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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA-DET


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA II – LEQ II

ROTEIRO DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS EXPERIMENTAL

Prática : Adsorção

1.INTRODUÇÃO

Adsorção é a adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície


sólida (o adsorvente); o grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da
área da superfície - os sólidos porosos como o carvão ativado são ótimos
adsorventes.

As forças que atraem o adsorvato podem ser químicas ou física.

A adsorção química, também chamada quimissorção, é específica e é


empregada na separação de misturas.

A adsorção física, também chamada fisissorção, é empregada em máscaras


contra gases e na purificação e descoloração de líquidos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A adsorção pode ser avaliada quantitativamente através das isotermas. O


procedimento experimental é bastante simples: basta colocar em contato a solução
contendo o componente a ser adsorvido com diferentes massas de adsorvente até
atingir o equilíbrio. Após a filtração pode-se obter a concentração de equilíbrio em
solução e a quantidade de material adsorvido. Os gráficos assim obtidos são as
isotermas e podem apresentar-se de várias formas, fornecendo informações
importantes sobre o mecanismo de adsorção. Elas mostram a relação de equilíbrio
entre a concentração na fase fluida e a concentração nas partículas adsorventes em
uma determinada temperatura. Na adsorção, o pH, a temperatura e,
principalmente, o tipo de adsorvente são parâmetros que influenciam na forma da
isoterma.
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Isoterma de Langmuir

Este é o modelo mais simples das isotermas de adsorção. A teoria de Langmuir


assume que as forças que atuam na adsorção são similares em natureza àquelas
que envolvem combinação química. Considera-se implicitamente que:
a. o sistema é ideal;
b. as moléculas são adsorvidas e aderem à superfície do adsorvente em
sítios definidos e localizados, com adsorção em monocamada em
superfície homogênea;
c. cada sítio pode acomodar uma, e somente uma, entidade adsorvida
d. a energia da entidade adsorvida é a mesma em todos os sítios da
superfície e não depende da presença ou ausência de outras entidades
adsorvidas nos sítios vizinhos, ou seja, apresenta interação desprezível
entre as moléculas adsorvidas.

Esta forma de isoterma é a mais freqüentemente utilizada e pode ser expressa


como:

𝑐 𝑐 1
= +
𝑞 𝑞𝑚 𝑏. 𝑞𝑚
Em que q é a quantidade adsorvida por massa de adsorvente, C a concentração no
fluido, qm e b são constantes. b é a constante de equilíbrio e está relacionada com a
energia livre de adsorção, que corresponde à afinidade entre a superfície do
adsorvente e o soluto. qm é a constante que representa a cobertura de adsorvato
em uma monocamada, ou seja, a máxima adsorção possível.

Isoterma de Freundlich

A isoterma de Freundlich corresponde a uma distribuição exponencial de calores


de adsorção. Este modelo pode ser expresso por:

1⁄ 1
𝑞 = 𝐾. 𝑐 𝑛 linearizada ln 𝑞 = 𝑛 ln 𝑐 + ln 𝐾

em que 1/n < 1, é muitas vezes mais adequada, particularmente para adsorção de
líquidos. “q” e “C” têm o mesmo significado daqueles já definidos para a isoterma
de Langmuir.
“K” e “1/n” são constantes que dependem de diversos fatores experimentais e se
relacionam com a distribuição dos sítios ativos e a capacidade de adsorção do
adsorvente (CIOLA, 1981).
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3.OBJETIVOS
1.1 OBJETIVOS GERAIS
Mostrar aos alunos como realizar um ensaio de adsorção sólido-líquido,
bem as modelagens necessárias para a análise deste ensaio.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Preparar diluições;
• Realizar adsorção sólido-líquido;
• Aprender a modelar os dados experimentais.
4. MATERIAIS E REGENTES

- Erlenmeyer de 250 mL - Carvão ativado


- Béquer de 100 mL - Corante azul reativo
- Balões volumétricos de 50 mL - Água destilada
- Bureta de 50 mL
- Espátula

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Pese em um erlenmeyer de 250 mL 0,25 g do adsorvente (carvão ativado),


previamente seco em a 150 oC por 24 h;
2. A partir da solução estoque de 500 mg/L do adsorvato (corante azul
reativo) prepare diluições da seguinte forma:
5,10,15,20,25,30,35 ,40 e 45 ml
3. Transfira o conteúdo do balão volumétrico de 50 mL para o erlenmeyer
contendo o adsorvente e tampe o erlenmeyer;
4. Coloque o erlenmeyer sob agitação orbital a 37 oC, 150 RPM por 18 h.
5. Passo este tempo, retira da agitação;
6. Colete 10 mL da solução para um tudo de ensaio de plástico e centrifugue
por 15 minutos;
7. Quando necessário dilua as amostras colocando 1 mL de solução para um
balão de 10 mL e complete o menisco;
8. Em seguida, leve as amostras a análise espectroscópica;
9. De posse dos dados realize as modelagens utilizando os modelos de
Langmuir e Freundlich.
10. Comprimento de onda:
λ=620 nm
11. Curva de calibração:
Concentração= 0,0210 * Abs
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Após a obtenção dos dados, calcular as massas iniciais e finais para cada
amostra, utilizando a equação abaixo:

𝑚 𝐶(𝑚𝑔)
𝐿
𝐶= → 𝑚(𝑚𝑔) = ∗ 𝑣(𝑚𝐿)
𝑣 1000
E de posse das massas, calcular a quantidade absorvida por massa de
adsorvente, utilizando a equação abaixo:
(𝑚𝑖 − 𝑚𝑓 )(𝑚𝑔)
𝑞𝑒 =
(𝑚𝑎𝑑𝑠𝑜𝑟𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 )(𝑔)

Quantidade absorvida por massa de adsorvente

Massa Inicial (mg) Massa Final (mg) mi - mf qe (mg/g)

5. BIBLIOGRAFIA

CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química, 3ª ed., Rio de Janeiro, Ed.LTC, 1986

MARON, S.H. & PRUTTON, C.F. Principles of Physical Chemistry. 4ª ed., New York, Collier
McMillan, 1958

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