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FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR

PROPRIOCEPTIVA
Antonietta Cláudia
CONCEITO
• Abordagem dinâmica para a
avaliação e tratamento das
desordens neuro-músculo-
esqueléticas com ênfase particular
no tronco, através da aplicação de
princípios neurofisiológicos do
sistema sensório motor.
CONCEITO
• Facilitação – tornar fácil. É todo processo que
acelera uma resposta.

• Neuromuscular – envolve os músculos e o sistema


nervoso central e periférico.

• Proprioceptiva – sentido de posição segmentar e


percepção do movimento. Estímulo dos
proprioceptores: fuso neuromuscular, OTG,
receptores articulares e sistema vestibular.
EVOLUÇÃO DA FNP
• 1940 – Dr. HERMAN KABAT (médico e
neurofisiologista)

PACIENTES COM DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS

MOBILIZAÇÃO
ANDADORES ?
PASSIVA
EVOLUÇÃO DA FNP

• 1940 – tratou filho do industrial Henry Kaiser que


sofria de esclerose múltipla.
• 1945 Maggie Knott – primeira fisioterapeuta
empregada pelo Dr. Kabat.
• 1946 – Fundação do Instituto Kabat-Kaiser em
Washington.
• 1948 – Mudança para Vallejo, Califórnia.
• 1951 – Maggie Knott começa a ensinar FNP aos
fisioterapeutas.
• 1952 Dorothy Voss juntou-se ao Dr. Kabat e a Maggie
Knott.
EVOLUÇÃO DA FNP
• 1952 – Knott e Voss viajam pelos EUA e exterior para
ensinar PNF.
• 1954 Dorothy Voss
• FACILITAÇÃO “NEUROMUSCULAR” PROPRIOCEPTIVA.
• 1960 - Dorothy e Maggie publicaram o primeiro livro
sobre FNP.
• Juntos, os 3 continuaram desenvolvendo e refinando
os conceitos que hoje conhecemos como FNP.
• 1990 – Fundação da Associação Internacional em
PNF - IPNFA
PNF - Filosofia
ABORDAGEM
POSITIVA

ABORDAGEM MOBILIZAÇÃO DE
FUNCIONAL RESERVAS

PRINCÍPIOS DE
CONSIDERAR A
CONTROLE MOTOR
PESSOA COMO UM
E APRENDIZAGEM
TODO
MOTORA
1. Abordagem Positiva
• Observar pontos positivos na avaliação inicial
• Iniciar o tratamento por algo que o paciente
seja capaz de fazer
• Utilizar partes consideradas fortes para
trabalhar as mais fracas – tratamento indireto.
• Começar por um local distante da dor ou da
lesão para interferir na lesão – evitar dor e
fadiga.
2. Abordagem Funcional
• Avaliação e tratamento direcionados
funcionalmente.
• Ênfase aos desejos de melhora de funções
gerais: ABVDs, atividades instrumentais,
esportes,...
• Tratar os pacientes de acordo com o modelo
da CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade. Níveis: estrutural, atividade e
participação.
Conceituações - CIF
3. Mobilização de Resevas
• Buscar a participação ativa do paciente,
usando número adequado de repetições,
atividades e posições.
• Programa de atividades domiciliares com a
participação da família e dos cuidadores.
• Começa com “hands on” e tenta progredir
para “hands off”.
4. Considerar a pessoa como um todo

• O indívíduo considerado com um todo –


integrando estímulos sensoriais, motores e
psicológicos, assegurando que todo
tratamento deve ser direcionado ao SER
humano e não a um problema específico.
• Considerar as características pessoais de cada
indivíduo – físicas, intelectuais, emocionais,...
5. Princípios de Controle Motor e
Aprendizagem Motora
• Os fundamentos do conceito baseiam-se nos
novos conhecimentos de controle motor e
aprendizagem motora.
• FASES DA APRENDIZAGEM MOTORA
– Cognitiva
– Associativa
– Automática
Aprendizagem Motora
Estimulação tátil
Estimulação auditiva / verbal
procedimentos básicos Estimulação visual

Resistência
Tração / Aproximação
Alongamento e Estímulo de estiramento
Princípios e

