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10/09/2015

Universidade do Estado
do Rio de Janeiro

Eletroquímica

Células Eletroquímicas
Potenciais de eletrodo
Equação de Nernst

Profa. Angela Rocha

Célula eletroquímica
Dispositivos usados para:
produzir trabalho a partir do fluxo de elétrons gerado por
um reação química (pilhas e baterias) ou
promover uma reação química a partir de energia elétrica
(célula eletrolítica).
Célula eletrolítica reator eletroquímico que consome
eletricidade eletrólise Não espontâneo ∆G>0.

Célula galvânica reator eletroquímico que produz


eletricidade pilha ou bateria Espontâneo ∆G<0.

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Célula eletroquímica

Constituída por dois


condutores eletrônicos em geral
metálicos (eletrodos) em contato
com um condutor iônico
(eletrólito).

O eletrodo e o eletrólito com


o qual faz contato constituem o
compartimento eletródico.

Célula eletroquímica

O par de eletrodos pode ocupar


compartimentos separados, em
Junção
contato com diferentes eletrólitos. líquida
Neste caso é necessário um
fechamento do circuito elétrico,
realizado por uma junção líquida ou
uma ponte salina.

Junção líquida barreira porosa


inerte que previne que as duas
soluções se misturem.
Problema: potencial de junção.

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Célula eletroquímica

Ponte
salina

Ponte salina tubo contendo


uma solução concentrada de
eletrólito imobilizada por uma
barreira semipermeável (gel).

Definições
Meias-Reações:

Qualquer reação redox pode ser expressa como a


diferença de duas meias-reações (por convenção reações
de redução).
Para a reação redox:
Cu2+(aq) + Zn(s) → Cu(s) + Zn2+(aq)

Teremos as seguintes meias-reações:


Cu2+(aq) + 2e- → Cu(s)
Zn2+(aq) + 2e- → Zn(s)

A reação global é obtida pela diferença entre as duas


meias-reações.

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Definições

Tipos de eletrodos:

1. Metal / íon do metal


2. Metal / sal insolúvel
3. Eletrodo a gás
4. Eletrodo redox

Definições
1. Metal / íon do metal
Cátion do metal se desprende/deposita na superfície
do eletrodo à medida que a reação avança.
Notação: M(s)M+(aq)
Par redox: M+/M
Meia-reação:M+(aq) + e- → M(s)

Obs: Uma interface é simbolizada por .

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Definições
2. Metal / sal insolúvel
O ânion do sal se desprende/deposita na superfície
do eletrodo à medida que a reação avança.
Notação: M(s)MX(s) X-(aq)
Par redox: MX/M,X-
Meia-reação:MX(s) + e- → M(s)+X-(aq)

Definições
3. Eletrodo a gás
Um gás é consumido/formado na superfície de um
eletrodo inerte (em geral Pt) à medida que a reação avança.
Notação: Pt(s)X2(g)X+(aq)
Par redox: X+/X2
Meia-reação: X+(aq) + e- → 1/2X2(g)

Notação: Pt(s)X2(g)X-(aq)
Par redox: X2/X-
Meia-reação: 1/2X2(g) + e- → X-(aq)

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Definições
4. Eletrodo redox
Um íon de metal é oxidado/reduzido na superfície de um
eletrodo inerte (em geral Pt), à medida que a reação avança.
Notação: Pt(s)M+(aq), M2+(aq)
Par redox: M2+/ M+
Meia-reação: M2+(aq) + e- → M+(aq)

Definições
Alguns tipos de pilha:
Dois eletrodos diferentes num mesmo eletrólito (mais
simples).
Dois eletrodos diferentes em eletrólitos diferentes.
Pilha de concentração no eletrólito – compartimentos
eletródicos idênticos, exceto a concentração do eletrólito.
Pilha de concentração nos eletrodos – são os eletrodos
que têm concentrações diferentes, por serem eletrodos a
gás operando a pressões diferentes ou amálgamas com
diferentes concentrações.

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Células Eletroquímicas
Duas semicélulas combinadas = 1 célula eletroquímica

Pilha e eletrólise são processos inversos, logo os sinais


dos eletrodos também são invertidos:

ANODO:
• pilha: fornece elétrons , sinal negativo
• eletrólise : recebe elétrons dos ânions do
eletrólito e tem sinal positivo.
CATODO:
• pilha: recebe elétrons e tem sinal positivo
• eletrólise: fornece elétrons aos cátions do
eletrólito e tem sinal negativo.

