos os dígitos diferentes de zero são
significativos. Zeros, entretanto, podem ser usados como parte do valor medido ou meramente para
colocar a vírgula. Portanto, zeros podem ou não ser significativos, dependendo de como eles aparecem
no número.
Os seguintes procedimentos descrevem as diferentes situações envolvendo zeros:

1. Zeros entre dígitos diferentes de zero são sempre significativos – 1005 Kg (quatro algarismos
significativos); 1,03 (três algarismos significativos).

2. Zeros no início de um número nunca são significativos, simplesmente indicam a posição da


vírgula – 0,02 g (um algarismo significativo); 0,0026 cm (dois algarismos significativos).

3. zeros no final de um número e após a vírgula são sempre significativos – 0,0200 g (três
algarismos significativos); 3,0 cm (dois algarismos significativos).

4. Quando um número termina em zeros, mas não contém vírgula, os zeros podem ou não ser
significativos – 130 cm (dois ou três significativos); 10300 g (três, quatro ou cinco
significativos).

O uso da notação exponencial elimina a ambiguidade em saber se os zeros no final de um número


são significativos. O termo exponencial não aumenta o número de algarismos significativos.
Outros exemplos:

Medida Notação científica N de algarismos significativos

0,0062 g 6,2.10-3 g 2

0,62000 g 6,2000.10-1g 5

33,0245 g 3,30245.101 g 6

20,010 g 2,0010.101 5

Números exatos são aqueles com nenhuma incerteza. Assim, quando dizemos “Existem 12
polegadas em 1 pé”, o número 12 é exato e é desnecessário nos preocuparmos com o número de
significativos nele. Em ciência e na vida diária, a maioria dos números encontrados não são exatos.

25
⮚ OPERAÇÃO COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

Considerando o caso em que a pesagem de dois objetos, em duas balanças diferentes, indicou os
seguintes resultados:
M1 = 6,3 g ; M2 = 4,17 g

O valor da massa M1 é indicado com apenas 2 algarismos significativos, sendo o digito seis o
algarismo conhecido com certeza e o digito três o algarismo duvidoso, que foi avaliado da maneira
ilustrada anteriormente. Analogamente, o valor de M2 possui três algarismos significativos, sendo os
dígitos quatro e um os conhecidos com certeza e o digito sete, o duvidoso.

Qual será a massa total dos dois objetos?

Certamente basta somarmos as massas individuais. Isto, entretanto, requer certo cuidado porque
os valores foram obtidos com instrumentos diferentes. Analisamos, aqui, como proceder nos casos da
adição, subtração, multiplicação e divisão de medidas que contém diferentes números de algarismos
significativos.

⮚ ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO

Quando duas ou mais quantidades são adicionadas e/ou subtraídas, a soma ou diferença deverá
conter tantas casas decimais quantas existirem no componente com o menor número delas. Assim, ao
somarmos os valores das massas M1 e M2.
6,3
+
4,17
10,47

O resultado a ser tomado deve ser 10,5 g uma vez que o número 6,3 tem a menor ordem decimal.
Assim, existem duas regras bem simples para o procedimento de arredondamento de algarismos
significativos, a saber:
Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado é inferior a 5,
o algarismo a ser conservado permanecerá sem ser modificado.

Exemplo: 2,14 ao ser arredondado para conter dois algarismos significativos, tornar-se-á 2,1.

Se o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado for igual ou


superior a 5, o último algarismo a ser conservado aumenta de uma unidade.
Exemplo: 7,435 passa a 7,44 e 63,99 passa a 64,0 ao serem arredondados para três algarismos
significativos.
26
⮚ MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO

Nestes casos, o resultado deverá conter tantos algarismos significativos quantos estiverem
expressos no componente com menor número de significativos.
Exemplos: Calcular o número de mols existentes nos seguintes volumes de solução 0,1000 M de
HCl (Volumes medidos com diferentes precisões)

a. 25,00 mL: no de mols = 25,00.10-3 L x 0,1000 mol.L-1 = 2,500 x 10-3 mols

b. 25,0 mL: no de mols = 25,0.10-3 L x 0,1000 mol.L-1 = 2,50 x 10-3 mols

Quando um cálculo envolver mais de uma operação, após a realização de cada operação, pode-
se ou não efetuar o arredondamento para o devido número de algarismos significativos.
Por exemplo:
13,428 x (6,2 / 90,14356) = 13,428 x 0,069 = 0,93
ou
13,428 x (6,2 / 90,14356) = 0,923566 = 0,92

Note que no segundo caso o arredondamento só foi feito após a realização de todas as operações,
mostrando que o resultado final depende de como a operação foi feita a da realização ou não de
arredondamento(s) a cada etapa do cálculo. Assim, para fins de padronização, os arredondamentos
deverão ser feitos somente após o resultado final. Ao resolver problemas com calculadora portátil, os
cálculos se fazem com todos os algarismos admitidos pela calculadora, e o arredondamento só é feito no
final do cálculo.

27
⮚ QUESTÕES:

1. Indique quais dos seguintes itens são números exatos:


a. a massa de um clipe para papel;
b. a área de uma moeda de 1 real;
c. o número de polegadas em uma milha;
d. o número de onça em uma libra;
e. o número de microssegundos em uma semana;
f. o número de páginas de um livro.

2. Qual o número de algarismos significativos em cada uma das seguintes medidas:


1282 0,00296 s 8,070 mm 0,0105 9,7750.10-4 2,050 g
Kg L cm

3. Arredonde cada um dos seguintes números para três algarismos significativos e expresse o resultado
em notação exponencial padrão:
143,70 0,09750 890,000 6,764.10 33987,2 6,5559
4
0 2

4. Em um béquer cujo peso é 45,3261 g foram colocados, sucessivamente, cada um dos seguintes
materiais (nada foi removido). Diga qual o peso ao final da última adição.
a. 0,0031 g de sal
b. 1,197 g de água
c. 27,45 g de açúcar
d. 38 g de leite

5. Faça as operações aritméticas indicadas, admitindo que cada número seja o resultado de uma medida
experimental (em gramas):
a. 1,46 + 4,12 =
b. 12,641 - 1,4 =
c. 1,42 + 11,196 - 3,9 =
d. 146,3 – 145,9 =
e. (26,92 - 1,07). (4,33 + 5,6) =
f. (1,000 + 436) / 2,0 =

28
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.


ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788582604625
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788521215219
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788563308177
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LEITE, F. Práticas de química analítica. 3. ed. Campinas: Átomo, 2008.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522128679
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118281
https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118304
MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522121373
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

29
30
PRÁTICA 2 – CALIBRAÇÃO DE VIDRARIAS

INTRODUÇÃO
Em análise química quantitativa, a pipeta volumétrica (volume fixo) é um instrumento muito
utilizado e nestas análises os volumes devem ser precisos. Como estes aparelhos não possuem escalas
graduadas, não podemos estimar o erro absoluto como sendo “metade da menor divisão da escala”.
Portanto, estes instrumentos devem ser aferidos com no máximo um erro relativo de 0,1% entre as
calibrações.
Como podemos ver na Tabela 1, para uma pipeta de 25,00 mL, o desvio máximo aceitável é de
± 0,02 mL, isto é, a capacidade da pipeta deve ser expressa como 25,00 ± 0,02 mL.

