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MODULO 11 – ELETROTERMOFOTOTERAPIA

UNIDADE 1: ELETROTERAPIA

UNIDADE 1 / AULA 1 - PRINCÍPIOS FÍSICOS DA CORRENTE ELÉTRICA

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA UNIDADE

OBJETIVOS DA UNIDADE
AO FINAL DESTA UNIDADE, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Definir os conceitos básicos e essenciais da eletroterapia;
• Esclarecer como são realizadas as aplicações dos recursos eletroterápicos;
• Descrever as reações e benefícios da eletroterapia.

Olá, estudante!

VAMOS INICIAR AGORA A DISCIPLINA DE ELETROTERMOFOTOTERAPIA.

O conteúdo a ser desenvolvido nesta aula é de suma importância para sua vida profissional, pois nela você
encontrará conceitos básicos e essenciais da eletroterapia, conceitos estes que estarão presentes em cada
aplicação dos recursos eletroterápicos, também chamados de equipamentos, em toda a esfera da estética.
Tais recursos, quando aplicados no corpo, promovem reações e benefícios os quais você, futuro profissional,
deverá conhecer.
A eletroterapia é um recurso que utiliza a corrente elétrica com o objetivo de promover a analgesia, a redução
de edemas, o fortalecimento muscular, e que é aplicado para o tratamento de diversas disfunções estéticas faciais
e corporais.

AS CORRENTES TERAPÊUTICAS PODEM SER CLASSIFICADAS DE DIFERENTES MANEIRAS,


SENDO:
• Pelos efeitos que elas produzem sobre o organismo.
• Pela frequência de repetição dos impulsos elétricos.
• Segundo as formas de impulso elétrico.
• Os efeitos promovidos pelas estimulações elétricas dependerão do tipo de intensidade da corrente
administrada bem como das características do tecido alvo.

AS CORRENTES UTILIZADAS NA ESTÉTICA ATRAVÉS DOS RECURSOS


ELETROTERÁPICOS SÃO:

CORRENTE CONTÍNUA OU GALVÂNICA


Tem a característica de ser monofásica e contínua, de modo que o fluxo de corrente se dá em direção ao polo
positivo, não sendo intervalado por ciclos. Esta corrente pode apresentar diferentes efeitos bioquímicos em seus
pólos. Historicamente, é identificada como a mais antiga corrente empregada de forma terapêutica. Uma técnica
muito usada na estética e que utiliza esta corrente é a ionização.

CORRENTE ALTERNADA

Trata-se de uma corrente cujo fluxo contínuo de elétrons é bidirecional, ou seja, em um momento, o fluxo de
elétrons é em direção ao pólo positivo, em outro, o fluxo é em direção ao polo negativo, ocorrendo, assim, uma
inversão de polaridade.
Para que o estímulo elétrico alcance o tecido do cliente, é necessário que se estabeleça um circuito elétrico.
A fim de se estabelecer esse circuito, faz-se necessária uma fonte elétrica representada por uma tomada, onde a
distribuição de energia varia de 127 V a 220 V (padrão nacional). Tal fonte de tensão impulsiona uma corrente
elétrica em direção ao eletroestimulador, que é um modulador de corrente (esculpe uma onda elétrica), a qual é
transferida, por meio de cabos condutores, até os eletrodos que estão em contato direto com a pele do paciente.
Dessa forma, o estímulo elétrico ocorrerá na região entre os eletrodos. Os eletrodos são constituídos de fios de
cobre isolados por um material emborrachado cuja função é impedir que o meio externo interfere no fluxo da
corrente elétrica.
A extremidade dos eletrodos possui estruturas chamadas de conectores, os quais são diferenciados pelas cores
vermelha e preta. Eles são ligados aos eletrodos que estão em contato com a pele.
O conector da cor preta é o cátodo, que possui carga elétrica negativa. Sendo assim, íons ou moléculas com
carga positiva serão atraídos em direção a ele, e íons ou moléculas com carga elétrica negativa serão repelidos.
O conector de coloração vermelha corresponde ao ânodo, que possui carga elétrica positiva. Sendo assim,
íons e moléculas de carga elétrica negativa serão atraídos em direção a ele.
Alguns parâmetros ou grandezas físicas são fundamentais para a busca dos efeitos biológicos gerados pelos
estímulos elétricos. E são essas grandezas, parâmetros empregados, tipos de corrente e interação com os tecidos
biológicos que serão abordados neste livro. Na área da estética, essa aplicabilidade está relacionada com os
equipamentos conhecidos como ultrassom, corrente russa, criolipólise, radiofrequência, vacuoterapia, jato de
plasma e eletrocautério.

PARTE 02: INTRODUÇÃO DA AULA


QUAL É O FOCO DA AULA?
Nesta aula, você aprenderá quais os conceitos e quais são os princípios necessários para a aplicação dos
recursos eletroterápicos.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Classificar os princípios da eletroterapia;
• Explicar a atuação do profissional da estética;
• Definir os princípios físicos da corrente elétrica.
SITUAÇÃO-PROBLEMA

Começaremos esta aula tratando dos princípios da eletroterapia e de sua relação com a atuação do profissional
da estética.

INTERAÇÃO DOS AGENTES FÍSICOS COM OS AGENTES BIOLÓGICOS

Considera-se agente físico terapêutico todo material ou ação empregada para obter ou estimular uma resposta
fisiológica no organismo e que desencadeia uma resposta terapêutica.
Neste raciocínio, todo agente físico será portador de uma energia, a qual poderá ser térmica, mecânica ou
eletromagnética e que, na sua interação com o material biológico (a pele), cederá ou receberá parte dessa energia.
É importante lembrar que nosso organismo é formado por células, as quais necessitam de energia para seu
completo funcionamento. Por diversos motivos, a energia das nossas células, especialmente em quadros
patológicos, estará deficiente e, portanto, precisará de uma fonte eterna de estimulação para se recompor ou ter
sua manutenção favorecida.
Nesse sentido, é muito importante termos claros os conceitos de agentes físicos e energia. Assim, sempre que
falamos em agentes físicos, fazemos referência a um tipo de energia que será gerada e liberada por determinado
equipamento e absorvida por um tecido biológico.
Essas energias, ao interagirem com os tecidos biológicos ou orgânicos, produzem respostas. A primária é uma
reação química. Um exemplo dela, na área da estética, é na aplicação da galvanoterapia para o envelhecimento
cutâneo, resultando na produção de ácido sobre o eletrodo positivo e hidróxido de sódio no eletrodo negativo, o
que gera, consequentemente, importantes alterações no pH cutâneo.
Essa sequência de respostas está condicionada ao tipo de energia emitida, bem como à forma por meio da
qual será transferida aos tecidos.
Se a quantidade de estímulos for adequada, teremos uma ação terapêutica de acordo com a corrente
empregada; em contrapartida, se ela for empregada de maneira inadequada, excessivamente, poderá acarretar
uma ação lesiva no organismo.
A fim de que possamos entender os efeitos dos agentes físicos, é necessário estabelecer parâmetros para a
interação deles com o meio biológico (AGNE, 2013). Assim, com o intuito de que os efeitos desejados ocorram,
será estabelecida uma relação do estímulo com a resposta, ou seja, existirá uma estreita relação entre a dosimetria
(quantidade de energia distribuída em determinada área) e os efeitos produzidos pelos agentes físicos.
Outro ponto muito importante é que, além da escolha do agente físico, faz-se necessário estabelecer todos os
parâmetros de emissão dele, como a intensidade e a forma.
Um agente físico pode produzir efeitos totalmente opostos, isto é, podem-se estabelecer parâmetros
direcionados aos efeitos terapêuticos ou, caso a dosimetria seja muito alta, é possível que haja dano tissular.
Vamos tratar agora da parte básica da eletroterapia, que são os conceitos básicos da física, os quais norteiam
toda a disciplina.
Matéria é tudo o que tem massa e que ocupa lugar no espaço (por exemplo, ar, cadeira, caneta). Toda matéria
é constituída por átomos, compostos por partículas sub atômicas, os prótons, que possuem carga elétrica positiva
e estão localizados no núcleo do átomo; os nêutrons, que não apresentam carga; e os elétrons, que têm carga
elétrica negativa. Os prótons e os nêutrons têm a mesma massa e o mesmo tamanho, já os elétrons possuem
massa inferior.
Existem dois tipos de cargas: a chamada positiva, representada pelo símbolo (+), e a negativa, representada
pelo símbolo (-). Adotou-se a carga positiva para o tipo de carga do próton e a negativa para o tipo de carga do
elétron. Foi constatado também que a interação entre essas cargas ocorre da seguinte forma: cargas com o mesmo
sinal se repelem enquanto cargas com sinais opostos se atraem, característica básica de uma corrente muito usada
na estética que é chamada de corrente galvânica.

A CORRENTE ELÉTRICA É CARACTERIZADA COMO SENDO UM

“fluxo de elétrons entre os extremos de um condutor, de forma ordenada quando submetidos a uma diferença
de potencial” (AGNE, 2013).

Esse movimento, ou fluxo ordenado de elétrons, em direção à pele deverá vencer a resistência dela e, então,
estimular as diferentes inervações.
Luciana é estudante do curso de Estética e Cosmética e está por iniciar seu estágio obrigatório supervisionado.
Após a realização da divisão dos estudantes em suas respectivas áreas de estágio, Luciana foi selecionada para a
área de Eletrotermofototerapia. Ela sempre teve curiosidade sobre a ação da eletroterapia no organismo e sobre
o funcionamento do equipamento pelos princípios físicos da corrente elétrica, pois sabe que estes conceitos farão
parte de sua vida profissional.
Luciana, muito dedicada, resolve, então, rever os conteúdos da disciplina ministrada em sala de aula para se
preparar ainda mais e ter uma ótima atuação em seu estágio.
Lembrou-se das aulas de Eletrotermofototerapia, durante as quais os docentes do curso sempre advertiram
sobre a necessidade de os equipamentos terem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
um órgão que é regulamentado pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Ela tem como principal objetivo
realizar atos administrativos em prol da saúde, como fiscalizar, autuar, intervir e aplicar alvarás para a efetivação
da segurança da saúde no País. O equipamento, tendo registro na Anvisa, é uma segurança e uma maneira de
evitar acidentes e de oferecer um trabalho eficiente e seguro aos clientes.

Ao chegar na clínica, seu local de estágio, Luciana encontra a docente Juliana, que será sua supervisora.
Juliana informa que os atendimentos serão prestados à comunidade e apresenta o setor de eletrotermofototerapia,
o qual conta com muitos aparelhos que serão utilizados pelos estudantes. A supervisora apresenta cada aparelho,
relata suas principais características, indicações e contra indicações.
Luciana ficou encantada com a quantidade de recursos e de benefícios proporcionados por esses aparelhos.
Ao observar atentamente alguns deles, Luciana notou que o fio que conecta os equipamentos eletroterápicos à
rede elétrica tem diâmetro bem maior do que os fios os quais conectam os eletrodos ao cliente.

- Você já parou para pensar se existe uma razão para isto?


- Será que os fios que conectam os eletrodos são mais finos somente por aparência ou para ficarem menos
pesados e mais “bonitos” esteticamente?

Vamos ajudar Luciana a responder esses questionamentos!


Estudante, observe quantos conceitos são necessários para a aplicação dos recursos eletroterápicos. A união
da teoria com a prática, no decorrer das disciplinas, fará de você um profissional diferenciado para o mercado de
trabalho.

PARTE 03: HISTÓRICO DA ELETROTERAPIA

A eletroterapia consiste na aplicação de corrente elétrica com finalidade Terapêutica. Se pensarmos em termos
históricos, o emprego da corrente elétrica para fins terapêuticos advém de tempos remotos, nos quais o agente
gerador da corrente era um peixe capaz de produzir uma descarga relatada como analgésica.

A história da aplicação da corrente elétrica com fins terapêuticos oferece uma trajetória bastante extensa,
sendo que os primeiros registros datam de 2750 a.C., quando os egípcios utilizavam descargas de peixes elétricos
com finalidade terapêutica (AGNE, 2006).
Algumas espécies de peixes elétricos eram empregadas em tratamentos em que se fazia necessária a descarga
elétrica. Entre essas espécies estavam a arraia elétrica da família Torpedinidae, conhecida como peixe torpedo,
o peixe gato da família Malapteruridae e o bagre elétrico do Congo. A intensidade medida nessas espécies varia
de 450 a 600 volts.
O método conhecido como iontoforese, por exemplo, teve origem em 1745 quando houve a tentativa de
administrar medicamentos por via transcutânea com a ajuda de uma máquina elétrica de corrente elétrica
contínua.
Agne (2006) cita que Werner von Siemens (1844) utilizou a corrente farádica para a analgesia do nervo
trigêmeo facial e que, na mesma época, dentistas americanos utilizaram a corrente farádica para anestesia local.
A evolução da eletroterapia está alicerçada nas respostas fisiológicas aos diferentes estímulos elétricos a que
o corpo é capaz de responder.
O berço da eletroterapia é a Europa, mas a utilização desse recurso foi disseminada por todo o mundo. No
Brasil, o advento da eletroterapia ocorreu entre 1879 e 1883 no Rio de Janeiro.
A evolução da eletroterapia está alicerçada nessas teorias, pois, ao descobrirem os processos das respostas
fisiológicas aos diferentes estímulos elétricos, iniciou-se pelo mundo uma grande revolução na produção de
novas modalidades de eletroestimulação.
A eletricidade atua em cada célula e em cada tecido pelo qual ela flui, e o tipo e a extensão da resposta
proporcionada dependem do comportamento específico diante das características da corrente aplicada entre elas,
do tipo de corrente, da intensidade, da duração e da frequência, os quais serão tratados nesta aula.

AGENTES FÍSICOS
Para Agne (2013), o termo agente físico é todo material ou ação empregada para obter uma resposta
fisiológica no organismo e que, por sua vez, desencadeia um efeito terapêutico.
Dessa forma, todo agente físico será portador de energia, a qual poderá ser térmica, mecânica ou
eletromagnética e cuja interação com o material biológico (corpo) fará com que ceda toda ou parte de sua energia.

BASES FÍSICAS DA CORRENTE ELÉTRICA

A eletricidade é definida como uma forma básica de energia e pode produzir efeitos significativos sobre os
tecidos biológicos.
A matéria é constituída por átomos, os quais são as menores partículas de um elemento e são formados por
elétrons, prótons e nêutrons.
O átomo é feito de um núcleo central carregado positivamente (constituído de prótons carregados
positivamente e nêutrons sem carga) e de partículas carregadas negativamente (elétrons) que orbitam ao redor
desse núcleo, lembrando um sistema solar em miniatura.
Os elétrons e os prótons são elementos que possuem carga elétrica. Na natureza, existem dois tipos de cargas,
uma positiva, representada pelo sinal (+), e uma negativa (-). Com isso, adotou-se a carga positiva para o próton
e a negativa para o elétron.
As interações entre essas cargas ocorrem por meio do princípio da atração cargas de sinais diferentes e da
repulsão de sinais iguais. Assim, um elétron e um próton são atraídos um para o outro, enquanto dois elétrons se
repelem.
A unidade de carga é o coulomb (C). Um elétron tem uma carga de 1,6 X IO"19 C, de modo que é necessário
um número muito grande de elétrons (6,2 X IO18) para fazer um coulomb.

CAMPOS ELÉTRICOS

Pode-se dizer que, em torno de qualquer partícula carregada, existe um campo elétrico.
Se uma carga menor, que está livre para se mover, é colocada no campo, os trajetos por onde se movimentará
são chamados de linhas de força (ou linhas de campo).
Quando há corrente elétrica em um condutor, não somente este é submetido a alterações, mas também a
região que o circunda. Forma-se, dessa maneira, um campo eletromagnético em volta do condutor. Quanto maior
a intensidade da corrente no condutor, mais forte é o campo eletromagnético ao seu redor.
Vamos agora conhecer os parâmetros físicos que envolvem os recursos eletroterápicos. O primeiro deles é a
corrente elétrica.

CORRENTE ELÉTRICA

Corrente elétrica é o fluxo de carga elétrica, geralmente elétrons, medido em ampère (A). Em alguns
materiais, como os metais, os átomos são ligados de modo a formar uma estrutura do tipo treliça e a carga é
transportada por elétrons (KITCHEN, 2003).
Agne (2013) explica também que corrente é um fluxo ordenado de elétrons entre os extremos de um condutor
quando submetidos a uma diferença de potencial.

“Em materiais nos quais os átomos são livres para se moverem, a carga é transportada por íons. Um
líquido no qual os íons são os transportadores de carga é chamado de eletrólito” (KITCHEN, 2003, p. 28).

A corrente elétrica que flui dentro de um condutor é medida por um equipamento amperímetro, e a unidade
em que é dada é o ampère. Esse fluxo ordenado de elétrons vai em direção à pele quando devem vencer a
resistência dela e, então, estimular as diferentes inervações.
Existem dois tipos de corrente elétrica: a contínua, que é caracterizada pelo fluxo de elétrons em uma única
direção, e a alternada, que é aquela em que a corrente flui primeiro por um caminho e depois por outro. Nos
tecidos biológicos, podem ser aplicadas, através dos eletrodos de superfície, a corrente contínua (fluxo constante)
e a alternada (fluxo bifásico).

PARTE 04: TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA

Corrente contínua ou galvânica: é monofásica e contínua, de modo que o fluxo de corrente se dá em direção
ao pólo positivo e não é intervalado por ciclo. Esta corrente pode apresentar diferentes efeitos bioquímicos em
seus pólos.
Corrente alternada: é caracterizada por um fluxo bidirecional contínuo de elétrons, ou seja, em um momento
o fluxo de elétrons vai em direção ao pólo positivo, em outro, vai em direção ao pólo negativo, ocorrendo, assim,
uma inversão de polaridade.

CONDUTORES SÃO TODAS AS SUBSTÂNCIAS NAS QUAIS

“as partículas carregadas se movimentam simplesmente quando são colocadas em um campo elétrico”.

Agne (2013) diz que um corpo carregado eletricamente pode transmitir essa carga a outros corpos, materiais
ou elementos condutores. Os tecidos biológicos, por exemplo, contêm partículas carregadas na forma de íons,
como sódio (Na+), potássio (K+) ou cloreto (Cl-). A partir disso, embora as capacidades de movimentação iônica
sejam variáveis de acordo com cada tecido, pode-se dizer que o corpo humano é um condutor de corrente elétrica.
A condutividade vai depender do maior ou do menor conteúdo de água como solvente e de seus solutos
(AGNE, 2006). Sendo assim, o músculo e o nervo são bons condutores, enquanto que a pele e a gordura são
condutores fracos.
Por sua vez, um material isolante são substâncias que tendem a não permitir o movimento livre de íons ou de
elétrons, como a borracha e muitos plásticos.
A relação entre a corrente elétrica e seus efeitos biológicos é explicada pela Lei de Ohm, a qual faz referência
a três grandezas físicas, sendo elas: intensidade, tensão e resistência.

INTENSIDADE DA CORRENTE
A intensidade da corrente elétrica consiste na quantidade de carga elétrica que atravessa a secção reta de um
condutor na unidade tempo.
A unidade de medida da corrente é o ampère (A) – também o microampère (μA) ou o miliampère (mA).
Aumentando-se a intensidade em um aparelho, aumenta-se a unidade motora recrutada, a área atingida, bem
como sua magnitude.
Quando aplicamos uma intensidade de corrente em um procedimento estético, o cliente pode fazer referência
a uma percepção, por exemplo, uma sensação de “formigamento”, de “pinicar”, quando trabalhamos com
equipamentos.
Outra característica importante é que, quando ocorre um aumento da intensidade da corrente no aparelho,
ocorre também um aumento no recrutamento da unidade motora recrutada.

TENSÃO ELÉTRICA (VOLTAGEM)

É caracterizada pela letra V e consiste na diferença de potencial que deverá existir entre dois fios condutores
de corrente (AGNE, 2013). É a pressão que faz com que haja fluxo de elétrons no condutor. As tomadas elétricas
têm uma tensão entre 127 V e 220 V.

RESISTÊNCIA

Envolve diferentes estruturas, desde os eletrodos até a pele e seus anexos. Consiste na maior ou na menor
dificuldade ou oposição à passagem dos elétrons no interior de um condutor ou ainda na dificuldade com que
um fluxo eletrônico percorre um circuito físico (fios, eletrodos) ou biológicos (pele, músculo, adiposidade).
A relação que existe entre essas três grandezas faz jus à necessidade de se empregar uma corrente elétrica
para gerar seus efeitos (AGNE, 2013).

FREQUÊNCIA

Definimos como frequência a relação entre os estímulos na unidade de tempo (segundos), os quais são
expressos em Hz. É o número de ciclos por segundo (ciclos, voltas, oscilações), ou seja, a quantidade de pulsos
em um determinado tempo. Por exemplo, se tivermos uma frequência de 1500 Hz, significa que temos um
estímulo passando mil e quinhentas vezes por segundo.
A frequência também serve para classificar as correntes terapêuticas em baixa, média e alta. A frequência tem
relação inversa com a duração do impulso elétrico.
Dessa forma, Agne (2013) explicita que é considerada uma corrente de baixa frequência aquela cujo valor
não ultrapasse 150 Hz.

POTENCIA
Outra variável encontrada nos equipamentos da eletroterapia diz respeito à potência dos aparelhos, a qual é
definida como a conversão da energia elétrica em outras formas de energia.
Para exemplificar, vamos pensar em um equipamento muito usado na eletroterapia, que é o ultrassom. Nele
a corrente elétrica é transformada em energia mecânica, que é medida em W/cm². A potência é o parâmetro que
provoca a sensação agradável ou desagradável no paciente, sendo assim pode-se reduzir a potência quando o
paciente demonstrar desconforto diante de algum agente físico elétrico.

ELETRODOS

São materiais condutores cuja função é a de ser uma interface entre um estimulador e os tecidos humanos.
Os eletrodos são o ponto de conversão entre o fluxo de elétrons liberado pelo gerador (equipamento) e o fluxo
de íons dentro dos tecidos biológicos.
São necessários pelo menos dois eletrodos para completar o circuito elétrico e para levar a corrente do
estimulador até os tecidos-alvo.

• Eletrodos de contato: são aplicados diretamente sobre a pele; os mais utilizados são os de borracha
condutora flexível, os auto adesivos e as placas metálicas revestidas por esponja umedecida.
• Eletrodos auto adesivos: devem ser de uso individual e têm uma durabilidade menor, no entanto são
eletrodos práticos que podem ser fixados em pontos mais difíceis e em regiões menores, como a face,
que não necessita de um meio condutor (gel eletrolítico) e que é boa condutora de corrente elétrica. Não
devem ser usados em regiões maiores, uma vez que, por necessitar de uma demanda maior de corrente,
podem causar desconforto nos clientes.

PARTE 05: ELETRODOS DE CONTATO, CARBONO OU SILICONE

Esses eletrodos são maiores e suportam uma grande demanda de energia; necessitam de faixas ou fitas
adesivas para a fixação na pele, além de um gel condutor que deve cobrir toda a área antes da aplicação.

São utilizados em regiões maiores do corpo e, após o uso, a limpeza deve ser realizada com água corrente e
detergente neutro a fim de remover resíduos e aumentar a durabilidade.
A composição desses eletrodos é uma associação de borracha siliconada por carbono e/ou materiais polímeros
responsáveis pela transmissão do fluxo elétrico.
Para que haja uma transmissão efetiva do estímulo na interface eletrodo-pele, faz-se necessária a aplicação
de um agente de acoplamento, que pode ser líquido ou em gel.
Atualmente, a indústria de aparelhos de ultrassom voltados para tratamentos estéticos tem fabricado
aparelhos de ultrassom com frequência de 5 MHz, veiculando propostas de tratamento para as regiões da face.

ELETRODOS MAGNÉTICOS
Segundo Agne (2006), os eletrodos metálicos, apesar de bons condutores, requerem certos cuidados. A parte
metálica deve ser menor do que a parte da esponja, garantindo que esta fique coberta e não entre em contato com
a pele.
Um cuidado adicional é com as “quinas” dos eletrodos, que devem ter formas arredondadas e bordas
arrematadas, tomando cuidado para que o eletrodo esteja sempre úmido e em contato uniforme com a superfície
de contato, evitando queimaduras do tipo eletroquímica.
Os eletrodos dos equipamentos são dispositivos que, ao entrar em contato com a pele do cliente, são os
responsáveis pela transferência do estímulo elétrico.

MEIO DE CONTATO/AGENTE DE CONTATO

O agente de acoplamento, também conhecido por meio de contato ou agente de contato, estabelece o contato
entre o eletrodo de superfície e o cliente que receberá o tratamento a ser realizado.
A fim de que a transmissão ocorra de maneira eficaz, faz-se necessária a aplicação deste condutor que tem a
função de uniformizar o contato e de reduzir a impedância da pele.
______
ASSIMILE

Você sabia que na pele, e mais especificamente na epiderme, a oposição da corrente elétrica se altera de
acordo com a concentração de água e com a espessura da camada córnea?
Isso se dá porque a queratina é a principal barreira para a passagem dos tecidos.
Nos demais tecidos, os diferentes valores de impedância, resultantes da concentração de água, determinarão
a via pela qual o estímulo elétrico flui.
O posicionamento e a distância entre os eletrodos são fatores que podem modificar a resistência imposta e,
consequentemente, o nível das respostas biológicas.
______
REFLITA

- Pensando em um parâmetro físico citado em nosso estudo, no caso a frequência, qual seria a frequência
desta com a largura do pulso?
- Lembre-se: sempre que for alterada a frequência de um equipamento, é o repouso do pulso que está sofrendo
alteração. E essa alteração impactará na “sensibilidade “da corrente para quem a recebe?

Falamos sobre a corrente elétrica e você já refletiu de que maneira ela age em nosso corpo. Dessa maneira,
no quadro a seguir, podemos observar a intensidade da corrente elétrica e o respectivo “dano biológico” a que
ela pode levar o indivíduo:

CORRENTE ELÉTRICA DANO BIOLÓGICO


I Até 10 mA Dor e Contração Muscular
II De 10 mA até 20 mA Aumento das Contrações Musculares
III De 20 até 100 mA Parada Respiratória
IV De 100 mA até 03 A Fibrilação Ventricular que Pode Ser Fatal
V Acim de 03 A Parada Cardíaca, Queimaduras Graves
______

EXEMPLIFICANDO

Considerando as diversas formas de trabalho que fazem uso da eletroterapia, a cada ano que passa, têm
surgido novos equipamentos os quais utilizam essas correntes para proporcionar diferentes efeitos no organismo
humano. Podemos citar os seguintes exemplos, de acordo com Agne (2013):

• Efeitos eletroquímicos gerados pelas correntes polarizadas, principalmente a corrente galvânica, a qual,
quando tem a corrente elétrica passando por soluções eletrolíticas, produz o deslocamento de íons da
solução para os polos de entrada e de saída da corrente, produzindo, no nível deles, diversas reações
químicas.
• Efeitos motores sobre os nervos e músculos com o objetivo de fortalecimento muscular.
• Efeitos sensitivos que estimulam a analgesia (redução da dor).
• Efeitos de aporte energético para a melhora do metabolismo celular, como a microcorrente e o
ultrassom.
• Efeito eletromagnético quando uma corrente elétrica circula por um condutor, produz um deslocamento,
o qual mostra que a corrente elétrica gera um campo eletromagnético.
______
Nesta aula foram abordados os conteúdos relacionados aos princípios físicos das correntes elétricas, os quais
são requisitos básicos da eletroterapia e constituem o primeiro passo para adentrar nesse universo.

PARTE 06: CONCLUSÃO

Vamos agora relembrar alguns conceitos para auxiliar Luciana em suas respostas.
Em se tratando de corrente elétrica, vamos partir do princípio de que a matéria é feita de átomos, as menores
partículas de um elemento. O átomo é feito de um núcleo central carregado positivamente (constituído de prótons
carregados positivamente e nêutrons sem carga), com partículas carregadas negativamente (elétrons) orbitando
ao seu redor e que lembram um “sistema solar”.
Um átomo contém a mesma quantidade de prótons e de elétrons e, desse modo, não apresenta uma carga
resultante. Se esse equilíbrio é destruído, o átomo tem uma carga resultante diferente de zero e é chamado de
íon. Se um elétron é removido do átomo, este se torna um íon positivo; enquanto que, se um elétron é
acrescentado ao átomo, ele se torna um íon negativo.
Duas partículas de cargas opostas se atraem e duas partículas com a mesma carga se repelem (empurram-se
para longe uma da outra). Assim, um elétron e um próton são atraídos um para o outro, enquanto dois elétrons
se repelem. Em torno de qualquer partícula carregada, existe um campo elétrico.
Corrente elétrica é o fluxo de carga elétrica (geralmente elétrons). Em alguns materiais (por exemplo, metais),
nos quais os átomos são ligados formando uma estrutura tipo treliça, a carga é transportada por elétrons.
Há dois tipos de corrente elétricas: a corrente direta (CD), que é aquela na qual o fluxo de elétrons está em
uma direção apenas; e a corrente alternada (CA), que é aquela na qual a corrente flui primeiro por um caminho
e depois por outro.
Pensando nas características da corrente elétrica, vamos ajudar Luciana na resolução de seus
questionamentos.
Ela observou que o fio que conecta os equipamentos eletroterápicos à rede elétrica tem diâmetro bem maior
do que os fios que conectam os eletrodos ao cliente.

- Você já parou para pensar se existe uma razão para isto?


- Será que os fios que conectam os eletrodos são mais finos somente por aparência ou para ficarem menos
pesados e mais “bonitos” esteticamente?

Observe que estamos falando de corrente elétrica, assim os fios dos eletrodos devem apresentar maior
resistência à passagem da corrente ao paciente do que o fio que está conectado ao equipamento. Isso ocorre por
um simples motivo: a energia elétrica emitida ao paciente deverá ser de intensidade muito baixa, medida em
miliamperagem (mA), enquanto que a energia para fazer o aparelho funcionar deverá ser maior, medida em
amperagem.
Uma observação importante também diz respeito à intensidade. Vamos imaginar que o equipamento tenha
mau funcionamento e que, ao sofrer um curto-circuito, produz uma descarga elétrica muito intensa em direção
aos eletrodos. O que aconteceria se os fios dos eletrodos fossem de diâmetro maior? Essa descarga causaria danos
especialmente na pele do cliente. Como esses fios são de diâmetros pequenos, acabam rompendo e, com isso, a
descarga não chega ao cliente e, caso chegue, não causa danos significativos.
Pronto! A dúvida de Luciana foi esclarecida. Agora ela poderá seguir com o estágio tranquilamente e você
obterá ainda mais conhecimentos.
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UNIDADE 1 / AULA 2: CORRENTE CONTÍNUA, IONIZAÇÃO, ELETROLIFTING

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você conhecerá as características e conceito de corrente contínua, ionização e eletrolifiting.
Conhecerá as características de cada uma delas, pois seus efeitos têm respostas importantes nos procedimentos
estéticos.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Diferenciar uma corrente direta e unidirecional;
• Descrever as características de corrente contínua e bidirecional ou alternada;
• Explicar o conceito de corrente unidirecional.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

Olá, estudante!
Boas vindas!

Quando consideramos a direção das partículas elétricas dos elétrons, as correntes são diferenciadas em dois
tipos: uma corrente direta, unidirecional ou contínua e outra bidirecional ou alternada. Assim, já o convido a
conhecer as características de cada uma delas, pois seus efeitos têm respostas importantes nos procedimentos
estéticos.
A corrente contínua unidirecional é aquela em que o fluxo de elétrons tem sempre o mesmo sentido, sendo
que este pode ser constante, por isso chamado de contínuo, ou pausado, de modo que passa a ser chamado
pulsado.
Uma corrente unidirecional pode variar sua intensidade no tempo, por exemplo, em uma pilha ou em uma
bateria, a corrente flui sempre do pólo positivo para o polo negativo (AGNE, 2013).
O conceito de corrente unidirecional não é exatamente igual para a física e para a eletroterapia, pois nessa a
corrente se encontra contínua sem mudança de polaridade, mesmo que a voltagem seja variável. Nesse sentido,
na eletroterapia, utiliza-se o termo corrente galvânica ou polarizada para se referir a uma corrente contínua.
A partir deste momento, vamos nos referir à corrente galvânica para a estética e, sendo assim, é muito
importante diferenciar os impulsos quanto a sua capacidade de gerar ou não efeito galvânico na pele, o que ocorre
quando existem diferenças positivas e negativas.

Você sabia que os impulsos elétricos podem ser monofásicos e bifásicos?

Eles devem sempre ser identificados com relação a sua polaridade, de modo que, quando estão acima do eixo
divisor (ponto neutro), a polaridade está positiva e, enquanto estão abaixo deste, a polaridade está negativa. Cada
um desses pólos reflete na pele reações diferentes, por isso é muito importante que você, profissional da estética,
conheça tais reações.
O polo, inicialmente positivo, fornece ao polo negativo uma corrente cujo valor parte de zero, atinge um
máximo, volta ao zero e, a seguir, torna o polo, até então negativo, positivo e inicia o ciclo ao contrário.
Cada movimento alternativo dos elétrons é um ciclo, e a frequência da corrente é o número de ciclos/segundo
expresso em Hz (AGNE, 2013).
Quando se pode observar a alternância entre as fases das correntes positivas e negativas, estas são
denominadas correntes alternadas ou bifásicas e bipolares.

O USO DA CORRENTE GALVÂNICA NOS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS


Ana Júlia é uma profissional competente, que sempre amou as aplicações da eletroterapia e os efeitos
fisiológicos proporcionados por ela. Sempre que vai atender um paciente, ela relembra os pontos importantes
das características da corrente galvânica. Vamos, então, junto com ela relembrar esses importantes fundamentos.
Sabemos que a corrente galvânica converte a corrente alternada, recebida de uma tomada elétrica, em uma
corrente contínua também chamada de corrente direta. Dessa forma, os elétrons fluem continuamente na mesma
direção. Tendo em vista a área da estética, a corrente galvânica promove duas reações importantes e aplicáveis,
sendo elas a desincrustação e a iontoforese.
Durante a aplicação, o cliente pode relatar uma sensação de sabor metálico na boca, que é algo normal de
acordo com a corrente empregada.
Como esses equipamentos promovem reações fisiológicas no nosso corpo, é muito importante que Ana Júlia
se atente aos cuidados que devem ser tomados no momento da aplicação. Por exemplo, a desincrustação não
deve ser usada sobre telangiectasia, acne com pústulas ou áreas inflamadas.
Um outro cuidado que Ana Júlia sempre tem, com o intuito de evitar possíveis complicações à saúde, é a não
utilização da corrente galvânica em grávidas, em usuários de marca-passos ou próteses e em pessoas com
problemas cardíacos, hipertensão descompensada ou epilepsia.
Um dos recursos também muito usados é a iontoforese, que consiste no processo de usar a corrente elétrica
para introduzir produtos solúveis em água na pele. Esse processo permite transferir os íons (átomos ou moléculas
que possuem uma carga elétrica) da solução aplicada para as camadas mais profundas da pele. Assim, a corrente
flui por soluções condutoras das polaridades positiva e negativa. Tal processo é conhecido como ionização,
separação de uma substância em íons.
Teoricamente, a iontoforese ocorre com base nas leis universais da atração. Por exemplo, o negativo atrai o
positivo e vice-versa. Semelhante a uma resposta magnética, a iontoforese cria uma troca dos íons ou cargas
negativas e positivas.
Levando em consideração que na ionização temos a penetração, na pele, dos ativos contidos nos produtos, é
importante identificar a polaridade daqueles que serão aplicados. A partir disso, se se verificar que um produto
apresenta polaridade negativa no momento da aplicação, o profissional deverá infundi-lo com o eletrodo ajustado
no negativo; isto é, é ele quem segura o eletrodo negativo, e o cliente segura o eletrodo positivo. Se o produto
for positivo, o cliente e o esteticista usam os eletrodos opostos. Alguns fabricantes podem incluir ingredientes,
no mesmo frasco, simultaneamente positivos e negativos. Nesse caso, o produto deve ser ionizado por 3 a 5
minutos no negativo, seguidos por 3 a 5 minutos no positivo.

