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Aula 10
ELETROTERAPIA
ELETROESTIMULAÇÃO FUNCIONAL (FES) ---------------------------------------------------------
A FES (Functional Electrical Stimulation), faz parte das correntes elétricas de baixa
frequência, a fim de promover contração muscular induzida. O nome FES é basicamente comercial,
na verdade o termo mais correto é a Estimulação Elétrica Neuro Muscular (NMES ou EENM). Nos
pacientes imobilizados, a FES pode ajudar a retardar e tratar as hipotrofias por desuso, a manter ou
ganhar a amplitude de movimento articular e combater as contraturas, reduzindo assim o tempo
de recuperação funcional do indivíduo. Nos hemiplégicos e lesados medulares, um programa de
estimulação elétrica neuromuscular diário, pode ajudar a minimizar a degeneração neuronal e
muscular, contribuindo com a facilitação neuromuscular ou auxiliando no controle da espasticidade.
Portanto, a FES é uma técnica destinada a produzir contrações musculares mediante trens
de pulsos em grupos musculares que desencadearão movimentos e atividades da vida diária no
momento e forma que o paciente desejar. Também pode ser definida como uma ativação nervosa
controlada, por meio da aplicação de uma corrente de baixa frequência.
É interessante diferenciar FES e NMES, pelo menos das suas origens e objetivos:
- Estimulação Elétrica Neuro Muscular: estimulação do músculo através de seu nervo
periférico intacto, que não apresenta distúrbios de excitabilidade elétrica, com o objetivo de
restaurar, manter ou melhorar sua capacidade funcional (ex: corrente russa).
- Estimulação Elétrica Funcional: é uma forma de eletroterapia capaz de produzir contrações
musculares com objetivos funcionais. Trata-se de uma estimulação de músculos desprovidos de
controle motor ou com insuficiência contrátil, com o objetivo de produzir um movimento funcional.
Bases da Excitabilidade:
Para que se consiga uma contração próxima a fisiológica e que possa gerar movimentos, são
necessárias algumas condições para os parâmetros específicos de estimulação:
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Colocação os Eletrodos:
O tipo de eletrodo utilizado é o de silicone impregnado de carbono. O tamanho do eletrodo
vai depender do tamanho do músculo a ser estimulado e da intensidade da contração a ser
promovida. Eletrodos pequenos são utilizados na estimulação de pequenos músculos de forma
isolada. Eletrodos maiores, são usados para músculos maiores ou grupos musculares. Será sempre
necessário a utilização do gel condutor. Lembrando sempre que na utilização de eletrodos menores
a concentração de energia é maior.
Atenção !
Os pulsos elétricos utilizados pelo FES são na ordem de décimos de milissegundos, que
apenas conseguem produzir contração muscular por intermédio do estímulo do nervo periférico.
Assim, as enfermidades que acometem o neurônio motor inferior e aquelas que acometem a placa
motora, não respondem adequadamente com FES. As lesões cerebrais e medulares altas tem
capacidade de resposta pelos estímulos do FES.
1+ = leve aumento do tônus, manifestado por tensão abrupta, seguida de resistência mínima
na metade da ADM restante
2 = aumento do tônus manifestado por uma resistência em todo o movimento passivo
3 = considerável aumento do tônus, com dificuldade de realizar o movimento passivo
4 = parte afetada rígida em flexão, extensão ou adução
Indicações:
Facilitação neuromuscular
Controle da espasticidade
Hipotrofia por desuso
Fortalecimento muscular
Plegias e paresias
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Contra Indicações:
Osteoporose severa
Calcificações para-articulares ativas
Limitações articulares (quadril >15º, joelho <10º)
Alterações cardiorrespiratórias e circulatórias
Lesões tróficas
Obesidade
Alterações visuais
Instabilidade emocional
Intolerância ao estimulador elétrico
Espasticidade muito severa (4 na Escala de Asworth)
Idade abaixo de 15 anos ou superior a 50 anos
Epilepsia
Marcapasso
Sobre o seio carotídeo
Sobre área cardíaca
Lesão nervosa periférica
Dosimetria:
Facilitação neuromuscular:
Objetivo – aumentar o movimento e facilitar a reaprendizagem motora.
Intensidade – suficiente para produzir um estímulo para auxiliar o início do movimento ou
para completar seu arco total, amplificando o esforço voluntário do paciente.
Tempo de ON – variável em forma de gatilho. Pode ser disparado manualmente pelo
Fisioterapeuta ou paciente, de forma a se conseguir iniciar ou completar o movimento.
Tempo de OFF – suficientemente grande para permitir uma nova participação ativa do
paciente.
Duração da sessão – curta, várias vezes ao dia (máximo de 15 minutos cada sessão).
Colocação dos eletrodos – nos músculos par éticos agonistas do movimento que se quer
facilitar.
Indicações – pacientes hemiplégicos, pacientes com traumatismo craniano, pacientes com
traumas raqui-medulares incompletos, pacientes com lesões nervosas periféricas sem reação de
degeneração, pacientes ortopédicos que tiveram sua musculatura submetida a desuso prolongado.
O paciente deve visualizar a ação muscular, pois sua cooperação ativa é obrigatória e determinante
no tratamento.
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Fortalecimento Muscular:
Objetivo – fortalecer um músculo ou grupo muscular debilitado por desuso.
Intensidade – suficiente para vencer uma carga (resistência)
Frequência – entre 20 e 50 Hz
Tempo de ON – 4 a 6 segundos
Tempo de OFF – 12 a 18 segundos
Relação ON/OFF – 1 para 3
Duração da sessão – 30 a 60 minutos, duas vezes ao dia
Colocação dos eletrodos – próximo aos pontos motores dos músculos
Indicações – atrofias por desuso causadas por problemas ortopédicos, incluindo artrites e
lesões medulares incompletas
Cuidados – evitar fadiga muscular. Resultados aparecem em 2-10 semanas, dependendo da
causa e importância da atrofia. A cooperação ativa do paciente pode ser mínima. Pode-se intercalar
30 minutos de eletroestimulação com 30 minutos de cinesioterapia ativa; aumentando-se este
tempo até 60 minutos se não houver sinais de fadiga. Na sequência do tratamento, o ciclo ON pode
ser alterado para até 16 segundos e o ciclo OFF para 4 segundos, estabelecendo uma relação
ON/OFF de 4/1.
Controle da Espasticidade:
Objetivo – controlar a espasticidade, ainda que temporariamente, permitindo a realização
de programas de treinamento funcional, facilitação e fortalecimento muscular.
Intensidade – moderada.
Tempo ON – 10 a 15 segundos
Tempo OFF – 40 a 60 segundos, para evitar a fadiga
Relação aproximada ON/OFF – 1/5
Duração da sessão – 30 minutos, 3x dia durante um mês
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1 a 5 Hz – contratura muscular
5 a 10 Hz – estimula a circulação sanguínea e favorece a diminuição do ácido láctico
10 a 20 Hz – estimulação de fibras lentas, aumenta a resistência aeróbica
20 a 30 Hz – melhora a fadiga muscular
30 a 50 Hz – fibras intermediárias
50 a 75 Hz – força muscular: fibras IIb
75 a 120 Hz – força explosiva
↓0 a 1 Hz – recuperação muscular após exercícios intensos
Pontos Motores:
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