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Heterosídeos cardioativos

Disciplina: Farmacognosia Básica

Professora: Larissa Trigueiros


Introdução
Esteroides naturais com alta especificidade e potente ação
sobre o músculo cardíaco

Diurético
Uso antigo
Antes da era cristã Emético

Tônico cardíaco

Ferriar (1799): primeiro a atribuir a ação cardiotônica a esta


classe
Distribuição
400 substâncias conhecidas

Em plantas, ocorrência restrita a Angiospermas


Scrophulariaceae, Apocynaceae, Liliaceae,
Rananculaceae...

Digitalis purpurea

Nerium oleander Thevetia peruviana (chapéu-


(espirradeira) de-napoleão)
Distribuição
400 substâncias conhecidas

Presente em sapos do gênero Bufo


Bufotoxina
Biosíntese
Derivado do esqualeno
Núcleo esteroidal
Estrutura química
Açúcar + aglicona esteroidal + anel lactônico

Anel
lactônico

Núcleo esteroidal
Porção glicosídica (açúcares)

6-desoxioses
Estrutura química
Classificação
Plantas frescas e possuem
Primários uma molécula terminal de
glicose

Hidrólise → perda da glicose terminal

Secundários
Estrutura química
Estrutura das geninas
Esqueleto tetracíclico característico dos esteroides

Isomeria cis/trans/cis

Isomeria cis Isomeria trans

Ligantes iguais estão do Ligantes iguais estão em


mesmo lado em um plano lados diferentes em um plano
espacial espacial
Estrutura química
Estrutura das geninas
Esqueleto tetracíclico característico dos esteroides

Isomeria cis/trans/cis

Ácido maleico Ácido fumárico


Estrutura química
Estrutura das geninas
Esqueleto tetracíclico característico dos esteroides

Isomeria cis/trans/cis

Cis
Cis

Trans
Estrutura química
Estrutura das geninas
Esqueleto tetracíclico característico dos esteroides

Isomeria cis/trans/cis

Anel lactônico

Cardenolídeos

Bufanolídeos
Relação estrutura-atividade

Porção aglicona Porção osídica (açúcares)

Confere atividade Confere solubilidade → absorção


cardíaca e distribuição das moléculas
Relação estrutura-atividade
Características estruturais
Anel lactônico → carbono 17 (β) → fundamental para a
atividade biológica

Núcleo esteroidal: atividade máxima quando os ciclos A/B/C/D


possuem a conformação cis/trans/cis
Atividade fortemente diminuída: A/B → trans
C/D → cis

Ciclo A parcialmente insaturado: atividade ainda


mais reduzida
Propriedades físico-químicas
Solúveis em água e ligeiramente solúveis em etanol e
clorofórmio

Polaridade da molécula: quantidade de hidroxilas

Fragilidade da lactona Abertura em meio alcalino

Baixos teores na planta


Extração
Extrato hidroalcoólico

Solução extrativa (heterosídeos)


Acetato de chumbo

Precipitação de macromoléculas
Heterosídeos
Filtração purificados
Fase líquida
Extração com CHCl3

Fase aquosa Fase clorofórmica


Caracterização
Caracterização colorimétrica
Reação de açúcares desoxioses
Reação de Pesez

Extrato Dissolver em Reativo de ∆ Coloração


clorofórmico ácido acético xantidrol vermelha
Caracterização
Caracterização colorimétrica
Reações de geninas
Reação de Kedde Reação de Bajlet

Ácido 3,5- Ácido pícrico


dinitrobenzoico

Coloração laranja
Coloração vermelho- estável
violácea estável
Farmacologia
Emprego farmacêutico
Insuficiência cardíaca (IC)

Controle da taxa de resposta ventricular em pacientes com


fibrilação atrial crônica
Farmacologia
Emprego farmacêutico
Em geral, não são fármacos de primeira escolha
Diversas interações medicamentosas

Contraindicado: Fibrilação ventricular


Bloqueio atrioventricular
Reações adversas a digitálicos

Melhoram a qualidade de vida e reduzem a taxa de


hospitalização em pacientes com IC
Farmacologia
Mecanismo de ação
Insuficiência cardíaca
Disfunção cardíaca que ocasiona o suprimento sanguíneo
inadequado para atender as necessidades fisiológicas das
células

- Resposta inadequada do débito cardíaco;

- Elevação da pressão pulmonar e venosa.


Farmacologia
Mecanismo de ação
Insuficiência cardíaca
Disfunção cardíaca que ocasiona o suprimento sanguíneo
inadequado para atender as necessidades fisiológicas das
células

O que os heterosídeos cardiotônicos fazem?

- Aumentam o débito cardíaco;

- Melhoram o retorno venoso;

- Diminuem o consumo de oxigênio → retardo da frequência cardíaca.


Farmacologia
Mecanismo de ação
Ação inotrópica positiva
Aumento da força contrátil do coração sem elevação no
consumo de oxigênio

Farmacocinética
Mais hidroxilas → início da ação mais rápido → eliminação mais
rápida

Eliminação pela via renal: 50 a 70% sob a forma não modificada


Farmacologia
Farmacocinética
Mais hidroxilas → início da ação mais rápido → eliminação mais
rápida

Eliminação pela via renal: 50 a 70% sob a forma não modificada

Principal reservatório tecidual: músculo esquelético

Cálculo da dose baseado na massa magra


Farmacologia
Toxicidade e efeitos adversos
Janela terapêutica pequena

Concentração capaz de causar efeitos tóxicos é apenas duas


vezes superior à terapêutica

Intoxicação moderada: vômitos, náuseas, braquicardia, anorexia

Intoxicação aguda: diarreia, visão borrada, taquicardia


Farmacologia
Toxicidade e efeitos adversos
Efeitos adversos → uso crônico
- Fadiga;

- Torpor;

- Dor de cabeça;

- Baixa de plaquetas;

- Transtornos neuropsíquicos
- Confusão, inquietação, alucinações com alteração na
percepção das cores
Drogas vegetais
Digitalis purpurea e D. lanata (Scrophulariaceae) –
Dedaleira

Farmacógeno: folhas rapidamente


dessecadas

Composição química: digitoxina, gitoxina,


gitaloxina (D. purpúrea)
lanatosídeos A, B,
C e D (D. lanata)
Drogas vegetais
Digitalis purpurea e D. lanata (Scrophulariaceae) –
Dedaleira

Obs.: fornecem cerca de 90% da


produção total de heterosídeos
cardioativos
Drogas vegetais
Nerium oleander (Apocynaceae) – espirradeira
- Folhas com 1,5% de cardenolídeos;
- Constituinte majoritário: oleandrina;
- Usada na ornamentação;
- Uso popular: abortivo

NÃO devem ser


usadas como
fármacos
Drogas vegetais
Thevetia peruviana (Apocynaceae) – chapéu-de-napoleão
- Sementes com diversos
hererosídeos cardioativos
- Principalmente tevetiosídeos;
- Usada na ornamentação;
Teventina B

NÃO devem ser


usadas como
fármacos

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