DIANTE DO EXPOSTO, VAMOS A NOSSA SITUAÇÃO-PROBLEMA:

Você é estudante do último semestre do curso de Estética e Cosmética e sempre esteve muito atento às aulas
práticas ministradas por seus docentes, pois considerava-as a parte mais emocionante do curso. Para finalizá-lo,
você terá de ministrar uma aula cujo tema é corrente galvânica. Uma das formas de abordar essa temática seria
por meio da construção de uma mapa conceitual que descreve esse recurso, pontuaria os equipamentos que fazem
uso dessa corrente, listaria os objetivos da técnica, os efeitos fisiológicos e indicaria as indicações e as contra
indicações do uso da corrente.
Como o universo da estética é grandioso, vamos continuar a desvendar os seus mistérios!
PARTE 02: CONCEITO DE CORRENTE GALVÂNICA

A corrente – objeto de estudo desta aula – que é chamada galvânica tem como característica apresentar um
fluxo constante de elétrons em uma só direção, ou seja, o fluxo da corrente não sofre interrupção nem varia de
intensidade na unidade tempo, por isso é igualmente conhecida como corrente contínua. Além disso, é conhecida
também como monofásica por apresentar a manutenção da polaridade.

A GALVANOTERAPIA ESTÁ DIVIDIDA EM TRÊS FASES:


• Período de fechamento do circuito: caracteriza-se pelo tempo transcorrido desde o fechamento do
circuito até a chegada da corrente à intensidade previamente estabelecida.
• Período de estado: é a permanência da intensidade durante todo o tempo da aplicação, sendo conhecido
também como período útil de tratamento, que corresponde ao tempo em que a corrente elétrica passa
pelo condutor.
• Período de abertura do circuito: é quando a intensidade da corrente, ao finalizar a sessão, descende até
zero de forma progressiva.

A evolução histórica identifica a galvanoterapia como a mais antiga a ser empregada dentre todos os estímulos
elétricos (AGNE, 2013).
Para a aplicação da galvanoterapia, deve ser analisada a composição do meio biológico, o qual é formado por
células, tecidos e líquidos que contêm uma série de substâncias e elementos químicos em forma de íons,
moléculas e partículas com carga elétrica.
Essa composição de soluções e dispersões está separada por membranas seletivamente permeáveis ou
semipermeáveis que geram gradientes ou desequilíbrios entre as proporções das distintas soluções próximas
entre si, como pressão osmótica, diferença de potencial elétrico e nível de polarização. Tais desequilíbrios fazem
com que se produzam constantemente reações químicas e intercâmbio de íons, cujo comportamento é devido à
constante intenção de reequilibrar diferenças elétricas ou químicas, em cumprimento às leis metabólicas (AGNE,
2013).
Sabe-se que, em uma solução, os íons se dispersam pelo meio e se associam com outros íons próximos devido
às cargas elétricas existentes neles (atraindo ou rejeitando) (AGNE, 2013). O fenômeno descrito recebe o nome
de eletroforese e promove efeitos no organismo.
É muito importante citar que substâncias como sais, ácidos e bases podem ser dissociadas quimicamente
quando em contato com uma corrente de fluxo constante, sem alteração de polaridade. A eletrólise, ou separação
dos íons numa solução líquida, parece ser um dos principais efeitos da galvanoterapia. Esse fenômeno faz com
que a matéria viva (o organismo) se comporte como um condutor de segunda ordem (onde se manifestam
mudanças químicas), ao contrário do que acontece com os condutores de primeira ordem (que não manifestam
alterações químicas), como os metais.
Luigi Galvani, em 1770, foi o precursor da corrente galvânica, pois foi quando realizou uma aplicação a fim
de estimular nervos e músculos de rãs, gerando, posteriormente, inúmeros estudos nessa área.
A corrente galvânica é definida como uma corrente em que o movimento das cargas de mesmo sinal ocorre
sempre no mesmo sentido e com intensidade fixa. É um tipo de corrente elétrica chamada também de corrente
direta ou contínua de baixa frequência.
Para que a corrente galvânica atravesse os tecidos corporais, é necessário introduzir nela dois pólos, um
negativo e um positivo. O eletrodo positivo é chamado de cátodo e o eletrodo negativo é chamado de ânodo.
Os eletrodos utilizados na corrente galvânica são sempre um positivo, de cor vermelha, e um negativo, de
cor preta, sendo necessário, obrigatoriamente, que os dois eletrodos estejam em contato com a pele do cliente
para completar o circuito elétrico. Quando a corrente atinge os eletrodos, gera-se um efeito de eletrólise, que
corresponde às mudanças químicas.

ELETRÓLISE

Consiste no contato direto do eletrodo com os íons, os quais, ao cederem ou agregarem elétrons, acabam
alterando suas propriedades físicas (AGNE, 2013). Dessa forma, a esponja umedecida que separa a pele do
eletrodo fará uma barreira para evitar a eletrólise nos eletrodos metálicos, promovendo a concentração iônica e,
consequentemente, a eletroforese. Assim sendo, este é o motivo de evitar o uso de eletrodos autoadesivos ou de
carbono durante a estimulação com corrente galvânica.
O emprego da galvanoterapia transcutânea ocorre através de dois eletrodos separados por um tecido ou por
esponja umedecidos sobre a pele, sendo fundamental para o sucesso do tratamento a identificação da polaridade
deles. Assim, por convenção internacional, o polo positivo deverá ser identificado pela cor vermelha e o polo
negativo pela cor preta.
O eletrodo menor é chamado de eletrodo ativo e o maior de dispersivo ou neutro, que serve para fechar o
circuito elétrico e que não produzirá efeitos químicos sobre a pele. Esses polos são conhecidos também como
ânodo (+) e cátodo (-). No eletrodo positivo, ocorre a reação de oxidação e, no eletrodo negativo, ocorre a reação
de redução.

EFEITOS DO USO TERAPÊUTICO DA CORRENTE GALVÂNICA

De acordo com Guirro e Guirro (2004), a ação terapêutica da corrente galvânica acontecerá mediante dois
processos: galvanização e iontoforese ou ionização. Ambos os processos ocorrem, em grande parte, pelos efeitos
polares da corrente galvânica sobre os tecidos.

PARTE 03: GALVANIZAÇÃO

A galvanização é definida como o uso terapêutico da corrente galvânica, que diz respeito à utilização
exclusiva dos efeitos polares promovidos por ela. Os tecidos do organismo humano possuem em sua composição
uma quantidade importante de íons carregados positiva e negativamente, dissolvidos nos líquidos corporais.
Esses líquidos carregados de íons podem ser colocados em movimento de maneira ordenada por meio da
aplicação de uma corrente polarizada sobre a pele. O movimento dos íons dentro dos tecidos corporais gera
alterações químicas e físicas, as quais são resultado do efeito polar que a corrente galvânica gera sobre os tecidos
corporais.

ESTES EFEITOS SÃO DEFINIDOS COMO:


• Eletroquímico. • Modificações vasomotoras.
• Osmótico. • Alterações de excitabilidade.

EFEITO ELETROQUÍMICO

O fenômeno da condução de carga elétrica através dos eletrólitos (soluções resultantes de substâncias
ionizadas dissolvidas) recebe o nome de eletrólise, a qual ocorre se o campo elétrico tiver a mesma direção
(MATIELLO et al., 2018).
Dessa forma, por ação do campo elétrico, os íons positivos se dirigem ao pólo negativo e os íons negativos
ao polo positivo, fenômeno conhecido como efeito interpolar da galvanoterapia.
Os efeitos fisiológicos da corrente galvânica se darão basicamente pelas mudanças eletroquímicas que
acontecem nos âmbitos celular e tecidual da pele do cliente por meio de um processo chamado de eletroforese,
o qual se refere aos movimentos de íons em tecidos humanos a partir da indução por correntes elétricas, que
farão os elétrons se movimentarem de um eletrodo para outro de acordo com a polaridade do tecido.
Essas mudanças físicas e químicas ocorrerão inicialmente na junção eletrodo/pele do cliente, e o resultado é
a formação de ácido no eletrodo positivo e de base no eletrodo negativo, os quais se estenderão pela pele do
cliente. Tais mudanças vão gerar uma alteração no pH da pele do cliente, causando efeitos profundos nos tecidos
e de maneira reflexa. Essas alterações eletroquímicas vão gerar, no local em que se aplica o eletrodo de polo
positivo, pela ação do efeito ácido, resultados analgésicos em razão da redução do metabolismo local e do edema.
Além disso, o polo positivo produzirá, no tecido, outros efeitos como: desidratação, efeito sedativo,
vasoconstritor, menor hiperemia, atração de íons de O2, controle de sangramentos por aumentar a
coagulabilidade dos tecidos, efeito germicida e de coagulação.
Em contrapartida, no polo negativo, pela ação das bases, haverá efeitos estimulantes dos tecidos, aumentando
o metabolismo local (MATIELLO et al., 2018). Nesse caso, têm-se efeitos de aumento de hiperemia local,
hidratação do tecido, aumento da chance de sangramentos, menos germicida.

EFEITO OSMÓTICO

A ação da corrente elétrica contínua sobre os tecidos, efeitos da aplicação de uma corrente galvânica, que
gera uma mudança nas estruturas membranosas das células dos tecidos humanos por meio de uma modificação
na água contida neles.

Os efeitos osmóticos ocorrem pelo fato de ânions (negativo) terem maior massa que os cátions (positivos) e,
consequentemente, movimentarem-se numa velocidade menor. Dessa maneira, os cátions, por apresentarem
menor massa, são atraídos para o cátodo com uma velocidade maior.
Para Matiello et al. (2018), esses dois processos geram um desequilíbrio por diferenças de concentração
iônica e são capazes de promover a mobilização da água no sentido do cátodo, uma vez que ocorre essa diferença
nas pressões osmóticas.

MODIFICAÇÕES VASOMOTORAS

A aplicação da corrente galvânica causa vasodilatação sob o local onde se encontram os eletrodos, assim
como aumento da temperatura local. Esse processo é determinado pela ionização local, efeito que não se mantém
apenas ali, expandindo-se para áreas vizinhas e atingindo tecidos mais profundos, como o subcutâneo, a fáscia e
os músculos superficiais.

ALTERAÇÕES NA EXCITABILIDADE

Essas alterações ocorrem localmente, na região de aplicação da corrente, por meio das alterações no potencial
de repouso da membrana celular. Vale lembrar que a membrana celular apresenta seu ambiente interno carregado
negativamente em situação de repouso quando comparado ao meio externo. A ação da corrente pode excitar ou
relaxar a membrana, e isso ocorre por meio dos efeitos de permeabilidade do sódio, de maneira que a aplicação
da corrente torna a membrana mais permeável do que o normal quando aplicado o polo cátodo.

PARTE 04: IONIZAÇÃO

O objetivo dessa ação da corrente galvânica é aumentar a penetração de ativos através da pele em razão de
um gradiente potencial constante. É utilizado na área da estética para a permeação de ativos cosméticos através
da pele do cliente. Constitui um procedimento não invasivo e não doloroso, por isso sua grande utilização.
A ação ocorre por meio da aplicação de dois eletrodos metálicos sobre a pele do cliente e da conexão deles a
uma fonte geradora de corrente galvânica.
Em contato com a solução eletrolítica (uma substância carregada positiva ou negativamente e com ação
terapêutica), há movimentação de íons e transferência deles para os tecidos corporais. Dessa maneira, o
tratamento consiste na aplicação de íons medicamentosos no interior de tecidos a partir da pele do cliente, pela
ação da corrente galvânica.
Vale ressaltar que a passagem da corrente pela solução eletrolítica produz íons, que são eletricamente
carregados e migram pelos tecidos de acordo com a carga elétrica que possuem. Íons positivos são repelidos
pelos pólos positivos e atraídos pelos negativos. Enquanto os negativos são atraídos pelos positivos e repelidos
pelos negativos, valendo aqui a regra “os opostos se atraem”. A corrente galvânica permite esse efeito, pois é
uma corrente contínua, constante e unidirecional.
O uso da corrente galvânica por meio do efeito de ionização é muito antigo. Data do começo do século XX,
quando Le Duc realizou uma experiência amplamente aceita. Nesse experimento, ele buscou mostrar os efeitos
da ionização nos tecidos humanos por meio de uma vivência com coelhos, na qual buscou realizar a iontoforese
com a aplicação de uma estricnina, substância que promove efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central.
A solução foi aplicada em um dos coelhos por meio do polo positivo e em outro coelho por meio do polo
negativo com a aplicação da corrente galvânica. O resultado foi o seguinte: o coelho estimulado pelo polo
positivo sofreu convulsões e morreu, enquanto o outro coelho, estimulado pelo polo negativo, nada sofreu.
Essa experiência mostrou que a solução somente foi permeada para os tecidos corporais quando colocada no
eletrodo correto. Dessa maneira, a substância é permeada para dentro do tecido de acordo com as suas
características polares, que determinarão o sentido do fluxo dos íons quando aplicada a corrente galvânica sobre
eles.

PARTE 05: PARÂMETROS UTILIZADOS NA APLICAÇÃO DA CORRENTE GALVÂNICA

PREPARO DO PACIENTE

Neste momento, o profissional explicará ao cliente o processo do tratamento no que diz respeito às sensações
na aplicação, ao teste de intensidade e ao objetivo do tratamento. É preciso ter um cuidado especial na intensidade
da corrente para que não haja uma queimadura.

PREPARAÇÃO DA ÁREA TRATADA

A principal resistência encontrada pela corrente galvânica para chegar aos tecidos corporais, assim como as
demais correntes elétricas terapêuticas, é a epiderme. Dessa forma, é importante que se busque reduzir essa
resistência ao máximo. Para isso, pode-se umedecer e aquecer a área a ser tratada, assim como higienizar a pele
com água morna e sabão para reduzir a oleosidade do local. Um afinamento da região córnea através de uma
esfoliação é importante antes da aplicação da corrente.

ELETRODOS E SUA APLICAÇÃO

Os princípios de aplicação dos eletrodos visam produzir uma densidade de corrente uniforme através da área
cutânea que receberá o tratamento. Para isso, é preciso fornecer um circuito elétrico completo, de maneira que a
corrente entre no tecido por um local e saia por outro. Normalmente, na área da estética e da terapêutica, apenas
um eletrodo é de interesse terapêutico, de modo que o outro apenas servirá para completar o circuito
adequadamente.
Inicialmente se faz a escolha dos eletrodos que servirão de interface entre a pele e a corrente. Pode-se optar
por gases, esponjas ou toalha apropriada (MATIELLO et al., 2018).
A compressa deve ser espessa o suficiente para conter água no interior e ficar com aproximadamente 1 cm
de espessura. Além disso, estará associada a um eletrodo de borracha de carbono maleável, a uma chapa de
alumínio ou a uma folha de metal, desde que sua espessura seja menor que a compressa e que o eletrodo tenha a
superfície reta e com bordas arredondadas e regulares.
O eletrodo e a compressa precisam estar bem aderidos a fim de garantir uma homogeneidade da corrente para
o tecido. Os tipos de eletrodos mais utilizados são os eletrodos de metais associados a esponjas de feltro
umedecidas.
Sempre serão utilizados dois eletrodos, um ativo, que será aplicado no local onde se objetiva o tratamento, o
qual poderá ser o positivo ou o negativo dependendo dos objetivos do tratamento, e um eletrodo chamado de
dispersão, que servirá para fechar o circuito elétrico (MATIELLO et al., 2018).
Nenhuma das bordas do eletrodo deve tocar a pele do cliente, pois o mínimo contato pode gerar lesões por
queimaduras. Após a aplicação, os eletrodos devem ser lavados a fim de remover sujidade e produtos químicos.
Quanto à colocação, esta pode ser longitudinal ou transversal e deve utilizar, obrigatoriamente, dois eletrodos
(bipolar).

APLICAÇÃO DA CORRENTE

Ao iniciar a aplicação, é importante que o equipamento esteja regulado com intensidade zero, evitando que
o cliente sinta a corrente de maneira abrupta.
Após conectar os eletrodos, é preciso conferir se tudo está colocado de maneira correta; só então o
profissional poderá ligar o aparelho e aumentar a intensidade gradualmente (MATIELLO et al., 2018).

INTENSIDADE DA CORRENTE

Deve ser mensurada antes da aplicação e não deve ultrapassar 0,1 mA/cm2 de uma corrente que possui ação
físico-química. Os efeitos não ocorrem nem de maneira sensorial nem com estimulação motora, portanto a
intensidade da corrente não deverá afetar nem o limiar sensitivo, nem motor, nem deverá ser dolorosa. Desse
modo, a terapia poderá ser aplicada sem o cliente referir sensações ou apenas com uma leve sensação de
formigamento ou cócegas.

TEMPO DE APLICAÇÃO

Pode variar de acordo com o tamanho do eletrodo usado e também da área a ser tratada, não podendo
ultrapassar o período de 10 a 15 minutos.
______
ASSIMILE

EFEITOS FISIOLÓGICOS DA GALVANIZAÇÃO

Efeitos fisiológicos decorrentes da aplicação de corrente galvânica: estimulação sensorial, hiperemia,


eletrotônus, alívio da dor, aceleração da cicatrização e eletrólise depilatória.
ESTIMULAÇÃO SENSORIAL

Durante a passagem de corrente pelos tecidos do organismo, o cliente sente uma sensação de formigamento,
decorrente da ação da corrente. Alguns clientes podem relatar sensação de coceira ou leve irritação.

HIPEREMIA

Ao passar pelo tecido humano, a corrente galvânica vai gerar um eritema abaixo dos eletrodos, o que indica
que está havendo, no tecido, uma situação de hiperemia capilar. Esse eritema tem duração aproximada de 20
minutos e parece estar associado à melhora da nutrição da área, de modo a melhorar as condições do tecido
aplicado.

ALÍVIO DA DOR

A ação da corrente galvânica sobre os tecidos corporais pode auxiliar no quadro de dor por meio dos efeitos
eletroquímicos que ocorrem em âmbito celular (MATIELLO et al., 2018).

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO

Sabe-se que correntes elétricas de baixa intensidade agem sobre os tecidos promovendo ações de melhora da
cicatrização. Isso está relacionado à aceleração na formação de novos tecidos por meio da aplicação da corrente
elétrica. A velocidade de cicatrização em tecidos moles, como em feridas cutâneas superficiais abertas, tem sido
favorecida com o uso de corrente galvânica. Acredita-se que esse efeito seja causado pelo aumento da
proliferação de células epiteliais e do tecido conjuntivo.
______
REFLITA

A corrente galvânica aplicada à estética propicia inúmeros benefícios aos tecidos corporais, atuando no
tratamento de disfunções estéticas corporais e faciais. Para tanto, pode ser empregada em três importantes
métodos de tratamento: técnica de desincruste, ionização (iontoforese) e eletrolifting.

PARTE 06: DESINCRUSTE

É uma técnica usada na área da estética facial que faz uso da corrente galvânica e cujo objetivo é facilitar a
retirada do excesso de secreção sebácea da superfície da pele, reduzindo assim a oleosidade. Para tanto, faz-se
uso, além da corrente galvânica, de um ativo cosmético específico (MATIELLO et al., 2018).
O mecanismo pelo qual a técnica de desincruste age é baseado na ação conjunta da corrente contínua
galvânica aplicada à pele e de um ativo cosmético com capacidade de saponificação, de modo a realizar assim
uma higienização profunda da pele do cliente.
Pela ação da corrente e do ativo cosmético, essa associação causa um processo eletroquímico, transformando
o sebo em sabão e eliminando-o da pele facilmente (MATIELLO et al., 2018).

IONIZAÇÃO

Nesta técnica, ocorre a introdução de íons nos tecidos corporais por meio da aplicação de uma corrente
elétrica contínua.
Passou a ser amplamente empregada na área clínica por apresentar vantagens como: baixo custo, esterilidade,
não invasiva e indolor ao cliente (PRENTICE, 2014).
A corrente galvânica, assim como pode estimular o movimento dos íons nos tecidos, pode atuar também
sobre os princípios ativos carregados eletricamente, induzindo a penetração deles nos tecidos corporais através
da pele. Diante disso, os efeitos da ionização são basicamente a associação dos efeitos da corrente elétrica aos
efeitos dos cosméticos e dos medicamentos. A este processo damos o nome de ionização: quando se utiliza uma
substância cosmética ou medicamentosa para que ela penetre na pele seguindo o princípio do movimento de
íons.
A técnica de ionização necessita obrigatoriamente da utilização de dois eletrodos, um ativo, que será o
utilizado para repelir a substância aplicada na pele de modo que ela penetre mais; e outro passivo ou dispersivo,
que servirá apenas para fechar o circuito elétrico. O eletrodo ativo será aplicado diretamente sobre o local da
disfunção, enquanto o passivo pode ser colocado em um local distante do de tratamento.

ELETROLIFTING

Utiliza a corrente elétrica contínua galvânica. Entretanto, na técnica de eletrolifting, a corrente galvânica é
utilizada numa intensidade mais baixa, reduzida em microampères, abaixo de 1 mA, por isso se chama corrente
microgalvânica. Essa técnica é também conhecida por galvanopuntura.
Para a técnica, utiliza-se um equipamento elétrico que disponha dessa corrente; a ele se acopla um eletrodo
na forma de caneta que pode ou não estar associado a uma agulha acoplada no eletrodo, a qual fará pequenas
perfurações na pele de modo a estimulá-la ainda mais (AGNE, 2017).
A galvanopuntura pode ser realizada com a caneta ou com uma agulha de 5 mm que será acoplada ao
equipamento no eletrodo negativo, gerando sutis agressões na camada superficial da epiderme, com o intuito de
gerar uma lesão controlada e incentivar a produção de novas células, de colágeno elastina, aumentando a
circulação e a nutrição tecidual e agindo sobre tecidos que se encontrem com redução das atividades fisiológicas.
Esse procedimento é indicado para o tratamento de rugas finas, linhas de expressão e estrias.
Essa técnica gera uma lesão tecidual e, em resposta a ela, o organismo produz uma inflamação aguda no
local, com sinais de hiperemia e alterações vasomotoras, como o aumento da vascularização local. Ainda em
resposta a essa lesão, o organismo desencadeia uma onda de processos fisiológicos, resultando em um processo
inflamatório local que faz com que um novo tecido cicatricial se forme na região.
A técnica de eletrolifting pode ser indicada no tratamento de disfunções estéticas corporais ou faciais. As
indicações mais comuns são nos casos de estrias, rugas e cicatrizes, nos quais o tecido dessas regiões encontra-
se com funções reduzidas.
No caso de rugas, o eletrolifting, quando aplicado, vai gerar estimulação no trajeto da ruga, causando uma
lesão tecidual local e aumentando a síntese de colágeno na formação de um novo tecido epitelial que preencherá
esse espaço da ruga (FASSHEBER et al., 2018).

PARTE 07: PARÂMETROS UTILIZADOS

No eletrolifting são utilizados dois eletrodos, sendo um o eletrodo dispersivo ou passivo, que será positivo, e
o outro um eletrodo negativo, onde a agulha será acoplada. No caso da aplicação por meio do método de
varredura, que não utiliza a agulha, o procedimento é semelhante e também necessitará de dois eletrodos para
completar o circuito.
O eletrodo passivo poderá ser uma placa envolta em uma esponja umedecida ou um eletrodo tipo bastonete,
que ficará em contato com o cliente num local próximo à área de tratamento, apenas para fechar o circuito
elétrico. A agulha a ser utilizada deve ser fina, rígida e pontiaguda e deve ser descartada após o uso.
Com relação à intensidade da corrente, ela vai variar de acordo com o tratamento proposto. Para rugas finas
faciais, a intensidade varia em torno de 70 μA; para rugas profundas, utiliza-se uma intensidade média de 150
μA; e, para as estrias, utiliza-se uma intensidade entre 150 a 200 μA. Isso, porém, pode variar bastante em razão
da sensibilidade de cada cliente e da região em que será aplicada. O fato de a sensibilidade dos clientes à corrente
melhorar conforme o andamento do tratamento é um indicativo positivo, pois retrata a melhora da sensibilidade
à corrente.
______
EXEMPLIFICANDO

EFEITOS POLARES

Segundo Agne (2013), esses efeitos ocorrem diretamente na pele sob os eletrodos e consistem nas reações
produzidas pela chegada e consequente acúmulo de íons nesse nível.
Sob o eletrodo positivo, são produzidos na pele ácidos com a liberação de oxigênio, ou seja, há a formação
de ácido clorídrico (HCl), que deixa a pele ressecada.
Sob o polo negativo, para o qual são atraídos sódio e outros cátions similares, forma-se uma reação alcalina
(OHNa), o que deixa a pele com aspecto úmido e maleável.
______
Essa reação local se manifesta com vasodilatação e excitação nervosa (AGNE, 2013).

SÃO OBSERVADOS OS SEGUINTES EFEITOS NA PELE NA REGIÃO DOS ELETRODOS:


• Eletrodo positivo: reação ácida e com excesso de carga, o que pode ocasionar, quando não gerenciado,
uma queimadura química tipo ácida, com característica seca. Redução do ph e, consequentemente, a
acidez tecidual além da vasoconstrição.
• Eletrodo negativo: reação alcalina com característica úmida e macia, além de elevação do pH e
vasodilatação.
EFEITOS INTERPOLARES

São caracterizados pelos efeitos produzidos no interior dos tecidos, mais especificamente no segmento
interposto entre os dois polos (eletrodos).

OS PRINCIPAIS EFEITOS INTERPOLARES SÃO:


• Ação vasomotora e trófica: é claramente observada sobre a pele que estava em contato com o eletrodo;
esse efeito é resultante da ativação da circulação e do movimento iônico intracelular. A hiperemia
produz o aumento do metabolismo ao aportar a maior quantidade de oxigênio.
• A galvanoterapia aumenta ao limiar de excitabilidade das fibras nervosas sensitivas, produzindo a
diminuição dos estímulos dolorosos. Pode ocorrer analgesia pela diminuição da acidez e pela
diminuição da pressão de locais congestionados estimulada pela reação ácida do polo positivo em
direção ao pólo negativo.

EFEITOS SOB ELETRODO NEGATIVO EFEITOS SOB ELETRODO POSITIVO


Seus efeitos se dão pela formação de reações Seus efeitos se dão pela formação de uma solução
alcalinas; ácida no local;
É estimulante; É analgésico;
Indicações na estética: Uso para peles sem brilho Indicações na estética: Efeito sedativo locais no
e opaca, de modo a estimular a circulação local, a caso de inflamações agudas, que cursem com edema
vasodilatação e a hidratação da pele. e inflamação local, visando drenar a região e reduzir
o processo inflamatório local.
Causa vasodilatação local; Realiza vasoconstrição nos tecidos.
Eleva o pH do tecido Reduz o pH do tecido
Rejeita íons negativos Rejeita ícons positivos

Nesta aula discorremos sobre a corrente galvânica, que se destaca por ser uma corrente elétrica de baixa
frequência, polar e com fluxo constante de elétrons em uma só direção; na qual não ocorre interrupção nem
variação de intensidade durante o fluxo da corrente na unidade tempo. Pode ser chamada de corrente constante,
corrente contínua-CC, corrente direta, unidirecional ou ainda corrente galvânica e é utilizada de maneira ampla
na estética para diversos tratamentos faciais e corporais

PARTE 08: CONCLUSÃO

Nesta aula foram abordadas as características da corrente galvânica e os recursos na área da estética como o
eletrolifting, a ionização e o desincrust.
Por definição, o mapa conceitual consiste em uma representação gráfica, em duas ou mais dimensões, de um
conjunto de conceitos construídos de tal forma que as relações entre eles sejam evidentes. Os conceitos aparecem
dentro de caixas enquanto que as relações entre eles são especificadas através de frases de ligação nos arcos que
os unem. É uma forma dinâmica de identificar, relacionar e transmitir informações.
Apresentados por Joseph Novak no início da década de 1970, os mapas conceituais têm sido largamente
utilizados para organizar e compartilhar conhecimentos no âmbito educacional, em grupos de pesquisa e nas
corporações.
De acordo com Ruiz-Moreno et.al. (2007), o mapa conceitual constitui um importante instrumento para
acompanhar a aprendizagem, de modo que se torna imprescindível compreender seus processos de construção.
Em um sentido amplo, os mapas conceituais são diagramas que indicam relações entre conceitos incluídos
numa estrutura hierárquica de proposições. Conceitos representam regularidades percebidas em acontecimentos,
objetos ou registros designados por um rótulo.
Os conceitos estão normalmente contidos dentro de círculos, retângulos ou outros símbolos, e as proposições
constam de dois ou mais conceitos unidos por palavras de enlace, formando uma unidade semântica.
O mapa conceitual se fundamenta em princípios teóricos da aprendizagem significativa, que considera a
necessidade de conhecer as ideias prévias e a estrutura de significados dos sujeitos com o propósito de estabelecer
aprendizagens inter-relacionadas.

EXISTEM PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS A SEREM CONSIDERADOS NA CONSTRUÇÃO DOS


MAPAS, TAIS COMO:
• Os conceitos devem relacionar-se de forma coerente, segundo um ordenamento lógico.
• As palavras de enlace, junto aos conceitos, permitem construir frases com significado lógico e
proposicional (moreira, 1980).

É desejável elaborar os mapas conceituais segundo esse ordenamento lógico, de modo que permitam maiores
possibilidades de inter-relações, ou seja, a estrutura do mapa deve permitir uma leitura de cima para baixo ou de
baixo para cima, explorando relações entre todos os conceitos (COSTAMAGNA, 2001).
Os mapas conceituais são considerados instrumental importante para organizar e representar o conhecimento,
pois evidenciam - por meio de proposições, ou enunciações elucidativas - as conexões estabelecidas entre ideias-
chave (NOVAK, 2008).
Nos mapas, os conceitos são apresentados no interior de "caixas" ou de alguma forma geométrica, enquanto
as relações entre eles são especificadas por linhas às quais são agregadas palavras ou frases explicativas que
procuram aclarar relações proposicionais significativas.
Sendo assim, voltemos a nossa situação-problema, para a qual foi solicitada a construção de um mapa
conceitual usando como recurso eletroterápico a corrente galvânica. Dessa forma, ela deverá ficar no centro do
seu mapa, pois será dela que derivam os demais conceitos como efeitos fisiológicos, indicações, contra
indicações e aplicabilidade nas disfunções estéticas.

UNIDADE 1 / AULA 3 CORRENTE RUSSA, MICROCORRENTES E ELETROLIPÓLISE

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você conhecerá alguns recursos eletroterápicos utilizados na área da estética, dentre eles a
corrente russa, as microcorrentes e a eletrolipólise.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever a radiofrequência na produção de colágeno e elastina;
• Analisar os efeitos da eletroestimulação muscular;
• Explicar o princípio fisiológico da ultrassom e a lipocavitação.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

Olá, estudante!

Como já vimos, o uso da energia elétrica para o tratamento de disfunções estéticas pela estimulação de
determinados efeitos fisiológicos por meio de distintas correntes emitidas por aparelhos elétricos é denominado
eletroterapia.
Essas correntes, quando usadas para fins estéticos no tratamento ou na prevenção de disfunções estéticas, são
denominadas eletroestética ou eletroterapia estética (SAHD, 2019).
Os recursos eletroestéticos podem ser empregados em tratamentos de disfunções estéticas corporais como:
lipodistrofia localizada (gordura localizada), fibro edema gelóide, melhora dos aspectos da pele, alterações de
cicatrização, flacidez tissular e muscular e estrias. Além disso, promovem a melhora na oxigenação tecidual,
aceleram o processo cicatricial, melhoram o tônus muscular, possibilitam a redução de espasmos e dores
musculares, melhoram a circulação sanguínea e linfática e a produção de colágeno e elastina.
Dentre os recursos eletroestéticos empregados no tratamento dessas disfunções corporais, podem ser citados
a radiofrequência, a eletroestimulação muscular, o ultrassom e a lipocavitação.
Um dos recursos abordados nesta aula é a eletroestimulação muscular, que comercialmente é conhecida como
corrente russa. Ela é usada na área da estética e se caracteriza por uma corrente excitomotora relacionada com
dispositivos geradores da contração muscular.
O princípio fisiológico dessa tecnologia está ligado com a corrente elétrica, que entra em contato com o corpo
e estimula os neurônios motores, promovendo a contração da musculatura (LIMA; RODRIGUES, 2012). É um
recurso usado para o tratamento da flacidez muscular e como coadjuvantes no tratamento do fibroedema gelóide.
Quando pensamos em microcorrentes, deparamo-nos com um equipamento que já foi o “queridinho” das
clínicas de estética e que, nos dias atuais, não tem o glamour dos demais equipamentos, mas que proporciona
efeitos fantásticos quando bem empregado. As microcorrentes têm a capacidade de interagir de forma natural
com os componentes celulares e, nesse sentido, de restabelecer as capacidades energéticas celulares (AGNE,
2011). Além disso, elas têm uma ação muito importante que é o reparo tecidual.
Outra tecnologia abordada nesta aula diz respeito às correntes usadas no processo de lipólise, o qual é
entendido como um processo que ocorre no tecido adiposo com o objetivo de diminuir esse tecido. Um dos
recursos usados para promover a lipólise é a eletrolipólise, um dos temas de estudo desta aula.
Vamos conhecer essas tecnologias?

Ana Clara trabalha com estética corporal em uma clínica no Rio de Janeiro, cidade praiana onde faz calor na
maior parte dos meses do ano. Ela tem observado que a grande procura dos tratamentos estéticos está direcionada
à lipodistrofia localizada. Para que o tratamento dessa disfunção estética tenha resultado, faz-se necessário o
estímulo da lipólise; com isso, umas das técnicas que Ana Clara utiliza é a eletrolipoforese, também conhecida
como eletrolipólise.
Nessa técnica, podem ser usados os eletrodos de forma transcutânea, o que proporcionará a distribuição
ordenada sobre a pele.
Maria Angélica é uma cliente que apresenta lipodistrofia localizada na região inferior do abdômen, fato que
a incomoda. Como sugestão de tratamento, Ana Clara propôs a eletrolipoforese com agulhas.
O uso desses eletrodos invasivos, especialmente de agulhas de acupuntura, deve ser realizado por um
profissional treinado, uma vez que agulhas como essas devem ser introduzidas numa área superficial, ou seja,
algo em torno de 8 a 15 mm de profundidade, sempre de modo paralelo à pele. Como esses eletrodos são
metálicos e invasivos, ou seja, não existe resistência da pele à corrente elétrica, a intensidade deverá ser a mais
baixa possível.
Ao receber a aplicação das agulhas, Maria Angélica relatou um desconforto intenso.

O que poderá ter acontecido?

Vamos abordar, então, aspectos importantes da eletroterapia com recursos que podem ser utilizados em
diversos protocolos de tratamento na área facial e corporal. Preparado? Bons estudos!

PARTE 02: ELETROLIPÓLISE

A eletrolipólise exerce atuação no tecido adiposo. Os principais modos de ação dos equipamentos nesse tecido
são: lipólise, necrose (emulsificação) e apoptose, que consideramos termos chaves para a escolha do
procedimento a ser empregado.
A eletrolipólise é um equipamento que utiliza corrente galvânica pulsada e programada para alternar a
polaridade (dos pólos positivo e negativo) e que realizará a estimulação em três etapas, diminuindo a resistência
intrínseca da pele, estimulando as células, ativando a microcirculação e atuando diretamente sobre as células
adiposas, o que facilitará a lipólise.
Segundo Borges (2009), a eletrolipólise é uma técnica destinada ao tratamento das adiposidades e do acúmulo
de ácidos graxos localizados.
De acordo com Soriano et al. (2000), a eletrolipólise caracteriza-se pela aplicação de correntes específicas de
baixa frequência que atuam diretamente ao redor dos adipócitos e dos lipídios acumulados, produzindo sua
destruição e favorecendo posterior eliminação.

