Você está na página 1de 53

Princípios físicos da corrente elétrica

O conteúdo a ser desenvolvido nesta aula é de suma importância para sua vida profissional, pois nela
você encontrará conceitos básicos e essenciais da eletroterapia, conceitos estes que estarão presentes em
cada aplicação dos recursos eletroterápicos, também chamados de equipamentos, em toda a esfera da
estética.

Tais recursos, quando aplicados no corpo, promovem reações e benefícios os quais você, futuro
profissional, deverá conhecer.

A eletroterapia é um recurso que utiliza a corrente elétrica com o objetivo de promover a analgesia, a
redução de edemas, o fortalecimento muscular, e que é aplicado para o tratamento de diversas disfunções
estéticas faciais e corporais.

As correntes terapêuticas podem ser classificadas de diferentes maneiras, sendo:


● pelos efeitos que elas produzem sobre o organismo.
● pela frequência de repetição dos impulsos elétricos.
● segundo as formas de impulso elétrico.

Os efeitos promovidos pelas estimulações elétricas dependerão do tipo de intensidade da corrente


administrada bem como das características do tecido alvo.

Correntes terapêuticas

As correntes utilizadas na estética através dos recursos eletroterápicos são:

Corrente contínua ou galvânica

Tem a característica de ser monofásica e contínua, de modo que o fluxo de corrente se dá em direção ao
polo positivo, não sendo intervalado por ciclos. Esta corrente pode apresentar diferentes efeitos
bioquímicos em seus pólos. Historicamente, é identificada como a mais antiga corrente empregada de
forma terapêutica. Uma técnica muito usada na estética e que utiliza esta corrente é a ionização.

Corrente alternada

Trata-se de uma corrente cujo fluxo contínuo de elétrons é bidirecional, ou seja, em um momento, o fluxo
de elétrons é em direção ao pólo positivo, em outro, o fluxo é em direção ao polo negativo, ocorrendo,
assim, uma inversão de polaridade.
Para que o estímulo elétrico alcance o tecido do cliente, é necessário que se estabeleça um circuito
elétrico. A fim de se estabelecer esse circuito, faz-se necessária uma fonte elétrica representada por uma
tomada, onde a distribuição de energia varia de 127 V a 220 V (padrão nacional). Tal fonte de tensão
impulsiona uma corrente elétrica em direção ao eletroestimulador, que é um modulador de corrente
(esculpe uma onda elétrica), a qual é transferida, por meio de cabos condutores, até os eletrodos que
estão em contato direto com a pele do paciente. Dessa forma, o estímulo elétrico ocorrerá na região entre
os eletrodos. Os eletrodos são constituídos de fios de cobre isolados por um material emborrachado cuja
função é impedir que o meio externo interfere no fluxo da corrente elétrica.

A extremidade dos eletrodos possui estruturas chamadas de conectores, os quais são diferenciados pelas
cores vermelha e preta. Eles são ligados aos eletrodos que estão em contato com a pele.

O conector da cor preta é o cátodo, que possui carga elétrica negativa. Sendo assim, íons ou moléculas
com carga positiva serão atraídos em direção a ele, e íons ou moléculas com carga elétrica negativa serão
repelidos.

O conector de coloração vermelha corresponde ao ânodo, que possui carga elétrica positiva. Sendo assim,
íons e moléculas de carga elétrica negativa serão atraídos em direção a ele.

Alguns parâmetros ou grandezas físicas são fundamentais para a busca dos efeitos biológicos gerados
pelos estímulos elétricos. E são essas grandezas, parâmetros empregados, tipos de corrente e interação
com os tecidos biológicos que serão abordados neste livro. Na área da estética, essa aplicabilidade está
relacionada com os equipamentos conhecidos como ultrassom, corrente russa, criolipólise,
radiofrequência, vacuoterapia, jato de plasma e eletrocautério.

Interação dos agentes físicos com os agentes biológicos

Considera-se agente físico terapêutico todo material ou ação empregada para obter ou estimular uma

resposta fisiológica no organismo e que desencadeia uma resposta terapêutica.

Neste raciocínio, todo agente físico será portador de uma energia, a qual poderá ser térmica, mecânica ou

eletromagnética e que, na sua interação com o material biológico (a pele), cederá ou receberá parte dessa

energia.
É importante lembrar que nosso organismo é formado por células, as quais necessitam de energia para

seu completo funcionamento. Por diversos motivos, a energia das nossas células, especialmente em

quadros patológicos, estará deficiente e, portanto, precisará de uma fonte eterna de estimulação para se

recompor ou ter sua manutenção favorecida.

Nesse sentido, é muito importante termos claros os conceitos de agentes físicos e energia. Assim, sempre

que falamos em agentes físicos, fazemos referência a um tipo de energia que será gerada e liberada por

determinado equipamento e absorvida por um tecido biológico.

Essas energias, ao interagirem com os tecidos biológicos ou orgânicos, produzem respostas. A primária é

uma reação química. Um exemplo dela, na área da estética, é na aplicação da galvanoterapia para o

envelhecimento cutâneo, resultando na produção de ácido sobre o eletrodo positivo e hidróxido de sódio

no eletrodo negativo, o que gera, consequentemente, importantes alterações no pH cutâneo.

Essa sequência de respostas está condicionada ao tipo de energia emitida, bem como à forma por meio da

qual será transferida aos tecidos.

Representação esquemática da interação dos agentes físicos com o meio biológico. Fonte: adaptada de
Agne (2013).
Se a quantidade de estímulos for adequada, teremos uma ação terapêutica de acordo com a corrente

empregada; em contrapartida, se ela for empregada de maneira inadequada, excessivamente, poderá

acarretar uma ação lesiva no organismo.

A fim de que possamos entender os efeitos dos agentes físicos, é necessário estabelecer parâmetros para a

interação deles com o meio biológico (AGNE, 2013). Assim, com o intuito de que os efeitos desejados

ocorram, será estabelecida uma relação do estímulo com a resposta, ou seja, existirá uma estreita relação

entre a dosimetria (quantidade de energia distribuída em determinada área) e os efeitos produzidos pelos

agentes físicos.

Outro ponto muito importante é que, além da escolha do agente físico, faz-se necessário estabelecer todos

os parâmetros de emissão dele, como a intensidade e a forma.

Um agente físico pode produzir efeitos totalmente opostos, isto é, podem-se estabelecer parâmetros

direcionados aos efeitos terapêuticos ou, caso a dosimetria seja muito alta, é possível que haja dano

tissular.

Vamos tratar agora da parte básica da eletroterapia, que são os conceitos básicos da física, os quais

norteiam toda a disciplina.

Matéria é tudo o que tem massa e que ocupa lugar no espaço (por exemplo, ar, cadeira, caneta). Toda

matéria é constituída por átomos, compostos por partículas sub atômicas, os prótons, que possuem carga

elétrica positiva e estão localizados no núcleo do átomo; os nêutrons, que não apresentam carga; e os

elétrons, que têm carga elétrica negativa. Os prótons e os nêutrons têm a mesma massa e o mesmo

tamanho, já os elétrons possuem massa inferior.

Existem dois tipos de cargas: a chamada positiva, representada pelo símbolo (+), e a negativa,

representada pelo símbolo (-). Adotou-se a carga positiva para o tipo de carga do próton e a negativa

para o tipo de carga do elétron. Foi constatado também que a interação entre essas cargas ocorre da
seguinte forma: cargas com o mesmo sinal se repelem enquanto cargas com sinais opostos se atraem,

característica básica de uma corrente muito usada na estética que é chamada de corrente galvânica.

A corrente elétrica é caracterizada como sendo um

“fluxo de elétrons entre os extremos de um condutor, de forma ordenada quando submetidos a uma

diferença de potencial” (AGNE, 2013).

Esse movimento, ou fluxo ordenado de elétrons, em direção à pele deverá vencer a resistência dela e,

então, estimular as diferentes inervações.

Luciana é estudante do curso de Estética e Cosmética e está por iniciar seu estágio obrigatório

supervisionado. Após a realização da divisão dos estudantes em suas respectivas áreas de estágio,

Luciana foi selecionada para a área de Eletrotermofototerapia. Ela sempre teve curiosidade sobre a ação

da eletroterapia no organismo e sobre o funcionamento do equipamento pelos princípios físicos da

corrente elétrica, pois sabe que estes conceitos farão parte de sua vida profissional.

Luciana, muito dedicada, resolve, então, rever os conteúdos da disciplina ministrada em sala de aula

para se preparar ainda mais e ter uma ótima atuação em seu estágio.

Lembrou-se das aulas de Eletrotermofototerapia, durante as quais os docentes do curso sempre

advertiram sobre a necessidade de os equipamentos terem registro na Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa), um órgão que é regulamentado pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Ela tem

como principal objetivo realizar atos administrativos em prol da saúde, como fiscalizar, autuar, intervir e

aplicar alvarás para a efetivação da segurança da saúde no País. O equipamento, tendo registro na

Anvisa, é uma segurança e uma maneira de evitar acidentes e de oferecer um trabalho eficiente e seguro

aos clientes.
Ao chegar na clínica, seu local de estágio, Luciana encontra a docente Juliana, que será sua supervisora.

Juliana informa que os atendimentos serão prestados à comunidade e apresenta o setor de

eletrotermofototerapia, o qual conta com muitos aparelhos que serão utilizados pelos estudantes. A

supervisora apresenta cada aparelho, relata suas principais características, indicações e contra

indicações.

Luciana ficou encantada com a quantidade de recursos e de benefícios proporcionados por esses

aparelhos. Ao observar atentamente alguns deles, Luciana notou que o fio que conecta os equipamentos

eletroterápicos à rede elétrica tem diâmetro bem maior do que os fios os quais conectam os eletrodos ao

cliente.

Você já parou para pensar se existe uma razão para isto? Será que os fios que conectam os eletrodos são

mais finos somente por aparência ou para ficarem menos pesados e mais “bonitos” esteticamente?

Vamos ajudar Luciana a responder esses questionamentos!

Estudante, observe quantos conceitos são necessários para a aplicação dos recursos eletroterápicos. A

união da teoria com a prática, no decorrer das disciplinas, fará de você um profissional diferenciado para

o mercado de trabalho

A eletroterapia consiste na aplicação de corrente elétrica com finalidade Terapêutica. Se pensarmos em


termos históricos, o emprego da corrente elétrica para fins terapêuticos advém de tempos remotos, nos
quais o agente gerador da corrente era um peixe capaz de produzir uma descarga relatada como
analgésica.

A história da aplicação da corrente elétrica com fins terapêuticos oferece uma trajetória bastante
extensa, sendo que os primeiros registros datam de 2750 a.C., quando os egípcios utilizavam descargas de
peixes elétricos com finalidade terapêutica (AGNE, 2006).

Algumas espécies de peixes elétricos eram empregadas em tratamentos em que se fazia necessária a
descarga elétrica. Entre essas espécies estavam a arraia elétrica da família Torpedinidae, conhecida como
peixe torpedo, o peixe gato da família Malapteruridae e o bagre elétrico do Congo. A intensidade medida
nessas espécies varia de 450 a 600 volts.
O método conhecido como iontoforese, por exemplo, teve origem em 1745 quando houve a tentativa de
administrar medicamentos por via transcutânea com a ajuda de uma máquina elétrica de corrente
elétrica contínua.

Agne (2006) cita que Werner von Siemens (1844) utilizou a corrente farádica para a analgesia do nervo
trigêmeo facial e que, na mesma época, dentistas americanos utilizaram a corrente farádica para
anestesia local.

A evolução da eletroterapia está alicerçada nas respostas fisiológicas aos diferentes estímulos elétricos a
que o corpo é capaz de responder.

O berço da eletroterapia é a Europa, mas a utilização desse recurso foi disseminada por todo o mundo.
No Brasil, o advento da eletroterapia ocorreu entre 1879 e 1883 no Rio de Janeiro.

