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uma solução de um composto iônico em água.

A
oxidação ocorre em um eletrodo, onde a espécie que
ELETROQUÍMICA está sendo oxidada cede elétrons para o condutor
metálico. A redução acontece no outro eletrodo,
1. Introdução onde a espécie que está sendo reduzida coleta
elétrons do condutor metálico. Podemos imaginar a
Em geral, uma célula eletroquímica é um reação química total como elétrons sendo transferidos
dispositivo em que uma corrente elétrica – o fluxo de de um eletrodo para outro. Esse processo provoca um
elétrons através de um circuito – é produzida por uma fluxo de elétrons no circuito externo que une os dois
reação química espontânea ou é usada para forçar a eletrodos e essa corrente pode ser usada para realizar
ocorrência de uma reação não espontânea. Sendo trabalho elétrico.
assim, a eletroquímica propõe uma conversão de A figura abaixo faz a nomenclatura para os
energias: converter energia elétrica (eletricidade) em eletrodos:
energia química (reação redoxi) e converter energia
química em energia elétrica.
Quando se consegue, a partir de uma reação
química, obter uma certa quantidade de eletricidade
(conversão de energia química em energia elétrica),
temos uma pilha ou célula galvânica. Quando utiliza-
se a eletricidade para induzir uma reação redoxi
(conversão de energia elétrica em energia química),
temos uma eletrólise ou célula eletrolítica.

2. Célula Galvânica ou Pilha


2.1. Estrutura da Pilha
Lembrando que o sinal “+” é comumente
Uma pilha é formada por dois eletrodos, ou utilizado para representar o cátodo e o sinal “-“ para
condutores metálicos, que fazem o contato elétrico representar o ânodo.
com o conteúdo da célula, e um eletrólito, um meio A célula de Daniell é muito utilizado para
condutor iônico dentro da célula. Em um condutor ilustrar uma pilha, vejamos a seguir uma das formas
iônico, uma corrente elétrica é carregada pelo de ilustração desta pilha:
movimento dos íons. O eletrólito em geral é uma é

Se substituirmos a lâmpada por um voltímetro,


verifica-se (a 25ºC e com 1mol/L de Cu²+ e 1 mol/L de
Zn²+) que:

 Nesta pilha a diferença de potencial elétrico é


de 1,10V;
 O potencial do eletrodo de cobre é maior do
que o do eletrodo de zinco;

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Estudos mais detalhados sobre o funcionamento
desse dispositivo (com a lâmpada e sem o voltímetro)
revelam que, com o passar do tempo, à medida que a
lâmpada permanece acesa:

 A concentração de íons cobre (II) diminui na


solução da direita;
 A concentração de íons zinco aumenta na
solução da esquerda;
 A placa de zinco sofre corrosão (desgaste)
 Sobre a placa de cobre deposita-se mais
cobre metálico.

Esses fatos indicam que elétrons fluem pelo fio 2.1.1. Representação esquemática para uma
metálico da placa de zinco (menor potencial) para a de pilha
cobre (maior potencial).
Para representar uma célula galvânica deve-
se representar as espécies envolvidas na reação, e
separá-las por barras. Onde a ponte salina é
representada por duas barras verticais (||), à esquerda
da ponte salina fica a equação do eletrodo que sofre a
oxidação e à direita fica a equação do eletrodo que
sofre a redução. Veja o exemplo para a Pilha de
Daniell.

Sendo assim há um aumento de íons Zn²+ na solução,


devido a oxidação da placa e uma diminuição de íons
Cu²+ na solução, devido o depósito desses íons na
placa de cobre, onde tais reações podem ser descritas
da seguinte maneira:

Outra forma, e mais comum, de se representar


uma pilha é através das semirreações de oxidação e
redução, sendo que ambas as reações devem ter o
mesmo número de elétrons para que possam ser
cancelados e formar a reação global. Veja o exemplo
abaixo, também para a Pilha de Daniell.

Note que a ponte salina tem papel


fundamental para o perfeito funcionamento da célula 2.1.2. Potencial-padrão de um eletrodo
galvânica, pois é ela a responsável por neutralizar as
cargas das soluções (já que o ânodo vai estar com Para expressar o potencial elétrico na
muitos cátions atraindo elétrons para a placa metálica, eletroquímica, foi escolhido como referencial o
impedindo a oxidação e o cátodo vai estar com muitos eletrodo-padrão de hidrogênio, a concentração de
ânions repelindo a chegada de elétrons, impedindo a 1,0mol/L, 100kPa, 25ºC, e a partir deste foram
redução), e também tem como função fechar o circuito estabelecidos os potenciais padrões (Eo) de cada
para que este possa ter um fluxo contínuo de elétrons elemento.
tanto na parte externa quanto um fluxo ordenado de É importante destacar que quanto maior o
cátions e ânions na parte interna. potencial padrão de um elemento, maior é a
tendência de receber elétrons, ou seja, de sofrer
redução. Por isso, essa grandeza também é
conhecida como potencial padrão de redução.
(Consulte os potenciais padrões de redução ao final
deste material).