Para uma pipeta volumétrica, não só a sua capacidade deve ser aferida, mas também o seu tempo
de escoamento. Se o escoamento for muito rápido, o diâmetro da abertura da ponta da pipeta deve ser
diminuído, convenientemente, na chama de um bico de Bunsen e se for muito lento, torna-se necessário
aumentá-lo, lixando levemente a ponta da pipeta, até que o tempo de escoamento requerido seja obtido.
O tempo de escoamento para qualquer pipeta volumétrica deve ser tal que o escoamento livre do
líquido não ultrapasse a um minuto e não seja inferior ao valor para os respectivos volumes especificados
na Tabela 2.

31
Neste intervalo de tempo o escoamento é mais uniforme, pois o líquido aderido nas paredes
internas da pipeta tem uma velocidade de escoamento aproximadamente igual a do menisco. Além disso,
este tempo foi calculado de modo que houvesse reprodutibilidade na quantidade de líquido retido na
ponta da pipeta, após sua utilização.
Um escoamento rápido pode levar os resultados não reprodutíveis, enquanto que um escoamento
muito lento tem como único inconveniente, o tempo excessivo necessário para uma operação de
transferência de líquido.
A aferição da capacidade da pipeta volumétrica é feita pela pesagem da quantidade de água que
dela é escoada. Mede-se a temperatura da água utilizada na calibração e verifica-se o valor de sua
densidade (Tabela 3) nesta temperatura. Conhecendo-se a massa da água escoada e sua densidade na
temperatura de calibração, calcula-se o volume da pipeta.

32
MATERIAIS UTILIZADOS

✔ Balança analítica.
✔ 2 béqueres de 250 mL .
✔ 6 béqueres de 50 mL.
✔ Cronômetro.
✔ 1 Pipeta volumétrica de 10 mL.
✔ 1 Pipeta volumétrica de 25mL.
✔ Papel absorvente.
✔ Solução de ácido nítrico (10% v/v) .
o
✔ Termômetro (0 a 100 C).

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

⮚ Uso da Balança

1. Centralize a massa no prato da balança;

2. Tare o recipiente a receber a amostra;

3. Colocar a amostra no recipiente e medir a massa resultante.

Observações: tarar significa zerar a balança ainda que um peso esteja colocado em seu prato. A balança
eletrônica que você usará no curso faz isso automaticamente, selecionando o botão TARE.

⮚ Calibração da pipeta

1. Colocar na balança o béquer de 250 mL com água destilada para que o conjunto entre em
equilíbrio térmico com o ambiente. Deixar o termômetro dentro do béquer para verificação da
temperatura;

2. Enquanto aguarda o equilíbrio térmico da água e o ambiente, aferir, no mínimo 3 vezes, o tempo
de escoamento das pipetas de 10,00 e 25,00 mL (deve ser próximo de 20 e 25 s, respectivamente).

3. Lavar as pipetas (10,00 e 25,00 mL) com detergente cuidadosamente, enxaguar várias vezes
com água da torneira, em seguida lavar com solução de ácido nítrico (10% v/v), e duas vezes com água
destilada. Fazer o teste do filme homogêneo de líquido na parede interna da pipeta;

4. Rotular e pesar 6 béqueres de 50 mL (anotar suas respectivas massas);

5. Pipetar (utilizando a pipeta de 10,00 mL) a água em equilíbrio térmico com o ambiente;
transferir para o béquer de 50 mL e pesar a massa do conjunto “béquer + água”. Tem-se, portanto, a
massa de água escoada pela pipeta de 10,00 mL;

33
6. Medir a temperatura da água usada na calibração e verificar o valor tabelado de sua densidade
em função da temperatura;

7. Conhecendo-se a massa de água escoada e sua densidade na temperatura da experiência, calcular


o volume da pipeta através da equação abaixo:

8. Repetir este procedimento mais duas vezes, usando béqueres limpos, secos e previamente
pesados;

9. Fazer o mesmo procedimento dos itens 4 a 8 para a pipeta de 25,00 mL;

10. Calcular o volume médio por meio das três medidas efetuadas;

11. Calcular a diferença (em %) do volume encontrado em relação ao valor nominal da pipeta
volumétrica.

RESULTADO :

Volume nominal da pipeta volumétrica (ex: 5,00)= _________________


Volume calculado = ____________________________
Cálculo do erro

34
APÊNDICE 1

Pipetador de Borracha
Existem diversas formas de se evitar o uso da boca durante a operação de pipetagem. Todavia, a
mais prática e versátil é a utilização de um pipetador de borracha (Figura abaixo), que nada mais é que
um bulbo de borracha no qual se pode fazer vácuo. Esse aparelho tem três válvulas para passagem de ar:
A, S e E. A válvula A ao ser pressionado, abre-se, permitindo retirar o ar do bulbo, isto é fazer vácuo;
uma vez evacuado o bulbo ao se pressionar a válvula S, consegue-se succionar para dentro da pipeta o
volume desejado de líquido. Finalmente, esse volume de líquido pode ser transferido, isto é, a pipeta
pode ser esvaziada, pressionando-se a válvula E.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.


ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788582604625
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788521215219
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788563308177
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LEITE, F. Práticas de química analítica. 3. ed. Campinas: Átomo, 2008.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

35
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522128679
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118281
https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118304
MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522121373
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

36
PRÁTICA 3 – CURVA DE CALIBRAÇÃO (DENSIDADE DOS LÍQUIDOS)

INTRODUÇÃO
As propriedades físicas da matéria agrupam-se em duas categorias principais: intensivas e
extensivas.
Existem propriedades que independem da quantidade de matéria, por exemplo, a temperatura de
uma amostra, não depende de seu tamanho e sim, do meio onde se encontra; já a massa depende da
quantidade de matéria, ela é uma propriedade extensiva. Desta forma, a temperatura é uma propriedade
intensiva assim como, o ponto de fusão e a densidade.

Para entender o que é densidade, sabemos que toda amostra de matéria tem massa e ocupa um
espaço (tem volume), ao mesmo tempo. Assim, porções de matéria de um mesmo tipo, que tem volumes
diferentes, necessariamente têm massas diferentes. Tais massas são diretamente proporcionais aos
volumes, e temos algebricamente:

m = ρ. V (1)

Em que: ρ (letra grega rô) é a densidade.

Rearranjando a relação facilmente vemos que:

ρ = m/v(2).

Portanto, densidade é tão somente a grandeza que expressa quanto há de massa por unidade de
volume de uma dada porção de matéria.
A densidade é uma propriedade física de extrema importância na caracterização, identificação e
utilização de substâncias e materiais. Muitos processos químicos são controlados através de medidas de
densidade. Valores de ρ versus T, podem ser encontradas em manuais técnicos como, “Handbook of
Chemistry and Physics”.

Quer saber mais?


Link de videoaula sem aúdio do Canal do IQUFU:
https://www.youtube.com/watch?v=frd8FSAbgWc
Título: Aula Densidade de sólidos e líquidos.