A evolução da eletroterapia está alicerçada nessas teorias, pois, ao descobrirem os processos das
respostas fisiológicas aos diferentes estímulos elétricos, iniciou-se pelo mundo uma grande revolução na
produção de novas modalidades de eletroestimulação.

A eletricidade atua em cada célula e em cada tecido pelo qual ela flui, e o tipo e a extensão da resposta
proporcionada dependem do comportamento específico diante das características da corrente aplicada
entre elas, do tipo de corrente, da intensidade, da duração e da frequência, os quais serão tratados nesta
aula.

Agentes físicos

Para Agne (2013), o termo agente físico é todo material ou ação empregada para obter uma resposta
fisiológica no organismo e que, por sua vez, desencadeia um efeito terapêutico.

Dessa forma, todo agente físico será portador de energia, a qual poderá ser térmica, mecânica ou
eletromagnética e cuja interação com o material biológico (corpo) fará com que ceda toda ou parte de
sua energia.

Bases físicas da corrente elétrica

A eletricidade é definida como uma forma básica de energia e pode produzir efeitos significativos sobre
os tecidos biológicos.

A matéria é constituída por átomos, os quais são as menores partículas de um elemento e são formados
por elétrons, prótons e nêutrons.
O átomo é feito de um núcleo central carregado positivamente (constituído de prótons carregados
positivamente e nêutrons sem carga) e de partículas carregadas negativamente (elétrons) que orbitam ao
redor desse núcleo, lembrando um sistema solar em miniatura.

Os elétrons e os prótons são elementos que possuem carga elétrica. Na natureza, existem dois tipos de
cargas, uma positiva, representada pelo sinal (+), e uma negativa (-). Com isso, adotou-se a carga positiva
para o próton e a negativa para o elétron.

As interações entre essas cargas ocorrem por meio do princípio da atração cargas de sinais diferentes e
da repulsão de sinais iguais. Assim, um elétron e um próton são atraídos um para o outro, enquanto dois
elétrons se repelem.

A unidade de carga é o coulomb (C). Um elétron tem uma carga de 1,6 X IO"19 C, de modo que é
necessário um número muito grande de elétrons (6,2 X IO18) para fazer um coulomb.

Campos elétricos

Pode-se dizer que, em torno de qualquer partícula carregada, existe um campo elétrico.

Se uma carga menor, que está livre para se mover, é colocada no campo, os trajetos por onde se
movimentará são chamados de linhas de força (ou linhas de campo).

Quando há corrente elétrica em um condutor, não somente este é submetido a alterações, mas também a
região que o circunda. Forma-se, dessa maneira, um campo eletromagnético em volta do condutor.
Quanto maior a intensidade da corrente no condutor, mais forte é o campo eletromagnético ao seu redor.

Vamos agora conhecer os parâmetros físicos que envolvem os recursos eletroterápicos. O primeiro deles é
a corrente elétrica.

Corrente elétrica

Corrente elétrica é o fluxo de carga elétrica, geralmente elétrons, medido em ampère (A). Em alguns
materiais, como os metais, os átomos são ligados de modo a formar uma estrutura do tipo treliça e a
carga é transportada por elétrons (KITCHEN, 2003).

Agne (2013) explica também que corrente é um fluxo ordenado de elétrons entre os extremos de um
condutor quando submetidos a uma diferença de potencial.

“Em materiais nos quais os átomos são livres para se moverem, a carga é transportada por íons. Um
líquido no qual os íons são os transportadores de carga é chamado de eletrólito” (KITCHEN, 2003, p.
28).
A corrente elétrica que flui dentro de um condutor é medida por um equipamento amperímetro, e a
unidade em que é dada é o ampère. Esse fluxo ordenado de elétrons vai em direção à pele quando devem
vencer a resistência dela e, então, estimular as diferentes inervações.

Existem dois tipos de corrente elétrica: a contínua, que é caracterizada pelo fluxo de elétrons em uma
única direção, e a alternada, que é aquela em que a corrente flui primeiro por um caminho e depois por
outro. Nos tecidos biológicos, podem ser aplicadas, através dos eletrodos de superfície, a corrente
contínua (fluxo constante) e a alternada (fluxo bifásico).
Tipos de corrente elétrica

● Corrente contínua ou galvânica: é monofásica e contínua, de modo que o fluxo de corrente se dá


em direção ao pólo positivo e não é intervalado por ciclo. Esta corrente pode apresentar diferentes
efeitos bioquímicos em seus pólos.
● Corrente alternada: é caracterizada por um fluxo bidirecional contínuo de elétrons, ou seja, em
um momento o fluxo de elétrons vai em direção ao pólo positivo, em outro, vai em direção ao pólo
negativo, ocorrendo, assim, uma inversão de polaridade.

Condutores elétricos

Condutores são todas as substâncias nas quais

“as partículas carregadas se movimentam simplesmente quando são colocadas em um campo elétrico”.

Agne (2013) diz que um corpo carregado eletricamente pode transmitir essa carga a outros corpos,

materiais ou elementos condutores. Os tecidos biológicos, por exemplo, contêm partículas carregadas na
forma de íons, como sódio (Na+), potássio (K+) ou cloreto (Cl-). A partir disso, embora as capacidades de

movimentação iônica sejam variáveis de acordo com cada tecido, pode-se dizer que o corpo humano é um

condutor de corrente elétrica.

A condutividade vai depender do maior ou do menor conteúdo de água como solvente e de seus solutos

(AGNE, 2006). Sendo assim, o músculo e o nervo são bons condutores, enquanto que a pele e a gordura

são condutores fracos.

Por sua vez, um material isolante são substâncias que tendem a não permitir o movimento livre de íons

ou de elétrons, como a borracha e muitos plásticos.

A relação entre a corrente elétrica e seus efeitos biológicos é explicada pela Lei de Ohm, a qual faz

referência a três grandezas físicas, sendo elas: intensidade, tensão e resistência.

Intensidade da corrente

A intensidade da corrente elétrica consiste na quantidade de carga elétrica que atravessa a secção reta de

um condutor na unidade tempo.

A unidade de medida da corrente é o ampère (A) – também o microampère (μA) ou o miliampère (mA).

Aumentando-se a intensidade em um aparelho, aumenta-se a unidade motora recrutada, a área atingida,

bem como sua magnitude.

Quando aplicamos uma intensidade de corrente em um procedimento estético, o cliente pode fazer

referência a uma percepção, por exemplo, uma sensação de “formigamento”, de “pinicar”, quando

trabalhamos com equipamentos.

Outra característica importante é que, quando ocorre um aumento da intensidade da corrente no

aparelho, ocorre também um aumento no recrutamento da unidade motora recrutada.


Tensão elétrica (voltagem)

É caracterizada pela letra V e consiste na diferença de potencial que deverá existir entre dois fios

condutores de corrente (AGNE, 2013). É a pressão que faz com que haja fluxo de elétrons no condutor.

As tomadas elétricas têm uma tensão entre 127 V e 220 V.

Resistência

Envolve diferentes estruturas, desde os eletrodos até a pele e seus anexos. Consiste na maior ou na menor

dificuldade ou oposição à passagem dos elétrons no interior de um condutor ou ainda na dificuldade com

que um fluxo eletrônico percorre um circuito físico (fios, eletrodos) ou biológicos (pele, músculo,

adiposidade).

A relação que existe entre essas três grandezas faz jus à necessidade de se empregar uma corrente

elétrica para gerar seus efeitos (AGNE, 2013).

Frequência

Definimos como frequência a relação entre os estímulos na unidade de tempo (segundos), os quais são

expressos em Hz. É o número de ciclos por segundo (ciclos, voltas, oscilações), ou seja, a quantidade de

pulsos em um determinado tempo. Por exemplo, se tivermos uma frequência de 1500 Hz, significa que

temos um estímulo passando mil e quinhentas vezes por segundo.

A frequência também serve para classificar as correntes terapêuticas em baixa, média e alta. A

frequência tem relação inversa com a duração do impulso elétrico.

Dessa forma, Agne (2013) explicita que é considerada uma corrente de baixa frequência aquela cujo

valor não ultrapasse 150 Hz.


Potencia

Outra variável encontrada nos equipamentos da eletroterapia diz respeito à potência dos aparelhos, a

qual é definida como a conversão da energia elétrica em outras formas de energia.

Para exemplificar, vamos pensar em um equipamento muito usado na eletroterapia, que é o ultrassom.

Nele a corrente elétrica é transformada em energia mecânica, que é medida em W/cm². A potência é o

parâmetro que provoca a sensação agradável ou desagradável no paciente, sendo assim pode-se reduzir a

potência quando o paciente demonstrar desconforto diante de algum agente físico elétrico.

Eletrodos

São materiais condutores cuja função é a de ser uma interface entre um estimulador e os tecidos

humanos.

Os eletrodos são o ponto de conversão entre o fluxo de elétrons liberado pelo gerador (equipamento) e o

fluxo de íons dentro dos tecidos biológicos.

São necessários pelo menos dois eletrodos para completar o circuito elétrico e para levar a corrente do

estimulador até os tecidos-alvo.

● Eletrodos de contato: são aplicados diretamente sobre a pele; os mais utilizados são os de
borracha condutora flexível, os auto adesivos e as placas metálicas revestidas por esponja
umedecida.
● Eletrodos auto adesivos: devem ser de uso individual e têm uma durabilidade menor, no entanto
são eletrodos práticos que podem ser fixados em pontos mais difíceis e em regiões menores, como
a face, que não necessita de um meio condutor (gel eletrolítico) e que é boa condutora de corrente
elétrica. Não devem ser usados em regiões maiores, uma vez que, por necessitar de uma demanda
maior de corrente, podem causar desconforto nos clientes.
Esses eletrodos são maiores e suportam uma grande demanda de energia; necessitam de faixas ou fitas

adesivas para a fixação na pele, além de um gel condutor que deve cobrir toda a área antes da aplicação.

São utilizados em regiões maiores do corpo e, após o uso, a limpeza deve ser realizada com água corrente

e detergente neutro a fim de remover resíduos e aumentar a durabilidade.

A composição desses eletrodos é uma associação de borracha siliconada por carbono e/ou materiais

polímeros responsáveis pela transmissão do fluxo elétrico.

Para que haja uma transmissão efetiva do estímulo na interface eletrodo-pele, faz-se necessária a

aplicação de um agente de acoplamento, que pode ser líquido ou em gel.

Atualmente, a indústria de aparelhos de ultrassom voltados para tratamentos estéticos tem fabricado

aparelhos de ultrassom com frequência de 5 MHz, veiculando propostas de tratamento para as regiões da

face.
Eletrodo de contato. Fonte: elaborada pela autora.

Eletrodos magnéticos

Segundo Agne (2006), os eletrodos metálicos, apesar de bons condutores, requerem certos cuidados. A

parte metálica deve ser menor do que a parte da esponja, garantindo que esta fique coberta e não entre

em contato com a pele.

Um cuidado adicional é com as “quinas” dos eletrodos, que devem ter formas arredondadas e bordas

arrematadas, tomando cuidado para que o eletrodo esteja sempre úmido e em contato uniforme com a

superfície de contato, evitando queimaduras do tipo eletroquímica.

Os eletrodos dos equipamentos são dispositivos que, ao entrar em contato com a pele do cliente, são os

responsáveis pela transferência do estímulo elétrico.

Meio de contato/agente de contato


O agente de acoplamento, também conhecido por meio de contato ou agente de contato, estabelece o

contato entre o eletrodo de superfície e o cliente que receberá o tratamento a ser realizado.

A fim de que a transmissão ocorra de maneira eficaz, faz-se necessária a aplicação deste condutor que

tem a função de uniformizar o contato e de reduzir a impedância da pele.

