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A
ESSÊNIOS

Essênios ) ou Essénios ( (Issi'im)


Constituíam um
grupo asceta, apocalíptico messiâni
co do movimento judaico antigo que
foi fundado em meados do 2º
século a.C. e foram dizimados no
ano 68, com a destruição de seus
assentamentos em Qumran.
Qumran ruínas da cidade Esseniana

 O movimento já foi mencionado por autores antigos.


Atualmente, tem-se redespertado o interesse pelo grupo após
a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto e do
levantamento arqueológico de Qumran.

ETIMOLOGIA

O nome "essênio" (grego - essaioi) parece se originar a partir da


denominação Issi'im expressa por outros, não pelo próprio grupo.
O termo é derivado aparentemente a partir
da Síria (essaya ou essenoí) e este do aramaico (chasajja =
"piedoso").
Os essênios, ainda, irão descrever como Jachad, o que significa
"união", "união", "comunidade" e, finalmente, por esseni no latim.
Também se aceita a forma esseniano para denominá-los.

DESCOBERTAS

Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran em


1955, nas regiões do Qumran, zona árida e quente próximo ao Mar
Morto, onde foram encontrados jarros com manuscritos que
continham documentos, revelações, leis, usos e costumes de uma
comunidade de essênios.
O Essenismo é transcrito pela primeira vez por Filon e Flávio
Josefo, onde citavam uma ordem que havia se afastado do
judaísmo tradicional por motivos desconhecidos, pois seus
costumes se diferenciam em determinados pontos. Iniciaram seus
estudos nos séculos que vão desde o ano 150 a.C a 70 d.C.
O Essenismo foi melhor revelado na história oficial, pela descoberta
dos famosos "Manuscritos do Mar Morto", que são uma coleção de
centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas
de Qumran. Após décadas de trabalho e controvérsias, a tradução
integral dos manuscritos do mar Morto foi completada em 2002.
Dos hábitos comuns do grupo, pode-se dizer que alimentavam-se
basicamente de frutas e legumes e que banhavam-se em águas
como forma de ritual para a purificação espiritual.

RELATÓRIOS HISTÓRICOS
Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram
perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em
comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da
dos Profetas.
Um dos autores antigos que referenciaram os essênios foi Plínio, o
Velho, que fala sobre um grupo de "mulheres sem qualquer amor
sexual, sem dinheiro, apenas com trabalhos manuais".
Fílon de Alexandria, filósofo judeu, um judeu grego, viu a
comunidade dos essênios em um contexto mais amplo e portanto
menciona os essênios com número acima de 4.000 homens que

Vivem em um grande número de cidades de Judá e em aldeias


como assentamentos.

O mesmo número é também mencionado no Flavius Josephus,


historiador oficial judeu, que além disso, havia passado algum
tempo com os essênios (como também entre
os Saduceus e Fariseus). O trabalho de Josephus parafraseou um
pouco mais tarde Hipólito (cerca de 170-236), mas aparentemente
se baseou em outras fontes, porque descreve o exemplo dos
essênios ao jantar, como também relata a divisão dos judeus
do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus
e Essênios.
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
As histórias sobre o movimento esseniano são bastante vagas por
falta de sua proximidade e por não haver muitas mensagens
intactas.
Logo após a descoberta de Manuscritos do Mar Morto, a
comunidade em Qumran foi identificada como sendo dos essênios.
Ao longo dos anos, alguns cientistas se opunham em identificar
Qumran como um sítio essênio, no entanto, não conseguiram
refutar as provas apresentadas, e muito menos fazer sua própria
evidência convincente. Hoje, portanto, é totalmente aceita a origem
da Biblioteca de Nag Hammadi sem a ela reputar qualquer
outra seita ligadas as cavernas Qumranianas e ainda é aceita que
uma grande parte, se não a maioria, foi por eles escrita.

Mar Morto perto de Qumran na figura ao lado.

Na literatura encontrada (ou seja,


os Manuscritos do Mar Morto) não
encontramos nada nomeadamente
à sua própria literatura, na qual
geralmente em vez de nomes
próprios foram usados apelidos
("mestre de justiça", "padre Criminal" "O homem das mentiras"). Por
isso é muito difícil de classificar eventos específicos no quadro
histórico.
Apesar disso alguns estão usando os resultados arqueológicos e
pesquisa no assentamento esseniano de Qumran, especialmente
moedas e Paleografia datando pergaminhos, para a criação destes
quadros, mas esses recursos ainda são extremamente limitados.
Os mesmos são descritos no documento de Damasceno, que suas
origens se dão 390 anos depois
dos babilônios conquistarem Jerusalém...
No ano 196 a.C. Ocorreu que as pessoas queriam seguir a lei de
Deus da forma mais pura. Depois de vinte anos um "professor de
justiça" organizou o sentido do movimento da instituição. Este
movimento provavelmente pode identificar-se com o movimento
chamado Hasidim (literalmente, "piedoso"), que se envolveu depois
da rebelião de Macabeus (167-161 a.C.) contra os Seleukovcům.
Os quais corresponderiam ao mesmo nome dos essênios,
ou Hasidim.
O movimento foi adotado e subiu contra o grupo de resistência,
portanto, recorreu para a "terra de Damasco" e juntou-se a "Nova
Aliança". Depois de quarenta anos (ou seja, desde 136 a.C.), parte
dos homens, liderados pelo "Homem das mentiras", romperam com
o grupo, talvez um fariseu, alegando que ideias apocalípticas não
cumpridas exigiriam alguma sobriedade.
Os essênios, em seguida, também criticaram os fariseus como
"buscadores da suavidade" (adaptado desde os comandos
da Torá).
O maior desenvolvimento dos resultados é evidente a partir das
moedas em Qumran, onde a primeira é do período do reinado
de Jan Hyrkána, mas uma menor liquidação em Qumran pode ter
ocorrido antes de 134 a 103 a.C. Um outro ataque ocorreu em
algum momento entre 39-31 a.C., ao povo de Qumran. A razão não
é totalmente clara, mas, poderia ser devido a um ataque partano ou
terremoto que destruiu a cidade.
Naquela época, aparentemente, eles desfrutaram o favor
de Herodes, o Grande e viviam perto das muralhas de Jerusalém,
onde foram preservados em cima do tanque, semelhantes
aos kumránským. Onde os essenianos são obrigados a retornar a
Qumran após a morte de Herodes e de com sua estrutura
restaurada. Durante o Primeira Guerra Judaica, ano 68, a
exterminação de Qumran é definitiva, a qual acabou por ser
destruída pelo exército romano Algumas teorias sugerem que
os Mandeans são hoje descendentes dos fugitivos essênios.

