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Eletrotermofototerapia

Correntes Despolarizadas

• Introdução;
• Forma de Classificação das
Correntes Despolarizadas;
• Indicações.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Proporcionar aos profissionais de estética conhecimento mais amplo dos conceitos,
aplicabilidades, parametrização e técnicas de aplicação desse tipo de corrente em-
pregada na estética, assim como a trabalhar de forma correta e segura com essa
terapia e com os equipamentos mais utilizados nos tratamentos.
UNIDADE Correntes Despolarizadas

Introdução
As correntes elétricas aplicadas à área da Saúde são um dos recursos físicos
de uma área denominada Eletroterapia. Existe grande diversidade de correntes
que podem ser utilizadas, que diferem tecnicamente (classificação, forma de onda
e frequência, entre outras) e, com isso, terapeuticamente (indicações, aplicações,
contraindicações etc.).

Entretanto, todas têm um único objetivo: interagir com os tecidos biológicos e indu-
zir reações e modificações em diferentes níveis e objetivos terapêuticos bem definidos.
Podem ser utilizadas na área médica, cirúrgica, terapêutica e estética, entre outras.

As correntes elétricas possuem grande aplicabilidade na estética, seja nos trata-


mentos faciais, seja nos corporais. Praticamente, todas as patologias estéticas podem
ter correntes elétricas entre as formas de tratamento, com excelentes resultados.

Existem correntes que interagem com o tecido promovendo reparação, analgesia


e restabelecimento local, por exemplo, num pós-operatório de cirurgia plástica; cor-
rentes para estimulação muscular, que promovem fortalecimento e tonificação em
pacientes sedentários e ativos, associados, inclusive, ao exercício ativo; correntes que
estimulam a drenagem linfática, seja por bombeamento muscular, seja por estimu-
lação da contração do músculo liso da parede dos linfangions, reduzindo edemas e
linfedemas; correntes que realizam lipólise por estímulo da cascata lipolítica (ativação
do sistema nervoso autônomo simpático) e correntes que promovem a permeação
de ativos, entre outras práticas clínicas e indicações.

Nesta Unidade, abordaremos as Correntes Despolarizadas de baixa e média


frequência para uso nos tratamentos estéticos.

Forma de Classificação das


Correntes Despolarizadas
As correntes elétricas terapêuticas são classificadas de acordo com sua fre-
quência, sendo que frequência é a quantidade de pulsos de corrente que temos
numa determinada unidade de tempo, no caso, o segundo. A unidade que utili-
zamos é “Hz” (hertz).

Importante! Importante!

Vamos entender melhor: se temos 10 pulsos por segundo, chamamos de 10Hz; se te-
mos 500 pulsos, 500Hz; então, se temos 1000 pulsos, chamamos de 1000Hz ou 1KHz
(quilohertz), e assim por diante. Se temos 1 milhão de pulsos por segundo teremos,
então, 1MHz (mega-hertz).

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Dentre as correntes despolarizadas, as de “baixa frequência” são aquelas que
possuem menos que 1000Hz; e as de “média frequência” possuem entre 1000Hz
e 10.000Hz.

Correntes despolarizadas: são aquelas onde há a inversão automática da polaridade em


Explor

intervalos regulares de tempo e, por isso, não apresenta “efeitos polares” no tecido. E são
classificadas em baixa e média frequência.

Entre as correntes de baixa frequência, temos as mais conhecidas, que são:


TENS (Neuroestimulação Elétrica Transcutânea) e FES (Estimulação Elétrica
Funcional), utilizadas na reabilitação (fisioterapia). Entre as correntes de média
frequência mais utilizadas na estética, temos: correntes de 1000Hz, 2500Hz
(Russa) e 4000Hz.

A frequência da corrente está diretamente relacionada à profundidade de ação


do estímulo e também do efeito terapêutico desejado.

