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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KALANDULA DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA SAÚDE


COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM

TRABALHO DE NUTRIÇÃO

TEMA:
> METABOLISMO DAS VITAMINAS & DOS MINERAIS

2º Ano
Grupo n°: 04
Turma: Manhã Docente
Turma: A
_______________________________
Laura Gonçalves

LUANDA / 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KALANDULA DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM

INTEGRANTES DO GRUPO
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
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18.

LUANDA / 2023
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 2

1. Definição de termos e conceitos ................................................................................... 2

1.1. Classificação das Vitaminas ...................................................................................... 3

1.1.2. Função Coenzimática ............................................................................................. 4

1.1.3. Minerais .................................................................................................................. 8

1.1.4. Função dos minerais ............................................................................................... 9

2. Caracterização relacionada à função vital no organismo ............................................. 9

2.1. Classificações dos minerais quelatados ................................................................... 10

2.1.1. Mecanismos de absorção dos elementos quelatados ............................................ 11

2.1.2. Avaliação do consumo alimentar utilizando a técnica dos indicadores ............... 12

2.1.3. Utilização das frações indigestíveis dos alimentos .............................................. 13

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 14

RECOMENDAÇÕES..................................................................................................... 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 16


OBJECTIVOS

Objectivos Gerais

Objetivou-se nesta revisão abordar sobre O Metabolismo das Vitaminas e dos


Minerais, no seu contexto amplo.

Objectivos Específicos

 Dissertar sobre os diferentes tipos de vitaminas, classificação, estrutura e função;


 Descrever a função coenzimática;
 Abordar sobre os minerais, função, caracterização relacionada à função vital no
organismo, mecanismos de absorção dos elementos e utilização das frações
indigestíveis dos alimentos.
INTRODUÇÃO

Metabolismo é o nome dado ao conjunto de todas as reações que ocorrem no


organismo. Essas inúmeras reações são reguladas e catalisadas por enzimas, dentre as
funções do metabolismo, podemos destacar a obtenção de energia, com base nisto,
pretende-se abordar sobre o metabolismo das vitaminas e dos minerais e seus processos
no organismo. As vitaminas são compostas com atuação essencial em muitos aspectos
metabólicos incluindo o metabolismo de carboidratos, lipídios e aminoácidos. Essas
vitaminas actuam como coenzimas, sendo o grupo prostético de enzimas responsáveis
por reações bioquímicas essenciais, por outra, uma das maneiras de verificar a eficiência
de utilização dos minerais seria a estabilidade que os mesmos apresentam, a forma com
que são absorvidos e sua interação com outros compostos, sejam eles minerais ou não,
sendo a eficiência, o resultado da correlação entre a forma do mineral fornecido e
absorvido, com as formas já encontradas no organismo.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. Definição de termos e conceitos

A palavra vitamina foi criada pelo químico Casimir Funk, em 1912, e é uma
junção das palavras vital e amina, uma vez que o pesquisador acreditava que essas
substâncias eram em sua totalidade aminas. Ele criou o termo após estudar a vitamina
B1, chamada também de tiamina.

As vitaminas são moléculas orgânicas sendo elas fundamentais para nossa saúde
e são encontradas em alimentos, apesar de serem essenciais, as vitaminas não precisam
ser ingeridas em grande quantidade, como é o caso dos carboidratos. A depender da
vitamina, as necessidades diárias vão de 0,01 mg a 100 mg, têm como características
comuns o facto de não apresentarem valor calórico, não contribuírem para aumento da
massa corpórea.

Porém, as vitaminas do complexo B são particularmente importantes nos


aspectos relacionados à produção de energia, entre suas múltiplas funções, a vitamina C
tem a capacidade de ceder e receber elétrons, o que lhe confere papel antioxidante
significativo. De um modo geral, as vitaminas são compostos necessários à manutenção,
crescimento e ao funcionamento adequado do nosso organismo.

