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Principais técnicas de

tratamento em patologias
neurológicas
Unidade 3 - Realizar Tarefas Específicas

Treino para executar tarefas específicas no âmbito da intervenção e


reabilitação destes pacientes, visando melhorar sua qualidade de vida e
função neurológica.
1. Kabbat
2. Bobath
3. Therasuit
4. Cinesioterapia / Mecanoterapia
5. FES
6. Uso de órteses
7. Exercícios de Frenkel
8. Método Rood
1. FNP - kabat - PNF

A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, ou


simplesmente PNF, é um conceito de tratamento
desenvolvido no final da década de 1940, pelo
neurologista Herman Kabat, que baseia-se na filosofia
de que todo indivíduo possui um potencial
inexplorado, que deve ser estimulado e utilizado para a
sua reabilitação.

Para isso, fundamenta seu trabalho em 5 Pilares:


Princípios do Kabat

1 2 3

1. Considere a pessoa como 2. Abordagem Positiva: 3. Mobilização de Reservas:


um todo: tratamos o Focar nos pontos fortes do Adequamos o plano de
paciente como um todo, paciente, enfatizando suas tratamento às
levando em consideração habilidades e qualidades. características específicas
todo o seu corpo e não Nosso objetivo é promover a do paciente, prescrevendo
apenas focando em uma cura e a melhora sem causar repetições adequadas,
área específica. Essa dor ou fadiga. Também atividades domiciliares,
abordagem nos permite utilizamos técnicas de posições variadas e
oferecer um cuidado tratamento indireto para exercícios.
integral alcançar resultados
positivos.
FNP - PNF - Kabat

Focar no positivo, reforçando aquilo que o paciente já consegue fazer, à


nível físico e psicológico.

Objetivo: abordagem global - pac deve mover-se e permanecer estável,


guiar o movimento com contato manual e resistências adequadas

Ajudar a ter coordenação motora e sincronismo


Procedimentos básicos da FNP
● Resistência: Auxiliar a contração muscular, controle motor e força;
● Irradiação e esforço: começar com a resposta ao estímulo
● Contato manual: Aumenta a força e guia o movimento com toque e
pressão nos sítios certos
● Biomecânica: Controla o movimento através do alinhamento do corpo e
dos braços e mãos do fisioterapeuta.
● Comando verbal: Volume e tom adequado
● Visão: Observar o movimento a acontecer para estimular o envolvimento
do paciente
● Tração e aproximação: alongamento e compressão dos membros e
tronco facilita o movimento e a estabilidade do paciente
● Estiramento: Que facilita a contração e diminui a fadiga
● Movimentos sincronizados: aumenta a contração muscular
● Padrões de facilitação: colaboração nos movimentos

A FNP utiliza princípios e procedimentos básicos e associa a técnicas


específicas, como a irradiação de força ou educação cruzada, cuja função é
estimular a musculatura fraca, por meio da movimentação ativa do utente
contra uma resistência adequada.
Princípio da estimulação tátil
Esse primeiro princípio pode ser uma ferramenta muito eficaz para facilitar ou
dificultar os movimentos, de acordo com a quantidade de informação tátil
fornecida aos pacientes.
Estabelecemos uma comunicação com o paciente através do contato manual,
dessa forma, estimulam os receptores sensoriais da pele, gerando uma boa
orientação espacial e quanto a direção dos movimentos desejados.
No PNF usamos o contato lumbrical (mãos em formato de “conchas”), para
melhorar a facilitação.
Dependendo do quadro clínico, a presença de contato manual pode tornar a
execução do movimento mais fácil, enquanto a ausência, tornar o movimento
mais difícil.
Princípio da resistência
É um dos estímulos mais importantes em nossa abordagem terapêutica. A
quantidade de resistência imposta, depende diretamente do objetivo do tratamento,
da destreza e habilidade do paciente, de fatores ambientais. Podemos usar diversos
tipos de resistência, como a manual e a elástica por exemplo, tudo dependerá de
seu objetivo e plano terapêutico.
Contribui para uma uma melhor contração muscular, e melhor recrutamento de
unidades motoras.
Está intimamente ligada com a Estimulação tátil e pode fornecer aumento do
estímulo sensorial, direcionando melhor os movimentos.
Uma resistência adequada pode ainda gerar irradiação (ferramenta importantíssima
de tratamento indireto, sendo um dos carros chefes do PNF).
Padrões de facilitação
● Sagital: flexão e extensão
● Frontal ou coronal: abdução e adução de membros ou flexão lateral de coluna
● Transversal: rotação
Os padrões podem receber diversas variações:

● Modificando a atividade da articulação intermediária, no padrão da extremidade,


para a função
● Modificando a atividade da articulação intermediária, no padrão da extremidade
para o efeito em músculos bi-articulares
● Modificando a posição do paciente para alterar os efeitos da gravidade
● Modificando a posição do paciente para outra mais funcional
● Modificando a posição do paciente para usar o estímulo visual
Um dos princípios do método Kabat é a aplicação de técnicas que utilizam o
lado íntegro para atingir o lado contralateral comprometido, chamado de
tratamento indireto.

Através de movimentos bilaterais é possível apoiar e proteger o lado


debilitado, pois quando se estimula o lado íntegro, os neurônios reagem ao
mesmo tempo transmitindo impulsos para o lado oposto, ocorrendo uma
irradiação dos estímulos fazendo com que os neurônios do outro lado sejam
facilitados, iniciando-se assim, o esboço de contrações do lado hemiplégico do
paciente com sequelas de AVC.
Exercícios do método Kabat
Membro superior
Flexão-abdução-rotação externa

Contatos manuais:

Distal:

Mão direita apoia a superfície dorsal da mão do paciente. Seus dedos estão do lado radial (1º e 2º
metacarpos) e o polegar exerce uma contrapressão na borda ulnar (5º metacarpo). Não há nenhum
contato na palma da mão. Não apertar a mão do paciente.