A corrente elétrica provoca vasodilatação por estímulo, ativando a microcirculação local, aumentando o
débito circulatório, facilitando a cataforese e eliminando as toxinas e o produto de degradação da gordura.
A eletrolipólise é um recurso eletroterápico que utiliza a corrente galvânica e que tem por objetivo a redução
da lipodistrofia localizada. Ela pode ser empregada de duas formas: transcutânea e intracutânea.
Na técnica transcutânea, são empregados eletrodos de silicone grandes com o intuito de estimular áreas
maiores. Eles devem ser posicionados sobre a pele, um ao lado do outro, e devem sempre seguir uma sequência
de polaridade, ou seja, pólo positivo ao lado do polo negativo. A colocação das placas é simples, porém é
necessária uma atenção especial quanto à distribuição ordenada na pele.

As frequências usadas neste equipamento são selecionadas de acordo com o tecido que deverá ser estimulado.
Dessa forma, as frequências entre 50 e 40 Hz agem sobre as primeiras camadas da pele com o objetivo de
diminuir a resistência; às frequências entre 40 e 30 Hz agem na camada dérmica, promovendo vasodilatação
superficial, melhorando a circulação sanguínea no local e beneficiando o intercâmbio metabólico celular; por
fim, as frequências entre 30 e 15 Hz, por sua vez, são empregadas para promover a eletrolipólise.
Segundo Agne (2011), às teorias da ação da eletrolipólise estão fundamentadas na ação da corrente galvânica
com inversão de polaridade, que pode variar de 1 a 3 segundos e que atua diretamente no nível dos adipócitos e
dos lipídios armazenados, promovendo sua destruição e favorecendo sua eliminação.

Outra forma de aplicação da eletrolipólise é através da introdução de agulhas diretamente sobre o tecido
subcutâneo, de modo que elas ficam encarregadas de liberar estímulos elétricos com as mesmas funções da
técnica intracutânea. Como as agulhas são inseridas diretamente no tecido subcutâneo não existe a necessidade
de estimular frequências acima de 30 Hz.
Nessa técnica é importante que o profissional seja treinado, uma vez que as agulhas devem ser inseridas de
maneira superficial, algo em torno de 8 a 15 mm de profundidade, sempre de modo paralelo à pele e com uma
distância de 4 cm entre elas. As agulhas devem ser colocadas de uma forma que cubra toda a área a ser trabalhada.
Após a introdução da agulha, conectam-se os eletrodos tipo “jacaré” nos pares das agulhas correspondentes
à área a ser tratada de acordo com o canal de saída da corrente. Pode-se fixar os eletrodos com micropore.
Inicia-se a sessão aumentando a intensidade de corrente de forma gradativa, partindo do limiar suportável do
cliente. Um fato que deverá ser observado é o relato de dor do indivíduo, pois isso é um indicativo de que a
agulha pode estar mal posicionada.
Como esses eletrodos são metálicos e invasivos e não existe resistência da pele à corrente elétrica, a
intensidade deve ser baixa. Antes da aplicação, a pele deve ser higienizada com álcool 70%.
Borges (2009) explica que a aplicação com eletrodos em forma de agulhas ligadas à corrente de baixa
intensidade cria um campo elétrico entre elas, promovendo uma modificação no meio intersticial, o que favorece
as trocas metabólicas e a lipólise.
É importante ressaltar que, uma vez ocorrido o estímulo no tecido adiposo, é necessário, após a sessão,
estabelecer um ciclo de atividades aeróbicas como caminhada ou corrida.

O MECANISMO DE AÇÃO DA ELETRÓLISE se dá através do estímulo circulatório que produz toda a


corrente, promovendo, assim, o estímulo da lipólise através da excitação das terminações nervosas
parassimpáticas. Como consequência, ocorre a liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) que vão
atuar sobre os receptores beta dos adipócitos, estimulando a triglyceride lipase, potencializando a lipólise dos
triglicerídeos, do glicerol e dos ácidos graxos e finalizando com a excreção.

OS EFEITOS DA ELETROLIPOFORESE NO ORGANISMO SÃO:

• EFEITO JOULE: o primeiro efeito observado corresponde ao efeito joule, no qual a corrente elétrica,
ao circular pelo condutor, produz calor e promove, consequentemente, uma vasodilatação, a qual
propicia o aumento do fluxo sanguíneo. Ocorre, portanto, um aumento do metabolismo local, o que
facilita a queima de calorias.
• EFEITO ELETROLÍTICO: uma característica importante da membrana plasmática é a sua
característica de semipermeabilidade e, dessa maneira, a de separar os dois meios de composição iônica:
o meio intracelular (eletronegativo) e o extracelular (eletropositivo). O campo elétrico gerado pela
eletrolipólise induz o movimento iônico que promove modificações na polaridade da membrana celular,
onde a célula tende a manter seu potencial elétrico de membrana normal, atividade que consome energia
no nível celular (borges, 2010).
• ESTÍMULO CIRCULATÓRIO: como mencionado anteriormente, o efeito joule promove um
aumento da temperatura local, o que coopera para o mecanismo da vasodilatação. O aumento da
circulação contribui para a drenagem linfática e para a eliminação de toxinas, efeito observado no
tratamento do fibroedema gelóide.
• EFEITO NEURO-HORMONAL: a corrente produz uma estimulação do sistema nervoso simpático
e, como consequência, ocorre a liberação de catecolaminas com aumento do amp cíclico intra-
adipocitário e da hidrólise dos triglicerídeos (borges, 2009).

As CONTRAINDICAÇÕES são para pessoas com problemas cardíacos, indivíduos que utilizam marca-
passo, gestantes, pessoas que já tiveram trombose e nos casos de neoplasias.

PARTE 03: MICROCORRENTES

A microcorrente pode ser definida como um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com com
parâmetros de intensidade na faixa do microampère e que são de baixa frequência.
A aplicação das microcorrentes ocorre em níveis incapazes de ativar as fibras nervosas sensoriais subcutâneas
e, como resultado, os clientes não têm nenhuma percepção, pois recebem apenas características sub sensoriais
que não lhes causam desconforto.
A terapia por microcorrentes é uma modalidade terapêutica indicada para os quadros álgicos e para a
aceleração do processo cicatricial. Os primeiros relatos do uso das microcorrentes para cicatrização datam de
1968 e dizem respeito ao tratamento de feridas abertas com resultado de formação de colágeno.
Em 1985, estudos demonstravam que a aplicação de uma corrente contínua de baixa intensidade em tecidos
moles infectados aumentava a destruição de bactérias e promovia a abertura dos leitos capilares.
Em 1989, estudos comprovaram a prevenção e a eliminação do quadro infeccioso (liberação de íons
bactericidas pelo eletrodo e estimulação de fagócitos).

EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MICROCORRENTES

Os efeitos fisiológicos das microcorrentes devem ter relação direta com as propriedades biológicas teciduais
sendo que a base desses efeitos está relacionada com a capacitância celular (AGNE, 2011).
Segundo Agne (2011), o uso terapêutico desta corrente ocorreu pela primeira vez em consequência das
observações e da medição da capacidade elétrica tecidual, a qual diminui quando em presença de um trauma
patológico ou mesmo em lesões por traumas ou cortes.
Ainda de acordo com Agne (2011), alguns dos pioneiros nos estudos dos efeitos de correntes de baixa
intensidade foram Cheng et al. (1982), os quais observaram que essas correntes teriam a capacidade de acelerar
a síntese proteica de adenosina trifosfato (ATP) de 300 a 500% além de incrementar o transporte das membranas
e de aminoácidos de 30 a 40%.
A aplicação de microcorrentes em um local lesionado aumenta o fluxo de corrente endógena, permitindo
recuperar sua capacitância. Isso ocorre pelo restabelecimento de ATP, de modo que os nutrientes podem
novamente ir para o interior das células lesionadas e os resíduos dos produtos metabólicos podem fluir das
células.

AGNE (2011) MOSTRA QUE ESTE PROCESSO OCORRE NA SEGUINTE ORDEM:


• SÍNTESE DE ATP: elétrons – reagem com moléculas de água = OH (íons hidróxidos).
• Correntes de até 500 microampère aumentam a síntese de ATP e o transporte ativo de aminoácidos
aumenta a síntese de proteínas (40%).
• O uso das microcorrentes pode afetar a cicatrização, reparo dos tecidos moles mediante a inibição dos
fatores negativos da cicatrização, pela aceleração dos processos de cicatrização normal ou pela criação
de novas e melhores vias de cicatrização, melhorando tanto a velocidade quanto o ponto terminal da
formação da cicatriz da regeneração dos tecidos.

EFEITOS TERAPÊUTICOS

ANALGESIA

Borges (2010) apresenta que correntes de baixa frequência em nível de microampère têm bastante sucesso
na redução da dor e no aumento da reparação tecidual de um modo geral.
Dentistas usaram este tipo de terapia como substituta da anestesia local para controle da dor associada aos
tratamentos ortodônticos.
Kahn (2001), citado por Borges (2010), relatou que os efeitos polares favorecem a liberação de oxigênio no
ânodo, ocasionando, assim, a analgesia.

ACELERAÇÃO DO PROCESSO DE REPARAÇÃO TECIDUAL


Os primeiros estudos que demonstraram a intervenção elétrica no processo de cicatrização são de 1960.
Os estímulos elétricos foram usados como forma de diminuir o tempo de cicatrização e para minimizar
problemas provenientes do processo cicatricial, uma vez que são capazes de multiplicar as células do tecido
conjuntivo além de estimular a produção de colágeno.
Um outro ponto positivo da corrente contínua no processo cicatricial é a inibição do crescimento bacteriano
associado aos mecanismos de defesa do organismo que favorece a destruição dos microrganismos.
Os efeitos biofísicos da microcorrente no processo de resposta à lesão baseiam-se no efeito que uma corrente
de baixa amperagem exerce sobre os níveis de ATP (BORGES, 2009).
A ATP é a principal fonte de energia celular e, no processo de reparo tecidual, é a fonte responsável pelo
controle dos movimentos de minerais, como sódio, potássio, magnésio e cálcio, para dentro e para fora das
células.
Regiões que sofreram alguma lesão tecidual apresentam uma baixa quantidade de ATP, sendo assim as
microcorrentes, com o efeito de aumentar o fluxo de corrente endógena, permitem à área traumatizada recuperar
sua capacitância.
Segundo Borges (2010), a terapia das microcorrentes age como um catalisador útil na iniciação e na
perpetuação das numerosas reações elétricas e químicas que ocorrem no processo da cura.
No pós-operatório das cirurgias plásticas, a microcorrente é usada para o reparo tecidual, momento em que
se tem por objetivo a redução do edema, da equimose, da inflamação e da dor. Durante esse processo existe a
inibição da metaloproteinase, que favorece a formação de fibrose e aderência tecidual, e, principalmente, que
tem o objetivo de estimular o processo de cicatrização.

ANTI-INFLAMATÓRIO

Conforme Borges (2009), o restabelecimento de um processo inflamatório está atrelado ao restabelecimento


bioelétrico dos tecidos e de sua ação no sistema linfático, à regeneração tecidual e à ação do sistema linfático.
Esse efeito anti-inflamatório está relacionado também ao aumento circulatório da região, um dos efeitos
propostos pelas microcorrentes.

EDEMA

As microcorrentes auxiliam na redução de edemas uma vez que têm ação no sistema linfático e auxiliam na
absorção do líquido intersticial.

PARTE 04: TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

Na área da estética, as microcorrentes podem ser utilizadas de duas maneiras: com eletrodos convencionais
(borracha de silicone, autoadesivo e de prata) ou com eletrodos tipo sonda ou caneta (bastonetes).
Na estética corporal, os eletrodos autoadesivos são usados, pois permanecem estáticos e permitem, dessa
maneira, a passagem da corrente pelos tecidos.
Na estética facial, a técnica utilizada é o eletrodo do tipo bastonete, que permite a realização de movimentos
sincronizados a fim de percorrer toda a face.

INDICAÇÕES DA TÉCNICA

As indicações para a área da estética são: cicatrizes em regeneração, pós-operatório de maneira geral com o
intuito de acelerar a recuperação do tecido, diminuição de edemas e dor.
Na estética facial as microcorrentes podem ser usadas após um procedimento de peeling, estimulando a
regeneração; na acne pelo efeito bactericida e fungicida; e na prevenção do envelhecimento cutâneo.
Um dos maiores efeitos da técnica é o aumento da produção de ATP, que faz a revitalização tecidual,
promovendo rejuvenescimento facial.

ELETROESTIMULAÇÃO MUSCULAR

O sistema muscular esquelético é formado por músculos de contração voluntária, o qual, junto com ossos,
cartilagens e sistema nervoso central, é responsável por movimento, posições corporais e estabilização das
articulações.
O tecido muscular representa aproximadamente 40% da estrutura corporal. Pode ser classificado em três tipos
distintos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso (não estriado).
O tecido muscular apresenta como funções os movimentos do corpo, a estabilidade, a postura, a regulação
do volume dos órgãos e a produção de calor.
Matiello et al. (2018) cita que o tecido muscular estriado esquelético constitui a maior parte da musculatura
do corpo humano. As células do tecido muscular estriado esquelético possuem uma estrutura alongada e recebem
o nome de fibras musculares ou miócitos.
As células musculares são constituídas basicamente pelas proteínas actina e miosina, tendo como
características as propriedades de excitabilidade, elasticidade e contratilidade. As fibras musculares produzem
contração muscular devido a seu encurtamento, ou seja, contraem-se devido ao encurtamento de suas fibras.
Essas fibras são organizadas em estriações transversais pela disposição das proteínas actina e miosina em
uma estrutura que define a unidade funcional da contração muscular: o sarcômero.
Cada célula muscular tem vários sarcômeros delimitados por dois discos transversais, chamados de linhas Z.
Para a ocorrência da contração, é necessário um potencial de ação vindo do sistema nervoso central até o
músculo através de um nervo motor; em cada terminação, o nervo secreta uma pequena quantidade de substância
neurotransmissora, a acetilcolina, a qual atua sobre uma área localizada na membrana da fibra muscular.
A contração isomérica se caracteriza pela falta de mudança significativa no comprimento do músculo quando
este produz força, mantendo a posição articular constante (MATIELLO et al., 2018).

DIDATICAMENTE OS MÚSCULOS SÃO FORMADOS POR FIBRAS MUSCULARES DE DOIS


TIPOS, SENDO:
• FIBRAS VERMELHAS, também classificadas como tônicas ou do tipo I.
• FIBRAS BRANCAS, classificadas como fásicas ou do tipo II.
As fibras musculares são inervadas por distintos motoneurônios: as fibras do tipo I (vermelhas) são inervadas
por pequenos motoneurônios que apresentam baixa velocidade de condução, pequena amplitude de pulso e
frequência (30-40Hz). As fibras do tipo II (brancas) estão inervadas por grandes motoneurônios com elevada
velocidade de condução, grandes amplitudes de pulso e frequência de descarga elevada (80-100 Hz).
No processo de contração muscular por estímulos de correntes elétricas, são compreendidos parâmetros que
detêm melhores resultados quando pensamos no processo de estímulo muscular.
A premissa da eletroestimulação do corpo humano baseia-se na propagação de cargas elétricas nos nervos e
músculos, o que gera alterações na atividade metabólica desses tecidos.
A eletroterapia que utiliza estimulação muscular foi adotada amplamente na área da estética por seus
benefícios na flacidez muscular, melhorando o contorno do corpo e fazendo com que muitas pacientes sedentárias
tivessem a oportunidade de provocar estímulo a tecidos e a grupos de fibras não requisitados no dia a dia.
A fibra muscular é o objetivo da eletroestimulação, também conhecida por “corrente russa”.

NA ESTÉTICA ELA PODE SER EMPREGADA COM OS OBJETIVOS DE:


• Aumento da força muscular.
• Manutenção das condições funcionais do músculo.
• Melhora da silhueta corporal.
• Melhora da flacidez muscular.

As correntes elétricas que podem ser usadas para o aumento da força muscular e nos casos de flacidez
muscular são a corrente russa e a corrente aussie.
O uso da eletroestimulação muscular também é referenciado quando falamos em gasto energético e
diminuição do tecido adiposo corporal. Assim como a estimulação muscular é relatada como sendo de 30 a 40%
mais eficaz que a contração voluntária, podemos atribuir benefícios ao estímulo das células de gordura, fazendo
com que a combinação de exercícios ativos com a eletroestimulação muscular melhore o contorno corporal e
promova a eliminação de gordura principalmente em regiões abdominais.
De acordo com Agne (2016), o aumento da popularidade da eletroestimulação como alternativa aos
programas tradicionais de exercícios com resistência progressiva ou como método coadjuvante deles, deve-se
especialmente ao fisiologista russo Yadov Kotz.
Os estudos dessa área foram conhecidos após a utilização dos protocolos de eletroestimulação pelos membros
olímpicos nas Olimpíadas de Montreal em 1976, durante a qual Kotz defendia que a contração muscular induzida
por eletroestimulação aumentava o recrutamento das unidades motoras.
Uma das modalidades de corrente elétrica utilizada é a corrente russa, a qual utiliza equipamento de média
frequência (2.500 Hz), a qual recebe o nome de portadora.
Essa frequência, considerada alta, apresenta menor resistência tecidual e, consequentemente, maior
profundidade de penetração. Isso permite um efeito sobre um número maior de unidades motoras, contraindo
uma porção maior do músculo.

PARTE 05: PRINCIPAIS PARÂMETROS A SEREM REGULADOS NA ELETROESTIMULAÇÃO

Os parâmetros a serem observados na aplicação envolvem o tipo de fibra a ser trabalhada, a carga aplicada à
musculatura, o tempo de sustentação da contração e o intervalo de tempo entre contrações.

MODULAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR

A modulação ideal é a frequência de pulso ajustada entre 30 e 50 Hz para estimular fibras vermelhas ou do
tipo I e entre 50 e 80 Hz quando se pretende estimular fibras brancas do tipo II.

MODO DE EMISSÃO DA CORRENTE

MODO SINCRONIZADO

Para trabalhar com a eletroterapia, o tecnólogo em estética deverá estar capacitado a regular os parâmetros
que devem ser selecionados no equipamento. Neste equipamento pode ser encontrado até quatro modos de
emissão da corrente. Para que possamos atingir o fortalecimento muscular, usamos o modo sincronizado, no qual
os estímulos ocorrem simultaneamente em todos os canais (saída da corrente) utilizados de acordo com o número
de eletrodos que estão sobre a musculatura a ser trabalhada. Esse modo permite trabalhar segmentos corporais
de forma simultânea.

RAMPAS DE SUBIDA (ENTRADA DA CORRENTE) – RISE

Corresponde à descida da corrente elétrica e à saída da corrente.

TEMPO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR (ON)

Esse é o tempo que o paciente permanecerá realizando a contração muscular estimulada pela corrente elétrica.
Didaticamente este tempo deverá ser programado entre 4 e 6 segundos, podendo chegar a 8 de acordo com a
condição muscular do cliente.
Todos esses parâmetros devem ser adaptados de acordo com o cliente. Clientes fisicamente ativos vão
suportar uma maior intensidade de corrente e um intervalo menor entre a descida da corrente e a contração
muscular.

TEMPO DE REPOUSO (OFF)

Após a contração muscular, deverá haver uma pausa para descanso, oxigenação e recuperação das fibras
musculares. O tempo off se caracteriza por ser um tempo em que não ocorre a contração muscular nem estímulo
elétrico.

INTENSIDADE DA CORRENTE

A intensidade é baseada na visualização da contração, sem que se atinja o limiar da dor. Tanto o tempo da
contração (time on) quanto o tempo de descanso ou repouso (time off) serão determinados pela resistência do
cliente à contração sustentada.
Um fato muito importante é que a intensidade da corrente seja aumentada de maneira gradativa, pois, com o
passar das sessões, existe uma acomodação da intensidade da corrente sendo necessário o ajuste dela de maneira
gradativa.

ELETRODOS PARA ELETROESTIMULAÇÃO

Os eletrodos usados como meio de condução da corrente elétrica


O eletrodo deve ser colocado no ventre muscular ou no ponto motor (local onde as fibras nervosas que
inervam determinados músculos estão mais concentradas; está posicionado, na maioria vezes, entre o terço médio
e terço proximal). É muito importante a visualização da contração da musculatura e a certificação de que ela
aconteça de maneira adequada e de que a musculatura não “fibrile”, pois esse balanço sem contração chamado
de fibrilação é indicativo de fadiga muscular, caso em que se deve diminuir a intensidade da corrente ou aumentar
o tempo de repouso de off.
Nos dias atuais são empregados dois tipos de eletrodos diferentes, os eletrodos condutivos de carbono e os
auto adesivos.
Os eletrodos auto-adesivos podem ser fixados em locais difíceis, como região da face, e não necessitam de
gel condutor. Para alguns casos, será necessário faixas de fixação para mantê-los em contato com a pele.
Os eletrodos de carbono, também conhecidos como de silicone, são usados geralmente para as áreas maiores
do corpo. Para a condução da corrente elétrica, faz-se necessário o uso do gel de condução. A fim de fixá-los,
podem ser usadas faixas elásticas ou fita micropore.

PARTE 06: TEMPO DE ESTIMULAÇÃO

CONTRAINDICAÇÕES DA TÉCNICA
• Evitar aplicação sobre região torácica e sobre os seios carotídeos.
• Não utilizar a corrente durante o período gestacional.
• Não aplicar sobre próteses metálicas.
• Evitar o uso em sujeitos com doenças cardíacas, como arritmias severas e insuficiência cardíaca.
• Não utilizar a corrente em regiões de neoplasias ou infecções.
• Antes de iniciar uma sessão, o profissional deverá, de uma forma objetiva e clara, explicar os objetivos
e o mecanismo de ação para o cliente.

INDICAÇÕES

A principal indicação da eletroestimulação muscular é para o tratamento da flacidez muscular, porque, como
ela proporciona maior circulação sanguínea, melhora a oxigenação celular e elimina as toxinas.
______
ASSIMILE

Falamos, no decorrer desta aula, que uma das indicações da técnica de microcorrentes é no pós-operatório
das cirurgias plásticas.
Você acha que, mesmo com efeitos benéficos, ela pode ser usada no pós-operatório de qualquer cirurgia?
Vale a pena fazer um alerta quanto ao uso dessa técnica no pós-operatório imediato à lipoaspiração, uma vez
que existe a possibilidade de aceleração no reparo e, por consequência, de aumento na formação da fibrose
subcutânea, que é uma característica desse tipo de cirurgia.
Portanto, essa é uma técnica que, apesar de ter muitos efeitos benéficos, não deverá ser realizada no pós-
operatório imediato à lipoaspiração.
______
REFLITA

Quando pensamos no mecanismo de contração muscular, temos a seguinte situação: em uma contração
voluntária pouco intensa, são recrutadas primeiramente as fibras do tipo I (vermelhas), lentas e resistentes à
fadiga (AGNE, 2016).
Conforme a contração muscular se torna mais intensa ou mais rápida, são recrutadas as fibras musculares do
tipo II (brancas), rápidas e menos resistentes, que obtêm sua energia a partir da glicose anaeróbia (sem
necessidade de oxigênio), ao contrário das fibras do tipo I, que têm seu aporte energético do metabolismo
oxidativo mitocondrial.
______
EXEMPLIFICANDO

O termo “corrente russa” surgiu na década de 1970 e referia-se ao uso de uma corrente de média frequência
por meio de uma corrente de onda senoidal. Os trabalhos originais foram desenvolvidos pelo pesquisador
soviético Yakov Kots, que buscava um ganho de força entre atletas da equipe olímpica russa. Na ocasião, foi
relatada uma melhora na contração voluntária máxima com o uso dessa modalidade associada ao treinamento
clássico (BORGES, 2007).
Uma maneira de potencializar os resultados obtidos no tratamento com a corrente russa é associar exercícios
com pesos, aparelhos de musculação ou faixas elásticas, que, além aumentar o recrutamento da musculatura,
reduz a sensação da corrente elétrica.
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Como você observou ao longo desta aula, a eletroterapia é muito ampla e conta com diversos equipamentos
na área da estética. Para obter resultados significativos, é fundamental que o profissional conheça tanto a
fisiopatologia das disfunções como o mecanismo de atuação de cada uma delas.

PARTE 07: CONCLUSÃO

A corrente galvânica também pode ser utilizada com intensidade mais baixa, como a microamperagem.
A corrente microgalvânica (CM) possui característica de corrente contínua filtrada e constante com fluxo
unidirecional de elétrons, com intensidade reduzida à décima parte de um miliampère da corrente galvânica (0,1
mA = 100 µA).
Esse circuito é polarizado com os pólos negativo e positivo. Sua aplicação na pele é realizada de forma
invasiva, porém, superficial.
Recebe o nome de microgalvânica quando a corrente mantém as propriedades da manutenção da polaridade
negativa e positiva, utilizando intensidades abaixo de 1 miliampère (lembrando que é uma corrente polarizada).
A corrente microgalvânica é aplicada normalmente em locais pequenos como estrias, rugas e cicatrizes.
Os efeitos dessa corrente consistem em promover alterações fisiológicas devido à ação da corrente sobre as
proteínas que se encontram dispersas na substância fundamental amorfa da derme (OLIVEIRA, 2013).
Essas modificações ocorrem ao redor da agulha (polo ativo), atingindo o ponto isoelétrico de algumas
proteínas e promovendo a sua precipitação para, consequentemente, ocorrer uma estabilização e uma
incrementação proteica ao longo da realização das sessões de tratamento, com vistas à reorganização do tecido
conjuntivo local.
Ainda que a corrente seja microgalvânica, se a intensidade for elevada, será desconfortável a quem a recebe
e, desta forma, diminuí-la é uma forma segura de trabalhar com a eletrolipólise. Se o cliente está relatando dor é
porque, além da intensidade alta da corrente, a agulha pode não ter sido posicionada de maneira correta.
Portanto, as maneiras de reduzir o desconforto são: diminuir a intensidade da corrente empregada, retirar as
agulhas e posicioná-las novamente. O fato é que esses eletrodos, posicionados de maneira invasiva com
perfuração na pele, devem ser realizados com agulhas finas, e o profissional deverá estar treinado para posicioná-
las de maneira superficial na pele, algo em torno de 8 a 15 mm de profundidade.
É importante lembrar que, para esses eletrodos metálicos e invasivos, não existe resistência da pele à corrente
elétrica, por isso a intensidade deverá ser a mais baixa possível, em geral, 10% da usada no modo transcutâneo
com placas, não havendo a necessidade do cliente manifestar a sensação elétrica.
É importante lembrar que, mesmo sendo uma corrente microgalvânica, a intensidade elevada é desconfortável
ao cliente e ainda há grandes chances de lesões ou irritações cutâneas no local da aplicação onde as agulhas estão
inseridas.
PARTE 08: VIDEOAULA: PRINCÍPIOS FISÍCOS DA CORRENTE ELÉTRICA
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UNIDADE 2 – TERMOTERAPIA

UNIDADE 2 / AULA 1: ULTRASSOM TERAPÊUTICO

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA UNIDADE

OBJETIVOS DA UNIDADE
AO FINAL DESTA UNIDADE, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever todo mecanismo de ação de equipamentos utilizados em clínicas faciais;
• Analisar os aspectos biofísicos e das formas de aplicações e interações que ocorrem no tecido
biológico;
• Examinar as características individuais de cada paciente.

OLÁ, ESTUDANTE!
Abordaremos conceitos importantes para você, profissional da área de estética, compreender todo mecanismo
de ação de equipamentos utilizados na prática clínica facial e corporal para diferentes disfunções estéticas.
A partir do conhecimento dessas tecnologias, dos aspectos biofísicos e das formas de aplicações e interações
que ocorrem no tecido biológico, é possível personalizar o tratamento estético levando em consideração a
avaliação inicial, na qual cada paciente apresentará sua individualidade, como biotipo corporal, tipo de pele e
fototipo, características importantes para que você possa elaborar um plano de tratamento com esses recursos
eletroterápicos respeitando o histórico pessoal e as características individuais do seu paciente.
Iniciaremos abordando o ultrassom terapêutico, que é um recurso altamente utilizado pela estética em virtude
de poder prover ótima resposta terapêutica a algumas afecções, como lipodistrofia localizada, cicatrização
acelerada pós-cirurgia plástica e fibroedema gelóide.
A fim de que o tratamento seja realizado de forma eficaz, com resultados satisfatórios, é importante que você,
profissional da área, conheça as características biofísicas, as formas de aplicação, as indicações e as contra
indicações desse equipamento. Para isso, você se deparará com um equipamento que é técnico-dependente, ou
seja, todo resultado e até mesmo as complicações que possam vir a acontecer no momento da aplicação são
dependentes do profissional que estará manipulando e aplicando esse recurso eletroterápico.

Tendo isso em vista, você consegue compreender que qualquer recurso terapêutico, em especial os
eletroterápicos, exigem um vasto conhecimento sobre sua aplicação?
Todas as vezes em que trabalhamos com eletroterapia, complicações poderão acontecer, e queimaduras são
as mais comuns.
O emprego do ultrassom terapêutico por diversos profissionais requer habilidades e conhecimento físico e
biológico.
Temos observado, infelizmente, certa banalização no uso do ultrassom, tanto na escolha dos parâmetros como
no próprio manuseio dele, resultando na ineficácia do tratamento. A escolha dos parâmetros de ultrassom não é
algo simples a se fazer. Geralmente buscaremos valores aproximados e raramente absolutos, o que requer do
profissional o pleno conhecimento da técnica para promover os resultados esperados.

PARTE 02: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?

Nesta aula, você irá elucidar alguns aspectos relevantes relacionados à terapia ultrassônica nas afecções
relacionadas à estética.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever os efeitos fisiológicos e terapêuticos do ultrassom;
• Explicar os diferentes tipos de ultrassom estéticos;
• Analisar o mecanismo de ação e suas diferentes formas de aplicação.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

OLÁ, ESTUDANTE!
Objetivamos, com esta aula, elucidar alguns aspectos relevantes relacionados à terapia ultrassônica nas
afecções relacionadas à estética. Você será capaz de rever e de compreender alguns conceitos biofísicos no intuito
de modular suas atitudes terapêuticas. Através da descrição dos efeitos fisiológicos e terapêuticos, buscaremos
ainda elucidar como o ultrassom é capaz de influenciar no tratamento de afecções na estética.
Por fim, mostraremos, por meio das indicações e contra indicações, as possibilidades terapêuticas
relacionadas ao ultrassom para que o profissional consiga auxiliar, de forma ampla e segura, o paciente/cliente
que busca intervenção estética.
As ondas ultrassônicas têm merecido atenção especial em procedimentos estéticos e reparadores, já que seus
efeitos têm sido constantemente publicados nos meios científicos e comprovados na prática clínica.
Acompanhando a evolução dos principais recursos físicos, observa-se que o ultrassom é uma energia que
apresenta grande capacidade de produzir variações nos componentes emissores (cabeçote ou transdutor). Dessa
forma, origina termos como ultracavitação e ultrassom focalizado, o que aumenta, consequentemente, o leque
de indicações, em especial para a redução do tecido adiposo.
Quer se aprofundar mais neste assunto? Então vamos entender os diferentes tipos de ultrassom estéticos e
sua capacidade de tratar o tecido subcutâneo, compreendendo seu mecanismo de ação e suas diferentes formas
de aplicação.
Andressa, profissional da área de estética, decidiu investir em sua clínica e, para isso, realizou vários cursos
na área de estética corporal com ênfase em gordura localizada e celulite.
De acordo com a fisiopatologia da gordura localizada, há presença de acúmulo de gordura no adipócito,
célula da hipoderme responsável pelo armazenamento de lipídios. Andressa conhece muito bem a fisiopatologia
das alterações corporais estéticas, sabe que, se realizar massagem modeladora ou drenagem linfática em suas
pacientes, não conseguirá grandes resultados, pois nenhuma massagem manual é capaz de promover o estímulo
de lipólise.
Como a procura por tratamentos de gordura localizada em sua clínica está em alta devido à chegada do verão,
Andressa decidiu investir em um equipamento que, por ter efeito sobre o estímulo de lipólise, melhora o contorno
corporal daqueles que procuram seus serviços.
Como Andressa não conseguirá investir em um equipamento de alto custo no momento, pesquisou sobre os
equipamentos disponíveis no mercado da estética que realizam lipólise, melhorem a circulação e promovam a
regeneração tecidual. Ao analisar os tipos de equipamentos utilizados para essa disfunção estética corporal,
encontrou o equipamento de ultrassom terapêutico, o qual é indicado para os tratamentos de lipodistrofia
localizada e fibro edema gelóide, visto que sua ação mecânica e térmica nos tecidos corporais estimula a
circulação sanguínea e linfática, realiza a lipólise, promove o efeito tixotrópico e é eficaz na melhora dos nódulos
celulíticos e da fibrose pós-operatório.
Andressa ficou tão animada com os efeitos terapêuticos causados pelo equipamento que continuou
pesquisando sobre ele. Dessa forma, além dos preços, verificou também que o ultrassom, entre os demais
equipamentos, é o que apresenta melhor custo-benefício para o investimento inicial. A partir dessa primeira
pesquisa, decidiu entrar em contato com a empresa responsável pela venda do equipamento, e o representante da
marca informou que o ultrassom tem resultados eficazes na melhora do contorno corporal, pois realiza o processo
de lipólise.
Andressa, apesar de conhecer o ultrassom e de ter realizado a aplicação desse equipamento nas aulas práticas
da faculdade, ficou em dúvida sobre os parâmetros que devem ser ajustados.

• Em conversa com a empresa representante da marca, levantou os seguintes questionamentos: quais


parâmetros devem ser ajustados no equipamento?
• Considerando a queixa principal das clientes que procuram os atendimentos estéticos corporais em sua
clínica, qual é a frequência adequada e como ela deve ser programada pensando em fazer com que o
estímulo chegue até as células adiposas?
• Qual modo de emissão e de intensidade são melhores para que ocorra o estímulo de lipólise?
• Como esses lipídios quebrados em ácido graxo e glicerol serão metabolizados pelo organismo?
• Será que todos os clientes têm indicação para esse equipamento?

Vamos ajudar Andressa a responder todos esses questionamentos?

PARTE 03: ULTRASSOM

Som é toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano. Essas ondas estão compreendidas,
aproximadamente, entre frequências de 20 Hz a 20.000 Hz, portanto sons de frequência abaixo ou acima desse
espectro são inaudíveis ao ouvido humano, sendo denominados infrassons e ultrassons respectivamente
(BORGES, 2010).
Quando nos referimos às frequências de ultrassons usados terapêticamente, estes podem oscilar entre 0,7
MHz e 3 MHz. O ultrassom é uma onda mecânica que, ao atingir os tecidos biológicos, produzirá quatro efeitos,
sendo eles: o mecânico, a cavitação, o térmico e o químico. Nos tratamentos terapêuticos, as oscilações
provocadas pelas ondas ultrassônicas, quando aplicadas sobre a superfície da pele, apresentam a capacidade de
atravessá-la e penetrar no organismo em diferentes profundidades. Como o ultrassom é um equipamento de
elevada frequência, essa energia sai do campo de percepção do ouvido humano.
Com o intuito de que ocorram os efeitos desejados do ultrassom, o aparelho precisa ter um circuito apropriado
para receber a corrente elétrica da rede comercial e transformá-la em oscilações de alta frequência, as quais são
conduzidas ao cabeçote, constituído internamente com um cristal piezoelétrico. Ao receber a corrente elétrica,
esse cristal modifica sua estrutura, emitindo as ondas ultrassônicas. Pensando na prática clínica, as frequências
de oscilação dos cristais piezelétricos dos aparelhos de ultrassom terapêutico são de 1 MHz e 3 MHz, sendo este
último o utilizado nos tratamentos estéticos corporais.