______

🔁 Assimile

Você sabia que na pele, e mais especificamente na epiderme, a oposição da corrente elétrica se altera de

acordo com a concentração de água e com a espessura da camada córnea? Isso se dá porque a queratina

é a principal barreira para a passagem dos tecidos.

Nos demais tecidos, os diferentes valores de impedância, resultantes da concentração de água,

determinarão a via pela qual o estímulo elétrico flui.

O posicionamento e a distância entre os eletrodos são fatores que podem modificar a resistência imposta

e, consequentemente, o nível das respostas biológicas.

______

💭 Reflita

Pensando em um parâmetro físico citado em nosso estudo, no caso a frequência, qual seria a frequência

desta com a largura do pulso?


Lembre-se: sempre que for alterada a frequência de um equipamento, é o repouso do pulso que está

sofrendo alteração. E essa alteração impactará na “sensibilidade “da corrente para quem a recebe?

Falamos sobre a corrente elétrica e você já refletiu de que maneira ela age em nosso corpo. Dessa

maneira, no quadro a seguir, podemos observar a intensidade da corrente elétrica e o respectivo “dano

biológico” a que ela pode levar o indivíduo:

Considerando as diversas formas de trabalho que fazem uso da eletroterapia, a cada ano que

passa, têm surgido novos equipamentos os quais utilizam essas correntes para proporcionar diferentes
efeitos no organismo humano. Podemos citar os seguintes exemplos, de acordo com Agne (2013):
● efeitos eletroquímicos gerados pelas correntes polarizadas, principalmente a corrente galvânica, a
qual, quando tem a corrente elétrica passando por soluções eletrolíticas, produz o deslocamento
de íons da solução para os polos de entrada e de saída da corrente, produzindo, no nível deles,
diversas reações químicas.
● efeitos motores sobre os nervos e músculos com o objetivo de fortalecimento muscular.
● efeitos sensitivos que estimulam a analgesia (redução da dor).
● efeitos de aporte energético para a melhora do metabolismo celular, como a microcorrente e o
ultrassom.
● efeito eletromagnético quando uma corrente elétrica circula por um condutor, produz um
deslocamento, o qual mostra que a corrente elétrica gera um campo eletromagnético.

______
Nesta aula foram abordados os conteúdos relacionados aos princípios físicos das correntes elétricas, os
quais são requisitos básicos da eletroterapia e constituem o primeiro passo para adentrar nesse universo.

Em se tratando de corrente elétrica, vamos partir do princípio de que a matéria é feita de átomos, as
menores partículas de um elemento. O átomo é feito de um núcleo central carregado positivamente
(constituído de prótons carregados positivamente e nêutrons sem carga), com partículas carregadas
negativamente (elétrons) orbitando ao seu redor e que lembram um “sistema solar”.

Um átomo contém a mesma quantidade de prótons e de elétrons e, desse modo, não apresenta uma carga
resultante. Se esse equilíbrio é destruído, o átomo tem uma carga resultante diferente de zero e é
chamado de íon. Se um elétron é removido do átomo, este se torna um íon positivo; enquanto que, se um
elétron é acrescentado ao átomo, ele se torna um íon negativo.

Duas partículas de cargas opostas se atraem e duas partículas com a mesma carga se repelem
(empurram-se para longe uma da outra). Assim, um elétron e um próton são atraídos um para o outro,
enquanto dois elétrons se repelem. Em torno de qualquer partícula carregada, existe um campo elétrico.

Corrente elétrica é o fluxo de carga elétrica (geralmente elétrons). Em alguns materiais (por exemplo,
metais), nos quais os átomos são ligados formando uma estrutura tipo treliça, a carga é transportada por
elétrons.

Há dois tipos de corrente elétricas: a corrente direta (CD), que é aquela na qual o fluxo de elétrons está
em uma direção apenas; e a corrente alternada (CA), que é aquela na qual a corrente flui primeiro por
um caminho e depois por outro.

Pensando nas características da corrente elétrica, vamos ajudar Luciana na resolução de seus
questionamentos.

Ela observou que o fio que conecta os equipamentos eletroterápicos à rede elétrica tem diâmetro bem
maior do que os fios que conectam os eletrodos ao cliente. Você já parou para pensar se existe uma razão
para isto?

Será que os fios que conectam os eletrodos são mais finos somente por aparência ou para ficarem menos
pesados e mais “bonitos” esteticamente?

Observe que estamos falando de corrente elétrica, assim os fios dos eletrodos devem apresentar maior
resistência à passagem da corrente ao paciente do que o fio que está conectado ao equipamento. Isso
ocorre por um simples motivo: a energia elétrica emitida ao paciente deverá ser de intensidade muito
baixa, medida em miliamperagem (mA), enquanto que a energia para fazer o aparelho funcionar deverá
ser maior, medida em amperagem.
Uma observação importante também diz respeito à intensidade. Vamos imaginar que o equipamento
tenha mau funcionamento e que, ao sofrer um curto-circuito, produz uma descarga elétrica muito
intensa em direção aos eletrodos. O que aconteceria se os fios dos eletrodos fossem de diâmetro maior?
Essa descarga causaria danos especialmente na pele do cliente. Como esses fios são de diâmetros
pequenos, acabam rompendo e, com isso, a descarga não chega ao cliente e, caso chegue, não causa danos
significativos.

Quando consideramos a direção das partículas elétricas dos elétrons, as correntes são diferenciadas em

dois tipos: uma corrente direta, unidirecional ou contínua e outra bidirecional ou alternada. Assim, já o

convido a conhecer as características de cada uma delas, pois seus efeitos têm respostas importantes nos

procedimentos estéticos.

A corrente contínua unidirecional é aquela em que o fluxo de elétrons tem sempre o mesmo sentido,

sendo que este pode ser constante, por isso chamado de contínuo, ou pausado, de modo que passa a ser

chamado pulsado.

Uma corrente unidirecional pode variar sua intensidade no tempo, por exemplo, em uma pilha ou em

uma bateria, a corrente flui sempre do pólo positivo para o polo negativo (AGNE, 2013).

O conceito de corrente unidirecional não é exatamente igual para a física e para a eletroterapia, pois

nessa a corrente se encontra contínua sem mudança de polaridade, mesmo que a voltagem seja variável.

Nesse sentido, na eletroterapia, utiliza-se o termo corrente galvânica ou polarizada para se referir a uma

corrente contínua.

A partir deste momento, vamos nos referir à corrente galvânica para a estética e, sendo assim, é muito

importante diferenciar os impulsos quanto a sua capacidade de gerar ou não efeito galvânico na pele, o

que ocorre quando existem diferenças positivas e negativas.

Você sabia que os impulsos elétricos podem ser monofásicos e bifásicos? Eles devem sempre ser

identificados com relação a sua polaridade, de modo que, quando estão acima do eixo divisor (ponto
neutro), a polaridade está positiva e, enquanto estão abaixo deste, a polaridade está negativa. Cada um

desses pólos reflete na pele reações diferentes, por isso é muito importante que você, profissional da

estética, conheça tais reações.

O polo, inicialmente positivo, fornece ao polo negativo uma corrente cujo valor parte de zero, atinge um

máximo, volta ao zero e, a seguir, torna o polo, até então negativo, positivo e inicia o ciclo ao contrário.

Cada movimento alternativo dos elétrons é um ciclo, e a frequência da corrente é o número de

ciclos/segundo expresso em Hz (AGNE, 2013).

Quando se pode observar a alternância entre as fases das correntes positivas e negativas, estas são

denominadas correntes alternadas ou bifásicas e bipolares.

Corrente alternada. Fonte: Agne (2013, p. 69).


Corrente contínua. Fonte: Agne (2013, p. 69).

O uso da corrente galvânica nos procedimentos estéticos

Ana Júlia é uma profissional competente, que sempre amou as aplicações da eletroterapia e os efeitos

fisiológicos proporcionados por ela. Sempre que vai atender um paciente, ela relembra os pontos

importantes das características da corrente galvânica. Vamos, então, junto com ela relembrar esses

importantes fundamentos.

Sabemos que a corrente galvânica converte a corrente alternada, recebida de uma tomada elétrica, em

uma corrente contínua também chamada de corrente direta. Dessa forma, os elétrons fluem

continuamente na mesma direção. Tendo em vista a área da estética, a corrente galvânica promove duas

reações importantes e aplicáveis, sendo elas a desincrustação e a iontoforese.

Durante a aplicação, o cliente pode relatar uma sensação de sabor metálico na boca, que é algo normal de

acordo com a corrente empregada.


Como esses equipamentos promovem reações fisiológicas no nosso corpo, é muito importante que Ana

Júlia se atente aos cuidados que devem ser tomados no momento da aplicação. Por exemplo, a

desincrustação não deve ser usada sobre telangiectasia, acne com pústulas ou áreas inflamadas.

Um outro cuidado que Ana Júlia sempre tem, com o intuito de evitar possíveis complicações à saúde, é a

não utilização da corrente galvânica em grávidas, em usuários de marca-passos ou próteses e em pessoas

com problemas cardíacos, hipertensão descompensada ou epilepsia.

Um dos recursos também muito usados é a iontoforese, que consiste no processo de usar a corrente

elétrica para introduzir produtos solúveis em água na pele. Esse processo permite transferir os íons

(átomos ou moléculas que possuem uma carga elétrica) da solução aplicada para as camadas mais

profundas da pele. Assim, a corrente flui por soluções condutoras das polaridades positiva e negativa. Tal

processo é conhecido como ionização, separação de uma substância em íons.

Teoricamente, a iontoforese ocorre com base nas leis universais da atração. Por exemplo, o negativo atrai

o positivo e vice-versa. Semelhante a uma resposta magnética, a iontoforese cria uma troca dos íons ou

cargas negativas e positivas.

Levando em consideração que na ionização temos a penetração, na pele, dos ativos contidos nos

produtos, é importante identificar a polaridade daqueles que serão aplicados. A partir disso, se se

verificar que um produto apresenta polaridade negativa no momento da aplicação, o profissional deverá

infundi-lo com o eletrodo ajustado no negativo; isto é, é ele quem segura o eletrodo negativo, e o cliente

segura o eletrodo positivo. Se o produto for positivo, o cliente e o esteticista usam os eletrodos opostos.

Alguns fabricantes podem incluir ingredientes, no mesmo frasco, simultaneamente positivos e negativos.

Nesse caso, o produto deve ser ionizado por 3 a 5 minutos no negativo, seguidos por 3 a 5 minutos no

positivo.

Diante do exposto, vamos a nossa situação-problema:


Você é estudante do último semestre do curso de Estética e Cosmética e sempre esteve muito atento às

aulas práticas ministradas por seus docentes, pois considerava-as a parte mais emocionante do curso.

Para finalizá-lo, você terá de ministrar uma aula cujo tema é corrente galvânica. Uma das formas de

abordar essa temática seria por meio da construção de uma mapa conceitual que descreve esse recurso,

pontuaria os equipamentos que fazem uso dessa corrente, listaria os objetivos da técnica, os efeitos

fisiológicos e indicaria as indicações e as contra indicações do uso da corrente.

A corrente – objeto de estudo desta aula – que é chamada galvânica tem como característica apresentar
um fluxo constante de elétrons em uma só direção, ou seja, o fluxo da corrente não sofre interrupção nem
varia de intensidade na unidade tempo, por isso é igualmente conhecida como corrente contínua. Além
disso, é conhecida também como monofásica por apresentar a manutenção da polaridade.

A galvanoterapia está dividida em três fases:


1. período de fechamento do circuito: caracteriza-se pelo tempo transcorrido desde o fechamento do
circuito até a chegada da corrente à intensidade previamente estabelecida.
2. período de estado: é a permanência da intensidade durante todo o tempo da aplicação, sendo
conhecido também como período útil de tratamento, que corresponde ao tempo em que a corrente
elétrica passa pelo condutor.
3. período de abertura do circuito: é quando a intensidade da corrente, ao finalizar a sessão,
descende até zero de forma progressiva.