A deficiência das vitaminas está associada à várias doenças, como por exemplo a
pelagra, beribéri, escorbuto e anemia megaloblástica e que, são armazenadas em
pequena quantidade no organismo são fontes de calorias. Em 1906, Frederick Hopkins
sugeriu a existência de factores alimentares acessórios. Somente a partir de 1912, Funk
propôs a termologia “vitaminas” para descrever esse grupo de micronutrientes, a qual se
refere a uma amina essencial para a vida.

Vitaminas são micronutrientes orgânicos que o corpo não é capaz produzir,


sendo estas de grande importância para manutenção da vida. Portanto, é imprescindível
que sejam obtidas através da alimentação. A estrutura química das vitaminas é
extremamente variável, dentre suas funções, podem ser citadas participação na
regulação do metabolismo junto com as enzimas, auxílio na conversão de gorduras,
carboidratos e energia, participação na formação dos ossos e da visão, actuação no
funcionamento na resposta imune celular, regulação gênica, participação na formação
de tecidos corporais.

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1.1.Classificação das Vitaminas

A classificação das vitaminas pode ser feita em dois grupos: as vitaminas


lipossolúveis (A, D, E e K) e vitaminas hidrossolúveis (complexo B e vitamina C). As
vitaminas do primeiro grupo são insolúveis em água, sendo absorvidas juntamente com
os lipídeos e, por fim, são transportadas para o fígado através do quilomícron. Enquanto
que as vitaminas hidrossolúveis, embora tenham estrutura química diversa, são
moléculas polares, solúveis em água. Ou seja, não apresentam a capacidade de serem
armazenadas no organismo, sendo, por isso, necessária sua ingestão diariamente. Com
base na solubilidade nos lipídios e nos solventes orgânicos ou em água, as vitaminas são
classificadas em dois grandes grupos que são:

1. Vitaminas Hidrossolúveis

São solúveis em água e neste grupo incluem-se as vitaminas B essenciais na


nutrição humana: tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (ácido nicotínico, nicotinamida
B3), pantotânico (B5) Vitamina B6 (pirodixina, pirodoxal, pirodoxamina), biotina,
vitamina B12 (cobalamina) e ácido fólico. Estas vitaminas normalmente não são
armazenadas no organismo, o que exige um abastecimento quase que diário. Devido À
solubilidade em água, o excesso é liberado através de urina e raramente se acumulam
em concentrações tóxicas. Por não estarem associada à fração lipídica, os fatores que
afetam a absorção das gorduras não afetam a absorção de vitaminas hidrossolúveis,
normalmente, esse grupo de vitaminas é precursor de coenzimas em alguns sistemas
enzimáticos que transportam grupos funcionais específicos.

2. Vitaminas Lipossolúveis

Não são sintetizadas pelo organismo em quantidade adequadas e devem,


portanto ser suportadas na dieta. Para serem absorvidas, eficientemente, necessitam que
ocorra a absorção normal de gordura. Uma vez absorvidas, são transportadas no sangue
e ligadas às lipoproteínas. Na natureza, toda vitamina A ingerida pelos animais é
originária dos carotenoides sintetizados pelos tecidos vegetais. A conversão de
carotenoides em vitamina A, exige uma clivagem oxidativa da molécula de β-caroteno,
ruminantes, equinos, aves, humanos e caninos têm a capacidade de utilizar os
precursores de vitamina A (como o β-caroteno) e convertê-los em retinol (vitamina A
ativa).

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Tabela n° 1 - Demonstração de algumas vitaminas e seus grupos funcionais, reacção ao
processo catalisador.

Vitamina Coenzima Grupos Funcionais Tipo de reacção ao


processo catalisador
Tiamina Tiamina pirofosfato Aldeídos Descarboxilação de
α-cetácidos
Riboflavina FMN, FAD Elétrons Reações de
óxidoredução
Ácido nicotínico NAD, NADP Íons hidreto Reacções de
óxidoredução
Ácido pantotênico Coenzima A Grupos acila -----------
Ácido fólico (folato) Tetraidrofólico Unidades -----------
monocarbônicas
Vitamina B12 Desoxiadenosil Átomos de hidrogênio -----------