APRENDIZAGEM

Nenhum arquivo encontrado na doutrina em Qumran tem forma


consistente e abrangente. Muitas passagens nos pergaminhos vão
uns contra os outros, o que é
devido a dualidade de
desenvolvimento cético.
As encostas íngremes de Qumran

O movimento essênio era principalmente apocalíptico e profético,


que anunciava a chegada de um Messias descendente davídico e
Aronian (sacerdotal). Não é um dualismo ontológico, as forças do
bem e do mal não são iguais no conceito essênio, ambos criados
por Deus que soberanamente rege tudo. Deus também declarou de
antemão que as forças do bem triunfarão.

A contradição entre os essênios e "os outros" foram expressas,


mesmo no Ordem Unity onde os membros têm que "seguir as
ordens dadas por Deus através de Moisés e dos profetas, todos os
filhos de amor e luz, e odeiam todos os filhos das trevas."

DOUTRINAS

 Acreditavam em curas pela mão, milagres físicos e bênção com


as mãos.
 Realizavam curas com ervas medicinais e aplicação de argila;
 Aboliam a propriedade privada;
 Eram todos vegetarianos;
 Alguns mestres não se casavam, todavia o celibato não era
obrigatório;
 Tomavam banho antes das refeições;
 A comida era sujeita a rígidas regras de purificação;
 Eram chamados de nazireus por causa do voto nazarita;
 Realizavam o ritual do Batismo nas águas aos iniciados;
 Acreditavam que a Natureza, os seres humanos e todas as
coisas vivas eram o verdadeiro Templo de Deus, pois Ele não
habitava em lugares feitos pelas mãos dos homens, mas sim as
coisas vivas e que as ofertas a Deus eram o partilhar da comida
para com os famintos, sejam homens ou animais.
CRISTÃOS & ESSÊNIOS

O debate entre os primeiros cristãos e judeus nem sequer existia,


tanto sobre os milagres de Jesus e do túmulo vazio após
sua crucificação, mas sim sobre seus atos e se tais eventos
estavam em conformidade com o que a Escritura diz . A
compreensão judaica do Messias em relação a morte de Jesus não
concorda com as profecias, e os cristãos, porém, em vez de
compreender como define o profeta Isaías, Jesus como o servo
sofredor de Deus foi colocado sobre Jesus a interpretação
messiânica.
A proclamação cristã sobre a vinda do Messias, teve relativa
promoção, especialmente entre os essênios, que estavam
aguardando ansiosamente o Messias. Alguns essênios se
converteram ao cristianismo, acrescentando-se à comunidade cristã
de Jerusalém, os quais em muitos aspectos imitaram a organização
da comunidade dos essênios.
Mas havia uma rivalidade, com esforços para mostrar que o direito
comunitário (jachad) é cristão e não essênio.

OS SEGUIDORES DE YAHUSHUA

O nome mais antigo pode ter sido “discípulos do Caminho” (Atos


19:9, 24:14). É este o nome usado por Sha’ul (o apóstolo Paulo).
Eles por fim se tornaram mais conhecidos como os Nazarenos
(Atos 24:5). Normalmente os nomes são dados por terceiros. A
palavra “nazareno” no hebraico é “notzrim”. Esta palavra não vem
do voto de Nazireu (como o de Sansão) nem tampouco se refere a
alguém de Nazaré.

Muitos estudiosos acreditam que venha da palavra ”netzer”, que


quer dizer ramo. Muitas das profecias sobre o Messias (Isaías 11:1
por exemplo) usam a palavra Netzer ou ramo para se referir ao
Messias. Pode ser que muitos dos crentes em Yahushua citavam
estes versos com frequência e se tornaram conhecidos como “o
grupo do ramo”, e por fim como Notzrim. Pode também ser que esta
palavra venha de uma fonte desconhecida. A palavra “cristão”
aparece em Atos 11:26, 26:26 e em 1 Pedro 4:16, mas inicialmente
era considerada uma palavra ofensiva usada para se referir aos
crentes em Yahushua.
CONFLITOS ENTRE OS SEGMENTOS

Assim como entre outros grupos do Judaísmo, havia conflitos


ocasionais entre os Nazarenos e outros segmentos do Judaísmo
(assim como ainda ocorre hoje em dia entre diferentes segmentos
do Judaísmo ou até mesmo entre diferentes segmentos do
Cristianismo). Em alguns momentos havia muita violência (assim
como hoje em dia – veja a Irlanda do Norte). No período de
aproximadamente 25 anos que são relatados no livro de Atos, se
estudarmos a congregação nazarena (a principal delas, em
Jerusalém), pois 5 conflitos relatados com outros segmentos do
Judaísmo (5 em 25 não é tanto assim).
Se alguém for familiarizado ao Judaísmo tradicional, perceberá que
isso é comum (veja Hillel e Shammai por exemplo). Estes
desentendimentos eram dentro do Judaísmo – ninguém estava
dizendo que os Nazarenos não eram uma parte legítima do
Judaísmo. Assim como Yahushua discutia com os Fariseus, o que
também eram discussões internas e Ele era duro com eles por
sentir que eles eram teologicamente capazes de entender suas
colocações. Vamos olhar rapidamente para dois destes conflitos em
Atos para ter uma percepção melhor.
CONFLITOS CONTRA OS NAZARENOS