TRANSDUTOR DE ULTRASSOM

Transdutor da onda ultrassônica é o termo que designa todo dispositivo conversor de energia elétrica em
energia mecânica (AGNE, 2016). Para que um transdutor possa gerar e emitir a onda de ultrassom, ele deverá
ser dotado de material piezelétrico, o qual, até há poucos anos, era basicamente constituído de cristais de quartzo,
mas que, atualmente, foi substituído por outros materiais como minerais policristalinos ou compostos cerâmicos
(zirconato-titanato de chumbo, titanato de bário).
O tamanho do cabeçote é conhecido como ERA (Effective Radiating Area – Área Efetiva de Emissão), cuja
medida é feita em cm2 e que deverá ser informada no manual ou no próprio equipamento, podendo variar entre
1 e 10 cm2.
A onda ultrassônica se desloca longitudinalmente, formando um feixe cônico, justamente por haver maior
intensidade no centro do transdutor. Quanto aos efeitos gerados, estes ocorrem dentro do campo próximo, ou
mais conhecido como zona de Fresnel, até o ponto quente, sendo que quanto maior a frequência de emissão,
menor será a profundidade de penetração. Portanto, os aparelhos tradicionais de ultrassom disponibilizam
geralmente frequências de 1 MHz e 3 MHz para que seus efeitos possam acontecer em níveis teciduais distintos.
Após a zona de Fresnel, inicia o campo distante ou zona de Fraunhofer, em que os efeitos deixam de existir.
Entre esses dois campos situa-se um ponto de maior concentração de energia ao ultrassom, conhecido como hot
spot ou ponto quente. Essa maior energia central indica a razão pela qual se deve manter o transdutor do ultrassom
em movimento constante e lento sobre a região em tratamento, pois é assim que se distribui uniformemente a
energia liberada e se produzem os mesmos efeitos nos tecidos atingidos.

PARTE 04: IMPEDÂNCIA ACÚSTICA

A fim de que a energia ultrassônica seja transmitida, ela necessita de um meio para se deslocar, pois no ar
esse deslocamento não acontece. Para que ocorra melhor transmissão dessas ondas ultrassônicas para o tecido
corporal, o gel de ultrassom deverá ser depositado entre o transdutor e a pele, sendo o gel a melhor opção para
meio de contato, porque se trata de uma substância que conduz adequadamente as ondas ultrassônicas.
O gel indicado para favorecer a passagem da onda ultrassônica apresenta propriedades físicas similares à
água. A impedância acústica é definida pela resistência oferecida pelos tecidos à passagem das ondas
ultrassônicas, ou seja, os tecidos, em suas diferentes camadas, oferecem resistência à passagem da onda ultra
sônica, sendo que cada um deles tem uma impedância acústica diferente (BORGES, 2010).

REFLEXÃO

Ocorre quando uma onda sonora emitida volta ao meio de origem conservando sua frequência e sua
velocidade (BORGES, 2010). Para compreender melhor este assunto, vamos a um exemplo. Toda vez que as
impedâncias acústicas de dois meios forem diferentes, ocorrerá o fenômeno que chamamos de reflexão. Se essa
impedância for muito diferente, haverá quase que total reflexão do ultrassom e não poderá alcançar as estruturas
situadas mais profundamente. Quanto maior a diferença entre a impedância de dois meios, maior será a reflexão.
Portanto, se, durante seu atendimento, o cabeçote de ultrassom não estiver bem acoplado na pele do
paciente/cliente, utilizando como meio de contato o gel, o ar entre o cabeçote e a pele será um meio que
promoverá a reflexão da onda ultrassônica, impedindo que as ondas alcancem o tecido alvo.
Sendo assim, em todos os atendimentos corporais em que o ultrassom for utilizado, é importante
promovermos um acoplamento correto entre o cabeçote e a pele do paciente/cliente e utilizarmos o gel de contato;
caso contrário, o ar presente entre a pele e o cabeçote formará um campo refletor para as ondas ultrassônicas.

REFRAÇÃO

A refração ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio, ou seja, com interface diferente, e desvia
sua direção, sofrendo mudanças na sua velocidade, mas conservando sua frequência. Para minimizar a refração,
o feixe ultrassônico deverá ser aplicado sempre perpendicularmente à superfície de tratamento (BORGES;
SCORZA, 2016).

ABSORÇÃO

A absorção das ondas ultrassônicas pelos tecidos se dá por meio da retenção das ondas sonoras nos tecidos
tratados e se caracteriza pela transformação dessas ondas sonoras em calor (BORGES; SCORZA, 2016).
As ondas ultrassônicas causam uma agitação molecular, a qual promove atrito entre as moléculas, provocando
colisão e vibração e gerando para o tecido um efeito térmico.

EM SE TRATANDO DOS BENEFÍCIOS DO AQUECIMENTO PARA OS TECIDOS NOS


TRATAMENTOS ESTÉTICOS TEMOS:
• Aumento da permeabilidade da membrana • Aumento do aporte de nutrientes e
celular. oxigênio para os tecidos.
• Vasodilatação. • Efeitos fibrinolíticos.
• Relaxamento muscular. • Lipólise.

Conforme as ondas ultrassônicas atingem os tecidos, a energia é absorvida, de modo que chega ao tecido alvo
com uma intensidade menor do que a programada no equipamento.
Quando pensamos na questão da absorção, notamos que ela tem relação com a frequência emitida pelo
ultrassom. Vamos, então, compreender melhor esse assunto? O equipamento de ultrassom de 3 MHz utilizado na
estética, por ter maior frequência, tem como característica ser mais superficial, ou seja, apresenta uma interação
maior nos tecidos mais superficiais e maior absorção neles, porém apresenta menor penetração nos tecidos; por
ser mais absorvido nas camadas superficiais, proporcionará maior efetividade de tratamento nas estruturas
normalmente acometidas na clínica estética.

ATENUAÇÃO

A dosagem ajustada no equipamento de ultrassom não corresponde àquela que alcançará o local a ser atingido
no tratamento. Isto se deve ao fato de que a amplitude e a intensidade diminuem à medida que as ondas
ultrassônicas passam através de qualquer meio. Tal diminuição de potência sofre interferência do meio pela
reflexão, pela refração e pela absorção que ocorrem nas interfaces. O feixe ultrassônico pode ter sua intensidade
original reduzida pela metade em determinadas distâncias e em determinados tecidos com espessuras específicas.

PARTE 05: EFEITO TIXOTRÓPICO

Tixotropia consiste na propriedade que apresenta certos líquidos cuja viscosidade diminui quando são agitados
mecanicamente (BORGES, 2010). Na prática clínica, verificamos que o ultrassom é capaz de amolecer substâncias
de consistência maior. Pode-se verificar isso quando utilizamos esse recurso em quadros de celulite, nos quais
verificamos a presença de nódulos celulíticos no tecido; e naqueles de pós-operatório de lipoaspiração, em que o
tecido apresenta fibrose e cujo aspecto devemos melhorar a partir da diminuição da consistência das estruturas
teciduais endurecidas, ou seja, quando as deixamos mais maleáveis e fáceis de manipular. Após esse efeito é
possível associar manobras de massagem e drenagem para melhores resultados estéticos.
Para que se possa desencadear o efeito fibrinolítico, será necessário utilizar o ultrassom no modo contínuo,
com dose elevada, entre 1,0 e 1,2 W/cm2 (BORGES, 2010).

CAVITAÇÃO
Existem dois tipos de cavitação e devemos compreender cada um deles, pois alguns equipamentos de ultrassom
causam uma cavitação estável e outros promovem uma instável.
A cavitação estável se origina pela intensidade controlada da onda ultrassônica no meio líquido, formando
microbolhas que contêm somente gás ou gás e vapor no seu interior. Esse efeito é desejável e considerado normal,
pois é através desse fenômeno que ocorre a maioria dos efeitos do ultrassom (AGNE, 2016).
Já a cavitação instável ocorre quando o volume da bolha se altera rápida e violentamente. Quando houver esse
rompimento das microbolhas, teremos a cavitação instável.
Um exemplo prático para que você, estudante, possa compreender melhor esse processo é quando colocamos
uma gota de água no cabeçote do ultrassom e observamos que ela se rompe, formando o que denominamos de
cavitação estável. Ocorrerá formação de bolhas onde a água que foi depositada no cabeçote parece ferver. Esse
teste é conhecido como teste de cavitação e nos mostra que o equipamento está funcionando, ou seja, está emitindo
ondas sonoras. É aconselhável que se faça o teste antes da aplicação do ultrassom a fim de detectar se há algum
problema com o funcionamento do aparelho.

FREQUÊNCIA

Os aparelhos de ultrassom terapêutico são construídos por frequências de 1 e/ou 3 MHz. O ultrassom na faixa
de frequência de 1 MHz é utilizado normalmente em lesões profundas, como na área da reabilitação, na qual há a
necessidade de que essas ondas ultrassônicas alcancem os tecidos ósseo, muscular e ligamentar. Já o ultrassom de
3 MHz é utilizado em lesões superficiais e em disfunções estéticas, nas quais o comprometimento ocorre em derme
e tecido subcutâneo.
Com relação a este assunto, atualmente alguns profissionais da área, acreditam que haja controvérsias com
relação à programação da frequência de 3 MHz no tratamento de gordura localizada. Isso porque, considerando a
quantidade de gordura a ser tratada, se ela for muito considerável, com o ultrassom de 3 MHz, devido às questões
relacionadas à atenuação da onda ultrassônica, essa frequência não seria interessante, pois agiria muito
superficialmente, comprometendo os resultados estéticos. Porém, novos estudos necessitam ser realizados na área
para que essa hipótese seja comprovada cientificamente.
Atualmente, a indústria de aparelhos de ultrassom voltados para tratamentos estéticos tem fabricado aparelhos
de ultrassom com frequência de 5 MHz, veiculando propostas de tratamento para as regiões da face.

INTENSIDADE

No interior dos aparelhos de ultrassom, existe um circuito controlador da amplitude das oscilações elétricas
que controla o grau de vibração mecânica do cristal e, consequentemente, a amplitude da onda sonora. A potência
do ultrassom é a energia total por segundo suprida pelo aparelho, a qual é medida em watts (W). Como ela se
espalha por toda a face do transdutor, e os transdutores têm tamanhos diferentes, é mais útil dar a intensidade em
watts por centímetros quadrados (W/cm2) (BORGES, 2010).
A intensidade máxima que o profissional da área de estética poderá ajustar no aparelho de ultrassom no modo
contínuo é de 3 W/cm2. Entretanto, na prática clínica, observamos que o ultrassom no modo contínuo deve ser
utilizado com até 2 W/cm2 para que não haja risco de lesões nas estruturas superficiais.
Na estética, os protocolos envolvendo tratamento para celulite, em sua grande maioria, empregam intensidades
ajustadas ao aparelho que giram em torno de 1,2 a 1,5 W/cm2 no modo contínuo. Considerando o tratamento de
reparo tecidual, principalmente de cicatrizes no pós-operatório, procura-se fazer chegar até o local da lesão doses
que vão até 0,5 W/cm2, usando o regime de emissão pulsado.

TEMPO DE APLICAÇÃO

Para calcular o tempo de aplicação do ultrassom, devemos levar em consideração a área tratada e também a
ERA do ultrassom. A empresa deve fornecer, nos manuais do ultrassom, o tamanho da ERA, ou seja, a área de
radiação efetiva do ultrassom. O tempo de aplicação, então, pode ser calculado considerando-se a área a ser tratada
dividida pela ERA do ultrassom. Vamos entender como isso se aplica na prática clínica?
Imagine que uma mulher apresenta queixa de gordura localizada na região abdominal e que a esteticista precisa
realizar a aplicação do ultrassom em uma região cujas medidas são de 15 cm de comprimento por 4 cm de largura.
Empregando-se um transdutor de 5 cm2 de ERA, o tempo de aplicação poderia ser expresso da seguinte forma:

TEMPO = ÁREA ÷ ERA → 60 ÷ 5 = 12 minutos

Viu como é simples o cálculo de acordo com o tamanho da área de tratamento? Neste caso, o tempo estipulado
para tratamento considerando a ERA do ultrassom e área de tratamento foi de 12 minutos. Mas é importante sempre
lembrar que o tempo considerado limite de aplicação de ultrassom na área de tratamento deve ser de, no máximo,
15 minutos.
Segundo Borges e Scorza (2016), caso o tempo ultrapasse os 15 minutos, a recomendação é realizar a divisão
da área em pequenos quadrantes e fazer um novo cálculo para cada região, sendo estas tratadas uma por vez.

PARTE 06: REGIME DE EMISSÃO DAS ONDAS SONORAS

Considerando o regime de emissão de ondas sonoras, você encontrará as opções de modo contínuo ou pulsado.
No modo contínuo, o cristal se modifica ininterruptamente, gerando, dessa forma, agitação e atrito constantes entre
as moléculas, o que produzirá efeito térmico. Quando o equipamento é programado na forma pulsada, o aparelho
interrompe transitoriamente a chegada de eletricidade ao cristal, fazendo com que se interrompa também, de forma
parcial, a emissão de ondas sonoras.
Quando nos referimos ao modo contínuo, temos o efeito térmico predominante, porém quando programamos
o equipamento de ultrassom no modo pulsado, o efeito dominante será o mecânico.
O ultrassom na forma contínua é indicado quando queremos os benefícios causados pelos efeitos mecânicos e
térmicos do ultrassom, principalmente nas afecções estéticas que necessitam do efeito tixotrópico. Já o modo
pulsado é indicado para quando o calor produz algum desconforto, como em processos inflamatórios agudos ou
nos processos de regeneração tecidual, situação comum em casos clínicos de pós-operatório de cirurgias plásticas,
nos quais o efeito térmico é contra indicado inicialmente.

EFEITOS FISIOLÓGICOS
Segundo Borges (2010), os efeitos fisiológicos do ultrassom são: efeito térmico, efeito mecânico, aumento da
permeabilidade da membrana, vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo, ação tixotrópica, estimulação da
angiogênese, aumento das propriedades viscoelásticas dos tecidos conjuntivos e ricos em colágeno, aumento das
atividades dos fibroblastos, da síntese de colágeno e de proteína e elevação dos níveis de cálcio intracelulares.

INDICAÇÕES NA ESTÉTICA

Na área da estética, podemos utilizar o ultrassom para transtornos circulatórios, para tecido em cicatrização,
para pós-operatório, para fibroedema geloide e para tratamento de gordura localizada.

CONTRAINDICAÇÕES

Segundo Borges (2010), as contraindicações mais comuns são: aplicação em área de hipoestesia, áreas de
insuficiência vascular e área cardíaca; sobre testículos/gônadas, tromboflebites e varizes trombosadas, inflamações
e tumores malignos; em gestantes e em pessoas com implante metálico, osteoporose, marcapasso cardíaco e feridas
abertas.
______
ASSIMILE

Você sabia que podemos realizar a permeação de ativos utilizando o ultrassom terapêutico? Essa técnica é
conhecida como fonoforese, ou seja, consiste no método direto utilizando uma substância com propriedades
terapêuticas em forma de gel como meio de acoplamento, objetivando, com isso, a introdução de substâncias
medicamentoso-cosméticas através da pele, mediante a energia ultrassônica. Compreende a técnica mais usada na
terapêutica estética, principalmente no tratamento de celulite, empregando produtos cosméticos com ação lipolítica
e estimulante da circulação.
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REFLITA

Pensando no processo de lipólise estimulado através dos equipamentos de ultrassom, os triglicerídeos que
foram quebrados em ácido graxo e em glicerol são direcionados para a circulação linfática e, posteriormente,
sanguínea e eliminados do organismo.

É interessante associar quais recursos com a terapia ultrassônica para que o processo de lipólise ocorra
efetivamente, impedindo o organismo de armazenar essa gordura que não foi utilizada como forma de energia?
______
EXEMPLIFICANDO

Alguns equipamentos de ultrassom apresentam a função terapia combinada. Eles foram projetados para liberar
simultaneamente a onda de ultrassom juntamente com a corrente elétrica, entretanto o profissional pode programar,
no aparelho, a liberação de somente uma das energias isoladamente. Como o estímulo elétrico será emitido pelo
transdutor de ultrassom e ele estará em movimento, o propósito da corrente será o de estimular os pontos motores
musculares, promovendo contrações rítmicas, o que não favorece o aumento da força nem da massa muscular.
Essa corrente tem como objetivo aumentar a drenagem linfática e melhorar a microcirculação (AGNE, 2016).
Conseguiu compreender a importância de conhecer todos os aspectos biofísicos da corrente ultrassônica? A
partir do conhecimento desses elementos, é possível exportarmos todo o conteúdo teórico para a prática clínica,
de forma que você, profissional da área, conseguirá realizar a aplicação correta do equipamento e aproveitará todos
os benefícios que ele pode proporcionar aos seus clientes, minimizando o risco de complicações e garantindo-lhes
resultados satisfatórios.

PARTE 07: CONCLUSÃO

A gordura localizada é considerada uma disfunção estética que causa muito desconforto. Entretanto, devemos
lembrar que, além de gerar um desconforto estético, ela está associada a problemas de saúde. No caso da obesidade
andróide, por exemplo, algumas complicações podem acontecer, como doenças cardiovasculares, diabetes mellitus
e síndrome metabólica. Pensando nesse contexto, é de suma importância o paciente estar ciente de que, além do
tratamento estético, a reeducação alimentar e a atividade física são essenciais para resultados satisfatórios.
Considerando o tratamento estético com o uso de ultrassom, alguns ajustes se fazem necessários para que os
resultados sejam alcançados. Quando falamos de frequência, não podemos esquecer que temos duas opções a
serem ajustadas, de 1 MHz a 3 MHz. O ultrassom na faixa de frequência de 1 MHz é utilizado normalmente em
lesões profundas, como na área da reabilitação, na qual há a necessidade de que essas ondas ultrassônicas alcancem
os tecidos ósseo, muscular e ligamentar.
Já o ultrassom de 3 MHz é utilizado em lesões superficiais e em disfunções estéticas, nas quais o
comprometimento ocorre em derme e tecido subcutâneo. Portanto, a frequência utilizada para tratamento de tecido
subcutâneo, como gordura, é a de 3 MHZ, que produz um efeito cavitação estável ou instável, a depender da
técnica executada, gerando estímulos que promovem lipólise.
A intensidade a ser programada para gordura localizada será ajustada de acordo com a quantidade de tecido
adiposo presente no local de aplicação, ou seja, é necessário realizar a palpação da gordura localizada e, com o
adipômetro, quantificar a gordura depositada. A partir daí, realizaremos o ajuste de intensidade. A dose varia de
0,1 a 3,0 W/cm2, portanto devemos levar em consideração a quantidade de gordura localizada na região. Doses
abaixo de 1,5 W/cm2 possuem pouco efeito em gordura localizada, de modo que a intensidade na área da estética
varia de 2 W/cm2 a 3 W/cm2.
Quanto à intensidade máxima, o profissional da área de estética poderá ajustar no aparelho de ultrassom, no
modo contínuo, até 3 W/cm2. Entretanto, na prática clínica, observamos que o ultrassom no modo contínuo deve
ser utilizado com até 2 W/cm2 para que não haja risco de lesões nas estruturas superficiais.
A partir daí, desencadeia-se a cascata lipolítica com a liberação de ácidos graxos e de glicerol para o interstício
e, posteriormente, para a corrente sanguínea. Os ácidos graxos serão carreados pela albumina até a mitocôndria
muscular e o glicerol será levado ao fígado para ser metabolizado por ele e transformado em gliceraldeído-3
fosfato, ou seja, um açúcar. A partir desse conceito é ainda mais importante orientar o paciente com relação à
expectativa do resultado estético. Lembrando que, se não houver uma boa reeducação alimentar associada com
atividade física, o resultado será ineficaz.
Além disso, nem todos os pacientes apresentam indicação para tratamento com essa técnica; precisamos
considerar as contra indicações, como marcapasso cardíaco, prótese metálica no local de aplicação, alteração nos
níveis de triglicerídeos, tumores, além de outras patologias que devem ser consideradas.
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UNIDADE 2 / AULA 2 RADIOFREQUÊNCIA

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você aprenderá sobre os conceitos da radiofrequência utilizada na área de estética.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever a origem da radiofrequência na história;
• Explicar como usar a corrente eletromagnética de alta frequência;
• Analisar o mecanismo de ação do equipamento utilizado na radiofrequência.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

OLÁ, ESTUDANTE!

Abordaremos um assunto muito importante para você, profissional da área de estética, que é a radiofrequência.

Você sabia que a radiofrequência se originou em 1891 através dos estudos de Jacques-Arséne d’Arsonval
sobre as respostas de tecidos submetidos ao uso de correntes de diferentes frequências?

O intuito era promover um aquecimento profundo no tecido com menor risco de queimaduras possível.
Atualmente a radiofrequência trabalha justamente com esse objetivo: usar a corrente eletromagnética de alta
frequência para conseguir um aquecimento do tecido mais profundo minimizando o risco de lesões superficiais.
A essa altura você deve estar se perguntando: então não existe risco de queimaduras com o uso da
radiofrequência? Sim, ele existe, porém está relacionado à aplicação incorreta do equipamento. Portanto, é de
extrema importância que o profissional da área conheça adequadamente o mecanismo de ação do equipamento,
além de detalhes importantes como preparo da região a ser tratada, temperatura a ser atingida, tempo de aplicação
e intervalo entre as sessões, sempre levando em consideração a disfunção estética que necessita receber esse
procedimento.
O recurso da radiofrequência conquistou a área da estética, pois através dele conseguimos tratar várias
disfunções estéticas, sejam faciais, sejam corporais, além de promovermos resultados surpreendentes no
tratamento de flacidez tissular, pós-operatório, rejuvenescimento, fibroedema geloide e adiposidade localizada,
sendo um procedimento de fácil aplicação, de custo acessível ao paciente/cliente e que, se realizado de forma
correta, garante grandes resultados. Mas, para que todos esses benefícios sejam adquiridos, você, profissional da
estética, deve compreender as bases biofísicas do equipamento, além da classificação das radiofrequências, dos
tipos de eletrodos, dos efeitos biológicos, das indicações e contraindicações, das diferentes técnicas de aplicação
e dos seus efeitos adversos.
Juliana, profissional da área de estética, decidiu investir em um equipamento de radiofrequência para sua
clínica, pois, durante o curso de graduação, estudou que esse equipamento garante bons resultados no tratamento
de rejuvenescimento cutâneo, de flacidez cutânea, de adiposidade localizada, de celulite e de fibrose. Escolheu,
então, uma radiofrequência com eletrodos resistivos e com ponteiras multipolares. Em seguida, decidiu divulgar,
na internet, os resultados obtidos pelo uso do equipamento de radiofrequência, de modo que pensou em realizar
fotos de antes e depois das pacientes.
Um dos casos clínicos que fez Juliana querer realizar a postagem foi o de uma senhora de 65 anos de idade,
flacidez tissular moderada, com presença de rugas estáticas e pele desvitalizada. Logo após a aplicação da
radiofrequência para o rejuvenescimento facial, foi possível observar uma diferença significativa na qualidade e
na tensão da pele da região onde foi aplicada a radiofrequência em comparação com a região em que não fora
aplicada. Com isso, Juliana ficou muito entusiasmada em realizar a postagem, pois tinha certeza de que, com as
imagens do antes e depois, conseguiria divulgar seu tratamento e, consequentemente, o equipamento em que
investiu.

COM A AUTORIZAÇÃO DA PACIENTE PARA POSTAR AS FOTOS NA INTERNET, JULIANA


DIVULGOU-AS COM A SEGUINTE FRASE:
“Foto do antes e depois do uso da radiofrequência em face para tratamento de rejuvenescimento facial. No
local em que foi aplicada a radiofrequência, é possível observar a redução da flacidez e a melhora da qualidade
da pele”.

LOGO EM SEGUIDA, UMA SEGUIDORA, PUBLICOU O SEGUINTE COMENTÁRIO:


“Nossa, já estimulou colágeno na primeira sessão? Dá para ver pelas fotos!”.

• Juliana, após ver o comentário da seguidora, ficou em dúvida sobre como responder.
• Será que o equipamento de radiofrequência tem essa função de produção de novo colágeno logo após a
aplicação?
• Pensando neste caso clínico, muito comum em clínicas de estética, você, como profissional da área e
conhecedor das características do equipamento, como responderia a essa seguidora?
• Ficou interessado nessa tecnologia que conquistou o mercado da estética?
• Quer se aprofundar mais neste assunto?
Então convido-o a acessar as informações disponíveis nesta aula para que você possa trabalhar com segurança,
buscando os melhores resultados em seus tratamentos estéticos.
Bons estudos!
PARTE 02: RADIOFREQUÊNCIA

A radiofrequência teve seu início há alguns anos com a descoberta de Jacques-Arsène d’Arsonval sobre o uso
de correntes elétricas de diferentes frequências e sobre as respostas do tecido a elas. Porém, nos tratamentos
estéticos, a radiofrequência está presente há apenas 15 anos.
A partir do seu uso inicial, de forma ablativa, por médicos e cirurgiões, foi elaborado um equipamento de
radiofrequência de forma não ablativa, com o intuito de promover um aquecimento dos tecidos mais profundos
para obtenção de resultados satisfatórios na melhora da circulação, da produção de colágeno e da lipólise. Pensando
nisso, vários modelos de equipamentos de radiofrequência foram disponibilizados no mercado para esse fim e
também com o intuito de melhorar as disfunções estéticas faciais e corporais, que são queixas muito comuns em
homens e mulheres.
Para obter um bom resultado estético com o uso da radiofrequência, algumas informações devem ser
consideradas, como: temperatura a ser atingida, tempo de aplicação, intervalo entre as sessões, escolha correta das
manoplas de acordo com a região e queixa principal do paciente/cliente. Quer conhecer um pouco mais sobre este
assunto? Vamos então aprender um pouco mais sobre esse equipamento que vem conquistando o coração de tantos
profissionais.

BASES BIOFÍSICAS

Denominam-se radiofrequências as radiações compreendidas no espectro electromagnético entre 30 KHz e 3


GHz. As frequências mais utilizadas em equipamentos da área da estética estão entre 0,5 MHz e 1,5 MHz
(BORGES, 2010).
As radiofrequências são correntes alternadas de alta frequência, cujo objetivo é promover aumento de
temperatura da derme, provocando, assim, a movimentação rápida das moléculas de água.
As radiofrequências atuam por conversão, ou seja, através da radiação eletromagnética, há aumento da
temperatura dos tecidos, o que se transforma em calor. Isso causa o aumento da temperatura da derme em
aproximadamente 55° C, obtendo-se, assim, um dano térmico controlado sem provocar queimaduras, como
demonstrado na figura a seguir.

A conversão é gerada a partir de três fenômenos físicos que ocorrem nos tecidos: movimento iônico,
movimento de rotação das moléculas dipolares e distorção molecular.

MOVIMENTO IÔNICO Os íons são encontrados em todos os tecidos. A partir da aplicação da


rediofrequencia, ocorre um atrito iônico, resultando em produção de calor
nos tecidos
MOVIMENTOS DE Moléculas de água, quando expostas à radiofrequência, giram em torno do
ROTAÇÃO DAS seu eixo, causando uma colisão entre os tecidos adjacentes, o que resulta em
MOLÉCULAS DIPOLARES produção de calor nos tecidos.
DISTORÇÃO MOLECULAR Ocorre a nível atômico e gera uma conversão mínima de energia elétrica em
calórica

Por isso é importante que a pele esteja hidratada, para que o aquecimento promovido pela radiofrequência seja
eficaz e uniforme, atingindo com maior rapidez a temperatura desejada.

CLASSIFICAÇÕES DA RADIOFREQUÊNCIA

Existem três tipos de radiofrequência: a indutiva, a capacitiva e a resistiva. A radiofrequência indutiva tem
como aplicador ampolas de vidro de diferentes formatos, que podem ser trocados. Contêm em seu interior um gás
que facilita a passagem da corrente elétrica para o paciente (BORGES, 2010). Atualmente esse tipo de
radiofrequência está bem ultrapassado, uma vez que os picos de temperatura variam em alguns pontos da pele e
aumentam os riscos de lesões.
Os capacitivos têm um capacitor formado pelo eletrodo ativo, que se mantém isolado. Esse capacitor armazena
cargas até que os tecidos atinjam a capacidade térmica, por isso os equipamentos que oferecem a radiofrequência
capacitiva conseguem aumentar, com maior facilidade, a temperatura dos tecidos hidratados (PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
Temos também os resistivos, os quais são eletrodos metálicos que constroem um resistor e não um capacitor.
A vantagem desse tipo de radiofrequência é que, além de aumentar a temperatura tecidual mais rapidamente,
favorece o aumento de temperatura, inclusive, em tecidos pouco hidratados.

TIPOS DE MANOPLAS

Existem no mercado diferentes tipos de manoplas, como as monopolares, ou bipolares e as multipolares


(tripolares e hexapolares).
A MANOPLA MONOPOLAR necessita da placa de retorno, que fica posicionada fora do local tratado,
gerando um fluxo de corrente entre os dois eletrodos. A manopla aplicadora poderá ser capacitiva, resistiva ou,
raramente, indutiva, gerando um aquecimento em tecidos mais profundos, de modo que pode, inclusive, atingir
grupos musculares, além do tecido cutâneo e do subcutâneo.
A placa de retorno tem como objetivo o fechamento do circuito eletrônico, evitando regiões onde há presença
de prótese metálica e dispositivo intrauterino (DIU). Caso o tratamento seja na região facial, a placa de retorno
será posicionada na região dorsal (trapézio). Lembre-se sempre de que a placa de retorno será posicionada
diretamente sobre a pele, sem a necessidade de aplicação de gel, creme ou qualquer tipo de tecido ou material
isolante. Geralmente, as manoplas monopolares são capacitivas, pois o aquecimento ocorre numa velocidade
menor, o que é altamente satisfatório, pensando que, nesse modo, o aumento de temperatura ocorrerá em níveis
mais profundos.

A MANOPLA BIPOLAR, diferente da monopolar, produz um aumento de temperatura basicamente no tecido


cutâneo, ou seja, epiderme e derme, e, por isso, é muito utilizada para tratamento de flacidez de pele, especialmente
facial, podendo também ser utilizada no corpo.
No mercado haverá duas opções de eletrodos bipolares: os capacitivos e os resistivos. Porém, os resistivos,
que são metálicos, geram um aquecimento muito rápido na superfície cutânea, o que promoverá um eritema
acentuado ou até queimaduras, exigindo uma atenção muito maior do profissional que estará manuseando o
equipamento.
Tanto os equipamentos com manoplas monopolares quanto os com manoplas bipolares podem ser utilizados
em pequenas ou grande regiões. Logo, podem ser aplicados na região facial ou na corporal, ficando a critério do
fabricante disponibilizar outros modelos, formatos e tamanhos desses aplicadores.

Já as MANOPLAS MULTIPOLARES, como a tripolar, possuem três ponteiras ou mais. Para que a manopla
seja tripolar, é necessário que a sua emissão se dê pela passagem elétrica entre os três pólos, sem definição de
polaridade entre eles. Agne (2016) explica que, quando ocorre a definição da polaridade de um dos pólos, significa
que a corrente será fixa e constante dos outros dois pólos em direção ao terceiro, isso gera aquecimento maior
deste em relação aos outros dois.
Um detalhe muito importante, além da escolha das manoplas de acordo com a queixa principal do cliente e da
região a ser tratada, é a escolha da frequência a ser ajustada no equipamento. Via de regra, a frequência é
inversamente proporcional à profundidade, ou seja, frequências maiores atingem o tecido mais superficialmente,
e frequências menores atingem tecidos mais profundos. Portanto, se o foco é gordura localizada, o indicado é
trabalhar com a menor frequência disponível no equipamento.

PARTE 03: PRINCIPAIS INDICAÇÕES DA RADIOFREQUÊNCIA (RF)

Observe a importância do equipamento de radiofrequência nas clínicas de estética? Esse equipamento, se


utilizado de forma adequada, é capaz de melhorar diversas disfunções estéticas, sejam elas faciais ou corporais.
Ele é indicado principalmente para tratamento de fibrose, edema, flacidez de pele e lipólise.
No momento da aplicação, o que difere entre elas é a escolha adequada da frequência, da manopla, da
temperatura a ser atingida e do intervalo entre as sessões. Um exemplo bem interessante é quando temos como
objetivo trabalhar a flacidez de pele. Nesse caso, a indicação sempre é que se utilize a temperatura de 40° C no
termômetro, pois, internamente, ela estará entre 42° C e 50° C aproximadamente, para que a contração imediata e
o processo inflamatório dérmico sejam o suficiente para estimular a produção de colágeno. Além disso, deve-se
respeitar o intervalo entre as sessões, que é de 15 em 15 dias.
Já quando o intuito é trabalhar na melhora da fibrose pós-operatória, se utilizarmos a mesma temperatura com
que trabalhamos na flacidez de pele, teremos como resultado a piora da fibrose, pois estaremos estimulando
colágeno nesse tecido. Portanto, quando a intenção é trabalhar em casos de fibrose, o ideal é operar com
temperaturas mais baixas, em torno de 35° C no termômetro, para que, internamente, esteja em torno de 39° C,
40° C.
Como pudemos observar até aqui, a radiofrequência sempre promoverá aquecimento tecidual em diferentes
camadas, sendo, então, necessário um termômetro especial, de preferência com infravermelho, que mostre
instantaneamente a temperatura da pele.
Alguns detalhes são importantes no momento da verificação da temperatura, dentre eles, a distância entre o
termômetro e a pele do cliente que deve ser inferior a 20 cm, e o controle de temperatura do ambiente, pois a
temperatura corporal, em especial a da pele, está relacionada com a temperatura externa. Além disso, devemos
levar em consideração o meio a ser utilizado para o acoplamento da manopla, equipamento que requer uma base
intermediária com a pele, podendo ser de gel neutro ou glicerina. A quantidade de gel a ser utilizada deve ser o
suficiente para promover o deslizamento da manopla, senão poderá interferir na aferição da temperatura corporal
no momento da aplicação da radiofrequência.

EFEITOS BIOLÓGICOS

Dentre os efeitos biológicos, temos o efeito térmico e o atérmico. Quando pensamos nos tratamentos estéticos
faciais e corporais, estamos diante dos efeitos térmicos. Para Borges (2010), os principais efeitos biológicos são:
hiperemia cutânea profunda, efeitos anticoagulantes, neo colagenogênese e neo elastogênese, liberação de
proteínas de choque térmico, lipólise e aumento do metabolismo.

DOSAGEM

QUANTO À SENSAÇÃO DE CALOR INFORMADA PELO CLIENTE, SÃO ADOTADOS QUATRO


NÍVEIS:

O ideal é que o paciente refere uma sensação de calor nível 3, o qual é um calor suportável pelo paciente e que
não gera riscos de queimaduras. Portanto, é importante sempre perguntar ao paciente durante a sessão sobre a
sensação do calor; esse feedback é importante pois, através dele, é possível evitar os efeitos adversos.

RODRIGUES E PETRI (2018) SUGEREM UMA ESCALA SUBJETIVA DE CALOR, COMO


DEMONSTRADO NO QUADRO A SEGUIR:

G1 Calor imperceptível
G2 Suave, ligeiramente imperceptível
G3 De moderado a forte, mas não desagradável (de 36º a 38ºC)
G4 Intenso, próximo ao limiar de dor (de 39º a 40ºC)
G5 Insuportável, excedendo o limiar de dor (41ºC)

EFEITOS ADVERSOS

Os efeitos adversos são raros, mas podem acontecer como em qualquer tratamento estético que utilize a
eletroterapia como recurso. Dentre eles, temos: nódulos subcutâneos, fibrose pós-choque térmico, queimaduras
internas e externas e aumento da fibrose caso o aquecimento no tecido seja muito intenso.