Proximal:

Por baixo do membro, apoie as faces ulnar e radial do antebraço do paciente proximais ao punho. O
contato lumbrical permite ao terapeuta evitar qualquer pressão na superfície palmar do antebraço.
Membro inferior
Flexão-adução-rotação externa

Contatos manuais
Distal
Mão esquerda se posiciona no pé do paciente, com os dedos na borda medial e polegar
fazendo pressão contrária na borda lateral. Segure nas laterais do pé, sem fazer contato na
região plantar. Mantenha o contato próximo às articulações metatarsofalangeanas para
evitar o bloqueio dos dedos.
Proximal
Posicione sua mão direta na superfície ântero-medial da coxa, imediatamente acima do
joelho
Diagonais de Kabat
Kabat para MMSS
Kabat para MMII
Kabatt cabeça e ombro
Padrão flexor com rotação para
direita e depois esquerda.

Padrão extensor com rotação para


direita e depois esquerda.

Pedir ao paciente para levar o queixo


ao ombro, respeitando a diagonal.
**** Atenção *****
● As técnicas do método Kabat podem ser usadas no tratamento de pacientes de
qualquer diagnóstico e em qualquer condição.
● Pacientes de qualquer patologia podem se beneficiar com o uso das técnicas do
Kabat, porém, algumas adaptações podem ser necessárias em determinadas
situações.
● De uma maneira geral a dor funciona como um inibidor da coordenação
motora eficaz e pode ser um sinal potencial de lesão, por isso é necessário um
cuidado maior com pacientes que apresentem dor.
● Outras indicações são na maioria as de “senso comum”, como por exemplo: não
utilizar aproximação em extremidade com fratura sem consolidação. Na
presença da instabilidade articular, tomar cuidado ao utilizar a tração ou reflexo
de estiramento. E não utilizar o reflexo de estiramento em pacientes que
apresentem fragilidade óssea, dor ou lesão muscular ou tendinosa.
Princípio da resistência no FNP
Exemplos de uso da resistência:

● Resistir em membros sadios, para fortalecer os membros acometidos;


● Resistir a flexão de quadril para produzir contração de tronco;
● Resistir à supinação de antebraço, para ganhar arco em prono;
● Resistir na flexão-adução-rotação externa, para ganhar dorsiflexão e
inversão em MI.
Tração
É o alongamento de uma extremidade e serve para:

● Facilitar os movimentos gravitacionais;


● Promover alongamento muscular quando o reflexo de estiramento
está a ser usado;
● Resistir a alguma parte do movimento.
Técnicas de FNP
1) Iniciação rítmica
2) Combinação de isotônicas
3) Reversão de antagonistas
a. Reversão dinâmica de antagonistas
b. Reversão de estabilizações
c. Estabilização rítmica

4) Estiramento repetido
a. No início da amplitude
b. Através da amplitude

5) Contrair-relaxar
6) Manter-relaxar
1. Iniciação rítmica

1. Inicia com
movimento passivo
2. Depois começa a
mexer-se na
direção do
movimento.
3. Começo a fazer
resistência ao
movimento.
2. Combinação de isotônicas
1. Eu devo oferecer
resistência ao
movimento
2. O paciente já começa
tendo que vencer a
resistência
3. No final do
movimento eu
ofereço uma
resistência maior e
ele deve ‘manter-se’.
3. Reversão de antagonistas / a. Dinâmica

1. Mudo o sentido
da resistência a
todo momento,
mas de forma
lenta
2. Não tem pausa
para relaxar
3. Reversão de antagonista - b. estabilizações

São várias
contrações isotônicas
alternadas, com
resistência.
Faz força, sem
movimento corporal.
3. Reversão de antagonista - c. estabilização rítmica

Aqui a resistência vai


aumentando, muda de
direção, fica mais fácil
e depois aumenta a
resistência outra vez.
4. Estiramento repetido

Método antigo, já não


é usado.
5. Contrair - relaxar
Solicitar a
contração, oferecer
resistência ao
movimento durante
3-10 segundos e
depois relaxar e
alongar, repetindo a
técnica novamente.
6. Manter-relaxar

Solicito uma contração até o


ponto de dor, peço para
manter a posição, e depois eu
levo à amplitude maior de
forma passiva (aqui eu ganho
mais amplitude) e mudo de
posição ofereço resistência
novamente, e peço para que
ele ‘segure’ a posição
2. Conceito Bobath
Fisioterapeuta Drª Berta Bobath e o
Neurologista Dr. Karel (1943)
desenvolveram este método que
pode ser usado em qualquer faixa
etária/ casos neurológicos, ou não.
Aqui usamos exercícios dinâmicos
característicos do desenvolvimento
‘normal’, inibimos os reflexos
primitivos e os padrões posturais e
motores anormais (hipo e hiper), que
levam aos padrões motores mais
adequados (BEGNOCHE e PITETTI,
2007, MAHONEY, ROBINSON e
PERALES, 2004).
Exemplos no bebê e na criança
Exercícios utilizados no conceito no adulto
Denomina-se Neuroevolutivo porque obedece a sequência do
desenvolvimento motor normal (ou desenvolvimento típico).

O paciente apresenta melhora pelo recrutamento de áreas intactas do


cérebro e pela inibição dos reflexos. (FONSECA et al., 2006).

São técnicas do Bobath:

● A transferência de peso;
● O tapping, o placing e o holding (colocação e manutenção) - controlar e
manter os movimentos e as posições de forma voluntária, em toda a
amplitude de movimento.

*Atenção: Pode elevar Tensão Arterial, cuidado com HAS, mesmo na infância.
Equipamentos
O uso de recursos como bola, rolo,
mobiliários, andadores e brinquedos
são muito bem-vindos, mas devem ser
criteriosamente avaliados e indicados
somente se adequado ao perfil do
paciente.

● Na criança devemos ‘brincar’


● No adulto devemos buscar ‘função’
Alguns equipamentos usados no Bobath
Benefícios de Bobath
● Normalizar tônus
● Recuperar o controle do motor
● Tornar os movimentos mais fáceis, precisos e direcionados a um objetivo
● Melhorar a postura em todas as posições sentado, deitado e em pé
● Alongar os músculos tensos para ajudar a diminuir a espasticidade e
reduzir as contraturas musculares
● Melhorar a capacidade com atividades cotidianas, aumentando a
independência
● Alcançar o potencial máximo de cada indivíduo

Também é muito importante: reabilitação precoce, praticar sempre e um


ambiente estimulante.
Tapping, Placing e Holding
O principal instrumento a ser utilizado: nossas mãos, que vão direcionar os
movimentos que desejamos à fim de encontrar uma função.

