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I.

Definições Breves:

Branco: Também chamado Carabranca, Pierrot, Enfarinhado e Esperto ou Sério, no Brasil, Escada.
Nascido na Inglaterra em meados do século XVIII (Giuseppe y Joe Grimaldi), costumava aparecer
maquiado de branco e enfunado num elegante vestido brilhante. De aparência fria e lunar,
representa a lei, a ordem, o mundo adulto, a repressão — características que não fazem senão
realizar o protagonismo do Augusto. Grandes clowns brancos: Footit, Antonet (foto), François
Fratellini, Pipo Sosman, René Revel, Alberto Vitali. Etimologia:do latim colonus, destripa-terrones,
passando pelo inglês clod e clown.

Augusto: também chamado Tonto, no Brasil, Toni ou Tony. É extravagante, absurdo, pícaro,
mentiroso, surpreendente, provocador. Representa a liberdade e a anarquia, o mundo infantil.
Vestido de qualquer maneira, tem um característico nariz vermelho postiço e grandes sapatos. O
augusto se diversifica em múltiplas categorias, algumas das quais se indicam a seguir. Diversas
lendas coincidem a fazer nascer o personagem no Circo Renz de Berlim (1865), encarnado por um tal
August, um moço de jeito enfadonho e beberrão — de onde vem o nariz vermelho. Grandes
augustos: Chocolat (foto), Beby, Albert Fartellini, Porto, Rhum, Bario, Achille Zavatta, Charlie Rivel,
Pio Nock, Carlo Colombaioni.

Segundo Augusto: também chamado Contraugusto e Trombo. Terceiro elemento de um trio de


palhaços, que amplia as gags do primeiro Augusto. Muitas vezes é musical.

Excêntrico: evolução do personagem do Augusto, contraposto a este pela dignidade de sua


sabedoria e pela inteligência que demonstra ao enfrentar as dificuldades que muitas vezes resolve
com uma genialidade surpreendente. Apresenta-se sempre só e normalmente não fala. Como
oponentes dramáticos substitutivos do clown, usa instrumentos musicais e outros objetos.
Excêntricos famosos: Little Tich, Don Saunders, o último Grock (foto), o último Charlie Rivel, Avner,
Tortell Poltrona, Howard Buten "Buffo".

Vagabundo ou Tramp: tipo de augusto solitário, habitualmente silencioso e com pinceladas de


marginalizado social. Os expoentes maiores desta especialidade são Clarlot no cinema e, na arena do
circo, Joe Jackson (foto), Otto Griebling e Emmet Kelly.
Palhaço de sarau: especialidade de palhaço (normalmente augusto) que atua nas entradas de
barragem. É um descendente evoluído dos primeiros augustos, os quais, antes de formar parcerias
com os clowns, se ocupavam de entreter o público para preencher o vazio entre os números de circo
(montagem e desmontagem da gávea, instalação e retirada de aparatos, etc). São exemplos
destacados: Tom Belling, Pinoccio, Popov (foto), e a dupla Sosman y Gougou.

Mimo-clown: clown mímico, variedade de clown terno, habitualmente mudo. Apresenta-se só e,


tendo os objetos como oponentes, demonstra uma grande quantidade de habilidades físicas ou
musicais. Neste sentido, suas concepções de dramaturgia são paralelas às do augusto excêntrico. Em
geral, o personagem lembra o Pierrot da Comédia Del’arte e é de natureza frágil e delicadamente
poético. Expoentes estelares desta especialidade: Dimitri (foto), Pic, Pierino.

Messié Loyal: diretor e apresentador de picadeiro, do qual é autoridade inapelável. É o companheiro


mais luxuoso que pode ter uma trupe de palhaços. Loyals destacados através dos tempos: os
franceses Sacha Houcke, o domador, Drena y Sergio. Atualmente, na Espanha, destaca-se Popey
(filho de José Carrasco Popey) e, na Cataluña, o Dr. Soler. Etimologia: o apelativo vem de uma
dinastia circense de inícios do século XIX (Théodore y Léopold Loyal foram os primeiros diretores e
chefes de picadeiro da história do circo).

