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Apresentação
Nesta aula, falaremos sobre a utilização da corrente elétrica como recurso terapêutico, definindo seus principais
componentes e a diferença entre as correntes terapêuticas.
Veremos ainda como cada tipo de corrente tem influência nos tecidos, podendo causar contração muscular e analgesia,
entre outros efeitos.
Objetivos
Identificar os principais conceitos da eletroterapia;
Eletroterapia
A eletroterapia consiste na utilização de correntes elétricas para uso terapêutico. O uso da eletricidade na terapia, como
mencionado na aula 1, começa por volta de 400 a.C com o choque elétrico proveniente de peixes elétricos no tratamento
de dores de cabeça e artrite.
A estimulação elétrica envolve o uso de corrente elétrica para induzir a contração muscular e alterações sensoriais, reduzir
o edema, acelerar a cicatrização do tecido, entre outros efeitos fisiológicos e terapêuticos. A aplicação clínica varia
dependendo da forma da onda, da intensidade e outros parâmetros, além do tipo de tecido ao qual essas correntes são
aplicadas.
Para sabermos como o fluxo de corrente elétrica afeta os tecidos biológicos, precisamos antes esclarecer alguns
conceitos relacionados à eletricidade.
Positivo ou negativo?
Todos os corpos são compostos por um grande número de átomos, que contêm carga positiva, denominadas de prótons;
ou carga negativa, denominada de elétrons. Quando um corpo ganha elétrons, ele fica carregado negativamente. Quando o
corpo perde elétrons, ou seja, fica com excesso de prótons, ele está carregado positivamente.
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Chamamos de íons quando o átomo adquire carga elétrica pelo ganho ou perda de elétrons. Os íons são classificados em
cátions (íons positivos) ou ânions (íons negativos).
Potencial elétrico
Essas partículas carregadas possuem energia elétrica, sendo capazes, assim, de se moverem da região com
concentração mais elevada para uma mais baixa, estabelecendo assim o que chamamos de diferença de potencial
elétrico.
As partículas com carga positiva tendem a se movimentar em direção a partículas com carga negativa e vice-versa. Essa
movimentação só ocorre se tiver diferença de potencial entre dois pontos (voltagem), uma força eletromotriz ou tensão, e
é medida em volts (V).
Corrente elétrica
A corrente elétrica ocorre quando a movimentação desses elétrons gera um fluxo ordenado. Ou seja, é um movimento de
elétrons quando há diferença de potencial entre os extremos de um condutor na tentativa de equilibrar as cargas. Ela flui
do polo negativo (cátodo, concentração elevada de elétrons), para o polo positivo (ânodo, baixa concentração de elétrons).
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A unidade de medida da intensidade da corrente elétrica é o Ampère (A). No caso na fisioterapia, o fluxo de corrente é
descrito em miliampères (mA) ou microampères (µA).
Os elétrons podem se mover em uma corrente com uma certa facilidade através dos condutores, que denominamos
condutância. Metais são bons condutores de eletricidade. Já os materiais que não permitem uma boa movimentação de
cargas elétricas são chamados de isolantes ou dielétricos. Exemplos de isolantes são a borracha, madeira, vidro e
plásticos.
Quando há dificuldade na passagem de elétrons em um material condutor chamamos de resistência ou impedância
elétrica. A unidade de medida da resistência é o ohm.
Atenção
Um circuito elétrico com alta resistência terá menos fluxo de corrente do que um circuito com menos resistência e a
mesma voltagem. Assim concluímos que corrente em um circuito elétrico é diretamente proporcional à voltagem e
inversamente proporcional à resistência; essa é a definição da lei de Ohm.
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A quantidade de glândulas sudoríparas e a umidade da pele também influenciam na condutividade da corrente elétrica.
Pessoas idosas, que tendem a apresentar pele mais ressecada, apresentam impedância elétrica maior do que jovens.
Assim sendo, a capacidade de conduzir corrente elétrica é proporcional à quantidade de água dos tecidos. O músculo é
composto por cerca de 75% de água e depende do movimento de íons para a contração. Tendões e gordura subcutânea
são considerados condutores ruins. Como o osso contém apenas 5% de água, é considerado o pior condutor biológico da
corrente elétrica.
Quando os elétrons fluem através de um condutor, colidem com os átomos existentes no material do condutor, havendo
transferência de energia e consequentemente aquecimento do condutor. Ou seja, há transformação da energia cinética em
térmica. Medimos essa energia em joule.
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Chamamos de resistor um dispositivo eletrônico capaz de oferecer uma resistência à passagem da corrente elétrica. A
potência do resistor é medida em Watts (1 joule/segundo). A energia elétrica ou potência é produto da tensão (volts) e da
quantidade de fluxo de corrente (ampères). Watts = volts x ampères.