Primeiramente leia Atos 3:1-16. Vemos que Kefa (Pedro) e


Yochanan (João) no Templo. Por que estavam lá? Era hora do
“daven mincha” (serviço da tarde) e eles eram judeus observantes.
Havia um homem aleijado no portão. Por que? Porque ele não
podia ir para dentro do Templo, pois as pessoas aleijadas não eram
permitidas entrarem lá de acordo com a Torá. Não sendo permitido
a ele entrar, ele ficou o mais próximo que pôde. Eles o curaram e a
primeira coisa que ele fez foi entrar no Templo para expressar o seu
amor elo Criador YAH e mostrar às pessoas (possivelmente ao
sacerdote). As pessoas viram o milagre e Kefa (Pedro) usou a
oportunidade para falar de Yahushua. Até então, não havia
problema. Vamos continuar e ler Atos 4:1-2.
Por que os sacerdotes e os saduceus ficaram irritados? Ficaram
irritados porque Kefa e Yochanan pregaram a ressurreição dos
mortos, que é uma doutrina que os saduceus (e os sacerdotes
também eram saduceus) não aceitavam. Posteriormente, eles o
soltaram. Esta foi uma discussão teológica sobre a ressurreição.
Os Nazarenos não estavam pregando uma nova religião; ainda era
o Judaísmo. Se os fariseus tentassem ensinar sobre a ressurreição
dentro do Templo, provavelmente a mesma coisa teria acontecido.
Vamos agora olhar para outro conflito.
Primeiro leia Atos 5:12-17. Mais uma vez, temos prisões por parte
dos saduceus. Desta vez, no entanto, eles foram levados ao
Sanhedrin (o Sinédrio), que continha tanto fariseus quanto
saduceus. Vamos ler os versículos 29-40. Quem estava do lado
deles? Um fariseu! Ele acreditava na ressurreição. A ressurreição
era o problema (veja versículo 30). Eles não foram acusados de
começar uma nova religião, caso contrário os fariseus teriam se
unido aos saduceus. Estava tudo, novamente, dentro do contexto
do Judaísmo.

OS GENTIOS (EFRAIMITAS) E OS NAZARENOS

A medida em que lemos Atos, vemos Sha’ul (Paulo) indo através da


Diáspora basicamente pregando em sinagogas para congregações
mistas, contendo tanto judeus quanto gentios que eram tementes
ao Criador. Houve um desentendimento sobre o quanto da Torah
aqueles gentios deveriam observar inicialmente para serem
admitidos no convívio dos crentes, onde aprenderiam mais. O
conselho em Atos 15 tomou uma posição bastante tolerante, que
permitiu que mais gentios entrassem no convívio dos crentes
(interessantemente, 250 anos depois, Roma tomou uma posição
intolerante quando disse que judeus que cressem em Yahushua
deveria deixar a Torah de lado para serem “verdadeiros” crentes).
Cerca de 70 DC, o número de gentios crentes em Yahushua
provavelmente já ultrapassava o de judeus.
AS CRENÇAS DOS NAZARENOS DO I° SÉCULO

Mas vamos voltar um pouco. No que cria este segmento do


Judaísmo chamado de Notzrim?

1. A) Assim como o Farisaísmo, eles criam no Messias, na


ressurreição, anjos, espíritos, HaSatan, e no “sobrenatural”.
2. B) Eles frequentavam sinagogas, o Templo, e ainda faziam o voto
de Nazireu, inclusive os sacrifícios previstos, e guardavam as
comemorações bíblicas.

3. C) Eles aceitavam a Torah e a obedeciam. Eles também criam nos


outros livros do Tanach (A.T) e nas Escrituras do Brit Hadasha (o
“Novo” Testamento) a medida em que se tornavam disponíveis (é
importante ressaltar que eles as entendiam em seu contexto judaico
original).

4. D) Eles aceitavam os costumes do Judaísmo. Estamos nos


referindo à palavra grega “ethos” que está relacionada à TORÁ de
Moisés (Atos 6:14, 21:21)

5. E) Eles nem sempre aceitavam as tradições (paradoses no grego)


ou Halachah (decisões referentes a tais tradições) dos fariseus.

6. F) Eles evangelizavam tanto judeus quanto gentios (alguns


segmentos dentro do Farisaísmo também faziam a mesma coisa).

7. G) Eles acreditavam que Yahushua era o Messias, da essência de


YAH, e perpetuo. Todas essas crenças cabem perfeitamente no
Judaísmo como um todo.

OS LÍDERES ATRAVÉS DO TEMPO

Este segmento frutificou e muitos judeus e gentios se tornaram


parte dele (Atos 6:7). Dentre estes provavelmente haviam
sacerdotes essênios/zadoquitas, pois eles também criam na
ressurreição (Atos 21:20). A maioria dos primeiros crentes gentios
eram pessoas tementes ao Criador que haviam ouvido a Sha’ul
(Paulo) pregar nas sinagogas (Atos 17:1-4, 18:4, etc.) Agora vamos
para próximo de 60 DC. Ya’akov (Tiago), irmão de Yahushua, era o
líder dos Nazarenos e foi provavelmente 20 anos ou mais. Em 62
DC, de acordo com Josephus (conhecido historiador judeu),
Ya’akov (Tiago) foi preso pelo sacerdote chefe (um saduceu) em
uma época em que não havia governador romano em Jerusalém. O
sacerdote chefe o atirou de um pináculo do Templo e, como ele não
morreu, o espancou até a morte.
Ya’akov (Tiago) era muito respeitado mesmo dentre aqueles que
não criam em Yahushua. Ele passava muito tempo no Templo
orando. Quando o novo governador veio a Jerusalém, a morte de
Ya’akov foi protestada. Mas por quem? Pelos fariseus! Eles teriam
feito isso se ele não fosse parte do Judaísmo, mas ao invés disso
fosse parte de uma nova religião herética? Claro que não!
A morte dele foi um duro golpe para a comunidade dos Nazarenos
porque ele havia sido o seu líder por muito tempo.
Ele foi substituído por um primo de Yahushua – Shimon Ben Clofa –
que foi escolhido pelos anciãos. Ben Clofa serviu a comunidade por
cerca de 50 anos. Nos últimos 18 anos antes da rebelião de Bar
Kochba (ou seja, dos judeus contra Roma, descrita abaixo), os
Nazarenos tiveram cerca de 13 líderes diferentes (todos judeus).
Depois de Bar Kochba, os gentios (efraimitas) passaram a liderar o
grupo dos crentes em Jerusalém.