● Placing (Colocação) - ajuste para alcançar o objetivo, através do toque


‘tapping’ (Tocando).
● Holding (contenção, manter) - manter o segmento na posição desejada
‘segurar o braço no ar’.

O tapping pode ser feito através da: condução, pressão, inibição ou


deslizamento e pode ser utilizado de forma alternada.
Indicações de Bobath
É indicado para todas as idades e déficits funcionais (Raine, 2006; IBITA, 2008).
Mas, especialmente:

● Acometimento do SNC com atraso no desenvolvimento,


● Na presença de alterações do movimento, da postura ou do tônus
muscular (hipotonia ou hipertonia).

Sinais de + :

● Movimentos funcionais, com adequado alinhamento biomecânico,


coordenação motora e controle motor durante/ após a sessão.
Como aplicar o conceito Bobath
1º passo: normalizar o tônus do paciente.
Como conseguir a inibição e a estimulação
Através do toque manual nos pontos chave (localizados nas articulações)
durante todo o atendimento.

Se a criança tem mais controle motor, usar Pontos-Chave mais distais;

Se a criança tem menos controle motor, usar mais proximais.


A importância dos Pontos-Chave
Os pontos-chave são maioritariamente nas articulações. Não deve-se
estimular o ventre muscular, para não causar hipertonia e espasticidade.

Evita-se o toque dos dedos, pois estes podem se tornar estímulos excessivos
aos receptores sensoriais. Como o ponto-chave é um local para condução do
movimento, também é inadequado pegar com força, ou agarrar a articulação
do paciente, deve-se permitir liberdade de movimentação.

Quanto menor o controle motor e a independência do paciente, mais


proximal deve ser o ponto-chave. Considera-se como pontos-chave

● Proximais: cabeça, esterno, ombro, quadril


● Distais: cotovelo, punho, joelho e o tornozelo
Ponto-chave proximal - Cabeça
● Flexão de cabeça, inibe a espasticidade ou espasmos extensores;
● Extensão da cabeça, facilita a extensão do corpo. Contraindicado em caso
de atividade reflexa tônica simétrica ou labiríntica, pelo que pode haver
extensão exagerada em todo corpo.
● Adução dos MMSS facilita o controle de cabeça.
Ponto-chave proximal - Ombro
No ombros e nos MMSS:

● Rotação interna inibe o espasmo extensor;


● Rotação externa inibe a flexão;
● Adução de MMSS favorece a flexão da cabeça;
● Abdução horizontal favorece a extensão;
● Posição supino (DD) para facilitar a abdução do polegar.
Ponto-chave distal -Cotovelo
Para inibir a flexão dos MMSS: Realizar rotação externa do ombro
Para facilitar a posição de pé: Segurar por trás com rotação externa
Ponto-chave distal - Joelhos
Para combater a adução de MMII: promover rotação externa de coxofemoral
Como aplicar o tratamento através do Bobath
● Posicionar no alinhamento biomecânico;
● Normalizar o tônus através dos pontos-chave;
● Exercícios (brincadeiras/função) para favorecer o fortalecimento
muscular, propriocepção, coordenação motora e equilíbrio;
● Sempre considerar os marcos do desenvolvimento motor típico;
● Alongamentos passivos para prevenção de contraturas e deformidades;
● Postura ortostática para prevenir osteoporose e subluxação de quadril;
● Estímulo da marcha independente;
● Crioterapia pode ser usada para analgesia.
Como aplicar o método
O Conceito engloba os Padrões de Movimento Influenciando o Tônus (PIT), que
inibem os padrões anormais e facilitam a movimentação ativa o mais próximo
possível do normal, substituindo os padrões de inibição reflexa (PIR).
Além disso, o treino das reações de balance (reações de equilíbrio, proteção e
retificação) e das atividades funcionais, com o objetivo de promover o aprendizado
da função motora.
Para Mayston (1995) quando se aplica os PIT pelos pontos-chave de controle
produz-se mudanças no tônus que influenciam o controle postural e a performance
das atividades funcionais. Isto ocorre porque se fornece alinhamento biomecânico
adequado, mecanismos de realimentação (feedback) e antecipação para o
movimento, formando a base para a postura normal.
Transferências de peso
Quando não há transferência de peso, não há movimento. Portanto, transferir
peso é pré-requisito fundamental para a movimentação ativa dos pacientes, e,
esta transferência pode ser facilitada pelos pontos-chave de controle.

Deve-se realizar transferências de peso para os lados, para frente, para


trás e diagonalmente, em várias posições e atividades.
Transferências de peso/posicionamentos
Para os lados, para frente, para trás e diagonalmente,

em várias posições e atividades!

Se espasticidade: movimento constante e com grande amplitude.

Ataxia: deve ser feita de maneira mais estática, de forma mais lenta e em
pequenas amplitudes (Centro Bobath, 1997).

Ex. Paciente em pé, pelo ponto-chave quadril deslocamos seu peso em


direção lateral, para ser suportado por um membro inferior, e depois pelo
outro. É uma preparação para a marcha…
Perfil do paciente em neurologia
● Hipotonia: É uma diminuição da resistência ao movimento passivo.
● Hipertonia/Espasticidade: Caracteriza-se por um aumento do tônus
muscular e exacerbação dos reflexos, que se acentuam quando há maior
velocidade ou resistência no movimento.
● Diparesia espástica: É um tipo de PC com acometimento predominante de
membros inferiores e da função locomotora.
● Quadriparesia espástica ou Tetraplegia: é um tipo específico de paralisia
cerebral espástica que se refere à dificuldade em controlar os 4 membros.
● Hemiparesia: É a paralisia parcial de um lado do corpo.
● Discinesia ou flutuações: São os movimentos musculares anormais,
involuntários, excessivos, diminuídos ou ausentes.
● Ataxia: dificuldade/incapacidade de coordenação motor.
Características e objetivos na Hipotonia
O paciente hipotônico geralmente possui acometimento em todos os
segmentos corporais e grande dificuldade em reagir contra a gravidade.