Bufão: Personagem cômica próxima do fanfarrão, do louco, do parvo e do truão, e que se destaca
pela indecência e pelo comportamento desregrado. Este comportamento pode ser o exato reflexo
da natureza truanesca do bufão ou pode ser pura dissimulação. Partilha com as personagens mais
universais do bobo e do louco as deformações físicas que resultam no cômico de caráter. Também
pode partilhar com o palhaço e o truão a maquiagem para se apresentar em palco e representar o
papel de fanfarrão e bravateador. No teatro de Shakespeare, encontramos alguns bufões que
ficaram célebres: Touchstone (As You Like It), Feste (Twelfth Night) e o louco de King Lear. (Texto de
Carlos Ceia)

II. Definições ampliadas


Augusto (o palhaço de nariz vermelho)

Personagem: é o mais engraçado de todos os palhaços. Ele/ela é travesso, sociável e generoso nas
palhaçadas. Suas ações são importantes, torpes, desajeitadas, deselegantes e inoportunas. Este
palhaço não tem muito em comum com o Cara Branca, exceto a maquiagem e a roupa. Sua
personalidade é a de um alvoroçador. Quando aparece com o Cara Branca, o Augusto (em alemão
significa “tonto”), é o alvo das brincadeiras. Todavia, com o palhaço Tramp, converte-se num
incitador com o controle da situação. (Avner na foto).

Maquiagem: o Augusto tem a maquiagem altamente colorida com uma cor base no tom da pele
(rosa, marrom claro, avermelhado) no rosto e no colo. Os olhos e a zona em torno da boca são
normalmente cobertos de branco para produzir uma expressão de olhos grandes e para acentuar o
desenho da boca. Os desenhos nos olhos e bocas, e ao redor, são geralmente pretos e vermelhos,
porém são aceitáveis, com moderação, outras cores de recobrimento. Este palhaço vestirá
normalmente um grande nariz cômico, apropriado ao tamanho do rosto. O Augusto sempre usará
peruca, porém pode escolher entre uma grande variedade de estilos e cores para acentuar a roupa e
o tom de pele.

Vestuário: o Augusto tem a maior variedade de desenhos de roupas para escolher, exceto que não
usará o tradicional traje-jersey ou macacão do Cara Branca. O Augusto poderia usar uma jaqueta ou
casaco curto, normal ou largo, com ou sem cauda, ou uma seleção de quadrados coloridos, riscos,
estampas, assim como cores lisas. Normalmente chamado “o pesadelo do alfaiate”, o traje tem
cores e padrões que vão complementar a aparência geral do palhaço, sejam ou não cores
combinadas. Os tecidos teatrais ou as lantejoulas não são apropriados nos trajes de Augusto. Este
palhaço é normalmente um notório brincalhão (de má fama) e pode necessitar um montão de
bolsos para levar truques e brincadeiras. O traje pode ser complementado com acessórios
extravagantes, como gravatas grandes ou pequenas, suspensórios e sapatos cômicos de muitos
estilos e cores. Dentre muitas possibilidades, chapéus, bonés, cartolas e perucas, de variadas cores
mas sempre brilhantes, realçarão o caráter do Augusto, assim como luvas brancas ou coloridas. A
roupa da palhaça Augusta não varia muito da que usa a palhaça Cara Branca, quanto ao estilo,
porém permanece a tradição da combinação de cores, brilhos, berloques e cintas. Mesmo usando
tecidos de algodão, o aspecto será sempre elegante e belo. A palhaça Augusta pode usar cores que
não combinam e estar totalmente desconjuntada, porém pode também preferir ser uma palhaça
bela. Isto é aceitável. Todavia, o Augusto nunca deve usar lantejoulas e brilhos ou sedas e tecidos
teatrais. Estes pertencem exclusivamente às belezas do Cara Branca. A Augusta pode escolher ser
incompetente, gaguejante ou ter uma personalidade cômica, mais ou menos como o palhaço
Augusto.