Indicações
Muito comumente, as correntes despolarizadas são utilizadas com intuito excito-
motor, ou seja, para gerar contração muscular; porém, ao alterar os parâmetros e a
técnica de aplicação, damos outras aplicabilidades a essas correntes, como analgesia
(melhora da dor), eletrolipólise (redução de medidas) e drenagem eletrônica (estímulo
de drenagem linfática e vascular).

Fortalecimento e tonificação muscular


A flacidez muscular é uma das alterações estéticas e até mesmo funcionais
mais importantes que interferem diretamente na harmonia e no contorno corpo-
ral; afinal, quem dá forma ao corpo, é o músculo.

Geralmente, devido ao sedentarismo e ao envelhecimento, essa alteração é,


muitas vezes, esquecida durante o atendimento estético e, portanto, não tratada,
o que interfere diretamente no contorno corporal.

Você sabe identificar se o paciente em flacidez muscular corporal? Na região de culo-


Explor

te, por exemplo, podemos ter uma série de alterações, entre elas, a gordura localizada
e a flacidez muscular. Como identificar se o paciente tem uma ou outra alteração, ou
até mesmo as duas? Basta solicitar contração muscular glútea. Se ao contrair o culote
“sumir”, trata-se de flacidez muscular; se na contração, o culote “continuar”, é somen-
te gordura localizada. Mas, se ao contrair, “sumir um pouco, mas permanecer alguma
quantidade” é uma alteração mista!

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UNIDADE Correntes Despolarizadas

Para garantir efetividade na melhora do contorno corporal por meio do ajus-


te muscular, é necessário trabalhar numa tríade composta por: exercícios ativos
(paciente realiza a contração), estimulação elétrica por meio de correntes exci-
tomotoras (despolarizadas) e ingestão proteica (uma boa alimentação composta
por proteínas).

Na estética, costumamos associar a eletroestimulação aos exercícios (paciente


realiza contração ativa junto com a corrente) nos grupos musculares em que a
flacidez foi identificada na avaliação.

Os grupos musculares que costumam ser “alvo de tratamento” no atendimento


estético corporal são:
• Abdominais: principalmente reto abdominal, responsável pela flexão do tronco;
• Glúteos e posterior de coxa: realizam extensão de quadril;
• Adutores: realizam adução da coxa;
• Tríceps braquial: realizam extensão de ombro e cotovelo.

Exemplos:

Figura 1
Fonte: Divulgação

O recrutamento muscular gerado por contração voluntária ocorre de forma


assíncrona, na qual primeiro são ativadas as fibras menores e depois as maiores.
Já o recrutamento promovido por corrente excitomotora ocorre de forma sín-
crona e mais abruptamente, na qual fibras rápidas são ativadas primeiro. Por isso
é tão interessante a associação de contração pela corrente e contração voluntária.

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Em relação à corrente despolarizada nessa prática, temos o FES (baixa frequência),
que gera menor penetração no tecido, recruta poucas fibras e, por isso, é geralmente
utilizada em pacientes com alterações neuromusculares durante um processo de re-
abilitação, como em pacientes com AVC, entre outros. Na estética, utilizamos mais
correntes de média frequência, como as de 1.000Hz e 2.500Hz, que apresentam
maior penetração alcançando níveis musculares mais profundos e que podem ativar
30-40% mais unidades motoras, além de ser muito mais confortáveis para o paciente.