Células Eletroquímicas
ÂNODO : tanto na pilha como na eletrólise é
o local onde ocorre oxidação.

CÁTODO: tanto na pilha como na eletrólise


é o local onde corre redução.

Qualquer pilha pode ser convertida em


célula eletrolítica aplicando-se uma tensão
externa superior à tensão produzida pela
pilha. Ex.: carregadores de pilhas e baterias.
Nota: Elétrons fluem espontaneamente
do menor para o maior potencial elétrico.
Quem tem maior potencial de redução é que
sofre redução.

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Meias- reações

Elétrons liberados na oxidação no anodo:


Red1 → Ox1 + νe-

Elétrons liberados causam a redução no catodo:


Ox2 + νe- → Red2

Reação global (ou geral):


Red1 + Ox2 → Ox1 + Red2

Diagramas de células (notação)


Ânodo na Esquerda e Cátodo na Direita.

Eletrodos metálicos posicionados nas extremidades.


Gases ou substâncias insolúveis ao lado dos metais.
Espécies solúveis no meio.

Diagrama completo: estado físico das espécies e


atividade (ou concentração) dos íons são dados.

Símbolo para fronteira física (interfaces): |

Junção líquida: ¦ ou ⋮
Ponte salina: ¦ ¦ ou | |

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Diagramas de células

Exemplo: pilha de Daniell:

Cu2+(aq) + Zn(s) → Cu(s) + Zn2+(aq)

Com junção líquida

ZnSO4(aq) ⋮ CuSO4(aq)
Zn(s) Cu(s)

Com ponte salina:

ZnSO4(aq) CuSO
Zn(s)  Cu(s)
4(aq)

Célula de Daniell (1836)


John Frederic Daniell, químico, meteorologista e físico
britânico nascido em Londres, no dia 12 de março de 1790.

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Célula de Daniell (1836)

Exemplos de diagramas de células

Zn(s)|ZnSO4(aq)||AgNO3(aq)|Ag(s)

Cd(s)|CdCl2(aq)||HNO3(aq)|H2(g)|Pt(s)

Pt(s)|K3[Fe(CN)6](aq),K4[Fe(CN)6](aq)||CrCl3(aq)|Cr(s)

Pt(s)|Cl2(g)|HCl(aq)||K2CrO4(aq)|Ag2CrO4(s)|Ag(s)

Pt(s)|Fe3+(aq), Fe2+(aq)||Sn4+(aq), Sn2+(aq)|Pt(s)

Cu(s)|Cu2+(aq)||Mn2+(aq), H+(aq)|MnO2(s)|Pt(s)

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Potenciais de junção líquida


Na célula de Daniell com membrana permeável:
Haverá difusão de Zn2+ para a solução de CuSO4 e de Cu2+
para a solução de ZnSO4.
Se as velocidades de difusão forem diferentes, estabelecer-
se-á uma ddp entre as 2 soluções, chamada de potencial de
junção líquida ou potencial de difusão.
O potencial de junção age sempre retardando os íons que se
difundem mais rapidamente e acelerando os mais lentos.

Os potenciais de junção geralmente são menores que 0,1V,


mas atrapalham os experimentos.
Alternativa: uso de ponte salina ( tubo contendo gel com uma
solução saturada de KCl ou NH4NO3, com as extremidades
obstruídas com algodão para evitar difusão demasiada).

Potenciais de Eletrodos Reversíveis


No caso do metal M em uma solução contendo M+
Pode ocorrer a oxidação do metal e formação do cátions:
M → M+ + e–
Ou redução dos íons em solução e deposição do metal:
M+ + e– → M
No equilíbrio, temos:
M ⇔ M+ + e–

O potencial adquirido pelo metal (eletrodo) depende da


posição do equilíbrio. Esse potencial é chamado potencial
de eletrodo do metal.
Se estiver em equilíbrio termodinâmico, potencial de
eletrodo reversível.
A posição do equilíbrio depende da atividade dos íons
em solução.

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O potencial da pilha
Uma pilha na qual a reação global não tenha atingido o
equilíbrio químico pode efetuar trabalho elétrico à
medida que a reação avança e impele os elétrons
através do circuito externo.

Desta forma, a reação impulsiona elétrons do anodo


(oxidação) para o catodo (redução) através do circuito
externo e o trabalho proporcionado por esta
transferência de e- depende da diferença de potencial
entre estes eletrodos.