1.1.2. Função Coenzimática

Muitas enzimas requerem componentes químicos não protéicos para sua função,
que pode ser uma molécula orgânica denominada de coenzima ou componente
inorgânico como íons, tais como Fe2+, Mg2+, Mn2+ ou Zn2+. Algumas enzimas
requerem ambos, uma coenzima e um ou mais íons metálicos para exibirem sua
atividade. Uma coenzima (ou íon metálico) que está covalentemente ligada à parte
protéica da enzima é chamada de grupo prostético. As coenzimas funcionam como
transportadoras transitórias de alguns grupos funcionais específicos derivados do
substrato, muitas vitaminas são precursoras das coenzimas.

Fig. 1 – Processo de funcionamento da enzimas

A ausência ou deficiência relativa de vitamina na dieta conduz a estados


característicos de deficiência e doenças. As deficiências são prevenidas pelo consumo
de grande variedade de alimentos em quantidades adequadas.

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Tiamina (Vitamina B1)

a) Estrutura e Função

A tiamina consiste em dois anéis, um pirimidínico e outro tiazólico unidos por


uma ponte metilênica. A tiamina na forma de tiamina pirofosfato atua como coenzimas
de diversos sistemas enzimáticos, nos quais grupos aldeídos são transferidos de um
doador (substrato) para uma molécula receptadora. Em tais reações, a tiamina-
pirofosfato serve como transportador intermediário do grupo aldeído.

Um exemplo é a reacção catalisada pelo com plexo da piruvato desidrogenase


que participa da via principal de oxidação dos carboidratos. Nessa reacção ocorre uma
descarboxilação oxidativa do piruvato (produto final da glicólise), no qual o grupo
carboxila é removido do piruvato na forma de CO2, e o restante da molécula de
piruvato, acetaldeído, que está ligado no C-2 do anel, forma-se o seu derivado
hidroxietil-TPP, é clivado da coenzima liberando acetaldeído. Este composto tornará o
grupo acetila do acetil-CoA. Outras enzimas, como pivurato descarboxiliase e a
αcetuglutarato desidrogenese, requerem a tiamina pirofosfato como coenzima.

b) Deficiência em Tiamina

A deficiência em tiamina na dieta humana reduz o beribéri, o beribéri no homem


é um estágio avançado de deficiência em tiamina e se caracteriza por alterações do
sistema nervoso periférico causado pelo acúmulo do piruvato, a tiamina se encontra em
quase todas as plantas e tecidos animais comumente usados como alimento. Os grãos de
cereais não refinados e carnes são ótimas fontes da vitamina, o beribéri ocorre em forma
mais edêmica nas regiões onde o arroz polido ou alimentos refinados, tais como
açúcares e farinhas constituem a base da alimentação humana. Os sintomas incluem
acúmulo de fluidos corporais (inchaço), dores, paralisia, volume aumentado do coração,
e última instância, morte.

Riboflavina (Vitamina B2)

a) Estrutura e função

A Riboflavina consiste de um anel heterocíclico da isoaloxasina unido ao ribitol,


um álcool derivado de açúcar. A riboflavina é componente de suas coenzimas
intimamente relacionadas como:

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Flavina-monocleotídeo (FMN) e a flavina-adeninadinucleotídeo (FAD). Elas
funcionam como grupos prostéticos ligados a molécula de desidrogenase conhecida
como flavoproteínas, enzimas que catalisam reações de óxido-redução. Muitas
flavoproteínas contêm um ou mias metais, molibdênio e ferro, como cofatores
essenciais.

Durante as reacções catalisadas por essas enzimas o anel de isoaloxazina dos


nucleotídeos da flavina sofre a redução reversível, recebendo de um substrato reduzindo
um ou dois elétrons na forma de átomos de hidrogênio, as formas reduzidas são
abreviadas por FADH, e FMNH2.

b) Deficiência da Riboflavina

No homem a deficiência de riboflavina caracteriza-se por sintomas epidêmicos e


oftálmicos. Em indivíduos carentes observa-se: pele áspera e sulcos em torno da boca,
denominados queilose, dermatite e vascularização córnea.