Parâmetros ajustáveis no Equipamento


O tratamento deve sempre ser delineado para cada paciente, de forma indivi-
dual e personalizada, de acordo com o que foi verificado na avaliação e, claro, em
caso de necessidade, ajustando o protocolo para se alcançar o objetivo final. Mas,
de modo geral, as correntes excitomotoras são facilmente programadas, tendo os
parâmetros baseados em:
1. Escolha da frequência portadora: para fortalecimento muscular, geralmente,
corrente de 1000Hz ou 2500Hz;
2. Frequência de recorte: deve ser ajustada de acordo com o tipo de fibra
muscular que se deseja trabalhar. Ajustamos de 20 a 30Hz para fibras ver-
melhas (de contração lenta, resistentes a fadiga); de 50 a 70 para interme-
diárias e 80 a 100Hz para fibras brancas (de contração rápida, explosão,
que fadigam rapidamente);
3. Modo de estimulação: se todos os canais atuarão de forma simultânea
para trabalhar no mesmo grupo muscular (modo: sincronizado) ou se a
eletroestimulação ocorrerá em um grupo de canais alternados para dife-
rentes grupos musculares (modo: recíproco);
4. Rampa de contração: permite ajustes do tempo de contração e tempo de
repouso entre as contrações. De acordo com a condição física prévia do
paciente, por exemplo, em indivíduos ativos o tempo de contração pode ser
maior; já em pacientes sedentários, o tempo de contração deve ser menor e
o tempo de repouso maior;
5. Tempo total do tratamento: em torno de 15-30 minutos por sessão.
Também varia de acordo com a condição física do paciente e se serão
realizados exercícios ativos junto com a eletroestimulação; assim como
na atividade física convencional, intervalos entre as sessões para a recu-
peração muscular devem ser estabelecidos;
6. Intensidade da corrente: sempre buscando o limiar motor, ou seja, até
gerar a contração muscular de maneira que não gere dor. De maneira geral,
as correntes terapêuticas são muito bem toleradas pelos pacientes. Existem
aqueles com aversão ao uso de estimulação elétrica; para esses, por questão
pessoal, o tratamento acaba sendo descontinuado. Ainda assim, cabe ao
profissional que vai aplicar o recurso explicar ao paciente qual será a sensa-
ção do estímulo e iniciar gradativamente o tratamento, para que o paciente
se familiarize com ele.

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UNIDADE Correntes Despolarizadas

Técnica de aplicação
Quanto à técnica de aplicação, devem ser utilizados eletrodos de condutivos de
silicone-carbono (necessário o uso de gel neutro) ou então eletrodos autoadesivos,
que são posicionados no ventre muscular ou no ponto motor para fortalecimento.
A maioria dos equipamentos para eletroestimulação possui protocolos pré-pro-
gramados, que já contém os parâmetros pré-ajustados de acordo com o objetivo
terapêutico. Vale muito ressaltar que, nos tratamentos para fortalecimento/tonifi-
cação muscular, a associação com o exercício (paciente realiza exercício ao mesmo
tempo em que o músculo é eletroestimulado) é extremamente importante, pois
potencializa os resultados e gera ganho em curto prazo de tempo.
Explor

Exemplo de eletroestimulação corporal. Acesse: https://youtu.be/_3FgpDGtsWU.

Analgesia
Por definição, a dor física é um sinal que o sistema nervoso utiliza para mostrar
um dano tecidual real ou potencial. Trata-se de um fenômeno subjetivo, variável de
pessoa para pessoa.

No atendimento estético, não tratamos de dores relacionadas a traumas ou sem


diagnóstico. O momento em que utilizamos recursos para melhora da dor (analgesia) na
estética é durante um processo de recuperação de uma cirurgia plástica, por exemplo.

A corrente elétrica terapêutica exerce efeito muito significativo no controle da


dor e do desconforto no pós-operatório. Mas, como a corrente despolarizada age
para esse objetivo terapêutico?

Vamos entender!

Estímulos elétricos, assim como estímulos mecânicos, chegam até o Sistema


Nervoso Central por vias de grande calibre e rápida condução. Já a via da dor se
dá por fibras de pequeno calibre e lenta condução.

Assim, por exemplo, é por isso que quando batemos a perna em algum lugar,
imediatamente e sem perceber, nossa reação é “colocar a mão e esfregar a região”;
e isso nos alivia.

Isso porque o estímulo mecânico chega mais rápido do que o estímulo da dor ao
Sistema Nervoso Central; por isso temos a redução temporária da dor.

Dessa forma, os estímulos elétricos da corrente despolarizada chegam primeiro


ao corno posterior da medula e despolarizam a substância gelatinosa, impedindo
que os estímulos da dor passem para o tálamo.

“Teoria das Comportas” é o nome dado para explicar a neurofisiologia da analgesia,


pois “as comportas” da dor são fechadas durante a estimulação elétrica.

