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Eletrotermofototerapia

ELETROTERAPIA

Unidade 1 / Aula 1

Princípios físicos da corrente elétrica


Introdução da unidade

Objetivos da Unidade

Ao final desta Unidade, você será capaz de:

 definir os conceitos básicos e essenciais da eletroterapia;


 esclarecer como são realizadas as aplicações dos recursos eletroterápicos;
 descrever as reações e benefícios da eletroterapia.

Olá, estudante!

Vamos iniciar agora a disciplina de Eletrotermofototerapia.

O conteúdo a ser desenvolvido nesta aula é de suma importância para sua vida

profissional, pois nela você encontrará conceitos básicos e essenciais da eletroterapia,

conceitos estes que estarão presentes em cada aplicação dos recursos eletroterápicos,

também chamados de equipamentos, em toda a esfera da estética.

Tais recursos, quando aplicados no corpo, promovem reações e benefícios os quais

você, futuro profissional, deverá conhecer.

A eletroterapia é um recurso que utiliza a corrente elétrica com o objetivo de promover

a analgesia, a redução de edemas, o fortalecimento muscular, e que é aplicado para o

tratamento de diversas disfunções estéticas faciais e corporais.

As correntes terapêuticas podem ser classificadas de diferentes maneiras, sendo:

 pelos efeitos que elas produzem sobre o organismo.


 pela frequência de repetição dos impulsos elétricos.
 segundo as formas de impulso elétrico.

Os efeitos promovidos pelas estimulações elétricas dependerão do tipo de intensidade

da corrente administrada bem como das características do tecido alvo.

Correntes terapêuticas
As correntes utilizadas na estética através dos recursos eletroterápicos são:

Corrente contínua ou galvânica

Tem a característica de ser monofásica e contínua, de modo que o fluxo de corrente se

dá em direção ao polo positivo, não sendo intervalado por ciclos. Esta corrente pode

apresentar diferentes efeitos bioquímicos em seus pólos. Historicamente, é identificada

como a mais antiga corrente empregada de forma terapêutica. Uma técnica muito usada

na estética e que utiliza esta corrente é a ionização.

Corrente alternada

Trata-se de uma corrente cujo fluxo contínuo de elétrons é bidirecional, ou seja, em um

momento, o fluxo de elétrons é em direção ao pólo positivo, em outro, o fluxo é em

direção ao polo negativo, ocorrendo, assim, uma inversão de polaridade.

Para que o estímulo elétrico alcance o tecido do cliente, é necessário que se estabeleça

um circuito elétrico. A fim de se estabelecer esse circuito, faz-se necessária uma fonte

elétrica representada por uma tomada, onde a distribuição de energia varia de 127 V a

220 V (padrão nacional). Tal fonte de tensão impulsiona uma corrente elétrica em

direção ao eletroestimulador, que é um modulador de corrente (esculpe uma onda

elétrica), a qual é transferida, por meio de cabos condutores, até os eletrodos que estão

em contato direto com a pele do paciente. Dessa forma, o estímulo elétrico ocorrerá na

região entre os eletrodos. Os eletrodos são constituídos de fios de cobre isolados por

um material emborrachado cuja função é impedir que o meio externo interfere no fluxo

da corrente elétrica.

A extremidade dos eletrodos possui estruturas chamadas de conectores, os quais são

diferenciados pelas cores vermelha e preta. Eles são ligados aos eletrodos que estão em

contato com a pele.

O conector da cor preta é o cátodo, que possui carga elétrica negativa. Sendo assim, íons

ou moléculas com carga positiva serão atraídos em direção a ele, e íons ou moléculas

com carga elétrica negativa serão repelidos.


O conector de coloração vermelha corresponde ao ânodo, que possui carga elétrica

positiva. Sendo assim, íons e moléculas de carga elétrica negativa serão atraídos em

direção a ele.

Alguns parâmetros ou grandezas físicas são fundamentais para a busca dos efeitos

biológicos gerados pelos estímulos elétricos. E são essas grandezas, parâmetros

empregados, tipos de corrente e interação com os tecidos biológicos que serão

abordados neste livro. Na área da estética, essa aplicabilidade está relacionada com os

equipamentos conhecidos como ultrassom, corrente russa, criolipólise, radiofrequência,

vacuoterapia, jato de plasma e eletrocautério.

Introdução da aula

Qual é o foco da aula?

Nesta aula, você aprenderá quais os conceitos e quais são os princípios necessários para

a aplicação dos recursos eletroterápicos.

Objetivos gerais de aprendizagem

Ao final desta aula, você será capaz de:

 classificar os princípios da eletroterapia;

 explicar a atuação do profissional da estética;

 definir os princípios físicos da corrente elétrica.

Situação-problema

Começaremos esta aula tratando dos princípios da eletroterapia e de sua relação com a

atuação do profissional da estética.

Interação dos agentes físicos com os agentes biológicos

Considera-se agente físico terapêutico todo material ou ação empregada para obter ou

estimular uma resposta fisiológica no organismo e que desencadeia uma resposta

terapêutica.
Neste raciocínio, todo agente físico será portador de uma energia, a qual poderá ser

térmica, mecânica ou eletromagnética e que, na sua interação com o material biológico

(a pele), cederá ou receberá parte dessa energia.

É importante lembrar que nosso organismo é formado por células, as quais necessitam

de energia para seu completo funcionamento. Por diversos motivos, a energia das nossas

células, especialmente em quadros patológicos, estará deficiente e, portanto, precisará

de uma fonte eterna de estimulação para se recompor ou ter sua manutenção favorecida.

Nesse sentido, é muito importante termos claros os conceitos de agentes físicos e

energia. Assim, sempre que falamos em agentes físicos, fazemos referência a um tipo de

energia que será gerada e liberada por determinado equipamento e absorvida por um

tecido biológico.

