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CLARETIANO CENTRO UNIVERSITARIO

GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
ARIANE MARTINS DE LIMA

RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS – FOTOTERAPIA E ELETROTERAPIA

CRUZEIRO DO SUL –AC


2022

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PORTFÓLIO DE RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS – FOTOTERAPIA E
ELETROTERAPIA

Portfólio descritivo apresentado ao curso de Graduação de Fisioterapia do Centro Universitário Claretiano,


a ser utilizado como diretrizes para obtenção de aprovação no trabalho de conclusão do 6º semestre da
disciplina de recursos fisioterapêuticos- fototerapia e eletroterapia. Orientado pelo prof.: Sanderson Samid.

CRUZEIRO DO SUL –AC


2022

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ELETROTERAPIA DE BAIXA E MÉDIA FREQUÊNCIA

A contração muscular eletricamente induzida ativa as unidades motoras


de modo díspar da contração muscular voluntária. Na eletroestimulação todas
as unidades motoras são atraídas e os moto-neurônios maiores são
fomentados primeiramente, em função da sua localização (mais superficial) e
da sua menor impedância. A EENM é uma corrente elétrica de baixa frequência
(1-1000 Hz), despolarizada, que estimula os ramos intramusculares dos moto-
neurônios e acarreta a contração muscular. É empregada para tratamento de
hipotrofia, espasticidade, contraturas e fortalecimento, além disso poder ser
aplicada em atletas.

Com a ascensão da tecnologia sobre EENM, desenvolveu-se a


estimulação russa o qual é uma corrente sinusoidal alternada (bifásica) de
2500 Hz com uma frequência de estímulo de 50 Hz e com um tempo de cada
envelope de 10 ms (milissegundos) e intervalo entre eles de 10 ms. Uma
corrente de média frequência modulada em baixa frequência, alternada,
despolarizada, interrompida e seletiva. Esta corrente é capaz de perfazer
estruturas teciduais profundas, pois quanto maior a frequência, menor é a
impedância tecidual. Uma segunda característica importante é que sua média
frequência está fixada em 2.500 Hz, visto que a despolarização máxima do
nervo motor ocorre nesta frequência.

Alguns estudos abordados pelos cientistas sobre os efeitos da corrente


elétrica nos músculos, mostram que os aspectos mais visados são: o aumento
da força muscular e mudança do tecido muscular. Em um dos estudos diminuiu
a atrofia das fibras musculares e proliferação do tecido conjuntivo em músculos
desnervados. Outra pesquisa concluiu que comumente a estimulação elétrica
não é um substituto satisfatório para a atividade voluntária. Entretanto,
apresenta o fortalecimento e a melhora funcional do músculo quadríceps pela
eletroestimulação posteriormente a cirurgia do ligamento cruzado anterior
(LCA).

É possível observar o ganho de força que decorre do treinamento, que


no começo de um programa é atribuída a fatores neurais (adaptações) e não o

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aumento muscular. As adaptações neurais associadas ao treinamento de força
atinge uma melhor sincronia do escape das unidades motoras para admitir que
um indivíduo ajuste-se à força desencadeada pela estimulação elétrica.

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA

A corrente elétrica gerada deve vencer a oposição imposta ao seu fluxo


e perfazer o tecido alvo com intensidade suficiente. Parte dessa oposição é
oferecida pelos tecidos biológicos, sendo denominada impedância elétrica e
retratada pela associação da resistência, presente no fluido extra e intracelular,
e da reatância capacitiva, característica das membranas celulares. A
impedância total de um circuito pode ser calculada com base na Lei de Ohm (Z
= U/i), onde Z = impedância, U = tensão elétrica no circuito, e i = intensidade da
corrente que circula pelo circuito. Os materiais biológicos seguem quase que
categórico essa lei, em que a impedância e a tensão elétrica tornam-se
variáveis diretamente proporcionais quando se mantém fixa a intensidade.

A corrente elétrica sempre segue o caminho de menor oposição e, por


conseguinte, a impedância do caminho (no caso, o tecido biológico) deliberar a
sua consistência, intensidade e o trajeto, podendo adulterar as respostas
biológicas por ela desencadeadas. Assim, a impedância sob os eletrodos se
altera com o posicionamento e a distância Inter eletrodos, a localização do
campo elétrico, a variação do comprimento e forma das estruturas anatômicas,
bem como a quantidade de água e número de camadas do estrato córneo,
sendo a queratina a principal barreira à passagem da corrente.

CORRENTE RUSSA

Estudos epidemiológicos apontam o crescimento da obesidade


abdominal na população feminina brasileira nas últimas décadas posto a isso
um fator de risco relevante para o surgimento de doenças cardiovasculares,
manifestando-se como epidemia mundial. Assim, acúmulo de gordura
localizada na região abdominal tem se revelado mais prejudicial à saúde
quando comparada a obesidade ou ao sobrepeso, ocasiona grande encargo à
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saúde pública, incremento da morbidade, interferência na produtividade e
deteriorização da qualidade de vida.