Os equipamentos terapêuticos são capazes de gerar diferentes tipos de corrente, e cada tipo produzirá efeitos específicos
nos tecidos e uma variedade de respostas terapêuticas. Veremos agora a classificação dessas correntes elétricas.
Direta
Corrente direta: Caracterizada por um fluxo ininterrupto de elétrons, ou seja, de forma contínua. Os elétrons se
deslocam em uma única direção (unidirecional, ao polo positivo). O gerador desse tipo de corrente mantém os
extremos do circuito carregados negativamente ou positivamente. Graficamente possui apenas uma fase, positiva ou
negativa, ou seja, possui efeitos polares.
Corrente alternada: Caracterizada por um fluxo bidirecional de elétrons, ou seja, num momento os elétrons se
deslocam em uma direção e, em outro, seguem para outra.
O gerador desse tipo de corrente origina uma troca contínua de polaridade nos extremos do circuito, variando a
polaridade: O eletrodo ora é positivo, ora é negativo. Graficamente possui duas fases, a positiva e a negativa, e não
possui efeitos polares.
Podemos ainda citar uma variação das correntes direta ou alternada, que é a corrente pulsada. Nessa corrente, o fluxo de
elétrons possui intervalos de pausas, ou seja, há períodos sem fluxo de corrente, a movimentação dos elétrons é
interrompida por períodos.
Todas as correntes terapêuticas possuem características semelhantes, sendo necessária a padronização dos termos
utilizados em eletroterapia para evitar confusão na hora da prescrição fisioterapêutica, ou mesmo na elaboração e
divulgação de materiais científicos.
Terminologia em eletroterapia
Terminologia em eletroterapia
Formas de onda – uma forma de onda individual é chamada de pulso. E as correntes utilizadas na prática
clínica podem apresentar diferentes formas de onda (pulso), sendo comumente classificadas de triangular
(farádica), senoidal (diadinâmica, interferencial), quadrática (TENS) e contínua (galvânica). Um pulso pode
conter uma ou mais fases.
Fase – é a unidade fundamental das correntes em pulso. A fase é um corte individual de um pulso, por um
período mensurável, que se origina acima ou abaixo do valor de referência (linha de base). Sendo assim, o
número e o tipo de fases classificam o tipo de pulso e, consequentemente, a carga liberada por cada fase é a
que afeta os tecidos do corpo.
Chamamos de monofásicas quando a corrente apresenta pulsos em apenas uma fase (positiva ou negativa) e o
fluxo de corrente é unidirecional. Assim, a corrente direta é uma corrente monofásica.
E bifásica quando a corrente apresenta formas de onda nas duas fases, com cada uma delas ocorrendo nos
lados opostos da linha de base: O fluxo da corrente é bidirecional. A corrente alternada é referida como corrente
bifásica.
As formas de onda bifásicas podem ser simétricas ou assimétricas. Quando a forma e o tamanho do pulso são
idênticos, tanto na direção positiva quanto negativa, chamamos de pulso bifásico simétrico. Diferentemente, uma
onda bifásica assimétrica possui formatos diferentes para cada fase (positiva e negativa).
Observa-se na prática que a aplicação de pulsos simétricos tende a ser menos dolorosa, pois possui quantidade
igual de estimulação sob ambos eletrodos.
Duração de pulso – é a quantidade de tempo que dura cada pulso, desde o começo da primeira fase até o
final da última fase; ou seja, é a distância horizontal necessária para completar uma forma de onda
completa. Mede quanto tempo dura um estímulo elétrico, a duração da passagem da corrente para os
tecidos. É medido em milissegundos (ms) ou microssegundos (µs).
Na corrente monofásica, duração de pulso e duração de fase são termos equivalentes. Já na bifásica é a soma
total das duas durações de fase (positiva e negativa).
É importante na determinação do tipo de tecido que será estimulado. Se a duração de pulso/fase for muito curta,
a corrente não conseguirá desencadear nenhum tipo de potencial de ação. Se aumentarmos a duração da fase,
podemos despolarizar diferentes tecidos pela corrente elétrica.
Frequência – é definida como o número de ciclos emitidos por segundo, ou seja, a frequência com que os
elétrons passam na corrente. É a quantidade de pulsos por segundo, medida em Hertz (Hz). Escolhemos a
frequência de acordo com o objetivo de tratamento. As correntes podem ser classificadas quanto à sua
frequência em:
oBaixa frequência – frequência na faixa de 1 a 1.000Hz, ou seja, apresenta menos de 1.000 ciclos/pulsos por
segundo. Exemplo: Galvânica, Farádica, Diadinâmicas, TENS e FES;
oMédia frequência – varia de 1.000 a 100.000 ciclos por segundo, com frequência na faixa de 1.000 a 100.000Hz.