O fluxo de elétrons continua enquanto o sistema não


atingir o equilíbrio, condição que é alcançada quando
∆Gr = 0.

O potencial da pilha
Esta diferença de potencial é o potencial da pilha, E,
medida em volts (V).
O trabalho elétrico Wel devido ao fluxo de elétrons é
proporcional ao potencial da pilha.

Quando o potencial da pilha é grande, um certo número


de elétrons transferidos realiza grande quantidade de
Wel, quando o potencial é pequeno, a mesma
quantidade de e- realiza menos trabalho.

Uma pilha cuja reação tenha alcançado o equilíbrio não


pode efetuar trabalho, de modo que :
∆Gr = 0 ⇒ Wel = 0 ⇒ E = 0

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O potencial da pilha

A conexão entre as medidas é feita a partir da relação


entre a energia de Gibbs e o trabalho máximo de não-
expansão:
∆Gr = Wel ,max

A expressão é válida para uma transformação


reversível, a p, T e composição constantes.
Estas condições são satisfeitas quando o potencial da
pilha é equilibrado pelo potencial oposto de uma fonte
externa.
A reação da pilha pode ocorrer reversivelmente, a
composição constante e nenhuma corrente circula.

O potencial da pilha

Nesta situação, a reação da pilha pode ocorrer num ou


noutro sentido (reversível), infinitesimalmente, mas na
realidade não ocorre.

Neste caso não há fluxo de corrente através do circuito.

Esta diferença de potencial é o potencial da pilha a


corrente nula força eletromotriz (fem), E, da pilha.

O objetivo agora é encontrar uma relação entre a fem


(E) e ∆Gr em função da atividade das espécies
envolvidas!!!!

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Tratamento termodinâmico

Para uma reação química genérica:

aA + bB ↔ cC + dD

Quando a reação avança dξ mols, as quantidade de


reagentes e produtos variam por dnJ=νJdξ, onde νJ é o
coeficiente estequiométrico de J.

A variação infinitesimal na energia de Gibbs resultante


neste avanço a T e p constantes é obtida por:

dG = ∑ µ dn = ∑ (ν
J
J J
J
J µJ )dξ

Tratamento termodinâmico

A energia de Gibbs da reação, ∆rG, numa certa


composição:
 ∂G 
∆Gr = 
 ∂ξ

 p,T
= ∑ν J
J µJ

Então pode-se escrever: dG = ∆Gr dξ

E o trabalho elétrico máximo após um avanço de dξ será:

dWel = ∆Gr dξ OBS.: É infinitesimal


e a composição é
praticamente
constante.

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O potencial da pilha
Admitindo que a reação avance dξ mols numa certa
composição com n elétrons sendo transferidos pela reação
redox tem-se:
ξ elétrons fluindo pelo circuito externo
n dξ
-eNA é a carga por mol de elétrons
ξ ) é a carga que flui na reação
-(eNA)(n dξ
-(eNA)(n dξξ )E é o trabalho elétrico realizado pelo fluxo
de carga.
Definindo a constante de Faraday: F = eNA

Tem-se: dGr = dWel ,max = −nFEdξ


 dG 
⇒   = ∆Gr = −nFE
 dξ  p,T

Espontaneidade e Equilíbrio

Condição de espontaneidade e equilíbrio:

∆G ≤ −nFE
No estado padrão:

∆G o ≤ −nFE o

Logo:
Reação Espontânea ∆G < 0 E>0
Reação Não Espontânea ∆G > 0 E<0
Equilíbrio ∆G = 0 E=0

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Espontaneidade e Equilíbrio

Conhecendo-se a energia
de Gibbs da reação numa
composição é possível
calcular a fem da pilha
nesta composição.

Longe do equilíbrio a
reação tem forte
tendência a impelir
elétrons através do
circuito.

Quando a derivada de G tende a zero a fem é menor.

Atividade
O potencial químico é dado por:
 ∂G 
µ i =  

∂n
 i T , p , n j

E, em termos de atividade, o potencial químico de um íon


em solução é dado por:

µ i = µ io + RT ln( ai )

Soluções ideais: ai = xi ou ai = ci , dependendo do


referencial.

Atividade de líquidos puros e sólidos puros: ai = 1.

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Atividade

Atividade não é uma concentração corrigida.