Ácido Nicotínico

- Estrutura e Função

Niacina é o nome genérico que engloba o ácido nicotínico e a nicotinamida que


atuam como fonte de vitamina na dieta. O ácido nicotínico caracteriza-se por apresentar
um núcleo peiridínico com um radical carboxílico no carbono-3. Se a hidroxila do
radical carboxílico for substituída por um radical amínico (NH2), a nicotinamida é um
componente de duas coezimas relacionadas, nicotinamioda-adenina-dinucleotídeo
(NAD) e nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-fosfato (NADP). A nicotinamida-adenina-
dinucleotídeo (NAD+) na sua forma oxidada e o seu análogo nicotinamida-adenina-
dinucleotídeo-fosfato (NADP+), são compostos de dois nucleotídeos unidos através de
seus grupos fosfatos por uma ligação de anidrido de ácido fosfórico.

Ambas as coenzimas sofrem redução reversível do anel nicotinamida. Como


uma molécula de substrato (MH2) sofre oxidação (desidrogenação), liberando dois
átomos de hidrogênio, a forma oxidada do nucleotídeo (NAD+ ou NADP+) recebe um
íon hidreto (:H- , o equivalente de um próton e dois elétrons) e é transformada na sua
forma reduzida NADH ou (NADPH). O segundo H+ removido do substrato é liberado
para o solvente aquoso.

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Ácido Pantotênico

- Estrutura e função

O ácido pantotênico é um componente da coezima A, a qual é composta por


adenosina 3’-fosfoto-5’-pirofosdato, unida em ligação éster à vitamina ácido
pantotênico , que por sua vez, é ficada à βmercapto-etilamina por uma ligação amida. A
fracção mercaptoetilamina apresenta um grupo rativo tiol (-SH) e a ele liga-se
covalentemente o grupo acila formando tioéster (éster de tiol). Desta maneira, ocorre a
formação de molécula de acetil-Coenzima A ou abreviada, acetil-CoA.

Ácido Fólico

- Estrutura e função

O ácido fólico ou folato consiste de uma base: a pteridina, ligada a uma


molécula de ácido p-aminobenzóico (PABA) e ácido glutâmico. Os animais são
incapazes de sintetizar PABA ou unir o glutamato ao ácido pteróico e, portanto
necessitam do folato nas suas dietas. O ácido fólico não tem atividade coenzimática por
si próprio, entretanto ele é reduzido enzimaticamente nos tecidos a ácido tetraidrofólico
(FH4) que é forma coenzimaticamente ativa.

Estas reacções, que ocorrem nas células intestinais, são catalisadas pela folato-
redutase, funcionando o NADPH2, como doador de equivalentes redutoras. Os quatros
átomos de H adicionados ao ácido fólico para formar o ácido tetraidrofólico ligam-se ao
nitrogênios 5 e 8 e aos carbonos.

Vitamina B12

- Estrutura e função

A vitamina B12 é formada de dois componentes característicos, o primeiro


apresenta uma estrutura semelhante ao nucleotídeo diferindo deste por apresentar como
base, 5,6-dimetil benzemidazol que se liga com a D-ribose, a qual apresenta um fosfato
na posição 3’ o segundo componente, que é a parte mais característica da molécula de
vitamina B12, é um sistema cíclico da corrina, que assemelha às porfirinas. Este sistema
cíclico é formado de quatro anéis pirólicos. No interior da corrina ligação a quatro
átomos de nitrogênio existe um átomo de cobalto.

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A quinta ligação do átomo de cobalto dá-se diretamente com um nitrogênio do
5,6- dimetilbenzimidazol. A sexta ligação do cobalto pode ser ocupada por diversos
componentes. Assim, dependendo do radical preso à sexta posição do cobalto têm-se
diversos análogos da vitamina B12. Na forma de coenzimas da vitamina B12, chamada
5’- desoxiadenosilcobalamina (coenzima B12), o grupo cianeto (cianocobalamina
forma mais comum) é constituída pelo grupo 5’- desoxiadenosil.