37
OBJETIVOS
A presente experiência tem como objetivo: determinar a densidade de substâncias sólidas,
líquidas e de misturas e entender por que esta propriedade pode ser usada como critério de pureza e de
identificação de substâncias.

MATERIAIS UTILIZADOS

✔ Açúcar comercial (sacarose, C12H22O11);


✔ 1 balão volumétrico de 50 mL;
✔ 1 pisseta com água destilada;
✔ 1 Béquer de 100 mL;
✔ 1 béquer de 50 mL;
✔ 3 béqueres de 25 mL;
✔ 1 pipeta volumétrica de 5 mL;
✔ Pipeta de Pasteur;
✔ Espátula;
✔ 1 funil de vidro;
✔ 1 anel com mufa (para o funil de vidro);
✔ 1 bastão de vidro;
✔ Termômetro.
✔ Banho ultrassônico;
✔ Balança analítica.
✔ Solução problema (solução aquosa de açúcar comercial com concentração desconhecida) ou
bebida comercial (refrigerante, gatorate ou qualquer bebida isotônica).

38
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Prepare 6 soluções de açúcar em água destilada na faixa de 0 a 12% m/v (por exemplo: 0, 2, 4, 6,
8, 10 e 12%). Use balão volumétrico de 50 mL. Meça 5,0 mL de cada uma das soluções preparadas,
usando pipeta volumétrica, e pese-os numa balança semi-analítica (± 0,01 ou 0,001g), usando um béquer
pequeno. Esta parte do experimento será feita por equipes, cada uma determinando alguns pontos da
curva.
Anote a temperatura em que o experimento está sendo realizado. Meça a temperatura da água.
Construa um gráfico da densidade da solução (d, g mL-1 no eixo y) em função da concentração (%
massa/volume no eixo x) de açúcar dissolvido.
Meça, da mesma forma, 5,0 mL de solução amostra (refrigerante, chá comercial, bebida para
atletas, entre outros), em caso de bebidas gasosas, certifique que o CO2 foi eliminado (15 min no
ultrassom) e pese-os. Utilizando o gráfico anterior, determine o teor de açúcar na bebida considerada.
Dado: massa molar sacarose (C12H22O11) = 342,30 g mol-1

Quadro 1. Dados obtidos para as diferentes % de sacarose.

Solução Grupo Massa de sacarose (g) % (m/v) Densidade (g.cm-3)

1 0

2 1 2

3 2 4

4 3 6

5 4 8

6 5 10

7 6 12

Resultados e discussão para a Densidade de Amostras Líquidas:

✔ Verifique a consistência de seus dados, com a análise de regressão linear pela construção de
uma curva de calibração, usando uma calculadora ou um computador.

✔ Expresse a concentração de açúcar em suas amostras.

✔ Comparando seus dados das diferentes amostras, o que você pode dizer sobre o teor de açúcar
nessas bebidas? O que é sacarose? Por que é importante a temperatura em que foi realizado
o experimento?
39
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.


ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788582604625
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788521215219
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788563308177
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LEITE, F. Práticas de química analítica. 3. ed. Campinas: Átomo, 2008.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522128679
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118281
https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118304
MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522121373
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

40
41
PRÁTICA 4 – PREPARO DE SOLUÇÕES

INTRODUÇÃO
Uma solução, no sentido mais amplo, é uma dispersão homogênea de duas ou mais espécies de
substâncias moleculares ou iônicas.
Soluções podem ser formadas por qualquer combinação dos três estados da matéria - sólidos,
líquidos, gases - porém, são sempre constituídas de uma única fase.
Em química, trata-se principalmente das soluções no estado líquido, constituído por gases,
líquidos ou sólidos dispersos em líquido. Se esse líquido for água a solução é denominada solução
aquosa. A solução é composta por solvente (geralmente presente em maior quantidade) e soluto (um ou
mais).
As propriedades de uma solução dependem de sua composição e da natureza dos seus
componentes. A descrição quantitativa da composição de uma solução é feita especificando-se sua
concentração. Desta forma, as relações entre as porções de soluto e solvente em uma solução podem ser
expressas de diferentes maneiras, sendo algumas apresentadas a seguir:

✔ Relação massa de soluto/massa total de solução, ou seja, a fração em massa do soluto, que é
usualmente transformada numa percentagem, conhecido como título ou percentagem em massa.
Assim, uma solução aquosa de ácido sulfúrico (H2SO4) com título 70% contém 70 g de H2SO4
para cada 100 g de solução.

✔ Relação massa de soluto/volume de solução, denominada concentração de soluto em massa é


bastante utilizada em indústrias, com unidade g/L ou kg/L.

✔ Relação quantidade de matéria de soluto (número de mols)/volume de solução, denominada


concentração de soluto em quantidade de matéria (concentração molar). Esta relação é a mais
utilizada em laboratórios de Química em geral, sendo expressa na unidade mol/L e seu uso é
recomendado pela IUPAC (União Internacional de Química Pura a Aplicada). Esta é a relação
que será usada nesta experiência para expressar a concentração de soluto.

✔ Relação quantidade de matéria de soluto/massa de solvente, denominada molalidade e tem


unidade mol/kg; é utilizada sempre que se quer ter uma relação que não dependa da temperatura.
Deve-se salientar que as duas relações anteriores variam com a temperatura, já que o volume da
solução pode aumentar ou diminuir quando a temperatura varia.

Quer saber mais?


Link de videoaula sem audio do Canal do IQUFU:
https://www.youtube.com/watch?v=pzqDXSS4GRE
Título: Preparo de soluções.

42
⮚ Cálculos para preparo de soluções

Soluções podem ser preparadas, mais comumente, a partir de um soluto sólido ou a partir de uma
solução concentrada em estoque desse soluto.
Quando se prepara uma solução, sabe-se que se quer obter certo volume da solução a uma dada
concentração. Assim, para preparar uma solução a partir de um soluto sólido há necessidade de se saber
qual o valor de massa do soluto que deve ser tomada; analogamente, no caso de soluto em solução em
estoque, há que se saber qual o volume da solução em estoque que deve ser tomado.
A seguir, estão exemplos dos cálculos que são usualmente feitos para determinar a massa de soluto
ou o volume de solução em estoque do soluto necessário em cada caso.

a. Solutos sólidos

Suponha que se necessite preparar 500,0 mL de uma solução aquosa de sulfato de magnésio
(MgSO4), cuja concentração em quantidade de matéria seja 0,120 mol/L.
Como proceder para calcular a massa de soluto que deve ser tomada?
Inicialmente, deve-se calcular a quantidade de matéria de MgSO4 que deverá estar em 500,0 mL
de solução, pois sabemos que em 1 litro da solução deve haver 0,120 mol de MgSO4.
Assim:
1 litro de solução -------------- 0,120 mol de MgSO4
0,5000 L de solução --------------- x

x = 0,0600 mol de MgSO4

Agora, basta calcular a massa correspondente à quantidade de matéria presente em 500,0 mL da


solução. Para isto, utiliza-se a massa molar de MgSO4 (120,37 g/mL):

1 mol de MgSO4 ------------- 120,37 g de MgSO4


0,0600 mol de MgSO4 ------------- y

y = 7,22 g de MgSO4

Portanto, para preparar 500,0 mL de solução aquosa de MgSO4 de concentração 0,120 mol/L,
basta dissolver em água 7,22 g do MgSO4 e levar o volume da solução até 500,0 mL (balão volumétrico).
Cabe ressaltar que, uma solução aquosa de mesma concentração molar pode ser preparada
dissolvendo o dobro da massa de MgSO4 em água suficiente para perfazer 1000,0 mL de solução ou
metade da massa de MgSO4 em água suficiente para obter 250,0 mL de solução.