No intuito de auxiliar na redução da camada gordurosa localizada, a


Fisioterapia Dermato Funcional tem proposto algumas técnicas terapêuticas,
dentre elas a eletrolipólise, também denominada de eletrolipoforese. Este
equipamento é caracterizado pela aplicação de uma corrente de baixa
frequência através de finíssimas agulhas (0,25 a 0,3 mm) alongadas (5 a 15
cm) diretamente sobre o tecido adiposo a ser tratado, criando um campo
elétrico entre elas que leva a lipólise no tecido adiposo através dos efeitos
joule, eletrolítico, neuro-hormonal e estímulo circulatório.

A principal indicação da eletrolipólise está no tratamento da obesidade


localizada, celulite e lipodistrofias localizadas. Verifica-se na prática clínica que
o uso desse aparelho pode proporciona repercussões sistêmicas na urina e
nas fezes de pacientes em tratamento, contudo existem poucos estudos que
comprovem a eficácia da técnica em questão, bem como os seus benefícios e
malefícios a saúde. Durante a prática de exercícios físicos, o gasto das
reservas lipídicas parece ser global, o que sustenta a utilidade de ferramentas
que promovam o gasto de gordura localizada. Por isso é crescente o uso da
corrente russa, também conhecida como ginástica passiva, nos protocolos de
tratamento para gordura localizada. Este aparelho emite uma corrente
excitomotora alternada de média frequência, retangular, balanceada e simétrica
que pode ser modulada por rajadas, com a promessa de tonificar e fortalecer a
musculatura, melhora a flacidez dérmica além de promover queima de gordura
com perda ponderal de peso. Uma vantagem do seu uso é que com a inibição
de fadiga do sistema nervoso central (SNC), torna-se possível realizar um
maior número de repetições e, portanto, maior consumo energético.

Dentre os vários recursos de avaliação de redução de medidas por


perda de adiposidade localizada, o exame de bioimpedância (BIA) e a
perimetria são as técnicas avaliativas mais utilizadas em estudos com essa
temática.

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CORRENTE INTERFERÊNCIAL

A definição de meningite asséptica (MA) refere-se à síndrome clínica de


inflamação meníngea, onde não é encontrado crescimento bacteriano
identificado no exame de líquido cefalorraquidiano (LCR). Trata-se geralmente
de inflamação leptomeníngea caracterizada por febre e sinais meníngeos
acompanhados predominantemente por pleocitose linfocítica no LCR com
cultura bacteriana estéril. A meningite asséptica não é causada por bactérias
piogênicas, porém diversas situações e condições clínicas podem desencadeá-
la: infecções virais e não virais; alguns fármacos, neoplasias malignas, doenças
reumatológicas, tais como lúpus eritematoso sistêmico, sarcoidose, angiíte
granulomatosa e metástases tumorais. O termo meningite por si só refere à
inflamação meníngea associada ao aumento anormal do número de células
observado no LCR. Nas meningoencefalites encontra-se infecção do sistema
nervoso central (SNC), envolvendo tanto as meninges quanto o parênquima
cerebral.

A análise do LCR torna-se fundamental para exclusão de quadros


bacterianos e consequentemente desnecessária utilização de antibioticoterapia
e admissão hospitalar. Os quadros de meningites assépticas virais são
autolimitados na grande maioria dos casos, necessitando apenas de medidas
de suporte clínico, sem tratamento específico algum. Nos casos de meningites
assépticas medicamentosas, a simples interrupção da utilização do
medicamento causador, promove a regressão dos sintomas.

CORRENTE DIADINÂMICA

A eletrotermofototerapia é uma modalidade vastamente utilizada por


fisioterapeutas, sendo a aplicação de corrente polarizada uma das
possibilidades terapêuticas, apesar de pouco difundida. Existem diferentes
aparelhos, efeitos e propósitos para justificar sua utilização, podendo a
especificação da situação de uso intensificar seus benefícios no tratamento,
assim como, ser a corrente de preferência. Este tipo de corrente tem sentido

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unidirecional, ou seja, os elétrons dirigem-se do polo negativo para o positivo a
partir do circuito gerador, dando assim o caráter de polarizada, tendo o fluxo
convencional da corrente o sentido contrário. Dentre os efeitos promovidos em
consequência dos fenômenos alternados de polarização e despolarização
tecidual, destacam-se a analgesia, efeito anti-inflamatório, bacteriostático,
redução de edema, eletroestimulação muscular, além de facilitar o processo de
cicatrização tecidual. Os aparelhos que disponibilizam esse tipo de corrente
apresentam suas indicações principalmente em casos de origem traumato-
ortopédica, neurológica ou desportiva.