CONTRAINDICAÇÕES

DENTRE AS CONTRAINDICAÇÕES CITADAS POR BORGES (2010), TEMOS:

• Marcapasso cardíaco. • Realização de peeling químico agressivo ou


• Câncer ou metástase. de resurfacing a laser no último ano.
• Gravidez. • Próteses de solução fisiológica.
• Diabetes. • Transtornos de sensibilidade.
• Infecções sistêmicas ou locais. • Aplicações sobre glândulas endócrinas e
• Imunossupressão. exócrinas.
• Artrite. • Sobre o globo ocular.
• Tuberculose ativa. • Varizes.
• Aplicação nos testículos. • Terapia com colágeno e toxina botulínica
nos últimos seis meses.
______
ASSIMILE

Você sabia que a inicial desnaturação do colágeno dentro dos tecidos modificados termicamente é o que se
pensa ser o mecanismo de ação para que ocorra a sua imediata contração?
Assim, logo após a sessão, o cliente tem a impressão de que sua pele está muito mais firme. Isso ocorre devido
à retração da pele, o que provoca esse efeito imediato de lifting, podendo gerar uma falsa expectativa nas pacientes.
A formação do novo colágeno ocorre após um período de 15 a 20 dias depois da sessão.
______
REFLITA

Tendo em vista o fato de que existe uma íntima ligação dos músculos com a pele, a radiofrequência seria a
melhor opção para o tratamento da flacidez muscular?
______
EXEMPLIFICANDO
Os efeitos da radiofrequência promovidos nos tecidos dependem da temperatura e do tempo de aquecimento
mantido. Quanto maior a temperatura, maior a retração da pele. Pensando no tratamento de fibrose, a temperatura
deverá ser constantemente mantida na faixa de 35° e 36° C. Caso a temperatura atingida seja maior, poderemos
observar maior endurecimento tecidual, ou seja, a piora da fibrose.
______
Conseguiu compreender a importância desse equipamento para o tratamento das diversas disfunções
estéticas faciais e corporais?

A radiofrequência ressurgiu nos últimos anos por causa do desenvolvimento de novas modalidades e do
descobrimento de novas indicações em estética. Além disso, atende muito bem às exigências do mercado estético,
sendo um equipamento que garante resultados satisfatórios ao cliente quando aplicado de maneira correta, e
apresenta custo-benefício atraente ao profissional da área de estética.

PARTE 04: CONCLUSÃO

Nesta aula foram abordadas as características da corrente galvânica e os recursos na área da estética como o
eletrolifting, a ionização e o desincrust.
Por definição, o mapa conceitual consiste em uma representação gráfica, em duas ou mais dimensões, de um
conjunto de conceitos construídos de tal forma que as relações entre eles sejam evidentes. Os conceitos aparecem
dentro de caixas enquanto que as relações entre eles são especificadas através de frases de ligação nos arcos que
os unem. É uma forma dinâmica de identificar, relacionar e transmitir informações.
Apresentados por Joseph Novak no início da década de 1970, os mapas conceituais têm sido largamente
utilizados para organizar e compartilhar conhecimentos no âmbito educacional, em grupos de pesquisa e nas
corporações.
De acordo com Ruiz-Moreno et.al. (2007), o mapa conceitual constitui um importante instrumento para
acompanhar a aprendizagem, de modo que se torna imprescindível compreender seus processos de construção.
Em um sentido amplo, os mapas conceituais são diagramas que indicam relações entre conceitos incluídos
numa estrutura hierárquica de proposições. Conceitos representam regularidades percebidas em acontecimentos,
objetos ou registros designados por um rótulo.
Os conceitos estão normalmente contidos dentro de círculos, retângulos ou outros símbolos, e as proposições
constam de dois ou mais conceitos unidos por palavras de enlace, formando uma unidade semântica.
O mapa conceitual se fundamenta em princípios teóricos da aprendizagem significativa, que considera a
necessidade de conhecer as ideias prévias e a estrutura de significados dos sujeitos com o propósito de estabelecer
aprendizagens inter-relacionadas.

EXISTEM PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS A SEREM CONSIDERADOS NA CONSTRUÇÃO DOS


MAPAS, TAIS COMO:
• Os conceitos devem relacionar-se de forma coerente, segundo um ordenamento lógico.
• As palavras de enlace, junto aos conceitos, permitem construir frases com significado lógico e
proposicional (moreira, 1980).
É desejável elaborar os mapas conceituais segundo esse ordenamento lógico, de modo que permitam maiores
possibilidades de inter-relações, ou seja, a estrutura do mapa deve permitir uma leitura de cima para baixo ou de
baixo para cima, explorando relações entre todos os conceitos (COSTAMAGNA, 2001).
Os mapas conceituais são considerados instrumental importante para organizar e representar o conhecimento,
pois evidenciam - por meio de proposições, ou enunciações elucidativas - as conexões estabelecidas entre ideias-
chave (NOVAK, 2008).
Nos mapas, os conceitos são apresentados no interior de "caixas" ou de alguma forma geométrica, enquanto as
relações entre eles são especificadas por linhas às quais são agregadas palavras ou frases explicativas que procuram
aclarar relações proposicionais significativas.
Sendo assim, voltemos a nossa situação-problema, para a qual foi solicitada a construção de um mapa
conceitual usando como recurso eletroterápico a corrente galvânica. Dessa forma, ela deverá ficar no centro do
seu mapa, pois será dela que derivam os demais conceitos como efeitos fisiológicos, indicações, contra indicações
e aplicabilidade nas disfunções estéticas.
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UNIDADE 2 / AULA 3: ULTRASSOM DE ALTA POTÊNCIA E ULTRACAVITAÇÃO

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você aprenderá sobre o funcionamento do equipamento estético utilizado para melhora da gordura
localizada com ultrassom de alta potência e ultracavitação.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Diferenciar as características biofísicas do ultrassom terapêutico;
• Descrever as diferentes denominações para os tipos de equipamentos de ultrassom;
• Classificar o ultrassom de baixa frequência e de baixa intensidade.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

OLÁ, ESTUDANTE!

Boas vindas à aula 3, cujo tema é ultracavitação, equipamento estético utilizado para melhora da gordura
localizada, que tem influência da idade, de fatores nutricionais, do sedentarismo, do sexo do indivíduo e da ação
dos hormônios sexuais e adrenocorticais.
A terapia que utiliza como forma de tratamento a ultracavitação apresenta as mesmas características biofísicas
do ultrassom terapêutico, porém as ondas sonoras são emitidas de forma diferenciada, produzindo um altíssimo
nível de intensidade ultrassônica. Com relação à frequência, no mercado estético, poderão ser encontrados
equipamentos que variem na faixa entre 24 kHz e 3 MHz.
Também serão encontradas, no mercado estético, diferentes denominações para esse tipo de equipamento,
sendo o ultrassom focalizado, como o próprio nome diz, a energia ultrassônica que se concentra de forma pontual
a uma profundidade determinada, seguindo um padrão convergente, ou seja, focal ou pontual.
Outra forma é o ultrassom de baixa frequência e de baixa intensidade, o qual não segue o padrão focalizado e
é caracterizado como um ultrassom convencional, com níveis de intensidade maiores e frequências bem mais
baixas, na faixa de kHz. Esse tipo de equipamento de baixa frequência foi denominado de ultracavitação devido
ao seu grande potencial lesivo, mesmo não sendo focalizado.
Ao acompanharmos a evolução das máquinas empregadas para tratamento do tecido adiposo, observamos a
preocupação de alguns fabricantes em produzir equipamentos de emissão ultrassônica que tivessem efeito no
tecido adiposo e que, ao mesmo tempo, não produzem lesões nos tecidos adjacentes, especialmente no cutâneo
(AGNE, 2016).
Observou-se que a emissão de ondas ultrassônicas com frequências muito baixas e doses elevadas tinha como
efeito principal a destruição dos adipócitos, com a preservação de outros tecidos, além do efeito de danificação da
membrana dos adipócitos com poder de liberação de gordura para o interstício. A frequência foi, então, definida
na faixa de 20 a 50 kHz, gerando uma cavitação instável junto ao tecido adiposo, provocando lesões nas
membranas dos adipócitos e consequentemente o direcionamento dessa gordura para o meio intersticial para ser
metabolizada.
Camila, esteticista formada e especializada em estética corporal, decidiu investir em um equipamento novo
para tratamento de gordura localizada. Como a demanda de pacientes aumenta no fim do ano devido ao período
de férias e festas, Camila resolveu comprar um equipamento de ultrassom que garantisse uma redução significativa
da gordura localizada.
Ao pesquisar sobre os equipamentos, encontrou a ultracavitação, que, comercialmente, é vendida como lipo
sem cortes. Analisando as diferentes marcas disponíveis no mercado, decidiu trabalhar com a ultracavitação não
focalizada de baixa frequência. A empresa do equipamento marcou com Camila um treinamento para apresentar a
forma correta de aplicação, pois, dependendo da ultracavitação, poderia haver diferentes maneiras de se fazer isso.
No dia do treinamento, a esteticista chamou uma amiga, que se queixava de gordura localizada no abdome, para
ser sua paciente.
Durante o treinamento, algo que incomodou um pouco Camila foi o zumbido no ouvido durante a aplicação.
Além disso, ela ficou em dúvida sobre o modo de aplicar a ultracavitação, pois a empresa do equipamento orientou
que a forma correta seria realizando um pregueamento manual da pele, principalmente quando não se tem
conhecimento sobre a espessura da gordura subcutânea a tratar. Outra orientação foi a de que se deve ter atenção
no momento da aplicação para que o transdutor não desacople da pele, o que poderá causar pouca transmissão nas
ondas sonoras, resultados ineficientes e danos ao equipamento.

CAMILA QUER COMPREENDER MELHOR A TÉCNICA E, PARA ISSO, ALGUMAS DÚVIDAS


PRECISAM SER ESCLARECIDAS.
• Por que ocorre o zumbido no ouvido durante a aplicação da ultracavitação?
• Por que trabalhar com pregueamento manual da pele no momento da aplicação, sendo que Camila já
havia acompanhado outra aplicação de ultracavitação com um aparelho diferente do dela e não havia
tido a necessidade de realizar o pregueamento?
• Pensando nesses questionamentos, se você, estudante, fosse a profissional de estética representante
da marca do equipamento, o que responderia para Camila?

Ficou interessado nessa tecnologia que melhora a gordura localizada? Quer se aprofundar mais neste assunto?

Então convido-o a acessar as informações disponíveis nesta aula para que você possa trabalhar com segurança
e buscando os melhores resultados em seus tratamentos estéticos.

PARTE 02: ULTRACAVITAÇÃO

O termo ultracavitação é utilizado para definir o uso do ultrassom de baixa e de alta frequência com o intuito
de reduzir gordura localizada. Esse tipo de equipamento conta com os mesmos princípios do ultrassom
convencional, porém trabalha com a emissão de ondas sonoras de altíssima intensidade, melhorando o contorno
corporal. Por isso é denominado popularmente como lipo sem cortes.
Com relação à frequência dos equipamentos disponíveis no mercado, encontram-se frequências que variam de
27 kHz a 3 MHz, presentes em equipamentos de baixa e de alta frequência. Em virtude disso, gera-se uma certa
confusão no momento de escolher em qual equipamento de ultracavitação investir, pois são muitas as
possibilidades de equipamentos de diferentes marcas disponíveis no mercado estético. Desse modo, se o
profissional não tiver conhecimento sobre o mecanismo de ação e sobre a forma de aplicação, dependendo da
frequência preestabelecida no equipamento, provavelmente terá problemas em seus resultados estéticos futuros.
Os principais modos de ação dos aparelhos no tecido adiposo são: lipólise, necrose (emulsificação) e apoptose.
Esses efeitos dependem do equipamento e da técnica realizada.

QUANDO FOR PESQUISAR SOBRE APARELHOS DE ULTRACAVITAÇÃO, VOCÊ ENCONTRARÁ


AS SEGUINTES DENOMINAÇÕES:

ULTRASSOM FOCALIZADO Este tipo de ultrassom é conhecido como lipocavitação ou ultracavitação


DE ALTA INTENSIDADE focalizada. Sua emissão de ondas sonoras segue um padrão convergente
(HIFU) e se concentra de forma pontual em determinada profundidade.

O ultrassom focalizado induz uma região previamente definida ao aquecimento excessivo, levando à necrose
os adipócitos dessa área de tratamento, o que faz reduzir o volume de gordura. O uso desses equipamentos pode
ter como consequência alguns efeitos adversos, como equimoses e edemas, os quais se resolvem em poucos dias.
A característica desse tipo de equipamento é o acúmulo de energia sobre um ponto pequeno no interior do tecido
adiposo, o qual é produzido através da onda ultrassônica emitida pelo transdutor.
Para que a onda ultrassônica fique localizada em um ponto específico, ou seja, focalizada, é necessário que o
emissor de ondas ultrassônicas tenha um formato especial e que a aplicação seja estacionária, de modo que o
transdutor permaneça parado por alguns segundos sobre um determinado ponto, sendo este pré-programado ou
programado pelo terapeuta.

Você encontrará, no mercado estético, alguns equipamentos com somente um transdutor, que atingirá uma
única profundidade. Porém, existem outros que podem oferecer vários emissores, atingindo, portanto,
profundidades diferentes, como o apresentado a seguir.

ULTRASSOM DE - Esse tipo de ultrassom, conhecido como ultrassom cavitacional plano,


BAIXA FREQUENCIA ultracavitação plana ou ultrassom cavitacional não focalizado, caracteriza-se
E DE BAIXA como um equipamento de ultrassom convencional, cuja emissão de ondas
INTENSIDADE sonoras não segue um padrão focalizado, mas que tem um nível de intensidade
maior, podendo ter frequências mais baixas, na faixa de kHz.

A frequência na faixa de kHz, utilizada na ultracavitação de baixa frequência, encontra-se na faixa entre 20
kHz e 50 kHz, causando vibrações na membrana do adipócito devido à cavitação instável, o que terá o poder de
danificá-la. A partir desse momento, ocorre a liberação de triglicerídeos no tecido intersticial adipocitário,
surgindo, assim, o termo emulsificação da gordura. Os lipídeos, na forma de triacilglicerol, não são usados como
fonte de energia, o que eleva os níveis séricos e, consequentemente, aumenta a lipotoxicidade.
A necrose adipocitária é provocada pelos cavitadores de baixa frequência conhecidos na prática clínica por
produzirem ruídos incômodos ao paciente.
Para evitar esse tipo de problema, o profissional deve estar atento à saúde de seu paciente. Por isso, deve iniciar
com uma avaliação completa, na qual ele será questionado sobre os níveis de triglicerídeos, colesterol e glicemia,
evitando qualquer tipo de complicações futuras e riscos à saúde dele.
O fenômeno de cavitação acontece em todos os equipamentos emissores de ondas sonoras, pois as ondas
liberadas pelo gerador de ultrassom fazem com que as moléculas e as células oscilem de maneira cíclica e
proporcional à intensidade de saída do gerador de onda (RODRIGUES; PETRI, 2018).
Para que você, estudante, compreenda melhor os tipos de cavitação e seus efeitos, exemplificaremos a cavitação
estável e a instável.
A cavitação estável ocorre quando as bolhas geradas, apesar de oscilarem de um lado para outro e de
aumentarem ou diminuírem de volume, permanecem intactas. Isso ocorre no ultrassom convencional, garantindo
seus efeitos terapêuticos, sem lesão celular.
Já a cavitação instável ocorre quando o volume da bolha se altera rápida e violentamente, de maneira que elas
explodem, gerando um colapso e levando ao aumento da temperatura e da pressão interna. Ela é responsável pelos
efeitos terapêuticos no tratamento da gordura localizada ao promover o rompimento da membrana do adipócito
(BORGES; SCORZA, 2016; RODRIGUES; PETRI, 2018).
Um fenômeno similar que ocorre no nosso dia a dia, e que você observa, é quando a água está fervendo na
panela. Podemos comparar as bolhas de gás visualizadas no fundo da panela com a cavitação estável e, quando ela
sobe e explode na superfície do líquido, com a cavitação instável, como exemplificado na figura a seguir.

Então, como a cavitação instável consegue induzir o processo de lipólise? Segundo Meyer et al. (2012), as
ondas ultrassônicas criam ciclos de compressão, que exercem pressão positiva, e ciclos de expansão, que exercem
pressão negativa, criando uma quantidade inumerável de nanobolhas que os diferenciam do ultrassom
convencional.
Para Coleman, Coleman III e Benchetrit (2009), essas nanobolhas acumulam energia e crescem até se tornarem
instáveis e implodirem nas cavidades do líquido intersticial no tecido adiposo, efeito que pode levar à ruptura das
células adiposas. Uma vantagem da ultracavitação é agir seletivamente no tecido adiposo, sem comprometimento
das estruturas adjacentes, tais como epiderme, derme superficial, vasos e nervos.
A partir do momento em que ocorre o processo de lipólise, o conteúdo lipídico formado por triglicerídeos
permanece disperso no espaço intersticial e é transportado pelo sistema linfático até o fígado, órgão responsável
por metabolizá-lo. O triglicerídeo será quebrado em ácido graxo e glicerol através de enzima lipase.
Uma questão importante para você, futuro profissional da área de estética, é que todo o tratamento de gordura
localizada deve estar associado com atividade física e alimentação equilibrada. Parece clichê não é mesmo? Mas
vamos explicar o porquê disso com base na fisiologia humana.
Quando dizemos que o equipamento promove lipólise, significa que estará realizando quebra de gordura, o que
fará desencadear todo o processo como se fosse um estímulo fisiológico gerado pela necessidade de combustível
ou de energia para a atividade muscular. Em virtude disso, é de extrema necessidade que sejam verificados os
níveis bioquímicos de colesterol, triglicerídeos e glicemia do paciente antes de realizar o procedimento. Caso o
paciente apresente alterações, ou seja, níveis elevados, significa que já está em processo de lipotoxicidade ou, em
outras palavras, que já existe excesso de gordura circulante que não está sendo aproveitada ou requerida pelo
músculo, promovendo resistência à ação da insulina e elevação dos níveis glicêmicos.
Pensando no perfil dos pacientes que buscam um tratamento de gordura localizada, a maior parte deles consome
carboidratos em excesso e não pratica atividade física, portanto de nada adianta estimular a lipólise com aparelhos
se a gordura liberada do adipócito não for transformada em energia. Então, o que acontecerá é que o adipócito
esvaziará em um primeiro momento, porém encherá novamente, pois essa gordura não será utilizada como fonte
de energia e voltará ao local de origem.

PARTE 03: TÉCNICA DE APLICAÇÃO

Os métodos de aplicação variam de acordo com o equipamento, a região que necessitará de tratamento e a
quantidade de gordura subcutânea. Abordaremos três técnicas de aplicação, esclarecendo suas diferenças e
particularidades.

ESTACIONÁRIO PERPENDICULAR À PELE:

Este tipo de aplicação é realizado em equipamentos com tecnologia HIFU. Nele ocorre transmissão das ondas
sonoras, porém o transdutor permanece estacionado na pele. O tempo de aplicação está relacionado ao tempo de
disparo, que pode ser programado pelo terapeuta ou ser pré-programado no equipamento. A superfície da pele
deverá ser marcada a fim de orientar o deslocamento do transdutor, conforme demonstrado na figura a seguir.

DINÂMICO PERPENDICULAR À PELE

É a forma de aplicação utilizada em ultrassom não focalizado, em especial os de alta frequência. Alguns
profissionais utilizam essa técnica para equipamentos de baixa frequência (de 27 a 50 kHz), porém é preciso que
se tome um cuidado muito especial com ela, pois esse tipo de frequência poderia penetrar além do desejado,
ocasionando a lesão de músculos, ossos e órgãos. Portanto, faz-se necessário garantir que o paciente terá tecido
adiposo com valores acima de 3 cm de espessura para que essa técnica possa ser empregada.

PREGUEAMENTO MANUAL DA PELE

Método utilizado em equipamentos não focalizados de baixa frequência (de 27 a 50 kHz), pois, devido à baixa
frequência e à alta profundidade, há riscos de atingir outros tecidos que não sejam somente gordura, como
músculos e órgãos, caso a quantidade de tecido adiposo seja insuficiente. Portanto, deve ser realizado o
pregueamento cutâneo manualmente, de modo que o tecido muscular seja isolado e seja criada uma superfície
adequada para o deslizamento do transdutor.
O tempo de aplicação varia conforme o equipamento a ser utilizado; não há uma padronização de tempo de
aplicação ideal para se obter resultados satisfatórios. Segundo Borges e Scorza (2016), o tempo pode variar de 15
a 45 minutos, porém o ideal é seguir as informações apresentadas no manual do equipamento, segundo os
fabricantes.
Caso a área efetiva seja informada pelo fabricante do equipamento, o profissional poderá realizar o cálculo
dividindo a área/ERA, conforme demonstrado a seguir:
T= ÁREA/ERA
Obs.: T em minutos; área-alvo em cm2; ERA em cm2.

INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

As indicações são: remodelagem corporal e tratamento do fibroedema gelóide, pois agem diretamente no tecido
adiposo.
Já as contraindicações da técnica são para pessoas com doenças hepáticas, como esteatose, dislipidemia,
neoplasias, lesões na pele, insuficiência renal, doenças metabólicas e patologias cocleares e auditivas, além de
gestantes.
Sempre que for atender um paciente/cliente cuja queixa principal é gordura localizada, você, estudante, deve
ter em mente que a avaliação tem de ser executada de forma detalhada e precisa e que o alinhamento das
expectativas de resultado deve ser feito com seu paciente.
Devemos compreender que vários fatores estão envolvidos nesse procedimento, como a tecnologia empregada
nos equipamentos, podendo eles serem focalizados ou não, a dosimetria aplicada, o tempo de aplicação, o volume
de gordura na área, além da contribuição do paciente no tratamento, fato que não podemos esquecer. Muitas vezes
parece banal orientar o paciente à realização de atividade física e reeducação alimentar, porém são fatores que
agregam e têm seu peso quando o foco é a eliminação de gordura.

PARTE 04: CONCLUSÃO

O zumbido no ouvido, relatado por Camila, ocorre porque ela está manipulando um equipamento de
ultracavitação de baixa frequência na faixa de kHz, o que gera uma vibração no tímpano e produz o zumbido. Os
equipamentos de ultracavitação de alta frequência não produzem esse efeito de zumbido porque são inaudíveis
para o ouvido humano.
O pregueamento manual da pele é utilizado em equipamentos não focalizados de baixa frequência, na faixa de
27 a 50 kHz. Para evitar uma possível penetração visceral das ondas, é feita uma prega, aprisionando-se pele e
gordura, de modo a afastá-las da camada muscular. Essa forma de aplicação previne que as ondas atinjam estruturas
profundas abaixo da gordura.
PARTE 05: VIDEOAULA: TERMOTERAPIA
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UNIDADE 3 - VACUOTERAPIA, MICRODERMOABRASÃO E FOTOTERAPIA

UNIDADE 3 / AULA 1: VACUOTERAPIA

Parte 01: Introdução da unidade

OBJETIVOS DA UNIDADE
AO FINAL DESTA UNIDADE, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:

• Explicar a microdermoabrasão nas disfunções estéticas faciais e corporais;


• Apontar como peeling ultrassônico é utilizado;
• Identificar a utilização da vacuoterapia no tratamento das disfunções estéticas corporais.

OLÁ, ESTUDANTE!

Abordaremos a vacuoterapia, a microdermoabrasão e o peeling ultrassônico, assim como a sua aplicabilidade


nas disfunções estéticas faciais e corporais.
O primeiro recurso a ser abordado é a vacuoterapia, que consiste em um tratamento estético, no qual são
utilizadas ventosas, as quais criam uma pressão negativa, promovendo uma sucção na pele e proporcionando
diversos efeitos fisiológicos, por exemplo, o aumento circulatório. É muito empregado no tratamento das
disfunções estéticas corporais, como no tratamento da lipodistrofia localizada e do fibroedema geloide (FEG).
O próximo recurso exposto é o peeling de diamantes, que se baseia nos princípios de microdermoabrasão. Ele
começou a ser utilizado no Brasil na década de 1990, com o objetivo de melhorar o aspecto do estrato córneo e a
integridade das camadas subjacentes da pele. A microdermoabrasão parte da premissa que “lixar a pele” melhorará
o aspecto geral, no entanto a melhor definição para essa técnica é o polimento da pele, especificamente das camadas
da córnea e do estrato granuloso. Nos centros de estética, é empregada no tratamento das discromias, do
envelhecimento cutâneo nas disfunções estéticas e de sequelas de acne. Na área corporal, é um recurso usado no
tratamento das estrias.
Outro recurso apresentado é o peeling ultrassônico, o qual é um recurso utilizado na estética facial. Ele trabalha
com ondas ultrassônicas por vibrações de alta frequência, que promovem a remoção da camada morta da pele,
auxiliando o sistema circulatório na promoção de uma pele viçosa.
Conheceremos cada um desses recursos e a sua aplicabilidade na área da estética.
Um dos tratamentos mais procurados nas clínicas de estética são aqueles que eliminam os indesejáveis
“furinhos”, aspecto casca de laranja que tanto incomoda o universo feminino. Assim, imaginaremos que você
trabalha em uma clínica de estética e é procurado por uma cliente para o tratamento dessa indesejada disfunção,
pois ela passou por um procedimento de lipoaspiração na região de abdômen e flancos faz 40 dias e reclama do
aspecto endurecido e doloroso da região.
Você a atende no primeiro encontro e nota que a moça está com o casamento marcado para daqui a três meses,
e sua lua de mel, por ser verão, será em uma praia paradisíaca. Diante da situação, você percebe que a cliente não
quer perder tempo e deseja melhorar o aspecto acolchoado da pele, além das regiões com fibrose, que a incomodam
muito.
Ela procurou a clínica por indicação de uma amiga, a qual obteve resultados significativos em seu tratamento.
Desta forma, gostaria de obter êxito em seu tratamento.
Diante dessa situação, você se questiona sobre qual é o melhor tratamento para atender às necessidades dela.
Para isso, você precisa do resultado da avaliação.

O que a presença de fibrose e edema pode indicar neste caso?


Qual será a conduta empregada?

A VACUOTERAPIA (ou terapia pelo vácuo), também conhecida como endermologia, é um tipo de tratamento
muito utilizado em clínicas estéticas. É um procedimento com aplicação contínua de pressão negativa (vácuo)
sobre uma área corporal ou facial. Consiste em uma técnica que engloba equipamentos específicos com base na
aspiração (sucção), acrescidos de uma mobilização tecidual efetuada por rolos, localizados no cabeçote do
aparelho. A massagem mecânica promovida pelo equipamento produz uma mobilização tecidual profunda na pele
e no tecido subcutâneo, que permite uma incrementação na circulação sanguínea e linfática.
De origem ancestral, a vacuoterapia surgiu pela primeira vez no Oriente, sofrendo variações em sua utilização,
conforme as tendências das diversas épocas. Na cultura egípcia, por exemplo, esse método era executado por meio
de ventosas feitas de diversos materiais, como bambu, vidro, barro ou metais. A ventosa era colocada sobre o ponto
de acupuntura, de forma a promover hiperemia local, com o propósito de tratar a doença.
Foi um francês, Louis Paul Guitay, quem desenvolveu um equipamento portátil com um cabeçote massageador
que, ao ser aplicado sobre a área tratada, fazia sucção e rolamentos sobre o tecido subjacente, sendo usado no
tratamento de cicatrizes.
Ao contrário dos aparelhos de corrente elétrica, em que se tem uma corrente circulando pelo corpo do cliente,
e do aparelho de ultrassom, em que a onda ultrassônica penetra no corpo, o aparelho de vacuoterapia é ligado na
eletricidade apenas para funcionar o gerador de pressão negativa, mas a ação do aparelho no corpo do cliente é
uma ação puramente mecânica.
Na área da estética, é um recurso muito usado no tratamento de disfunções estéticas corporais, como o
fibroedema geloide, a lipodistrofia localizada e as estrias. Ele é empregado no pré e no pós-operatório de cirurgias
plásticas. No pré-operatório, preparamos a pele e damos condições a ela através da oxigenação e da nutrição
tecidual, proporcionado um processo de cicatrização mais eficiente. No pós-operatório, de uma forma mais tardia,
em que existe um processo fibrótico já formado, comum nas cirurgias de lipoaspiração.
Também é utilizado na área facial, com o objetivo de promover a revitalização cutânea.
Estudante, convido você a aprofundar seus conhecimentos.

PARTE 02: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você aprenderá sobre a vacuoterapia, a microdermoabrasão e o peeling ultrassônico, assim como a
sua aplicabilidade nas disfunções estéticas faciais e corporais.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever o equipamento de vacuoterapia;
• Explicar os efeitos fisiológicos causados pela vacuoterapia;
• Analisar as indicações da vacuoterapia.

INTRODUÇÃO

O sistema de vácuo foi desenvolvido na França, a partir da associação dos princípios da pressão negativa do
vácuo e das técnicas de drenagem linfática manual. A sucção gerada pelo vácuo é capaz de preguear a pele, e ao
rolamento desta deu-se o nome palper rouler.
Ao final da década de 1970, o engenheiro francês Louis Paul Guitay desenvolveu um equipamento portátil
com um cabeçote massageador que, ao ser aplicado sobre a área tratada, fazia sucção e rolamentos sobre o tecido
subjacente. O aparelho tinha como objetivo a diminuição de cicatrizes oriundas de acidentes automobilísticos.

PARTE 03: SISTEMA DE VÁCUO

A VACUOTERAPIA é uma técnica usada há anos, a qual consiste em um sistema mecânico que atua de
maneira não invasiva e utiliza rolos com pressão positiva, os quais, combinados com a pressão negativa do vácuo,
promovem uma massagem tecidual. É um procedimento com aplicação contínua de pressão negativa (vácuo) sobre
uma área corporal, enquanto a endermoterapia é o uso da pressão negativa (vácuo) mais a presença de roletes para
deslizamento, causando uma massagem sobre determinada área corporal. É um sistema de massagem mecânica,
que produz uma mobilização tecidual profunda tanto na pele como no tecido celular subcutâneo.
Este equipamento apresenta diferentes denominações, entre elas, endermologia, dermotonia e vacuoterapia, as
quais remetem aos equipamentos que têm como base a sucção e a mobilização tecidual realizada por rolos
localizados no cabeçote do aparelho. Ele utiliza pressão negativa, que se caracteriza pela pressão do vácuo, e
pressão positiva do movimento de rolar e deslizar sobre a pele. No seu cabeçote estão os rolos que realizam o
movimento e fazem a mobilização da prega muscular. O aplicador possui um formato de rolete, que gira ao redor
do próprio eixo, fazendo a prega cutânea.
O aparelho utilizado para sucção é composto por um compressor, que provoca uma pressão negativa, variando
de 0 a 600 mmHg (milímetros de mercúrio). Essa pressão negativa é que gerará a prega cutânea, de acordo com a
intensidade da pressão, a idade de quem recebe e a quantidade de gordura na região trabalhada.
O equipamento utiliza o ar para a aspiração e compressão rítmica controlada e possui um cabeçote com dois
rolos que realizam a mobilização tecidual. Esse sistema possui um console, que é o corpo do aparelho, no qual
estão contidos os principais componentes, como a bomba de vácuo, os filtros, o painel e a haste flexível, na qual
é acoplado ao cabeçote ou ao rolete.
O vácuo utiliza o ar para a aspiração e compressão rítmica controlada e possui um cabeçote com dois rolos, os
quais realizam a mobilização tecidual.

Os cabeçotes empregados na técnica de vacuoterapia são os que apresentam em seu interior os rolos que
promoverão a massagem tecidual e a mobilização. O circular não possui os rolos, sendo utilizado para realizar as
manobras de desfibrosagem nos tecidos.
A força de sucção (vácuo) pode ser controlada pelo profissional por meio da válvula de regulagem da sucção,
adequando o vácuo ao objetivo final do tratamento e às condições do tecido tratado. A intensidade programada
deve respeitar a sensibilidade do cliente. Esse processo gera uma “prega móvel” na pele de tamanho variado, de
acordo com a regulagem da pressão negativa do vácuo, produzindo uma mobilização profunda na pele e no tecido
subcutâneo. Essa massagem de intensidade variável produz no organismo diversos efeitos fisiológicos comparados
com a massagem manual, no entanto de maneira mais rápida e padronizada. Consiste em um sistema mecânico
que trata de maneira não invasiva, usando rolos com pressão positiva combinados com a pressão negativa do
vácuo.
Para Guirro e Guirro (2004), é um tratamento que engloba equipamentos específicos baseados na sucção
acrescidos de uma mobilização profunda da pele, permitindo um incremento na circulação sanguínea e superficial.
A TÉCNICA DE VACUOTERAPIA promove diversos efeitos benéficos aos tecidos, dentre eles, um dos
principais é o aumento circulatório, que ativa o metabolismo e promove uma maior oxigenação das células e o
aumento das trocas metabólicas, favorecendo a redução de edemas. Atua também no tratamento do fibroedema
gelóide na melhora dos aspectos dos nódulos celulíticos e na fibrose, promovendo uma melhora do aspecto
cutâneo.
Uma outra função da vacuoterapia é melhorar a maleabilidade do tecido, com ação, inclusive, nas etapas mais
avançadas do aspecto acolchoado da pele, melhorando a circulação, a oxigenação e o tônus da pele, reduzindo os
nódulos celulíticos.
No FIBROEDEMA GELÓIDE, como há alteração do tecido conjuntivo, a endermologia melhora a
maleabilidade do tecido e incrementa a drenagem linfática. Durante a técnica, a pressão externa da pele é
diminuída, e a pressão interna dessa mesma região é aumentada, ocorrendo a hiperoxigenação dos tecidos e a
restauração do intercâmbio metabólico celular.
Guirro e Guirro (2004) afirmam que é um tratamento que engloba equipamentos específicos baseados na
sucção, acrescidos de uma mobilização profunda da pele, permitindo um incremento na circulação sanguínea e
superficial.

PARTE 04: EFEITOS FISIOLÓGICOS


A vacuoterapia é uma técnica que visa melhorar a parte circulatória e o estágio fibroso dos tecidos. Realiza
uma quebra nas traves de fibrose existentes, estimulando a vasodilatação e a drenagem linfática, assim como
promove aumento da extensibilidade do colágeno, melhorando o trofismo tissular, restaurando a qualidade do
tecido cutâneo. Na região da derme, proporciona um desfibramento profundo e a modificação da viscosidade da
substância fundamental amorfa, assim como um aplanamento da epiderme, além de:

• Fortalecer vasos sanguíneos e linfáticos; • Suavizar o aspecto acolchoado da pele;


• Vasodilatação; • Desfibrosagem de nódulos celulíticos;
• Aumentar o aporte sanguíneo e a • Esfoliação da pele;
oxigenação; • Desobstruir poros e folículos;
• Melhorar a nutrição dos tecidos; • No tecido conjuntivo, promove a quebra
• Aumentar o metabolismo local; por tração mecânica de tecido fibroso;
• Eliminar toxinas; • Remodelar o colágeno, melhorando a
• Melhorar a maleabilidade dos tecidos; elasticidade da pele.
• Moldar a silhueta (reduzir medidas);

CUIDADOS NA APLICAÇÃO

A vacuoterapia não é um tratamento doloroso, no entanto a sensação de tração sobre a pele poderá ser percebida
com maior intensidade e trazer desconforto, dependendo da sensibilidade de cada cliente, por isso é muito
importante observar a pressão empregada.
Para a aplicação da vacuoterapia é utilizado o óleo para massagem, a fim de promover um deslizamento da
manopla nos tecidos.

INDICAÇÕES DA VACUOTERAPIA

• No pré e pós-operatório de cirurgias • Na lipodistrofia localizada e/ou em


plásticas; alterações na distribuição da gordura;
• No tratamento de aderências, fibroses e • Na melhora do contorno corporal;
cicatrizes hipertróficas; • No tratamento de estrias.
• No tratamento do fibroedema gelóide;

CONTRAINDICAÇÕES DA VACUOTERAPIA

• Afecções de pele: evitar as regiões que possuem erupções, feridas abertas e inflamações.
• Veias varicosas: a aplicação deve ser cautelosa pela fragilidade capilar, podendo ser aplicada ao redor
das áreas afetadas.
• Flebites e trombos, pelo risco de desprendimento.
• Durante a gestação, principalmente, não realizar no primeiro trimestre.
MANOBRAS UTILIZADAS

O cabeçote deve ser direcionado sempre em direção ao sentido das fibras musculares quando trabalhamos
com o cabeçote com rolos, promovendo a mobilização tecidual, além dos efeitos circulatórios e o aumento da
oxigenação tecidual e do metabolismo da região.
Quando empregamos para trabalhar os pontos de fibrose através da técnica de desfibrosagem, a pressão
utilizada deverá ser sempre menor, uma vez que a área trabalhada é pontual, e as manobras usadas são em zigue
e zague, circulares e manobras em oito. Conforme Bosi (2018), a manobra circular é aquela em que o terapeuta
move o cabeçote, realizando os movimentos circulares; na técnica em oito, os movimentos realizados pelo
terapeuta são em forma de oito, tomando totalmente uma determinada área; no movimento de zigue e zague é
realizado o movimento na forma de zigue e zague.