A evolução histórica identifica a galvanoterapia como a mais antiga a ser empregada dentre todos os
estímulos elétricos (AGNE, 2013).

Para a aplicação da galvanoterapia, deve ser analisada a composição do meio biológico, o qual é formado
por células, tecidos e líquidos que contêm uma série de substâncias e elementos químicos em forma de
íons, moléculas e partículas com carga elétrica.

Essa composição de soluções e dispersões está separada por membranas seletivamente permeáveis ou
semipermeáveis que geram gradientes ou desequilíbrios entre as proporções das distintas soluções
próximas entre si, como pressão osmótica, diferença de potencial elétrico e nível de polarização. Tais
desequilíbrios fazem com que se produzam constantemente reações químicas e intercâmbio de íons, cujo
comportamento é devido à constante intenção de reequilibrar diferenças elétricas ou químicas, em
cumprimento às leis metabólicas (AGNE, 2013).

Sabe-se que, em uma solução, os íons se dispersam pelo meio e se associam com outros íons próximos
devido às cargas elétricas existentes neles (atraindo ou rejeitando) (AGNE, 2013). O fenômeno descrito
recebe o nome de eletroforese e promove efeitos no organismo.

É muito importante citar que substâncias como sais, ácidos e bases podem ser dissociadas quimicamente
quando em contato com uma corrente de fluxo constante, sem alteração de polaridade. A eletrólise, ou
separação dos íons numa solução líquida, parece ser um dos principais efeitos da galvanoterapia. Esse
fenômeno faz com que a matéria viva (o organismo) se comporte como um condutor de segunda ordem
(onde se manifestam mudanças químicas), ao contrário do que acontece com os condutores de primeira
ordem (que não manifestam alterações químicas), como os metais.

Luigi Galvani, em 1770, foi o precursor da corrente galvânica, pois foi quando realizou uma aplicação a
fim de estimular nervos e músculos de rãs, gerando, posteriormente, inúmeros estudos nessa área.

A corrente galvânica é definida como uma corrente em que o movimento das cargas de mesmo sinal
ocorre sempre no mesmo sentido e com intensidade fixa. É um tipo de corrente elétrica chamada também
de corrente direta ou contínua de baixa frequência.

Para que a corrente galvânica atravesse os tecidos corporais, é necessário introduzir nela dois pólos, um
negativo e um positivo. O eletrodo positivo é chamado de cátodo e o eletrodo negativo é chamado de
ânodo.

Os eletrodos utilizados na corrente galvânica são sempre um positivo, de cor vermelha, e um negativo, de
cor preta, sendo necessário, obrigatoriamente, que os dois eletrodos estejam em contato com a pele do
cliente para completar o circuito elétrico. Quando a corrente atinge os eletrodos, gera-se um efeito de
eletrólise, que corresponde às mudanças químicas.

Eletrólise

Consiste no contato direto do eletrodo com os íons, os quais, ao cederem ou agregarem elétrons, acabam
alterando suas propriedades físicas (AGNE, 2013). Dessa forma, a esponja umedecida que separa a pele
do eletrodo fará uma barreira para evitar a eletrólise nos eletrodos metálicos, promovendo a
concentração iônica e, consequentemente, a eletroforese. Assim sendo, este é o motivo de evitar o uso de
eletrodos autoadesivos ou de carbono durante a estimulação com corrente galvânica.

O emprego da galvanoterapia transcutânea ocorre através de dois eletrodos separados por um tecido ou
por esponja umedecidos sobre a pele, sendo fundamental para o sucesso do tratamento a identificação da
polaridade deles. Assim, por convenção internacional, o polo positivo deverá ser identificado pela cor
vermelha e o polo negativo pela cor preta.

O eletrodo menor é chamado de eletrodo ativo e o maior de dispersivo ou neutro, que serve para fechar o
circuito elétrico e que não produzirá efeitos químicos sobre a pele. Esses polos são conhecidos também
como ânodo (+) e cátodo (-). No eletrodo positivo, ocorre a reação de oxidação e, no eletrodo negativo,
ocorre a reação de redução.

Efeitos do uso terapêutico da corrente Galvânica


De acordo com Guirro e Guirro (2004), a ação terapêutica da corrente galvânica acontecerá mediante
dois processos: galvanização e iontoforese ou ionização. Ambos os processos ocorrem, em grande parte,
pelos efeitos polares da corrente galvânica sobre os tecidos.

A galvanização é definida como o uso terapêutico da corrente galvânica, que diz respeito à utilização
exclusiva dos efeitos polares promovidos por ela. Os tecidos do organismo humano possuem em sua
composição uma quantidade importante de íons carregados positiva e negativamente, dissolvidos nos
líquidos corporais. Esses líquidos carregados de íons podem ser colocados em movimento de maneira
ordenada por meio da aplicação de uma corrente polarizada sobre a pele. O movimento dos íons dentro
dos tecidos corporais gera alterações químicas e físicas, as quais são resultado do efeito polar que a
corrente galvânica gera sobre os tecidos corporais.

Estes efeitos são definidos como:


● eletroquímico.
● osmótico.
● modificações vasomotoras.
● alterações de excitabilidade.

Efeito Eletroquímico

O fenômeno da condução de carga elétrica através dos eletrólitos (soluções resultantes de substâncias
ionizadas dissolvidas) recebe o nome de eletrólise, a qual ocorre se o campo elétrico tiver a mesma
direção (MATIELLO et al., 2018).

Dessa forma, por ação do campo elétrico, os íons positivos se dirigem ao pólo negativo e os íons negativos
ao polo positivo, fenômeno conhecido como efeito interpolar da galvanoterapia.

Os efeitos fisiológicos da corrente galvânica se darão basicamente pelas mudanças eletroquímicas que
acontecem nos âmbitos celular e tecidual da pele do cliente por meio de um processo chamado de
eletroforese, o qual se refere aos movimentos de íons em tecidos humanos a partir da indução por
correntes elétricas, que farão os elétrons se movimentarem de um eletrodo para outro de acordo com a
polaridade do tecido.

Essas mudanças físicas e químicas ocorrerão inicialmente na junção eletrodo/pele do cliente, e o


resultado é a formação de ácido no eletrodo positivo e de base no eletrodo negativo, os quais se
estenderão pela pele do cliente. Tais mudanças vão gerar uma alteração no pH da pele do cliente,
causando efeitos profundos nos tecidos e de maneira reflexa. Essas alterações eletroquímicas vão gerar,
no local em que se aplica o eletrodo de polo positivo, pela ação do efeito ácido, resultados analgésicos em
razão da redução do metabolismo local e do edema.
Além disso, o polo positivo produzirá, no tecido, outros efeitos como: desidratação, efeito sedativo,
vasoconstritor, menor hiperemia, atração de íons de O2, controle de sangramentos por aumentar a
coagulabilidade dos tecidos, efeito germicida e de coagulação.

Em contrapartida, no polo negativo, pela ação das bases, haverá efeitos estimulantes dos tecidos,
aumentando o metabolismo local (MATIELLO et al., 2018). Nesse caso, têm-se efeitos de aumento de
hiperemia local, hidratação do tecido, aumento da chance de sangramentos, menos germicida.

Efeito osmótico

A ação da corrente elétrica contínua sobre os tecidos, efeitos da aplicação de uma corrente galvânica, que
gera uma mudança nas estruturas membranosas das células dos tecidos humanos por meio de uma
modificação na água contida neles.

Os efeitos osmóticos ocorrem pelo fato de ânions (negativo) terem maior massa que os cátions (positivos)
e, consequentemente, movimentarem-se numa velocidade menor. Dessa maneira, os cátions, por
apresentarem menor massa, são atraídos para o cátodo com uma velocidade maior.

Para Matiello et al. (2018), esses dois processos geram um desequilíbrio por diferenças de concentração
iônica e são capazes de promover a mobilização da água no sentido do cátodo, uma vez que ocorre essa
diferença nas pressões osmóticas.

Modificações vasomotoras

A aplicação da corrente galvânica causa vasodilatação sob o local onde se encontram os eletrodos, assim
como aumento da temperatura local. Esse processo é determinado pela ionização local, efeito que não se
mantém apenas ali, expandindo-se para áreas vizinhas e atingindo tecidos mais profundos, como o
subcutâneo, a fáscia e os músculos superficiais.

Alterações na excitabilidade

Essas alterações ocorrem localmente, na região de aplicação da corrente, por meio das alterações no
potencial de repouso da membrana celular. Vale lembrar que a membrana celular apresenta seu
ambiente interno carregado negativamente em situação de repouso quando comparado ao meio externo.
A ação da corrente pode excitar ou relaxar a membrana, e isso ocorre por meio dos efeitos de
permeabilidade do sódio, de maneira que a aplicação da corrente torna a membrana mais permeável do
que o normal quando aplicado o polo cátodo.

ionização
O objetivo dessa ação da corrente galvânica é aumentar a penetração de ativos através da pele em razão

de um gradiente potencial constante. É utilizado na área da estética para a permeação de ativos

cosméticos através da pele do cliente. Constitui um procedimento não invasivo e não doloroso, por isso

sua grande utilização.

A ação ocorre por meio da aplicação de dois eletrodos metálicos sobre a pele do cliente e da conexão deles

a uma fonte geradora de corrente galvânica.

Em contato com a solução eletrolítica (uma substância carregada positiva ou negativamente e com ação

terapêutica), há movimentação de íons e transferência deles para os tecidos corporais. Dessa maneira, o

tratamento consiste na aplicação de íons medicamentosos no interior de tecidos a partir da pele do

cliente, pela ação da corrente galvânica.

Vale ressaltar que a passagem da corrente pela solução eletrolítica produz íons, que são eletricamente

carregados e migram pelos tecidos de acordo com a carga elétrica que possuem. Íons positivos são

repelidos pelos pólos positivos e atraídos pelos negativos. Enquanto os negativos são atraídos pelos

positivos e repelidos pelos negativos, valendo aqui a regra “os opostos se atraem”. A corrente galvânica

permite esse efeito, pois é uma corrente contínua, constante e unidirecional.

O uso da corrente galvânica por meio do efeito de ionização é muito antigo. Data do começo do século

XX, quando Le Duc realizou uma experiência amplamente aceita. Nesse experimento, ele buscou mostrar

os efeitos da ionização nos tecidos humanos por meio de uma vivência com coelhos, na qual buscou

realizar a iontoforese com a aplicação de uma estricnina, substância que promove efeitos estimulantes

sobre o sistema nervoso central.

A solução foi aplicada em um dos coelhos por meio do polo positivo e em outro coelho por meio do polo

negativo com a aplicação da corrente galvânica. O resultado foi o seguinte: o coelho estimulado pelo polo

positivo sofreu convulsões e morreu, enquanto o outro coelho, estimulado pelo polo negativo, nada sofreu.
Essa experiência mostrou que a solução somente foi permeada para os tecidos corporais quando colocada

no eletrodo correto. Dessa maneira, a substância é permeada para dentro do tecido de acordo com as

suas características polares, que determinarão o sentido do fluxo dos íons quando aplicada a corrente

galvânica sobre eles.

Preparo do paciente

Neste momento, o profissional explicará ao cliente o processo do tratamento no que diz respeito às
sensações na aplicação, ao teste de intensidade e ao objetivo do tratamento. É preciso ter um cuidado
especial na intensidade da corrente para que não haja uma queimadura.

Preparação da área tratada

A principal resistência encontrada pela corrente galvânica para chegar aos tecidos corporais, assim como
as demais correntes elétricas terapêuticas, é a epiderme. Dessa forma, é importante que se busque
reduzir essa resistência ao máximo. Para isso, pode-se umedecer e aquecer a área a ser tratada, assim
como higienizar a pele com água morna e sabão para reduzir a oleosidade do local. Um afinamento da
região córnea através de uma esfoliação é importante antes da aplicação da corrente.