43
b. Diluição de solução

Suponha que se necessite preparar 50,00 mL de uma solução aquosa de sulfato de magnésio, cuja
concentração em quantidade de matéria seja 0,0600 mol/L, a partir da solução preparada anteriormente.
Inicialmente, deve-se calcular a quantidade de matéria de MgSO4 que deverá estar em 50,00 mL
de solução, pois em 1 litro da solução deve haver 0,0600 mol de MgSO4.
Desta forma:
1 litro de solução ---------------- 0,0600 mol de MgSO4
0,05000 L de solução ---------------- x

x = 0,00300 mol de MgSO4

Agora, basta calcular que volume de solução de MgSO4 de concentração 0,120 mol/L
corresponde à quantidade de matéria presente em 50,00 mL da solução que se deseja preparar. Assim:

1 litro de solução ---------------- 0,120 mol de MgSO4


y ---------------- 0,00300 mol de MgSO4

y = 0,0250 L ou 25,0 mL de solução de MgSO4 0,120 mol/L

Portanto, para preparar 50,00 mL de solução aquosa de MgSO4 de concentração 0,0600 mol/L,
basta retirar uma alíquota de 25,0 mL da solução de anterior de concentração 0,120 mol/L, e completar
com água até atingir o volume de 50,00 mL (em um balão volumétrico).

44
c. Solução de soluto em estoque

Para soluções aquosas de algumas substâncias mais comuns existem tabelas de títulos em função
da densidade (tabela 1, para ácido sulfúrico, H2SO4). Isso permite que se calcule a concentração de soluto
em massa ou em quantidade de matéria. Como a tabela 1 mostra, uma solução aquosa de ácido sulfúrico
de densidade 1553,3 g/L tem título de 65%, significando que em um litro de solução, 1009,6 g são de
ácido e 543,7 g de água.
Cabe ressaltar, entretanto, que essa relação entre título e densidade é utilizada mais comumente
para soluções concentradas comerciais. No caso de soluções diluídas, prefere-se utilizar diretamente
concentração em quantidade de matéria, já que a determinação precisa de suas densidades é mais difícil.

Tabela 1. Título e densidade de soluções aquosa de ácido sulfúrico, a 20C

Título (%) Densidade (g/L) Título (%) Densidade (g/L)

1 1005,1 80 1727,2

5 1013,1 82 1749,1

10 1066,1 84 1769,3

15 1102,0 86 1787,2

20 1139,4 88 1802,2

25 1178,3 90 1814,4

30 1218,5 91 1819,5

35 1260,0 92 1824,4

40 1302,8 93 1827,9

45 1347,6 94 1831,2

50 1395,1 95 1833,7

55 1445,3 96 1835,5

60 1498,3 97 1836,4

65 1553,3 98 1836,1

70 1610,5 99 1834,2

75 1669,2 100 1830,5


Fonte: WEAST, Robert C. Handbook of Chemistry and Physics 57ª ed., Cleveland, CRC Press,
1976.

45
Suponha, agora, que se necessite preparar 250,0 mL de uma solução aquosa de ácido sulfúrico
cuja concentração em quantidade de matéria seja 0,230 mol/L, a partir de solução em estoque de titulo
95% e densidade 1,8337 g/mL. Como proceder para calcular o volume de solução em estoque de H2SO4
que deve ser tomado?
Os dois primeiros passos do cálculo são os mesmos do cálculo anteriormente descrito para
solutos sólidos. Inicialmente se calcula a quantidade de matéria de H2SO4 que deverá estar em 250,0 mL
de solução de concentração 0,230 mol/L, ou seja:

1 litro de solução -------------- 0,230 mol de H2SO4


0,2500 L de solução ----------- x

x = 0,0575 mol de H2SO4

Utilizando a massa molar de H2SO4 (98,08 g/mol), calcula-se a massa de ácido necessária, isto
é:

1 mol de H2SO4 --------------- 98,08 g de H2SO4


0,0575 mol de H2SO4 -------------- y

y = 5,64 g de H2SO4

Mas, como determinar o volume de solução em estoque que contém essa massa de H2SO4? Isto
é feito utilizando-se o título e a densidade da solução em estoque. O título permite que se calcule qual a
massa de solução em estoque que contém essa massa de H2SO4 (o resto da massa é de água), e como o
título é 95%, então:

100 g de solução em estoque ----------- 95 g de H2SO4


z ----------- 5,64 g de H2SO4

z = 5,9 g de solução estoque

Finalmente, através da densidade, pode-se obter o volume de solução em estoque que contém a
massa desejada, ou seja:

1,8337 g de solução em estoque -----------1 mL de solução em estoque


5,9 g de solução em estoque ----------- w

w = 3,2 mL de solução em estoque

Portanto, para preparar 250,0 ml de solução aquosa de H2SO4 de concentração 0,230 mol/L, basta
adicionar à água 3,2 mL da solução em estoque de ácido concentrado e avolumar até 250,0 mL.
46
d. Técnicas de preparação de solução

No preparo de soluções, é muito importante minimizar os erros associados às medidas de


volumes, portanto, utiliza-se o balão volumétrico e a pipeta (Tabela 2 ilustra os valores dos limites de
erros usualmente associados aos volumes nominais de balões volumétricos).

Tabela 2. Limites de erros associados aos volumes nominais de balões volumétricos.

Capacidade/mL Limite de erro/mL

1 ± 0,010

2 ± 0,015

5 ± 0,02

10 ± 0,02

25 ± 0,03

50 ± 0,05

100 ± 0,08

250 ± 0,12

500 ± 0,20

1000 ± 0,30

2000 ± 0,50

Ao preparar uma solução, o soluto (sólido, líquido ou sua solução concentrada) deve ser
inicialmente dissolvido em um copo de béquer, utilizando-se um volume de solvente inferior ao volume
final de solução a ser preparado (caso haja desprendimento de calor, deve-se esperar até que solução
volte à temperatura ambiente). Em seguida, essa solução deve ser transferida quantitativamente, com
auxílio de um bastão de vidro e um funil, para um balão volumétrico de volume igual ao que se deseja
preparar de solução. Deve se ter o cuidado de lavar o copo de béquer, o funil e o bastão, com pequenas
quantidades de solvente, transferindo-as para o balão.
Adiciona-se solvente até que a parte inferior do menisco esteja tangenciando a marca indicativa
no pescoço do balão correspondente ao seu volume nominal. Preparada a solução, a mesma deve ser
homogeneizada invertendo-se o balão volumétrico (bem tampado) diversas vezes.