Não faz sentido corrigir um conceito físico como a


concentração.

gases ideais (aproximação razoável para baixas


pressões):
ai = Pi = yi P (atm)

sendo Pi a pressão parcial do gás em questão, yi sua


fração molar e P a pressão do sistema.

Eletrodo Padrão

ai = 1 ⇒ Estado padrão

Se todos os componentes estiverem no estado padrão,


diz-se que a semicélula é um eletrodo padrão.

Exemplos:

Eletrodo de Zn com aZn2+ = 1.

Eletrodo de Cl2 com PCl2 = 1.

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Variação do potencial de eletrodo


com a atividade

O potencial de eletrodo (E) depende da atividade das


formas reduzida e oxidada.

Da termodinâmica, sabemos que a variação da energia de


Gibbs de uma reação química é dada por:

∆G = ∆G o + RT ln Q

Q= ∏ aν
J
J
J

Q é o quociente reacional.

Variação do potencial de eletrodo


com a atividade

No equilíbrio Q = K e ∆G = 0, portanto:

0 = ∆G o + RT ln K

∏a
ν prod
prod
K=
∏a
ν reag
reag

Sendo ∆Go a variação de energia de Gibbs de referência e


K a constante de equilíbrio da reação.

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Variação do potencial de eletrodo


com a atividade

Para uma reação de redução:


atividade da forma reduzida ( prod .)
K=
atividade da forma oxidada ( reag .)

Trabalhando a expressão anterior para o equilíbrio:

∆G o = − RT ln K
∆G o
⇒ ln K = −
RT

Equação de Nernst

Assim, no equilíbrio:

∆G = −nFE
No estado padrão:
∆G o = −nFE o
Então: ∆G = ∆G o + RT ln Q

nFE = nFE o − RT ln Q

RT
E = Eo − ln Q Eq. de Nernst
nF

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Equação de Nernst

Ex.: 1) reação: Fe3+ + e– ⇔ Fe2+


n=1 RT
E=E −o
ln Q
F
RT a Fe3+
E = Eo + ln
F a Fe2+
2) Equilíbrio entre íons cromo III e íons dicromato em
solução ácida:
Cr2O72- + 14H+ + 6e– ⇔ 2 Cr3+ + 7H2O
2
RT aCr 3+
E=E − o
ln Obs.: aH2O ≈ 1
6 F a Cr2O7 a14
H+

Equação de Nernst

3) Eletrodo metálico em equilíbrio com seu íon positivo:


Mz+ + ze– ⇔ M

RT 1 RT
E = Eo − ln = E o + ln a+
zF a+ zF
4) Eletrodo metálico em equilíbrio com seu íon negativo:
X + ze– ⇔ Xz-

RT
E = Eo − ln a−
zF
Obs.: Nernst deduziu essas eqs. de forma diferente

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Célula de Daniell (1836)

ε = φII − φI = φCu − φZn

 a 2+ 
∆G = ∆G o + RT ln Zn 
 a 2+ 
 Cu 

T, P ctes

RT  aZn 2+ 

ε =εo − ln
2 F  aCu 2+ 

ZnSO4(aq) CuSO
Zn(s)  Cu(s)
4(aq)

Eletrólise
ELETRÓLISE de soluções aquosas.

Ex.: NaCl(aq.)
H2O ⇔ H+ + OH -

NaCl Na+ + Cl -

Competição :
Pólo negativo: H+ versus Na+
Pólo positivo: OH- versus Cl-
Quem vence a competição?
R.: O cátion de redução mais fácil e o ânion de oxidação
mais fácil.
Como saber qual é mais fácil?

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Tabela de potenciais de redução a 25 oC (298 K) em ordem alfabética

Potenciais padrões
De acordo com a tabela de potenciais de redução,
em condições padrões (quanto mais positivo,
mais espontânea a redução):
Quanto maior o Eo de redução mais fácil de se
reduzir a espécie.

o H+ vence a competição no cátodo e sofre


redução: EoH+ = 0 V e EoNa+ = - 2,71 V.
2H+ + 2e- → H2 Eo = 0 V
Na+ + e- → Na Eo = -2,71 V

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Potenciais padrões
Já no ânodo (pólo positivo), o OH- ganha a
disputa: EoOH- = -0,40 V e EoCl- = - 1,36 V
(potenciais de oxidação).
O2 + 2H2O +4e- → 4OH- Eo = +0,40 V
Cl2 + 2e- → 2Cl- Eo = +1,36 V

No entanto, temos que considerar a variação do


potencial com a concentração, usando a
equação de Nernst.