INTENSIDADE EMPREGADA

A intensidade da sucção do vácuo é graduada em milímetros de mercúrio representada em mm Hg e é uma


pressão negativa. A sensibilidade da cliente norteará a intensidade empregada, que não deve passar de – 300 mm
Hg, para que a pressão empregada não seja exagerada, devendo ser tolerante, mas não dolorosa. É muito
importante que o profissional explique para a cliente a sensação que ela sentirá no decorrer da sessão.

PARTE 05: HIGIENIZAÇÃO DOS CABEÇOTES OU DAS MANOPLAS

Após a utilização do equipamento, o cabeçote e as manoplas devem ser higienizados com água e sabão ou
detergente, para remoção completa do óleo e dos resíduos de células mortas que ficam retidos no cabeçote.
Alguns modelos de aparelho permitem a utilização de filtros de papel dentro da ventosa para reter os resíduos
de células mortas e evitar que fiquem dentro do cabeçote.
A higienização correta faz parte dos aspectos de biossegurança do centro de estética, uma vez que acessórios
mal higienizados podem facilitar a proliferação de fungos e microrganismos que podem causar doenças na pele
dos clientes.

CUIDADOS NA APLICAÇÃO DO EQUIPAMENTO

Durante a aplicação, o profissional poderá visualizar uma hiperemia no local, no entanto precisa tomar
cuidado para não gerar petéquias e posteriores hematomas. Essa resposta hiperêmica deve desaparecer depois de
alguns instantes, porém, se permanecer, pode ser indicativo de que a pressão está muito alta e, por isso, o
profissional deverá reduzir a pressão.
Outro ponto importante é a velocidade de execução da técnica. Quanto mais lenta for a velocidade empregada,
mais forte será a percepção da pressão empregada, logo é importante sempre trabalhar movimentos constantes
com o cabeçote.
______
ASSIMILE
A vacuoterapia favorece a eliminação de toxinas, edemas e gordura localizada por meio da sucção,
mobilizando o tecido conjuntivo e tonificando as fibras elásticas.
Sua aplicação corporal ocorre, principalmente, nas regiões facial, abdominal, coxas e glúteos, podendo ser
utilizada como drenagem e modelação corporal, substituindo a aplicação manual.
Provoca intensa hiperemia em pouco tempo, facilitando a circulação sanguínea e linfática.
______
EXEMPLIFICANDO

A vacuoterapia pode ser indicada no tratamento de pré e pós-operatório, uma vez que, nestes casos, o emprego
da técnica tem como objetivo a preparação do tecido que passará pelo procedimento cirúrgico, fortalecendo os
vasos sanguíneos e linfáticos da região. Como sugestão de tratamento, cinco sessões antes do procedimento
cirúrgico.
No pós-operatório, busca-se tratar o edema, drenando e descongestionando os tecidos, o que levará a um
processo cicatricial mais rápido e de melhor qualidade. Contudo, segundo Borges (2010), é muito importante
observar o início do tratamento nessa fase, que pode variar de acordo com o procedimento cirúrgico a ser
realizado e sempre com a autorização do médico.
Em geral, o emprego da vacuoterapia no pós-operatório acontece na cirurgia de lifting facial cinco dias após
o procedimento, enquanto abdominoplastia e lipoaspiração, sete dias, mas quem avaliará e autorizará o início do
tratamento sempre será o médico que realizou o procedimento.
______
Nesta unidade, você conheceu um equipamento muito usado nas clínicas de estética e que é usado de maneira
ampla no tratamento das disfunções estéticas faciais e corporais e em pré e pós-operatório.

PARTE 06: CONCLUSÃO

A formação da fibrose está relacionada a um processo cicatricial que ocorre a partir de uma cirurgia que se
inicia através de um complexo de respostas defensivas que existem para manter a homeostasia do organismo.
As cirurgias de mamas (aumento ou redução), a lipoaspiração, a abdominoplastia e as cirurgias faciais estão
entre os procedimentos de cirurgias plásticas mais frequentes (SALDANHA et al., 2014).
Os tecidos do corpo humano, quando são submetidos a lesões, estão sujeitos a alterações que necessitam de
um sistema de reparo tissular para restaurar suas funções. Esse processo segue uma sequência de eventos
fisiológicos para a cicatrização, como a formação de um arcabouço, o aumento de fibroblastos e a síntese de
colágeno, a qual, após a reepitelização, é denominada cicatriz (ISAAC et al., 2011).
Uma das principais sequelas após a lipoaspiração é a formação de fibrose decorrente do processo de
cicatrização tecidual. Trata-se de uma sequela visível e palpável, incômoda e limitante. Está associada ao
acúmulo patológico de proteínas da matriz extracelular e resulta em espessamento do tecido afetado. Essa
alteração conduz a uma resposta exagerada da cicatrização de feridas, que interfere na função normal do órgão
(NEIS, 2018). Tem como característica uma cicatrização irregular, com formação de fibrose subcutânea
persistente. Apresenta nodulações e retrações da pele com depressões, ondulações e assimetrias (BORGES,
2010).
Para Neis (2018), a atuação do esteticista deve estar focada na prevenção das complicações pós-cirúrgicas e
objetivar a restauração da funcionalidade dos tecidos envolvidos. Um dos recursos que é utilizado no tratamento
da fibrose é a vacuoterapia, que deve ser usada com uma intensidade de pressão menor, com cabeçote redondo
sem rolos, com as manobras de zigue-zague, circular e do oito. No pós-operatório, busca-se tratar o edema,
drenando e descongestionando os tecidos, o que levará a um processo cicatricial mais rápido e de melhor
qualidade, que é proporcionado pela vacuoterapia.
O fibroedema geloide, conhecido como “celulite”, é uma disfunção estética que altera o tecido conjuntivo,
sendo de causa multifatorial. Dentre os fatores, estão os hormonais, a alimentação e o sedentarismo.
Guirro e Guirro (2004) citam que o FEG é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, subsequente da
polimerização da substância fundamental e mucopolissacarídeos, que no processo de infiltração nas tramas
fornece uma reação fibrótica consecutiva e passa por um processo de gelificação, sendo capaz de levar a um
espessamento não inflamatório das camadas subdérmicas. Para os mesmos autores, no decorrer do tratamento, a
pressão externa da pele é diminuída, e a pressão interna dessa mesma região é aumentada, ocorrendo a hiper
oxigenação dos tecidos do intercâmbio metabólico celular.
Para o tratamento do FEG, a vacuoterapia aumenta a circulação local, a oxigenação dos tecidos e a troca
metabólica entre os tecidos, melhorando o aspecto acolchoado da pele.
A forma de aplicação em celulite pode ser através do uso de bag associado à massagem com ventosa por 15
a 20 minutos em cada região, podendo utilizar o óleo de girassol ozonizado como meio deslizante. Após, seguir
com drenagem linfática com o mesmo óleo. O tratamento pode ser realizado duas vezes na semana, com pacote
de 10 sessões. O efeito alcançado é conservado por 4 a 6 meses. Após 2 ou 3 meses, as sessões de manutenção
podem ser realizadas uma vez por mês.
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UNIDADE 3 / AULA 2: MICRODERMOBRASÃO

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você aprenderá sobre os equipamentos usados na estética há bastante tempo, como o peeling de
diamantes e de cristal e o peeling ultrassônico, assim como a aplicabilidade deles nos diversos protocolos de
tratamento corporal e facial.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Diferenciar o peeling de diamantes e de cristal;
• Analisar qual técnica que utiliza a vibração mecânica de pequena amplitude e alta frequência;
• Descrever o funcionamento da microdermoabrasão.

SITUAÇÃO-PROBLEMA
Olá, estudante!

Na aula anterior, estudamos sobre a vacuoterapia, a qual consiste em um equipamento que faz uso do vácuo
para gerar a pressão. O peeling de diamantes e de cristal necessita dele para realizar sua função, que será descrita
a seguir.
Um outro recurso que que tem se destacado na área da estética facial é o peeling ultrassônico, o qual é uma
técnica que utiliza a vibração mecânica de pequena amplitude e alta frequência, aplicada sobre a superfície
cutânea através de uma espátula metálica. Essa técnica também é conhecida como micro vibração de alta
frequência.
Esse equipamento tem como finalidade realizar a eliminação de células mortas da pele. As capas superficiais
da epiderme, ao serem eliminadas, estimulam a renovação do tecido cutâneo e, com isso, incrementam os
processos de intercâmbio e circulação sanguínea periférica, além de melhorar a oxigenação e nutrição da pele. É
uma técnica muito usada durante o tratamento de limpeza de pele.

MICRODERMOABRASÃO consiste em um procedimento que tem a função de promover uma esfoliação


física muito superficial da pele, que pode ser feito por meio de aparelhos específicos, como o peeling de
diamantes e de cristal.
O PEELING DE DIAMANTES é um recurso que promove um peeling mecânico e que tem por objetivo
realizar uma descamação na pele. Pode ser empregado em diversas disfunções estéticas faciais e corporais, como
nos tratamentos para o rejuvenescimento cutâneo, melasma, acne e estrias.
O PEELING DE CRISTAL também é considerado um peeling mecânico que impulsiona jatos de cristais
de óxido de alumínio sobre a pele em uma pressão programável, enquanto que a pele é sugada para dentro da
caneta aplicadora, e os resíduos da pele e cristais são capturados pela pressão negativa. Atualmente, é considerada
uma das técnicas mais conhecidas para desgaste do tegumento e que promove efeitos benéficos, como o
rejuvenescimento facial.

Convidamos você a conhecer estas técnicas e a sua aplicabilidade na área da estética.


Maria Paula acaba de concluir a tão sonhada faculdade de Estética. Com seu diploma em mãos, buscará sua
inserção no mercado de trabalho. Sua paixão são os protocolos de tratamentos voltados para a estética facial,
uma vez que sempre admirou a felicidade dos clientes quando os resultados se tornavam visíveis e proporcionam
uma melhor qualidade de vida.
Distribuiu diversos currículos na cidade onde mora e, após duas semanas, foi chamada para uma entrevista
em um consultório dermatológico, Vida Bele, o mais conhecido de sua cidade. Em um primeiro momento, sentiu
um “frio na barriga” e um pouco de insegurança, mas, como sempre foi uma excelente aluna e realizou diversos
cursos, tinha consciência de seus conhecimentos.

Chegou o dia da tão esperada entrevista, e Maria Paula relembrou dos dias que, indo para a faculdade, passava
em frente ao consultório, sonhando com o dia que faria parte da equipe.
Quem a recebeu foi a proprietária da clínica, Dra. Natália, dermatologista renomada na cidade. Durante a
entrevista, a médica observou diversos aspectos positivos em Maria Paula, mas o que mais chamou sua atenção
foi o seu interesse pelos procedimentos realizados e pela rotina da clínica.
Após a entrevista, Maria Paula foi submetida a uma avaliação prática, mostrando seus conhecimentos na
utilização do peeling de diamantes e em todos os processos que envolvem esta técnica para o tratamento de
rejuvenescimento facial.
Sabendo que a Dra. Natália é muito exigente, ela terá que elaborar de maneira cautelosa todos os passos para
a realização do procedimento, pois sabe que, além dela, duas candidatas estão concorrendo à vaga, e agora ela
está a um passo de concretizar seu grande sonho, que é trabalhar na Vida Bele.
Vamos, a partir de agora, auxiliar Maria Paula.
Estudante, esta disciplina é o alicerce para que você compreenda a função de cada um dos equipamentos, a
fim de que, ao longo das disciplinas, você seja capaz de entender a inserção de cada um deles nos protocolos de
tratamentos estéticos.

PARTE 02: PEELING ULTRASSÔNICO

Um tipo de PEELING FÍSICO que está ganhando atenção é o peeling ultrassônico, o qual utiliza a
tecnologia de ondas ultrassônicas para retirar as células mortas da superfície da pele e, assim, estimular a
renovação celular.
Esse equipamento possibilita a aplicação de um sistema de vibração com a emissão do ultrassom junto à
estimulação elétrica, que pode ser microcorrente ou microgalvânica. Favorece a renovação cutânea, uma vez que
promove a remoção das células mortas da superfície cutânea.
O PEELING ULTRASSÔNICO apresenta frequências na faixa de 25.000 a 30.000 HZ (ou 25 a 30 KhZ).
O equipamento utiliza uma ponteira metálica, que emite ondas ultra sônicas capazes de realizar a remoção das
células mortas da camada superficial da pele através de micro agitações.
A aplicação do peeling se dá por meio de uma corrente ultrassônica, a qual, ao entrar em contato com a pele,
promove uma limpeza profunda e elimina as células mortas, o que permite a renovação celular e a produção de
elastina e colágeno.
Esse equipamento, ao eliminar as capas superficiais da epiderme, estimula a remoção do tecido cutâneo
mediante a eliminação das células mortas da pele, assim, consegue efeitos revitalizantes. A micropercussão pode
elevar a temperatura e melhorar a circulação sanguínea e, consequentemente, a oxigenação.

TÉCNICA DE APLICAÇÃO

Os equipamentos para o peeling ultrassônico apresentam uma ponteira ultrassônica com uma placa metálica
na extremidade. Antes do procedimento, um eletrodo neutro (placa de aterramento) deve ser aplicado.
Borges (2010) cita que a aplicação, que é indolor, pode ocorrer independentemente pela borda ou pela parte
plana da espátula, porém o mais efetivo é a combinação das técnicas. Antes da aplicação, deve-se realizar a
higienização da pele; em seguida, pulverizar uma solução emoliente, água ou soro fisiológico; depois, aplicar a
vibração mecânica por meio da ponta da espátula.
A intensidade utilizada dependerá da sensibilidade do cliente. Os aparelhos existentes no mercado podem
trabalhar com intensidade de 1 a 10, ou com termos, como baixa, média ou alta. Em geral, apesar de ouvirmos
um barulho semelhante a choques elétricos, na maioria dos casos, o peeling ultrassônico não gera desconforto
(ROSA, 2018).
Para Rosa (2018), como a técnica utiliza a tecnologia ultrassônica, pode-se usar dois tipos de emissão de
onda: contínua e pulsada. No modo contínuo, o ultrassom é liberado sem interrupções, predominando um efeito
térmico (aumento de temperatura). No modo pulsado, a emissão da onda para por alguns instantes, havendo um
maior efeito mecânico.
É importante que a pele esteja sempre úmida durante a aplicação, assim como posicionar a espátula metálica
com a cavidade para baixo, formando um ângulo de 45° com a pele.
Os movimentos devem ser suaves, e não é necessário fazer qualquer tipo de fricção, apenas aplicar a ponteira
de maneira leve sobre a pele.
Uma outra maneira de trabalhar é inverter a espátula, procedendo a aplicação com a parte plana de metal,
podendo associar, por exemplo, um cosmético com efeitos revitalizantes. Em protocolos de permeação de ativos
(sonoforese), usa-se o dorso (parte de trás) da ponteira ultrassônica, fazendo movimentos mais lentos e
uniformes.

INDICAÇÕES

As indicações do peeling ultrassônico são para limpeza de pele profunda, para peles desvitalizadas,
seborreicas e hiperqueratósicas, podendo ser aplicado em todas as regiões da face.

CONTRAINDICAÇÕES

A aplicação do peeling ultrassônico é em áreas com sensibilidade cutânea, em casos de feridas ou lesões,
gestantes, pacientes com próteses metálicas e com marca-passo.

CUIDADOS NA APLICAÇÃO

Ao manipular o aplicador, evitar pressões muito exacerbadas, a fim de não lesionar a pele; além disso, estar
atento à resposta cutânea durante o tratamento e tomar cuidado em áreas mais sensíveis, como a região dos olhos
e do pescoço.

DERMOABRASÃO

No campo dos cuidados com a pele, definimos o processo de remover o excesso de acúmulo de células mortas
da camada córnea da epiderme como peeling superficial, esfoliação, queratólise e descamação. Todos esses
termos são sinônimos.
O processo pode ser realizado de maneira mecânica (microdermoabrasão), física (agentes esfoliantes) ou
química (pelo uso de produtos específicos ácidos formulados para atingir esses resultados).
De acordo com Borges (2010), a dermoabrasão foi a precursora da microdermoabrasão, sendo descrita, em
1988, como um peeling radical ou peeling mecânico invasivo.

PARTE 03: MICRODERMOABRASÃO

É uma técnica de esfoliação não cirúrgica passível de controle, podendo ser executada de maneira não
invasiva (BORGES, 2010). Essa técnica promove o incremento da mitose celular, melhorando os aspectos das
rugas, atenuando-as. Promovendo o afinamento do tecido epitelial, auxilia no tratamento das sequelas de acne e
na atenuação das estrias.
Existem duas técnicas distintas de microdermoabrasão: o peeling de cristais e o peeling de diamantes, cujas
respostas fisiológicas são semelhantes, apesar de equipamentos diferentes (TASSINARY, 2019).
Ao realizar a esfoliação na pele, induz-se uma reação inflamatória, que leva ao estímulo de produção de
colágeno, indicado para tratamentos de rejuvenescimento facial, melhorando o tônus da pele. Além disso,
estimula a renovação celular por meio da retirada das células mortas na camada córnea, melhorando as
hiperpigmentações localizadas superficialmente, melhorando e uniformizando a pele.

PEELING DE CRISTAL

O PEELING DE CRISTAL é feito através de uma ponteira que, ao ser aplicada sobre a pele, libera e aspira
os cristais (óxido de alumínio) pelo próprio equipamento a vácuo e que utiliza a combinação de pressões: pressão
negativa, vacuoterapia e pressão positiva, através da emissão de cristais que passam por meio de uma caneta em
um sistema fechado.
O sistema impulsiona cristais a uma pressão programável, enquanto a pele é sugada (vacuoterapia) para
dentro da caneta, e os resíduos de pele e cristais são capturados pela pressão negativa (KARIMIPOUR, 2009;
HILL, 2016).
Este recurso foi desenvolvido na Itália e popularizou-se na década de 1980. A técnica é de aplicação direta
sobre a pele através de um equipamento mecânico gerador de pressão negativa e positiva de forma simultânea,
com o intuito de remover as camadas da epiderme.
Durante a aplicação, microgrânulos de óxido de alumínio são jateados através da pressão positiva na
superfície da pele e, ao mesmo tempo, os resquícios das células da epiderme e de microcristais são sugados pela
pressão negativa (TASSINARY, 2019).
Conforme Guirro e Guirro (2004), o procedimento de peeling de cristal é indolor e de rápida execução, e o
paciente, após a sessão, pode voltar às suas atividades normais, pois não requer afastamento da rotina diária e
não provoca descamação intensa. O peeling é indicado para o tratamento de dermatoses superficiais,
fotoenvelhecimento, cicatriz de acne, melasma, melanose solar, hiperpigmentação, rugas finas e estrias.
Pode ser aplicado no rosto, no pescoço, no colo, nas mãos e nas estrias, observando-se, nas primeiras sessões
de tratamento, uma pele mais uniforme e com aspecto mais saudável.
Este tratamento libera uma cadeia de eventos moleculares que podem resultar em remodelação dérmica,
incluindo a indução da matriz de enzimas de degradação de citocinas primárias, como a interleucina e o fator
alfa de necrose tumoral.
MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO

Os cuidados diários e o uso adequado impedem reparos desnecessários no aparelho. Os equipamentos de


microdermoabrasão consistem em motores internos, mangueiras, filtros e caneta aplicadora.
As mangueiras e a caneta aplicadora devem estar secas, para que os cristais possam fluir corretamente. Usar
apenas os cristais recomendados pelo fabricante. Não é necessário utilizar cristais em excesso para obter bons
resultados.
O fluxo constante e uniforme dos cristais proporciona um tratamento uniforme e eficiente. Os cristais devem
fluir apenas até a superfície da pele.

CUIDADOS NA APLICAÇÃO

Durante a aplicação, os clientes devem manter os olhos fechados o tempo todo, para que não haja risco de os
cristais penetrarem nos olhos. O ideal é colocar algodão em cima deles para proteção. Os cristais não devem
penetrar nos olhos, na boca, no nariz ou nas orelhas.

VANTAGENS DO EQUIPAMENTO

Praticamente indolor, não requer anestesia. É um procedimento simples e rápido, que não exige que o paciente
interrompa as suas atividades diárias.

PARTE 04: PEELING DE DIAMANTES

Técnica desenvolvida na Austrália na década de 1990, este equipamento possui lixas ou ponteiras de
diferentes granulometrias e diâmetros, as quais são acopladas a uma bomba de vácuo de pressão negativa e
podem ser aplicadas em diferentes regiões do rosto, colo e pescoço.
A ponteira fica acoplada na pele com pressão negativa do vácuo, e a profissional pode controlar essa pressão.

É MUITO IMPORTANTE FRISAR QUE O NÍVEL DE PROFUNDIDADE DO PEELING DE


DIAMANTES DEPENDERÁ DE FATORES, COMO:
• Ponteira.
• Pressão selecionada.
• Número de passadas da ponteira na região trabalhada.
• Pressão empregada pelo profissional.

A pressão da peça manual contra a pele também afetará o resultado, pois, se a ponteira for empurrada contra
a pele, isso aumentará o potencial de lesão à pele e criará um tratamento desconfortável.
A ponteira deve ser mantida levemente sobre a pele, levantando-se ligeiramente, quase puxando a pele para
si. O ponto final do tratamento é o eritema, que é obtido pelo fluxo do vácuo e da ponteira, aliado ao número de
passagens.
Uma das maiores preocupações quanto a resultados insatisfatórios com a microdermoabrasão é passar a
ponteira com muita frequência sobre a pele. O número ideal de passagens relaciona‐se diretamente com a
espessura da pele (local).

Um estudo desenvolvido por Freedman et al. (2001) em voluntárias que foram submetidas a sessões de
microdermoabrasão e, posteriormente, avaliadas por biópsia mostrou que o recurso tem a capacidade de
aumentar a espessura da epiderme e da derme, incrementando a trama vascular e promovendo nova organização
da derme papilar com novos depósitos de colágeno e elastina.
Os peelings de características mecânicas podem atuar de modo muito superficial no estrato córneo, ou de
modo superficial, com ação em qualquer parte da epiderme, do estrato granuloso até o estrato basal.
______
EXEMPLIFICANDO

Sabe-se que a microdermoabrasão resulta na produção de colágeno e elastina na derme, sendo que seus
mecanismos de ação não são totalmente esclarecidos.
Pesquisas sugerem que a técnica aciona a cascata de transdução de sinal que poderia causar remodelação da
matriz dérmica. Inicialmente, o mecanismo de atuação parece estar associado ao trauma epidérmico, que eleva
a expressão gênica dos queratinócitos epidérmicos, moléculas de adesão intercelular e fator de crescimento
(TASSINARY, 2019).

PARTE 05: CONCLUSÃO

A MICRODERMOABRASÃO é uma técnica conhecida também por peelings mecânicos, os quais podem
ser utilizados em quase todos os tipos de tratamentos estéticos, cujo objetivo principal é a preparação da pele
para receber um ativo específico, retirando as células mortas, afinando o estrato córneo e induzindo a renovação
da pele, proporcionando, assim, uma pele mais limpa.
Pensando na pele, esta é caracterizada como um órgão funcional vital à saúde do indivíduo e dividida em
duas camadas: epiderme e derme.
A epiderme é a camada externa da pele, cuja formação tem como característica um tecido epitelial
estratificado, dividido em cinco camadas distintas, as quais continuamente são substituídas, e constituído também
de cinco tipos de células. Uma dessas células são os queratinócitos, que constituem 80% das células da epiderme
e são responsáveis pela constante renovação da pele, porém, com o passar dos anos, essa renovação se torna mais
lenta. As células são produzidas nas camadas mais profundas da epiderme por mitose.
Sempre que se formam novas células, estas empurram as células mais velhas para a superfície, onde
descamam. À medida que se deslocam das camadas mais profundas para a superfície, elas mudam de forma de
composição química, processo denominado queratinização.
Os peelings mecânicos ou a microdermoabrasão consistem na aplicação direta de um equipamento gerador
de pressão negativa e pressão positiva simultâneas sobre a pele, na qual são utilizados microgrânulos (óxido de
alumínio) jateados pela pressão positiva em uma velocidade controlada, provocando uma erosão nas camadas da
epiderme. Ao mesmo tempo, os resquícios dos microgrânulos e das células mortas e descompactadas do estrato
córneo são sugados pela pressão negativa. Isso recebe o nome de peeling de cristal.
Um dos maiores efeitos promovidos pela dermoabrasão ou pelo peeling de diamantes é a esfoliação
dermoepidérmica, com o objetivo de aumentar a nutrição pelo estímulo dérmico e estimular a proliferação de
fibroblastos, o que, consequentemente, aumenta a síntese de colágeno pela injúria intraepidérmica repetida
(HILL, 2016).
Os peelings têm como mecanismo de ação estimular o crescimento da epiderme, induzidos pela remoção do
estrato córneo, destruindo as camadas específicas da pele danificada, com subsequente regeneração. Nesse
processo, a pele é substituída por um tecido de melhor qualidade, além de haver indução da reação inflamatória
tecidual profunda, cujos mediadores induzem a produção de um novo colágeno. Essa resposta fisiológica
contribui para uma pele mais jovem, uniforme e com maior elasticidade e tônus (MICILLO, 2013).
Ao realizar a esfoliação na pele, induz-se uma reação inflamatória, que leva ao estímulo de produção de
colágeno, indicado para tratamentos de rejuvenescimento facial, melhorando o tônus da pele.
Diante do contexto exposto, Maria Paula deverá iniciar o procedimento com uma limpeza da pele, utilizando
um sabonete específico para a face e de acordo com o tipo de pele da cliente; em seguida, posicionar a cliente na
maca e regular o equipamento, inserindo a ponteira e regulando a pressão; depois, iniciar os movimentos
esticando a pele da cliente e realizar o procedimento por toda a face até atingir a hiperemia na região. Como
forma de potencializar o procedimento, aplicar máscara nutritiva em toda a face.
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UNIDADE 3 / AULA 3: FOTOTERAPIA

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você aprenderá os benefícios e a aplicabilidade da fototerapia na área da estética.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever o significado de fototerapia;
• Analisar o processo de fotobiomodulação;
• Examinar o uso da fototerapia no tratamento estético.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

OLÁ, ESTUDANTE!

A luz é utilizada como finalidade curativa e regenerativa desde as civilizações antigas. A civilização egípcia
usava ervas expostas à luz solar para os tratamentos de lesões na pele. Já os gregos acreditavam que a energia
solar fortificava e curava.
Em 1905, o físico alemão Albert Einstein formulou a teoria fotoelétrica, a qual, em 1916, culminou no texto
Emissão estimulada de ondas eletromagnéticas, em que delineou os princípios que tornaram possível o
desenvolvimento da tecnologia do laser (OLIVEIRA et al., 2014). Quando pensamos na energia como fonte de
irradiação de luz com intuito terapêutico, usa-se o termo “fototerapia”, o qual, nos dias atuais, passou a ser
chamado de “fotobiomodulação”, cujo efeito pode ser de bioestimular ou bioinibir.
A fototerapia, em linhas gerais, significa o uso terapêutico de qualquer tipo de luz, contudo, na atualidade,
pesquisas de referência na área definem o termo como a utilização de níveis baixos de energia da luz para
promover efeitos atérmicos e não traumáticos nos tecidos (TASSINARY, 2019).
Menezes (2017) cita que cada luz, de acordo com a sua cor, interage com moléculas na pele, as quais
absorvem na mesma faixa espectral, conferindo funcionalidades específicas.
Na área da estética nos deparamos com dois recursos que usam a luz: o laser de baixa potência e o LED.
A palavra laser tem origem inglesa (light amplification by stimulated emission of radiation, que significa
amplificação de luz por emissão estimulada de radiação). É uma tecnologia que atua nas moléculas, interferindo
nos processos celulares e atuando nas ações de caráter biofísico e bioquímico das células. Apresenta propriedades
físicas que permitem que seja emitida uma radiação de grande energia e empregado um comprimento de onda
específico, de acordo com o objetivo terapêutico (BORGES; SCORZA, 2016). Nas moléculas, o laser atua
interferindo nos processos celulares, auxiliando nas ações biofísicas e bioquímicas das células (OLIVEIRA et
al., 2014).
O LED (ligh emitting diode) também é uma palavra inglesa, que significa “diodo emissor de luz”.
A fotobiomodulação compreende um processo que promove alterações biológicas nos organismos devido à
interação de fótons (partículas de luz) com átomos ou moléculas. Pode ser aplicada na área da estética em
tratamentos de estrias, manchas, fibroedema gelóide, acne, bolsas, olheiras, efeitos do envelhecimento, alopécia,
pós-operatório, processos de cicatrização da pele, analgesia, drenagem linfática, hidratação, hematomas,
rosáceas, entre outros (MENEZES, 2017).
Maria Eduarda é estudante do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética e está fazendo estágio em uma
renomada clínica de estética, que propõe aos seus colaboradores participações em congressos e cursos.
Ela foi selecionada para participar de um congresso nacional de fototerapia estética, cujo tema central são as
abordagens estéticas para o tratamento do envelhecimento facial e as tecnologias abordadas.
Um dos recursos que tem ganhado destaque é a fototerapia nos tratamentos das disfunções estéticas e, dentro
destes, o laser, o LED e a luz intensa pulsada. Esses recursos fitoterápicos exercem efeitos benéficos no
tratamento das alterações do envelhecimento cutâneo.

COM TODAS AS INFORMAÇÕES OBTIDAS NO CONGRESSO, MARIA EDUARDA FICOU COM


ALGUMAS DÚVIDAS:
• Realmente, todos eles atuam nos aspectos do envelhecimento cutâneo?
• De que maneira o led age?
• Quais ponteiras seriam indicadas para tratar essa disfunção?
Vamos conhecer a técnica, as indicações, as contraindicações e a aplicabilidade destas técnicas na área da
estética.

PARTE 02: FOTOTERAPIA

Os diferentes comprimentos de onda existentes na luz solar exercem modulações nos sistemas biológicos
corporais. Quando pensamos na aplicação da fototerapia, nos deparamos com uma prática muito comum, que é
o banho de luz para os recém-nascidos, como forma de tratamento para a icterícia.
Nos dias atuais, as terapias baseadas nos princípios de interação entre a luz e a matéria estão sendo aplicadas
na estética e produzindo efeitos significativos. Como exemplos destas abordagens, podem ser citados o estímulo
na produção de colágeno, as terapias antiacne, as terapias “anti-idade”, os tratamentos capilares, dentre outros
(MANOEL; PAOLILLO; MENEZES, 2014).
A fototerapia consiste no tratamento que proporciona a interação da luz com a pele, no qual a luz interage
com as células e altera o seu ritmo biológico, com aceleração das reações bioquímicas, promovendo diversos
efeitos terapêuticos, sendo este um método não invasivo e indolor.
A luz, ao interagir com os tecidos biológicos, promove efeitos químicos, termos físicos e biológicos.
Um conceito muito importante quando pensamos na fototerapia é o espectro eletromagnético que consiste na
distribuição da intensidade da radiação eletromagnética com relação ao seu comprimento de onda ou frequência,
ou seja, é uma escala de radiações eletromagnéticas, na qual estão representados os sete tipos de ondas
eletromagnéticas, conhecidas como ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios
X e raios gama.

Quando falamos de fototerapia, a unidade utilizada é nanômetro, o qual é a subunidade do metro. É uma
unidade de comprimento usada para a medição de comprimento de onda de luz visível (400 nm a 700nm),
radiação ultravioleta e radiação infravermelha.
Os equipamentos que fazem uso deste recurso são o laser (amplificação da luz por emissão estimulada de
radiação) e o LED (diodos emissores de luz).
A escolha de determinada luz terapêutica deve ser realizada de acordo com o comprimento de onda, que
definirá o tipo de célula ou tecido em que a luz agirá, ou seja, a partir da avaliação e da queixa principal do
cliente, o esteticista escolhe a luz correta a ser utilizada, considerando seu comprimento de onda, pois atingirá a
profundidade adequada no tecido, além da célula-alvo que necessita receber o estímulo da luz.
Uma dúvida muito comum entre os profissionais que trabalham com o laser e o LED é saber a diferença entre
essas duas tecnologias. Para que você compreenda melhor, esclareceremos esta dúvida. Quando pensamos em
fototerapia, estamos nos referindo ao comprimento de onda, que no caso do laser e do LED sempre serão emitidos
em um único comprimento de onda, ou seja, dependendo do comprimento de onda, uma luz será refletida; no
caso do LED, este comprimento de onda encontra-se dentro do espectro visível de luz. Já a luz intensa pulsada
emite em vários comprimentos de onda, o que resulta na sua absorção por várias células diferentes ao mesmo
tempo (AGNE, 2013).
Em algum momento, você já se perguntou sobre por que ocorre esta seletividade do laser ou do LED em
determinadas células-alvo? Isso ocorre porque temos a presença dos cromóforos, isto é, moléculas que absorvem
a luz na pele, dentre elas, oxi hemoglobina, melanina, caroteno, água e proteínas. Por isso, no momento da
escolha do comprimento de onda e, consequentemente, da luz, agiremos em cromóforos específicos, que atrairão
a luz para a célula-alvo, atuando na bioestimulação ou bioinibição.

A potência destes equipamentos está relacionada aos efeitos teciduais que essas energias promoverão onde o
laser pode apresentar alta, média e baixa potência, e o LED, baixa potência e luz intensa pulsada média potência.
Quando pensamos na prática na estética, a fototerapia através do laser e do LED é utilizada em diversos tipos
de tratamentos faciais e corporais, como: discromias, estrias, acne, olheiras, rejuvenescimento facial, tratamento
de alopecia, pós-operatório, hematomas, rosáceas, processos de cicatrização da pele e estrias.
Quando pensamos nos recursos fitoterápicos, estes apresentam características individuais. O laser é
caracterizado por um feixe de luz do mesmo comprimento de onda eletromagnética, com pouca dispersão de
calor, considerado monocromático, altamente colimado (paralelo) e com sincronização da radiação com ondas
que proporcionam coerência temporal e espacial (picos e vales das ondas se coincidem). O LED é caracterizado
por ser não coerente, não colimado e atua em uma banda mais ampla de comprimento de onda.
Vamos, a partir de agora, conhecer os recursos usados nas disfunções estéticas, e o primeiro será o laser.

PARTE 03: LASER

A palavra laser significa “luz amplificada por emissão estimulada de radiação”. Agne (2013) cita que as
propriedades dele estão diretamente relacionadas com a manutenção constante do seu comprimento de onda,
específico para cada tipo de laser.
A potência tem fundamental importância nos efeitos gerados e, desta forma, é classificado em laser de alta,
média e baixa potência. O laser de alta potência poderá atingir temperaturas acima de 100 °C e é classificado
como ablativo, podendo ser administrado apenas pela classe médica.
O laser de média potência gera efeito térmico, concentrado em pequenas áreas, cuja temperatura não tecidual
fica próxima de 60 °C, sendo muito empregado na área da estética em fotodepilação, remoção de manchas e
rejuvenescimento. O laser de baixa potência se caracteriza por não produzir efeito térmico considerável, cujas
reações são basicamente de fotobioestimulação celular.
O meio ativo que gera a emissão do laser é composto de um conjunto de átomos ou moléculas que apresentam
diversos níveis de energia. O meio ativo, basicamente, determina a produção, bem como a denominação do tipo
de emissão laser.