Padrões
Irradiação e Reforço
Mecânica Corporal
Sincronização de movimento - Timing
1. Estimulação Tátil
• Mãos do terapeuta no paciente
• Objetiva mobilizar, direcionar,
conduzir, oferecer resistência,
dar segurança, controlar, facilitar
os movimentos.
• Contato lumbrical
• Estabelece comunicação
• Hands on  Hands off
2. Estimulação Auditiva / Verbal
• Comando verbal depende do objetivo do
tratamento e de cada paciente.
• Precisa ser claro, exato e explicativo.
• Pode mudar de intensidade ao longo do
tratamento ou até deixar de existir
• Comando
– EXPLICATIVO
– CORRETIVO
– TAREFA ORIENTADA
3. Estimulação Visual
• Intrínseca relação entre movimento ocular,
movimento da cabeça e controle postural.
• Age em conjunto com o sistema somatosensitivo e
vestibular parar exploração do ambiente.
• Terapeuta observa o paciente verificando se o
comando foi compreendido e se há algum
desconforto.
• Movimento ocular direciona o movimento da cabeça
e reforça o recrutamento dos músculos do tronco.
4. Resistência
• Utilizada como ferramenta proprioceptiva.
• Paciente recruta maior número de unidades motoras
• Uma resistência apropriada pode melhorar:
– ADM, coordenação, força, estabilidade, ritmo, endurance,
input sensorial,...
• Sua quantidade dependerá de:
– Objetivo, posição, grau de força do paciente, patologia.
• Adequando-se a resistência pode-se utilizar de
irradiação como ferramenta para o tratamento
indireto.
5. Tração e Aproximação
• Receptores intra e periarticulares podem ser
estimulados pela tração e aproximação.
• TRAÇÃO: afastamento das superfícies articulares.
Utilizada para promover o movimento ou no alívio da
dor.
• APROXIMAÇÃO: aproximação das superfícies
articulares. Utilizada para promover estabilidade.
Usada de maneira rápida pode promover uma reação
postural imediata ou de maneira lenta e mantida para
um melhora ajuste e controle da estabilidade.
6. Alongamento e Estímulo de Estiramento

• ALONGAMENTO: colocação dos componentes


de um padrão em posição de alongamento.
• REFLEXO DE ESTIRAMENTO (RE): estiramento
rápido das fibras musculares que estão em
posição de alongamento, com o objetivo de
recrutar mais unidades motoras.
• RE: Procedimento que pode ou não ser utilizado
durante um atendimento. Tem indicações e
contra-indicações de acordo com cada caso.
7. Padrões de Facilitação
• São movimentos combinados
em três planos:
– SAGITAL: flexão / extensão
– FRONTAL: abdução / adução
– TRANSVERSO: rotação interna /
externa
• Componentes em espiral e
diagonal de acordo com a
anatomia de ossos e músculos.
PADRÕES DE FACILITAÇÃO
• São utilizados para atividades funcionais e atléticas.
• Padrões para MMSS, MMII, pescoço, escápula,
pelve, e tronco.
• Nomeados pela posição final do movimento.
8. Sincronização de Movimentos (timing)

• Sequência de contrações musculares para


uma determinada atividade motora levando a
um movimento coordenado.
• Nas diagonais apendiculares do FNP o
movimento inicia-se distalmente.
• SINCRONIZAÇÃO PARA ÊNFASE: sincronização
diferente do normal, direcionada para um
objetivo.
9. Irradiação e Reforço
• É o resultado da aplicação adequada da
resistência manual.
• Pode ser utilizada no aumento da facilitação
(contração) ou inibição (relaxamento) de grupos
musculares sinérgicos.
• Alguns fatores podem ter influência na irradiação:
ambiente, posição do segmento (CCA ou CCF),
gravidade, peso corporal, força aplicada,
desempenho do paciente, base de suporte, tarefa.
10. Mecânica Corporal
• POSIÇÃO DO TERAPEUTA: terapeuta se coloca
em linha com o movimento, dentro do sulco
do padrão, na diagonal. Podendo utilizar todo
o seu corpo para resistir ao movimento.
• POSIÇÃO DO PACIENTE: bom alinhamento
corporal, de acordo com o objetivo do
tratamento. Jamais deve causar dor ou fadiga.
PADRÕES
• Todos os padrões de FNP movem-se em
diagonais.
• Sulco do padrão – refere-se ao adequado trajeto
de uma diagonal
• Diagonais existentes:
– PESCOÇO
– TRONCO
– ESCÁPULA
– PELVE
– EXTREMIDADES
Objetivos para utilização das Diagonais

1. Atuação no nível estrutural


– Força, estabilidade, coordenação, ADM, dor, etc.
2. Atuação no nível de atividade
– ABVDs e atividades instrumentais. Alimentação,
higiene, transferências, vestuários, marcha, etc.
3. Atuação no nível de participação
– Esportes, trabalho, lazer.

*utilizar a irradiação no tratamento indireto. Usar partes fortes


para trabalhar as mais comprometidas.
COMBINAÇÃO DE PADRÕES
• Unilateral: um braço ou uma perna
• Bilateral: ambos os braços, ambas as pernas ou
combinações entre braços e pernas
– Simétrico – mesmo padrão
– Assimétrico – padrões opostos
– Simétrico recíproco – mesma diagonal, direções opostas
– Assimétrico recíproco – diagonais e direções opostas
COMBINAÇÃO DE PADRÕES
BILATERAL SIMÉTRICO BILATERAL ASSIMÉTRICO
COMBINAÇÃO DE PADRÕES
BILATERAL SIMÉTRICO BILATERAL ASSSIMÉTRICO
RECÍPROCO RECÍPROCO
“O poder escondido dentro do cérebro não é
apenas real, mas essencial para a recuperação e
reabilitação”.

Herman Kabat, MD, PhD

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