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Parâmetros ajustáveis
O tratamento deve sempre ser delineado para cada paciente, de forma indivi-
dual e personalizada, de acordo com o que foi verificado na avaliação e, claro, em
caso de necessidade, ajustando o protocolo para se alcançar o objetivo final. Mas,
de modo geral, as correntes excitomotoras são facilmente programadas, tendo os
parâmetros baseados em:
1. Escolha da frequência portadora: para analgesia, geralmente, corrente
de 4000Hz;
2. Frequência de recorte: varia em função do tipo de analgesia. Analgesia para
dor aguda em torno de 100-200Hz; para dor crônica por volta de 10-30Hz;
3. Modo de estimulação: todos os canais devem atuar de forma simultânea,
ou seja, o modo escolhido é o contínuo;
4. Rampa de contração: como o modo escolhido é o contínuo, não há
interrupção da corrente durante todo tempo de tratamento. Por isso, esse
parâmetro é inexistente para analgesia;
5. Tempo total do tratamento: em torno de 40 minutos por sessão;
6. Intensidade da corrente: de acordo com o nível suportabilidade do paciente.
Sempre buscando o limiar sensitivo. De maneira geral, as correntes terapêu-
ticas são muito bem toleradas pelos pacientes. Existem aqueles com aversão
ao uso de estimulação elétrica. Para esses, por questão pessoal, o tratamento
acaba sendo descontinuado. Ainda assim, cabe ao profissional que vai aplicar
o recurso explicar ao paciente qual será a sensação do estímulo e iniciar gra-
dativamente o tratamento, para que o paciente se familiarize com ele.

Técnica de aplicação
Quanto à técnica de aplicação, devem ser utilizados eletrodos de condutivos de si-
licone-carbono (necessário o uso de gel neutro) ou então eletrodos autoadesivos; que
são posicionados sobre região álgica, mantendo a região de dor entre os eletrodos.
A maioria dos equipamentos já contém os parâmetros pré-ajustados de acordo
com o objetivo terapêutico. Isso facilita muito a vida do profissional.
Exemplo de uma região álgica sendo tratada – Reabilitação:

Figura 2
Fonte: Divulgação

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UNIDADE Correntes Despolarizadas

Eletrolipólise
Entre as alterações estéticas corporais para as quais os pacientes mais buscam
tratamento, está a gordura localizada. São inúmeros os recursos indicados e utiliza-
dos para o tratamento e o que geralmente garante resultado é a associação dessas
tecnologias e técnicas.

Existem recursos que estimulam a lipólise (esvaziamento da célula de gordura) e


outros que estimulam a apoptose (morte celular do adipócito – célula de gordura).
Quando se utiliza uma corrente específica, com modulação em baixa frequência,
produz-se uma estimulação artificial do Sistema Nervoso Autônomo Simpático,
culminando com a cascata lipolítica.

Resumidamente, ao estimular o Sistema Nervoso Simpático, há liberação de


catecolaminas (hormônios estimulantes como a adrenalina e noradrenalina) pela
glândula suprarenal.

Esses hormônios se ligam aos receptores beta-adrenérgicos que estão na mem-


brana do adipócito, num Sistema que chamamos de chave-fechadura. A partir daí,
disparamos a cascata lipolítica no interior do adipócito, culminando com a ativação
da enzima Lipase Hormônio Sensível, que realiza a hidrólise (quebra) do triglicerídeo
(gota lipídica no interior do adipócito) em ácido graxo livre e glicerol. Como possuem
um menor peso molecular, extravasam da célula (esvaziamento do adipócito) e caem
na corrente sanguínea para serem utilizados sob a forma de energia.
Explor

Imagem disponível em: https://bit.ly/3YPmDIX.