47
O procedimento de, inicialmente, dissolver o soluto em um béquer, em vez de diretamente no
balão volumétrico, apresenta forte justificativa: por exemplo, a diluição de soluções concentradas de
ácidos ou bases (ou dissolução de bases) é, em geral, acompanhada por um grande desprendimento de
calor (reação exotérmica), o que eleva a temperatura da solução. Como o volume nominal dos balões
volumétricos, é geralmente, calibrado a 20C, não é recomendado colocar soluções aquecidas em balões,
nem expor os mesmos a temperaturas elevadas (por isso, não devem ser secos em estufas). O
desprendimento de calor ocasionado pela dissolução de soluções concentradas de ácidos é tão grande
que somente deve dissolvê-los em água, isto é, não se deve dissolver água neles, pois, nesse caso, a
solução pode chegar a ferver e espirrar. Portanto, JAMAIS ADICIONE ÁGUA À UMA SOLUÇÃO
CONCENTRADA DE UM ÁCIDO; sempre adicione o ácido à água.

OBJETIVOS

O problema a ser resolvido nesta experiência é o preparo de uma solução aquosa de um sal, a
partir do soluto sólido, e sua diluição, e o da preparação de uma solução aquosa diluída de um ácido,
pelo método da diluição de soluções concentradas em estoque.

MATERIAIS UTILIZADOS

✔ 2 Béqueres 100 mL.


✔ 1 Béquer de 50 mL.
✔ 1 Pisseta com água destilada.
✔ 1 Pipetador de borracha (pêra).
✔ 1 Espátula.
✔ 2 Balões volumétricos 100 mL.
✔ 2 Funis de vidro.
✔ 2 Anéis cm mufa (para os funis de vidro).
✔ 1 Bastão de vidro.
✔ NaOH (s).
✔ HCl concentrado.
✔ Béquer de 10 mL.
✔ Pipeta graduada de 2 mL.

48
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A) Pesar o equivalente a 0,1 mol/L de NaOH para um volume de 100 mL utilizando balança e
balão volumétrico, completar com água destilada, agitar até dissolver e rotular em seguida.

Inicialmente, deve-se calcular a quantidade de matéria de NaOH que deverá estar e 100 mL de
solução, pois sabemos que em 1 litro da solução deve haver 0,1 mol de NaOH. Assim:

1,0 L de solução-----------------0,1 mol de NaOH


0,1 L de solução---------------- x x= 0,01 mol de NaOH

Agora, basta calcular a massa correspondente à quantidade de matéria presente em 100 mL da


solução. (Para isto, utiliza-se a massa molar do NaOH (40,0 g.mol.L- ), montando-se outra regra de
três):

1,0 mol de NaOH------------------40,0 g de NaOH


0,01 mol de NaOH---------------- y y = 0,40 g de NaOH

No entanto, como a amostra apresenta um Grau de pureza de apenas 95%, torna-se necessário
um ajuste na massa a ser pesada, pois:

100,0 de sal---------------------95,0 g de NaOH


x --------------------0,40 g de NaOH x = 0,421 g de NaOH

Portanto, para preparar 100 mL de solução aquosa de NaOH de concentração 0,1 mol.L-1 basta
dissolver em água 0,421 g de NaOH e levar o volume da solução até 100 mL (em um balão volumétrico).

49
B) Consultar a densidade para calcular a concentração do ácido clorídrico determinando o volume
necessário para a diluição, uma vez que o ácido clorídrico concentrado se encontra na forma líquida.
Transferir o volume avaliado para o balão volumétrico de 100 mL completando com água destilada
agitando e rotulando a solução.

Inicialmente, se calcula a quantidade de matéria de HCl que deverá estar em 100 mL de solução
de concentração 0,1 mol.L-, ou seja:

1,0 L de solução-------------------0,1 mol de HCl


0,1 L de solução------------------ x x = 0,01 mol de HCl

Utilizando-se a massa molar de HCl (36,5 g.mol-), calcula-se a massa necessária para isto:

1 mol de HCl---------------------36,5 g de HCl


0,01 mol------------------------- y y = 0,365 g de HCl

Mas, como determinar o volume de solução em estoque que contém essa massa de HCl? Isto é
feito utilizando-se o título e a densidade da solução em estoque. O título permite que se calcule qual a
massa de solução em estoque que contém essa massa de HCl (o resto da massa é água), isto é:

37 g de HCl----------------------- 100 g de solução em estoque


0,365 g de HCl------------------- z z = 0,986 g de solução em estoque

Finalmente, basta, através da densidade, obter o volume de solução em estoque que contém essa
massa, ou seja:

1,19 g de solução em estoque--------------------------- 1 mL de solução em estoque


0,986 g de solução em estoque--------------------- w = 0,83 mL de solução em estoque

Portanto, para preparar 100 mL de solução aquosa de HCl de concentração 0,1 mol.L- basta
adicionar água a 0,83 mL da solução em estoque e levar o volume da solução até 100,0 mL.

50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.


ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788582604625
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788521215219
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788563308177
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LEITE, F. Práticas de química analítica. 3. ed. Campinas: Átomo, 2008.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522128679
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118281
https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118304
MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522121373
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

51
52
PRÁTICA 5
7 – TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE (INDICADORES ÁCIDO-BASE)

INTRODUÇÃO
Uma das técnicas mais comuns para a determinação da concentração de um soluto é a Titulação.
O nome titulação vem de uma palavra francesa antiga “titration”, que significa “ensaio”.
As titulações são usadas diariamente para controlar a pureza da água e a composição do sangue
e no controle de qualidade de indústrias de alimentos. A solução a ser analisada é chamada de “titulado”
ou “analito” e um volume conhecido desta solução é transferido para um frasco (erlenmeyer). A solução
reagente, de concentração conhecida, chamada “titulante”, é adicionada lentamente através de uma
bureta, até terminar a reação. Assim, na titulação, determina-se o volume de titulante necessário para
reagir completamente com o titulado.
A determinação da concentração ou da quantidade de substância pela medida do volume é
chamada de Análise Volumétrica.
Em uma Titulação Ácido/Base típica, o titulado é uma base e o titulante é um ácido ou vice-
versa. Um indicador, um corante solúvel em água, nos ajuda a detectar o ponto estequiométrico, o ponto
no qual o volume de titulante adicionado é exatamente aquele requerido pela relação estequiométrica
entre o titulante e titulado. Por ex, se titularmos ácido clorídrico contendo poucas gotas do indicador
fenolftaleína, a solução é inicialmente incolor. Após o ponto estequiométrico, quando o excesso de base
está presente, a solução analisada está básica e o indicador é rosa. A mudança de cor do indicador é
repentina, então é fácil detectar este ponto estequiométrico. Este ponto estequiométrico é também
conhecido como ponto de equivalência ou ponto de viragem.
Normalmente, o pH no ponto final de titulação pode ser previsto. Dessa forma, o problema se
resume em escolher um indicador em tabela semelhante a essa abaixo:

Indicador Zona de Transição Mudança de cor

Azul de timol 1,2 - 2,6 Vermelho para amarelo

Vermelho de metila 4,4 - 6,2 Vermelho para amarelo

Azul de Bromotimol 6,2 - 7,6 Amarelo para azul

Fenolftaleína 8,0 - 10,0 Incolor para vermelho

68
Tabela 1: Alguns indicadores ácido-base. Retirada da pág 567, CHANG, Raymond. Química Geral:
Conceitos essenciais.

Figura 1: Exemplos de colorações devido à distinção de pH. Retirada da pág 567, CHANG, Raymond.
Química Geral: Conceitos essenciais

69
LÓGICA APLICADA ÀS VOLUMETRIAS

TITULANTE
Aquele que se conhece a molaridade e o volume gasto na titulação, logo é possível calcular
o número de mol do titulante.