Mais sobre o Augusto, de uma outra fonte: o Augusto é o palhaço por excelência; é o brincalhão,
agitador. É o mais cômico de todos os palhaços; suas ações são mais selvagens, mais diretas que as
dos outros tipos. O Augusto se conduz com mais e melhores brincadeiras, quando aparece com um
Cara Branca, ele é o alvo das piadas. Normalmente usa um nariz de bola, porém há muitas exceções.
Quase sempre usa peruca — geralmente vermelha, amarela ou laranja. A peruca pode ser completa
ou só para a calva (da cor da sua pele) com uma franja dos lados e na nuca. O cabelo pode ser liso ou
ondulado. Seu chapéu pode ser muito pequeno, às vezes se assenta sobre a careca. Às vezes usa
bonés ou gorros. O Augusto original vestia uma roupa na qual escondia brincadeiras contra outros
palhaços que, muitas vezes, se voltavam contra ele. O traje tinha calças folgadas para facilitar
cambalhotas e acrobacias, camisa muito grande ou muito pequena. Cada peça de roupa (calça,
camisa, casaco, gravata e chapéu) tinha um desenho diferente, isto é, riscos e franjas verticais,
horizontais, diagonais, quadrados escoceses, etc. As cores de cada peça eram vivas e se chocavam o
máximo possível com as das demais peças. Cada parte do traje estava mal ajustado em tamanho, ou
muito largas ou muito pequenas. Nos últimos anos (especialmente em competição) o traje do
Augusto se vai tornando mais parecido com o do Cara Branca grotesco. Ainda que vários elementos
de sua roupa possam ainda não ser sob medida, seus trajes estão mais ajustados e coordenados, às
vezes muito elaborados. Contudo parece mais uma peça de espetáculo que um palhaço tonto.

Clowns de Cara Branca

Há três tipos de clowns de cara branca, o Clássico Europeu, o Engomado e o Grotesco. Os clowns
Cara Branca são os que estão no comando e representam o poder ou a autoridade.

Carabranca (Clássico) Europeu: muitas vezes chamado de Pierrot. Um clown elegante, artístico,
colorido, inteligente e alegre. Sua atuação é supremamente artística e com muitas habilidades,
porém com um estilo cômico dramático.

Maquiagem: toda a pele que vemos está coberta de maquiagem branca. Mínimos perfis de cor ou de
purpurina são utilizados para exagerar as características dos olhos, nariz e boca. Pode usar um gorro
grudado à cabeça em vez de uma peruca colorida. O Carabranca Europeu geralmente não leva nariz
cômico, nem pestanas falsas nem orelhas grandes.

Vestuário: considerado o palhaço mais belo de todos os clowns, veste-se com o tradicional macacão
ou conjunto de duas peças integradas, branco ou de um tecido de cor que encaixa com o clássico
personagem do Pierrot. Os estilos podem variar, porém, em geral, são folgados e feitos sob medida
e podem ter um colarinho destacável. A túnica ou camisa é curta, média ou longa e com mangas
largas e compridas, retas e bem acabadas. Os botões ou pompons e a gola frisada têm contraste de
cores. Calças retas ou não. O chapéu do palhaço deve combinar com seu personagem, pode ser
cônico (comprido ou curto), plano ou achatado, ou o típico chapéu de "Pagliacci". As luvas são
brancas ou contrastantes e lhe cobrem as mãos e os punhos. Os sapatos são de ballet ou baile,
brilhantes e de bico fino.

Carabranca "Engomado": é o aristocrata dos clowns. Assim como o Europeu, é um clown elegante,
artístico, colorido, inteligente e alegre. Quando atua com outros palhaços ele é o chefe. Atua muito
artística e habilidosamente, com estilo cômico e dramático. Quando atua com o Augusto ou com o
Vagabundo, é ele quem manda, organizando as rotinas, dando mais do que recebendo tortaços,
pontapés e pratos de nata na cara. É mais engraçado que o Carabranca Europeu, porém mais
reservado que o Augusto.

