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Propriedades da rocha-reservatório

As propriedades básicas de um reservatório determinam as quantidades dos fluidos


existentes no meio poroso, a sua distribuição, a capacidade dos fluidos se moverem e até
mesmo a quantidade de fluidos que pode ser extraída. As principais propriedades são:

q  Porosidade
q  Compressibilidade
q  Saturação de fluidos
q  Molhabilidade
q  Pressão capilar
q  Permeabilidade
Propriedades da rocha - reservatório

q  Porosidade

Pode ser definida como a capacidade de armazenamento


ou espaços vazios que uma determinada rocha apresenta e
esta pode ser Porosidade absoluta ou efectiva.

Porosidade absoluta ou total Porosidade efetiva

Aporosidade efectiva é que de facto se utiliza em cálculos de engenharia de reservatório Aporosidade


geralmente apresenta variações mais significativas na vertical do que na horizontal.
Propriedades da rocha - reservatório
q  Porosidade

O maior valor de porosidade de uma determinada rocha é registado quando os sedimentos depositados
apresentam a forma completamente esférica.

Porosidade máxima = 47.6 %


Propriedades da rocha - reservatório
q  Compressibilidade

A porosidade das rochas sedimentares é em função do grau de compactação das mesmas. Desta maneira, as rochas
mais profundas apresentam maiores valores de porosidade que aquelas menos profundas .

A compressibilidade esta directamente ligada a diminuição da pressão e volume do meio poroso. Três tipos básicos de
compressibilidade pode ser distinguidos nas rochas:

u  Compressibilidade da rocha matriz: é a variação fracional do volume em material sólido da rocha com a variação
unitária da pressão.
u  Compressibilidade total da rocha: é a variação fracional do volume total da rocha com a variação unitária da
pressão.
u  Compressibilidade dos poros: é a variação fracional do volume poroso da rocha com a variação unitária da
pressão.
Propriedades da rocha - reservatório
q  Compressibilidade

Dentre os tipos de compressibilidade, os mais importante para a engenharia de reservatórios, é a variação do


meio poroso, devido a chamada compressibilidade efetiva da formação ou dos poros, definida como:

O Volume total de HC produzido é igual a soma dos módulos das variações dos volumes de água, de gás, do
óleo e dos poros.
Propriedades da rocha - reservatório

q  Compressibilidade

Hall investigou o comportamento da


compressibilidade efectiva da formação (cf)
devido a pressão externa (peso das
camadas) e utilizando dados de diversos
campos, construiu um gráfico de porosidade
versus compressibilidade efectiva da
formação.
Propriedades da rocha - reservatório
q  Saturação de fluidos

Os poros de um meio poroso, podem estar preenchidos por um determinado líquido e os espaços
remanescentes por um gás. No entanto é importante o conhecimento do conteúdo de cada fluido no meio
poroso, pois as quantidades dos diferentes fluidos definem o valor econômico de um reservatório.

Define-se saturação de um determinado fluido em um meio poroso como sendo a percentagem do volume
de poro ocupado por um fluído em particular (óleo/água/gás).

So + Sg + Sw = 100%

A saturação de óleo pode também ser escrita em termos de balanço de volumes:


Propriedades da rocha - reservatório
q  Molhabilidade

É a tendência de um fluído de aderir à superfície de um sólido, em presença


de outros fluidos imiscíveis. Esta tendência é medida de forma mais
conveniente através do ângulo de contacto (θ) e a distribuição dos fluídos no
reservatório é função da molhabilidade. Geralmente distingue-se:
i.  Fase molhante (aderida à rocha): usualmente é a fase aquosa
ii.  Fase não molhante: usualmente a fase orgânica (óleo e gás)

Molhabilidade “completa”: θ →0°

Não-molhabilidade “completa”: θ → 180°

Devido as forças atrativas, a fase molhante tende a ocupar poros menores, enquanto a
não molhante ocupa os poros e canais mais abertos.
Propriedades da rocha - reservatório
q Pressão Capilar
Éa diferença de pressão existente entre duas fases decorrente das tensões interfaciais.

O deslocamento de fluídos nos poros de um meio poroso é auxiliado


ou dificultado pela pressão capilar.
Para manter um meio poroso parcialmente saturado com uma fase não
.
molhante, é necessário manter a pressão deste maior do que a da fase
molhante.
Esta diferença de pressão é a pressão capilar em um meio poroso:
Propriedades da rocha - reservatório

q  Pressão  Capilar  


 
Em um sistema óleo-água a altura do fluido é dado por:
Onde:
Pc = Pressão capilar
r = Raio do capilar ou dos poros
g = Aceleração gravitacional
θ = Ângulo de contacto
σ = Tensão interfacial

A partir da pressão capilar (a uma dada saturação), é possível determinar o tamanho médio dos poros:
Propriedades da rocha - reservatório
q  Pressão Capilar