TITULADO
É aquele que conhecemos o volume da alíquota, mas que desejamos conhecer algo, em geral, a
molaridade, mas pode não ser...
Então, deveremos em seguida conhecer:
A equação química balanceada da reação envolvida para estabelecer a proporção entre

TITULANTE E TITULADO

Sabendo-se que:
NO PONTO DE EQUIVALÊNCIA temos a proporção entre titulante e titulado respeitando a
equação química balanceada, encontraremos o número de mol do TITULADO que reagiu.
Por fim, se quisermos conhecer a molaridade, basta dividirmos pelo volume da alíquota que foi
colocado no erlenmeyer.
Se quisermos conhecer a concentração em g/L, basta multiplicarmos a molaridade pela massa
molar.
Se quisermos conhecer a porcentagem, então dividimos a concentração (dada em g/L) por 10.
Se quisermos conhecer a concentração em ppm, basta multiplicarmos a concentração (dada em
g/L) por 1000 (transformando para mg/L).

70
Figura 2: Exemplo de gráfico de neutralização de ácido forte com base forte. Retirada da pág 561,
CHANG, Raymond. Química Geral: Conceitos essenciais. (Outros tipos de neutralização podem ser
encontrados nas págs. 562 e 565 da mesma bibliografia).

MATERIAIS UTILIZADOS

✔ 1 Pipeta volumétrica de 5 mL.

✔ Pera de borracha.

✔ 1 Bureta de 10 mL.

✔ 4 erlenmeyers 25 mL.

✔ Pisseta com água destilada.

✔ HCl(aq) 0,01 mol.L–1.

✔ Ca(OH)2(aq) (concentração desconhecida).

✔ Indicador Azul de bromofenol.

✔ H2SO4(aq) 0,1 mol.L–1.

✔ de KOH(aq) (concentração desconhecida).

✔ Indicador Azul de timol.

71
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A) Titular a solução de Ca(OH)2 de concentração desconhecida com HCl 0,01 mol/L.


Titulante: HCl 0,01 mol/L
Titulado: Ca(OH)2 xx mol/L
Indicador ácido base: Azul de bromofenol.

Para isso, complete a bureta com a solução de HCl 0,01 mol/L.


Meça 5,00 mL de solução de Ca(OH)2 e coloque em um Erlenmeyer de 25 mL e, posteriormente,
adicione 10 gotas de azul de bromofenol.
Em seguida, adicione, aos poucos, o HCl sobre a solução de Ca(OH)2 até ocorrer mudança de cor
na solução.
Anote o volume de HCl 0,01 mol/L gasto até o término da titulação (mudança de cor).
Repita 02 vezes o mesmo procedimento, e determine:

▪ A equação química correspondente à reação que se passou, fornecendo os


nomes dos reagentes e dos produtos.

▪ A concentração da solução de Ca(OH)2, em mol/L, que foi titulada.

B) Titular a solução de KOH com H2SO4 0,1 mol/L e determinar:


Titulante: H2SO4 0,1 mol/L
Titulado: KOH xx mol/L
Indicador ácido base: Azul de timol.

Para isso, complete a bureta com a solução de H2SO4 0,1 mol/L.


Meça 5,00 mL de solução de KOH e coloque em um Erlenmeyer de 25 mL e, posteriormente,
adicione 10 gotas de azul de timol.
Em seguida, adicione, aos poucos, o H2SO4 0,1 mol/L sobre a solução de KOH até ocorrer
mudança de cor na solução.
Anote o volume de H2SO4 0,1 mol/L gasto até o término da titulação (mudança de cor).
Repita 02 vezes o mesmo procedimento, e determine:

▪ A equação química correspondente à reação que se passou, fornecendo os


nomes dos reagentes e dos produtos.

▪ A concentração da solução de KOH, em mol/L, que foi titulada.

72
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.


ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788582604625
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788521215219
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788563308177
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LEITE, F. Práticas de química analítica. 3. ed. Campinas: Átomo, 2008.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522128679
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118281
https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118304
MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522121373
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

73
74
PRÁTICA 6
8 – TITULAÇÃO DE UMA AMOSTRA COMERCIAL (VINAGRE)

INTRODUÇÃO
Em uma análise volumétrica, a quantidade de um constituinte de interesse (amostra) é determinada
através da reação desta espécie química com outra substância em solução, chamada solução padrão, cuja
concentração é exatamente conhecida. Sabendo-se qual a quantidade da solução padrão necessária para
reagir totalmente com a amostra e a reação química que ocorre entre as duas espécies, tem-se condições
para se calcular a concentração da substância analisada.
A determinação da acidez de produtos comestíveis pode fornecer um dado valioso na apreciação
do estado de conservação de um produto alimentício. Um processo de decomposição, seja por hidrólise,
oxidação ou fermentação, quase sempre altera a concentração dos íons hidrogênio. A determinação da
acidez pode ser feita a partir de titulações ou com o uso de eletrodos combinados para a medida de pH.
Na titulação, volumes conhecidos de solução alcáli-padrão são misturados a soluções aquosas ou
alcólicas do produto na presença de um indicador adequado.
Nessa prática a titulação será utilizada para determinar a acidez do vinagre de cozinha, um
produto obtido pela fermentação acética de líquidos alcoólicos provenientes de produtos contendo amido
e/ou açúcar. O índice de acidez do vinagre permite uma quantificação do estado de conservação do
mesmo. Os valores considerados próprios para consumo variam entre 4 a 8%.

Quer saber mais?


Link de videoaula sem audio do IQUFU: título:
https://www.youtube.com/watch?v=2PckTPCFkJQ
Título: Titulação Ácido-Base (teor de acidez do vinagre).

75
MATERIAIS UTILIZADOS

✓ 1 Pipeta volumétrica de 5 mL.