Potenciais padrões
Assim, temos:
Para uma solução de NaCl(aq.) 1M a 25oC e 1 atm.
O H+ vence a disputa.
O OH- vence a disputa.

Reação global:
H+ + OH- ⇔ ½ H2(g) + ¼ O2(g)+ ½ H2O E = -0,4 V

Portanto, procedendo-se a eletrólise da solução 1 M


de NaCl, a água é que irá sofrer eletrólise gerando
hidrogênio gasoso e oxigênio gasoso.

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Potenciais padrões

De acordo com a tabela de potenciais de


redução, o potencial célula de Daniell, em
condições padrões será:

Eo = EoCu2+ - EoZn2+

Eo = + 0,34 – (-0,76) = +1,10V

Potenciais padrões

Generalizando, o potencial padrão de uma


pilha pode ser obtido subtraindo-se o potencial
do eletrodo da direita (redução ou catodo) pelo
da esquerda (oxidação ou anodo)
Eo = Eo(catodo) - Eo(anodo)
Eo = EoCu2+ - EoZn2+

Como E0(catodo) > E0(anodo) ⇒ E0 > 0 na pilha


eK>1
ZnSO4(aq) CuSO
Zn(s)  Cu(s)
4(aq)

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Série eletroquímica
Uma aplicação imediata dos potenciais padrões consiste na
previsão do poder redutor de diferentes eletrodos.
Para pares redox Red1/Ox1 e Red2/Ox2 que constituem a pilha:
Red1/Ox1  Red2/Ox2, a reação é espontânea se E0 > 0.
Como E0 = E0 (Red2/Ox2) - E0 (Red1/Ox1), esta condição só é
satisfeita se E0 (Red2/Ox2) > E0 (Red1/Ox1), .
Conclusão: o par redox de menor potencial reduz o de maior
potencial.
A série eletroquímica é construída levando-se em conta esta
observação de um “metal” reduzir qualquer outro acima na série.

Eletrodo Padrão de Hidrogênio (EPH)


Uma pilha é constituída por 2 eletrodos, de modo que o
potencial depende do par utilizado.
Embora não seja possível medir a contribuição de cada
eletrodo, é possível atribuir valor nulo a um eletrodo e medir
todos os outros em relação a este que é o EPH.
Placa de platina
gás hidrogênio (f =1) .
Por definição
φH
o
+
,H 2
= φ EPH
o
= Eo = 0

Esta escolha implica que a energia livre


padrão do íon hidrogênio em solução
aquosa também é nula: µo = 0 H+

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Eletrodo Padrão de Hidrogênio (EPH)

H2(g) H+(aq)
Pt(s)

φ Ho + , H = φ EPH
o
=0
2

Eo = 0
⇒ p ( H 2 ) = 1 atm , a ( H + ) = 1

Em qualquer temperatura.

Medida da fem
O potencial da célula (soma dos potenciais das
duas semicélulas) depende da corrente do circuito.
Seu valor limite quando a corrente tende a zero é
chamada de força eletromotriz (fem).

A fem de uma célula eletroquímica é medida por


comparação com a fem de uma célula de referência,
também chamada de célula padrão, cujas condições
estão determinadas rigorosamente.

Ex.: a fem da célula de Weston (eletrodos de Hg e


de amálgama de Cd em solução saturada de CdSO4)
é de 1,01859V a 20oC e pode manter-se nesse valor
fixo por anos.

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Medida da fem

a medida por comparação é feita em


um potenciômetro.

o circuito é parecido com aquele


apresentado para medir a condutância
de uma célula. A diferença é que agora
medimos potencial e não resistência.

Medida da fem
O potencial E0 de um par redox é obtido pela
montagem de uma pilha com o eletrodo de hidrogênio à
esquerda.

Ex.: O potencial padrão do par M/M+ é a fem da célula:.


H2(g) H+(aq)  M+(aq) M(s), para tal:
Pt(s)

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Medida do potencial padrão do Zn/Zn2+

E 0 = EZn
0
/ Zn 2+
− E H0 /H+
2

⇒ E 0 = EZn
0
/ Zn 2+

Medida da fem

Podemos usar o potencial da pilha para:

(a) Calcular a constante de equilíbrio da reação.

(b) Calcular a constante de solubilidade.

(c) Determinar a atividade dos íons em solução.