Eletrodos e sua aplicação

Os princípios de aplicação dos eletrodos visam produzir uma densidade de corrente uniforme através da
área cutânea que receberá o tratamento. Para isso, é preciso fornecer um circuito elétrico completo, de
maneira que a corrente entre no tecido por um local e saia por outro. Normalmente, na área da estética e
da terapêutica, apenas um eletrodo é de interesse terapêutico, de modo que o outro apenas servirá para
completar o circuito adequadamente.

Inicialmente se faz a escolha dos eletrodos que servirão de interface entre a pele e a corrente. Pode-se
optar por gases, esponjas ou toalha apropriada (MATIELLO et al., 2018).
A compressa deve ser espessa o suficiente para conter água no interior e ficar com aproximadamente 1
cm de espessura. Além disso, estará associada a um eletrodo de borracha de carbono maleável, a uma
chapa de alumínio ou a uma folha de metal, desde que sua espessura seja menor que a compressa e que o
eletrodo tenha a superfície reta e com bordas arredondadas e regulares.

O eletrodo e a compressa precisam estar bem aderidos a fim de garantir uma homogeneidade da corrente
para o tecido. Os tipos de eletrodos mais utilizados são os eletrodos de metais associados a esponjas de
feltro umedecidas.

Sempre serão utilizados dois eletrodos, um ativo, que será aplicado no local onde se objetiva o
tratamento, o qual poderá ser o positivo ou o negativo dependendo dos objetivos do tratamento, e um
eletrodo chamado de dispersão, que servirá para fechar o circuito elétrico (MATIELLO et al., 2018).

Nenhuma das bordas do eletrodo deve tocar a pele do cliente, pois o mínimo contato pode gerar lesões
por queimaduras. Após a aplicação, os eletrodos devem ser lavados a fim de remover sujidade e produtos
químicos. Quanto à colocação, esta pode ser longitudinal ou transversal e deve utilizar, obrigatoriamente,
dois eletrodos (bipolar).

Aplicação da corrente

Ao iniciar a aplicação, é importante que o equipamento esteja regulado com intensidade zero, evitando
que o cliente sinta a corrente de maneira abrupta.

Após conectar os eletrodos, é preciso conferir se tudo está colocado de maneira correta; só então o
profissional poderá ligar o aparelho e aumentar a intensidade gradualmente (MATIELLO et al., 2018).

Intensidade da corrente

Deve ser mensurada antes da aplicação e não deve ultrapassar 0,1 mA/cm2 de uma corrente que possui
ação físico-química. Os efeitos não ocorrem nem de maneira sensorial nem com estimulação motora,
portanto a intensidade da corrente não deverá afetar nem o limiar sensitivo, nem motor, nem deverá ser
dolorosa. Desse modo, a terapia poderá ser aplicada sem o cliente referir sensações ou apenas com uma
leve sensação de formigamento ou cócegas.

Tempo de aplicação

Pode variar de acordo com o tamanho do eletrodo usado e também da área a ser tratada, não podendo
ultrapassar o período de 10 a 15 minutos.

______
🔁 Assimile

Efeitos fisiológicos da galvanização

Efeitos fisiológicos decorrentes da aplicação de corrente galvânica: estimulação sensorial, hiperemia,


eletrotônus, alívio da dor, aceleração da cicatrização e eletrólise depilatória.

Estimulação sensorial

Durante a passagem de corrente pelos tecidos do organismo, o cliente sente uma sensação de
formigamento, decorrente da ação da corrente. Alguns clientes podem relatar sensação de coceira ou leve
irritação.

Hiperemia

Ao passar pelo tecido humano, a corrente galvânica vai gerar um eritema abaixo dos eletrodos, o que
indica que está havendo, no tecido, uma situação de hiperemia capilar. Esse eritema tem duração
aproximada de 20 minutos e parece estar associado à melhora da nutrição da área, de modo a melhorar
as condições do tecido aplicado.

Alívio da dor

A ação da corrente galvânica sobre os tecidos corporais pode auxiliar no quadro de dor por meio dos
efeitos eletroquímicos que ocorrem em âmbito celular (MATIELLO et al., 2018).

Processo de cicatrização

Sabe-se que correntes elétricas de baixa intensidade agem sobre os tecidos promovendo ações de melhora
da cicatrização. Isso está relacionado à aceleração na formação de novos tecidos por meio da aplicação
da corrente elétrica. A velocidade de cicatrização em tecidos moles, como em feridas cutâneas
superficiais abertas, tem sido favorecida com o uso de corrente galvânica. Acredita-se que esse efeito seja
causado pelo aumento da proliferação de células epiteliais e do tecido conjuntivo.

______

💭 Reflita
A corrente galvânica aplicada à estética propicia inúmeros benefícios aos tecidos corporais, atuando no
tratamento de disfunções estéticas corporais e faciais. Para tanto, pode ser empregada em três
importantes métodos de tratamento: técnica de desincruste, ionização (iontoforese) e eletrolifting

Desincruste

É uma técnica usada na área da estética facial que faz uso da corrente galvânica e cujo objetivo é facilitar
a retirada do excesso de secreção sebácea da superfície da pele, reduzindo assim a oleosidade. Para tanto,
faz-se uso, além da corrente galvânica, de um ativo cosmético específico (MATIELLO et al., 2018).

O mecanismo pelo qual a técnica de desincruste age é baseado na ação conjunta da corrente contínua
galvânica aplicada à pele e de um ativo cosmético com capacidade de saponificação, de modo a realizar
assim uma higienização profunda da pele do cliente.

Pela ação da corrente e do ativo cosmético, essa associação causa um processo eletroquímico,
transformando o sebo em sabão e eliminando-o da pele facilmente (MATIELLO et al., 2018).

Ionização

Nesta técnica, ocorre a introdução de íons nos tecidos corporais por meio da aplicação de uma corrente
elétrica contínua.

Passou a ser amplamente empregada na área clínica por apresentar vantagens como: baixo custo,
esterilidade, não invasiva e indolor ao cliente (PRENTICE, 2014).

A corrente galvânica, assim como pode estimular o movimento dos íons nos tecidos, pode atuar também
sobre os princípios ativos carregados eletricamente, induzindo a penetração deles nos tecidos corporais
através da pele. Diante disso, os efeitos da ionização são basicamente a associação dos efeitos da corrente
elétrica aos efeitos dos cosméticos e dos medicamentos. A este processo damos o nome de ionização:
quando se utiliza uma substância cosmética ou medicamentosa para que ela penetre na pele seguindo o
princípio do movimento de íons.

A técnica de ionização necessita obrigatoriamente da utilização de dois eletrodos, um ativo, que será o
utilizado para repelir a substância aplicada na pele de modo que ela penetre mais; e outro passivo ou
dispersivo, que servirá apenas para fechar o circuito elétrico. O eletrodo ativo será aplicado diretamente
sobre o local da disfunção, enquanto o passivo pode ser colocado em um local distante do de tratamento.

Eletrolifting
Utiliza a corrente elétrica contínua galvânica. Entretanto, na técnica de eletrolifting, a corrente galvânica
é utilizada numa intensidade mais baixa, reduzida em microampères, abaixo de 1 mA, por isso se chama
corrente microgalvânica. Essa técnica é também conhecida por galvanopuntura.

Para a técnica, utiliza-se um equipamento elétrico que disponha dessa corrente; a ele se acopla um
eletrodo na forma de caneta que pode ou não estar associado a uma agulha acoplada no eletrodo, a qual
fará pequenas perfurações na pele de modo a estimulá-la ainda mais (AGNE, 2017).

A galvanopuntura pode ser realizada com a caneta ou com uma agulha de 5 mm que será acoplada ao
equipamento no eletrodo negativo, gerando sutis agressões na camada superficial da epiderme, com o
intuito de gerar uma lesão controlada e incentivar a produção de novas células, de colágeno elastina,
aumentando a circulação e a nutrição tecidual e agindo sobre tecidos que se encontrem com redução das
atividades fisiológicas. Esse procedimento é indicado para o tratamento de rugas finas, linhas de
expressão e estrias.

Essa técnica gera uma lesão tecidual e, em resposta a ela, o organismo produz uma inflamação aguda no
local, com sinais de hiperemia e alterações vasomotoras, como o aumento da vascularização local. Ainda
em resposta a essa lesão, o organismo desencadeia uma onda de processos fisiológicos, resultando em um
processo inflamatório local que faz com que um novo tecido cicatricial se forme na região.

A técnica de eletrolifting pode ser indicada no tratamento de disfunções estéticas corporais ou faciais. As
indicações mais comuns são nos casos de estrias, rugas e cicatrizes, nos quais o tecido dessas regiões
encontra-se com funções reduzidas.

No caso de rugas, o eletrolifting, quando aplicado, vai gerar estimulação no trajeto da ruga, causando
uma lesão tecidual local e aumentando a síntese de colágeno na formação de um novo tecido epitelial que
preencherá esse espaço da ruga (FASSHEBER et al., 2018).

No eletrolifting são utilizados dois eletrodos, sendo um o eletrodo dispersivo ou passivo, que será positivo,

e o outro um eletrodo negativo, onde a agulha será acoplada. No caso da aplicação por meio do método

de varredura, que não utiliza a agulha, o procedimento é semelhante e também necessitará de dois

eletrodos para completar o circuito.

O eletrodo passivo poderá ser uma placa envolta em uma esponja umedecida ou um eletrodo tipo

bastonete, que ficará em contato com o cliente num local próximo à área de tratamento, apenas para
fechar o circuito elétrico. A agulha a ser utilizada deve ser fina, rígida e pontiaguda e deve ser descartada

após o uso.

Com relação à intensidade da corrente, ela vai variar de acordo com o tratamento proposto. Para rugas

finas faciais, a intensidade varia em torno de 70 μA; para rugas profundas, utiliza-se uma intensidade

média de 150 μA; e, para as estrias, utiliza-se uma intensidade entre 150 a 200 μA. Isso, porém, pode

variar bastante em razão da sensibilidade de cada cliente e da região em que será aplicada. O fato de a

sensibilidade dos clientes à corrente melhorar conforme o andamento do tratamento é um indicativo

positivo, pois retrata a melhora da sensibilidade à corrente.

______

📝 Exemplificando

Efeitos polares

Segundo Agne (2013), esses efeitos ocorrem diretamente na pele sob os eletrodos e consistem nas reações

produzidas pela chegada e consequente acúmulo de íons nesse nível.

Sob o eletrodo positivo, são produzidos na pele ácidos com a liberação de oxigênio, ou seja, há a formação

de ácido clorídrico (HCl), que deixa a pele ressecada.

Sob o polo negativo, para o qual são atraídos sódio e outros cátions similares, forma-se uma reação

alcalina (OHNa), o que deixa a pele com aspecto úmido e maleável.

______

Essa reação local se manifesta com vasodilatação e excitação nervosa (AGNE, 2013).
São observados os seguintes efeitos na pele na região dos eletrodos:

● eletrodo positivo: reação ácida e com excesso de carga, o que pode ocasionar, quando não
gerenciado, uma queimadura química tipo ácida, com característica seca. Redução do pH e,
consequentemente, a acidez tecidual além da vasoconstrição.
● eletrodo negativo: reação alcalina com característica úmida e macia, além de elevação do pH e
vasodilatação.

Efeitos interpolares

São caracterizados pelos efeitos produzidos no interior dos tecidos, mais especificamente no segmento

interposto entre os dois polos (eletrodos).

Os principais efeitos interpolares são:

● ação vasomotora e trófica: é claramente observada sobre a pele que estava em contato com o
eletrodo; esse efeito é resultante da ativação da circulação e do movimento iônico intracelular. A
hiperemia produz o aumento do metabolismo ao aportar a maior quantidade de oxigênio.