Exemplo: Interferencial e Corrente Russa;
oAlta frequência – apresenta ciclos maiores do que 100.000 por segundo, com frequência acima de 100.000 Hz.
Exemplo: Ondas curtas, ultrassom e micro-ondas.
A frequência é inversamente proporcional à largura da onda, ou seja, quanto maior a largura da onda, menor será
a frequência.
A frequência interfere no limiar sensitivo e frequências maiores desencadeiam percepções menores, pois
frequências maiores apresentam menor resistência da pele à passagem de corrente elétrica, sendo mais
agradáveis. Assim, níveis de dor e sensações desagradáveis são minimizados pela utilização de pulsos estreitos
com frequências elevadas.
Falaremos mais das correntes de baixa e média frequência e seus efeitos nas próximas aulas.
Amplitude do pulso – a amplitude de cada pulso reflete a intensidade da corrente aplicada. A intensidade é a
amplitude máxima pico-a-pico do ciclo, ou seja, a ponta do mais alto ponto de cada fase. É medida em
ampères, no caso da terapia em mili(mA) ou microampères (µA). O termo amplitude é sinônimo de voltagem
e intensidade da corrente. Assim sendo, quanto mais alta a amplitude, maior o pico da voltagem ou a
intensidade.
Modulação – é qualquer alteração que se realiza na corrente original, seja na amplitude, na largura ou na
frequência do pulso, bem como trens de pulso ou burst.
A modulação de amplitude é quando há variações na amplitude de pico de uma série de pulsos. Na modulação
em frequência ocorrem variações cíclicas no número de pulsos aplicados por unidade de tempo.
Nas modulações por trens de pulso ou burst a corrente flui por uma curta duração e, em seguida, é desligada por
um breve período (intervalo) em um ciclo repetitivo. Há uma combinação de pulsos que são comumente
chamados de trens de pulso ou burst.
Associa-se a modulação em amplitude com a de trens de pulso em estimulações excitomotoras. A variação nos
trens de pulso promove ciclos de contração e relaxamento, minimizando assim o aparecimento de fadiga
muscular, permitindo uma contração mais agradável.
Nas modulações oscilantes, também chamadas de rampa, ocorre um aumento ou subida da amplitude de
corrente gradual até um máximo estabelecido, chamado de tempo de subida; depois, há o tempo de sustentação,
ou tempo on, seguido pelo tempo de descida e, finalmente, tempo off.
Esses períodos são comumente chamados de ciclos de repetição ou Ton – Toff, os quais dizem ao tempo de
liberação os não do trem de pulso. Essa modulação é clinicamente utilizada nos casos de estimulação
neuromuscular, permitindo o ajuste entre o período de contração e repouso.
É considerada um tipo muito confortável de corrente, pois permite um aumento gradual da intensidade de uma
contração muscular.
Outras formas de modulações são empregadas em longos períodos de estimulação, como na estimulação
elétrica nervosa transcutânea (TENS), podendo-se utilizar a modulação em frequência ou em amplitude ou ambas
em conjunto.
Eletrodos
A estimulação elétrica é transmitida por meio de eletrodos cutâneos. É um procedimento terapêutico não invasivo e de
grande aplicação clínica, com o objetivo de estimular tanto os nervos sensitivos quanto os motores.
Saiba mais
Os eletrodos têm como função básica a transmissão da corrente que está sendo produzida no equipamento para o
paciente. Quando os elétrons atingem o eletrodo, eles se movem em direção à periferia.
Resistência
O principal ponto de resistência para as terapias com corrente elétrica é o eletrodo. A interface entre o eletrodo e a pele é
também uma fonte de resistência à passagem da corrente.
São confeccionados com diversos tipos de materiais, como chumbo, alumínio, silicone, borracha e autoadesivos. Os
eletrodos de metal não apresentam resistência devido ao material, mas sim em função da interface eletrodo-pele.
Para diminuir a resistência, utiliza-se uma esponja embebida em água, que fornece íons para a transmissão da corrente.
Os eletrodos de silicone/borracha fornecem resistência devido ao seu material. Na interface eletrodo pele, para minimizar,
utiliza-se um gel de acoplamento. Os eletrodos autoadesivos geram uma maior resistência ao fluxo de corrente.