A REBELIÃO DOS JUDEUS CONTRA ROMA

Em 66 DC tivemos a rebelião contra Roma. Os crentes em


Yahushua podem ou não terem se envolvido. Os historiadores
ainda não sabem isso ao certo. O que nós sabemos é que os
crentes em Yahushua receberam a revelação (uma fonte diz que foi
diretamente de Yahushua e outra de que foi através de um
mensageiro-”anjo”) de que Jerusalém seria destruída e que eles
deveriam ir para Pella. Este foi o segundo aviso, o primeiro tendo
sido em Mateus 24:15-16. Pella era uma cidade na Decápolis
(atualmente é parte da Jordânia).

Era uma cidade grega aproximadamente 24 Km do sul do Mar da


Galileia, bem próxima a Skitópolis, que atualmente é chamada de
Bet Shean. Sabemos que Yahushua havia passado por lá, pois era
a principal estrada da Galileia para Jerusalém se não passarmos
por Samaria. Sabemos ainda que Yahushua pregou na Decápolis, e
que Pella tinha uma população judaica considerável e que era a
intercessão de grandes rotas de comércio. Foi provavelmente
naquela época que Ele pregou em Pella e em 66 DC já havia por lá
uma comunidade de Nazarenos.

Sabemos que a maior parte dos Nazarenos em Jerusalém, durante


a revolta, conseguiram escapar para Pella. Depois da guerra,
muitos voltaram a Jerusalém. Alguns ficaram em Pella, outros se
mudaram para outros locais.
Alguns estudiosos dizem que Apocalipse 12:1-6 é sobre a luta em
Pella e que os Nazarenos são identificados ao final do versículo 17.
Os Nazarenos continuaram a observar a Torah, mas não
necessariamente da forma farisaica.

A AUTORIDADE DADA POR YAHUSHUA

Vamos olhar para Mateus 16:19: “Eu lhe darei as chaves do Reino
dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o
que você desligar na terra terá sido desligado nos céus.” Sabemos
que a palavra “ligar” é um idioma hebraico para proibir,
enquanto “desligar” é um idioma hebraico para permitir. Este
verso não tem nada a ver com guerra espiritual, como é usado
frequentemente hoje em dia. Yahushua estava dando aos
discípulos a autoridade para fazer a sua Halachah (decidir sobre
formas de se cumprir a Torá).

Em outras palavras, as decisões teológicas que eles tomassem


seriam aceitas nos céus. A Torah tem instruções do Criador para o
Seu povo, mas muitas vezes não menciona os detalhes. Como
devemos guardar o Shabat (exemplo: podemos dirigir?) ou como
fazer o Pesach (a “páscoa” judaica)? Como tornar a carne pura para
comer? Existem centenas de perguntas como esta. Como resultado
destas perguntas, os fariseus (e outros) desenvolveram um sistema
de tradições orais que eram bem elaboradas sobre como fazer
estas coisas. Algumas de suas tradições (Halachah) eram
excelentes, algumas eram neutras, e algumas eram tão excessivas
que violavam a letra e/ou o espírito dos mandamentos (mas isto é
outro assunto…).

Os Nazarenos rejeitaram os rabinos (a Halachah farisaica) como


autoridade final para fazer a sua Halachah. Eles adotaram algumas
delas, mas rejeitaram algumas e fizeram outras próprias deles. Eles
fizeram isso porque:

1) Yahushua deu a eles autoridade para fazê-lo (Mt. 16:19),


2) Yahushua e os discípulos nem sempre concordavam com a
tradição oral (Mt. 15:1-11, Mt 12:1-8, etc.)
3) Yahushua havia prometido dar a eles o Ruach HaKodesh (Sopro
do Separado) para ajudá-los a tomar tais decisões (João 16:13,
etc.)
O JUDAÍSMO APÓS A REBELIÃO

Os Nazarenos não deixaram o Judaísmo. Eles continuaram a


observar a Torah, mas nem sempre da mesma forma que os
fariseus e os outros segmentos. Com a destruição do Templo em 70
DC, os saduceus deixaram de existir, assim como os essênios (a
comunidade de Quram também foi destruída). Os únicos grupos
remanescentes do Judaísmo eram os fariseus e os nazarenos.

AS SEMENTES DO JUDAÍSMO ORTODOXO

O que estava acontecendo com os Fariseus? O líder do grupo


durante 66-70 DC era Yochanan Ben Zakai. Ele também viu que a
destruição de Jerusalém era iminente e escapou com muitos de
seus discípulos. Ele se escondeu dentro de um caixão e eles o
levaram para fora de Jerusalém para fazer o “seu funeral”. Naquela
época, os romanos deixavam os judeus saírem. Porém, os zelotes
não estavam os deixando sair, pois precisavam de ajuda para lutar
contra Roma, então Yochanan pôs este plano em ação. Depois de
sair de Jerusalém, ele foi até o governador Vespasiano. Conta a
História que ele se dirigiu a Vespasiano como “imperador”, e antes
que Vespasiano pudesse corrigi-lo, um mensageiro entrou e disse
que o imperador havia morrido e que Vespasiano era o novo
imperador (esta é uma versão abreviada da história). Yochanan
ganhou o favor de Vespasiano, que o deixou ir para Yavneh, na
costa, e lá começar uma escola de estudo da Torah.

O JUDAÍSMO MODERNO

Antes de 70 DC, havia muito mais judeus e eles podiam se dar ao


luxo de permitir diversos segmentos e opiniões. Com o número de
judeus drasticamente reduzido e o Templo destruído, Yochanan
achou que para que o Judaísmo sobrevivesse eles precisavam se
unir (será que podemos aprender com isso?). Eles achavam que
precisavam começar a codificar as tradições orais e concordar em
teologia e doutrina. Isto levou muitos anos e houve muitas brigas
uma vez que haviam muitas crenças em meio aos fariseus. A maior
briga foi talvez entre Gamliel II e Rabi Akiva, no início do segundo
século.
Gamliel II achava que o Farisaísmo precisava apenas de umas
mudanças pequenas, enquanto Akiva achava necessário criar um
sistema que desse todo o poder e autoridade aos rabinos. Akiva
então trouxe a doutrina de que a lei oral foi dada ao mesmo tempo
que a Torah, e que Moisés, David, etc. eram rabinos. Ele ganhou a
disputa com Gamliel em uma batalha que foi bem feia e cheia de
malícia de ambos os lados. Com Akiva no comando, finalmente eles
decretaram que os rabinos poderiam mudar a Torah se
necessário e que a maioria dos rabinos (todos partidários de Akiva)
poderiam até sobressair à Bat Kol (voz de YAHUAH).