1.1.3. Minerais

Os minerais são nutrientes fundamentais por participarem de diversas funções do


metabolismo animal, compondo estruturas de biomoléculas, interferindo no crescimento
e na manutenção de tecidos, participando como cofactores enzimáticos, ativando ações
hormonais, regulando a pressão osmótica e equilíbrio ácido-base. Estes nutrientes
representam cerca de 5% do peso total do corpo, mesmo assim, tem grande influência
na produção do animal, acarretando acréscimos ou decréscimos na produtividade do
sistema, (Filappi et al., 2005).

A concentração e as formas de armazenamento dos minerais nos tecidos e


fluidos do organismo podem sofrer alterações com a ingestão de dietas deficientes,
desbalanceadas ou com excesso de minerais. Em alguns casos as funções fisiológicas
são alteradas acarretando lesões e distúrbios estruturais, as quais variam de acordo com
o elemento mineral, grau de duração da deficiência, toxicidade da dieta e fatores
intrínsecos dos animais, como idade, sexo e espécie (Underwood & Suttle, 1999).

Os minerais podem ser classificados de várias formas levando em consideração


seus requerimentos e funções. Aqueles necessários em grandes quantidades são
denominados macrominerais, enquanto os que são exigidos em menores quantidades
denominados microminerais ou minerais traços. Os macrominerais são requeridos em
quantidades maiores que 100 ppm (partes por milhão) e frequentemente são
mencionados como percentagem da dieta (ou g por kg), enquanto os microminerais são
requeridos em quantidades menores que 100 ppm e expressos em ppm ou, muitas vezes,
em ppb (partes por bilhão). Os macrominerais são componentes estruturais importantes
dos ossos e outros tecidos e constituintes dos fluidos corporais. São essenciais para
manter o equilíbrio ácido-base, a pressão osmótica, o potencial elétrico entre as
membranas e a transmissão nervosa (NRC, 2001).

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1.1.4. Função dos minerais

Segundo Underwood & Suttle (1999) os minerais desempenham quatro funções


básicas no organismo:

1) Estrutural, estritamente relacionadas ao tecido ósseo, ou como componentes


de proteínas musculares;

2) Fisiológica, encontra-se presente nos tecidos e líquidos corporais garantindo o


equilíbrio osmótico, o balanço ácido-base e a permeabilidade das membranas;

3) Catalítica, ou seja, atuam em atividades catalíticas de sistemas enzimáticos e


hormonais como forma integral ou fazendo parte de estruturas como metaloenzimas;

4) Reguladora, atuando nos processos de regulação na replicação e diferenciação


celular.

- Localização no tecido de órgão específico:

É levado em consideração, a especificidade dos minerais, para os órgãos e


tecidos. Ou seja, aqueles que estão localizados no tecido ósseo; no sistema retículo
endotelial; e aqueles uniformemente distribuídos nos tecidos.

2. Caracterização relacionada à função vital no organismo

1. Minerais essenciais: são aqueles que, em condições específicas de


experimentação, uma vez retirado da dieta, provoca uma sintomatologia
específica ou não, e uma vez reestabelecido seu favorecimento, cessam os
referidos sinais clínicos.

2. Minerais não essenciais: são encontrados em concentrações relativamente


indefinidas no organismo animal, é consequência da presença indesejável em
alimentos que são utilizados na formulação de dietas, portanto quase sempre
não desempenha papel fisiológico.

3. Potencialmente tóxico: todos os minerais apresentam capacidade de serem


tóxicos, o que determina é o consumo, espécie, idade e animal. Lembrando
que a toxidade pode ocorrer de maneira natural ou pela contaminação de
alimentos, água e ar.

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2.1. Classificações dos minerais quelatados

Os elementos minerais em seu estado natural estão na forma inorgânica, e deste


modo foram utilizados durante muito tempo para suplementar animais. Nos dias actuais,
além de grandes progressos nas técnicas de criação, houve uma evolução muito grande
nos animais, devido principalmente ao melhoramento genético, fazendo com que eles de
forma acelerada, necessitando, portanto, de uma alimentação especial.