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Termodinâmica das Células


Já vimos que a relação entre a energia de Gibbs e
a fem das células é dada por:

∆G = −nFE
Em um processo espontâneo a variação de energia
de Gibbs é negativa e, portanto, a fem é positiva. À
medida em que o sistema se aproxima do equilíbrio,
∆G tende a zero e a fem também.

Medindo a fem de uma reação experimentalmente,


pode-se determinar a variação de energia de Gibbs
dessa reação.

Termodinâmica das Células


A partir de ∆G, outras propriedades
termodinâmicas podem ser calculadas:

 ∂(∆G ) 
∆S = −  
 ∂T  P
 ∂E 
∆S = nF  
 ∂T  P
 ∂(∆G ) 
∆H = ∆G − T  
 ∂T  P
 ∂E 
∆H = −nFE + nFT  
 ∂T  P

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Células de Concentração
Combinando 2 semicélulas de mesma natureza
para formar uma célula eletroquímica, uma fem surgirá
se houver uma diferença de atividade nessas
semicélulas.
E = Eo −
RT
nF
ln Q Q= ∏aJ
νJ
J

Essa diferença poderá residir nas soluções ou nos


eletrodos.

Células desse tipo são chamadas de células de


concentração.

Células de Concentração
Para eletrodos idênticos em soluções de atividades
diferentes:

Ex.: Ag (s) | AgNO3(aq, a+)1¦¦ AgNO3(aq, a+)2 | Ag (s)

Equação de Nernst:

ln (a+ )1
RT
ln (a + )2
RT
ε 1 = ε Ag
o
+ + ε 2 = ε Ag
o
+ +
F F

ε cel = ε 2 − ε 1
RT (a+ )2
ε cel = ln
F (a+ )1

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Células de Concentração

RT (a+ )2
ε cel = ln
F (a+ )1
Se (a+)2> (a+)1 ⇒ ε > 0

A solução 1 (de menor concentração) será o ânodo


(sofrerá oxidação), ganhando íons Ag+, enquanto a
solução 2 será o cátodo (sofrerá redução), perdendo
íons Ag+.
Assim, após algum tempo, as concentrações se
igualam, o equilíbrio é estabelecido e a fem tende a
zero.

Cálculo da constante de equilíbrio


Ex. 1: Calcule a constante de equilíbrio da reação de
desproporcionamento: 2Cu+(aq) → Cu(s) + Cu2+(aq) a
298 K.
Dados: E0(Cu+/Cu)=+0,52 V
E0(Cu2+/Cu+)=+0,16 V
F = 9,6485 x 104 C mol-1

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Cálculo da constante de equilíbrio


Ex. 1: Calcule a constante de equilíbrio da reação de
desproporcionamento: 2Cu+(aq) → Cu(s) + Cu2+(aq) a
298 K.
Dados: E0(Cu+/Cu)=+0,52 V
E0(Cu2+/Cu+)=+0,16 V
F = 9,6485 x 104 C mol-1

Sendo n = 1:
0 −1
nFE 9 , 6485 x10 4 C mol x 0 ,32 V
ln K = =
RT 8 ,314 J K −1 mol −1
x 298 K
9 , 6485 x10 4 C mol −1 x 0 , 32 V
8 , 314 J K −1 mol −1 x 298 K
⇒ K =e ⇒ K = 1, 2 x10 6

Cálculo da solubilidade
Ex. 2: Calcule a constante de solubilidade e a
solubilidade do AgCl a partir dos dados de potencial
de pilha a 298 K.
Dados: E0(AgCl/Ag)=+0,22 V
E0(Ag+/Ag)=+0,80 V
F = 9,6485 x 104 C mol-1

A dissolução pode ser expressa como:

A reação global será:


AgCl(s) → Ag+(aq) + Cl-(aq) E0 = -0,58 V

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Cálculo da solubilidade
A constante de solubilidade é dada por:
 nFE 0  9 , 6485 x10 4 C mol − 1 x ( − 0 , 58 V )
 
 RT  8 , 314 J K −1 mol −1 x 298 K
K = e  =e
⇒ K = 1, 6 x10 −10

Devido à baixa solubilidade,a solução é muito diluída,


então γJ ≅ 1, então: m
aJ = γ . J
0
= mJ
a Ag + .a Cl − m
K = = a Ag + .a Cl − = S 2
a AgCl

⇒ S = 1, 6 x10 −10 = 1,3 x10 − 5 mol Kg −1

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