Eles criaram uma nova tradução para o grego do Tanach para


substituir a Septuaginta e um novo Targum Aramaico (Onkelos),
ambos os quais estavam mais de acordo com a teologia de
Akvia. Eles não podiam mudar a versão hebraica mas os
comentários deles sobre a suposta lei oral e o Tanach tornaram-se
a autoridade final. Eles podiam descartar decisões rabínicas das
quais eles não gostavam. O resultado disto é o Judaísmo Ortodoxo
de hoje. (Esta é a principal razão pela qual precisamos de um grupo
SEPARADO de rabinos messiânicos observantes da Torah para a
nossa Halachah. Sem a Halachah, pode haver muita confusão e a
Halachah Ortodoxa tem muitos problemas).

OS FARISEUS E OS NAZARENOS

Recapitulando, os fariseus estavam em Yavneh e os nazarenos


em Pella. O cisma antes era apenas uma discussão interna. Agora
estavam se distanciando de forma considerável e uma ruptura total
era inevitável. Os rabinos de Akiva começaram a trazer novas
regras e teologia. Isto era em parte necessário para que tivessem o
Judaísmo sem o Templo e os sacrifícios de sangue.

Antes do Templo ser destruído, a Escola Farisaica de Shammai


(com quem Yahushua tinha grandes discordâncias) predominava.
Em Yavneh eles decidiram que, dali em diante, a Escola de Hillel
predominaria. Os sacrifícios foram substituídos por orações e atos
de caridade. É claro que nem todas as decisões deles foram ruins.
Eles tinham uma tarefa difícil, havia conflitos de poder e muitas
decisões foram problemáticas.
Os nazarenos que anteriormente eram basicamente tolerados
(embora, é claro, houvesse algum conflito) agora eram vistos como
uma grande ameaça à unidade e sobrevivência do “Judaísmo”
porque eles não aceitavam a autoridade final dos rabinos fariseus.
Além disto, o grande número de gentios (Efraimitas) que estavam
se juntando aos nazarenos era considerado problemático. Havia
muitas regras a se considerar. Sem um Templo, toca-se o shofar no
Yom haKipurim e no Rosh HaShanah? Anteriormente, isto só era
feito no templo. Leva-se luvav para fora de Jerusalém no Sukot?
Haviam centenas de decisões como estas a serem feitas e os
fariseus queriam que elas fossem feitas para todos dentro do
Judaísmo.

A CRESCENTE SEPARAÇÃO

Voltando para 80-90 DC, em muitos lugares os nazarenos ainda


estavam adorando ao Criador YAHUAH nas sinagogas, juntamente
com os fariseus, e novamente foram considerados uma ameaça.
Para remediar a situação, os fariseus adicionaram a 19a. “bênção”
na Amidah. Foi inserida como a de número 12 e foi chamada
de Birkot HaMinim. Não era universalmente praticada em todas as
sinagogas, mas era uma “bênção” contra os minim e dizia algo do
tipo:

“Que os sectários e os nazarenos morram em um instante se não


retornarem para Ti e para a Tua Torah. Que eles sejam apagados
do livro da vida e não inscritos entre os justos.”

Ora, os nazarenos obeciam sim a Torah, só que não da maneira


farisaica. Esta “bênção” foi inserida para separar os nazarenos do
Judaísmo tradicional. Ao contrário do restante da Amidah, que era
feita silenciosamente e de forma bem suave, esta “bênção” tinha
que ser recitada em alto e bom som. Se você fosse um nazareno,
as suas opções eram deixar a sinagoga ou amaldiçoar a si mesmo.
Isto, é claro, separou os nazarenos dos fariseus ainda mais, mas
até um certo ponto ainda havia diálogo entre eles até a metade do
segundo século e alguns deles podem ser lidos no Talmude.
Entre a destruição do Templo em 70 DC e a revolta de Bar Kochba
cerca de 135 DC, o cisma entre os fariseus e os nazarenos
continuou a crescer (lembre-se que eles eram os dois únicos grupos
que haviam restado no Judaísmo).
A “bênção” Birkot Ha-minim também causou outros problemas para
os crentes em Yahushua. O Judaísmo era uma religião permitida
por Roma. Os Romanos permitiam que eles não trabalhassem no
Shabat e os eximiam de fazerem sacrifícios a César (em troca eles
faziam sacrifícios por César). Os nazarenos, é claro, estavam entre
os judeus. Os gentios que se juntavam aos nazarenos ainda eram
vistos por Roma como gentios, a não ser que eles fizessem uma
conversão total ao Judaísmo (o que dificilmente acontecia e não era
necessário).
INÍCIO DO ANTI-SEMITISMO DE ROMA

Roma viu a expulsão dos nazarenos das sinagogas com grande


suspeita. Frequentemente os privilégios eram removidos. Portanto,
as pessoas tinham que se esconder, aceitar punições, oferecer
sacrifícios a César ou, se fossem gentios, mentirem dizendo que
eram judeus. Roma nunca aceitaria uma nova religião. Alguns
gentios mentiam e diziam que eram judeus (vide advertência em
Apoc. 2:9 e 3:9). Aqui fica um pequeno parêntesis: Não diga que é
judeu se você não é.
O Criador ama judeus e gentios igualmente. Dizer que é judeu
quando não é judeu é um mal testemunho para os judeus
seculares. Além disto, por causa da quantidade de gentios crentes
em Yahushua, alguns de seus costumes pagãos começaram a se
infiltrar entre os crentes (isto pode ser observado nas cartas de
Paulo e em alguns escritos antigos como o Didache, escrito cerca
de 96 DC). Alguns destes crentes gentios tentaram convencer a
Roma de que eram os sucessores do Judaísmo e que, por isso,
deveriam ter os mesmos privilégios que os judeus. Eles diziam que
eram os verdadeiros herdeiros do Judaísmo. Foi aí que começaram
a surgir (embora consolidados com mais força na época de
Constantino) as primeiras sementes da satânica Teologia da
Substituição e do anti-semitismo entre os seguidores de Yahushua.
Atualmente, muitas pessoas acham que, no primeiro século, todos
os discípulos de Yahushua eram chamados de “cristãos”, e que
estes criaram uma nova religião, chamada de Cristianismo. Lindo
engano. Inicialmente, todos os discípulos de Yahushua eram
conhecidos como netsarim (nazarenos), conforme o texto de Atos
24:5. Tanto judeus quanto gentios estavam unidos em um só corpo,
alcunhados de netsarim.