Os principais objetivos com este tipo de paciente são:

★ organizar o tônus, (Pontos chave)


★ prevenir contraturas e deformidades, e
★ estimular a aquisição das posturas antigravitacionais de acordo como
desenvolvimento típico.
Características e objetivos na Espasticidade
Caracteriza-se por um aumento do tônus muscular e exacerbação dos
reflexos, que se acentuam quando há maior velocidade ou resistência no
movimento

Os objetivos nestes casos são:

★ Organizar o tônus e inibir a atividade reflexa, ( Pontos chave)


★ Promover a simetria corporal,
★ Evitar as complicações respiratórias, as contraturas e as deformidades,
★ Estimular o controle das posturas do desenvolvimento típico.
Diparesia espástica
Características: 2 membros e o tronco acometidos, porém com membros
superiores mais funcionais. A atividade reflexa predominante é o reflexo
tônico cervical simétrico (RTCS)

Objetivos:

★ Organizar o tônus,
★ Transferir o peso e facilitar as mudanças de postura,
★ Ganhar mobilidade pélvica,
★ Fortalecer a musculatura abdominal, inibir as assimetrias e
★ Ganhar mobilidade de tronco.
Hemiparesia
Característica: hemiparesia ocorre acometimento principalmente em um
hemicorpo e no tronco, e o membro superior é o segmento mais afetado.
Há um excelente prognóstico de marcha e o cognitivo está preservado.
Não há presença de atividade reflexa que dificulte a terapia, porém
deve-se cuidar com a presença das reações associadas.
Objetivos:
★ Organizar o tônus;
★ Transferir o peso para o lado afetado;
★ Promover a simetria e fornecer noções de linha média;
★ Favorecer a mobilidade e o controle de tronco;
★ Promover a integração bimanual, evitar as deformidades;
★ Treinar a marcha.
Discinesia ou flutuações
Características: Acometimento global dos 4 membros e tronco, porém os
membros superiores são mais afetados. Movimentos involuntários,
assimetrias e dificuldades em manter a simetria e a linha média. Cognitivo
preservado!
Objetivos:
★ Organizar o tônus;
★ Promover a estabilidade;
★ Estimular o controle de cabeça e de tronco, e evitar as assimetrias;
★ Deve-se conter os movimentos involuntários com pontos-chave proximal
e movimentos mais controlados. Pode ser alcançado com facilitações e
tappings de pressão.
Ataxias
Características: 4 membros podem estar afetados e tronco, geralmente com
hipotonia e pouca coordenação e equilíbrio.

Objetivos:

★ Estimular reações de equilíbrio,


★ Transferências, de peso,
★ Melhorar a coordenação motora, e alternância de movimentos.
Quadriparesia espástica
Características: Paciente apresenta espasticidade severa e reflexos
tônico-labiríntico e cervical assimétrico.
Objetivo: Diminuir os reflexos através de ponto-chave no esterno e apoio na
região occipital para inibir a extensão da cabeça. Assim conquista-se a
simetria corporal. Para normalização do tônus e controle da espasticidade
deve-se utilizar PIT no ombro através do movimento de circundução do
ombro em DL, no sentido de rotação externa.
Vídeo Transferências/Posicionamentos
Finalização dos temas FNP e Bobath
❏ Fichas de consolidação dos temas apresentados
❏ Discussão de objetivos de tratamento em casos neurológicos
❏ Casos clínicos a serem estudados
❏ Artigos científicos para debate e consolidação de aprendizagem
3. Método Therasuit na reabilitação
Criado em Michigan/USA, com base em uma veste criada por
pesquisadores Russos com intuito de contrapor os efeitos negativos vividos
pelos astronautas (atrofia muscular, osteoporose) devidos à falta de ação
da gravidade em suas longas viagens pelo espaço. Izabela e Richard, um
casal de fisioterapeutas e pais de uma criança com PC, estudaram e
desenvolveram este novo método de tratamento visando a reabilitação de
sua filha.
O método se diferencia da terapia tradicional em vários aspectos. O
primeiro passo, essencial para um bom tratamento, é a avaliação específica
e minuciosa para a identificação dos reais déficits do paciente. Em seguida,
com base nos resultados da avaliação, é elaborado um programa intensivo,
individual e específico, com duração de 3 ou 4 semanas, com sessões
diárias de 3 horas.
Therasuit
1) TheraSuit: A veste TheraSuit é uma órtese dinâmica, constituída de cordas elásticas
(específicas e antialérgicas), ajustadas de acordo com a necessidade específica do
paciente. O paciente, com auxílio da veste, recebe informações contínuas de
proprioceptores e de alinhamento correto. Desta maneira é possível inibir
movimentos reflexos e permanecer em um padrão postural mais próximo do normal,
aprendendo ou reaprendendo determinados movimentos. Com este auxílio, o tronco
tem maior estabilidade, facilitando a coordenação das extremidades.
2)Universal Exercise Unit: Exercícios são realizados em uma gaiola específica com
polias e pesos na qual se consegue realizar movimentos sem a ação da gravidade
(primeira forma de aprendizado do movimento) e fortalecer músculos específicos.
Este equipamento proporciona um ganho de amplitude nos movimentos, flexibilidade
muscular e articular, assim como ganhos funcionais. Esta é a base para outras etapas,
em que se trabalha o paciente somente em atividades funcionais.
3)Spider: O paciente é mantido em pé, na linha média, por um sistema de cordas
acopladas à gaiola. É treinado a realizar atividades funcionais. O terapeuta pode
modificar o sistema de cordas facilitando ou dificultando a função (de acordo com o
nível do paciente). Neste sistema, trabalha-se a integração sensorial, coordenação e
equilíbrio.
Principais Objetivos
● Normalizar o tônus muscular da criança
● Aumentar a variedade dos movimentos ativos
● Aumentar força e resistência
● Controlar os grupos musculares que acabaram de ganhar força, permitindo
que a criança melhore suas habilidades funcionais, sendo um trabalho que
visa a independência.