Acoplamento
Os eletrodos não podem ser acoplados diretamente sobre a superfície cutânea, podendo ocorrer queimaduras no uso de
correntes polarizadas. Geralmente utiliza-se a esponja vegetal embebida em água no caso de eletrodos metálicos, e gel no
caso de eletrodos flexíveis.
No eletrodo autoadesivo o gel de condução é parte do eletrodo, dispensando assim o uso do gel; possuem uma vida útil
muito curta, e perdem com o tempo sua condutividade, devendo ser substituídos com maior frequência, aumentando
assim o custo da terapia.
Tamanho
Possuem diversos tamanhos. Existe uma relação entre o tamanho do eletrodo, a resistência da pele e a densidade de
corrente, indicando que eletrodos menores apresentam resistências e densidade de corrente maiores.
O terapeuta deve selecionar o tamanho do eletrodo de acordo com a área e a profundidade a serem estimuladas.
Eletrodos menores do que área a ser tratada geram resistências altas, e eletrodos pequenos para estimulação
neuromuscular podem apresentar resultados insatisfatórios.
Posicionamento
O posicionamento dos eletrodos varia de acordo com a patologia a ser tratada ou os efeitos desejados. Quando os
eletrodos estão muito próximos um do outro, a corrente flui superficialmente, formando um número relativamente
pequeno de caminhos paralelos.
À medida que a distância entre eles aumenta, a corrente pode atingir os tecidos mais profundamente. Entretanto, não se
deve afastar muito um eletrodo do outro, pois serão formados tanto circuitos paralelos que a especificidade da
estimulação diminui.
Técnica bipolar
Utiliza eletrodos do mesmo tamanho na mesma área de tratamento. Como o tamanho é igual, a densidade de
corrente é a mesma. Os efeitos fisiológicos sobre cada eletrodo são os mesmos.
Técnica monopolar
Utiliza um eletrodo pequeno, chamado de ativo, sobre um tecido-alvo, e outro eletrodo dispersivo maior é colocado
em outra parte do corpo. Assim, a densidade de corrente está concentrada no eletrodo ativo (menor), em que a
resposta fisiológica é desejada.
Técnica quadripolar
Utiliza dois conjuntos de eletrodos bipolares, com cada um se originando de seu próprio canal elétrico. As correntes a
partir de cada um dos dois canais se cruzam, intensificando os efeitos do tratamento; assim, os sinais elétricos de
cada série se somam. Um exemplo é a estimulação interferencial. Pode-se também posicionar os eletrodos de forma
paralela, como no TENS.
Comentário
Devemos ter em mente que esses efeitos dependem dos parâmetros de tratamento citados acima. Os principais efeitos
fisiológicos da eletroterapia são resultado da despolarização de nervos sensoriais, motores ou nociceptivos. Para entender
o que é despolarização, precisamos relembrar potencial de membrana e de ação.
Geralmente, a membrana em estado de repouso está com o exterior mais positivo do que o interior. Esse potencial de
membrana se mantém, pois a maior parte dos íons sódio está fora da célula, e a maioria dos íons potássio está dentro,
deixando o interior mais negativo do que o exterior. Esse mecanismo é a bomba de sódio/potássio.
Quando o potencial de membrana se torna muito positivo, a permeabilidade ao sódio diminui e os canais de potássio se
abrem rapidamente, aumentando a permeabilidade ao potássio, devolvendo a polaridade da membrana ao estágio de
repouso (negativa).
O primeiro estágio do potencial de ação é chamado de despolarização. O retorno seguinte do potencial de ação a seu valor
negativo de repouso é chamado de repolarização.
Saiba mais
Período refratário – enquanto um nervo está despolarizado, ele não pode conduzir um segundo impulso até que sua
membrana se repolarize; ou seja, quando um impulso está passando ao longo da fibra nervosa, não há geração de
potencial de ação adicional. A fibra nervosa é incapaz de reagir a um segundo estímulo.
Lei do tudo ou nada
Quando há transmissão do impulso nervoso, esse impulso será propagado em ambas as direções da fibra nervosa, até
que toda a fibra entre em atividade. O estímulo tem que possuir uma determinada intensidade para gerar um potencial de
ação.
A quantidade de eletricidade necessária para produzir um potencial de ação depende do tipo de nervo, da amplitude de
corrente e da duração de pulso. A interação entre amplitude e duração de pulso é a base da especificidade dos efeitos da
estimulação elétrica.
Geralmente, amplitudes de corrente menores e duração de pulso mais curta podem despolarizar nervos sensitivos,
enquanto amplitudes mais altas ou pulsos mais largos são utilizados para despolarizar nervos motores.