Essas energias, ao interagirem com os tecidos biológicos ou orgânicos, produzem

respostas. A primária é uma reação química. Um exemplo dela, na área da estética, é na

aplicação da galvanoterapia para o envelhecimento cutâneo, resultando na produção de

ácido sobre o eletrodo positivo e hidróxido de sódio no eletrodo negativo, o que gera,

consequentemente, importantes alterações no pH cutâneo.

Essa sequência de respostas está condicionada ao tipo de energia emitida, bem como à

forma por meio da qual será transferida aos tecidos.

Represen
tação esquemática da interação dos agentes físicos com o meio biológico. Fonte:
adaptada de Agne (2013).
Se a quantidade de estímulos for adequada, teremos uma ação terapêutica de acordo

com a corrente empregada; em contrapartida, se ela for empregada de maneira

inadequada, excessivamente, poderá acarretar uma ação lesiva no organismo.

A fim de que possamos entender os efeitos dos agentes físicos, é necessário estabelecer

parâmetros para a interação deles com o meio biológico (AGNE, 2013). Assim, com o

intuito de que os efeitos desejados ocorram, será estabelecida uma relação do estímulo

com a resposta, ou seja, existirá uma estreita relação entre a dosimetria (quantidade de

energia distribuída em determinada área) e os efeitos produzidos pelos agentes físicos.

Outro ponto muito importante é que, além da escolha do agente físico, faz-se necessário

estabelecer todos os parâmetros de emissão dele, como a intensidade e a forma.

Um agente físico pode produzir efeitos totalmente opostos, isto é, podem-se estabelecer

parâmetros direcionados aos efeitos terapêuticos ou, caso a dosimetria seja muito alta, é

possível que haja dano tissular.

Vamos tratar agora da parte básica da eletroterapia, que são os conceitos básicos da

física, os quais norteiam toda a disciplina.

Matéria é tudo o que tem massa e que ocupa lugar no espaço (por exemplo, ar, cadeira,

caneta). Toda matéria é constituída por átomos, compostos por partículas sub atômicas,

os prótons, que possuem carga elétrica positiva e estão localizados no núcleo do átomo;

os nêutrons, que não apresentam carga; e os elétrons, que têm carga elétrica negativa.

Os prótons e os nêutrons têm a mesma massa e o mesmo tamanho, já os elétrons

possuem massa inferior.

Existem dois tipos de cargas: a chamada positiva, representada pelo símbolo (+), e a

negativa, representada pelo símbolo (-). Adotou-se a carga positiva para o tipo de carga

do próton e a negativa para o tipo de carga do elétron. Foi constatado também que a

interação entre essas cargas ocorre da seguinte forma: cargas com o mesmo sinal se

repelem enquanto cargas com sinais opostos se atraem, característica básica de uma

corrente muito usada na estética que é chamada de corrente galvânica.


A corrente elétrica é caracterizada como sendo um

“fluxo de elétrons entre os extremos de um condutor, de forma ordenada quando

submetidos a uma diferença de potencial” (AGNE, 2013).

Esse movimento, ou fluxo ordenado de elétrons, em direção à pele deverá vencer a

resistência dela e, então, estimular as diferentes inervações.

Luciana é estudante do curso de Estética e Cosmética e está por iniciar seu estágio

obrigatório supervisionado. Após a realização da divisão dos estudantes em suas

respectivas áreas de estágio, Luciana foi selecionada para a área de

Eletrotermofototerapia. Ela sempre teve curiosidade sobre a ação da eletroterapia no

organismo e sobre o funcionamento do equipamento pelos princípios físicos da corrente

elétrica, pois sabe que estes conceitos farão parte de sua vida profissional.

Luciana, muito dedicada, resolve, então, rever os conteúdos da disciplina ministrada em

sala de aula para se preparar ainda mais e ter uma ótima atuação em seu estágio.

Lembrou-se das aulas de Eletrotermofototerapia, durante as quais os docentes do curso

sempre advertiram sobre a necessidade de os equipamentos terem registro na Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um órgão que é regulamentado pela Lei nº

8.080, de 19 de setembro de 1990. Ela tem como principal objetivo realizar atos

administrativos em prol da saúde, como fiscalizar, autuar, intervir e aplicar alvarás para

a efetivação da segurança da saúde no País. O equipamento, tendo registro na Anvisa, é

uma segurança e uma maneira de evitar acidentes e de oferecer um trabalho eficiente e

seguro aos clientes.

Ao chegar na clínica, seu local de estágio, Luciana encontra a docente Juliana, que será

sua supervisora. Juliana informa que os atendimentos serão prestados à comunidade e

apresenta o setor de eletrotermofototerapia, o qual conta com muitos aparelhos que

serão utilizados pelos estudantes. A supervisora apresenta cada aparelho, relata suas

principais características, indicações e contra indicações.


Luciana ficou encantada com a quantidade de recursos e de benefícios proporcionados

por esses aparelhos. Ao observar atentamente alguns deles, Luciana notou que o fio que

conecta os equipamentos eletroterápicos à rede elétrica tem diâmetro bem maior do que

os fios os quais conectam os eletrodos ao cliente.

Você já parou para pensar se existe uma razão para isto? Será que os fios que conectam

os eletrodos são mais finos somente por aparência ou para ficarem menos pesados e

mais “bonitos” esteticamente?

Vamos ajudar Luciana a responder esses questionamentos!

Estudante, observe quantos conceitos são necessários para a aplicação dos recursos

eletroterápicos. A união da teoria com a prática, no decorrer das disciplinas, fará de

você um profissional diferenciado para o mercado de trabalho.

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