O laser deverá ser classificado de acordo com as propriedades de emprego e, com isso, definir sua
operacionalidade e a habilitação profissional (AGNE, 2013).
A fototerapia de baixa e média potência apresenta várias vantagens. A absorção e a penetração da luz no
tecido biológico são dependentes do comprimento de onda e dos cromóforos no tecido, conforme ilustra a figura
a seguir.
Muito importante ressaltar que, para existir a efetividade terapêutica, é preciso conhecer a potência óptica da
fonte de luz, o que é determinante para calcular a dose tradicional na fototerapia. Para isso, alguns conceitos e
grandezas físicas devem ser relembradas.
A potência óptica, por definição, é a taxa que uma quantidade de energia é transmitida ao tecido. A irradiância,
também conhecida como intensidade ou densidade de potência, é dissipada numa certa área do tecido, ou a
quantidade de energia por segundo é aplicada em uma determinada área. Energia consiste na quantidade de luz
depositada no tecido. Fluência, dose ou densidade de energia é a quantidade de energia aplicada no tecido com
relação à área sobre a qual essa energia é aplicada, ou é a distribuição da energia por unidade de área.

PARA CALCULAR ESSAS GRANDEZAS FÍSICAS, SÃO UTILIZADAS ALGUMAS FÓRMULAS,


COMO:
• Intensidade/Irradiância ou Densidade de potência = potência/área (mw/cm²).
• Energia = potência x tempo (W ou J).
• Fluência, dose ou densidade de energia = energia/área (J/cm²) [12].

Dentre os comprimentos de onda, os que compreendem a faixa entre 630 e 645 são os mais utilizados, por
terem seus efeitos comprovados em estudos prévios, constatando uma maior capacidade de penetração.

LED

A terapia por LED (Luz Emitida por Diodo) é uma tecnologia que se caracteriza por atuar a nível celular e
tem como diferencial não provocar dor e sem riscos de cicatrizes.
A fotobioestimulação atua em forma de cascata de respostas celulares, resultando na modulação da função
celular, na proliferação celular e na reparação das células comprometidas.
Jedwab (2010) cita que o LED, em seu comprimento, varia de 405 nm (azul) a 940 nm (infravermelho). Esta
luz, geralmente, é monocromática, não direcional e se espalha amplamente, logo sua cor dependerá do material
semicondutor utilizado.
Os emissores de LED produzem luz de baixa intensidade, que pode aparentar ser de uma só cor, mas não são
coerentes nem monocromáticos. Eles possuem dimensões pequenas, variando de 0,5 a 1 cm de diâmetro e,
comercialmente, são muito utilizados em display de relógios digitais, calculadoras e sinais luminosos.
A aplicação da energia eletromagnética do laser de baixa intensidade nos tecidos biológicos refere-se à
bioestimulação a laser, que pode influenciar nas funções celulares com a estimulação ou a inibição de atividades
bioquímicas, fisiológicas e proliferativas. Como apresenta efeitos de estimulação ou inibição, ultimamente é
usado o termo biomodulação ou fotobiorregulador. Atua no organismo através de dois sistemas: a
fotobiomodulação e a fotobioinibição (KIPSHIDZE et al., 2001).
A fotobiomodulação é o uso da luz, com o intuito de restaurar e estimular múltiplos processos fisiológicos,
além de reparar danos causados por lesão ou doença. Essa luz pode ser proveniente de lasers ou LEDs.
Os efeitos do laser em curto prazo podem ser observados em poucos segundos ou minutos após a irradiação.
Dentre eles, temos a fotoestimulação da taxa respiratória e a síntese de ATP. Já os efeitos a longo prazo podem
ser vistos por horas ou dias após o término da irradiação. Dentre eles, podemos citar os efeitos fisiológicos, como
efeito anti-inflamatório, analgésico e cicatrizante.

PARTE 04: TIPOS DE LED

Conheceremos, agora, os tipos de LED existentes no mercado e a função de cada um deles nos tratamentos
estéticos.

LED AZUL

O primeiro a ser descrito é a luz azul, cujo comprimento de onda fica entre 420-490 nm. Ele tem por ação ser
bactericida, cujo efeito é a produção de oxigênio, gerando, desta forma, estresse oxidativo, levando à destruição
das bactérias presentes, como as que desenvolvem a acne.
Maciel (2012) cita que a fototerapia com luz incidente azul tem como principal indicação o tratamento da
acne vulgaris, pois estimula a produção de citocinas pró-inflamatórias, acelerando a fisiologia da inflamação,
reduzindo as lesões e, consequentemente, a dor.
Os LEDs devem ser posicionados próximos à região da pele designada para o tratamento de fototerapia. Eles
são responsáveis por promover um aumento do metabolismo celular através de uma reação fotoquímica causada
pela penetração da luz para tecidos superficiais e profundos (PAOLILLO et al., 2014).
A ação do LED está pautada na ação nas mitocôndrias celulares, inibindo e estimulando os efeitos da
fotobioestimulação ou fotomodulação.

LED VERMELHO

O led com a luz vermelha (640 nm) atua na região da derme, ativando as células que participam da
reorganização e firmeza cutânea, além de inibir enzimas, como colagenase e elastinase. Tem ação reparadora,
analgésica e cicatrizante.
LED AMARELO

O led com a luz amarela (590 nm) tem ação drenante e reparadora, sendo utilizado no tratamento de manchas
vasculares (avermelhadas) com ação calmante e desintoxicante, proporcionando uma melhora no sistema
circulatório.

LED VERDE

O led com a luz verde (525 nm) atua nas manchas senis e nas hiperpigmentações, agindo no cromóforo
melanina, inibindo os melanócitos.
É importante ressaltar que a penetração da luz no tecido humano está relacionada ao tamanho do comprimento
da onda, ou seja, quanto maior o comprimento, maior será a sua interação com os tecidos.
O emprego do LED é simples e seguro, necessitando de óculos protetores, especialmente para o uso no
espectro infravermelho, cuja emissão não é visível, mas é agressiva aos olhos (AGNE, 2013).

CONTRAINDICAÇÕES DA FOTOTERAPIA

Com relação às contraindicações de aplicação desta técnica, destaca-se a proibição para gestantes, lactantes,
pacientes com episódio de câncer de pele na região irradiada e portadores de glaucoma e cataratas.

MEDIDAS DE SEGURANÇA

Durante a aplicação de recursos fitoterápicos, um dos pontos principais é a segurança dos pacientes. Desta
forma, o profissional que aplica deve conhecer os riscos e benefícios para uma aplicação segura.
Um dos pontos essenciais é a proteção dos olhos de quem aplica e de quem recebe, uma vez que a falta de
cuidados pode acarretar lesões na retina. É por isso e com a finalidade de assegurar a proteção que os fabricantes
dos equipamentos disponibilizam os óculos no momento da compra.
______
ASSIMILE

Na área da estética, o LED tem sido usado em diversas condições clínicas que afetam a face, o corpo e o
couro cabeludo. Uma das aplicações é no tratamento da foliculite. A foliculite se caracteriza por ser uma infecção
que ocorre no folículo piloso, causada, geralmente, pela bactéria Staphylococos ou outros fatores, como: calor e
alta umidade, atrito causado por roupas apertadas ou de materiais inadequados, má higienização, condições
inflamatórias da pele (dermatites e acnes, por exemplo) e pelos encravados, o que acontece, geralmente, por
quem usa lâmina de barbear.
Conforme Draelos (2012) a fotomodulação do LED possui um efeito anti-inflamatório, que reduz o eritema.
O LED azul é um recurso usado pelo seu efeito fungicida e bactericida, atingindo o extrato córneo, a epiderme
superficial e a epiderme. Menezes (2017) afirma que o LED azul destrói os fungos e as bactérias da queratina da
pele e do cabelo, além de degradar os cromóforos e causar a fotoativação da queratina presente na pele,
diminuindo as manchas.
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REFLITA

O LED é um dos recursos utilizados na área da estética sendo que a aplicabilidade mais conhecida é na área
da estética facial. Mas será que a aplicabilidade deste importante recurso restringe a estética facial e corporal?
Como já comentamos em sessões anteriores para que possamos entender a aplicabilidade dos recursos
eletroterápicos devemos entender os efeitos fisiológicos proporcionados por este.

Reflita comigo: o Led é um poderoso agente fungicida e bactericida não é mesmo?

Na estética capilar o led é um aparelho que auxilia muito nos protocolos capilares, uma vez que este ajuda
no tratamento de algumas patologias, como a caspa e seborreia, pois tem ação anti-inflamatória. Também possui
um efeito de massagem no couro cabeludo, como se fosse um peeling capilar, ajudando numa limpeza mais
profunda, principalmente se associado com luz UVA.
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EXEMPLIFICANDO

Conforme mencionamos neste capítulo, o LED e o laser são empregados em diversas disfunções estéticas,
com ações em cada célula de maneira específica. O quadro a seguir,adaptado de Tassinary (2019), reflete as
células do sistema tegumentar e a ação desencadeada pela fotobioestimulação.
CÉLULAS COMPRIMENTO ATIVIDADE E DESENCADEADA PELA
DE ONDA FOTOBIOESTIMULAÇÃO
QUERATINÓCITOS 590 NM - 590 E 633 NM: Estimula o fluxo intra e extracelular de ATP.
633 NM Melhora a adesão celular na camada espinhosa e a qualidade
830 NM da epiderme através do estimulo da proliferação dos
queratinócitos.
MELANÓCITOS 633 NM - Os comprimentos de onda 633 NM e 830 NM
830 NM demonstraram regularizar o processo de oxidação da tirosina,
415 NM reduzindo a atividade da tirosinase
- O comprimento de onda de 415 NM mostrou o potencial
para repigmentação das áreas despigmentadas.
FIBROBLASTOS - Os fibroblastos fotoativos mantêm a homeostase da matriz
celular dérmica através do equilíbrio dos níveis de enzimas
líticas (metaloproteases da matriz). A pele da face tratada
com laser de baixa intensidade apresentou fibroblastos.
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Observou como é importante você conhecer todos os aspectos físicos que envolvem a terapia com luz? Você,
como profissional da área, deve estar atento às características e aos mecanismos de ação de cada equipamento
que utiliza como forma de tratamento com fototerapia. Dependendo do equipamento a ser trabalhado, este terá
características específicas, que devem ser considerados pelo esteticista

PARTE 05: CONCLUSÃO

O envelhecimento é um processo natural, progressivo e irreversível que está associado a diferentes fatores
biológicos, psíquicos e sociais e a um ciclo vital do organismo, que é dividido em três fases: a infância, a
maturidade e o envelhecimento.
Diversas modificações morfológicas e fisiológicas acontecem em todos os níveis do organismo. Essas
mudanças acontecem ao final da segunda década da vida, perdurando por longo tempo e sendo pouco
perceptíveis, até que surjam, ao final da terceira década, as primeiras alterações funcionais e estruturais atribuídas
ao envelhecimento.
Observou-se, nos últimos anos, um grande aumento da população idosa no mundo. De acordo com dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE, 2010), a população idosa com faixa etária maior que 65
anos passará de 14,9 milhões (7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), no ano de 2060. Esse
aumento pode ser gerado pela alta da expectativa de vida e diminuição das taxas de mortalidade e natalidade.
Nos dias atuais, os procedimentos estéticos visam proporcionar uma melhor qualidade do tegumento e, por
consequência, resultados significativos para nossos clientes, já que a gama de recursos disponíveis no mercado
é grande.
Dentre as tecnologias que têm por objetivo promover uma melhora do aspecto cutâneo relacionadas à
eletroterapia, algumas foram trabalhadas neste livro, como a radiofrequência, as microcorrentes e os
equipamentos de fototerapia, como o LED e o laser.
Quando pensamos na fototerapia, os cromóforos são, geralmente, organelas celulares presentes na derme e
na epiderme, como melanina, citocromo, porfirinas e hemoglobina, as quais, ao absorver a luz, têm seu
metabolismo estimulado, induzindo, assim, reações químicas, dando origem a uma cascata de respostas celulares.
A fototerapia é um procedimento não invasivo, que tem sido utilizado para reparação e cicatrização de
tecidos. O tratamento baseia-se na utilização de um dispositivo emissor de luz e que, quando submetido a uma
corrente elétrica, emite fótons, que são absorvidos pelos tecidos biológicos, promovendo reações fotoquímicas,
fotofísicas e fotobiológicas (BOSI, 2017).
A fototerapia não é ablativa nem promove efeitos térmicos, desde que os dispositivos utilizados sejam lasers
ou LEDs de baixa potência, logo não há danos cutâneos nem necessidade de tempo de recuperação.
O LED ativa os fibroblastos, levando-os a produzir colágeno e elastina. Lasers fracionados não ablativos
foram desenvolvidos para a obtenção de rejuvenescimento cutâneo semelhante ao obtido com laser de CO2, mas
sem os inconvenientes e o pós-operatório deste.

Parte 06: Vídeoaula: etetrotermofoterapia e sua aplicabilidade nas disfunções estéticas


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UNIDADE 4 - OUTRAS TECNOLOGIAS

UNIDADE 4 / AULA 1: ALTA FREQUÊNCIA E OZONIOTERAPIA


PARTE 01: INTRODUÇÃO DA UNIDADE

OBJETIVOS DA UNIDADE
AO FINAL DESTA UNIDADE, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever o mecanismo de ação de equipamentos de alta frequência;
• Analisar o uso eficaz da ozonioterapia;
• Classificar o conceito de tecnologia da ozonioterapia para o profissional de estética.

OLÁ, ESTUDANTE!

Abordaremos conceitos importantes para você, futuro profissional da área de estética, compreender todo o
mecanismo de ação de equipamentos utilizados na prática clínica facial e corporal para diferentes disfunções
estéticas. Durante a prática clínica, você encontrará diversos métodos de tratamentos que garantem melhora do
quadro clínico do seu cliente/paciente, porém cabe ao profissional selecionar o que é realmente comprovado
cientificamente.
Quando nos referimos a este assunto, o equipamento ou o método de tratamento necessita comprovar sua
ação através de estudos, utilizando, de preferência, grupos de pessoas, com os quais será analisado o antes e o
depois do tratamento realizado.
Mas, por que abordar isso? Porque o que temos observado no meio estético é uma infinidade de tratamentos
que prometem efeitos extraordinários e, muitas vezes, nos iludimos, pensando que será o grande divisor de águas
em nossa profissão, mas não podemos nos esquecer que um bom estudante ou profissional necessita ter
discernimento do que é realmente eficaz ou não, baseando-se sempre na fisiologia humana. Então, o que
precisamos esclarecer para você é que não se deixe iludir por métodos midiáticos, tenha total compreensão do
que está executando, pois, desta forma, você se destacará e terá bons resultados, sem comprometer a saúde do
seu cliente/paciente, lembrando-se sempre de que estética é saúde.

PARTE 02: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você aprenderá sobre o uso da ozonioterapia e alta frequência utilizados na área da estética.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Classificar o uso da ozonioterapia para fins terapêuticos;
• Descrever a técnica de alta frequência e como é utilizada na estética;
• Analisar quais as indicações para o uso de ozonioterapia.

SITUAÇÃO-PROBLEMA
Olá, estudante!

Boas-vindas, á disciplina de Eletrotermofototerapia, que abordará temas importantes para você, futuro
profissional da área de estética, como ozonioterapia e alta frequência. Estas são técnicas que existem há algum
tempo, porém a ozonioterapia, em especial, foi introduzida na área de estética para fins terapêuticos há pouco
tempo, garantindo efeitos surpreendentes na melhora da celulite, da gordura localizada, da acne, no
rejuvenescimento, na alopecia e em fibroses e cicatrizes. Existem várias formas de administração da
ozonioterapia – utilizando bag, água ozonizada, subcutânea, óleos, creme ozonizado –, porém compete ao
profissional executar de forma precisa a técnica baseado na queixa principal do paciente e na avaliação prévia,
sendo absolutamente proibida a administração por via inalatória.
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, publicada em 2006, inclui em suas práticas
recursos terapêuticos diversos, sendo a ozonioterapia um recurso que está disponível ao alcance de todos os
profissionais da saúde do Brasil. Desta forma, é possível encontrar esta prática sendo executada por biomédicos,
odontologistas, fisioterapeutas, enfermeiros, médicos, farmacêuticos e esteticistas. (BRASIL, 2006).
Como toda técnica, o profissional precisar conhecer o mecanismo de ação, as formas de aplicação e as
indicações e contra indicações, pois qualquer erro na prática pode ser fatal ao cliente/paciente. Por isso, a
necessidade de cursos de capacitação e profissionais com experiência prática é de extrema importância, para que
os futuros profissionais que trabalharão utilizando a ozonioterapia façam tudo adequadamente e não banalizem
a técnica.
Já a técnica de alta frequência é bem conhecida e utilizada nas diversas áreas da estética, com a utilização de
eletrodos de vidro de diferentes formatos para tratamento de disfunções estéticas faciais, corporais e capilares,
com efeito bactericida, fungicida e cicatrizante.
Regina, 42 anos de idade, sedentária, apresenta queixa de celulite nas coxas e nas nádegas, com piora
considerável após um longo período de trabalho em home office. Além disso, ela relata ter engordado 10 quilos
e percebeu retenção de líquidos em membros inferiores, por ficar muito tempo trabalhando sentada. Durante o
trabalho, descuidou-se da alimentação, consumindo grande quantidade de carboidratos, presentes em lanches,
pizzas e pães, sem nenhum valor nutricional. Decidiu iniciar o tratamento de perda de peso com uma nutricionista
esportiva, além de realizar exercícios físicos três vezes na semana. Durante o acompanhamento com a
nutricionista, Regina conseguiu perder oito quilos, substituindo os alimentos pobres em nutrientes por alimentos
ricos nutricionalmente, como batata doce, inhame, frutas, verduras e legumes. Mesmo com a perda de peso, a
celulite continua sendo a queixa principal, incomodando esteticamente.
Regina procura tratamento estético para melhora do quadro de celulite, e a indicação é o uso de ozonioterapia.

Analisando o caso clínico, quais são os efeitos da ozonioterapia na celulite, qual é a forma de aplicação
correta da ozonioterapia e quantas vezes na semana este tratamento é indicado?

Ficou curioso em conhecer um pouco mais sobre estas técnicas? Convido você, estudante, a “mergulhar”
nestes assuntos através dos conteúdos que serão desenvolvidos ao longo desta aula. Você terá a oportunidade de
conhecer e se aprofundar nestas técnicas que garantem bons resultados clínicos.
PARTE 03: ALTA FREQUÊNCIA

Alta frequência é um equipamento muito utilizado na área de estética, pois apresenta resultados satisfatórios
nos tratamentos faciais e corporais, pelo seu efeito bactericida e fungicida. A vantagem de trabalhar com ele é
seu custo, que é acessível à maioria dos profissionais da área de estética, além da facilidade de aplicação, sendo
utilizados diferentes tipos de eletrodos de vidro, com formatos distintos, selecionados de acordo com a região a
ser tratada.
O equipamento de alta frequência é um aparelho que trabalha com correntes alternadas, as quais variam de
100kHz a 1 MHz, e emite faíscas eletromagnéticas, por meio de eletrodos de vidro, tendo em seu interior um
vácuo parcial ou gás, normalmente o néon.
Como funciona este equipamento? A passagem de ondas eletromagnéticas pelo ar, quando entra em contato
com a pele, produz ozônio. O ozônio (O3) é uma substância instável e se decompõe em oxigênio molecular (O2)
e oxigênio atômico (BORGES, 2016).
Um dos efeitos mais comentados do equipamento de alta frequência é o poder bactericida, que é explicado
pela ação do oxigênio atômico, o qual é liberado durante a decomposição do ozônio.
O ozônio tem como função estimular a produção de citocinas, ativar os linfócitos T, melhorar a oxigenação
e o metabolismo por causa da vasodilatação e estimular a resposta enzimática antioxidante, contribuindo de
forma eficaz nas lesões cutâneas (MARTINS et al., 2012).

APARELHO DE ALTA FREQUÊNCIA

É um tipo de corrente elétrica alternada de alta frequência, que gera um campo eletromagnético. Utiliza-se
de eletrodos de vidros de vários formatos, os quais liberam gás ozônio, que se produz quando a corrente elétrica
de alta frequência entra em contato com o oxigênio.

EFEITOS FISIOLÓGICOS:

• Efeito térmico. • Hiperemia.


• Vasodilatação. • Aumento da oxigenação celular.

EFEITOS TERAPÊUTICOS:

• Bactericida e antisséptico. • Anti-inflamatório.


• Cicatrizante.

PRECAUÇÕES:

• Evitar contato dos eletrodos com líquidos • Retirar adornos de metais.


inflamáveis. • Higiene dos eletrodos: álcool 70%.
INDICAÇÕES:

• Desinfecção pós-extração de comedões. • Acne.


• Tratamentos capilares em casos em que se • Pós-depilação.
deseja o aumento da circulação local ou a • Na cicatrização de lesões abertas.
redução da seborreia.

CONTRAINDICAÇÕES

• Portadores de marca-passo cardíaco. • Regiões que apresentam manchas ou


• Gestantes. nevos de coloração e espessura alteradas.
• Alterações de sensibilidade. • Utilização em regiões onde a pele esteja
• Aplicação em locais onde existem próteses úmida, com produtos que contenham
metálicas. substâncias inflamáveis.
• Neoplasias.

ELETRODOS

Existem três técnicas de aplicação do aparelho de alta frequência: aplicação direta, aplicação a distância e
aplicação indireta.
“Efluviação ou aplicação direta do eletrodo sobre a pele realizando deslizamento; faiscamento ou aplicação
à distância, com eletrodo a milímetros da pele que produz uma grande diferença de potencial entre este e a pele,
tornando o ar um condutor de eletricidade; e saturação ou aplicação indireta com eletrodo em forma de barra
metálica, o qual a pessoa tratada segura o porta-eletrodo e o eletrodo durante o tratamento.” (HIGA et al., 2007,
p. 6)
Os eletrodos estão desenhados de forma que possam se adaptar à zona do corpo tratada. Eles são denominados
como: eletrodo standard, esférico, forquilha, fulgurador e saturador e pente. Cada eletrodo é utilizado para um
fim terapêutico, de acordo com o local e a disfunção estética que necessitará de tratamento. As formas de
aplicação variam conforme o eletrodo a ser trabalhado, por exemplo, os eletrodos standard e esférico são
aplicados diretamente sobre a pele do paciente, realizando movimentos circulares e deslizamentos, sem deixar
parado, porque facilita o deslizamento. O esteticista pode utilizar um tônico sem álcool na pele e realizar, logo
na sequência, a aplicação da alta frequência. Alguns profissionais utilizam a gaze, abrindo este material,
posicionando-o sob a face do paciente e realizando sobre ele a aplicação da alta frequência, porém vale ressaltar
que o ideal é que o eletrodo seja mantido diretamente na pele, para que os efeitos terapêuticos sejam garantidos
ao cliente.
Já o eletrodo fulgurador ou cauterizador é utilizado em lesões pontuais, como tratamento de acne ativa, por
exemplo, quando é necessário manter uma distância mínima entre o eletrodo fulgurador e a pele do paciente,
para que ocorra o faiscamento, como apresentado na figura a seguir.
O eletrodo saturador é utilizado no faiscamento indireto, sendo o único usado como cosmético, pois sua
propriedade aumenta a vascularização da pele. Muito empregado na massagem. A forma correta de aplicação é
oferecer ao cliente que segure com uma mão o porta-eletrodo, e com a outra, o eletrodo de vidro. É o único
eletrodo da técnica que é considerado de aplicação indireta, pois não é aplicado diretamente sob a pele.
Desta forma, toda a corrente será transmitida pelo corpo do paciente, portanto, independentemente do local
do corpo a ser tocado, ele sentirá a corrente sendo transmitida no local. Por isso, esta técnica é muito utilizada
quando o intuito é a permeação de ativos na pele, pois, além do estímulo à vasodilatação, temos a concentração
aumentada no local de aplicação da energia eletromagnética, favorecendo a permeação dos ativos.
O eletrodo pente é utilizado para tratamentos capilares, com o intuito de melhorar a circulação, bactericida e
fungicida, e estímulo ao crescimento capilar. Já o eletrodo forquilha, devido ao seu formato, é facilmente
acoplado na região do pescoço, local comum de foliculite por causa da quantidade de pelos nesta região em
homens.
Com relação ao tempo e à intensidade, a aplicação varia de 3 a 5 minutos, podendo chegar a 10 minutos. A
intensidade varia de acordo com o máximo de faiscamento e/ou luminosidade do eletrodo, associado ao conforto
e à tolerância do cliente.

PARTE 04: OZONIOTERAPIA

AFINAL, O QUE É OZÔNIO?


O ozônio é um gás instável, que possui uma molécula formada por três átomos de oxigênio, unidos por
ligações simples e duplas. Ele é um gás produzido naturalmente na natureza, formado na estratosfera em
pequenas quantidades pela ação da radiação ultravioleta do sol sobre o oxigênio.
A OZONIOTERAPIA é a administração em diferentes vias de baixas doses de ozônio em sua forma de gás,
com o objetivo de modular a maioria das funções protetoras das células, principalmente a nível mitocondrial.
O OZÔNIO não é um remédio, e sim um agente condicionador, que ativa um sistema de sinalização que
ajuda o corpo a curar por conta própria.
Em 1785, houve a primeira menção da molécula de ozônio pelo físico holandês Martinus Van Marum, ao
perceber um odor peculiar que era gerado perto das máquinas eletrostáticas. Seguindo esta mesma linha, em
1840, o pesquisador químico Christian Friedrich Schoenbein observou um odor característico quando o oxigênio
era submetido a uma descarga elétrica, chamando-o de “ozein”, que, em grego, significa “aquilo que cheira”.
Logo depois, em 1857, inventou-se o primeiro protótipo de ozônio. Anos após, utilizou-se pela primeira vez o
ozônio com finalidades terapêuticas em saunas a vapor em território americano, pelo médico John Harvey
Kellog.
Na Primeira Guerra Mundial, a ozonioterapia foi utilizada para tratar feridas, pé de trincheira, gangrena e os
efeitos do gás venenoso, sendo que, no século XIX, foi publicado nos EUA um livro listando 114 doenças e
como tratá-las com ozonioterapia.
Há pouco tempo, a ozonioterapia é utilizada em diversos tratamentos na área de estética, sendo eles faciais,
corporais e capilares.

EFEITOS BIOLÓGICOS
VÁRIOS SÃO OS EFEITOS CAUSADOS PELA OZONIOTERAPIA, DENTRE ELES:

• Estimula a síntese de enzimas • Efeito bactericida, vermicida, fungicida,


antioxidantes intracelulares; virucida e virustático;
• Regula o metabolismo e as funções • Libera fatores de crescimento;
hepáticas, renais e tireoidianas; • Modula a cascata inflamatória;
• Otimiza a liberação de oxigênio nos • Libera óxido nítrico, causando
tecidos; vasodilatação;
• Efeito lipolítico; • Modula o sistema imunológico;
• Melhora a drenagem linfática.

MECANISMO DE AÇÃO

O ozônio melhora a oxigenação e o metabolismo do corpo (PINO et al., 1999), tem efeitos bactericida,
fungicida e viricida e melhora a circulação sanguínea (GUERRA et al., 1999).
A flexibilidade dos eritrócitos é aumentada pelo tratamento com ozônio, pois facilita a passagem deles pelos
vasos capilares, garantindo um melhor suprimento de oxigênio tecidual (LEITE, 1999). Também reduz a adesão
plaquetária e atua como analgésico, anti-inflamatório e estimulante do sistema retículo-endotelial
(HERNÁNDEZ; GONZÁLEZ, 2001).
Devido à capacidade antioxidante potente do sangue, parte da dose de ozônio dissolvido no plasma é
imediatamente neutralizada por antioxidantes livres (ácido úrico, ácido ascórbico, glutationa reduzida – GSH,
cisteína e albumina), enquanto o restante do ozônio reage com os ácidos graxos poliinsaturados (AGPI),
continuando a reação dele com o sangue (TRAVAGLI et al., 2010). A alta reatividade do ozônio faz com que as
reações bioquímicas ocorram em poucos segundos quando em contato com o sangue (BOCCI; ZANARDI;
TRAVAGLI,2011).

PARTE 05: EFEITOS FISIOLÓGICOS

EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO

Substâncias, como ácido araquidônico em prostaglandinas, participam do desenvolvimento e da sustentação


do processo inflamatório. O ozônio tem a capacidade de oxidar os compostos, contendo ligações duplas destas
substâncias, garantindo o efeito anti-inflamatório.

BACTERICIDA, FUNGICIDA E VIRUCIDA

O ozônio pode destruir todos os tipos de bactérias, vírus, fungos e protozoários, sendo as bactérias gram-
positivas e os vírus que possuem uma bicamada lipídica particularmente mais sensível à oxidação.
ANTIOXIDANTE

As ações pró e antioxidante são os principais efeitos da ozonioterapia sistêmica, que é realizada através de
sua ação sobre as membranas celulares para equilibrar os níveis de produtos de peroxidação lipídica e do sistema
de defesa antioxidante. Em resposta ao ozônio, ocorre o aumento compensatório na atividade das enzimas
antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase e glutationa peroxidase.

EFEITO ANALGÉSICO

O efeito analgésico é causado pela normalização do sistema antioxidante e, consequentemente, pela


diminuição da quantidade de produtos moleculares tóxicos da peroxidação lipídica nas membranas celulares,
além da oxidação dos produtos da albuminose, os chamados oligopeptídeos, agindo nas terminações nervosas
do tecido danificado, determinando a intensidade da resposta à dor.

EFEITO DE DESINTOXICAÇÃO

Ocorre correção e ativação de processos metabólicos nos tecidos hepático e renal, assegurando a principal
função de neutralização e evacuação dos compostos tóxicos dos órgãos.

EFEITO IMUNOMODULADOR

Devido à ação de ozonídeos nas membranas das células fagocitárias, como monócitos e macrófagos, estes
estimulam a síntese de citocinas. As citocinas contribuem para ativação adicional do sistema de defesa e, além
disso, ativam a imunidade celular e humoral.

INDICAÇÕES:

• Acne; • Papada;
• Celulite; • Obesidade e emagrecimento;
• Estrias; • Podologia;
• Gordura localizada; • Rugas de envelhecimento;
• Microvasos; • Flacidez tissular;
• Fibrose; • Tricologia.
• Cicatriz e queloide;

CONTRAINDICAÇÕES:

• Deficiência de glicose 6-fosfato • Anemia grave;


desidrogenase (favismo); • Início da gravidez;
• Hipertireoidismo descompensado; • Trombocitopenia;
• Ferro sérico livre alto; • Patologias com alto estresse oxidativo.
• Hiv tardio;

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO:

• Bag; • Hidrozonioterapia;
• Água ozonizada; • Cupping;
• Óleo ou creme ozonizado; • Bandagem;
• Subcutânea; • Vapor ozonizado;
• Retal; • Alta frequência.
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ASSIMILE

Na ozonioterapia, existem concentrações de placebo terapêuticas e tóxicas. As indicações terapêuticas para


o uso do ozônio estão baseadas no conhecimento de que baixas concentrações de ozônio podem desempenhar
funções importantes dentro da célula. Por isso, atualmente, aceitam-se concentrações que variam de 5-60 µ g/ml.
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REFLITA

Você sabia que a ozonioterapia pode ser utilizada na pele no processo de envelhecimento e melhora das rugas?
Uma mistura de ozônio e oxigênio e/ou óleo vegetal ozonizado pode ser administrada de forma intracutânea, de
uma a duas vezes na semana.
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EXEMPLIFICANDO

A via inalatória está absolutamente proibida, por ser altamente tóxica. As características anatômicas e
bioquímicas do pulmão fazem que este sejam extremamente sensível aos danos oxidativos do ozônio.
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Conseguiu compreender a importância destas técnicas para o tratamento das diversas disfunções estéticas
faciais e corporais? Vários efeitos são causados pelo uso da ozonioterapia, sendo estes bactericida, fungicida,
virucida, anti-inflamatório, analgésico e desintoxicante, os quais são importantes na melhora das disfunções
estéticas. Além disso, atende muito bem as exigências do mercado estético, por ser um equipamento que garante
resultados satisfatórios ao cliente quando aplicado corretamente, por isso a importância do conhecimento
aprofundado da técnica.

PARTE 06: CONCLUSÃO

Ozônio é uma molécula composta por três átomos de oxigênio que se forma quando as moléculas de oxigênio
se rompem devido à radiação ultravioleta ou descarga elétrica. O ozônio usado em medicina é produzido a partir
de uma máquina (gerador), da qual se obtém uma mistura oxigênio-ozônio, normalmente constituída por 98%
de O2 e somente 0,18 a 2% de O3 (4 a 43 microgramas/ml). Duplas ligações de aminoácidos e lipídios formam
peróxidos (ozonídeos), e através de oxidações intracelulares realizam várias funções desejáveis.
Na celulite, a ozonioterapia melhora a circulação sanguínea, melhora a oxigenação no local, ativa enzimas
antioxidantes e otimiza o ciclo de Krebs, aumentando 40% ATP celular. Logo, a ozonioterapia é um tratamento
excelente para estimulação mitocondrial. Além disso, esse tratamento apresenta efeito no tecido adiposo,
contribuindo para o processo de lipólise. O ozônio desenvolve interação com as duplas ligações de ácidos graxos
insaturados na camada fosfolipídica da membrana eritrocitária, aumentando a sua deformação.
Desta forma, reduz a viscosidade sanguínea e aumenta a produção de 2,3-difosfoglicerato, responsável pela
transferência de oxigênio da hemoglobina para os tecidos com melhor perfusão e transporte ao longo dos leitos
vasculares.
O ozônio tem ação anti-inflamatória, reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias, imunoglobulinas
e mediadores inflamatórios. A maioria das doenças e disfunções estéticas se baseia no funcionamento inadequado
da mitocôndria celular, favorecendo as desordens estéticas. Quando utilizado de maneira complementar, o ozônio
medicinal não só contribui para os efeitos esperados nos tratamentos primários, como também age diretamente
na cura das disfunções que comprometem a energia das células.
A forma de aplicação em celulite pode ser através do uso de bag associado à massagem com ventosa por 15
a 20 minutos em cada região, podendo utilizar o óleo de girassol ozonizado como meio deslizante. Após, seguir
com drenagem linfática com o mesmo óleo. O tratamento pode ser realizado duas vezes na semana, com pacote
de 10 sessões. O efeito alcançado é conservado por 4 a 6 meses. Após 2 ou 3 meses, as sessões de manutenção
podem ser realizadas uma vez por mês
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UNIDADE 4 / AULA 2: ELETROCAUTÉRIO E JATO DE PLASMA

PARTE 01: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você aprenderá sobre a utilização do eletrocautério e jato de plasma.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever o funcionamento do jato de plasma;
• Explicar como é aplicado o eletrocautério;
• Esclarecer efeitos terapêuticos do jato de plasma.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

Olá, estudante!
Em algum momento, você deve ter ouvido falar sobre o jato de plasma. É uma tecnologia recentemente
introduzida na área de estética, portanto há necessidade de mais estudos científicos direcionados a ela. O plasma
tem indicações em diferentes áreas da saúde e em algumas outras, como: biológica, médica, odontológica,
veterinária e industrial. Esse recurso é utilizado nos tratamentos de doenças de pele, cirurgias e, atualmente, na
área da estética, com o objetivo principal de rejuvenescimento da face. Há várias facetas da sua aplicação que
são divulgadas diariamente em redes sociais, tanto para flacidez tissular quanto como recurso para técnica de
blefaroplastia, além da prática em lesão elementar.
Quando abordamos sobre lesão elementar, denominamos todas as alterações que ocorrem no tegumento
cutâneo ocasionadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos e metabólicos, os
quais são classificados de acordo com a morfologia, a textura, a cor e o tamanho (LEONE, 2018). Quanto a essas
lesões elementares, temos as primárias e as secundárias.
Na prática clínica, o mais comum é encontrarmos lesões elementares primárias, por exemplo, mácula, nódulo,
pápula, bolha, pústula e tecido neoplásico. O importante é saber que devemos analisar de forma criteriosa cada
lesão, pois algumas estão dentro do nosso âmbito de tratamento, e outras, não. É aqui que entra o jato de plasma,
elencado por muitos como recurso terapêutico para melhora da estética da pele, sendo que, em muitos casos, não
é estética. E se não é estética, não é liberado para nossa atuação tratar lesões que só competem aos médicos
especialistas, pois não possuímos instrumentos de avaliação para detecção de malignidade, além de não termos
respaldo nem aval para tal ato.
Portanto, estudante, muito cuidado quando realizar a avaliação e não souber ao certo do que se trata, pois
poderá aplicar um tratamento que causará uma lesão na pele, sem ter a noção de suas consequências para o
paciente.
Paciente do sexo feminino, 47 anos de idade, com queixa de manchas senis no dorso das mãos. Não se
adaptou aos outros tratamentos, como peelings e laser, pois sentiu um desconforto intenso após a aplicação deles
e dificuldades na cicatrização pós-procedimentos. Encontrou pesquisas na internet sobre tratamento de
eletrocautério para manchas hipercrômicas e se interessou pelo resultado postado.
Procurou saber melhor sobre a técnica e descobriu que ela apresenta o princípio da eletrocirurgia, que se
baseia na passagem de uma corrente elétrica de alta frequência pelos tecidos, a qual é produzida por um gerador
e liberada através de um eletrodo ativo, percorre o corpo do paciente e sai através de um eletrodo neutro ou
dispersivo (placa de dispersão). Ao encontrar a resistência do tecido humano, essa corrente elétrica é
transformada em calor. Vários efeitos terapêuticos, seja de corte ou de coagulação, podem ser alcançados,
dependendo da aplicação do calor. Tais efeitos dependem da resistência dos tecidos, do tempo da exposição, da
superfície exposta e da densidade da corrente elétrica.
A paciente procurou a clínica de estética para realizar a avaliação. Após completa anamnese, verificou-se que
ela se encontrava apta para o procedimento, não apresentando nenhum problema de saúde. Foi classificada pela
Escala de Fitzpatrick em fototipo IV e não trabalha exposta ao sol. Realizou-se o registro fotográfico, assim
como a assepsia da área com sabonete e clorexidina 2% e a marcação das áreas a serem trabalhadas. Após a
aplicação, aplicou-se o LED vermelho, com o intuito de estimular a cicatrização por 30 segundos em cada região
da face.
Qual explicação você daria a esta cliente sobre os efeitos do LED vermelho após a aplicação de
eletrocautério para estímulo de cicatrização?