Consistem em uma órtese suave, proprioceptiva e dinâmica a qual contém: uma


touca, a veste (composta por um short e um colete), joelheiras e conexões com o
tênis. Todos os componentes estão conectados uns aos outros por um sistema de
cordas elásticas.
● Melhora a propriocepção
● Reduz reflexos patológicos
● Restaura padrões de movimento e postura apropriados
● Provê estabilização externa e dá suporte aos músculos fracos
● Corrige o alinhamento corporal
● Influencia o sistema vestibular
● Estimula o retreinamento do SNC
● Provê estimulações táteis e sensoriais
● Melhora a produção oral e fluência
● Aplica sobre o corpo uma pressão semelhante à ação da gravidade
● Acelera o progresso dos movimentos e habilidades recém aprendidos
Indicações
● Crianças com PC
● Pacientes pós AVC
● Pacientes pós TCE
● Danos na medula espinhal
● Disfunções neuromusculares
Programa típico
Efetuado de 3 a 4 horas por dia, 5 dias por semana, durante 3 ou 4 semanas.

Primeira semana: trabalho com intuito de redução de tonus, diminuindo


padrões de movimento patológicos e aumentando padrões ativos e
apropriados de movimento e ganho de força geral.

Segunda semana: trabalho de ganho de força em grupos musculares


específicos responsáveis pela função.

Terceira semana: uso do aumento de força e resistência alcançadas pela


criança para melhorar o seu nível funcional ao: sentar, engatinhar, andar.
Por que funciona?
❖ Diminui padrões de movimento pobres ou patológicos
❖ Aumenta força
❖ Aumenta o controle e a coordenação muscular
❖ Aumenta a resistência
❖ Aumenta atividades funcionais (sentar, engatinhar, andar)
4. Mecanoterapia na reabilitação em Neuro
Para que serve
❖ São dispositivos que auxiliam a realização de exercícios cinesioterápicos:
Espaldar, bicicleta ergométrica, rampa, roda de ombro, mesa de trabalho
manual…
❖ Devem ser usados conforme a disponibilidade
❖ Uso com consciência
❖ Contribuem para a variabilidade dos exercícios terapêuticos, podem ser
adaptados diversos exercícios
❖ Auxiliam na função motora e cognitiva
❖ Melhora a aderência ao tratamento e a interação dos pacientes
Como usar
❖ Preferir iniciar o protocolo de tratamento com estes equipamentos
❖ Realizar repetições de acordo com a capacidade do paciente
❖ Adaptar com o uso de órteses, se necessário
❖ Ocupar até ⅓ do tempo dedicado à sessão de tratamento
❖ Vigiar a realização do exercício de forma presencial
❖ Auxiliar/apoiar o paciente, quando necessário (Subir/descer/ respeito ao
cansaço)
Como prescrever
● Para melhorar a resistência muscular localizada: são indicados maior
número de séries, maior número de repetições, menor pausa entre os
exercícios e menor pausa entre as séries;
● Para a força dinâmica: são indicadas menores cargas nos exercícios;
● Para a força estática: maior número de exercícios e maiores cargas;
● Para a força explosiva: maior velocidade na execução dos exercícios e
maiores cargas.
Principais aparelhos da mecanoterapia
1) Treinos de marcha: barras paralelas, escada de canto, treino móvel com cinta
de sustentação, tábua de inversão-eversão, rampa etc.;
2) Aparelhos facilitadores: barra de ling, prancha ortostática, tábua de
quadríceps, exercitador de ombro etc.;
3) Aparelhos que oferecem resistência aos membros inferiores ou superiores,
ou seja, são aqueles que, ao mesmo tempo, auxiliam o movimento e
proporcionam resistência ao longo da sua execução: flexor de dedos, rolo de
punho, mesa de Kanavel, halteres, Mesa de Bonet, cama elástica etc.;
4) Aparelhos que promovem trações, sendo que essas podem acontecer por
meio de vários princípios, como pneumático, mecânico, manual ou elétrico;
Bicicleta ergométrica
É indicada para:
● tonificação dos músculos de MMII;
● condicionamento físico e cardiovascular;
● exercício aeróbico de baixo impacto.
Seu uso pode ser recomendado para o início de programas de exercícios ou para pacientes
sedentários, gestantes, obesos ou com problemas nas articulações. É importante que o
selim não esteja muito alto, evitando forçar demais os quadris. Se estiver baixo demais,
pode lesionar os joelhos.
Na hora de calcular a altura certa, peça ao paciente para se sentar na bicicleta, apoiando o
calcanhar no pedal mais baixo. O recomendado é que os joelhos fiquem semiflexionados e
o selim não fique muito distante do guidão, para que a pessoa não tenha que dobrar
demais o corpo.
Pedalinho
O pedalinho para fisioterapia é um aparelho semelhante a uma bicicleta sem
rodinhas, pois sua base é fixada no chão com artefatos emborrachados. Esse
acessório deve ser construído de aço e propiciar movimentos em ambas as
direções.

Esse equipamento é uma ótima opção para exercitar membros inferiores e


superiores em movimentos ritmados e com duração preconizada pelo
fisioterapeuta. Devido às suas dimensões, pode ser utilizado também sobre a
mesa.
Esteira
É recomendada para:

● tonificar os músculos de MMII;


● condicionamento físico e cardiovascular;
● exercício aeróbico com bom gasto calórico (mas de alto impacto);
● melhorar a capacidade cardiorrespiratória;
● reabilitar e recondicionar o sistema cardiovascular.
Exercitador de tornozelo
Atua na mobilidade da articulação talocrural e auxilia na execução dos movimentos
de flexão plantar e de dorsiflexão. Pode ser usado na forma simples (em um pé) ou
na forma dupla (nos dois pés).

Quando realiza exercícios com esse aparelho, o paciente consegue regular a


velocidade de angulação do movimento, usando as resistências elásticas. Também é
possível modular a força de contração muscular usando um thera tubbing. A
condição do paciente é que indicará a resistência adequada para os exercícios.

Esse aparelho é indicado para o tratamento de fraqueza ou encurtamento dos


músculos tibial anterior e do tríceps sural, algo comum em casos de canelite.
Barras paralelas
As barras paralelas são usadas para o treino funcional, buscando melhorar a
coordenação, a marcha e o equilíbrio, aumentando a propriocepção e a
flexibilidade do paciente. Seu uso está indicado para pessoas com afecções
que tragam debilidade muscular, desequilíbrio estático e dinâmico e falta de
coordenação motora.
Cama elástica
A cama elástica é um aparelho que toda clínica de fisioterapia deve ter. Ela é
indicada para que o paciente execute exercícios visando o fortalecimento dos
membros inferiores, além de ajudar no equilíbrio e na reabilitação ortopédica.

