Você está na página 1de 57

Facilitação Neuromuscular

Proprioceptiva - FNP
Método Kabat
Histórico

 Criada pelo Dr. Herman Kabat – 1940;

 Proprioceptive Neuromuscular Facilitation – PNF:


“É mais que uma simples técnica: é uma filosofia
de tratamento cuja base está no conceito de que
todo ser humano, inclusive aqueles portadores de
deficiência, tem um potencial ainda não explorado.”
(Kabat,1950)
 Seguido por Margaret Knott e Dorothy Voss, na
Califórnia – 1947 e 1953;
 Originalmente este método foi utilizado no
tratamento de pacientes com poliomielite;
 Depois ficou evidente que o enfoque terapêutico era
eficaz para diversas patologias.
Conceito - Facilitação
Neuromuscular
Proprioceptiva
 Facilitação => tornar fácil
 Neuromuscular => envolve músculos e sistema
nervoso
 Proprioceptiva => que se relaciona com receptores
sensoriais que informam sobre o movimento e
posicionamento corporal.
Princípios
“Enfoque terapêutico sempre positivo,
com uma abordagem global e buscando
facilitar o paciente a alcançar seu mais alto
nível funcional.”
Procedimentos Básicos
Fornecem ao terapeuta ferramentas necessárias
para ajudar seus pacientes a atingir uma função
motora eficiente.
Como:
 Aumentar habilidade do paciente em mover-se e
permanecer estável;
 Guiar o movimento com a utilização de contatos
manuais adequados e resistência apropriada;
 Ajudar o paciente a obter coordenação motora e
sincronismo;
 Aumentar a capacidade de resistência do paciente e
evitar a fadiga.
Procedimentos básicos:
1. Resistência; 6. Visão;

2. Irradiação e reforço; 7. Tração e aproximação;

3. Contato manual; 8. Estiramento;


9. Sincronização de
4. Posição corporal e
movimentos;
biomecânica;
10. Padrões
5. Comando verbal;
1. Resistência

Usada para facilitar:


 a contratilidade muscular,

 aumentar o controle motor,

 aumentar a força muscular,

 ajudar o paciente a adquirir consciência dos

movimentos e direção.
A quantidade de resistência aplicada deve ser
“ótima”, ou seja, deve estar de acordo com as
condições do paciente.
A promoção ou exacerbação da dor deve ser evitada
pelo terapeuta, já que ela funciona como um inibidor
da coordenação motora e é sinal de lesão eminente.
Tipos de resistência (contração muscular):
 Isotônica:
 Concêntrica,
 Excêntrica,
 Mantida (paciente têm intenção de produzir movimento
bloqueado pelo terapeuta)
 Isométrica.
2. Irradiação e Reforço

 Irradiação:
Propagação da resposta ao estímulo. Esta
resposta pode ser vista como aumento da
facilitação (contração) ou inibição (relaxamento) nos
músculos sinérgicos e padrões de movimento.
 Reforço:
Significa aumentar a força, adicionando um novo
estímulo.
O terapeuta direciona o reforço para músculos
fracos, por meio de quantidade de resistência
aplicada nos músculos fortes.
3. Contato Manual

 Contato Lumbrical –
 Flexão da articulação metacarpofalangeana;
 Bom controle tridimensional;
 Não exerce pressão excessiva
em áreas corporais.
 Estes contatos manuais estimulam os receptores
cutâneos e os de pressão do paciente;
 Informam ao paciente a direção correta do
movimento;
 O posicionamento aplica uma pressão oposta à
direção do movimento;
 Contato – objetivo:
 Músculo: habilidade de contração
 Direção oposta ao movimento: estimulará os
músculos sinérgicos para reforçar o movimento
 Tronco: promove estabilização do eixo
4. Posição corporal e Biomecânica

 Diretrizes para o posicionamento corporal do


terapeuta:
 Alinhamento apropriado: quadris, ombros, braços e
mãos do terapeuta devem estar voltados para a
direção do movimento.
 A resistência vem do corpo do terapeuta. Mãos e
braços relaxados – evita a fadiga.
5. Comando verbal

 É utilizado para deixar claro o que é para fazer e


quando fazer;
 As instruções devem ser claras e sem palavras
desnecessárias, sendo combinadas com
movimentos passivos para ensinar o movimento;
Exemplos:
 Segure => para contrações isométricas;
 Puxe ou empurre => para contração isotônica;
 Relaxe => para relaxar
 A sincronia do comando com o reflexo de
estiramento é fundamental.
 Comandos para correção podem ser necessários.
 O comando é dividido em três partes:
 Explicativo: prepara o paciente para a ação;
 Executivo: diz ao paciente para começar a ação;
 Corretivo: orienta o paciente sobre como corrigir ou
modificar a ação.
6. Visão

 Feedback – fornecido pelo sistema sensorial da


visão pode promover uma contração muscular mais
forte;
 Ajuda o paciente a controlar e a corrigir a posição e
o movimento;
 Influenciará tanto o movimento da cabeça quanto
do corpo – estabilidade.
7. Tração e Aproximação

 Tração:

 Alongamento do tronco ou de uma extremidade


estimulando receptores articulares;
 É usada para facilitar movimentos (principalmente
antigravitacionais), adicionar alongamento ao
tecido muscular, resistir a alguma parte do
movimento e analgesia.
 Aproximação:

 Compressão do tronco ou de uma extremidade,


estimulando receptores articulares;
 É usada para promover estabilização, facilitar a
tomada de peso e a contração dos músculos
antigravitacionais, facilita reações de endireitamento
e resistir a algum tipo de movimento.
 Auxilia no tratamento de articulações dolorosas e
instáveis.
 Formas de aplicar:
*Aproximação rápida: força é aplicada rapidamente
para se obter uma resposta do tipo reflexa;
*Aproximação lenta: a força é aumentada gradualmente
de acordo com a tolerância do paciente.
8. Estiramento

 Estímulo de estiramento

É um movimento preparatório para facilitar as


contrações musculares. Ocorre quando um músculo
é alongado.
 Reflexo de estiramento

 É provocado nos músculos sob tensão, tanto por


alongamento quanto por contração.
 Tem duas partes:
*reflexo espinhal de curta latência, que produz pequena
força e não apresenta significância funcional;
*resposta funcional
9. Sincronização de Movimentos

 É a seqüência dos movimentos;


 A sincronização normal dos movimentos mais
coordenados e eficientes do adulto ocorrem de
distal para proximal.
10. Padrões

 Os padrões de PNF combinam movimento nos três


planos:
*Sagital: flexão e extensão
*Frontal ou coronal: adução, abdução e flexão lateral
da coluna
*Transversal: rotação
 São ditos em “espiral e diagonal”.
Padrões de MMSS
 O componente de rotação do padrão é a chave para
uma resistência efetiva;
 O movimento que ocorre na articulação proximal dá
nome aos padrões. Exemplo:
Padrão agonista: flexão - adução – rotação exter.

Padrão antagonista: extensão – abdução – rotação


inter.
 Em quase todos os momentos, seja numa postura
estática ou em atividades de vida diária, estamos
utilizando estes padrões. As “diagonais de Kabat”
são distinguíveis na marcha, ao comer, ao rolar, ao
trocar de roupa, enfim, em diversas atividades.
 Combinações de padrões:
*Unilateral: um braço ou uma perna;
*Bilateral: ambos braços, ambos pernas ou
braço/perna. Tipos:
 Simétrica
 Assimétrica
 Simétrica recíproca;
 Assimétrica recíproca.
Técnicas Específicas
Objetivo:
Promover o movimento funcional por meio da
facilitação, da inibição, do fortalecimento e do
relaxamento de grupos musculares.
As técnicas utilizam contrações musculares
concêntricas, excêntricas e estáticas, combinadas
com aplicação gradual de uma resistência e com
procedimentos facilitatórios adequados, todos
ajustados para atingir as necessidades de cada
paciente.
Tipos – função/ação

1. Iniciação rítmica;
2. Combinação de isotônicas (Reversão de agonistas);
3. Reversão de antagonistas;
4. Estiramento repetido;
5. Contrair-relaxar;
6. Manter-relaxar;
7. Réplica.
1. Iniciação Rítmica
Trata-se do movimento rítmico de um membro
ou do corpo, realizado por meio da amplitude
desejada.
Começa com um movimento passivo e progride
até um movimento ativo resistido.
2. Combinação de Isotônicas
Essa técnica combina contrações concêntricas,
excêntricas e de estabilização de um grupo
muscular (agonista) sem relaxamento.
O tratamento inicia no local onde o paciente
tem maior força ou melhor coordenação.
3. Reversão de Antagonistas
 Reversão Dinâmica: alternância de movimento
ativo de uma direção (agonista) para direção
oposta (antagonista), sem interrupção ou
relaxamento. Movimentos do dia a dia.
 Reversão de Estabilizações: contrações isotônicas
alternadas, com resistência oposta suficiente para
prevenir o movimento.
Comando verbal:
*Empurre contra as minhas mãos;
*Não me deixe empurrá-lo.
 Estabilização Rítmica: Contrações isométricas
alternadas utilizadas contra uma resistência, com
ausência de intenção de movimento.
4. Estiramento Repetido
 Estiramento repetido no início da amplitude:
reflexo de estiramento provocado por músculos
sob tensão de alongamento;
 Estiramento repetido durante a amplitude:
Reflexo de estiramento provocado por músculo
sob tensão de contração.
5. Contrair – Relaxar
 Tratamento direto: contrações isotônicas
resistidas dos músculos encurtados (antagonistas),
seguidas de relaxamento e movimento na
amplitude adquirida.
 Tratamento indireto: a técnica utiliza contrações
dos músculos agonistas em vez de contrações dos
músculos encurtados.
6. Manter- Relaxar
 Tratamento direto: contração isométrica resistida
dos músculos antagonistas (músculos encurtados),
seguida de relaxamento.
 Tratamento indireto: resiste-se aos músculos
sinérgicos.
7. Réplica
É uma técnica que serve para facilitar a
aprendizagem motora de atividades funcionais.
Objetivos Gerais da FNP
 Iniciativa motora;  Aumentar a
 Aprender um coordenação e
movimento;
controle;
 Modificar a velocidade
 Aumentar a resistência
do movimento;
 Aumentar a ADM;
 Aumentar a força
muscular;
 Relaxamento
 Aumentar a estabilidade;  Analgesia.

Você também pode gostar