2.1.3. Previsão da força eletromotriz de uma pilha


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∆Eº = Eº(recebe) - Eº(perde)
A força eletromotriz de uma pilha (∆Eº), nas
condições-padrão é dada pela diferença dos ∆Eº = EºCu2+ - EºZn2+
potenciais-padrão de cada eletrodo da pilha e é
expressa por:
∆Eº = + 0,34 - (- 0,76)
∆Eº = Eºeletrodo que recebe e´ - Eºeletrodo que perde e´ ∆Eº = + 1,10 V
Por exemplo, no caso da pilha de Daniell, temos: 2.1.4. Caráter oxidante e redutor de mesmas
espécies químicas
Zn2+(aq) + 2 e- ↔ Zn( s) Eºred = - 0,76 V
Cu2+(aq) + 2 e- ↔ Cu( s) Eºred = + 0,34 V É importante destacar que um mesmo eletrodo
pode sofrer oxidação ou redução, dependendo da
situação. Veja o exemplo a seguir:

2.1 Eletrólise ou Célula Eletrolítica o Eletrodos presentes em um mesmo


compartimento
o Existe apenas 1 tipo de eletrólito
 Principais características da eletrólise: o As concentrações e pressões não estão
o Reação não espontânea nas condições padrões.
o Dividida em Ígnea e Aquosa.
o Precisa de energia elétrica para ocorrer É importante saber que as nomenclaturas na
eletrólise mudam um pouco, como segue:

2.1.1 Eletrólise Ígnea

É o nome de uma reação química provocada pela passagem de corrente elétrica através de um composto
iônico fundido

Acompanhe o exemplo:

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2.1.2 Eletrólise Aquosa

É o nome de uma reação química provocada pela passagem de corrente elétrica através de uma solução
aquosa de eletrólito. Nesta eletrólise, devemos considerar a facilidade de descarga dos eletrodos em relação à
água. Veja a tabela e os exemplos a seguir:

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variação do potencial de uma pilha em determinado
instante a partir das concentrações em quantidade de
matéria das soluções dos eletrodos:

𝑅𝑇
𝐸 = 𝐸0 − . ln 𝑄
𝑛𝐹
Nessa equação, o significado de seus
componentes é o seguinte: “E0“é a força eletromotriz ou
potencial padrão da pilha correspondente (que se obtém
a partir dos potenciais padrões dos eletrodos); “n” é o
número de elétrons transferidos; “Q” é o quociente de
reação; “R” a constante dos gases ideais em J.K-1.mol-1;
“T” é a temperatura em Kelvin e “F” é a constante
2.2 Estequiometria das reações eletroquímicas deFaraday (96.485C.mol-1). Esse quociente é o produto
das concentrações das espécies ativas do segundo
 Lei de Faraday: A quantidade do produto membro da reação de oxi-redução, elevadas a seus
formado ou do reagente consumido por uma respectivos coeficientes estequiométricos (coeficientes
corrente elétrica é estequiometricamente que precedem as fórmulas na equação química
equivalente à quantidade de elétrons fornecidos. equilibrada), e seu denominador é o produto análogo das
concentrações dos reagentes. Quando a concentração
 Constante de Faraday – O módulo da carga que tem lugar em uma pilha alcança o estado de
elétrica de um mol de elétrons (9,65 x 104) é equilíbrio, a força eletromotriz da pilha torna-se zero, o
conhecido como Constante de Faraday e quociente de reação coincide com a constante de
simbolizado por F. equilíbrio e a equação de Nernst é, então, expressa da
seguinte maneira:
 A carga elétrica, em coulombs, que passa por
um circuito pode ser calculada multiplicando-se a
corrente elétrica (i), em ampères, pelo intervalo
de tempo (t), em segundos: 𝑅𝑇
𝐸0 = . ln 𝐾
𝑛𝐹
𝑄 = 𝑖. 𝑡
Essa expressão possibilita o cálculo da
 Assim, usando-se um amperímetro e um
constante de equilíbrio, tendo como base a força
cronômetro, pode-se determinar a carga elétrica
eletromotriz padrão. As principais aplicações práticas da
que sai de um eletrodo, ou que chega a ele. E
equação de Nernst são a determinação eletroquímica do
 Esta carga elétrica corresponde a certa pH de uma solução e a determinação do produto de
quantidade de elétrons fornecidos, permitindo, solubilidade de um sal.
desta forma, combinar a quantidade de elétrons
fornecidos com a razão molar decorrente da
estequiometria da reação do eletrodo para
deduzir a quantidade do produto obtido.

2.3 Equação de Nernst

A medida que uma reação prossegue, as


concentrações dos reagentes e produtos se alteram e,
numa célula eletroquímica, a ddp (diferença de potencial
ou força eletromotriz) se torna zero quando a reação
alcança o equilíbrio.
O físico-alemão Walther Hermann Nernst (1864-
1941) deduziu uma equação que permite calcular a

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