✓ Pipetador de borracha (pêra).
✓ 1 Balão volumétrico de 50 mL.
✓ Caixa de fósforo.
✓ Sistema de aquecimento (tripé + tela de amianto).
✓ 1 Béquer 250 mL (aquecimento da água destilada).
✓ 1 Pisseta com água destilada.
✓ 2 Erlenmeyers de 25 mL.
✓ 1 Anel de ferro com mufa (para o funil de vidro).
✓ 1 Funil de vidro.
✓ NaOH(aq) 0,1 mol.L–1.
✓ Indicador Fenolftaleína (1%).
✓ 1 Bureta de 10 mL.
✓ Vinagre comercial.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Em um primeiro momento, pipetar 5,00 mL de vinagre comercial para um balão volumétrico de


50,00 mL. Completar o volume com água destilada (fervida e esfriada previamente) e homogeneizar.
Esta solução é denominada de solução estoque ou solução amostra.
Posteriormente, pipetar uma alíquota de 5,00 mL da solução amostra para um erlenmeyer de
25,00 mL. Adicionar 3 gotas de solução fenolftaleína 1% e titular com solução padrão de NaOH 0,1
mol/L até a primeira coloração rósea permanente.
Em seguida, utilizar os dados obtidos para calcular a concentração de ácido acético na amostra de
vinagre, de modo a expressar os resultados em %(m/v).

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.


ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788582604625
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788521215219
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788563308177
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LEITE, F. Práticas de química analítica. 3. ed. Campinas: Átomo, 2008.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522128679
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118281
https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118304
MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522121373
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

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7 – EQUILÍBRIO QUÍMICO
PRÁTICA 10

INTRODUÇÃO
Todas as reações podem ser consideradas reversíveis, embora em alguns casos, o grau de
reversibilidade seja muito pequeno. Um exemplo de um sistema reversível, seria a reação de ácido
acético com a água.
Colocando-se ácido acético (HOAc) em água ocorre uma reação com produção de íons
hidroxônio (H3O+) e acetato (AcO-), conforme representado na equação (1).

HOAc(aq) + H2O(l) → H3O+(aq) + AcO-(aq) (1)

À medida que as concentrações de H3O+ e AcO- aumentam, estas reagem entre si para formar
HOAc e H2O, conforme representado na equação (2).

H3O+(aq) + AcO-(aq) → HOAc(aq) + H2O(l) (2)

A velocidade de uma reação geralmente aumenta, se as concentrações dos reagentes aumentam, e


diminui, se as concentrações dos reagentes diminuem. Com isso, podemos concluir que a velocidade da
reação (1) diminui devido a consumo de HOAc e H2O, enquanto a velocidade da reação (2) aumenta,
em decorrência do aumento das concentrações de AcO- e H3O+.
Quando as velocidades das reações (1) e (2) se tornam iguais, dizemos que o sistema está em
equilíbrio dinâmico, e representamos os sistemas pela equação.

HOAc(aq) + H2O(l) ⇌ H3O+(aq) + AcO-(aq)

No equilíbrio, as concentrações de todas as espécies presentes permanecem constantes e


podemos associar uma constante K que é denominada constante de equilíbrio da reação.

Esta equação é a condição de equilíbrio para a reação.


Se desejarmos obter o produto de uma reação reversível com bom rendimento, é essencial que o
equilíbrio seja deslocado no sentido da formação da substância desejada. Em muitos casos, devido às
próprias características do(s) produto(s), a reação ocorre de maneira em que os reagentes se transformem
quase completamente em produtos. Tal situação ocorre, por exemplo, quando o produto é insolúvel no
meio reacional.

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A composição de uma mistura no equilíbrio, em geral, depende das quantidades de reagentes que
são inicialmente misturados, do volume do recipiente em que eles são colocados, e da temperatura.
Somente a temperatura afeta o valor da constante de equilíbrio. No entanto, uma mudança em volume,
ou adição ou remoção de uma das substâncias envolvidas na reação, pode variar a composição da
mistura, sem, no entanto, modificar o valor da constante de equilíbrio.
O princípio de Le Chatelier é uma generalização relativa ao comportamento de sistemas em
equilíbrio: “se um sistema em equilíbrio for submetido a uma perturbação, haverá um deslocamento
nesse equilíbrio, no sentido de minimizar o efeito da mudança.”.

OBJETIVO

Neste estudo será realizada uma série de ensaios experimentais envolvendo sistemas químicos
em equilíbrio. Você deverá provocar perturbações no sistema no sistema (aumento de temperatura,
pressão, concentração, entre outros) para verificar o princípio de Le Chatelier.

1ª PARTE: Equilíbrio entre os íons cromato e dicromato.

- Efeito da concentração sobre o equilíbrio:

No laboratório, muitas vezes, reações de equilíbrio podem ser estudadas quanto à predominância
do(s) reagente(s) ou do(s) produto(s), observando mudanças de cor ou aparecimento de precipitado. Por
exemplo, em solução aquosa os íons cromato, CrO4-2(aq), amarelo. podem converter-se facilmente em
íons dicromato, Cr2O7-2(aq) (alaranjado) ou vice-versa, variando o pH da solução, pois a extensão em que
ocorre esta reação depende da concentração de íons H+. O equilíbrio, dependendo das condições, pode
estar descolado no sentido da formação de cromato ou dicromato. A equação representativa deste
equilíbrio é:

Adicionando ou retirando íons H+, o equilíbrio se desloca para a direita ou para a esquerda,
respectivamente, o que pode ser constatado através de mudanças de coloração. Observe duas soluções,
uma de cromato de potássio e a outra de dicromato de potássio. Que íons estão presentes nestas soluções?
Qual deles é responsável pela coloração observada em cada caso? Justifique.

84
MATERIAIS UTILIZADOS

✓ 4 Tubos de ensaio.

✓ Grade para tubos de ensaio.

✓ 4 pipetas de Pasteur.

✓ K2CrO4 (aq) 0,1 mol.L–1 – Cromato de potássio.

✓ HCl (aq) 0,1 mol.L–1 – Ácido clorídrico.

✓ K2Cr2O7 (aq) 0,1 mol.L–1 – Dicromato de potássio.

✓ NaOH (aq) 0,1 mol.L–1 – Hidróxido de sódio.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Coloque, num tubo de ensaio, 1 ml de solução de K2CrO4. Adicione gota a gota solução de HCl
diluído. O que você observa? Interprete suas observações. Este tubo será chamado de (I).
Coloque, em um tubo (II), 1 mL de solução de K2Cr2O7. Adicione gota a gota a solução NaOH.
O que você observa? Interprete suas observações.
Coloque, no tubo (II), gota a gota, solução de HCl até observar alguma mudança. Observe e
intérprete.
Explique todas as observações experimentais feitas em termos do princípio de Le Chatelier.
Como se deve mudar a concentração de uma substância reagente para deslocar o equilíbrio para
a direita? E para a esquerda?

85
2ª PARTE: Equilíbrio de sais pouco solúveis.

Outra aplicação importante do princípio de Lê Chatelier é o estudo das reações envolvendo


formação de sais pouco solúveis. Sais pouco solúveis podem se tornar ainda menos solúveis através do
efeito do íon comum, se não ocorrerem reações secundárias. Por exemplo, o equilíbrio entre o sal pouco
solúvel CaSO4 e seus íons em solução é representado pela equação:

A adição de Ca2+ ou SO42- (adição de um sal solúvel contendo um destes íons) deslocará o
equilíbrio para a esquerda, diminuindo a solubilidade do sulfato de cálcio.
Neste experimento realizaremos uma série de ensaios envolvendo sistema em equilíbrio em
solução aquosa e sais pouco solúveis. Para cada ensaio realizado, você deverá inicialmente observar com
cuidado todas as evidências possíveis de transformações do sistema, bem como seus estados inicial e
final. Posteriormente deverá buscar explicações para os fatos observados, lembrando-se que em solução
aquosa os íons são espécies independentes, podem existir equilíbrios simultâneos e muitas das
transformações são apenas deslocamentos de equilíbrios.