Os minerais quelatados ou orgânicos surgiram no final da década de 1970, sendo


uma forma de suplemento mineral, que segundo Kiefer (2005), tem o potencial de
melhorar o desempenho dos animais. Esta proposta era sustentada pelas indústrias com
a afirmativa que as formas quelatadas ou complexadas de alguns microminerais
apresentariam uma maior biodisponibilidade, estrutura química estável e seriam
eletricamente neutros no trato digestivo, possibilitando a não participação em reacções
que poderiam resultar em complexos insolúveis indesejáveis (Mottin et al., 2013).

É bastante comum encontrar o termo “quelato”, até os dias actuais para


identificar estes minerais de uma maneira generalizada, o que não é muito adequado,
uma vez que “quelato” significa ligação, podendo ser entre um mineral e qualquer
substância. As principais características dos quelatos de boa qualidade são: ter um peso
molecular inferior a 800 Daltons para serem absorvidos intactos; ser eletricamente
neutro para facilitar a absorção; ter uma constante de estabilidade adequada para não
sofrer alteração no trato digestivo e possuir um ligante de fácil metabolização após a
absorção.

Leeson & Summers (2001) afirmaram a existência de três grupos de quelatos


que são reconhecidos pelo sistema biológico, os que servem de transportadores e de
estoque para íons metálicos necessitando de um ligante para serem absorvidos, os
quelatos essenciais ao metabolismo, como a hemoglobina e o último grupo são os
quelatos que interferem na utilização de cátions essenciais e não possuem valor
biológico.

Para regulamentar a utilização dos minerais orgânicos, a American Association


Feed Control Officials (AAFCO, 2000) propuseram a classificação como: complexo
metal aminoácido, ligação de um metal com um aminoácido qualquer; complexo metal
aminoácido específico, ligação de um metal com um aminoácido específico.

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Na formação do quelato, a ligação entre o metal e o ligante deve ser do tipo
covalente, formando um anel heterocíclico. Ele é produzido pela atração entre cargas
positivas de cátions polivalentes e quaisquer dois ou mais sítios de compostos com
atividade eletronegativa, pertencentes a uma variedade de compostos químicos,
conhecidos como ligantes. Os ligantes mais utilizados são os aminoácidos, para ser
classificado como quelato o ligante deve conter no mínimo dois grupos funcionais
(oxigênio, nitrogênio, amino ou hidroxi), cada um capaz de doar um par de elétrons para
combinar (via ligação covalente coordenada) com um metal, formando uma estrutura de
anel heterocíclico. (Spears, 1999).

Em uma formulação mineral o elemento quelatado pode substituir integral ou


parcialmente o elemento inorgânico. Além disso, o conjunto dos produtos disponíveis
no mercado não são classificados como minerais quelatados, sendo o grupo de
complexos destes minerais classificados como transquelatos e carboaminofosfoquelatos,
os mais comercializados. O que diferencia um composto do outro, além da
complexidade do processo industrial, é o tamanho da molécula e a estrutura molecular
na qual o mineral está ligado. Actualmente encontram-se disponíveis no mercado,
vários minerais para uso na alimentação animal, os principais comercializados
mundialmente, (Polizel Neto, 2007; Junqueira, 2008).

2.1.1. Mecanismos de absorção dos elementos quelatados

A absorção dos minerais no intestino, segundo Pasa (2010) ocorre por difusão
passiva ou transporte activo. Para que os íons sejam absorvidos, chegando ao sangue e
tecidos, eles precisam estar atrelados a um agente ligante ou molécula transportadora,
quando estes íons não se ligam, são excretados. O potencial hidrogeniônico (pH) do
meio, o conteúdo e principalmente a presença de outros minerais podem promover
interações antagônicas influenciando a absorção.

Os minerais orgânicos apresentam absorção superior ao convencional, pois,


geralmente, usam as vias de absorção das moléculas que os ligam, aumentando a
possibilidade de não interagirem com outros minerais, mas nem sempre os resultados de
alguns trabalhos conseguem explicar os mecanismos de como ocorre este melhor
aproveitamento. Na busca pelo aumento da disponibilidade mineral para o animal, uma
suplementação extra de minerais pode causar efeitos prejudiciais, podendo levar a
redução da biodisponibilidade de outros minerais, (Kiefer; 2005).