Parâmetros ajustáveis
O tratamento deve sempre ser delineado para cada paciente, de forma indivi-
dual e personalizada, de acordo com o que foi verificado na avaliação e, claro, em
caso de necessidade, ajustando o protocolo para se alcançar o objetivo final. Mas,
de modo geral, as correntes excitomotoras são facilmente programadas, tendo os
parâmetros baseados em:
1. Escolha da frequência de recorte: em torno de 5 a 50 Hz;
2. Largura de pulso (se o equipamento permitir ajuste): em torno de 400
a 600µA;
3. Modo de estimulação: todos os canais devem atuar de forma simultânea,
ou seja, o modo escolhido é o contínuo;
4. Rampa de contração: como o modo escolhido é o contínuo, não há
interrupção da corrente durante todo tempo de tratamento. Por isso esse
parâmetro é inexistente para eletrolipólise;

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5. Tempo total do tratamento: 40 a 60 minutos por sessão;
6. Intensidade da corrente: de acordo com o nível suportabilidade do paciente.
Sempre buscando o limiar sensitivo em caso de lipólise, o que chamamos de
“pico máximo não doloroso”. De maneira geral, as correntes terapêuticas são
muito bem toleradas pelos pacientes. Existem aqueles com aversão ao uso de
estimulação elétrica; para esses, por questão pessoal, o tratamento acaba sen-
do descontinuado. Ainda assim, cabe ao profissional que vai aplicar o recurso
explicar ao paciente qual será a sensação do estímulo e iniciar gradativamente
o tratamento, para que o paciente se familiarize com ele.

Técnica de aplicação
Quanto à técnica de aplicação, para esse tratamento, pode ser realizada de duas
formas: transcutânea e percutânea.

Na técnica percutânea utilizamos pares de agulhas de acupuntura como


eletrodos colocados diretamente no tecido adiposo ligados à corrente de eletro-
lipólise. A área a ser tratada deve ficar entre os eletrodos, dispostos de maneira
paralela. Essa é considerada uma técnica minimamente invasiva; porém, com
necessidade de cuidados de biossegurança.

Figura 3
Fonte: Divulgação
Explor

Exemplo de aplicação da técnica percutânea. Acesse: https://youtu.be/oIVgR4kpprs.

Já a técnica transcutânea é realizada com eletrodos condutivos de silicone-car-


bono específicos para esse fim, pois são mais finos e longos (tamanho 10 X 2cm),
na qual é necessário o uso do gel condutor. A área a ser tratada deve ficar entre os
eletrodos, dispostos de maneira paralela. Essa é uma alternativa para profissionais
que não realizam técnicas invasivas.

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UNIDADE Correntes Despolarizadas

Figura 4
Fonte: Divulgação
Explor

Exemplo de aplicação da técnica transcutânea. Acesse: https://youtu.be/eBLxeuAMy70.

A maioria dos equipamentos possui protocolos pré-programados, que já contêm


os parâmetros pré-ajustados de acordo com o objetivo terapêutico, o que facilita
muito a vida do profissional.

Vale muito ressaltar que no tratamento para gordura localizada é sempre im-
portante realizar a associação com atividade física e débito calórico para o gasto
energético do conteúdo lipídico que foi liberado no tratamento.

Drenagem eletrônica
A melhora da circulação sanguínea e linfática é benéfica e necessária em todos
os tratamentos estéticos. Contribui para melhora da oxigenação e nutrição tecidual.
A dinamização da circulação pode ser feita por meio de terapias manuais (drenagem
linfática, por exemplo) e também por correntes despolarizadas.

A drenagem eletrônica é realizada por meio de contrações musculares sequenciais,


de distal para proximal, que promovem bombeamento vascular, contribuindo para
o retorno venoso. Também dinamiza a circulação linfática por meio da excitação da
musculatura lisa que fica ao redor dos linfangions (vasos linfáticos), auxiliando a elimi-
nação de toxinas.

Esse tratamento auxilia no tratamento de diversas patologias estéticas, como


no fibroedemageloide e no pré e no pós-operatório, em pacientes com retenção
hídrica, entre outros.