MATERIAIS UTILIZADOS

✓ 5 Tubos de ensaio.

✓ Soluções de CuSO4 0,1 mol.L-1 (sulfato de cobre II);

✓ Soluções de NaOH 0,1 mol.L-1 (hidróxido de sódio);

✓ Soluções de H2SO4 0,01 mol.L-1 (ácido sulfúrico).

✓ Soluções de BaCl2 0,1 mol.L-1 (cloreto de bário);

✓ Soluções de K2CrO4 0,1 mol.L-1 (cromato de potássio);

✓ Soluções de Na2CO3 0,1 mol.L-1 (carbonato de sódio);

✓ Solução de Na2SO4 0,1 mol.L-1 (sulfato de sódio).

✓ Soluções de AgNO3 0,1 mol.L-1 (nitrato de prata).

✓ Soluções de HNO3 1,0 mol.L-1 (ácido nítrico).

86
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Coloque num tubo de ensaio 1,0 mL de solução aquosa de sulfato de cobre (II) 0,1 mol.L-1 e
adicione, em seguida, algumas gotas de solução aquosa de NaOH 0,1 mol.L-1. Observe, anote e
represente o equilíbrio que se estabelece por meio de equações químicas adequadas. Em seguida,
adicione aos poucos, e sob agitação, solução de ácido sulfúrico diluído (0,01 mol.L-1).
Observe o que ocorre e intérprete.
Coloque em 4 tubos de ensaio 0,5 mL de cloreto de bário (BaCl2) 0,1 mol.L-1. Adicione a cada um
deles, separadamente, as seguintes soluções:

a) Solução de cromato de potássio 0,1 mol.L-1 (K2CrO4).


b) Solução de carbonato de sódio 0,1 mol.L-1 (Na2CO3).
c) Solução de sulfato de sódio 0,1 mol.L-1 (Na2SO4).
d) Solução de nitrato de prata 0,1 mol.L-1 (AgNO3).

Anote suas observações escreva as equações correspondentes aos equilíbrios químicos que
estabeleceram.
Adicione em seguida, a cada tubo, 1,0 mL de solução de ácido nítrico 1,0 mol.L-1.
Observe o que ocorre, anote e intérprete.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.


ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788582604625
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788521215219
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788563308177
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LEITE, F. Práticas de química analítica. 3. ed. Campinas: Átomo, 2008.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

87
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522128679
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118281
https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118304
MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522121373
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

88
8 – SISTEMA TAMPÃO
PRÁTICA 12

INTRODUÇÃO
Solução tampão é uma solução formada por um ácido fraco e sua base conjugada ou por uma base
fraca e seu ácido conjugado, estas soluções, são soluções capazes de conservarem seu pH mesmo após
a adição de ácidos ou bases, até uma quantidade limite.
A função de um agente tamponador é conduzir uma solução ácida ou alcalina a um certo pH e
prevenir a mudança deste pH. Essa resistência do pH é resultado do equilíbrio entre as espécies
participantes do tampão.
Usando o princípio de Le Chatelier “quando se provoca uma perturbação sobre um sistema em
equilíbrio, este se desloca no sentido que tende a anular esta perturbação, procurando ajustar-se a um
novo equilíbrio”, portanto um agente tamponador sustenta esta faixa de concentração por prover o ácido
ou base conjugada correspondente para estabilizar o pH ao que está sendo adicionado.
Existe, porém um limite para as quantidades de ácido ou de base adicionadas a uma solução tampão
antes que um dos componentes seja totalmente consumido. Este limite é conhecido como a capacidade
tamponante de uma solução tampão e é definido como a quantidade de matéria de um ácido ou base
forte necessária para que 1 litro da solução tampão sofra uma variação de uma unidade no pH.
A capacidade tamponante é a quantidade máxima de ácido ou de base que pode ser adicionada
sem que o tampão perca sua capacidade de resistir à mudança de pH.
As soluções tampão também regulam o funcionamento do corpo humano. Para que o corpo
funcione corretamente, o pH dos fluídos deve ser mantido dentro de certos limites bem próximos. O pH
do sangue, por exemplo, deve ficar entre 7,35 e 7,45.
Para controlar o pH sanguíneo, o principal tampão utilizado pelo organismo é o tampão de
bicarbonato. Se uma base entra no sangue, os íons OH- reagem com a parte ácida do tampão; se um
ácido entra no sangue, os íons H+ reagem com a parte básica, sempre mantendo o pH em uma faixa
muito restrita. Este sistema evita variações de 0.3 unidades de pH as quais poderiam trazer graves
consequências ao ser humano.

Quer saber mais?


Link de videoaula sem audio do IQUFU: título:
https://www.youtube.com/watch?v=nxAOrgPary8
Título: Aula pH e solução tampão

OBJETIVO

Identificar a solução que apresenta melhor sistema tampão.


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MATERIAIS UTILIZADOS

✔ 4 Tubos de ensaio.
✔ 12 Fitas indicadoras de pH.
✔ Pipeta 5 mL.
✔ 1 Pipetador de borracha (pera).
✔ 3 Béqueres de 25 mL.
✔ 1 Pisseta com água destilada
✔ Solução aquosa de bicarbonato 1,0 mol.L–1 (HCO3–).
✔ Solução aquosa de acetato 1,0 mol.L–1 (CH3COO–).
✔ HCl(aq) 0,1 mol.L–1.
✔ 3 Pipetas de Pasteur.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

- Transferir 2 mL da solução água destilada no tubo de ensaio 1.

- Transferir 2 mL da solução bicarbonato no tubo de ensaio 2.

- Transferir 2 mL da solução acetato no tubo de ensaio 3.

- Verifica-se o pH inicial das soluções.

- Acrescenta-se 2 gotas de ácido clorídrico (HCl) em cada tubo, agita-se e verifica-se o pH com a
fita reagente.

- Repete-se o procedimento acima, sempre adicionado de 2 em 2 gotas e verifica-se o pH. Repetir


até o número de gotas serem igual a 12.

- Anota-se os resultados obtidos.

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, M. F. C. Boas práticas de laboratório. São Caetano: Difusão, 2009.


ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2006.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788582604625
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788521215219
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788563308177
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LEITE, F. Práticas de química analítica. 3. ed. Campinas: Átomo, 2008.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo:
MacGraw-Hill, 1990.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BROWN, T. L.; LEMEY, H. E.; BURTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522128679
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P.; TOWNSEND, J. R.; TREICHEL, D. A. Química e reações químicas. 3.
ed. São Paulo: Cengage Learning, 1998. v. 1; v. 2.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118281
https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522118304
MAIA, J. D.; BIANCHI, A. C. J. Química geral: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida. São Paulo, Ática, 1988.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
e-Book: https://www.sistemas.ufu.br/biblioteca-gateway/minhabiblioteca/9788522121373
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica biológica.
2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1992.

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