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Além de não melhorarem sua concentração no sangue e possivelmente excretar
mais compostos inorgânicos no meio ambiente (Leeson & Summers, 1997). Por sua
vez, os minerais quelatados apresentam absorção superior ao convencional, pois,
geralmente, usam as vias de absorção das moléculas quelatadas que os ligam, o que faz
com que não tenham problemas de interações com outros minerais. A absorção dos
minerais quelatados pode ocorrer sob duas formas: o mineral pode ser ligado à borda em
escova intestinal sendo absorvido pela célula epitelial ou como ocorre na maioria das
vezes onde o agente quelante é absorvido levando junto a si o metal (Kiefer, 2005).

2.1.2. Avaliação do consumo alimentar utilizando a técnica dos indicadores

A correta estimativa do consumo permite o melhor balanceamento das dietas


conforme as exigências das várias espécies e categorias animais, permitindo seu
máximo potencial produtivo. No entanto, a predição da ingestão em ruminantes apesar
de muito importante é muito difícil, devido também às interações que ocorrem entre o
animal e a dieta. Avaliar o consumo alimentar total dos animais não é uma tarefa fácil, e
levar esta avaliação ao consumo de suplementos minerais, torna-se uma tarefa mais
difícil ainda, (Saliba et al. 2016).

Por tanto, a técnica mais difundida e precisa na avaliação de consumo e


digestibilidade é a coleta total de fezes, que requer rigoroso controle da ingestão e
excreção, que o torna trabalhoso e oneroso. Por isso, o uso de indicadores fecais vem se
destacando na substituição à prática da coleta total de fezes e esta, por sua vez,
tornando-se base de referência para validação do uso desses indicadores.

Indicadores são compostos de referência usados para monitorar aspectos


químicos (como a hidrólise e síntese de compostos) e físicos da digestão (como a taxa
de passagem), promovendo estimativas qualitativas ou quantitativas da fisiologia
animal. Tradicionalmente os indicadores são classificados em duas grandes categorias,
(Kotb & Lukey, 1972; Owens & Hanson, 1992).

Indicadores internos são constituintes naturais das dietas e não são digeridos
nem absorvidos pelo organismo animal, tais como sílica, lignina, nitrogênio fecal,
cromogênio, n-alcanos, matéria seca indigestível (MSi), fibra em detergente neutro
indigestível (FDNi) e fibra em detergente ácido indigestível (FDAi), cinza insolúvel em
ácido (CIA) e cinza insolúvel em detergente ácido (CIDA), (Berchielli et al., 2000).

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2.1.3. Utilização das frações indigestíveis dos alimentos

Ao utilizar um componente indigestível presente no alimento como indicador,


sua concentração nas fezes é função dos diferentes eventos digestivos aos quais a
digesta é submetida, estabelecendo-se, portanto, relação causa/efeito entre o alimento e
o trato gastrointestinal, condizente com o ambiente in vivo. Os principais indicadores
internos relatados na literatura são a cinza insolúvel em ácido (CIA), a cinza insolúvel
em detergente ácido (CIDA), a lignina, a cutina e os n-alcanos (Lopes, 2007).

No entanto, a utilização de alguns desses indicadores foi limitada pelas baixas


concentrações destes nos alimentos ocorrendo um aumento no desvio-padrão entre
outros problemas, como a contaminação dos alimentos, fezes e sobras com areia e as
dificuldades impostas pelos métodos analíticos empregados. A fibra em detergente
neutro indigestível (FDNi), a fibra em detergente ácido indigestível (FDAi), a matéria
seca indigestível (MSi), a lignina em detergente ácido (LDA) e a celulose
potencialmente indigestível (CELi) são exemplos desses indicadores, dentre os quais, os
três primeiros se destacam como os mais utilizados (Berchielli et al., 2000).