A maior parte dos nervos periféricos é mista, possuindo uma combinação de nervos sensitivos e motores. Ao aplicarmos
um estímulo elétrico a um nervo misto, a ordem de resposta a esse estímulo é, em primeiro lugar, sensorial, com o
paciente relatando uma sensação de “formigamento” devido à despolarização de fibras Aβ.
Após encontrarmos o limiar de sensibilidade e aumentarmos mais a intensidade (amplitude), serão recrutadas as fibras
motoras, que irão proporcionar a contração muscular. Por último, são estimuladas as fibras nociceptivas (fibras Aδ e fibras
C), e o paciente perceberá uma sensação dolorosa. Se aumentarmos ainda mais a intensidade, o paciente sentirá
contrações e dor.
Entretanto, corrente contínua, corrente monofásica pulsada e ondas bifásicas desbalanceadas deixam carga no tecido
devido ao desequilíbrio de cargas. Essa carga pode produzir efeitos iônicos. Nesse tipo de estimulação, o eletrodo
negativo (cátodo) atrai íons carregados positivamente (cátions); o eletrodo positivo (ânodo) atrai íons carregados
negativamente (ânions).
Os efeitos iônicos podem ser utilizados para repelir moléculas de medicamentos ionizados, favorecendo a penetração
transdérmica de medicamentos, técnica conhecida por iontoforese; podem ser também utilizados para tratar condições
inflamatórias, facilitar a cicatrização tecidual e reduzir a formação de edema.
Nas aulas seguintes abordaremos melhor cada tipo de corrente com efeitos iônicos e suas aplicações.
Indicações gerais da Contraindicações
estimulação elétrica: gerais da estimulação
- Controle da dor aguda e elétrica:
crônica; - Portadores de marcapasso;
- Útero gravídico;
- Cicatrização tecidual;
- Neoplasias.
- Reeducação muscular;
- Consolidação de fraturas;
- Mudança da permeabilidade
de membrana.
Atividades
1. Indique verdadeiro ou falso: Os elétrons tendem a fluir de áreas com baixa concentração para áreas com alta
concentração.
2: Complete a frase:
a) Contínua
b) Alternada
c) Pulsada
d) Simétrica
e) Galvânica
4. Sabemos que a modulação é qualquer alteração que se realiza na corrente original. Quando aumentamos
gradativamente a amplitude de corrente até seu nível máximo, estamos modulando a corrente em:
a) Trens de pulso
b) Modo contínuo
c) Modo pulsado
d) Rampa
5. O posicionamento dos eletrodos é importante para desempenhar os efeitos desejados da estimulação elétrica. Indique
verdadeiro ou falso:
Para se aumentar a profundidade da corrente nos tecidos mais profundos, os eletrodos devem ser posicionados mais
distantes.
Notas
A corrente elétrica contínua atravessa a câmara que contém a mistura dos gases e excita os elétrons das moléculas de hélio.
Há um “choque” entre os átomos de hélio e neônio, transferindo-se energia para o neônio. Há excitação das moléculas do
neônio. Quando há perda da energia recebida, dá-se a emissão de fótons. A câmara que contém os gases é a câmara de
ressonância, comentada anteriormente.
A emissão desse laser se dá de forma contínua, com comprimento de onda de 632,8nm e é um laser visível, de cor vermelha.
A radiação por esse tipo de laser é obtida a partir da estimulação de um díodo semicondutor, formado por cristais de arseneto
de gálio. Pode ser chamado também de laser semicondutor ou laser diódico.
A emissão desse laser ocorre de forma pulsada, com comprimento de onda de 904nm, com cor infravermelha (não visível).
A posição é mantida de acordo com o tempo necessário. Quando precisamos irradiar uma área maior, o aplicador é removido e
recolocado em outro ponto, desligando-se a saída do aparelho durante a transferência e mantendo-se uma distância de 1 a
2cm entre eles.
Por exemplo, em feridas abertas. Geralmente, a caneta permanece a uma distância de 0,5 a 1cm da superfície de tratamento,
com incidência perpendicular.
Referências
BORGES, F.S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.
GUIRRO, E.C.O.; GUIRRO, R.R.J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3.ed. rev. ampl. Barueri:
São Paulo: Manole, 2004.
MICHELLE, H.; CAMERON, M.D.P.T. Physical Agents in Rehabilitation: From Research to Practice. Elsevier Health Sciences,
2012.
STARKEY, C. Recursos terapêuticos em Fisioterapia. 4.ed. São Paulo: Manole, 2017. Disponível em
https://bv4.digitalpages.com.br <https://bv4.digitalpages.com.br/> . Acesso em 25 jul. 2020.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 5.ed. Artmed Editora, 2009.
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