E na cidade de Antioquia é que os discípulos foram chamados


de “messiânicos” pela primeira vez (Atos 11:26), (e não cristãos) e
isto por volta dos anos 40 a 60 E.C . Enquanto em Antioquia os
seguidores do Messias foram apelidados de “messiânicos”, em
todos os outros lugares se manteve o nome original: netsarim
(nazarenos). Segundo as lições do erudito Ray A.

Pritz, da Universidade de Jerusalém, judeus e gentios crentes em


Yahushua eram conhecidos como “nazarenos” (netsarim), e
somente muito tempo depois houve uma distinção terminológica
entre nazarenos e messiânicos (Nazarene Jewish Christianity, The
Magnes Press, The Hebrew University, 1992, páginas 15 a 17). Se
no passado judeus e gentios eram chamados de “nazarenos”
(netsarim), esta situação mudou e se passou a fazer a seguinte
diferenciação de nomenclatura:
1) os netsarim (nazarenos), que eram judeus crentes em Yahushua
HaMashiach (hebraico: netsarim; aramaico: natsraya = nazarenos);
2) os messiânicos, setor constituído por gentios crentes em
Yahushua.
Netsarim (nazarenos) e messiânicos estavam unidos e tinham plena
comunhão, frequentando sinagogas, já que até então ainda não
existiam as “Igrejas”.
Em Ma’assei Sh’lichim (Atos dos Emissários-Apóstolos), capítulo
15, há uma discussão acerca do relacionamento entre gentios e
judeus. Na ocasião, Ya’akov (Tiago) estabelece uma série de
recomendações aos gentios e prescreve:
“Porque Moshé [Moisés], desde os tempos antigos, tem em cada
cidade quem o pregue, e, em cada shabat [sétimo dia], é lido nas
sinagogas.” (Atos 15:21).
No texto transcrito, identificam-se três importantes dados: 1) judeus
e gentios se reuniam em cada shabat (sétimo dia); 2) eles
estudavam a Lei (Torá) de Moshé/Moisés; 3) estavam reunidos nas
sinagogas (e não nas igrejas). Estes três elementos indicam que
judeus e gentios praticavam o fé verdadeira na torá!!! O
cristianismo, como se verá adiante neste livro, foi difundido por
Inácio de Antioquia (o “Santo” Inácio católico) e é contrário às
primeiras práticas dos emissários (“apóstolos”) de Yahushua. Eis o
Cristianismo de Inácio: 1) determina a reunião no domingo; 2)
ensina que a Lei (Torá) de Moshé (Moisés) foi abolida pelo Novo
Testamento; 3) ordena a reunião em Igrejas.
Estes três ensinos são totalmente antagônicos àquelas 3 (três)
características extraídas de Atos 15:21, conforme visto no parágrafo
anterior. Curial sublinhar: tanto os primeiros emissários (“apóstolos”)
quanto os primeiros discípulos de Yahushua foram judeus,
ingressando posteriormente na comunidade os gentios/Efraimitas, e
todos eles eram chamados de netsarim (nazarenos). Somente
tempos depois, conforme Atos 11:26, os discípulos gentios
passaram a ser chamados de “messiânicos” por aqueles que
falavam outros idiomas.
Nazarenos e messiânicos estavam unidos e praticando a fé
hebraica ensinado por Yahushua, razão pela qual se congregavam
em cada shabat (sétimo dia) para estudar a Torá (“Lei”) de Moshé
(Moisés) nas sinagogas (Atos 15:21). Provar-se-á, aqui e agora,
que biblicamente os talmidim/discípulos de Yahushua eram
conhecidos como netsarim (nazarenos). Quando Sh’aul (Paulo)
estava sendo acusado perante o Governador Félix, seus inimigos
formularam a seguinte acusação:
“Descobrimos que este homem [Sh’aul/Paulo] é uma peste. Ele é
um agitador dos judeus pelo mundo todo. É o líder da seita dos
NETSARIM [NAZARENOS].” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 24:5).
Sha’ul (Paulo) rebateu a acusação de que seria um agitador, porém,
não negou que seria um dos líderes do grupo conhecido como
Netsarim (Nazarenos) ou o Caminho:
“Entretanto, isto eu [Sh’aul/Paulo] admito: adoro o Elohim de nossos
pais, de acordo com o Caminho (ao qual eles chamam seita).
Continuo a crer em todas as coisas de acordo com a Torá [Lei] e
todos os escritos dos Profetas.” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 24:14).
Antes de Sha’ul (Paulo) reconhecer que Yahushua é o Mashiach,
perseguia os discípulos do Salvador, conhecidos como membros
“do Caminho”:
“Sha’ul [Saulo/Paulo], respirando ainda ameaças de morte contra os
discípulos do Adon Messias, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe
pediu cartas para as sinagogas de Damesek [Damasco], a fim de
que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens
como mulheres, os levassem presos para Jerusalém.” (Ma’assei
Sh’lichim/Atos 9:2).

Logo, verifica-se que os primeiros discípulos de Yahushua eram


chamados de netsarim (nazarenos) ou simplesmente membros do
Caminho (At 9:2, 24:5,14 e 19:9,23). A este respeito, relata o rabino
James Scott Trimm:
“O termo ‘o Caminho’ é usado para descrever os crentes em Atos
9:2 e em Atos 22:4 (que na verdade recapitula os eventos de Atos
9:2). (…)
Este termo [‘o Caminho’] é usado como uma alternativa ao nome
‘Nazarenos’ em Atos 9:2; 19:9; 19:23; 22:4 24:5,14.” (Hebraic Roots
Commentary to Acts, Worldwide Nazarene Assembly of Elohim,
2010, páginas 64 e 65).