FES

A Estimulação Elétrica Funcional (FES) consiste na estimulação elétrica


de um músculo privado de controle normal para produzir uma contração
funcionalmente útil. Esta estimulação despolariza o nervo motor, produzindo
uma resposta sincrônica em todas as unidades motoras do músculo
estimulado, melhorando seu trofismo. E stimulação permite a entrada seletiva e
repetitiva aferente até o SNC, ativando não só a musculatura local, mas também
mecanismos reflexos necessários à reorganização da atividade motora. Além
disso, o estímulo elétrico diminui o tônus do grupo muscular antagonista, pelo
mecanismo de inibição recíproca.

FOTOBIOMODULAÇÃO LASER

A pele é o maior órgão do corpo humano sendo a primeira barreira de


proteção contra agentes externos, perda de água, invasão de microrganismos.
É composta por duas camadas distintas: a epiderme e a derme. Logo abaixo
da derme encontra-se a hipoderme que é constituída de um tecido subcutâneo
adiposo. A ferida é uma interrupção da continuidade da pele, podendo ser de
diversas etiologias: traumática, isquemia, infecção, cirúrgica, por pressão, de
tamanho e caraterísticas variáveis. Quando ocorre um rompimento tecidual
inicia-se um processo de reparo complexo com objetivo de restauração do
tecido.
Não existem dados concretos sobre a prevalência de feridas na
população brasileira, porém existem estudos que estimam a prevalência de

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indivíduos com tal lesão em 1,05% na população em geral e de 1,9% entre
aqueles atendidos na atenção primária à saúde. Após uma lesão, ocorre uma
cascata perfeita de eventos moleculares complexos intercedidos e sustentados
por um
conjunto de mediadores químicos agindo em diferentes fases, com
objetivo de realizar a cicatrização da ferida. As fases possuem limites não
muito distintos, mas sobrepostas no tempo, denominadas: fase inflamatória,
proliferativa e de remodelação.
A fase inflamatória tem duração de 48 a 96 h após o ferimento ocorrendo
hemostasia por meio da ativação da cascata de coagulação, formando o
tampão de plaquetas. Há o aumento da permeabilidade vascular com o
recrutamento de neutrófilos e macrófagos evidenciando os sinais físicos do
processo inflamatório: eritema, edema, calor e dor. Inicia-se a cascata de
reparação por meio do apoio, recrutamento e ativação celular, síntese da
matriz extracelular e o início do processo da angiogênese. Na fase proliferativa
os eventos da inflamação promovem a limpeza da ferida por meio da
fagocitose. Ocorre de 4 a 12 dias após a lesão e algumas células começam a
realizar a epitelização da lesão como os fibroblastos, células musculares lisas,
células endoteliais e epiteliais. Já a fase de remodelação é o último e
mais longo processo de cicatrização podendo ser continuado por 12 a 18
meses. A principal característica dessa fase é a presença do colágeno,
principal componente da derme.
A matriz de colágeno possui aproximadamente 20% de colágeno tipo III,
o que a torna extremamente frágil. A mudança para colágeno tipo I é gradual
sendo aumentada pelos fibroblastos.

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Referências Bibliográficas

SAMPAIO. Danielle. Efeito da eletrolipólise associada ou não à


corrente russa no tratamento da gordura abdominal. Fisioterapia Brasil
2015. Rio Grande do Sul. Disponível em:
https://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/view/
73/120. Acesso: 12.04.2023.

ARTIOLI. Dérrick. O uso da corrente polarizada na Fisioterapia. Rev


Bras Clin Med 2011. São Paulo. Disponível em:
http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2011/v9n6/a2553.pdf. Acesso em:
12.04.2023.

MACEDO. Ana. Análise comparativa da eletroterapia de média e


baixa frequência no fortalecimento muscular do quadríceps em homens e
mulheres sedentárias através da dinamometria isocinética. Fisioterapia
Brasil 2008. Paraná. Disponível em:
https://www.portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/
view/1686/2830. Acesso em: 12.04.2023.
ARTIOLI. Dérrick. Corrente interferencial vetorial: aplicação,
parâmetros e resultados. Rev Bras Clin Med 2011. São Paulo. Disponível em:
http://www.sbcm.org.br/revistas/RBCM/RBCM-2012-01.pdf#page=48. Acesso
em: 12.04.2023.
BOLFE VJ,RIBAS SI,MONTEBELO MIL E GUIRRO RRJ. iológicos
durante estimulação elétrica transcutânea. Rev. bras. fisioter., São Carlos,
v. 11, n. 2, p. 153-159, mar./abr. 2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbfis/a/PSbW3W5RQkVVfDy9R5MSxdL/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 12.04.2023.

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