Maquiagem: toda a pele que vemos está coberta de maquiagem branca. Mínimos perfis de cor ou de
purpurina são utilizados para exagerar as características dos olhos, nariz e boca. Usa diferentes
estilos e cores de perucas.

Vestuário: o traje é feito sob medida. Usa tecidos teatrais (brilhantes, com pérolas, etc), acetinados
com lantejoulas e falsos brilhantes. O traje mais comum do Cara Branca Engomado é o macacão de
jersey com ombreiras. Todavia, uma roupa de duas peças ou estilo smoking é aceitável também. O
traje, acessórios incluídos, deve ser de cores que combinem. Os sapatos podem ser grandes ou
pequenos, porem simples. Cartola e luvas.

(Comedia) Cara Branca Grotesco: se o Cara Branca Engomado é o palhaço mais tradicional, o Cara
Branca Grotesco, também conhecido como o Cara Branca Cômico, é hoje em dia o palhaço Cara
Branca mais comum. Ele é um pouco menos artístico e um pouco mais parecido em espírito com o
Augusto. Quando atua junto ao Augusto ou ao Vagabundo este palhaço manter-se-á no poder,
estabelecendo a rotina, lançando a torta em vez de receber, esbofeteando ou dando pontapés.
Ainda que mais engraçado que o Engomado, este personagem é um pouco mais reservado que o
travesso e fraterno Augusto.

Maquiagem: assim como no Engomado, toda a pele visível do rosto, colo e orelhas estão cobertos de
maquiagem branca. O colorido e o desenho das feições do rosto é que o diferenciam do desenho
clássico. Enquanto o desenho do Engomado se mantém propositalmente simples, o desenho do
rosto do Grotesco pode incluir longas pestanas falsas, uma boca mais rasgada, nariz de palhaço e
outros elementos. O nariz\ pode ser muito grande ou muito pequeno. Alguns destes elementos
podem ser pretos, também são comuns os brilhos e resplendores. Usa-se peruca de estilos e cores
variadas em lugar da cartola. A cor da peruca pode combinar com algum detalhe da roupa.

Vestuário: pode-se usar o traje tradicional, mas o Cara Branca Grotesco também pode usar calças e
camisas brilhantes, metálicas, trajes e sapatos cômicos. As roupas são mais luxuosas e melhor
combinadas que as do Augusto. Seu estômago pode sobressair. Luvas brancas ou coloridas. A
palhaça cara Branca Grotesca é semelhante à Augusta; persiste a tradição quanto à coordenação de
cores, o aspecto geral será elegante e belo.

Tramp/Vagabundo/Sem-teto

Personagem: há algumas variações neste tipo. O clássico vagabundo representado por Emmet Kelly
e Otto Griebling no circo da fama é o triste, oprimido e abandonado personagem que não tem nada
e sabe que nunca terá nada. Por natureza, será um solitário, o que se reflete em sua determinação
em estar em silêncio, sem falar com ninguém, exceto com seus semelhantes. Suas formas de
expressar-se e seus movimentos pesados, arrastando os pés, refletem sua vida dura. O vagabundo,
elegante ou feliz homem de negócios, colegial ou playboy que, farto de sua vida, sai da sociedade
pela paixão de viajar. Ele é o rei da estrada, feliz com o que tem e não espera mais. Seu caráter pode
tomar algumas das características do Augusto. Este tipo foi descrito por Red Skelton em seu
personagem “Freddie the Freeloader”. Considerado o único palhaço americano verdadeiro, alguns
acreditam que este personagem se desenvolveu na depressão dos anos 30, quando as pessoas
viajavam de trem buscando emprego. Outras referências históricas indicam que a maquiagem do
vagabundo volta aos espetáculos de variedades e trovadores dos anos 1800 e princípios de 1900.
Independente do tipo Tramp/Vagabundo, ele é o alvo das brincadeiras e será quem recebe a torta, a
bofetada, o pontapé do Cara Branca ou do Augusto. A “Bag Lady” ou a Velha do Saco, ou a Mulher
da Mala, é a versão feminina do Vagabundo.