Em Atos 24:5 e 14, os opositores de Yahushua diziam que os


Nazarenos ou do Caminho representavam uma seita do Judaísmo,
porém, em verdade, os Nazarenos ou do Caminho é a fé escritural
praticada pelos primeiros talmidim (discípulos) de Yahushua. Essa
fé nada tem que ver com o atual Judaísmo rabínico, que é corolário
dos ensinamentos da maioria dos p’rushim (fariseus), estes tão
criticados por Yahushua.

Importa consignar que os netsarim (nazarenos) formavam mais um


dos tantos grupos existentes do “Judaísmo” do primeiro século, ou
seja, não faziam parte do Cristianismo, que somente veio a surgir
tempos depois e no ano 325 oficializado por Constantino. Confira o
escólio do pesquisador e aramaicista Andrew Gabriel Roth:
“Netsarim é uma seita dentro da categoria mais ampla do
Judaísmo.” (Aramaic English New Testament, Netzari Press, 4ª
edição, página 380).

A História comprova que, no período do Segundo Templo, a religião


judaica, com seus inúmeros grupos e subgrupos, era conhecida
como Judaísmo (ex: Gl 1:13 e 14), e os seguidores de Yahushua
eram chamados de Netsarim/Nazarenos (At 24:5), ou “do Caminho”
(At 9:2, 24:5,14 e 19:9,23). Destes dados históricos e bíblicos,
extrai-se o nome “Judaísmo” Nazareno, ou “Judaísmo” do Caminho.
Define-se “Judaísmo” Nazareno como o ramo do Judaísmo cujos
ensinos, doutrinas e práticas foram vivenciados por Yahushua
HaMashiach e seus primeiros talmidim (discípulos). Yahushua não
veio para fundar uma nova religião, mas sim para ensinar a verdade
de acordo com as Escrituras.

Aquele que segue Yahushua HaMashiach deve vivenciar a verdade


por ele lecionado, tomando muito cuidado com as atuais práticas do
Judaísmo, visto que muitas delas estão impregnadas de elementos
anti bíblicos. Muitas pessoas, quando descobrem que Yahushua era
judeu e seguia e seguia a fé hebraica praticada pelos judeus da
época, terminam por abraçar indiscriminadamente todos os
costumes judaicos, sem maior análise crítica, o que é totalmente
insensato.
A uma, porque o Judaísmo moderno está distante daquele
praticado pelos discípulos de Yahushua. A duas, porque o
Judaísmo moderno está fundado no pensamento farisaico,
fortemente combatido por Yahushua. A três, porque o Judaísmo
moderno segue mais a tradição do que a própria Torá. A quatro,
porque o Judaísmo moderno incorporou elementos e ritos pagãos.
Tais críticas são estendidas a certos grupos (e não todos) do
Judaísmo Messiânico, que não estão imunes de erros e, em muitos
casos, preferem colocar os ensinos rabínicos acima das Escrituras.
Por conseguinte, todos os estudos estão focados única e
exclusivamente nas práticas bíblicas dos netsarim (nazarenos), os
autênticos seguidores do Mashiach (Messias).
E OS CRISTÃOS, ONDE SE ENQUADRAM?

O texto em aramaico de Ma’assei Sh’lichim/Atos 11:26 é


esclarecedor:

‫אנטיָכִ יַא עַ ֵמה אַ יּתיֵה אֵ ׁשּכחֵ ה כַד‬


ִ ַ‫נּתא ל‬
ָ ‫וׁש‬
ַ ‫כחדא ּכֻּלָ ה‬
ָ ַ‫יׁשין א‬
ִ ִ‫הוַו ּכנ‬
‫ּדּתא‬
ָ ‫ּבע‬
ִ ‫יּדין ֵמן סַ גִ יָאא עַ ָמא וַאלֵ פו‬
ֵ ָ‫דמיַת ה‬
ָ ‫תקריו ַק‬ ִ ֵ‫אנטיָוכִ י א‬
ִ ַ‫ידא ּב‬ ֵ ‫למ‬
ִ ‫ַּת‬
‫ּכרסט ָינֵא‬
ִ
TRADUÇÃO:
“Tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E, por todo um ano,
se reuniram naquela congregação e ensinaram muitas pessoas. Foi
naquele tempo que os discípulos de Antioquia foram chamados pela
primeira vez de Messiânicos”.
Há algo surpreendente na passagem transcrita: no meio do
Manuscrito em aramaico aparece a transliteração da palavra
messiânicos “Mashiachim”. Em Antioquia, os discípulos gentios
falavam grego e receberam o nome de “messiânicos”, que significa
“aqueles que seguem o Mashiach (Messias)”.
Por sua vez, a palavra grega “Cristo” significa “Ungido pela crista,
raios solares= Paganismo”. Em conclusão, percebe-se que o
vocábulo “messiânicos” foi originariamente aplicado aos seguidores
gentios de Yahushua, falantes da língua grega, permanecendo o
nome “netsarim” (nazarenos) para os discípulos judeus, que se
comunicavam em hebraico ou aramaico.
1) A substituição do shabat (sétimo dia) pelo domingo;
2) A abolição das comemorações bíblicas (Vayikrá/Levítico 23),
substituindo-as pelas festas pagãs (ex: celebração da páscoa em
data coincidente com a páscoa católica, e não com a data
determinada nas Escrituras; o Natal em 25 de dezembro, cuja
origem está no paganismo, ressaltando-se que a Escritura não
indica o dia de nascimento do Salvador);
3) A falsa ideia de que a “Torá-Lei foi abolida”;
4) A teologia da substituição, que defenda a substituição de Israel
pela Igreja nos planos de YAHUAH.
5) A trindade doutrina de 3 deuses
Vamos parar por aqui, mas as denominações evangélicas seguem
dezenas e dezenas de preceitos errôneos e que têm origem no
Catolicismo Papal= Babilônia. Como asseverado linhas atrás, os
nazarenos ou do Caminho eram praticantes da fé hebraica e assim
permaneceram, não mudando a fé original, ainda que vitimizados
pela rebelião gentílica de Inácio ao criar uma nova religião – o
Cristianismo. Após esta rebelião e a separação entre judeus e
gentios, os israelitas fiéis a Yahushua permaneceram com o nome
de netsarim (nazarenos) ou do Caminho, enquanto os gentios
mantiveram o título de messiânicos.
No século IV, estruturou-se o Cristianismo e como religião oficial no
ano 325 no concílio de Niceia por Constantino, ficando no lugar dos
messiânicos (gentios crentes em Yahushua ligados a fé hebraica),
por meio do Catolicismo Romano, ensejando perseguição a
pessoas de outras crenças. Então, algo totalmente contraditório
ocorreu: os gentios, que no passado eram amigos e liderados pelos
nazarenos, uma parte se corromperam com a nova religião e
começaram a persegui-los e exterminá-los.