A galvanoterapia aumenta ao limiar de excitabilidade das fibras nervosas sensitivas, produzindo a

diminuição dos estímulos dolorosos. Pode ocorrer analgesia pela diminuição da acidez e pela diminuição

da pressão de locais congestionados estimulada pela reação ácida do polo positivo em direção ao pólo

negativo.
Efeitos da corrente galvânica. Fonte: elaborado pela autora.

Nesta aula discorremos sobre a corrente galvânica, que se destaca por ser uma corrente elétrica de baixa

frequência, polar e com fluxo constante de elétrons em uma só direção; na qual não ocorre interrupção

nem variação de intensidade durante o fluxo da corrente na unidade tempo. Pode ser chamada de

corrente constante, corrente contínua-CC, corrente direta, unidirecional ou ainda corrente galvânica e é

utilizada de maneira ampla na estética para diversos tratamentos faciais e corporais.


Por definição, o mapa conceitual consiste em uma representação gráfica, em duas ou mais dimensões, de
um conjunto de conceitos construídos de tal forma que as relações entre eles sejam evidentes. Os
conceitos aparecem dentro de caixas enquanto que as relações entre eles são especificadas através de
frases de ligação nos arcos que os unem. É uma forma dinâmica de identificar, relacionar e transmitir
informações.

Apresentados por Joseph Novak no início da década de 1970, os mapas conceituais têm sido largamente
utilizados para organizar e compartilhar conhecimentos no âmbito educacional, em grupos de pesquisa e
nas corporações.

De acordo com Ruiz-Moreno et.al. (2007), o mapa conceitual constitui um importante instrumento para
acompanhar a aprendizagem, de modo que se torna imprescindível compreender seus processos de
construção.

Em um sentido amplo, os mapas conceituais são diagramas que indicam relações entre conceitos
incluídos numa estrutura hierárquica de proposições. Conceitos representam regularidades percebidas
em acontecimentos, objetos ou registros designados por um rótulo.

Os conceitos estão normalmente contidos dentro de círculos, retângulos ou outros símbolos, e as


proposições constam de dois ou mais conceitos unidos por palavras de enlace, formando uma unidade
semântica.

O mapa conceitual se fundamenta em princípios teóricos da aprendizagem significativa, que considera a


necessidade de conhecer as ideias prévias e a estrutura de significados dos sujeitos com o propósito de
estabelecer aprendizagens inter-relacionadas.

Existem princípios metodológicos a serem considerados na construção dos mapas, tais como:
● os conceitos devem relacionar-se de forma coerente, segundo um ordenamento lógico.
● as palavras de enlace, junto aos conceitos, permitem construir frases com significado lógico e
proposicional (MOREIRA, 1980).

É desejável elaborar os mapas conceituais segundo esse ordenamento lógico, de modo que permitam
maiores possibilidades de inter-relações, ou seja, a estrutura do mapa deve permitir uma leitura de cima
para baixo ou de baixo para cima, explorando relações entre todos os conceitos (COSTAMAGNA, 2001).

Os mapas conceituais são considerados instrumental importante para organizar e representar o


conhecimento, pois evidenciam - por meio de proposições, ou enunciações elucidativas - as conexões
estabelecidas entre ideias-chave (NOVAK, 2008).

Nos mapas, os conceitos são apresentados no interior de "caixas" ou de alguma forma geométrica,
enquanto as relações entre eles são especificadas por linhas às quais são agregadas palavras ou frases
explicativas que procuram aclarar relações proposicionais significativas.
Sendo assim, voltemos a nossa situação-problema, para a qual foi solicitada a construção de um mapa
conceitual usando como recurso eletroterápico a corrente galvânica. Dessa forma, ela deverá ficar no
centro do seu mapa, pois será dela que derivam os demais conceitos como efeitos fisiológicos, indicações,
contra indicações e aplicabilidade nas disfunções estéticas

Como já vimos, o uso da energia elétrica para o tratamento de disfunções estéticas pela estimulação de
determinados efeitos fisiológicos por meio de distintas correntes emitidas por aparelhos elétricos é
denominado eletroterapia.

Essas correntes, quando usadas para fins estéticos no tratamento ou na prevenção de disfunções estéticas,
são denominadas eletroestética ou eletroterapia estética (SAHD, 2019).

Os recursos eletroestéticos podem ser empregados em tratamentos de disfunções estéticas corporais


como: lipodistrofia localizada (gordura localizada), fibro edema gelóide, melhora dos aspectos da pele,
alterações de cicatrização, flacidez tissular e muscular e estrias. Além disso, promovem a melhora na
oxigenação tecidual, aceleram o processo cicatricial, melhoram o tônus muscular, possibilitam a redução
de espasmos e dores musculares, melhoram a circulação sanguínea e linfática e a produção de colágeno e
elastina.

Dentre os recursos eletroestéticos empregados no tratamento dessas disfunções corporais, podem ser
citados a radiofrequência, a eletroestimulação muscular, o ultrassom e a lipocavitação.

Um dos recursos abordados nesta aula é a eletroestimulação muscular, que comercialmente é conhecida
como corrente russa. Ela é usada na área da estética e se caracteriza por uma corrente excitomotora
relacionada com dispositivos geradores da contração muscular.

O princípio fisiológico dessa tecnologia está ligado com a corrente elétrica, que entra em contato com o
corpo e estimula os neurônios motores, promovendo a contração da musculatura (LIMA; RODRIGUES,
2012). É um recurso usado para o tratamento da flacidez muscular e como coadjuvantes no tratamento
do fibroedema gelóide.

Quando pensamos em microcorrentes, deparamo-nos com um equipamento que já foi o “queridinho” das
clínicas de estética e que, nos dias atuais, não tem o glamour dos demais equipamentos, mas que
proporciona efeitos fantásticos quando bem empregado. As microcorrentes têm a capacidade de interagir
de forma natural com os componentes celulares e, nesse sentido, de restabelecer as capacidades
energéticas celulares (AGNE, 2011). Além disso, elas têm uma ação muito importante que é o reparo
tecidual.

Outra tecnologia abordada nesta aula diz respeito às correntes usadas no processo de lipólise, o qual é
entendido como um processo que ocorre no tecido adiposo com o objetivo de diminuir esse tecido. Um
dos recursos usados para promover a lipólise é a eletrolipólise, um dos temas de estudo desta aula.
Vamos conhecer essas tecnologias?

Ana Clara trabalha com estética corporal em uma clínica no Rio de Janeiro, cidade praiana onde faz
calor na maior parte dos meses do ano. Ela tem observado que a grande procura dos tratamentos
estéticos está direcionada à lipodistrofia localizada. Para que o tratamento dessa disfunção estética tenha
resultado, faz-se necessário o estímulo da lipólise; com isso, umas das técnicas que Ana Clara utiliza é a
eletrolipoforese, também conhecida como eletrolipólise.

Nessa técnica, podem ser usados os eletrodos de forma transcutânea, o que proporcionará a distribuição
ordenada sobre a pele.

Maria Angélica é uma cliente que apresenta lipodistrofia localizada na região inferior do abdômen, fato
que a incomoda. Como sugestão de tratamento, Ana Clara propôs a eletrolipoforese com agulhas.

O uso desses eletrodos invasivos, especialmente de agulhas de acupuntura, deve ser realizado por um
profissional treinado, uma vez que agulhas como essas devem ser introduzidas numa área superficial, ou
seja, algo em torno de 8 a 15 mm de profundidade, sempre de modo paralelo à pele. Como esses eletrodos
são metálicos e invasivos, ou seja, não existe resistência da pele à corrente elétrica, a intensidade deverá
ser a mais baixa possível.

Ao receber a aplicação das agulhas, Maria Angélica relatou um desconforto intenso. O que poderá ter
acontecido?

A eletrolipólise exerce atuação no tecido adiposo. Os principais modos de ação dos equipamentos nesse

tecido são: lipólise, necrose (emulsificação) e apoptose, que consideramos termos chaves para a escolha

do procedimento a ser empregado.

A eletrolipólise é um equipamento que utiliza corrente galvânica pulsada e programada para alternar a

polaridade (dos pólos positivo e negativo) e que realizará a estimulação em três etapas, diminuindo a

resistência intrínseca da pele, estimulando as células, ativando a microcirculação e atuando diretamente

sobre as células adiposas, o que facilitará a lipólise.

Segundo Borges (2009), a eletrolipólise é uma técnica destinada ao tratamento das adiposidades e do

acúmulo de ácidos graxos localizados.


De acordo com Soriano et al. (2000), a eletrolipólise caracteriza-se pela aplicação de correntes específicas

de baixa frequência que atuam diretamente ao redor dos adipócitos e dos lipídios acumulados,

produzindo sua destruição e favorecendo posterior eliminação.

A corrente elétrica provoca vasodilatação por estímulo, ativando a microcirculação local, aumentando o

débito circulatório, facilitando a cataforese e eliminando as toxinas e o produto de degradação da

gordura.

A eletrolipólise é um recurso eletroterápico que utiliza a corrente galvânica e que tem por objetivo a

redução da lipodistrofia localizada. Ela pode ser empregada de duas formas: transcutânea e

intracutânea.

Na técnica transcutânea, são empregados eletrodos de silicone grandes com o intuito de estimular áreas

maiores. Eles devem ser posicionados sobre a pele, um ao lado do outro, e devem sempre seguir uma

sequência de polaridade, ou seja, pólo positivo ao lado do polo negativo. A colocação das placas é simples,

porém é necessária uma atenção especial quanto à distribuição ordenada na pele.

As frequências usadas neste equipamento são selecionadas de acordo com o tecido que deverá ser

estimulado. Dessa forma, as frequências entre 50 e 40 Hz agem sobre as primeiras camadas da pele com o

objetivo de diminuir a resistência; às frequências entre 40 e 30 Hz agem na camada dérmica,

promovendo vasodilatação superficial, melhorando a circulação sanguínea no local e beneficiando o

intercâmbio metabólico celular; por fim, as frequências entre 30 e 15 Hz, por sua vez, são empregadas

para promover a eletrolipólise.

Segundo Agne (2011), às teorias da ação da eletrolipólise estão fundamentadas na ação da corrente

galvânica com inversão de polaridade, que pode variar de 1 a 3 segundos e que atua diretamente no nível

dos adipócitos e dos lipídios armazenados, promovendo sua destruição e favorecendo sua eliminação.
Eletrolipólise. Fonte: Agne (2011, p. 95).

Outra forma de aplicação da eletrolipólise é através da introdução de agulhas diretamente sobre o tecido

subcutâneo, de modo que elas ficam encarregadas de liberar estímulos elétricos com as mesmas funções

da técnica intracutânea. Como as agulhas são inseridas diretamente no tecido subcutâneo não existe a

necessidade de estimular frequências acima de 30 Hz.

Nessa técnica é importante que o profissional seja treinado, uma vez que as agulhas devem ser inseridas

de maneira superficial, algo em torno de 8 a 15 mm de profundidade, sempre de modo paralelo à pele e

com uma distância de 4 cm entre elas. As agulhas devem ser colocadas de uma forma que cubra toda a

área a ser trabalhada.

Após a introdução da agulha, conectam-se os eletrodos tipo “jacaré” nos pares das agulhas

correspondentes à área a ser tratada de acordo com o canal de saída da corrente. Pode-se fixar os

eletrodos com micropore.


Inicia-se a sessão aumentando a intensidade de corrente de forma gradativa, partindo do limiar

suportável do cliente. Um fato que deverá ser observado é o relato de dor do indivíduo, pois isso é um

indicativo de que a agulha pode estar mal posicionada.

Técnica com agulhas. Fonte: Agne (2011, p. 94).