Maquiagem: a maquiagem representa a fuligem depositada na cara, procedente dos trens a carvão,
referência aos criadores do personagem. As áreas da boca e dos olhos se limpam da fuligem para
que possam ver e comer. O branco se usa nos olhos e na boca para exagerar este processo de
limpeza. O alto do rosto é uma mistura de tons de cores da pele. A linha da barba é negra ou estará
sombreada de cinza escuro, para parecer barba e fuligem. Usa-se um nariz vermelho. Um pequeno
sombreado vermelho nas bochechas e na testa pode ajudar a criar o aspecto de queimado de sol. A
diferença entre os dois tipos de personagem se mostra comumente mediante a forma das
sobrancelhas e da boca, ambas acima ou abaixo para mostrar alegria ou tristeza.
Vestuário: normalmente para o palhaço masculino um traje escuro, terno, fraque ou somente uma
camisa e calças feitos para parecerem velhos e usados. Para a Bag Lady, um velho e desgastado
vestido ou casacão. estes podem estar abundantemente remendados com trapos e outros materiais,
costurados com pontos desiguais ou mal-costurados. Um chapéu escuro e maltratado, sapatos e
meias esfarrapados, camisas e gravatas desgastadas exageram o personagem. As luvas são
geralmente velhas e furadas. Para manter o estado de desempregado do vagabundo, este
personagem não costuma usar relógios, anéis e cinturões, meias ou sapatos novos.

Mais sobre o vagabundo de outra fonte: o personagem Tramp/Hobo ou Vagabundo/Sem-Teto é o


único palhaço realmente Norte Americano. Este personagem nasceu dos vagabundos que viajavam
nos trens de carga ao longo do país buscando trabalho. Ainda que o Vagabundo e o Sem-Teto sejam
considerados em uma única categoria, cada um é único. As principais diferenças entre estas
subcategorias residem nas áreas de atitudes e roupas.

1. O Vagabundo acredita que o mundo lhe deve a vida, que sua condição é culpa dos outros. Quer (e
espera) que todos sintam pena dele. Faz todo o possível para evitar o trabalho. Este cabeludo
vagabundo é o indivíduo para quem nada vai bem. Sua cara e pescoço são escurecidos para que
pareçam sujos e barbudos. Acrescenta-se vermelho à linha da barba para que a cara pareça
queimada pelo sol e a boca e os olhos são brancos onde o vagabundo teria limpado a fuligem com as
mãos. As sobrancelhas devem ser pequenas e com um aspecto preocupado. Pode ter uma gota de
glicerina ou material similar para aparentar que tem uma lágrima correndo por sua bochecha. sua
expressão é, geralmente, triste ou lacrimosa. Muitas vezes os vagabundos usam seu próprio cabelo
revolvido para parecer desgrenhado. Se usar peruca, deve ser negra ou de tons mais pálidos. O
Vagabundo anda desarrumado, porém limpo. sua roupa é, geralmente, um traje de duas ou três
peças extremamente gastas e esfarrapadas. Os rasgões podem ser deixados abertos, ou mal
remendados com farrapos e grandes retalhos. A cor é negra ou escura, pode ser marrom ou cinza. A
camisa, se houver, pode ser escura ou discordante, qualquer cor que não seja o branco, muito
usada, esburacada, puída, com mangas largas, ou uma camisa de trabalho desgastada. A gravata não
deve ser espalhafatosa, deveria ser uma norma que esteja amarfanhada. Pode-se usar uma corda
como cinturão ou suspensório.

2. O Sem-Teto quer ser um sem-teto. Ele pode estar triste, porém certamente não tem onde cair
morto. Muitas vezes parece ser feliz. Um Hobo normalmente não pedirá uma esmola, preferindo
trabalhar por ela. Terá um trabalho, porém não por muito tempo porque quer mudar para outro
lugar. Seu rosto se maquia como o do vagabundo, exceto na expressão. Tende a rir e seus olhos são
maiores, mais despertos, abertos e felizes que os olhos do Vagabundo. A roupa também é
semelhante, mas pode ter cores mais vivas em várias partes. Sua camisa pode ser de uma cor
brilhante, como muitos de seus remendos. Sapatos gastos gomo os do Vagabundo. A categoria
Tramp/Hobo ou vagabundo/Sem-Teto é a única em que se permite o uso de qualquer tipo de luvas.
Todavia, se usar luvas devem parecer sujas, manchadas, furadas. O efeito global da maquiagem,
vestimenta e atuação deve complementar o personagem representado. 3. Palhaços famosos do tipo
Vagabundo/Sem-Teto são, entre outros: Emmett Kelly (foto), Sr. Red Skelton e Otto Griebling.