Isto é, pessoas que se diziam discípulas de Yahushua (intitulados


agora de cristãos) condenavam e martirizavam os nazarenos, os
primeiros seguidores do Mashiach. Gentios assassinando os
seguidores do Messias Yahushua em nome da nova religião! Os
netsarim (nazarenos) foram muito perseguidos pelo Império
Romano, que exterminou grande parte do grupo e de seus escritos,
razão pela qual existem poucas fontes históricas subscritas pelos
próprios nazarenos a respeito de si próprios, excetuando-se os
Ketuvim Netsarim (Escritos Nazarenos, conhecidos incorretamente
como “Novo Testamento”).
Não obstante, além da descrição fiel dos netsarim (nazarenos) no
“Novo Testamento”, há relatos históricos produzidos por seus
inimigos, geralmente depreciando os discípulos de Yahushua. De
qualquer forma, tais registros históricos são importantes para se
entender quem eram, o que pensavam e como agiam os nazarenos.
Epifânio de Salamina, um dos “Pais” da Igreja Católica que viveu no
final do século IV D.C, escreveu uma obra em que criticou os
nazarenos. Para Epifânio, os nazarenos seriam hereges. Contudo,
sabemos com toda certeza que os primeiros discípulos de
Yahushua não foram ímpios, mas sim homens tementes a
YAHUAH. Eis o relato de Epifânio:
“Os nazarenos não diferem essencialmente dos outros [referindo-se
aos judeus ortodoxos], pois praticam os mesmos costumes e as
mesmas doutrinas prescritas pela Lei judaica [a Torá], com a
diferença que eles [os nazarenos] creem no Messias [Yahushua].
Eles [os nazarenos] creem na ressurreição dos mortos e que o
universo foi criado por Elohim. Eles afirmam que Elohim é Um, e
que Yahushua o Messias [Yahushua HaMashiach] é Seu Filho. Eles
[os nazarenos] são bem versados na língua hebraica. Leem a Lei
[referindo-se à Lei de Moisés].

Eles são diferentes dos judeus e diferentes dos cristãos, apenas no


seguinte: eles discordam dos judeus porque chegaram à fé no
Messias; mas são distintos dos cristãos porque praticam os ritos
judaicos da circuncisão, a guarda do sábado, e outros.” (Contra as
Herezias, Panarion 29,7). Verifica-se no texto que Epifânio faz uma
diferenciação entre os nazarenos e os cristãos. Todavia, importante
lembrar que Epifânio foi um dos grandes protagonistas do
estabelecimento das doutrinas da Igreja Católica Romana no século
IV.

Assim, os cristãos, elogiados por Epifânio, eram aqueles que


seguiam o Catolicismo Romano, enquanto os nazarenos (netsarim)
eram aqueles que se recusaram a aceitar a autoridade da Igreja
Católica gentílica. Interessante registrar que Epifânio considerava
os nazarenos como hereges. Ora, será que um “pai” da Igreja
Católica Romana tem autoridade para desmerecer os nazarenos,
discípulos originais de Yahushua? Marcel Simon, especialista em
História do Cristianismo no primeiro século, tece as seguintes
considerações a respeito das declarações de Epifânio:

“Eles [referindo-se aos nazarenos] se caracterizam essencialmente


por seu forte apego aos costumes judaicos. Se eles são hereges na
opinião da Mãe Igreja [Católica], é apenas porque continuam
apegados a ideias antigas. Eles [os nazarenos] representam,
embora Epifânio categoricamente não admita, os verdadeiros e
diretos descendentes da comunidade primitiva [dos apóstolos], a
qual nosso autor [Epifânio] sabe muito bem que foi chamada com o
mesmo nome dos Nazarenos.” (Judeo-messiânic, pg. 47-48).

Reflita sobre a assertiva transcrita acima: os nazarenos eram os


“verdadeiros e diretos descendentes” dos apóstolos! Este é motivo
pelo qual nós seguimos o Israelismo Nazareno ou Israelismo do
Caminho: os nazarenos representam a fé original dos primeiros
discípulos de Yahushua!!! Infere-se daí que os dogmas hoje
reinantes em quase todos os setores do Cristianismo são falsos: 1)
a substituição do shabat (sétimo dia) pelo domingo; 2) a abolição
das comemorações bíblicas; 3) a instituição de festas pagãs (Natal,
Ano Novo, etc); 3) a concepção de que a Lei (Torá) foi abolida; 4) o
pensamento de que a Graça substitui a Lei (Torá); 5) a propagação
de que a Igreja substituiu Israel nos planos de YAHUAH. Insta
repetir:
FIM
Os nazarenos não fundaram o Cristianismo, visto que Yahushua
não veio criar uma nova religião e nem faziam parte de judaísmo
comumente ensinado. Confira-se o magistério do historiador Justo
Gonzales em sua obra História do Cristianismo:
“… Não pensem que eles [os nazarenos] pertenceram a uma nova
religião. Eles eram judeus, e a única diferença que os separavam
do restante é que eles acreditavam que o Messias havia chegado,
enquanto os demais judeus ainda aguardavam a vinda do Messias”.
Assim, se os nazarenos não instituíram uma nova religião, conclui-
se que eles praticaram o a fé hebraica ensinada por Yahushua,
conhecido como “seita” dos Nazarenos ou “o Caminho” (Ma’assei
Sh’lichim/Atos 24:5 e 14).
Em vários artigos, demonstrar-se-á à luz das Escrituras como era o
“fé hebraica na torá” pregada por Yahushua e praticado por seus
emissários (“apóstolos”). Nosso objetivo é resgatar a pureza da fé
escritural, revelando a verdade àqueles que buscam um
relacionamento sincero com YAHUAH, através da aliança firmada
conosco por Yahushua HaMashiach.

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