Durante a utilização da cama elástica, o paciente exercita os músculos de


forma a fazer agachamento e levantamento rapidamente, mantendo a
postura ereta e aperfeiçoando o desempenho atlético.

Para a aquisição da cama elástica é fundamental verificar a integridade do


material utilizado e a presença de nylon, que reforça as molas para evitar
acidentes durante a execução dessa atividade.
Mesa de kanavel
É composta por exercitador de dedos, rolo de punho e supinador. Com esse
aparelho, é possível trabalhar movimentos de flexo-extensão de dedos e
punho, acompanhados de oponência do polegar, adução e abdução.

A mesa de Kanavel é indicada para pacientes que sofreram fraturas dos ossos
do carpo e usaram imobilização em extensão. Porém, ela não é recomendada
nos casos de pessoas com sequelas graves, como nos casos de anquiloses.
Espaldar / Escada de ombro
Oferece ao paciente um reforço objetivo e motivação para realizar ADM de
ombro, além disso, as marcações na parede ainda ajudam a dar um feedback
visual sobre a altura atingida pelo paciente ao “escalar” a parede.

É possível encontrar o aparelho em forma de semicircunferência ou em


formato retilíneo. A escada de ombro está indicada para trabalhar a flexão e
abdução do ombro, e é contraindicada para casos agudos de bursite, artrite
com cisto sinovial, ombro congelado e de rotura parcial da bainha rotadora do
ombro.
Polias
São sistemas de polias fixas à parede (que podem usar molas ou pesos) e que
oferecem resistência fixa. Os grupos musculares a serem trabalhados dependerá do
posicionamento do paciente, mas é importante ressaltar que os movimentos nas
polias apenas devem ser feitos após o teste muscular.
As polias também podem ser usadas para os membros inferiores, posicionando,
nesses casos, o paciente sentado, fixando o pegador no seu tornozelo e
mimetizando os movimentos da mesa de Bonet. No caso dos abdutores e adutores
da coxa, a pessoa deverá ficar em posição ortostática lateral.
O aparelho é indicado para lesões do cotovelo, periartrite escápulo-umeral, desvios
da coluna, escápulas aladas e correção da postura. Não deve ser usado em fases
agudas de sequelas e anquiloses
Bastão
Os bastões são bem conhecidos tanto pelos fisioterapeutas quanto pelos
pacientes, e somente devem ser empregados nos casos em que os pacientes
apresentem controle muscular voluntário no membro superior afetado.
O posicionamento do paciente em ortostase, decúbito dorsal ou sedestação
deverá ser determinado pelo nível da limitação funcional apresentado. O
bastão pode ser usado na mobilização do ombro após cirurgia de carcinoma
invasor da mama, para restaurar o movimento de rotação externa e interna
do ombro, para ganhar mais amplitude de movimento de flexão e extensão
do cotovelo, para aumentar a expansão torácica e aumentar o volume
inspiratório, entre outros.
Relembre que…
O treino de habilidades motoras pode ter uma alta demanda cognitiva e ser
extremamente exaustivo.

O treino de capacidades físicas pode gerar uma fadiga periférica muito


importante, a qual pode prejudicar o desempenho de tarefas realizadas
posteriormente.

Devemos destacar que a aprendizagem motora é intimamente ligada ao


processo de neuroplasticidade, e considerando indivíduos com lesões
neurológicas a elaboração do programa se torna ainda mais complexa.
Contraindicações
● pacientes com processos inflamatórios, seja na musculatura ou na
articulação, ou com áreas edemaciadas (já que os exercícios provocam
aumento desse edema, do calor e, claro, uma piora da lesão);
● pacientes com dor durante ou após 24 horas das atividades (nesses
casos, a mecanoterapia deverá ser reavaliada, porque a dor é um
indicativo negativo para a realização do processo terapêutico);
● pacientes bastante debilitados ou que apresentem algum tipo de
intolerância à carga ou à atividade física ativa, como nos casos de
doenças cardiopulmonares graves;
● em patologias que podem ter o efeito contrário ao solicitado, como
imediatamente após uma cirurgia
5. Eletroterapia em condições neurológicas
Tens
Indicado para alívio da dor, comum em mais de 50%
dos pacientes acometidos neurologicamente, seja
aguda ou crônica.

Pode ser utilizado diariamente, desde que respeitadas


as contraindicações.

Algumas indicações: Dor no ombro após AVC, dor


central (dor crônica), após TRM, fibromialgia, Síndrome
de Guillan Barré, Distrofia muscular, neuropatia
periférica, espasticidade, ferida dolorosa, dor causada
por desuso, ou qualquer outra situação onde seja útil a
analgesia por meio da eletroterapia.
Como usar
Pode ser usado em alta ou baixa frequência, por 30-40
minutos.

Atenção: Não usar diariamente por mais de 1h no mesmo


grupo muscular, sempre com os mesmos parâmetros, pelo
risco de ‘viciar’ e deixar de ter o efeito esperado.

Para evitar que isso ocorra, deve-se alterar os parâmetros da


Tens regularmente. Aumentar a intensidade a cada dia
também pode evitar o aumento da tolerância da tens, além de
ter mais efeito na redução da dor.
Parâmetros da Tens

AGUDA: Alta frequência (20-250hz) + Baixa


largura de pulso (45-80us). Sensação leve,
pequeno ‘choquinho’. Atua através da teoria das
comportas.

CRÔNICA: Baixa frequência (1-20Hz) + Alta


largura de pulso (150-250 us). Sensação mais
forte, podemos observar a movimentação da
pele.
Principais benefícios da TENS em neuro

❖ Promover analgesia
❖ Reduzir alodinia (dor neuropática)
❖ Reduzir sensibilização periférica
❖ Tem efeito opióide (promove o bem-estar)
❖ Reduz a inflamação
❖ Melhora a função motora
❖ Efeito comprovado para inúmeros tipos de dor
Contraindicações
Esse tipo de eletroterapia não deve ser feito em caso de epilepsia porque pode
desencadear uma crise convulsiva.

Além disso, não deve ser colocado sobre o útero durante a gravidez, sobre a
pele ferida, olhos, boca e sobre a carótida (pescoço), em caso de marcapasso, TVP,
alterações sensoriais. Não usar na área próxima ao coração ou seio carotídeo.