Como esses eletrodos são metálicos e invasivos e não existe resistência da pele à corrente elétrica, a

intensidade deve ser baixa. Antes da aplicação, a pele deve ser higienizada com álcool 70%.

Borges (2009) explica que a aplicação com eletrodos em forma de agulhas ligadas à corrente de baixa

intensidade cria um campo elétrico entre elas, promovendo uma modificação no meio intersticial, o que

favorece as trocas metabólicas e a lipólise.

É importante ressaltar que, uma vez ocorrido o estímulo no tecido adiposo, é necessário, após a sessão,

estabelecer um ciclo de atividades aeróbicas como caminhada ou corrida.

O mecanismo de ação da eletrólise se dá através do estímulo circulatório que produz toda a corrente,

promovendo, assim, o estímulo da lipólise através da excitação das terminações nervosas

parassimpáticas. Como consequência, ocorre a liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina)


que vão atuar sobre os receptores beta dos adipócitos, estimulando a triglyceride lipase, potencializando

a lipólise dos triglicerídeos, do glicerol e dos ácidos graxos e finalizando com a excreção.

Os efeitos da eletrolipoforese no organismo são:

● efeito joule: o primeiro efeito observado corresponde ao efeito joule, no qual a corrente elétrica,
ao circular pelo condutor, produz calor e promove, consequentemente, uma vasodilatação, a qual
propicia o aumento do fluxo sanguíneo. Ocorre, portanto, um aumento do metabolismo local, o
que facilita a queima de calorias.
● efeito eletrolítico: uma característica importante da membrana plasmática é a sua característica
de semipermeabilidade e, dessa maneira, a de separar os dois meios de composição iônica: o meio
intracelular (eletronegativo) e o extracelular (eletropositivo). O campo elétrico gerado pela
eletrolipólise induz o movimento iônico que promove modificações na polaridade da membrana
celular, onde a célula tende a manter seu potencial elétrico de membrana normal, atividade que
consome energia no nível celular (BORGES, 2010).
● estímulo circulatório: como mencionado anteriormente, o efeito Joule promove um aumento da
temperatura local, o que coopera para o mecanismo da vasodilatação. O aumento da circulação
contribui para a drenagem linfática e para a eliminação de toxinas, efeito observado no
tratamento do fibroedema gelóide.
● efeito neuro-hormonal: a corrente produz uma estimulação do sistema nervoso simpático e, como
consequência, ocorre a liberação de catecolaminas com aumento do AMP cíclico
intra-adipocitário e da hidrólise dos triglicerídeos (BORGES, 2009).

As contraindicações são para pessoas com problemas cardíacos, indivíduos que utilizam marca-passo,

gestantes, pessoas que já tiveram trombose e nos casos de neoplasias

A microcorrente pode ser definida como um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com com
parâmetros de intensidade na faixa do microampère e que são de baixa frequência.

A aplicação das microcorrentes ocorre em níveis incapazes de ativar as fibras nervosas sensoriais
subcutâneas e, como resultado, os clientes não têm nenhuma percepção, pois recebem apenas
características sub sensoriais que não lhes causam desconforto.

A terapia por microcorrentes é uma modalidade terapêutica indicada para os quadros álgicos e para a
aceleração do processo cicatricial. Os primeiros relatos do uso das microcorrentes para cicatrização
datam de 1968 e dizem respeito ao tratamento de feridas abertas com resultado de formação de colágeno.

Em 1985, estudos demonstravam que a aplicação de uma corrente contínua de baixa intensidade em
tecidos moles infectados aumentava a destruição de bactérias e promovia a abertura dos leitos capilares.
Em 1989, estudos comprovaram a prevenção e a eliminação do quadro infeccioso (liberação de íons
bactericidas pelo eletrodo e estimulação de fagócitos).

Efeitos fisiológicos da microcorrentes

Os efeitos fisiológicos das microcorrentes devem ter relação direta com as propriedades biológicas
teciduais sendo que a base desses efeitos está relacionada com a capacitância celular (AGNE, 2011).

Segundo Agne (2011), o uso terapêutico desta corrente ocorreu pela primeira vez em consequência das
observações e da medição da capacidade elétrica tecidual, a qual diminui quando em presença de um
trauma patológico ou mesmo em lesões por traumas ou cortes.

Ainda de acordo com Agne (2011), alguns dos pioneiros nos estudos dos efeitos de correntes de baixa
intensidade foram Cheng et al. (1982), os quais observaram que essas correntes teriam a capacidade de
acelerar a síntese proteica de adenosina trifosfato (ATP) de 300 a 500% além de incrementar o
transporte das membranas e de aminoácidos de 30 a 40%.

A aplicação de microcorrentes em um local lesionado aumenta o fluxo de corrente endógena, permitindo


recuperar sua capacitância. Isso ocorre pelo restabelecimento de ATP, de modo que os nutrientes podem
novamente ir para o interior das células lesionadas e os resíduos dos produtos metabólicos podem fluir
das células.

Agne (2011) mostra que este processo ocorre na seguinte ordem:


1. síntese de ATP: elétrons – reagem com moléculas de água = OH (íons hidróxidos).
2. correntes de até 500 microampère aumentam a síntese de ATP e o transporte ativo de
aminoácidos aumenta a síntese de proteínas (40%).
3. o uso das microcorrentes pode afetar a cicatrização, reparo dos tecidos moles mediante a inibição
dos fatores negativos da cicatrização, pela aceleração dos processos de cicatrização normal ou pela
criação de novas e melhores vias de cicatrização, melhorando tanto a velocidade quanto o ponto
terminal da formação da cicatriz da regeneração dos tecidos.

Efeitos terapêuticos

Analgesia

Borges (2010) apresenta que correntes de baixa frequência em nível de microampère têm bastante
sucesso na redução da dor e no aumento da reparação tecidual de um modo geral.

Dentistas usaram este tipo de terapia como substituta da anestesia local para controle da dor associada
aos tratamentos ortodônticos.
Kahn (2001), citado por Borges (2010), relatou que os efeitos polares favorecem a liberação de oxigênio
no ânodo, ocasionando, assim, a analgesia.

Aceleração do processo de reparação tecidual

Os primeiros estudos que demonstraram a intervenção elétrica no processo de cicatrização são de 1960.

Os estímulos elétricos foram usados como forma de diminuir o tempo de cicatrização e para minimizar
problemas provenientes do processo cicatricial, uma vez que são capazes de multiplicar as células do
tecido conjuntivo além de estimular a produção de colágeno.

Um outro ponto positivo da corrente contínua no processo cicatricial é a inibição do crescimento


bacteriano associado aos mecanismos de defesa do organismo que favorece a destruição dos
microrganismos.

Os efeitos biofísicos da microcorrente no processo de resposta à lesão baseiam-se no efeito que uma
corrente de baixa amperagem exerce sobre os níveis de ATP (BORGES, 2009).

A ATP é a principal fonte de energia celular e, no processo de reparo tecidual, é a fonte responsável pelo
controle dos movimentos de minerais, como sódio, potássio, magnésio e cálcio, para dentro e para fora
das células.

Regiões que sofreram alguma lesão tecidual apresentam uma baixa quantidade de ATP, sendo assim as
microcorrentes, com o efeito de aumentar o fluxo de corrente endógena, permitem à área traumatizada
recuperar sua capacitância.

Segundo Borges (2010), a terapia das microcorrentes age como um catalisador útil na iniciação e na
perpetuação das numerosas reações elétricas e químicas que ocorrem no processo da cura.

No pós-operatório das cirurgias plásticas, a microcorrente é usada para o reparo tecidual, momento em
que se tem por objetivo a redução do edema, da equimose, da inflamação e da dor. Durante esse processo
existe a inibição da metaloproteinase, que favorece a formação de fibrose e aderência tecidual, e,
principalmente, que tem o objetivo de estimular o processo de cicatrização.

Anti-inflamatório

Conforme Borges (2009), o restabelecimento de um processo inflamatório está atrelado ao


restabelecimento bioelétrico dos tecidos e de sua ação no sistema linfático, à regeneração tecidual e à ação
do sistema linfático.
Esse efeito anti-inflamatório está relacionado também ao aumento circulatório da região, um dos efeitos
propostos pelas microcorrentes.

Edema

As microcorrentes auxiliam na redução de edemas uma vez que têm ação no sistema linfático e auxiliam
na absorção do líquido intersticial.

Na área da estética, as microcorrentes podem ser utilizadas de duas maneiras: com eletrodos

convencionais (borracha de silicone, autoadesivo e de prata) ou com eletrodos tipo sonda ou caneta

(bastonetes).

Na estética corporal, os eletrodos autoadesivos são usados, pois permanecem estáticos e permitem, dessa

maneira, a passagem da corrente pelos tecidos.

Na estética facial, a técnica utilizada é o eletrodo do tipo bastonete, que permite a realização de

movimentos sincronizados a fim de percorrer toda a face.

Indicações da técnica

As indicações para a área da estética são: cicatrizes em regeneração, pós-operatório de maneira geral

com o intuito de acelerar a recuperação do tecido, diminuição de edemas e dor.

Na estética facial as microcorrentes podem ser usadas após um procedimento de peeling, estimulando a

regeneração; na acne pelo efeito bactericida e fungicida; e na prevenção do envelhecimento cutâneo.

Um dos maiores efeitos da técnica é o aumento da produção de ATP, que faz a revitalização tecidual,

promovendo rejuvenescimento facial.


Eletroestimulação muscular

O sistema muscular esquelético é formado por músculos de contração voluntária, o qual, junto com

ossos, cartilagens e sistema nervoso central, é responsável por movimento, posições corporais e

estabilização das articulações.

O tecido muscular representa aproximadamente 40% da estrutura corporal. Pode ser classificado em

três tipos distintos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso (não estriado).

O tecido muscular apresenta como funções os movimentos do corpo, a estabilidade, a postura, a

regulação do volume dos órgãos e a produção de calor.

Matiello et al. (2018) cita que o tecido muscular estriado esquelético constitui a maior parte da

musculatura do corpo humano. As células do tecido muscular estriado esquelético possuem uma

estrutura alongada e recebem o nome de fibras musculares ou miócitos.

As células musculares são constituídas basicamente pelas proteínas actina e miosina, tendo como

características as propriedades de excitabilidade, elasticidade e contratilidade. As fibras musculares

produzem contração muscular devido a seu encurtamento, ou seja, contraem-se devido ao encurtamento

de suas fibras.

Essas fibras são organizadas em estriações transversais pela disposição das proteínas actina e miosina em

uma estrutura que define a unidade funcional da contração muscular: o sarcômero.

Cada célula muscular tem vários sarcômeros delimitados por dois discos transversais, chamados de

linhas Z.
Fibra muscular. Fonte: Matiello et al. (2018, p. 43).

Para a ocorrência da contração, é necessário um potencial de ação vindo do sistema nervoso central até o

músculo através de um nervo motor; em cada terminação, o nervo secreta uma pequena quantidade de

substância neurotransmissora, a acetilcolina, a qual atua sobre uma área localizada na membrana da

fibra muscular.

A contração isomérica se caracteriza pela falta de mudança significativa no comprimento do músculo

quando este produz força, mantendo a posição articular constante (MATIELLO et al., 2018).

Didaticamente os músculos são formados por fibras musculares de dois tipos, sendo:

● fibras vermelhas, também classificadas como tônicas ou do tipo I.


● fibras brancas, classificadas como fásicas ou do tipo II.
Fibras vermelhas e fibras brancas. Fonte: elaborada pela autora.

As fibras musculares são inervadas por distintos motoneurônios: as fibras do tipo I (vermelhas) são

inervadas por pequenos motoneurônios que apresentam baixa velocidade de condução, pequena

amplitude de pulso e frequência (30-40Hz). As fibras do tipo II (brancas) estão inervadas por grandes

motoneurônios com elevada velocidade de condução, grandes amplitudes de pulso e frequência de

descarga elevada (80-100 Hz).