Mas ao optar pela utilização da fibra indigestível como indicador interno, alguns
fatores de variação devem ser considerados, tais como, a composição da fibra da dieta, o
tamanho das partículas incubadas, o número de dias e de horários de coletas das fezes, o
período de tempo e o modo de incubação (in vitro ou in situ). (Detmann et al., 2001)

Fig. 2 – Ilustração do processo de fracção indigestíveis dos alimentos

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CONCLUSÃO

Em suma, as vitaminas são de suma importância para o funcionamento de


processos bioquímicos do nosso corpo, quando não consumimos a quantidade
necessária de vitaminas, dá-se o nome de hipovitaminose. No entanto, o consumo
excessivo também é prejudicial para a nossa saúde, chamado de hipervitaminose, e
existe ainda os casos de carência extrema ou total de vitaminas, chamado
de avitaminose, porém a estrutura química das vitaminas é extremamente variável e,
dentre suas funções, podem ser citadas participação na regulação do metabolismo junto
com as enzimas, auxílio na conversão de gorduras, carboidratos e energia, participação
na formação dos ossos e da visão, atuação no funcionamento na resposta imune celular.

No caso dos minerais, eles estão presentes em nosso corpo, aparecem em


tecidos, líquidos e secreções corporais (sangue, suor, urina, fezes, saliva, entre outras),
sempre em pequenas quantidades. Pode parecer estranho ter ferro, cobre e magnésio no
corpo, mas eles estão lá, cada um com a sua função. Após ingestão de um mineral, a
absorção e utilização nos tecidos e células depende da sua biodisponibilidade, a simples
presença do mineral no alimento não garante sua utilização pelo corpo, uma vez que ele
depende da forma química, quantidade ingerida, interação com outros nutrientes,
eficiência da absorção, metabolização, entre outros. Contudo não é a quantidade total
que ingerimos que será aproveitada em alguma função do nosso organismo.

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RECOMENDAÇÕES

Devemos optar pelo bom consumo das vitaminas, pois elas são substâncias
orgânicas indispensáveis para a saúde do corpo humano e auxiliam no metabolismo
celular ao favorecerem reacções químicas que permitem a absorção dos nutrientes,
podem ser encontradas em pequenas quantidades em alimentos de origem natural e em
forma industrializada, como em comprimidos polivitamínicos.

A ingestão adequada de vitaminas traz inúmeros benefícios ao nosso organismo,


tornando nosso corpo mais resistente a vírus e bactérias e nos deixando mais belas, com
pele, cabelos e unhas mais resistentes e saudáveis, já os minerais são essenciais à
manutenção dos tecidos do corpo humano, como, por exemplo, o sistema músculo-
esquelético; compõe diversos sistemas enzimáticos (que garantem as funções vitais,
tais como: digestão, absorção, destoxificação hepática), além da manutenção do
sistema nervoso central.

A saúde do ser humano está relacionada com as mais variadas substâncias


químicas, como proteínas, carboidratos, vitaminas, lipídios, sais minerais etc. Entre
essas substâncias, os minerais ou sais minerais apresentam diversas e importantíssimas
funções no organismo humano. Os minerais desempenham funções vitais para o
organismo, ou seja, a presença deles favorece o equilíbrio e manutenção de funções
corporais básicas, como: Condução dos impulsos nervosos; Actividade e manutenção
celular; Activação e regulação de atividades de diversas enzimas; Controle do equilíbrio
ácido-base; Contração dos músculos; Realização de processos metabólicos.

Funções estruturais no organismo:

 Formação dos dentes;


 Formação das unhas;
 Formação dos ossos.

A importância da presença dos minerais no organismo é indiscutível. Todavia,


devemos ter uma alimentação saudável para que todas essas funções possam ser
realizadas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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p. 69- 103.

Disponível em: https://www.ufrgs.br/lacvet/livros/minerais-e-vitaminas-no-


metabolismoanimal/ González, F. H. D., Silva, S. C. Introdução à bioquímica clínica
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RITT, L. A. Principais deficiências vitamínicas em cães e gatos. Disciplina de


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