Bufão – o bobo da corte


Bufões eram os "funcionários" da monarquia, contratados para fazer reis e rainhas rirem. Podiam
criticar o Rei sem correr riscos. O bobo teve origem no império romano-bizantino. No fim das
cruzadas tornou-se figura comum nas cortes européias. O desaparecimento ocorreu durante o
século XVII. Existem sinônimos: jogral, bufão, truão, curinga, palhaço, pierrot, ou, simplesmente,
bobo. Vestiam uniformes espalhafatosos, com muita cor e chapéus bizarros com sinos e guizos
amarrados. O bobo da corte divertia o Rei e a corte. Declamava poesias, dançava, tocava algum
instrumento e era o cerimoniário das festas. De maneira geral era inteligente, atrevido e sagaz. Dizia
o que o povo gostaria de dizer ao Rei. Com ironia mostrava as duas faces da realidade, revelando as
discordâncias íntimas e expondo as ambições do Rei. Muitas vezes se tratava de um deficiente físico
(aleijado, corcunda), e em algumas se tratava de um anão. Houve na História casos de bobos da
corte que se envolveram com integrantes da família real. E até um caso que acabou em tragédia, no
século XVI na Espanha, quando o bobo da corte foi assassinado depois de se envolver com a
princesa. Entre os antigos, para divertimento da classe mais abastada e poderosa, esses indivíduos
pitorescos eram tão procurados que foi necessário instituir um mercado especial para esse gênero
de negócios, um mercado de bobos. Na hora das refeições, apos as dançarinas, os macacos incríveis
e os tocadores de harpa, o "bobo", vindo da Ásia Menor ou da Pérsia, fazia sua entrada ridícula,
saudado pelo riso dos convivas. Na Idade Média, não havia um só castelo em que a silhueta
caricatural do bobo não surgisse entre as rendas e os brocados. As cortes reais e as cortes feudais
lutavam pela posse do bobo mais feio, mais deformado e emissários eram enviados aos quatro
cantos do mundo conhecido em busca desses fenômenos humanos, para distração dos poderosos.
Bobos célebres: "Dom Bibas" da corte do conde Dom Henrique, do final do séc.XI; Mitton e Thévenin
de Saint Leger na corte de Carlos V; Triboulet, o mais famoso, das cortes de Luís XII e Francisco I,
conhecido como o Bobo do Rei e o Rei dos Bobos. Na Inglaterra em 1597, Shakespeare criou John
Falstaff, o bufão do príncipe Harry, filho do Rei Henry III. Nas cortes espanholas, os bufões eram
honrados e muito influentes. O Rei Felipe II andava acompanhado por vários bufões. O pintor
Antônio Moro pintou "Pejeron", truão favorito do conde de Benavente. Cristóbal de Pernia era o
bobo mais afamado no tempo do rei Felipe IV. Em época aproximada, em torno de 1630, Velásquez
pintou com perfeição o "Bufão Calabazas" (foto).

Clown de personagem

Um clown de personagem é o que identificamos com uma profissão (bombeiro, marinheiro, médico,
vaqueiro, polícia, menino, personagem de um conto, etc...) Segundo os puristas não se deveria
considerar clown de personagem a personagens como Charlie Chaplin, Buster Keaton, Laurel e
Hardy, etc, ainda que sugundo o autor deste texto o sejam. Também segundo os puristas versões de
personagens de desenhos animados, cães, gatos, etc, não deveriam ser considerados clowns. Não
existem normas quanto ao vestuário desta categoria

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