A TENS tem como vantagens não ser invasivo, não viciante, não oferece riscos e
praticamente não desencadeia efeitos colaterais.
FES em Neuro
Quando é indicada
Para casos onde o músculo mantém-se inervado!!! Lesão SNC.

1. Gera contração muscular imediata


2. Alterações vasculares
3. Fortalecimento muscular
4. Controle motor
5. FES + Atividade motora voluntária
Talvez poderá se indicado para músculos com perda da inervação: Lesão
SNP.
Vai depender do resultado da eletroneuromiografia, se tem condução nervosa
e a qualidade da estimulação elétrica e possibilidade de contração muscular.
Se sim:
● Deve-se usar maior carga elétrica
● Esperar efeitos à longo prazo
● Analisar cada caso!
Diferenças entre as contrações normais e com FES
Contração muscular normal Contração muscular elétrica (FES)

Início: não sincronizado Início: sincronizado

Contração suave Contração em massa

Disparo gradual Disparo fixo

Recrutamento: Fibras tipo 1, II A e B Recrutamento: Fibras tipo 1 e III

Cansa menos! Cansa mais!


Indicações
❖ É um aparelho eletroterápico indicado para reabilitação das fibras
musculares, proporcionando fasciculações ou mesmo a contração
muscular, e pode ser indicada para combater a espasticidade.
❖ Deve ser colocado no ventre muscular que deseja ser trabalhado
❖ Pode-se usar diversos eletrodos ao mesmo tempo (depende da máquina)
❖ Pode ser usado diariamente, sem interrupção, mas usar com moderação,
até 3h por grupo muscular/dia
Quando pode ser usada Contraindicações
ADM passivo reduzido Idade, estado senil

Controle de espasticidade Osteoporose avançada

Dorsiflexão durante a marcha Nível de consciência

Subluxação de ombro após AVC Calcificação articular

Intolerância ao estímulo
AUMENTO DA FORÇA MUSCULAR

AUMENTO DO ARCO DE MOVIMENTO Principais


benefícios
ARTICULAR

REDUÇÃO DE EDEMA

DIMINUIÇÃO DA HIPOTROFIA

CONTROLE DA
ESPASTICIDADE
Como usar
Aplicar FES Junto à atividades funcionais. Não usar dormindo ou inconsciente.

Eletrodos maiores recrutam mais fibras, mas dispersam energia.

Atenção: pode causar fadiga muscular!

-
Baixa frequência: Alta frequência:

- Sensação de batida - Sensação de parestesia


- Pouca contração muscular - Força mais suave
Tempo de rampa:

- 1-3 seg
- Mais conforto
- Ideal para hipertonia
POR EXEMPLO.
- Facilita a adaptação gradativa CADA CASO É
Duração de pulso: UM CASO, NÃO
EXISTE RECEITA
- 10-50 us DE BOLO!
- Gera contrações mais fortes

Ciclo de trabalho: ON -OFF (Intermitente)

- Na espasticidade: 1:3 ou 1:5


- Treino de marcha: 1:1
6. Órteses
THKAFO
Objetivos
❖ É um dispositivo externo que serve para corrigir o posicionamento ou
auxiliar a estabilização, facilitando a realização dos movimentos;
❖ Contribuem para evitar a instalação de deformidades
❖ Reduzir a dor
❖ Podem ser utilizados somente no momento da fisioterapia ou durante o
dia
❖ Podem ser estáticas ou dinâmicas
❖ Atenção: Pode reduzir a força muscular em caso de uso excessivo
❖ Quem indica: Neuropediatra ou Ortopedista
Órteses de MMII
Com relação aos membros inferiores, as indicações do tipo de órtese a ser
usada variam de acordo com o problema diagnosticado e elas são
classificadas em 5 tipos:
- Órteses tóraco podálicas (THKAFO e RGO) (imagem)
- Órteses pélvico podálicas (HKAFO);
- Órteses de coxa-joelho-pé (KAFO’S);
- Órteses de joelho (Knee orthosis-KO);
- Órtese de tornozelo e pé (OTP).
6. Órteses
THKAFO
Objetivos
❖ É um dispositivo externo que serve para corrigir o posicionamento ou
auxiliar a estabilização, facilitando a realização dos movimentos;
❖ Contribuem para evitar a instalação de deformidades
❖ Reduzir a dor
❖ Podem ser utilizados somente no momento da fisioterapia ou durante o
dia
❖ Podem ser estáticas ou dinâmicas
❖ Atenção: Pode reduzir a força muscular em caso de uso excessivo
❖ Quem indica: Neuropediatra ou Ortopedista
Órteses de MMII
Com relação aos membros inferiores, as indicações do tipo de órtese a ser
usada variam de acordo com o problema diagnosticado e elas são
classificadas em 5 tipos:
- Órteses tóraco podálicas (THKAFO e RGO) (imagem)
- Órteses pélvico podálicas (HKAFO);
- Órteses de coxa-joelho-pé (KAFO’S);
- Órteses de joelho (Knee orthosis-KO);
- Órtese de tornozelo e pé (OTP).
INDICAÇÕES
Knee – Ankle – Foot Orthosis – KAFO (Órtese Cruropodálica/ Tutor Longo):
Pode ser rígida ou articulada, com ou sem apoio isquiático. Restringe os
joelhos na direção medial / lateral e hiperextensão. Indicações: pacientes
hemiplégicos ou paraplégicos com controle pélvico e controle parcial sobre as
articulações do joelho e tornozelo, sequela de poliomielite, lesão medular
nível lombar, entre outros.
Órtese extensora de joelho (Goteira ou Lona extensora de joelho/ Órtese
Cruromaleolar): Feita de lona e barras metálicas. Indicações: paralisia do
aparelho extensor, manutenção do joelho em extensão para treino de
ortostatismo e descarga de peso e em períodos pós-cirúrgicos. Também
indicada para uso noturno para manter o alongamento de isquiotibiais.
Hip – Knee – Ankle – Foot Orthosis – HKAFO (Órtese
Pélvico-podálica/ Inguino-podálica/ Tutor longo com cinto pélvico): As
HKAFO possuem todos os componentes da KAFO adicionados à
articulação de quadril e cinto pélvico. Indicações: pacientes com
lesão medular acima da coluna lombar, para estabilização de tronco,
pouco indicada para marcha, para pacientes que não apresentam
controle sobre as articulações do quadril, joelho e do tornozelo.