Quer conhecer mais sobre esta técnica? Convido você a se aprofundar neste assunto, que é de interesse de
muitos profissionais da área. Você terá a oportunidade de conhecer melhor esta técnica, que garante bons
resultados clínicos.

PARTE 02: EQUIPAMENTO DE JATO DE PLASMA

Iniciamos com o seguinte questionamento: o que é plasma? Ouvimos muito sobre plasma como a substância
que se refere ao líquido presente no sangue, constituída por fatores de crescimento. Mas, será que é sobre isso
que estamos nos referindo nesta aula quando falamos de tratamento estético? Não! Neste caso, é o equipamento
de jato de plasma, que é um recurso de eletroterapia inovador de alta tecnologia. O plasma é caracterizado como
o quarto estado físico da matéria, ou o estágio mais energético depois do estado gasoso. No nosso cotidiano,
ouvimos com mais frequência sobre três estados de agregação da matéria, que são o sólido, o líquido e o gasoso.
Vamos tentar compreender de uma forma mais simples: para que se forme o plasma, deve ocorrer um
aquecimento em altas temperaturas da matéria no estado gasoso. Quando isso acontece, as moléculas do gás se
rompem, formando átomos livres, ganhando e perdendo elétrons e gerando íons. Resumindo, plasma é um gás,
com uma parte de sua composição formada por moléculas ionizadas, elétrons livres e espécies reativas, como
nitrogênio e oxigênio, os quais são importantes por produzirem efeitos sobre os tecidos através de reações
químicas e térmicas. Ele tem a capacidade de ter ação na membrana celular e reequilibrar o potencial elétrico,
trazendo homeostasia celular, favorecendo o estímulo de produção de colágeno e fibras elásticas e melhorando
as queixas comuns relacionadas ao envelhecimento cutâneo.

JATO DE PLASMA

Em algum momento, você deve ter ouvido falar sobre plasma nos tratamentos estéticos. Há alguns anos, o
jato de plasma e o eletrocautério são temas de congressos, palestras e cursos, pois através destas técnicas é
possível melhorar os sinais do envelhecimento. Para que você compreenda melhor sobre isso, primeiramente,
abordaremos o conceito de plasma.
Toda matéria que existe no mundo encontra-se em estado sólido, líquido, gasoso ou plasma. Quando falamos
em plasma, este é considerado o quarto estado da matéria. Os outros três são o líquido, representado pela água;
o sólido, representado pelo gelo; e o gasoso, representado pelo vapor. O plasma possui características similares
ao gás, porém tem em sua constituição partículas carregadas eletricamente, ou seja, são íons e elétrons livres,
enquanto os gases são moléculas geralmente sem carga, formadas por prótons, nêutrons e elétrons.
No Brasil, o jato de plasma é utilizado na área da estética para auxiliar no clareamento de melanoses, reduzir
as rugas e a flacidez e remover verrugas e pequenos sinais (HOCHHEIM, 2018). É importante salientar que
ainda não se encontram disponíveis informações científicas suficientes sobre o modo de aplicação, os benefícios
e os cuidados referentes a essa técnica. É necessário também verificar sobre qual tipo de lesão será aplicado o
jato de plasma, para que não haja remoção de sinais de pele que sejam de cunho médico-dermatológico.
CARACTERÍSTICAS GERAIS

O jato de plasma é um equipamento que produz um faiscamento causado por uma corrente elétrica de alta
voltagem. Essa corrente acaba ionizando o ar atmosférico, produzindo, assim, a pluma de plasma. Apesar de
existir o plasma frio (não lesivo), ainda prevalece o plasma quente (lesivo), o qual, no momento, é o mais
utilizado na área da estética (JAHARA, 2019). Ele tem como efeito local o aumento da temperatura da pele em
até 140 °C e pode ter um efeito terapêutico no local de aquecimento tecidual, e até mesmo uma “queimadura”,
mais popularmente conhecida como carbonização local. É importante ter em mente que a lesão que será causada
dependerá da avaliação e do quadro clínico, por isso, é importante que a análise seja feita por um profissional
formado, que entende do assunto.
A avaliação deve conter todo o passo a passo, iniciando pelos dados pessoais. Em seguida, a anamnese, que
é a parte da queixa principal, de extrema importância para o direcionamento da conduta terapêutica, pois é uma
etapa da avaliação que se deve ter total atenção, pois é neste momento que questionaremos sobre o estilo de vida,
os cuidados pessoais, o sono, o estresse, as doenças pré-existentes e outros dados que são relevantes para um
bom tratamento estético. Por fim, a avaliação da face da cliente, quando serão analisados textura, coloração e
lesões na pele, além de flacidez tissular, muscular e rugas.
Observamos que a avaliação ainda é uma dificuldade de muitos profissionais da área, o que dificulta a
indicação correta do equipamento, além de resultados ineficazes.

TIPOS DE PLASMA

Existem dois tipos de plasma: o direto e o indireto. A tecnologia mais utilizada é a fonte de plasma da “barreira
dielétrica” (plasma direto). Plasmas indiretos são produzidos entre dois eletrodos e transportados para a área de
aplicação arrastada em um fluxo de gás. Existem diferentes dispositivos, desde “agulhas de plasma”, as quais
são muito estreitas, até “tochas de plasma”, que são maiores (JAHARA, 2019).

PARTE 03: ELETROCAUTÉRIO

O equipamento de eletrocautério transforma a corrente elétrica de baixa frequência em corrente de alta


frequência, seguindo o princípio do bisturi elétrico, mas aperfeiçoado para remoção superficial do tecido (sem
cortes), para ser utilizado de forma segura por profissionais da área de estética (SCARPIN, 2019).
Quando falamos sobre cauterização, este é um termo usado para descrever o ato de queimar parte do corpo
humano para remover ou fechar alguma região. A tecnologia do eletrocautério baseia-se na cirurgia elétrica, que
tem por objetivo destruir e remover o tecido por meio da aplicação de uma descarga elétrica. No caso, o
equipamento utilizado para os tratamentos estéticos apresenta a tecnologia do eletrocautério, com a finalidade
de remover superficialmente o tecido, sendo inaplicável para fins de cortes de tecidos ou estancamento de
sangramento de pequenos vasos.

EQUIPAMENTOS EXISTENTES
No mercado, existem alguns modelos de aparelhos que emitem plasma, mas o que predomina são os aparelhos
de eletrocautérios, os quais possuem apenas efeito térmico similar e, em relação ao investimento, acabam sendo
mais baratos (HOCHHEIM, 2018).

TIPOS DE APARELHO

Você, enquanto profissional da área de estética, precisará de um equipamento capaz de ser gerador de plasma.
É importante que se atente às diferenças que existem entre os aparelhos disponíveis no mercado, pois alguns
possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e outros, não. Isso é um dado importante
quando o profissional quer investir em um equipamento com respaldo técnico e científico.

JETT PLASMA JETT PLASMA MEDICAL


- Capaz de gerar plasma. - Possui potência maior de 1,8 W/cm².
- INDICADO: Para redução de rugas finas e - INDICADO: Para tratamento de pequenos vasos,
rejuvenescimento, utilizando níveis de energia de 01 verrugas, lesões pigmentares, fibromas,
a 05, com potência máxima de 0,9 Watts. hemangiomas, xantelasma, siringonas, diminuição de
cicatrizes e estrias, sendo capaz de produzir efeito de
blefaroplastia sem cortes, além de tratar rugas
superficiais e profundas
NEW SKIN DERMECLEAN
- Aparelho de eletrocauterização que promove - Apresenta 02 versões, a essencial e a revival.
eletroabrasão. - A ESSENCIAL realiza a cauterização ideal para
- Emite corrente pulsada e oferece excelentes corrigir pigmentos de sobrancelha ou maquiagem
resultados para diminuir rugas, linhas de expressão, definitiva, além de melanoses, trabalhando
efeito lifting, estrias, manchas e melanoses solares e pontualmente nos locais desejados.
corrigir pigmentação de sobrancelhas. - Já a versão REVIVAL é mais completa possuindo
- Possui, em seu aparelho, um emissor de fototerapia caneta aplicadora para rejuvenescimento e tratamento
vermelha para finalização dos tratamentos, de estrias.
acelerando o processo de cicatrização

PONTEIRAS

No mercado, existem vários fabricantes de equipamentos, tanto de jato de plasma quanto de eletrocautérios,
que tiveram a necessidade de criar ponteiras de diferentes formatos de acordo com as áreas tratadas. Dependendo
do tipo de ponteira, verificou-se, na terapêutica do dia a dia, que algumas mais finas (tipo agulha) concentram
mais energia em comparação às maiores (em forma de disco). Por conta disso, essas ponteiras têm um maior
poder lesivo em comparação às maiores, que, em nossa análise com nossos pacientes, possui um efeito tipo
radiofrequência.
PONTEIRA ESFÉRICA: formato similar a um cogumelo, é considerada a menos agressiva. Aplicada
diretamente na pele seca, causa uma leve hiperemia. Essa técnica consiste em promover um esfregaço na pele
com a ponteira esférica, proporcionando uma esfoliação superficial, retirando camada córnea. Além disso, é
possível estimular e aumentar a permeabilidade da membrana celular, aumentando consideravelmente a absorção
dos ativos presentes nos dermocosméticos.

PONTEIRA L: é menos agressiva, realiza maior estimulação, trabalha maior área de contato, faz peeling
elétrico superficial, porém sem a necessidade de anestésico, e ocorre permeação seca.

Ponteiras M e G: realiza pontilhamento e carbonização leve. Ocorre agressão e estimulação moderadas,


causando processo inflamatório terapêutico leve.

Ponteiras XP, PP e P: para pontilhamento de carbonização. Ocorre processo inflamatório, com regeneração
do tecido. Melhora manchas e linhas de expressão, além atuar na de despigmentação de sobrancelhas.

TÉCNICAS

As técnicas mais utilizadas na harmonização facial com o eletrocautério são: esfregaço e/ou estimulação com
a ponteira esférica e fulguração com a ponteira XP.
Técnica de fulguração/pontilhamento: a técnica de fulguração/pontilhamento utiliza a corrente elétrica
emitida pelo equipamento de eletrocautério. Para que ocorra o efeito desejado, é necessário o uso da ponteira
XP, que ficará próxima ao tecido, com uma distância mínima de 1 a 2 milímetros. O objetivo é causar um efeito
térmico na pele, provocando uma lesão tecidual. Como toda e qualquer lesão no tecido, terá indução de processo
inflamatório e de estímulo à cicatrização. A partir deste momento, a pele produzirá colágeno, melhorando os
sinais do envelhecimento. É importante se atentar à intensidade de aplicação, visto que uma menor área apresenta
uma maior intensidade de corrente elétrica, ou seja, quanto menor a ponteira utilizada no equipamento, maior é
a intensidade de corrente elétrica no local de aplicação.

Técnica de estimulação com a ponteira esférica: consiste em promover um esfregaço na pele seca com a
ponteira esférica, até provocar uma leve hiperemia na sua superfície. Essa técnica promove uma esfoliação,
retirando toda camada córnea, além de estimular e aumentar a permeabilidade da membrana celular, aumentando
consideravelmente a absorção dos ativos presentes nos dermocosméticos.

PARTE 04: JATO DE PLASMA E BIOSSEGURANÇA

As medidas de proteção individuais dos profissionais são importantes, independentemente da técnica a ser
realizada, porém, em especial, no jato de plasma, o profissional deve manter o máximo de segurança durante a
aplicação, pois esse procedimento gera uma lesão na pele, a quais fica mais suscetível a contaminações, se não
forem seguidas corretamente as medidas de segurança tanto do profissional quanto do cliente. Para evitar
contaminação por microrganismos, alguns itens são indispensáveis na técnica, como:

• Touca descartáveis;
• Luvas, • Jaleco, se possível, em TNT descartável;
• Máscara • Assepsia de superfícies com álcool 70%.

INDICAÇÕES

Despigmentação da pele (removendo manchas/melanoses solares e de micropigmentação);


Pigmentação em casos de leucodermias (manchas brancas da pele decorrentes do excesso de exposição solar);
Curetagem (remoção superficial de pele) em procedimentos estéticos para limpeza superficial da pele;
Rejuvenescimento facial (tratamento de rugas e linhas): indução do processo inflamatório e cicatricial,
gerando aumento de colágeno na pele;
Tratamento de estrias e cicatrizes: indução do processo inflamatório e cicatricial, com consequente
restruturação das fibras de colágeno na pele.

AVALIAÇÃO DO PACIENTE

A avaliação da pele deve ser um item a ser realizado. A partir dela, é possível indicar ou até mesmo
contraindicar alguns procedimentos, além disso, para que o resultado seja satisfatório, torna-se indispensável.
Não existe tratamento estético sem avaliação inicial. Dentre os itens a serem investigados para esta técnica, estão:
fototipo de pele ( WOLFF et al., 2019), tipos de pele, ciclo de renovação celular, grau de envelhecimento cutâneo,
alergias e estilo de vida, doenças pré-existentes, processo de cicatrização, entre outros (AZULAY; AZULAY,
1999).
Realizada a avaliação e confirmada a necessidade e indicação do tratamento com jato de plasma, inicia-se o
processo com a higienização da pele, considerando sempre o tipo de pele; em seguida, caso seja necessário,
aplica-se um anestésico tópico para conforto da paciente durante o procedimento; após, escolhe-se a ponteira a
ser utilizada e programa-se a intensidade. Para estímulo da cicatrização, alguns profissionais utilizam o LED
vermelho.
É importante o profissional orientar seu paciente corretamente após o procedimento, enfatizando os cuidados
necessários, como usar protetor solar e evitar exposição ao sol.
______
ASSIMILE

Existem vários efeitos do plasma na pele. Na área da estética, o mais interessante é que ele tem efeito
bactericida, tipo alta frequência e efeito térmico leve, aumentando a temperatura da pele em até 10%, o que causa
um efeito de aquecimento muito parecido com alta frequência. Isso causa microlesões e até mesmo lesões mais
graves. No caso destas, é utilizado muito por médicos para retirada de sinais ou anormalidades na pele.
______
REFLITA

O plasma favorece a penetração de alguns ativos, pois, durante o contato da pele com ele, as estruturas de
barreira do estrato córneo se alteram, e os corneócitos ficam mais afastados, permitindo que as substâncias
aplicadas de forma tópica e apropriada penetrem com sucesso.
______
EXEMPLIFICANDO

A aplicação tanto do plasma quanto do eletrocautério pode ser realizada de forma pontual ou em varredura.
A forma de aplicar dependerá do tamanho da área, do tamanho da ponteira e da necessidade terapêutica.
______
Conseguiu compreender a diferença entre jato de plasma e eletrocautério? Ambos os procedimentos
apresentam resultados satisfatórios em relação ao rejuvenescimento e a lesões elementares. O que diferencia um
profissional do outro será sempre o olhar clínico e o cuidado no momento da avaliação e do tratamento,
almejando ao máximo a segurança do paciente e o resultado sem comprometimento da saúde.

PARTE 05: CONCLUSÃO

O LED é um equipamento de fototerapia que possui grande potencial terapêutico devido à sua capacidade de
estimular a produção de colágeno. Além disso, tem efeitos fotobio moduladores, estimulando a síntese de ATP
celular, fornecendo energia necessária a nível mitocondrial, para que a célula responsável pelo processo de
cicatrização estimula o colágeno na pele, restaurando o processo inflamatório instalado e, consequentemente, a
lesão tecidual.
A partir de então, é possível verificar melhora nos sinais de envelhecimento da pele, atenuação das rugas e
contração dos tecidos, o que promove rejuvenescimento celular e tecidual. Vale ressaltar também a importância
do LED como terapia, uma vez que sua ação intracelular não acarreta danos e proporciona resultados semelhantes
ao laser de baixa intensidade, a um preço mais acessível. Portanto, há a necessidade de mais estudos relacionados
ao uso dos emissores de diodo junto ao eletrocautério, porque os que já existem relatam que é possível observar
discreta melhora na regeneração tecidual na região onde foi aplicado o LED comparado com o lado que não foi
irradiado.
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UNIDADE 4 / AULA 3: CARBOXITERAPIA
PARTE 01: INTRODUÇÃO DA AULA

QUAL É O FOCO DA AULA?


Nesta aula, você aprenderá sobre sobre a utilização de carboxiterapia.

OBJETIVOS GERAIS DE APRENDIZAGEM


AO FINAL DESTA AULA, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:
• Descrever o tratamento adequado para as disfunções estéticas faciais e corporais;
• Explicar como o profissional habilitado poderá executar o procedimento;
• Analisar a possibilidade do uso de anestésico tópico para realização da técnica de carboxiterapia.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

Olá, estudante!

Para finalizar, sobre outras tecnologias, abordaremos a carboxiterapia, a qual é um recurso utilizado para o
tratamento de disfunções estéticas faciais e corporais, liberado para médicos, fisioterapeutas e biomédicos. É
considerado um procedimento estético injetável, no qual se administra o gás carbônico medicinal de alta pureza
(99,9% de pureza), portanto o profissional que utilizará este recurso para compor os protocolos de tratamento
estético deverá ficar atento a essa informação. Essa técnica é utilizada na medicina há mais de 10 anos em
procedimentos cirúrgicos, os quais usam doses elevadas, e é reconhecida cientificamente desde 1953, em estudos
sobre o tratamento de arteriopatias periféricas, insuficiência venosa, úlceras de membro inferiores, psoríase, entre
outros.
Como qualquer técnica, exige um profissional habilitado para executar o procedimento, pois precisa-se ter
conhecimento sobre as suas indicações, formas de aplicação e quantidade de gás administrado, considerando o
caso clínico do paciente. É uma técnica segura, desde que seja aplicada corretamente. É de fácil aplicação e baixo
custo operacional, porém, na prática clínica, é comum verificar uma resistência da maioria das pessoas por esse
tratamento, pois é considerado desconfortável. Esse desconforto é variável, visto que depende da sensibilidade
do cliente e da forma de aplicação, lembrando que, quanto mais superficial a introdução da agulha na pele, maior
o desconforto.
Muitos estudantes questionam a possibilidade do uso de anestésico tópico para realização da técnica, mas é
importante frisar que não há contraindicação para amenizar a dor do paciente, porém esta é referente ao fluxo de
gás que está sendo administrado, e não à introdução da agulha na pele.
É um excelente recurso de eletroterapia, com a capacidade de aumentar o fluxo sanguíneo e,
consequentemente, estimular a produção de colágeno, que é importante no tratamento de várias disfunções
estéticas, como rugas, celulite, estrias, gordura localizada e flacidez tissular. Associado a outras tecnologias e até
mesmo à terapia manual, promove um efeito interessante na melhora circulatória local, sendo visível este efeito
no momento da aplicação pela hiperemia causada no local de aplicação.
Joana, 56 anos de idade, apresenta queixa de flacidez das pálpebras superiores e inferiores. É algo que a
incomoda bastante, porém não tem coragem de fazer cirurgia plástica, pois tem medo de fazer um procedimento
muito invasivo e apresentar complicações, além de não gostar do resultado. Ela frequenta uma clínica de
dermatologia, onde realiza tratamento de rejuvenescimento facial. Um dia, viu na televisão da clínica uma
propaganda sobre a técnica de carboxiterapia, a qual é uma das opções de tratamento oferecidas pela
dermatologista para rejuvenescimento desta região. A cliente ficou interessada na técnica e quis saber mais sobre
o procedimento, então agendou uma avaliação com a profissional.
No momento da avaliação, Joana questionou sobre como a técnica é realizada nesta região, a quantidade de
sessões necessárias para melhora do quadro, o fluxo e o volume que seria injetado em cada lado. Ela comentou
que viu uma reportagem na internet, na qual uma paciente ficou com o olho bem inchado após a carboxiterapia
e demorou alguns dias para ele desinchar.

O que pode ter acontecido neste caso?


É comum, após a técnica, o olho ficar com a presença de inchaço durante vários dias?
Há algo que pode ser feito no momento da aplicação que diminui esse risco?
Observou que cada recurso estético abordado promove efeitos fisiológicos específicos em células e tecidos?

A partir deste momento, lembre-se sempre de que, quando manuseamos qualquer recurso de eletroterapia,
estamos agindo na fisiologia humana, por isso, é importante se atentar à técnica e nunca deixar de estudar e se
aprofundar no mecanismo de ação de cada aparelho. Quer ter sucesso em seus tratamentos estéticos? Então,
nunca pare de estudar!

PARTE 02: TÉCNICA DE CARBOXITERAPIA

A técnica de carboxiterapia, apesar de ser um tratamento novo na área da estética, é utilizada desde o início
do século XX na medicina, com o objetivo de melhorar lesões vasculares. Foi na França, em 1932, na estação
térmica de Royat, em Siena, que se iniciou sua aplicação em pacientes com quadros de arteriopatia periférica,
úlceras diabéticas e vasculares, feridas, queimaduras e dores crônicas.
O primeiro equipamento que fez uso de gás carbônico foi fabricado em 1953 e utilizado na área de
cardiologia, porém foi em 1990 que Belotti e colaboradores iniciaram o estudo da carboxiterapia no tratamento
do fibroedema gelóide. Esse estudo foi realizado no Instituto de Rabbi, onde a água era semelhante à água termal
da estação de Rabbi. A partir desse momento, houve um interesse maior sobre o uso do gás carbônico (CO2) em
disfunções estéticas, pois, como o CO2 promovia a melhora da circulação em pacientes com doenças vasculares,
poderia ser também um ótimo recurso para melhora das queixas mais comuns dos pacientes em clínicas de
estética.
No Brasil, esse recurso chegou, inicialmente, na área médica e, depois, foi introduzido na estética, pois
apresentava melhora dos parâmetros de circulação e da elasticidade cutânea e redução da adiposidade cutânea.

CARBOXITERAPIA
A carboxiterapia é uma técnica invasiva, porém não cirúrgica, que consiste em administrar pequenas doses
de gás carbônico medicinal com alto grau de pureza (99,9%), próprio para fins terapêuticos. Esse gás é
administrado por um dispositivo de controle de fluxo diretamente nas regiões a serem tratadas, com auxílio de
agulha de insulina, que é introduzida na pele em diferentes angulações, dependendo da disfunção estética a ser
trabalhada.
O gás carbônico é considerado um gás atóxico, não embólico, pois se expande rapidamente, presente
normalmente como parte do metabolismo de trocas gasosas. O tratamento na área de estética consiste em
aplicação subcutânea por meio de injeções hipodérmicas nas regiões afetadas, garantindo melhora da circulação
e aumento da oxigenação.

Para Borges (2010, um dos principais produtos do metabolismo celular é o ácido carbônico (H2CO3)
excretado através dos pulmões sob a forma de gás carbônico (CO2), o qual é transportado no sangue venoso até
os pulmões cerca de 200 ml/min no adulto em repouso, e 10x mais durante uma atividade física.
Quando o gás carbônico próprio para a técnica de carboxiterapia é administrado no local de tratamento, ocorre
o que denominamos de efeito Bohr, o que significa que a presença de CO2 nos capilares sanguíneos faz com que
a hemoglobina carregadora de oxigênio (O2) se ligue ao CO2 presente no local e libere o O2 para os tecidos.
Como consequência, há aumento de oxigenação e circulação no local, uma das principais características desta
técnica.

Quanto maior a quantidade de gás carbônico disponibilizada no tecido, mais hemoglobinas carreadas com
oxigênio chegarão por circulação sanguínea. Devido ao fato de a hemoglobina ter mais afinidade com a molécula
de CO2, ocorrerá liberação da molécula de O2 para os tecidos e captação da molécula de CO2, que será
transportada e eliminada pela expiração (BORGES, 2016).
Agora, reflita: quais disfunções estéticas há necessidade de aumento circulatório para melhora do quadro?
Praticamente, todas as disfunções estéticas necessitam de melhora da circulação local para que ocorra evolução
do quadro clínico estético, só devemos respeitar as contraindicações da técnica.

EQUIPAMENTO

O equipamento utilizado para carboxiterapia utiliza o gás carbônico medicinal, cujos fluxo (velocidade da
entrada de gás no organismo em ml/min) e volume (quantidade de gás injetado no local) são devidamente
controlados previamente, dependendo da disfunção estética a ser trabalhada. O que observamos na prática é que,
quanto maior a velocidade do fluxo e do volume injetados, maior o desconforto, porém isso não é regra, pois
cada paciente terá uma sensibilidade diferente ao tratamento. Os valores de volume total de CO2 infundido por
sessão variam de 600 ml a 1 litro, chegando a 3 litros, no máximo, nos casos de grandes depósitos de gordura
(BORGES, 2016).
Como todo equipamento utilizado para fins terapêuticos e estéticos, deve ter registro pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), garantindo a segurança ao profissional para sua utilização.
O aparelho liga-se ao cilindro de aço ou alumínio, com capacidades variáveis, de 700 g até 33 kg, regulado
por regulador de pressão de gás carbônico, conectado a uma sonda com um filtro. É inserida uma agulha pequena
de insulina e aplicada diretamente na pele do paciente, em diferentes planos, a depender da disfunção estética a
ser trabalhada.

Os planos de aplicação podem ser: plano mesoepidérmico ou superficial, plano dérmico ou médio e plano
hipodérmico ou profundo.

PARTE 03: INDICAÇÕES

FIBROEDEMA GELOIDE (FEG)

Para o tratamento do FEG, o plano de utilização da carboxiterapia é o hipodérmico (plano profundo), com a
implantação da agulha diretamente no tecido no plano subcutâneo. A agulha é inclinada em 45° e introduzida
diretamente na camada adiposa. Caso o paciente apresente pouca camada adiposa, pode-se introduzir a agulha
em uma angulação inferior. O recomendado é a utilização de fluxo alto, em torno de 150 ml/min a 180 ml/min.
A técnica estimula a circulação local e induz à lipólise e lise adipocitária, além de desfibrosagem profunda, uma
das principais características da fisiopatologia do FEG. Para reduzir o desconforto do cliente durante a aplicação,
realiza-se o pinçamento do local.
Nos casos de celulite com presença de traves fibróticas, recomenda-se a técnica de subcisão, que consiste na
marcação das traves fibróticas, ponto que há presença dos furinhos, onde é aplicada a técnica para haver
deslocamento da pele. A agulha ficará a 90° sob o ponto demarcado, com fluxo de 150 ml/min. O tratamento
pode ser realizado duas vezes na semana.

ESTRIAS

No tratamento de estrias, há eficácia comprovada na melhora da elasticidade cutânea com aumento e


reorganização das fibras elásticas e colágenas da pele. Além disso, há estudos que relatam melhora da textura e
firmeza da pele, bem como homogeneidade de coloração e relevo das estrias. Este fato deve-se ao aumento da
espessura da derme, devido ao estímulo de neocolagenase. Na prática clínica, a carboxiterapia deve ser feita
estria por estria, fazendo com que haja a infusão do gás em toda a extensão de cada uma. É observado que, após
a aplicação, a estria fica preenchida com o gás. O plano de aplicação é o mesoepidérmico, em que o bizel é
introduzido no leito da estria para promover o deslocamento rápido pela infusão do gás carbônico, mantendo o
bizel sempre posicionado para cima. O tempo entre as sessões deve ser de 15 a 21 dias, para formação e
maturação do colágeno.

GORDURA LOCALIZADA

No tratamento da gordura localizada, o CO2 promove a vasodilatação e o aumento da concentração de O2


na área tratada. Esse aumento da oxigenação leva ao aumento do metabolismo local, favorecendo a lipólise.
Além disso, a infusão de fluxos altos promove a ruptura das membranas dos adipócitos, conhecida como
carbolipólise. A carbolipólise ocorre também pela estimulação de barorreceptores, os quais liberam substâncias,
como bradicinina, serotonina, histamina e catecolaminas, que são responsáveis por estimular os receptores beta-
adrenérgicos, com ativação da adenilciclase, que promoverá aumento do AMPc, com ação direta na membrana
das células de gordura (BORGES, 2010).
O plano de tratamento para gordura localizada é o hipodérmico, com introdução completa da agulha s 45° ou
90°, com o objetivo de lipólise. O fluxo ideal é de 80 ml/min a 150 ml/min, com volumes de até 2.000 ml, sendo
realizado o tratamento de duas a três vezes na semana.

CIRURGIAS PLÁSTICAS

Utiliza-se a carboxiterapia para a melhora de irregularidades presentes no tecido após lipoaspiração. O plano
utilizado é o hipodérmico, e o fluxo de 60 a 100 ml/min, com frequência de duas a três vezes por semana.

FLACIDEZ CUTÂNEA

A carboxiterapia atua na flacidez, estimulando a neocolagênese, neoelastogênese e neoangiogênese. O plano


de aplicação nos casos de flacidez é dérmico, agulha inclinada a 25°, com volume máximo até visualizar o
microdeslocamento da área. Para estímulo de colágeno, deve-se espeitar o intervalo de, no mínimo, 21 dias.

REJUVENESCIMENTO FACIAL

Uma das técnicas mais utilizadas no rejuvenescimento é o tratamento de olheiras, obtendo um resultado
satisfatório na melhora do quadro. A aplicação é feita com o objetivo de promover um deslocamento da pálpebra
superior e inferior. O fluxo programado é de 80 ml/min a 150 ml/min, com intervalo de um mês entre as sessões.

CAPILAR

Nos tratamentos capilares, auxilia no aumento da vascularização e na oxigenação do bulbo piloso. No caso
da alopecia, usa-se um fluxo de 60 a 80 ml/min, de duas a três vezes por semana, utilizando a técnica
mesoepidérmica.

CONTRAINDICAÇÕES

• Infarto agudo do miocárdio; • Doenças do colágeno;


• Angina instável; • Doenças infecciosas, bacterianas, virais e
• Insuficiência cardíaca; fúngicas;
• Epilepsia; • Acne inflamatória no local de aplicação;
• Gravidez; • Herpes simples e zoster;
• Alergias; • Neoplasias locais.
______
ASSIMILE

A carboxiterapia como método coadjuvante para pacientes que apresentam sequelas de queimadura tem sido
muito utilizada, pois proporciona resultados visíveis na melhora da cicatrização e regeneração do colágeno.
______
REFLITA

O meio ácido gerado pela carboxiterapia favorece a afinidade da hemoglobina com a molécula de gás
carbônico. Devido a esse fato, há um desprendimento do O2 ligado à hemoglobina e um aumento na concentração
de oxigênio nos tecidos.
______
EXEMPLIFICANDO

Na carboxiterapia, ocorre o trauma mecânico, ocasionado pela agulha, e o trauma provocado pelo gás. Um
processo inflamatório ocorrerá, seguido de todas as etapas de cicatrização, com proliferação de fibroblastos;
posteriormente, a síntese de colágeno, elastina e vasos sanguíneos.
______
Conseguiu observar a importância desta técnica para a melhora das disfunções estéticas? Não podemos nos
esquecer que o sucesso dos resultados estéticos é uma combinação de uma boa avaliação associada à correta
aplicação da técnica, portanto é importante que você, como profissional, treine seu olhar clínico e nunca se
esqueça que a palpação do tecido faz parte de uma boa avaliação. A partir daí, você estará apto a aprender e
aplicar qualquer recurso eletroterápico com segurança e eficácia.

PARTE 04: CONCLUSÃO

No processo de envelhecimento cutâneo, há alterações estruturais em ossos, músculos e peles. Assim, não
somente a pele deve ser tratada, mas, sim, todo um conjunto, por isso, a avaliação facial é importantíssima. A
área dos olhos é considerada a primeira região da face que mostra os sinais do envelhecimento. Para os pacientes
que não querem passar por procedimento cirúrgico, a dermatologia oferece tratamentos alternativos, como toxina
botulínica, para as rugas dinâmicas, e preenchimento da região, para os quadros de flacidez e olhar “fundo”, que
dão a aparência de rosto cansado. Além desses tratamentos, a carboxiterapia nesta região tem se mostrado
eficiente nos quadros de flacidez e olheiras, pois promove um efeito de vasodilatação local, melhorando a
nutrição dos tecidos e induzindo ao estímulo de colágeno no local, sendo indicado para flacidez, rugas e olheiras.
A técnica nesta região consiste em injetar quantidades suficientes de CO2 em cada região. Estudos relatam
que o fluxo na região da área dos olhos deve estar entre 30 ml/min e 50ml/min. Outro detalhe importante é sobre
o plano de aplicação, que será o mesoepidérmico, com o bisel da agulha direcionado para cima. É preciso
introduzir a agulha no tecido a 45°, e introduzir, em cada região, volume de 3 ml.
O intervalo recomendado entre as sessões é de um mês, e o resultado é variável de paciente para paciente,
mas são necessárias, em média, três sessões. Outro detalhe que todo profissional que trabalha com a
carboxiterapia deve se atentar é sobre a drenagem do equipo antes da aplicação. Essa é uma etapa imprescindível,
pois teremos a certeza de que somente o CO2 está sendo injetado na área.
Caso o profissional não realize a drenagem do equipo, injetará oxigênio que está presente no interior do
equipo na área dos olhos da paciente, e isso causa o inchaço após a aplicação, que permanece durante alguns
dias, além de poder causar outras complicações, como neuropraxia, ocasionando ptose da região. Se for realizada
a drenagem do equipo antes, somente o CO2 será injetado na região e, por ser um gás muito fácil de perfusão,
ocorre a melhora do inchaço rapidamente, logo após a aplicação. Caso ocorra isso, o ideal é realizar uma
micromassagem local, além da crioterapia, para melhora do quadro.

PARTE 05: VIDEOAULA: INOVAÇÕES NA ESTÉTICA

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