No processo de contração muscular por estímulos de correntes elétricas, são compreendidos parâmetros

que detêm melhores resultados quando pensamos no processo de estímulo muscular.

A premissa da eletroestimulação do corpo humano baseia-se na propagação de cargas elétricas nos

nervos e músculos, o que gera alterações na atividade metabólica desses tecidos.

A eletroterapia que utiliza estimulação muscular foi adotada amplamente na área da estética por seus

benefícios na flacidez muscular, melhorando o contorno do corpo e fazendo com que muitas pacientes

sedentárias tivessem a oportunidade de provocar estímulo a tecidos e a grupos de fibras não requisitados

no dia a dia.
A fibra muscular é o objetivo da eletroestimulação, também conhecida por “corrente russa”. Na estética

ela pode ser empregada com os objetivos de:

● aumento da força muscular.


● manutenção das condições funcionais do músculo.
● melhora da silhueta corporal.
● melhora da flacidez muscular.

As correntes elétricas que podem ser usadas para o aumento da força muscular e nos casos de flacidez

muscular são a corrente russa e a corrente aussie.

O uso da eletroestimulação muscular também é referenciado quando falamos em gasto energético e

diminuição do tecido adiposo corporal. Assim como a estimulação muscular é relatada como sendo de 30

a 40% mais eficaz que a contração voluntária, podemos atribuir benefícios ao estímulo das células de

gordura, fazendo com que a combinação de exercícios ativos com a eletroestimulação muscular melhore

o contorno corporal e promova a eliminação de gordura principalmente em regiões abdominais.

De acordo com Agne (2016), o aumento da popularidade da eletroestimulação como alternativa aos

programas tradicionais de exercícios com resistência progressiva ou como método coadjuvante deles,

deve-se especialmente ao fisiologista russo Yadov Kotz.

Os estudos dessa área foram conhecidos após a utilização dos protocolos de eletroestimulação pelos

membros olímpicos nas Olimpíadas de Montreal em 1976, durante a qual Kotz defendia que a contração

muscular induzida por eletroestimulação aumentava o recrutamento das unidades motoras.

Uma das modalidades de corrente elétrica utilizada é a corrente russa, a qual utiliza equipamento de

média frequência (2.500 Hz), a qual recebe o nome de portadora.

Essa frequência, considerada alta, apresenta menor resistência tecidual e, consequentemente, maior

profundidade de penetração. Isso permite um efeito sobre um número maior de unidades motoras,

contraindo uma porção maior do músculo


Os parâmetros a serem observados na aplicação envolvem o tipo de fibra a ser trabalhada, a carga
aplicada à musculatura, o tempo de sustentação da contração e o intervalo de tempo entre contrações.

Modulação da Fibra muscular

A modulação ideal é a frequência de pulso ajustada entre 30 e 50 Hz para estimular fibras vermelhas ou
do tipo I e entre 50 e 80 Hz quando se pretende estimular fibras brancas do tipo II.

Modo de emissão da corrente

Modo sincronizado

Para trabalhar com a eletroterapia, o tecnólogo em estética deverá estar capacitado a regular os
parâmetros que devem ser selecionados no equipamento. Neste equipamento pode ser encontrado até
quatro modos de emissão da corrente. Para que possamos atingir o fortalecimento muscular, usamos o
modo sincronizado, no qual os estímulos ocorrem simultaneamente em todos os canais (saída da
corrente) utilizados de acordo com o número de eletrodos que estão sobre a musculatura a ser
trabalhada. Esse modo permite trabalhar segmentos corporais de forma simultânea.

Rampas de subida (ENTRADA DA CORRENTE) – RISE

Corresponde à descida da corrente elétrica e à saída da corrente.

Tempo de Contração muscular (on)

Esse é o tempo que o paciente permanecerá realizando a contração muscular estimulada pela corrente
elétrica.

Didaticamente este tempo deverá ser programado entre 4 e 6 segundos, podendo chegar a 8 de acordo
com a condição muscular do cliente.

Todos esses parâmetros devem ser adaptados de acordo com o cliente. Clientes fisicamente ativos vão
suportar uma maior intensidade de corrente e um intervalo menor entre a descida da corrente e a
contração muscular.

Tempo de repouso (OFF)

Após a contração muscular, deverá haver uma pausa para descanso, oxigenação e recuperação das fibras
musculares. O tempo off se caracteriza por ser um tempo em que não ocorre a contração muscular nem
estímulo elétrico.
Intensidade da Corrente

A intensidade é baseada na visualização da contração, sem que se atinja o limiar da dor. Tanto o tempo
da contração (time on) quanto o tempo de descanso ou repouso (time off) serão determinados pela
resistência do cliente à contração sustentada.

Um fato muito importante é que a intensidade da corrente seja aumentada de maneira gradativa, pois,
com o passar das sessões, existe uma acomodação da intensidade da corrente sendo necessário o ajuste
dela de maneira gradativa.

Eletrodos para eletroestimulação

Os eletrodos usados como meio de condução da corrente elétrica

O eletrodo deve ser colocado no ventre muscular ou no ponto motor (local onde as fibras nervosas que
inervam determinados músculos estão mais concentradas; está posicionado, na maioria vezes, entre o
terço médio e terço proximal). É muito importante a visualização da contração da musculatura e a
certificação de que ela aconteça de maneira adequada e de que a musculatura não “fibrile”, pois esse
balanço sem contração chamado de fibrilação é indicativo de fadiga muscular, caso em que se deve
diminuir a intensidade da corrente ou aumentar o tempo de repouso de off.

Nos dias atuais são empregados dois tipos de eletrodos diferentes, os eletrodos condutivos de carbono e os
auto adesivos.

Os eletrodos auto-adesivos podem ser fixados em locais difíceis, como região da face, e não necessitam de
gel condutor. Para alguns casos, será necessário faixas de fixação para mantê-los em contato com a pele.

Os eletrodos de carbono, também conhecidos como de silicone, são usados geralmente para as áreas
maiores do corpo. Para a condução da corrente elétrica, faz-se necessário o uso do gel de condução. A fim
de fixá-los, podem ser usadas faixas elásticas ou fita micropore.

Contraindicações da técnica
● Evitar aplicação sobre região torácica e sobre os seios carotídeos.
● Não utilizar a corrente durante o período gestacional.
● Não aplicar sobre próteses metálicas.
● Evitar o uso em sujeitos com doenças cardíacas, como arritmias severas e insuficiência cardíaca.
● Não utilizar a corrente em regiões de neoplasias ou infecções.

Antes de iniciar uma sessão, o profissional deverá, de uma forma objetiva e clara, explicar os objetivos e
o mecanismo de ação para o cliente.
Indicações

A principal indicação da eletroestimulação muscular é para o tratamento da flacidez muscular, porque,


como ela proporciona maior circulação sanguínea, melhora a oxigenação celular e elimina as toxinas.

______

🔁 Assimile
Falamos, no decorrer desta aula, que uma das indicações da técnica de microcorrentes é no
pós-operatório das cirurgias plásticas. Você acha que, mesmo com efeitos benéficos, ela pode ser usada no
pós-operatório de qualquer cirurgia?

Vale a pena fazer um alerta quanto ao uso dessa técnica no pós-operatório imediato à lipoaspiração, uma
vez que existe a possibilidade de aceleração no reparo e, por consequência, de aumento na formação da
fibrose subcutânea, que é uma característica desse tipo de cirurgia.

Portanto, essa é uma técnica que, apesar de ter muitos efeitos benéficos, não deverá ser realizada no
pós-operatório imediato à lipoaspiração.

______

💭 Reflita
Quando pensamos no mecanismo de contração muscular, temos a seguinte situação: em uma contração
voluntária pouco intensa, são recrutadas primeiramente as fibras do tipo I (vermelhas), lentas e
resistentes à fadiga (AGNE, 2016).

Conforme a contração muscular se torna mais intensa ou mais rápida, são recrutadas as fibras
musculares do tipo II (brancas), rápidas e menos resistentes, que obtêm sua energia a partir da glicose
anaeróbia (sem necessidade de oxigênio), ao contrário das fibras do tipo I, que têm seu aporte energético
do metabolismo oxidativo mitocondrial.

______

📝 Exemplificando
O termo “corrente russa” surgiu na década de 1970 e referia-se ao uso de uma corrente de média
frequência por meio de uma corrente de onda senoidal. Os trabalhos originais foram desenvolvidos pelo
pesquisador soviético Yakov Kots, que buscava um ganho de força entre atletas da equipe olímpica russa.
Na ocasião, foi relatada uma melhora na contração voluntária máxima com o uso dessa modalidade
associada ao treinamento clássico (BORGES, 2007).

Uma maneira de potencializar os resultados obtidos no tratamento com a corrente russa é associar
exercícios com pesos, aparelhos de musculação ou faixas elásticas, que, além aumentar o recrutamento da
musculatura, reduz a sensação da corrente elétrica.

______

Como você observou ao longo desta aula, a eletroterapia é muito ampla e conta com diversos
equipamentos na área da estética. Para obter resultados significativos, é fundamental que o profissional
conheça tanto a fisiopatologia das disfunções como o mecanismo de atuação de cada uma delas.

A corrente galvânica também pode ser utilizada com intensidade mais baixa, como a microamperagem.

A corrente microgalvânica (CM) possui característica de corrente contínua filtrada e constante com fluxo
unidirecional de elétrons, com intensidade reduzida à décima parte de um miliampère da corrente
galvânica (0,1 mA = 100 µA).

Esse circuito é polarizado com os pólos negativo e positivo. Sua aplicação na pele é realizada de forma
invasiva, porém, superficial.

Recebe o nome de microgalvânica quando a corrente mantém as propriedades da manutenção da


polaridade negativa e positiva, utilizando intensidades abaixo de 1 miliampère (lembrando que é uma
corrente polarizada).

A corrente microgalvânica é aplicada normalmente em locais pequenos como estrias, rugas e cicatrizes.

Os efeitos dessa corrente consistem em promover alterações fisiológicas devido à ação da corrente sobre
as proteínas que se encontram dispersas na substância fundamental amorfa da derme (OLIVEIRA,
2013).

Essas modificações ocorrem ao redor da agulha (polo ativo), atingindo o ponto isoelétrico de algumas
proteínas e promovendo a sua precipitação para, consequentemente, ocorrer uma estabilização e uma
incrementação proteica ao longo da realização das sessões de tratamento, com vistas à reorganização do
tecido conjuntivo local.

Ainda que a corrente seja microgalvânica, se a intensidade for elevada, será desconfortável a quem a
recebe e, desta forma, diminuí-la é uma forma segura de trabalhar com a eletrolipólise. Se o cliente está
relatando dor é porque, além da intensidade alta da corrente, a agulha pode não ter sido posicionada de
maneira correta.
Portanto, as maneiras de reduzir o desconforto são: diminuir a intensidade da corrente empregada,
retirar as agulhas e posicioná-las novamente. O fato é que esses eletrodos, posicionados de maneira
invasiva com perfuração na pele, devem ser realizados com agulhas finas, e o profissional deverá estar
treinado para posicioná-las de maneira superficial na pele, algo em torno de 8 a 15 mm de profundidade.

É importante lembrar que, para esses eletrodos metálicos e invasivos, não existe resistência da pele à
corrente elétrica, por isso a intensidade deverá ser a mais baixa possível, em geral, 10% da usada no
modo transcutâneo com placas, não havendo a necessidade do cliente manifestar a sensação elétrica.

É importante lembrar que, mesmo sendo uma corrente microgalvânica, a intensidade elevada é
desconfortável ao cliente e ainda há grandes chances de lesões ou irritações cutâneas no local da
aplicação onde as agulhas estão inseridas.

Você também pode gostar