Pode ser adicionada de um componente torácico para pacientes sem


controle de tronco. A articulação do quadril pode ser sem trava para
pacientes com controle pélvico parcial e, com trava, para pacientes
sem controle pélvico.
Trunk – Hip – Knee – Ankle – Foot Orthosis – THKAFO (Órtese
Tóraco-Podálica): As THKAFO possuem todos os componentes da HKAFO
adicionados à uma órtese torácica. (ESTAVA LOMBOSSACRA) Indicações:
pacientes sem controle motor das articulações do quadril e MMII, utilizada
para ortostatismo.

Um exemplo de THKAFO é a RGO (Órtese de Reciprocação/ Mecanismo de


Reciprocação) que, além de todos os componentes da THKAFO, permite o
avanço do membro simplesmente com a descarga de peso do corpo sobre o
lado contralateral. Em outras palavras, à medida que se estende um quadril,
o quadril colateral automaticamente entra em flexão.

Características: Tornozelos rígidos, hastes laterais rígidas. Indicações:


pacientes com paraplegia, como sequela de Lesão Medular e
Mielomeningocele.
Órteses de Tornozelo e Pé

- Articulada: indicada em casos de instabilidade grave no tornozelo e em


pacientes que não apresentam um bom controle do joelho.

- Flexível: pela sua leveza e simplicidade, é indicada nos casos em que se


deseja uma maior dinâmica da marcha ou que existam leves estímulos
musculares involuntários, permitindo ao paciente andar com maior segurança
e por mais tempo.

- Reação ao solo: aconselhada para pacientes com flexão exagerada nos


joelhos, como em casos de paralisia cerebral. Permite a extensão do joelho,
impedindo o avanço anterior da tíbia no momento de apoio inicial do pé.
- Rígida: indicada para pacientes que já não conseguem pisar, recém
nascidos e crianças que ainda não andam ou para aqueles cuja
marcha não apresenta avanço da tíbia sobre o pé.

- Supramaleolar: recomendada para dar maior estabilidade na


articulação do tornozelo, melhorando a qualidade da marcha e
auxiliando no equilíbrio, além de prevenir deformidades e fraturas.
Pode ser uma solução em casos para crianças, pois ainda estão em
fase de crescimento e necessitam de liberdade de movimentos e em
adultos com pé hiperpronado ou um pé de Charcot (pequenos
traumatismos que acarretam em fraturas ou deslocamentos dos
ossos do tornozelo ou pé).
Benefícios das órteses
Benefício terapêutico:

● Limitação do movimento
● Assistência ao movimento
● Transferência de força
● Proteção de partes do corpo

Conforto:

● Maximização da área
● Encaixe confortável
● Efeito alavanca
Contraindicações
Deformidade instalada

Se causar Dor ou Alergia

Se atrapalhar a função muscular

Se não há acompanhamento adequado

Se não é aceite pela família


Vídeo de produção de órtese artesanal
7. Cinesioterapia na reabilitação neurológica
● Mobilização articular passiva
● Exercícios passivos; passivo-assistidos; resistidos
● Treino de equilíbrio proprioceptivo
● Exercícios para trocas posturais: deitado-sentado; sentado-de-pé e
vice-versa
● Exercícios de consciência e correção postural: sentado e de pé
● Exercícios de coordenação motora
● Exercícios de treino de marcha e locomoção
● Treino de desempenho de tarefas específicas
https://docs.google.com/document/d/12y2i-FpWfxzsrjBsO_xc4C3K03GGsC
VkJ59LhZjorsc/edit
Exercícios de Frenkel
A prática foi criada no século XVIII pelo médico suíço Dr. Frenkel com o intuito
de tratar as ataxias (perda da coordenação motora) em pacientes com
disfunção neurológica.

PONTOS ESSENCIAIS:
● Comando verbal
● Precisão e progressão
● Realizar de olhos abertos e depois fechados
● REPOUSO entre cada série
OBJETIVO:
● Melhorar a coordenação motora e recuperar propriocepção
● Controle voluntário dos membros para melhor realização das AVDs
PROCEDIMENTOS GERAIS:
● Realizar cada exercício de 4-6 vezes, até 2x ao dia, durante 90 min
● A progressão deve ser feita de acordo com o grau de complexidade do
exercício pretendido
● Auxílio visual sempre que possível
São divididos entre 4 tipos:
1. Decúbito Dorsal
2. Sentado
3. Posição Ortostática
4. Treino de giro
VÍDEO
M. Frenkel
Método Rood
É uma técnica proprioceptiva (termo-tátil) aplicada através de estímulos
provocados nos pacientes para ativação de receptores sensoriais, a fim de
tratar o tônus muscular e facilitar os movimentos musculares.

Usa-se estímulos cutâneos para aumentar a sensibilidade dos receptores de


estiramento, seguida de estimulação proprioceptiva através de estiramento
muscular rápido, facilitando desta forma a contração voluntária do músculo.

Seguir o sentido:

● cefálico - podal e
● proximal para distal
**** Atenção ****
O estímulo deve ocorrer no mesmo
dermátomo da musculatura que se deseja
trabalhar.

Objetivo da estimulação:

Facilitar o agonista e inibir o antagonista


Formas de estimulação Rood

Escovação Pressão Estímulo Frio


Rápida ou pontual sensitivo rápido
Lenta
3- 5 seg
5 segundos sobre o Mantém efeito
dermátomo até 30 min
Métodos de Inibição

Aproximação Massagem Vibração no Calor


articular lenta ventre
muscular
Outras formas de estimular
Consolidação de conteúdos
❏ Realizar ficha IV com a devida correção (TPC)
❏ Leitura e discussão de caso clínico: Diplegia espástica moderada com
componente leve de atetose distal. Livro: Tratamento neuroevolutivo -
Bobath.
❏ Apresentação em grupo: Partilha de conhecimento adquirido através de
artigo científico dos seguintes temas: FNP e Bobath; Frenkel na ataxia;
Pediasuit na PC.
❏ Revisão prática em laboratório (vídeos no grupo whatsapp)
❏ Leitura/Debate de artigos científicos com os temas pertinentes

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