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Parâmetros ajustáveis
O tratamento deve sempre ser delineado para cada paciente, de forma indivi-
dual e personalizada, de acordo com o que foi verificado na avaliação e, claro, em
caso de necessidade, ajustando o protocolo para se alcançar o objetivo final. Mas,
de um modo geral, as correntes excitomotoras são facilmente programadas, tendo
os parâmetros baseados em:
1. Escolha da frequência portadora: de acordo com o objetivo terapêutico:
drenagem vigorosa, utilizamos frequências mais baixas; drenagens mais
suaves, frequências mais altas;
2. Frequência de recorte: em torno de 10Hz;
3. Modo de estimulação: a estimulação deverá ocorrer de forma sequencial
(contração de 1 canal de cada vez, na sequência numérica) para bombea-
mento na drenagem;
4. Rampa de contração: nesse caso, só é necessário ajustar o tempo de
permanência da estimulação em cada canal (exemplo: 5 segundos);
5. Tempo total do tratamento: em torno de 20-30 minutos por sessão;
6. Intensidade da corrente: de acordo com as necessidades do tratamento e o
nível suportabilidade do paciente. Sempre buscando o limiar sensitivo/sensiti-
vo-motor em caso de drenagem. De maneira geral, as correntes terapêuticas
são muito bem toleradas pelos pacientes. Existem aqueles com aversão ao
uso de estimulação elétrica, para esses, por questão pessoal, o tratamento
acaba sendo descontinuado. Ainda assim, cabe ao profissional que vai aplicar
o recurso explicar ao paciente qual será a sensação do estímulo e iniciar gra-
dativamente o tratamento, para que o paciente se familiarize com ele.

Técnica de aplicação
Quanto à técnica de aplicação, devem ser utilizados eletrodos de condutivos de
silicone-carbono (necessário o uso de gel neutro) ou, então, eletrodos autoadesivos.
O sentido de posicionamento é de distal para proximal, acompanhando o fluxo
linfático e de retorno venoso para que possa exercer um bombeamento. É importante
respeitar a ordem numérica dos canais, pois o modo de estimulação é sequencial e
em ordem crescente.
A maioria dos equipamentos possui protocolos pré-programados, que já contém os
parâmetros pré-ajustados de acordo com o objetivo terapêutico. Vale muito ressaltar
que melhores resultados são obtidos por meio da associação da eletroestimulação à
drenagem postural (elevação dos membros até 45 graus com uso de posicionadores).
Explor

Exemplo de aplicação da drenagem eletrônica. Acesse: https://youtu.be/6ejEtu7ytUU.

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Contraindicações gerais
As correntes excitomotoras possuem precauções e contraindicações seme-
lhantes a outras formas de corrente de estimulação elétrica. Dessa maneira,
algumas contraindicações são absolutas, outras relativas e algumas precauções
devem ainda ser consideradas.

Como contraindicação absoluta temos o uso de dispositivo eletrônico implantado


(exemplo marcapasso cardíaco) e como relativas: evitar aplicação durante o pri-
meiro trimestre de gestação, principalmente, nas regiões lombar e abdominal; não
estimular sobre região das artérias carótidas (face lateral do pescoço), pois pode exa-
cerbar reflexos autonômicos; cuidado na aplicação em crianças, idosos e epiléticos;
pacientes com patologias de base descompensados (hipertensos, diabéticos, cardio-
patas, renais crônicos, dentre outros); pacientes com aversão ao uso de estimulação
elétrica costumam também devem ser excluídos do tratamento.

Vantagens
A estimulação elétrica possui inúmeras vantagens. Primeiro, pelo fato de sabermos
que, verdadeiramente, o que promove sucesso nos tratamentos é a associação de
recursos eletroterapêuticos, manuais, cosméticos, cuidados home care e adoção de
hábitos de vida saudáveis.

O uso das correntes elétricas nos tratamentos entra como um recurso consolidado,
com resultados comprovados por evidências clínicas e literatura científica.

Cada vez mais o uso desses recursos tem seu espaço garantido nas Clínicas de
Estética, até mesmo porque as clientes/pacientes “pedem” os recursos.

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