Drenagem: É quando o meio poroso está saturado inicialmente com fluido molhante e este é movimentado pelo fluido não molhante.
Embebição: É quando o meio poroso está saturado inicialmente com fluido não molhante e este é movimentado pelo fluido molhante.
Propriedades da rocha - reservatório

q  Permeabilidade (k)

Éa capacidade da formação de deixar atravessar fluídos, foi definida por Henry Darcy (1856) que na
sua Lei define a "k” em medidas mensuráveis:

v: velocidade aparente (cm/s)


Para fluxo linear:
k: constante de proporcionalidade - permeabilidade (Darcy)
µ: viscosidade (cp, centipoise)

dP/dL: Gradiente de pressão (variação de pressão com o


deslocamento - atm/cm)
Para fluxo radial:

q: taxa de fluxo (cm3/s)


A: aréa da secção por onde ocorre o fluxo (cm2)
Propriedades da rocha - reservatório

q  Permeabilidade (k)

A permeabilidade em reservatórios geralmente é muito anisotrópica. As suas medições podem ser determinadas
através de ensaios de laboratorios com amostras extraidas da formação ou por meio de testes de pressão realizados
nos poços.

Diversos fatores afetam medidas de k:

i.  Heterogeneidades do reservatório (testemunho não representativo)


ii.  Permeabilidade pode ser afetada pelo corte do testemunho
iii.  “parcialidade” na amostragem para medição: tendência a selecionar as
melhores partes do testemunho para análise
Exercício 1
Determinar a porosidade de uma amostra de rocha de forma cilíndrica que na análise laboratorial obteve-
se as seguintes medições:

● Massa da amostra limpa e seca: 311 gramas

● Massa da amostra 100% saturada de líquido (com gravidade específica igual a 1.05 g/cm3): 331 gramas

● Diâmetro da amostra: 4 cm (→ r= 2 cm)

● Comprimento da amostra: 10 cm
Exercicio 2

Determine:

-  Adensidade de um óleo de grau API de 34.


-  Amassa específica em lb/ft3.
Exercicio 3
Aanálise laboratorial de uma amostra deu os seguintes resultados:
Resulução
●  Massa da amostra recebida do campo: 53,5 g (Mtotal)
a) φ = Vfluido/Vtotal → Vfluido = Vporos
●  Volume de água recuperada por extração: 1,5 cm3 (Vw) = Vtotal-Vrocha = 23.6 – 51.05/2.63 = 4.19
cm3 → φ = 4.19/23.6 = 0.178
●  Volume de óleo recuperado por extração: 1,12 cm3 (Vo)

●  Massa da amostra seca (depois da extração dos fluidos): 51,05 g (Mrocha)

●  Densidade do óleo encontrado na amostra: 0,850 g/cm3 (ρóleo ) b) Sw = Vagua/Vporos = 1.5/4.19 = 0.357

●  Volume total da amostra: 23,60 cm3 So = Voleo/Vporos → So = 1.12/4.19 =


0.267
●  Densidade da rocha (grãos): 2,63 g/cm3 (ρrocha)
1 = So+Sw+Sg→ Sg= 1 - So - Sw =
1-0.267-0.357 = 0.376
Determinar: Porosidade da amostra, S w , S o e S g .
Exercicio 4
Um reservatório de óleo possui das seguintes características:

Forma: Paralelepípedo
Camadas: Horizontais
Área: 2 km2
Espessura: 10 m
Porosidade: 16%
Saturação de água conata: 20%
Pressão original: 150 kgf/cm2
Pressão atual: 120 kgf/cm2
Densidade do óleo na pressão de bolha: 0.75
Temperatura do reservatório: 200 oF
Compressibilidade do óleo: 10x10-6 psi-1
Coeficiente médio de compressibilidade da água: 3x10-6 psi-1

Calcular o volume de óleo produzido (nas condições de reservatório), sabendo que Swi=Vwi/Vpi.
Exercicio 5

Calcular a produção acumulada de óleo de um reservatório (em m3 std), de um reservatório com as


seguintes características:

Área: 3.2 km2


Espessura: 10 m
Porosidade: 15%
Saturação de água conata: 30%
Pressão original: 140 kgf/cm2
Pressão atual: 120 kgf/cm2
Factor volume-formação do óleo a pressão original: 1.3
Factor volume-formação do óleo a pressão atual: 1.2
Saturação de óleo atual: 50%
Exercicio 6

Em uma experiência laboratorial de ascensão capilar, de um fluido molhante (água pura) deslocando
óleo (780 kg.m-3), a que altura h a água pura de 1000 kg.m-3, subirá num tubo de plástico com 0.1 mm
de diâmetro. A tensão interfacial entre fluidos é de 0.073 N.m-1 e o ângulo de contacto é de 30º.

a)  Caso fosse utilizado um capilar de vidro em vez de plástico e o ângulo de contacto fosse de 0º,
qual seria a altura da água?

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